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CINESIOLOGIA E

BIOMECÂNICA

Noura Reda Mansour


Cinesiologia da
coluna vertebral
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Analisar as curvaturas da coluna vertebral nas fases do desenvolvi-


mento humano.
„„ Identificar os movimentos e as adaptações da coluna vertebral nos
eixos e planos.
„„ Relacionar a postura corporal e a ação do centro de gravidade sobre
as adaptações da coluna vertebral.

Introdução
A coluna vertebral é uma estrutura do esqueleto axial constituída de
vértebras, sendo uma de suas funções suportar o peso corporal e manter
a postura ereta do corpo. Ela se torna suscetível às patologias dege-
nerativas ou adquiridas pela má postura durante as atividades diárias
e pode danificar as vértebras e estruturas que lhe dão suporte, como
músculos, articulações e ligamentos. Essa condição gera quadro álgico,
fraqueza muscular, posturas antálgicas, entre outros, portanto, para
diferenciar uma estrutura normal de uma alterada devido à presença
de patologias, é indispensável conhecer a anatomia e cinesiologia da
coluna vertebral.
Neste capítulo, você estudará as vértebras e curvaturas normais da
coluna vertebral nas fases do desenvolvimento humano; as posturas
que podem alterá-las; bem como seus movimentos e adaptações nos
eixos e planos.
2 Cinesiologia da coluna vertebral

Curvaturas da coluna vertebral nas fases do


desenvolvimento humano
Para entender as curvaturas da coluna vertebral nas fases do desenvolvimento
humano, você precisa rever sua anatomia e suas estruturas.

Anatomia da coluna vertebral


A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, se estende da
base do crânio até o ápice do cóccix e tem o formato de uma haste flexível que
constitui o esqueleto axial (LIPPERT, 2014). No adulto, ela mede aproximada-
mente de 71 a 75 cm. Entre suas inúmeras funções, pode-se citar (MOORE;
AGUR; DALLEY, 2013):

„„ proteger a medula espinal;


„„ fornecer a sustentação e o suporte da cabeça e do tronco;
„„ fornecer a passagem dos nervos espinais que emergem da medula
espinal;
„„ manter a postura ereta do corpo;
„„ permitir a inserção de músculos;
„„ permitir a movimentação da cabeça e do pescoço;
„„ permitir a fixação das costelas no tórax.

A coluna vertebral de um adulto é constituída de 26 ossos, denominados


de vértebras, que estão localizadas em cinco regiões. Observe a seguir.

„„ Região cervical, composta de sete vértebras.


„„ Região torácica, composta de 12 vértebras.
„„ Região lombar, composta de cinco vértebras.
„„ Região sacral, que consiste em um sacro com cinco vértebras fundidas.
„„ Região coccígea, composta de um cóccix com 3 a 5 vértebras fundidas.

Na Figura 1, você pode visualizar as regiões da coluna vertebral.


Cinesiologia da coluna vertebral 3

Figura 1. Regiões da coluna vertebral.


Fonte: Martini et al. (2009, p. 160).

Descrição das vértebras


Dependendo de sua localização, as vértebras podem variar de tamanho, forma
e ter outras características. Cada uma apresenta partes básicas que incluem os
processos articulares, o arco, forame e corpo vertebral, este último é a parte
anterior mais maciça do osso da vértebra que propicia resistência à coluna
vertebral e sustenta o peso corporal. A partir da quarta vértebra torácica (T4),
esses corpos aumentam gradativamente de tamanho para suportar cada vez
mais o peso do corpo.
4 Cinesiologia da coluna vertebral

Já os processos articulares possuem inclinação superior ou inferior para


se articularem com a próxima vértebra. O arco vertebral, por sua vez, está
localizado posteriormente ao corpo da vértebra e se divide em quatro partes
diferentes: processo espinhoso, lâminas, processo transverso e pedículos.
A face anterior do corpo vertebral e o arco formam as paredes do forame e,
quando as vértebras são empilhadas uma sobre a outra, os sucessivos forames
desenvolvem o canal vertebral para acomodar a medula espinal. Na Figura 2,
você pode conferir as partes básicas de uma vértebra.

Processo espinhoso
Processos
articulares
Processo transverso

Arco vertebral
Funções das partes em C
Fixação e movimento
musculares
Corpo vertebral Restrição do
movimento
Proteção da medula
espinal
Vistas superiores Sustentação do peso
do corpo

Processo espinhoso
Processo e faces
articulares inferiores Lâmina
Processo
transverso Arco
vertebral

Face articular superior Pedículo


Forame vertebral
Corpo vertebral
(osso derivado do centro) Margem epifisial
(osso liso derivado
da epífise anular)

Figura 2. Partes básicas de uma vértebra, representando a segunda vértebra lombar.


Fonte: Moore, Agur e Dalley (2013).
Cinesiologia da coluna vertebral 5

Região cervical
As vértebras cervicais são delicadas por terem o corpo vertebral pequeno,
estão localizadas na região do pescoço e têm um forame transverso em cada
processo transverso, pelo qual passam as artérias vertebrais. A primeira,
segunda e sétima vértebras se diferenciam das demais cervicais, pois possuem
peculiaridades diferenciadas (MARTINI et al., 2009; VANPUTTE; REGAN;
RUSSO, 2017).
A primeira vértebra cervical chama-se atlas, se articula diretamente
com o crânio por meio de côndilos occipitais e tem como função sustentar
a cabeça. O atlas (C1) se diferencia das outras devido à ausência de corpo
vertebral; à presença dos arcos vertebrais anterior e posterior; à existência
de faces articulares superiores com formato oval e inferiores circulares;
e ao forame ser maior em relação às outras vértebras. A articulação entre
o crânio e o atlas permite os movimentos de flexão e extensão da cabeça
(MARTINI et al., 2009).
A segunda vértebra é denominada de áxis (C2) e, diferentemente da pri-
meira, tem um corpo vertebral e um processo espinhoso. Ela articula-se com
o atlas por meio de um processo chamado de dente do áxis ou odontoide,
em que os dois estão ligados pelo ligamento transverso, formando um pivô
ou uma articulação do tipo trocoide e permitindo o movimento de rotação
da cabeça (de um lado para o outro) — entre a C1 e a C2 não há presença
de disco intervertebral. Da segunda a sétima vértebra cervical, o processo
espinhoso se torna bífido (MARTINI et al., 2009). Veja na Figura 3 a primeira
e a segunda vértebras.

O disco intervertebral é uma articulação cartilaginosa que permite fixações resistentes


entre os corpos vertebrais e atua como absorvente de impactos, sendo que suas formas
variadas criam as curvaturas secundárias da coluna vertebral.
6 Cinesiologia da coluna vertebral

Figura 3. Primeira e segunda vértebras cervicais.


Fonte: VanPutte, Regan e Russo (2016, p. 217).

Região torácica
As vértebras torácicas (Figura 4) se diferenciam das outras, pois apre-
sentam processos espinhosos longos que se direcionam inferiormente e
fóveas articulares para fixar as costelas em seus processos transversos. As
vértebras de T1 a T8 possuem fóveas inferiores e superiores articuladas
com os dois pares de costelas, já as de T9 a T12 têm somente uma fóvea
costal em cada lado. Os movimentos dessa região são limitados devido
à fixação das costelas no externo (MARTINI et al., 2009; VANPUTTE;
REGAN; RUSSO, 2017).
Cinesiologia da coluna vertebral 7

Vértebra torácica (TVI), vista lateral Vértebra torácica (TVI), vista superior
Corpo vertebral
Incisura
Processo a face vertebral
articulares superiores superior Fóvea Corpo Forame
costal
Pedículo do superior vertebral vertebral
arco vertebral
Fóvea costal
Fóvea costal superior
do processo Incisura
transverso vertebral Pedículo do
superior arco vertebral
Processo
transverso Fóvea costal
do processo
transverso
Processo
articular
inferior Incisura Fóvea costal Processo Lâmina do
vertebral inferior Processo articular arco vertebral
Processo inferior transverso superior Processo
espinhoso espinhoso

Figura 4. Vértebra torácica, vistas lateral e superior.


Fonte: Tank e Gest (2010, p. 9).

Regiões lombar, sacral e coccígea


As vértebras lombares são as maiores da coluna vertebral e se diferenciam
das demais por apresentarem um corpo vertebral grande e maciço; processos
transversos curtos e retangulares; lâminas robustas; e um forame vertebral
triangular. Devido ao seu formato, elas sustentam grande parte do peso cor-
poral, sendo mais suscetíveis à aparição das hérnias de disco. A maior de
todas as vértebras móveis se trata da L5, da qual o peso é transmitido para
a base do sacro (TORTORA; DERRICKSON, 2018; VANPUTTE; REGAN;
RUSSO, 2017). Veja na Figura 5 uma vértebra lombar.

POSTERIOR
Processo espinhhoso
Face articular superior
do processo articular
Lâmina do superior
ANTERIOR arco vertebral Processo transverso

Pedículo do
arco vertebral Forame vertebral
Localização
das vértebras
lombares Corpo vertebral

ANTERIOR
Visão superior

Figura 5. Vértebra lombar.


Fonte: Tortora e Derrickson (2018, p. 167).
8 Cinesiologia da coluna vertebral

As vértebras lombares realizam movimentos amplos e suportam grande parte do


peso corporal, com o passar do tempo e com a realização de posturas incorretas
durante o levantamento de objetos do solo, o disco intervertebral pode evoluir com
uma defeneração.

O sacro tem o formato triangular e é constituído de cinco vértebras sacrais


fundidas, cuja fusão começa na puberdade e termina até os 30 anos. Sua região
superior, denominada de base do sacro, apresenta faces que se articulam com
a quinta vértebra lombar. Já seus lados anterior e posterior possuem quatro
pares de forames, dos quais passam nervos e vasos sanguíneos (TORTORA;
DERRICKSON, 2018).
O sacro tem, ainda, o canal sacral que representa a continuação do canal
vertebral, cuja entrada inferior é denominada de hiato. A borda anterior da
sua primeira vértebra se curva para formar o promontório da base do sacro, o
qual serve como um ponto de referência para medir a pelve antes do parto. Os
processos transversos das vértebras sacrais fundidas formam uma sequência
ao longo da crista mediana.

Em algumas pessoas, a vértebra L5 é parcial (hemissacralização) ou completamente


fundida ao sacro (sacralização da vértebra), o que gera dores na região lombar.

O cóccix está situado na porção mais inferior da coluna vertebral, tem


formato triangular e é composto de 3 a 5 vértebras fundidas pequenas, que não
possuem forame vertebral, nem processos desenvolvidos. Por ser sensível, ele
se torna suscetível às fraturas se a pessoa cair na posição sentada. Na Figura
6, você pode observar tanto o cóccix como o sacro.
Já na Figura 7, você pode conferir como é a curvatura normal da coluna
vertebral na vista lateral.
Cinesiologia da coluna vertebral 9

Figura 6. Vista do sacro e do cóccix.


Fonte: Tortora e Derrickson (2018, p. 143).

Figura 7. Curvatura normal da coluna vertebral na vista lateral.


Fonte: Martini et al. (2009, p. 160).
10 Cinesiologia da coluna vertebral

A coluna vertebral de um feto se difere da de um adulto, apresentando


uma única curvatura côncava. A curvatura cervical começa a se desenvolver
a partir do momento em que o bebê mantém a cabeça ereta no terceiro mês
após seu nascimento. Já a curvatura lombar se desenvolve quando a criança
aprende a sentar, levantar e andar (TORTORA; NIELSEN, 2013).
As lordoses cervical e lombar são denominadas de curvaturas secun-
dárias, pois aparecem alguns meses após o nascimento e se desenvolvem à
medida que o bebê aprende a sentar, andar e correr. Elas também auxiliam
na descarga de peso sobre os membros inferiores quando ele começar a ficar
de pé. O lactente levanta a cabeça ao ser colocado na posição prona dos 2
aos 4 meses; e a partir dos 5 aos 6 meses, começa a elevar os dois membros
inferiores, esses movimentos antigravitacionais permitem o surgimento
dessas curvaturas. Na Figura 8, você pode ver o desenvolvimento das cur-
vaturas da coluna vertebral.

Figura 8. Desenvolvimento das curvaturas da coluna vertebral.


Fonte: Martini et al. (2009, p. 160).
Cinesiologia da coluna vertebral 11

Movimentos e adaptações da coluna vertebral


nos eixos e planos
O corpo e seus componentes se movem nos planos de movimento ao redor de
três eixos. Tanto os planos como os eixos são descritos sempre referenciando
à posição anatômica, que é mencionada ao se tratar dos movimentos articu-
lares e caracterizada universalmente da seguinte forma: o corpo se posiciona
em pé na postura ereta; a cabeça, os olhos e os dedos dos pés apontam para
frente; os membros superiores pendem ao lado dele; e as palmas das mãos
ficam viradas para frente.
Para facilitar a análise dos movimentos da coluna vertebral, você estudará
a descrição dos três planos de referência imaginários que atravessam o corpo:
sagital, frontal e transversal. O plano sagital divide-o em metades direita e
esquerda; o frontal separa em regiões anterior e posterior; e o transversal, em
partes superior e inferior.
Já os eixos são linhas imaginárias que atravessam as articulações, per-
pendiculares aos planos, em torno dos quais ocorrem os movimentos. O
eixo látero-lateral é perpendicular ao plano sagital e, ao redor deste, tem-se
a flexão e extensão dos segmentos corporais. Já o eixo anteroposterior fica
perpendicular ao plano frontal, em torno do qual há a adução e abdução; na
coluna, executa-se movimentos de inclinação lateral esquerda e direita. O eixo
longitudinal, perpendicular ao plano transversal, permite as rotações medial
e lateral dos segmentos do corpo.
A coluna vertebral é considerada uma articulação triaxial, porque realiza
movimentos nos três eixos e planos. No plano sagital, são executados os mo-
vimentos de flexão, extensão e hiperextensão em torno do eixo látero-lateral;
no frontal, ocorrem os movimentos de inclinação do tronco para a direita e
esquerda ao redor do eixo anteroposterior; e a rotação para direita e esquerda
se executa no plano transversal em torno do eixo longitudinal.
Devido às articulações, há movimentos em torno dos eixos entre a coluna
vertebral e outras estruturas. Entre o crânio e o atlas, por exemplo, a articulação
atlantoccipital permite a extensão e a flexão (balançar a cabeça para responder
sim); entre C1 e C2, a atlantoaxial possibilita o movimento de rotação da
cabeça sobre o pescoço (balançá-la para responder não).
12 Cinesiologia da coluna vertebral

Durante uma colisão de veículos, os impactos traseiros produzem a hiperextensão


da cabeça e do pescoço, um movimento conhecido como chicote e que afeta o
meniscoide, causando uma inflamação e dor no pescoço. Esse tipo de lesão é fatal,
pois pode gerar sequelas neurológicas graves (OATIS, 2014).

As articulações entre as vértebras executam os movimentos em torno


de seus eixos de acordo com a orientação das vértebras. As articulações
facetarias das vértebras torácicas mais altas se movem em direção ao plano
frontal limitando, desta forma, a flexão e o cisalhamento e o movimento de
inclinação lateral é mantido. Já as vértebras torácicas mais baixas das articu-
lações facetarias têm orientação no plano sagital, o que torna o movimento
menos restrito, com flexão, extensão e inclinação lateral, a rotação é mais
limitada (LIPPERT, 2014).
As articulações facetarias da coluna lombar têm formato semilunar e estão
orientadas nos planos sagital e frontal. Das vértebras L5 a S1, movimentos
como rotação e cisalhamento anterior não estão presentes. Já nas articulações
sacroilíacas (ASI), os movimentos são pequenos, porém elas permitem seus
três graus: rotação anteroposterior em torno eixo látero-lateral no plano sagital,
abdução e adução ao redor do eixo anteroposterior no plano frontal e rotação
médio-lateral ao redor do eixo longitudinal no plano transversal (FLOYD,
2011; LIPPERT, 2014).
Os movimentos da coluna vertebral ocorrem nas regiões cervical e lom-
bar, sendo discretos na torácica. Em relação às angulações de movimento,
a cervical faz a flexão e extensão em 45º e uma rotação lateral de 60º. A
maior parte do movimento do tronco é realizado pela coluna vertebral, na
qual a flexão acontece em torno de 80º e a extensão em cerca de 20 a 30º.
Já a flexão lombar lateral e a rotação lombar ocorrem em 35 e 45º, respec-
tivamente (FLOYD, 2011).
No sacro, há também dois movimentos específicos: a nutação, responsável
pela inclinação anterior da ASI e a contranutação, que se responsabiliza pela
inclinação posterior da ASI, conforme você pode ver na Figura 9.
Cinesiologia da coluna vertebral 13

Promontório
Promontório

Nutação Contranutação

Figura 9. Movimentos de nutação e contranutação do sacro.


Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 333).

Relação da postura corporal e ação do centro


de gravidade sobre as adaptações da coluna
vertebral
O equilíbrio fisiológico da coluna vertebral é sustentado por meio de curvaturas
no plano sagital (lordoses cervical e lombar, cifoses dorsal e sacral), que se
definem durante o desenvolvimento e o crescimento do corpo, têm variações
em graus e permitem a distribuição uniforme de forças em toda a coluna. O
centro de gravidade em uma postura ereta e em pé está situado ao nível da
segunda vértebra sacral (S2) (HAHN; ULGUIM; BADARAÓ, 2011).

Controle da cabeça
De acordo com Houglum e Bertoti (2014), a linha de gravidade incide sobre
o lado côncavo de cada curva vertebral quando a pessoa está na postura
ortostática. Seu centro de massa se localiza aproximadamente 2,5 cm acima
14 Cinesiologia da coluna vertebral

do eixo longitudinal da articulação atlantoccipital, de tal forma que a cabeça


se mantém em equilíbrio instável. A linha de gravidade da cabeça é refletida
um pouco anteriormente a esse eixo para a execução da flexão e extensão
na postura normal. Já quando a cabeça se inclina para atrás (hiperextensão
cervical), o centro de gravidade se posiciona posteriormente ao eixo.

Postura sentada
Durante a postura sentada, o peso do corpo é transferido para as musculaturas
dorsal e pélvica. Quando a pessoa senta em uma cadeira sem apoio, a lordose
lombar diminui e resulta em um aumento da pressão no disco intervertebral,
pois ele se desloca do centro para a região posterior da vértebra. Na postura
sentada ereta, a lordose lombar se mantém, e a pressão no disco diminui.

Postura em decúbitos dorsal e ventral


Quando está em decúbito dorsal, a coluna vertebral se mantém em repouso e
com uma menor pressão nos discos intervertebrais. Para manter a boa postura,
a superfície para descanso deve ser firme a fim de evitar a perda da curvatura
lombar e macia para moldar as curvaturas normais da coluna vertebral. Já a
posição em decúbito ventral precisa ser evitada, pois aumenta a pressão na
coluna cervical.

1. A coluna vertebral de um a) As curvaturas torácica,


adulto é formada por quatro sacral, cervical e lombar são
curvaturas, classificadas como convexas anteriormente.
primárias e secundarias. Com b) As curvaturas torácica e cervical
base no seu conhecimento sobre são côncavas anteriormente, já
curvaturas fisiológicas, escolha as curvaturas sacral e lombar
a alternativa que apresente são côncavas posteriormente.
os nomes e as características c) As curvaturas sacral e lombar
normais delas. são convexas posteriormente,
Cinesiologia da coluna vertebral 15

já as curvaturas torácica características especiais, como


e cervical são convexas o atlas ser articulado com o áxis
anteriormente. por meio do processo odontoide
d) As curvaturas sacral e torácica e do ligamento transverso. Essa
são côncavas anteriormente, articulação executa o movimento
já as curvaturas lombar de ________, realizado no plano
e cervical são côncavas transverso. Escolha a alternativa que
posteriormente. se encaixa corretamente no espaço.
e) As curvaturas lombar e torácica a) flexão e extensão do pescoço.
são côncavas posteriormente, b) flexão e rotação lateral
já as curvaturas cervical e sacral direita do pescoço.
são convexas anteriormente. c) rotação lateral direita e esquerda.
2. João, um senhor de 75 anos, d) flexão e rotação lateral.
relata que tem dificuldades para e) extensão e rotação lateral.
caminhar devido às fortes dores na 5. Quando o indivíduo senta em uma
região lombar que irradiam para o cadeira sem apoio, seu tronco tende
membro inferior esquerdo. Após a flexionar para manter o equilíbrio,
a realização de uma tomografia, causando grandes pressões nas
observou-se uma degeneração vértebras devido ao deslocamento
em L5. Em relação às lesões e do ponto de gravidade em
deformidades da coluna vertebral, relação à coluna vertebral, o
escolha a alternativa correta. que pode resultar em uma lesão
a) Cifose. degenerativa. Escolha a alternativa
b) Hiperlordose. que corresponde ao local da lesão.
c) Hérnia de disco. a) Pode gerar uma escoliose
d) Escoliose com curva em C. torácica devido ao deslocamento
e) Escoliose com curva em S. do núcleo pulposo fora do
3. Ao voltar de viagem, um casal centro do disco intervertebral.
bateu o carro violentamente e, b) Pode lesionar o disco
durante a batida, um deles teve intervertebral situado entre o
uma brusca hiperextensão cervical C1 e os côndilos occipitais.
seguida de uma flexão. Essa lesão c) Pode lesionar o ligamento
ocorreu em quais vértebras? deltoide, responsável pela
a) Entre L1 e S1. articulação entre C1 e C2.
b) Entre T2 e L5. d) Pode causar uma hérnia
c) Entre C7 e T1. de disco, pois o núcleo
d) Entre as vértebras cervicais. pulposo é deslocado do
e) Entre L1 e L5. centro para a periferia.
4. Sabe-se que as vértebras cervicais e) Causa uma provável
C1 e C2 são atípicas e têm fratura em L1 ou L5.
16 Cinesiologia da coluna vertebral

FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 16. ed. Barueri: Manole, 2011. 432 p.
HAHN, P. T.; ULGUIM, C. B.; BADARAÓ, A. F. V. Estudo retrospectivo das curvaturas da
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Leituras recomendadas
FONSECA, M. P. M.; CARDOSO, F.; GUIMARÃES, A. Fundamentos biomecânicos da
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STRIANO, P. Coluna saudável: anatomia ilustrada: guia completo para alongamento,
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