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__ , D ,CORE E AUNHAMENili
i . -~ CORPORW
...
1' º alinhamento corporal pode ser descrito como o posicionamento relativo dos segmentos cor-
porais, como a disposição da cabeça em relação aos ombros. O alinhamento estático é esse
posicionamento relativo quando o corpo está parado. O posicionamento relativo que ocorre
durante o movimento é o alinhamento dinAmico. Tanto o alinhamento estático quanto o dinâ-
mico são importantes no método pilates. O pilates busca melhorar a consciência do alinhamento
corporal, bem como a capacidade de alcançar o alinhamento corporal desejado, associado a um
determinado movimento ou posição.
Esqueleto
Para entender e melhorar o alinhamento, é preciso olhar profundamente para o interior do
corpo, para os elementos essenciais que o constroem (os 206 ossos do esqueleto humano) e que
ajudam a determinar seu alinhamento. O esqueleto tem duas divisões principais: o esqueleto axial
e o apendicular. Como visto na Figura 2.1, o esqueletD axial (em amarelo) é composto pelo crânio,
coluna vertebral, costelas e esterno. Como o nome sugere, quando em pé, o esqueleto axial forma
o eixo vertical central do corpo ao qual estão unidos os membros.
O esqueleto apendicular é constituído pelos ossos que formam os membros, ou apêndices.
Tem duas subdivisões: um par de membros superiores e um par de membros inferiores. Cada um
dos membros superiores (em verde, na Fig. 2.1) contém uma clavícula, uma escápula, um úmero
(osso do braço), um rádio, uma ulna (ossos do antebraço) e oito ossos carpais - cinco metacarpais
e catorze falanges (ossos da mão). Cada um dos membros inferiores (em azul, na Fig. 2.1) contém
u1 -:i osso do quadril, um fêmur (osso da coxa), uma tíbia, uma fíbula (osso menor da pema) e :-.ete
1adr>
< osst's ta.rsais- cinco metatarsais e catorze falanges (ossos do pé). No adulto, um osso do q
(os c:oxae) é composto por três ossos fundidos: o ílio, o fsquio e o púbis.
Coluna vertebral
1
Vértebras elementares
A coluna vertebral é composta por 33 ossos, chamados vértebras, que estão empilhadas
uma em cima da outra de modo a formar uma estrutura longilínea em forma de coluna. Como
mostrado na Figura 2.2, as vértebras aumentam de tamanho de cima para baixo, conforme
progridem do pescoço à pelve. As vértebras estão dispostas em cinco regiões. As três primeiras
regiões estão representadas na Figura 2.2, em ,cor de destaque, uma vez que essas três regiões
contêm as 24 vértebras que são responsáveis pelos principais movimentos da coluna vertebral.
10 ANATOMIA DO PILATES
Cr,ãnio - - - - - - - - - - - - + -
Clavícula - - - - - - ----._
~ - - - - Escápula
~ it:====-- - Carpaís
MâlID;::~=- - - Metacarpais
\fli"t===--- - Falanges
Fêmur - - - - - - - - - -
Tíbia - - - - - - - - -- -
>
Fibula- - - - - - - - -----+1
Tarsais - - - - - - ---==::rl~
Metatarsais------=
Falanges-------======z:,'tftJ.'JJ
Figura 2.1 Ossos do esqueleto (vista anterior). O esqueleto axial está em amarelo. São mostradas as duas
subdivisões do esqueleto apendicular; membros superiores em verde e membros inferiores em azul.
COLUNA VERTEBRAL, CORE EALINHAMENTO CORPORAL 11
<
fun didas, os principais movimentos do sacro
c.u -rem em relação à última vértebra lombar.
E!-:-.a articulação entre a última vértebra lombar e Vértebras coccígeas - - [ ,
o sacro é chamada de articulaçjo lombossaaal.
(cóccix) '
)
Os movimentos nessas articulações têm uma pro- Figura 2.2 Regiões e curvaturas da coluna verte•
funda influência no alinhamento da parte lombar bral (vista lateral direita).
da coluna vertebral e da pelve.
• Cócdx. As quatro últimas vértebras (ou às vezes três ou cinco) são chamadas de coccfgeas.
Elas se fundem para formar um pequeno triângulo, que é considerado a cauda vestigial. Assim,
essas vértebras são com frequência chamadas coletivamente de cócdx.
Como pode ser visto na Figura 2.2, a coluna vertebral não é uma haste reta. Em vez disso, cada
uma dessas regiões tem uma curvatura diferente quando vista de lado. As regiões cervical e lombar
são curvadas de modo a serem côncavas para trás, enquanto as regiões restantes são curvadas
de modo a serem côncavas para a frente. De modo ideal, essas curvaturas são de magnitude
normal e equilibradas uma em relação à outra. Essas curvas desempenham um papel importante
em melhorar os movimentos da coluna e em absorver impacto.
12 ANATOMIA 00 PILATES
==os
e uma massa gelatinosa interna central, o núdeo
pulposo (em roxo). O núcleo pulposo tem um alto
teor de áiua, e os discos podem ser comparados
a pequenas almofadas de água entre as vértebras; articulares
são vitais para a absorção de impacto e proteção da
coluna vertebral.
As porções posteriores dessas vértebras também
estão ligadas por pequenas articulações pares, cha-
madas de articulações dos processos articulares,
que permitem pequenos movimentos de desliza-
mento. A forma e a angulação das projeções das
Figura 2.3 Articulações da coluna vertebral.
vértebras (os processos articulares) que se unem Articulações dos processos articulares e discos
para formar essas articulações influenciam o movi- intervertebrais, com um disco intervertebral no
mento permitido nessa região da coluna vertebral. detalhe.
Por exemplo, a angulação das articulações dos
processos articulares facilita a rotação na região torácica, mas limita a rotação na região lombar.
O movimento da coluna vertebral também é influenciado pela presença de muitas faixas for-
~ Je tecido fibroso que se estendem entre as vértebras. Esses ligamentos ajudam a contrr
< quanto uma vértebra pode mover-se em uma determinada direção, proporcionam import
, b.lidade à coluna vertebral e ajudam a prevenir o abaulamento para a frente ou para trás
d1s<:JS intervertebrais.
Muitos fatores, como os desequilíbrios de força e de flexibilídade, hábitos posb.Jrais e lesões,
>
fazem com que a maioria das pessoas tenha áreas na coluna vertebral em que o movimento é
restrito, excessivo ou assimétrico. Um dos objetiv·os do método pilates é ajudar a utilizar comple-
tamente a amplitude potencial em cada segmento da coluna vertebral de modo simétrico.
tronco de modo que a face ou o tórax se voltem para o lado direito é chamado de rotação para
a direita, enquanto girar a cabeça ou a parte superior do tronco de volta para o centro ou para o
outro lado é chamado de rotação para a esquerda (Fig. 2.4c).
Flexão Extensão
Flexão lat+1
a i~ l b
direita \
< >
Rotação para a direita
e
Figura 2.4 Movimentos da coluna vertebral: (a) flexão e extensão; (b) flexão lateral direita e flexão lateral
esquerda;(() rotação para a direita e rotação para a esquerda.
14 ANATOMIA DO PILATES
Abdominais
Os músculos abdominais têm sido muito valorizados por seu potencial de ajudar a criar um
abdome mais plano, melhorar a técnica de movimento, melhorar certos problemas posturais e
reduzir o risco de certos tipos de lesões nas costas. Existem quatro pares de músculos abdominais:
reto do albdome, oblíquos externo e interno do abdome e transverso do abdome. Todos os mús-
culos abdominais se inserem em uma faixa tendfnea vertical no centro do abdome (linha alba),
mas a localização e a direção de suas fibras musculares variam bastante. Como visto na Figura
2.5a, o músculo reto do abdome vai de cima a baixo na porção central do abdome. Em contraste,
o oblíquo externo do abdome se encontra diagonalmente para baixo em direção ao centro, com
suas fibras musculares localizadas ao lado do músculo reto do abdome. O oblíquo interno do
abdome é profundo ao obliquo externo, e suas fibras superiores correm para cima em direção ao
centro; suas fibras musculares também são laterais ao músculo reto do abdome.
Quando ambos os lados desses três músculos abdominais se contraem simultaneamente, todos
são capazes de produzir a flexão da coluna, o músculo reto do abdome é particularmente potente.
Quando um dos lados desses três músculos abdominais se contrai, todos são capazes de produzir
a flexão lateral para o mesmo lado, com os obliquos sendo particularmente eficazes. A contração
de um lado dos oblíquos também pode produzfr rotação, com o oblíquo externo do abdome
produzindo rotação para o lado oposto e o oblíquo interno do abdome produzindo rotação para
o mesmo lado. Quando se realiza um exercício abdominal tradicional, como o Chest lift (p. 54),
ambos os lados de todos esses três músculos abdominais trabalham para produzir a flexão dese-
jada da coluna vertebral. No entanto, durante a rotação para a esquerda, como no Chest lift with
rotation (p. 64), apenas o oblíquo externo esquerdo e o oblíquo interno direito podem produzir a
rotação desejada, enquanto os músculos reto do abdome direito e esquerdo atuam primariamente
pai--' manter a coluna elevada do mat (tapete) em flexão.
< >
Retodo - - . - -
abdome
J~ )
a b
Figura 25 Abdominais: (a) vista anterior do oblíquo externo do abdome e do reto do abdome· no lado
esquerdo do corpo e do reto do abdome e do oblíquo interno do abdome no lado direito; (b) vista lateral do
tronco mostrando o transverso do abdome.
COLUNA VERTrBRAI., COREEAI..INHAMEN10 CORPORAL 15
<
grupo, os multffidos (porção lombar vista na Fig.
2.6), tem se mostrado particularmente essenciaJ
na ~lização e reabilitação da coluna vertebral.
us multifidos abrangem mais vértebras e têm o
potencial de produzir ma.is força do que os outros
Multlfido
>
componentes desse grupo profundo, por causa de
suas inserções. Portanto, o uso desse músculo é r-+--+-+ Ouadrado
frequentemente enfatizado. do lombo
Em termos de ação, a contração de ambos os
lados destes três grupos musculares (eretor da
espinha, semiespinal e grupo posterior profundo
da coluna) produz a extensão da coluna verte-
bral, enquanto a contração unilateral (exceto Figura 2.6 Extensores da coluna vertebral e o
para os interespinais) pode produzir a flexão late- quadrado do lombo (vista posterior da coluna verte-
raJ para o mesmo lado. A contração de um lado bral). As tr!s partes da coluna (espinal, longuíssimo
dos eretores da espinha (exceto o espinaJ) tam- e iliocostal) dos eretores da espinha são mostradas
bém pode produzir rotação para o mesmo lado, no lado esquerdo. O semiespinal, o multffido (um
enquanto a contração de um lado do semiespinal membro ~ntral do grupo posterior profundo da
e de aJguns músculos do grupo posterior pro- coluna) e o quadrado do lombo são mostrados no
fundo da coluna (os multffidos e rotadores) pode lado direito da coluna vertebral.
16 ANATOMIA DO PILATES
produzir rotação para o lado oposto. Quando s.e realiza um exercício como o Back extension
prone (p. 66), ambos os lados do eretor da espinha, do semiespinal e do grupo posterior profundo
da coluna podem produzir a extensão desejada da coluna, e os eretores da espinha são os mais
potentes. No entanto, ao girar para a direita, como no exercício de Swimming (p. 184), duas colu-
nas dos eretores da espinha direitos, o semiespinal esquerdo, o multífido esquerdo e os rotadores
esquerdos atuam majoritariamente para produzir a rotação espinal desejada, mantendo a coluna
elevada do mat, em extensão.
< lliopsoas:
;
'''
1/' 1
>
Psoas malor------1
Psoas menor- --
llíaco
lliopsoas --+E::,
a b
figura 2.7 Músculo iliopsoas (a) composto principalmente pelos músculos psoas maior e ilíaco (vista
anterior); (b ) auxílíando a manter a curvatura lombar (vista lateral).
COLUNA VERTEBRAL, CORE E ALINHAMENTO CORPORAL 17
<
as pernas e o tronco vão em direção ao teto. A cocontração é amplamente utilizada no m/
>
p1lat•?S, tanto para ajudar na realização da técnica ideal quanto para reduzir o risco de lesão às<
(hiperestende) a parte lombar da coluna vertebral ou move a pelve excessivamente tem um core
fraco ou demonstra má estabilidade ou mau controle do core.
Na tenminologia do método pilates, a powerhouse é formada pelo abdome, pela parte lom-
bar da coluna vertebral e pela pelve. Os músculos abdominais e extensores da coluna vertebral
inferiores são considerados particularmente essenciais para o conceito de powerhouse e já foram
discutidos anteriormente neste capítulo. Além disso, o conceito de powerhouse inclui a pelve e,
em geral, os músculos primários que influenciam o movimento e a estabilidade da pelve.
Cada osso do quadril está conectado firme e posteriormente a um dos lados do sacro pelo par
de articulações sacroilíacas. Os ossos do quadril também estão conectados entre si anteriormente
por uma articulação chamada sínfise púbica. Essas fortes articulações permitem que os ossos do
quadril atuem como uma unidade junto com o sacro interposto e com o cóccix, no chamado
cíngulo do membro inferior. Conforme descrito no início do capítulo, cada osso do quadril é, na
verdade, composto de três ossos - o ílio, o ísquio e o púbis. Cada um desses ossos tem pontos de
referência normalmente utilizados para a identificação do alinhamento corporal.
• Crista ilíaca. O ílio é a grande parte superior em forma de asa do osso do quadril. Ao mover
suas mãos para baixo a partir da cintura, você sentirá uma grande crista de osso. Essa é a borda
superior do ílio. Essa borda convexa é chamada de crista ilíaca.
• Espinha ilíaca anterossuperior CEIAS). Ao deslizar as mãos até a parte anterior das cristas
ilíacas e depois descer um pouco, você vai sentir uma proeminência óssea de cada lado da frente
da pelve. Essas saliências são chamadas de espinhas ilíacas anterossuperiores (E/AS).
• Sínfise púbica (SP). O púbis forma a porção inferior e anterior de cada osso do quadril.
Os púbis de cada osso do quadril se articulam anteriormente formando a sínfise púbica, que é
>
conectada por um disco de cartilagem. Pode-se observar a sínfise púbica ao ficar de lado para um
esp,;.' lho. A sínfise púbica é a porção mais anterior da parte inferior da pelve. É abreviada CO'
< p na Figura 2.8.
Crista ilíaca
Trocanter SP SP
maior
a e
Figura 2.8 Acidentes ósseos e alinhamento da pelve em posição ortostática (vista lateral): (a) alinhamento
da pelve em posição neutra; (b) inclinação anterior da pelve; (e) indinação posterior da pelve.
COLUNA VERTEBRAL, CORE EALINHAMENTO CORPORAL 19
• Túber isquiático. O ísquio é um osso muito forte das porções inferior e posterior de cada
osso do quadril. A parte mais inferior de cada ísquio tem uma proeminência áspera denominada
túber isquiático; quando nos sentamos, o fazemos na porção anterior do túber isquiático. Pode-
-se facilmente palpar esses túberes ao sentar-se no chão. Incline-se para a frente e coloque a
ponta dos dedos sob a parte inferior da pelve por trás. Lentamente, desloque seu peso para trás
para sentar-se ereto. Os túberes pressionarão seus dedos para baixo.
• Trocanter maior. A articulação do quadril se dá entre o soquete oco da pelve (acetábulo) e
a ponta arredondada (cabeça) do fêmur. Uma grande projeção em direção ao topo do fêmur está
voltada para fora. Essa projeção é chamada de trocante, maior. Quando se está em pé, a ponta do
trocanter maior está aproximadamente ao mesmo nível do centro da cabeça do fêmur, que se situa
na articulação do quadril. Embora não seja parte da pelve, esse acidente ósseo é incluído porque a
linha entre os trocanteres maiores direito e esquerdo pode ser usada para marcar a borda inferior
da powerhouse. Pode-se palpar o trocanter maior colocando o polegar na lateral da crista ilíaca
e alcançando a lateral da coxa com o dedo médio. Ao rotacionar a perna medial e lateralmente,
deve-se sentir o movimento do trocanter maior sob o dedo médio .
< P Jr outro lado, se você rotacionar a parte superior da pelve para a frente, ambas as EIAS e
,a f :ente da sínfise púbica; pela lógica, isso é chamado de inclinação pélvica anterior (Fig . •
E~,e movimento anterior da pelve tenderá a aumentar a curvatura da parte lombar da co1,
vertebral (extensão ou hiperextensão). Verifique se há alguma alteração em sua curvatura lombar.
)
Em contrapartida, se você rotacionar a parte superior da pelve para trás, ambas as EIAS estarão
atrás da sínfise púbica. Esta é uma inclinação pélvica posterior (Fig. 2.8c). Na inclinação pélvica
posterior, a curvatura da parte lombar da coluna vertebral é diminuída, achatada ou até mesmo
invertida no sentido oposto, dependendo da mobilidade de sua coluna.
Embora esses sejam os aspectos mais enfatizados do movimento pélvico, a pelve também pode
se mover em outros planos. A pelve pode inclinar de um lado para outro. Quando a EIAS direita
está em posição inferior à EIAS esquerda, isso é chamado de inclinação lateral direita da pelve.
Inversamente, quando a EIAS esquerda está erm posição inferior à EIAS direita, trata-se de uma
inclinação lateral esquerda. Isso é observado mais facilmente em vista anterior, como ao ficar de
frente para um espelho. Por último, a pelve pode rotacionar. Quando a EIAS direita está na frente
da EIAS esquerda, isso é chamado de rotação pélvica à esquerda. Quando a EIAS esquerda está
na frente da EIAS direita, ocorre a rotação pélvica à direita.
Embora classicamente esses movimentos da pelve sejam descritos em posição ortostática, eles
se aplicam a muitas outras posições utilizadas no método pilates, como decúbito dorsal , decúbito
ventral, sentado, ajoelhado ou em quatro apoios. No método pilates, nas posições iniciais ou em
20 ANATOMIA DO PILATES
exercícios que requerem que a pelve esteja em posição neutra, idealmente as EIAS estão alinha-
das entre si, de modo que estão niveladas em vez de lateralmente inclinadas, e retas, em vez de
rotaciona.das, bem como no mesmo plano da sínfise púbica.
< >
va 5i nal para cima em direção à parte lombar da coluna vertebral pode ser útil para a ativ
desEjada dos músculos do assoalho pélvico. No trabalho do pilates de solo, o assoalho p
e cc,mumente abordado de modo menos formal ao encorajar homens e mulheres a tracior
'"',t.1sculos do assoalho pélvico para dentro e para cima, enquanto se ativa o transverso do abdu.
antes e durante a realização de muitos exercícios. A ativação e o funcionamento ideal do, assoalho
pélvico ainda é uma área de controvérsias.
• Lóbulo da orelha
• Meio da ponta do ombro
• Meio da caixa torácica
• Trocanter maior (projeção na lateral do fêmur)
• Area imediatamente anterior ao centro do joelho
• Área imediatamente anterior ao tornozelo
< >
a b e
Figura 2.10 Alinhamento ideal em posição ortostática e desvios comuns (vista lateral): (a) alinhamento ideal
em posição ortostática com fio de prumo; (b) lordose cervical e cifose torácica; (e) lordose lombar.
COLUNA VERTEBRAL, CORE EALINHAMENTO CORPORAL 23
Embora não seja sempre o caso, o posicionamento ótimo desses marcos representa. idealmente,
uma situação em que os seguintes objetivos de alinhamento subjacentes também são atendidos:
• Pés em posição neutra. não rotacionados para dentro (pronados) nem para fora (supinados)
• Joelhos estendidos, mas não ao ponto de se curvarem para trás (hiperextensão do joelho)
• Pelve em posição neutra, não inclinada anterior nem posteriormente
• Coluna vertebral com curvatura normal, não diminuída ou aumentada
• Escápulas em posição neutra e ombros abertos, não rotacionados para a frente
• Cabeça acima dos ombros, não projetada para a frente
dessa região está relacionado à elevação do braço, lateral ou anteriormente. Esse movimento é
naturalmente acompanhado por uma suave rotação para cima da escápula, mas muitas pessoas
realizam uma elevação excessiva indesejada da escápula. Essa tendência pode ser contrariada
pela utilização coordenada dos músculos depressores da escápula, o serrátil anterior e a parte
ascendente do trapézio (mostrados na Fig. 2.12).
Tal como acontece com a pelve, em muitos casos a função dos músculos escapulares pode estar
mais relacionada à postura ou à prevenção de um movimento escapular indesejado para manter a
estabilidade do que à produção de movimentos visíveis. Um exemplo do primeiro caso é na ocor-
rênda de ombros enrolados. Nessa postura, os ombros se enrolam para a frente e as escápulas se
separam excessivamente. Muitas vezes, isso pode ser melhorado pelo desenvolvimento de maior
força e utilização dos adutores da escápula, incluindo o trapézio. A função de estabilidade é fun-
damental em muitos exercidos de pilates em que o peso do corpo é suportado pelos braços. Por
exemplo, ao levantar a pelve para fora do mata partir da posição sentada (apoio para as costas,
p. 138), a gravidade tende a fazer com que as escápulas se elevem acentuadamente. A contração
vigorosa dos depressores da escápula, induindo o serrátil anterior e a parte ascendente do trapézio,
é necessária para manter as escápulas na posição neutra desejada, proteger os ombros de lesão e
permitir que os músculos do ombro desempenhem sua função esperada.
< e n ~ste capítulo. Alguns comandos utilizados nos exercícios deste livro são descritos ,.,
. Outros são descritos nas introduções dos capítulos ou com os exercícios específicos
.culos 4 a 9. Na abordagem original do método pilates, muitos desses comandos foram e.
>
gerados. No entanto, o desejo de criar estratégias que fossem mais semelhantes às necessárias
nos movimentos funcionais levou várias abordagens atuais a aplicar alguns desses comandos de
modo modificado ou menos rigoroso. Essa ênfase funcional também levou ao desenvolvimento
de comandos adicionais para encorajar uma posi:ção neutra da pelve ou da coluna vertebral em
determinados exercícios.
• Tra,ga o umbigo ou a parede abdominal em direção à coluna vertebral. Esses comandos são
projetados para combater o erro comum de deixar a parede abdominal protuberante para fora
quando os músculos abdominais são ativados e incentivar um achatamento ou tração para dentro
do abdome. No primeiro comando, você pode imaginar uma corda ligada ao aspecto interno do
umbigo, que é então tracionada para puxar o umbigo em direção à frente da sua coluna. Trazer
a parede abdominal para dentro em direção à coluna vertebral pode ser comparado a apertar um
espartilho, de modo que a circunferência da cintura parece menor. Pode-se também imaginar um
escavamento ou perfuração da área abdominal para dentro. Se você tem dificuldade em obter esse
controle muscular, coloque a palma de uma mão em seu abdome e pressione a parede externa
com sua mão para sentir a posição indesejada e, depois, tente trazer a parede abdominal para
dentro de modo a fazer com que sua mão abaixe junto. Pense na mão pressionando em direção
COLUNA VERTEBRAL, CORE EALINHAMENTO CORPORAL 25
•
Depressão
b
..
Adução
< >
Parte descendente
do trapézio
Rotação
para baixo Parte ascendente
dotrapé~o ---+-_,.._..,
~
e
Figura 2 .11 Movimentos da escápula (vista Figura 2 .12 Uso dos depressores da escápula
posterior do tronco): (a) elevação e depressão; (serrátil anterior e parte ascendente do trapézio)
(b) abdução e adução; (e) rotação para cima e para para evitar a elevação excessiva de cada escápula
baixo. conforme os braços são levantados acima da cabeça
26 ANAlOMIA DO PILATfS
<
em muitos exercícios. Em outros exercícios que envolvem a flexão da coluna, puxar a fre•
parte inferior da caixa torácica para baixo e para trás pode auxiliar na obtenção da flexã
a vertebral máxima desejada para ajudar na obtenção de uma curva em C completa.
>
, Faça uma curva em C. Um erro comum ao flexionar a coluna vertebral é flexionar aper,,
o pescoço e a parte superior da parte torácica da coluna vertebral, deixando o restante da coluna
plana ou hiperestendida. Outro problema frequente é quando a maior parte da curva ocorre na
parte torácica da coluna, a região da coluna vertebral que é, naturalmente, côncava para a frente,
mas que já está excessivamente arredondada (hi1percifose torácica) no alinhamento estático em
muitas pessoas. Em vez disso, a intenção desse comando é incluir a flexão da parte lombar da
coluna vertebral - uma região naturalmente côncava para trás e muitas vezes encurtada, o que
torna ma.is difícil a flexão nessa área. Isso irá ajudar a distribuir a curvatura para a frente tanto
quanto possível ao longo da coluna vertebral, enquanto traciona-se a parede abdominal de modo
que a cabeça, a coluna e a pelve formem um C com concavidade anterior.
• Alongue seu pescoço. Um problema comum de alinhamento é um arco excessivo no pescoço,
de modo que o queixo se projeta para a frente no alinhamento estático (postura com anteriorização
da cabeça) ou durante o movimento. Pensar em alongar ou estender a parte de trás do pescoço
pode ajudar a combater essa tendência. Por exemplo, quando em decúbito dorsal, traga seu queixo
ligeiramente para baixo e para trás, enquanto gira sua cabeça ligeiramente para a frente, de modo
que o contato da parte de trás da cabeça com o mat se mova para baixo, em direção à base do
COLUNA VERTEBRAL, CORE E ALINHAMENTO CORPORAL 27
crânio. Anatomicamente, isso envolve o uso do:s f lexores do pescoço enquanto se concentra em
relaxar os extensores do pescoço, que muitas vezes estão excessivamente encurtados.
• Traga o queixo em direção ao tórax. O comando para estender o pescoço também está
relacionado ao comando de levar o queixo em direção ao tórax. No trabalho original do método
pilates, o comando de flexionar o pescoço, trazendo o queixo em direção ao esterno, enquanto
a parte de trás do pescoço se alonga era frequentemente exagerado em muitos exerácios envol-
vendo a flexão da coluna vertebral. Trazer a cabeça para mais perto do tórax pode ajudar na ênfase
desejada no maior uso dos abdominais, enquanto produz menos estresse em alguns dos músculos
do pescoço nos diversos exercícios abdominais em decúbito dorsal. No entanto, muitas abordagens
atuais incentivam um uso moderado desse comando, para que a cabeça esteja alinhada com um
arco criado pela parte torácica da coluna vertebral (uma mão fechada ou um limão poderia caber
entre o queixo e o tórax).
• Mova uma vértebra de cada vez ou realize um movimento sequencial suave de cada. vértebra.
Um erro comum é fazer com que uma grande porção da coluna se mova como uma unida.de sólida,
muitas vezes causando movimentos bruscos ou fazendo com que uma porção da coluna pareça
plana, em vez de arqueada (hiperestendida) ou curvada. Por outro lado, espera-se que haja um
movimento preciso consecutivo de uma vértebra em relação à vértebra seguinte, objetivando obter
o movimento completo em cada segmento da coluna vertebral envolvido no exercido. Por exemplo,
durante a fase ascendente do Ro/1-up (p. 73), as vértebras devem deixar o mat uma de cada vez, de
cima para baixo; na fase descendente, devem retomar sequencialmente na ordem inversa.
• Mantenha a pelve e a parte lombar da coluna vertebral em posições neutras. A maior
parte dos comandos anteriores encoraja a flexão da coluna, muitas vezes acompanhada por uma
inclinação pélvica posterior. No entanto, algumas abordagens atuais sustentam que colocar muita
ênfase na flexão pode não ser desejável. Elas encorajam o treinamento de múltiplos músculos
centrais para cocontrair a fim de manter as curvas naturais da coluna vertebral, acreditando que
isso irá ajudar na criação de uma coluna estável em muitos movimentos diários que não incorpo-
ram a flexão da coluna vertebral. Na prática, se o posicionamento neutro for o objetivo, muitas
vezes é necessária uma contração coordenada dos m úsculos abdominais e extensores da coluna
vertebral para permitir que a curvatura lombar natural permaneça e que a EIAS e a sínfise púbi~
est~jam em uma relação neutra. Por exemplo, quando em decúbito ventral, imagine-se contr,:,·
<
de ,c adamente a parede abdominal enquanto afasta os túberes isquiáticos (os dois ossos so'
qua s se senta) da caixa torácica para incentivar essa cocontração e limitar a tendência de ir.
~ ,1elve posteriormente ou achatar a parte lombar da coluna vertebral. Em alguns exercícic..
cocontração dos flexores do quadril e abdominais é outra estratégia para alcançar ou manter a
)
pelve neutra. Algumas abordagens ao método pilates também incentivam a manutenção de uma
pelve neutra em alguns exercícios que envolvem flexão da coluna superior, como o Chest lift (p.
54). Isso pode ser útil para o aprendizado de um controle mais isolado e uma conscientização da
pelve neutra. No entanto, os exercícios que envolvem uma flexão importante da parte lombar
da coluna vertebral, como o Ro/1-up (p. 73), naturalmente tendem a ser acompanhados por uma
inclinação pélvica posterior; nesses casos, tentar manter a pelve neutra pode impor um excesso
de estresse à parte lombar da coluna vertebral.
• Sente-se ereto. Um erro de alinhamento comum ao sentar é deixar a coluna colapsar
para baixo, com a parte lombar da coluna vertebral em flexão e a pelve em inclinação posterior.
Imagine-se levantando a parte torácica da coluna vertebral e a área da cabeça imediatamente atrás
das orelhas em d ireção ao teto, com o peso do tronco exatamente sobre os túberes isquiáticos.
Anatomicamente, o uso delicado dos extensores da parte torácica da coluna vertebral, equilibrado
com o uso dos abdominais, pode produzir o levantamento desejado da parte torácica da coluna
vertebral sem protrusão das costelas. Outra estratégia desejada, semelhante ao descrito na seção
anterior, é imaginar a tração da região inferior dos abdominais ligeiramente para dentiro e para
28 ANATOMIA 00 PILATES