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Torácica
Formação em Osteopatia Estrutural
EBRAFIM
Escola Brasileira de Fisioterapia Manipulativa
www.ebrafim.com
Osteopatia na Caixa Torácica
OSTEOPATIA ESTRUTURAL www.ebrafim.com
ANATOMIA
A vértebra torácica típica esta composta pelas mesmas partes que a vértebra lombar,
no entanto existem grandes diferenças morfológicas e funcionais.
O corpo vertebral tem diâmetro transversal quase igual ao diâmetro ântero-
posterior. Na parte póstero-lateral observa-se uma faceta oval, talhada obliquamente e
recoberta de cartilagem: trata-se da faceta articular costal. Ainda na parte póstero-lateral do
corpo vertebral implantam-se os pedículos, a faceta articular posterior ultrapassa com
frequência a raiz do pedículo. Por detrás do mesmo implantam-se as lâminas vertebrais, que
constituem a maior parte dos arcos posteriores. Estas lâminas são mais altas do que largas e
estão inclinadas em forma de telhas; perto do pedículo, sua borda superior dá origem aos
processos articulares superiores, que possuem uma faceta articular ovalada, plana e
ligeiramente convexa, recoberta transversalmente por cartilagem, orientada para trás,
ligeiramente para cima e para fora; na parte inferior das lâminas, sempre perto do pedículo,
implantam-se os processos articulares inferiores.
Apresentam em sua face anterior uma faceta articular oval, plana ou ligeiramente
côncava, orientada transversalmente para frente e ligeiramente para baixo e para dentro.
Essas facetas se articulam com as facetas superiores da vértebra subjacente. Na união das
lâminas e dos pedículos, e nos processos articulares, implantam-se os processos transversos,
que se dirigem para fora e ligeiramente para trás, e apresentam um extremo independente
e aumentado, que contém em sua face anterior uma faceta articular denominada faceta
costal que corresponde à tuberosidade costal. As duas lâminas se unem na linha média e
dão origem ao processo espinhoso, volumoso, largo e muito inclinado para baixo e para trás,
com um único tubérculo em seu vértice.
A associação de todos estes elementos forma a vértebra torácica típica.
A décima segunda vértebra torácica (vértebra de transição) apresenta algumas
particularidades:
Em primeiro lugar, seu corpo vertebral apresenta apenas duas facetas costais
situadas na parte póstero-lateral da meseta superior, para articular com a cabeça da décima
segunda costela; em segundo lugar, os processos articulares superiores estão orientadas
como todas as facetas articulares das vértebras torácicas (para trás, ligeiramente para cima e
para fora), as facetas articulares inferiores devem corresponder às facetas superiores da
primeira vértebra lombar. Por tanto, a direção é a mesma que das facetas inferiores de
todas as vértebras lombares (orientadas para fora, para frente e com uma curva transversal
ligeiramente convexa).
Arcos Vertebrais
Processos espinhosos
São unidos pelos ligamentos:
Ligamento interespinhoso – em forma de leque, preenchem os espaços
interespinhosos; anteriormente, prolongam-se até os ligamentos amarelos; e
posteriormente, confunde-se com o ligamento supraespinhoso.
Ligamento supraespinhoso – cordão fibroso ímpar e medial que se estende sem
interrupção por toda a coluna, intimamente aderido ao vértice dos processos espinhosos.
Articulações Costovertebrais
Articulação Costovertebral
É uma dobra artródica, constituída em um lado vertebral pelas facetas costais e na
borda inferior da vértebra superior formando entre si um ângulo direto, cujo fundo está
ocupado pelo anel fibroso do disco intervertebral.
Articulação Costotransversa
É uma articulação constituída por duas facetas ovaladas, uma no vértice do
processo transverso e outra na tuberosidade costal.
Esta articulação se completa com uma cápsula que é reforçada por três ligamentos
costotransversos.
Sistema Muscular
Camada Superficial
Ação:
Aduz o braço, gira-o no sentido medial e o estende.
Músculo Serrátil Posterior Inferior
Inserções:
Medial e inferiormente - com o músculo latíssimo do dorso, desde os
processos espinhosos das duas vértebras torácicas inferiores e das duas ou três lombares
superiores;
Lateral e superiormente - margens inferiores das últimas quatro costelas.
Ação:
Traciona as costelas inferiores para trás e para baixo.
Músculo Serrátil Posterior Superior
Inserções:
Medialmente, processos espinhosos das duas vértebras cervicais inferiores e
das duas torácicas superiores;
Lateralmente, ângulo lateral da segunda à quinta costela.
Ação:
Eleva a segunda a quinta costela para ajudar na inspiração.
Camada Profunda
Inervação motora.
T1 Flexor profundo dos dedos, intrínsicos da mão
T2 Intercostais
T3
T4 Intrecostais, Serrátil postero superior
T5
T6 Intercostais, reto abdominal
T7
Intercostais, reto abdominal, oblíquo externo
T8
T9
T11
Movimento de Extensão
Generalidades
O movimento é realizado no plano sagital sobre um eixo
transversal e sua amplitude de movimento é de 30 graus.
Ocorre também o fechamento de todos os ângulos
torácicos (ângulo costovertebral, ângulo costoesternal superior e
inferior, ângulo condroesternal).
Movimento de Flexão
Generalidades
O movimento é realizado no plano sagital, sobre um
eixo transversal e a amplitude de movimento é de 40 graus.
Há também a abertura de todos os ângulos torácicos (ângulo
costovertebral, ângulo costoesternal superior e inferior, ângulo
condroesternal).
Movimento de Lateroflexão
Generalidades
O movimento é realizado no plano frontal, sobre um
eixo antero-posterior e sua amplitude de movimento é de 30
graus.
Movimento de Rotação
Generalidades:
O movimento é realizado em um plano
transversal, sobre um eixo vertical (+) e sua
amplitude de movimento é de 30 graus.
DISFUNÇÕES
Generalidades
É uma lesão que acomete um grupo vertebral, geralmente
associado a um deslocamento ântero-superior manifestado por uma
zona plana na coluna torácica.
Características:
Assintomático;
Gera tensão da dura-máter alterando o sistema crâniosacral;
Alteração vasomotora com repercussão visceral;
Dores referidas relacionadas com os ligamentos interespinhosos;
Movimentos limitados de flexão e lateroflexão bilateral;
Geram zonas de hipermobilidade supra e subjacente que manifestarão a
sintomatologia.
Generalidades
É uma lesão de um grupo vertebral associada a um deslizamento póstero-inferior,
gerando uma zona em flexão acentuada, que não aceita a extensão.
Características:
Desimbricação bilateral das facetas interapofisárias;
Aumento dos espaços interespinhosos;
Deslocamento do disco intervertebral para trás;
Tensão músculo-ligamentar posterior;
Costelas posteriores;
Movimentos limitados de extensão e rotação bilateral;
Podem gerar zonas de hiperlordose compensatórias a nível
cervical e lombar.
Disfunção em ERS
Características:
A vértebra apresenta um estado de extensão, inclinação e rotação homolateral;
Lesão de imbricação do lado da concavidade;
Posterioridade do lado da lesão que aumenta na flexão e diminui na extensão;
Processo espinhoso gira para o lado da convexidade;
Espaço interespinhoso mais fechado;
As costelas do lado da posterioridade se encontram mais baixas e posteriores em
eversão.
Tipo de dor:
Dor referida.
Disfunção em FRS
Características:
A vértebra apresenta um estado de
flexão, rotação e lateroflexão homolateral;
Lesão de desimbricação do lado da
convexidade;
Posterioridade do lado contrário à lesão que aumenta com a extensão e diminui
com a flexão;
Processo espinhoso do lado da convexidade;
Espaço interespinhoso mais aberto;
As costelas do lado da posterioridade estão mais baixas e posteriores.
Tipo de dor:
Dor referida.
Disfunção em NSR
Características
Disfunção de adaptação;
A vértebra apresenta um estado de posição neutra,
rotação e lateroflexão contralateral;
Introdução
2 facetas articulares com o corpo vertebral torácico, uma inferior e outra superior;
Cabeça;
Crista: se encontra entre as duas facetas, articulando com o disco intervertebral;
Colo;
Tubérculo: se articula com o processo transverso e recebe a inserção do ligamento
costotransverso;
Corpo
Ângulo costal: se encontra na parte posterior, local onde se percebem as
assimetrias.
Costelas atípicas
São assim chamadas, a 1ª, 2ª, 10ª, 11ª e 12ª costelas, por não apresentarem as
mesmas características que as outras, em especial a primeira costela que será melhor
detalhada em seu módulo.
Esterno
É um osso que apresenta uma face anterior convexa e uma posterior côncava. Divide-
se em três partes:
Manúbrio:
apresenta a incisura jugular na sua parte superior, onde se realizam as
traqueostomias
lateralmente se articula com as clavículas através das incisuras claviculares
(articulação esternoclavicular);
Recebe a primeira costela, logo abaixo da articulação esternoclavicular
Apresenta uma articulação (do tipo sínfise) na junção entre o manúbrio e o
corpo, recebe a segunda costela, esse local é chamado de ângulo do esterno.
Corpo: se estende desde o ângulo costal até o processo xifóide.
Processo xifóide: pode ser cartilaginoso para que o diafragma obtenha distensão
necessária para sua mobilidade.
Sistema articular
Articulação costotransversa
É formada pelo contato entre o tubérculo costal e a face anterior do processo
transverso.
Essa articulação é estabilizada por uma cápsula articular menos resistente que a
cápsula da articulação costocorpórea, sendo então reforçada por vários ligamentos
chamados de costotranversos: (a) interósseo: vai do colo da costela até o processo
transverso, (b) posterior: do tubérculo da costela até o processo transverso, (c) superior: vai
da crista da costela até o processo transverso da vértebra superior, servindo de passagem
para o nervo espinhal, e (d) inferior: que vai da borda inferior da costela até o processo
transverso.
Articulação costocorpórea
É formada pelo contato articular entre a cabeça da costela e o corpo das vértebras-
que ocorre na face articular superior da vértebra inferior e a face articular inferior da
vértebra superior e o disco intervertebral.
Essa articulação é estabilizada por uma cápsula articular, sendo esta reforçada
anteriormente por um ligamento que se insere nas faces articulares vertebrais e no disco
intervertebral, chamado de ligamento radiado.
Sistema ligamentar
Sistema muscular
Peitoral maior
Origens - tem duas porções:
Clavicular - face anterior da clavícula (parte proximal).
Esternal - na face anterior do esterno e nas cartilagens das 5 à 7 costelas.
Inserção: bordo externo do sulco intertubercular do úmero.
Peitoral menor
Origem: no processo coracóide da escápula.
Inserção: bordo superior da 3ª, 4 ª e 5 ª costelas.
Inervação: n. peitoral lateral
Ação: enrolamento vertical do ombro.
Com a inserção fixa no processo coracóide faz elevação das costelas, auxilia na
inspiração.
Serrátil anterior
Tem sua origem nas faces ântero-laterais das nove primeiras costelas, passando
sob a escápula.
Inserção distal ao longo do bordo medial da escápula sendo que as fibras mais
inferiores (as mais fortes) caminham até o ângulo inferior da escápula.
Inervação: n. torácico longo (C5, C6 e C7).
Ação: estabiliza a escápula contra o gradil costal.
Considerado também um músculo inspiratório.
Transverso do abdome
Tem origem na face interna da porção cartilaginosa das seis últimas costelas, no
lábio interno da crista ilíaca, nos processos transversos lombares.
Insere-se no bordo externo do reto do abdome (linha alba).
Ação: sustentação das vísceras e contribui na expiração.
Diafragma
O diafragma é uma estrutura musculofibrosa em forma de cúpula (direita e
esquerda), que separa as cavidades torácica e abdominal.
É perfurado por diversas estruturas: esôfago, aorta abdominal, veia cava inferior,
nervos simpáticos e sistema linfático.
No centro apresenta um tendão e nas extremidades apresenta músculos (pilares).
Intercostais
Intercostais externos
Tem origem no bordo inferior da costela superior.
Insere-se no sentido inferior e anterior no bordo superior da costela inferior.
Ação: elevação das costelas, auxilia na inspiração.
Intercostais internos
Tem origem no bordo superior da costela inferior.
Insere-se no sentido superior e posterior no bordo inferior da costela superior.
Ação: inferiorização das costelas, auxilia na expiração.
Músculos do dorso
Tranverso espinhoso
Se estende desde o sacro até C2. Funciona como estabilizador das vértebras
durante os movimentos da coluna e também é o principal fixador das disfunções vertebrais.
Apresenta três grupos musculares:
Semiespinhoso: o mais superficial.
Dorsal - origina-se nos proc. transversos das seis últimas vértebras torácicas e
inserem-se nos processos transversos da torácica alta (T1-T4) e cervical baixa (C6-C7).
Cervical - origina-se nos processos transversos das vértebras torácicas altas e
inserem-se nos processos transversos de C2, C3, C4 e C5.
Múltifidos: o intermédio.
Ocupam toda a extensão do canal vertebral desde o sacro até C2. Apresenta-se no
sentido para cima e para dentro e terminam nos processos espinhosos de C2, C3 e C4.
Rotadores: o profundo.
Saem dos processos transversos da vértebra inferior e vão até o bordo inferior da
lâmina e processo espinhoso da vértebra superior.
Músculos inspiratórios
Os principais são os intercostais externos e diafragma. Acessórios são: ECOM,
escalenos, peitoral maior e menor, serrátil anterior e latíssimo do dorso.
Músculos expiratórios
Os principais são os Intercostais internos; e os acessórios, os abdominais.
ANATOMIA PALPATÓRIA
Vértebras Torácicas
BIOMECÂNICA
DISFUNÇÕES
Músculos fixadores
Subluxações costais
Subluxação Anterior
Ocorre restrição durante a expiração porque não deixa a costela se mover
posteriormente.
Palpação: na parte anterior, entre o esterno e a cartilagem costal (art.
esternocostal) encontraremos uma costela que se sobressairá sendo de fácil palpação.
Subluxação Posterior
Ocorre restrição durante a inspiração porque não deixa a costela se mover
anteriormente e dor local posterior.
Palpação: na parte posterior, sobre o ângulo costal encontraremos uma costela
que se sobressaia, sendo de fácil palpação.
Disfunção em Inspiração
Disfunção em Expiração
Diagnóstico:
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ricard F. Tratamento Osteopático da Caixa Torácica. Campinas: Editora Saber Saúde, 2008.
Ricard F. Tratado de Radiologia Osteopática na Raquis. Madri: Editora Panamericana, 2000.
Ricard F. Tratado de Osteopatia. Madri: Editora Panamericana, 2000.
Kapandji, AI. Fisiologia Articular – Volume 1, 2 e 3. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Koogan, 2000.
Bienfait M. Fisiologia da Terapia Manual. São Paulo: Editora Summus, 2000.
Sobotta, J. Atlas de Anatomia Humana.22ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2006.
Travel JG, Simons, DG. Dor e Disfunção Miofacial – Vol II – Membros Inferiores. Porto
Alegre: Editora Artmed, 2006.
Greenman PE. Princípios da Medicina Manual. São Paulo: Editora Manole, 2001.
Moore, KL, Dalley AF. Anatomia orientada para a clínica. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 2007.
Goodman, CC, Snyder, TEK. Diagnóstico deferencial em fisioterapia. 3ª Ed. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Koogan, 2002.
Chaitow L. Técnicas de Energia Muscular. São Paulo: Manole, 2001.
Field D. Anatomia Palpatória. São Paulo: Manole, 2001.
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