Coluna Vertebral
Leticia P. Molaro TXXV
A Coluna Vertebral
● A coluna vertebral forma o eixo ósseo do corpo e
está constituída de modo a oferecer a resistência
de um pilar de sustentação, mas também a
flexibilidade necessária à movimentação do
tronco
● Ela protege a medula espinhal, que está alojada
no seu interior, serve de pivô para suporte e
mobilidade da cabeça, permite movimentos entre
diversas partes do tronco e dá fixação a
numerosos músculos
● Sua função principal, entretanto, é suportar o
peso da maior parte do corpo e transmiti-lo,
através das articulações sacroilíacas, para os
ossos do quadril
● Em vista anterior e posterior a coluna é retilínea
● Já em vista lateral apresenta curvaturas (cervical,
torácica, lombar e pélvica) que são
indispensáveis para a manutenção do equilíbrio e
da postura ereta
● Essas curvaturas se desenvolvem no primeiro
ano de vida e permitem, em termos, o andar
bípede
● A coluna é formada por 33 vértebras sobrepostas
e fortemente unidas por ligamentos e discos
invertebrais
● Em sentido longitudinal essa vértebras formam
um conjunto que se estende pela nuca, tórax,
abdome e pelve
As Vértebras
● São reconhecidas 7 vértebras cervicais, 12
vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5
vértebras sacrais e 4 vértebras coccígeas
● As vértebras sacrais são fundidas em peça única,
o sacro, alicerce da pelve e que se articula com
os ossos do quadril
● As vértebras coccígeas são rudimentares no
homem e não tem a importância que lhes é
conferida nas espécies caudadas
● Por ser um suporte de peso, a parte anterior das
vértebras vai aumentando de volume conforme
vai baixando, ou seja, aumenta da porção cervical
à lombar. Isso porque, as vértebras inferiores têm
sobrecarga de peso, quando comparadas com as
vértebras superiores
● Entre os corpos vertebrais apresenta-se um disco
intervertebral, fibrocartilaginoso, depressível,
capaz de absorver os aumentos de pressão numa
súbita sobrecarga da coluna e conferir mobilidade
entre vértebras adjacentes
Estrutura Geral das Vértebras
● Constituídas basicamente por osso esponjoso
● Possuem um anel ósseo que circunda um forame,
o forame vertebral, o qual pode ser considerado
como um segmento do canal vertebral, onde se
aloja a medula espinhal
● A parte anterior do anel é o corpo vertebral,
cilindróide e com superfícies superior e inferior
planas
● A parte posterior do anel, denominada arco
vertebral, consiste num par de pedículos e num
par de lâminas
● Os pedículos projetam-se posteriormente da parte
superior do contorno posterior do corpo vertebral
e unem-se com as lâminas que se fundem no
plano mediano
● No ponto de fusão das lâminas no plano mediano,
projeta-se posteriormente o processo espinhoso
● No ponto de fusão dos pedículos com as lâminas
projetam-se três processo adicionais com
direções diferentes: o processo transverso,
lateralmente; o processo articular superior,
cranialmente, e o processo articular inferior,
caudalmente
● Os processos articulares apresentam uma face
articular
● Na coluna vertebral, estas faces de vértebras
adjacentes se encaixam perfeitamente
● As quatro faces articulares de cada vértebra e o
disco invertebral constituem o mecanismo de
articulação de vértebras adjacentes
● As faces superior e inferior do pedículo
apresentam uma denteação, as incisuras
vertebrais, superior e inferior
● Cada incisura, com a vizinha da vértebra
adjacente, forma um forame intervertebral, que
dá passagem para o nervo espinal e vasos
OBS: Espinha bífida = não desenvolvimento correto das
lâminas, não formando o arco e deixando-se um espaço

Vértebras Cervicais
● Das vértebras cervicais, a 1º e a 2º vértebras (C1
e C2) são consideradas atípicas e denominadas,
respectivamente, atlas e áxis
● As quatro seguintes são consideradas típicas,
como a 7º, embora esta apresente algumas
particularidades
● Atlas:
- não apresenta um corpo vertebral nem processo
espinhoso
- é um anel losângico que circunda um grande
forame vertebral
- nos ângulos laterais do losango o osso
apresenta massas laterais, interligadas pelos
arcos anterior e posterior
- sobre cada massa lateral apresenta-se a face
articular superior, que recebe o côndilo occipital
do crânio
- o processo transverso projeta-se lateralmente e
apresenta um forame transversário, para a
passagem da artéria vertebral em seu trajeto para
o crânio
- o arco anterior fecha o anel no plano mediano e
apresenta, neste local, na sua face posterior, uma
faceta articular para o dente do áxis, a fóvea do
dente, e na face anterior, o tubérculo anterior
- o arco posterior apresenta no plano mediano o
tubérculo posterior, vestígio do processo
espinhoso
- na face inferior de cada massa lateral há uma
face articular inferior
● Áxis:
- serve de eixo para a rotação do atlas com o
crânio
- a superfície superior do corpo vertebral projeta-
se no dente do áxis (processo ontóide), com qual
se articula a face posterior do arco anterior do
atlas
- as faces articulares superiores situam-se de
cada lado do dente
- ao contrário do atlas, que não apresenta
processo espinhoso, o do áxis é bifurcado
● Vértebras cervicais típicas:
- corpo vertebral pequeno e retangular
- forame vertebral grande e triangular
- os processos transversos apresentam forame
transversário, para a passagem da a. vertebral
Leticia P. Molaro TXXV
- lateralmente aos forames transversários tem-se
dois tubérculos, anterior e posterior
- os processos espinhosos são curtos, bifurcados
e pouco inclinados em relação ao plano dos
corpos vertebrais
- as faces articulares dos processos articulares
situam-se mais horizontalmente do que
verticalmente
OBS: A punção na região cervical reduz o risco de lesar a
medula espinhal devido ao grande forame triangular
● 7º Vértebra Cervical:
- embora tenha as características das vértebras
típicas, possui alguns aspectos particulares
- o forame transversário pode não existir
- o processo espinhoso é longo e não bifurcado,
facilmente palpável no vivente, principalmente
quando se flete a cabeça
- ele termina em um tubérculo que dá inserção ao
ligamento nucal
- conhecida como vértebra proeminente
Vértebras Torácicas
● Embora as vértebras T1, T9, T10, T11 e T12
possam apresentar alguns acidentes que as
distinguem das demais vértebras torácicas, estas
diferenças não são de grande importância
● A primeira vértebra torácica tende a se
assemelhar à última cervical
● Vértebras torácicas típicas:
- são maiores, mas seu forame é menor (mais
estreito) e redondo
- não possui forame transversário
- articulam-se com as costelas por meio das
fóveas costais superiores e inferiores, ovais e
situadas na emergência do pedículo
- o processo transverso apresenta fóvea costal do
processo transverso, que articula-se com o
tubérculo da costela
- os processos espinhosos são longos, pontudos
e muito inclinados inferiormente
- os corpos vertebrais tem volume intermediário
- as faces articulares estão localizadas num plano
frontal
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Vértebras Lombares
● São as vértebras mais volumosas da coluna
vertebral
● Vértebras lombares típicas:
- possui corpo vertebral com formato de rim
(reniforme)
- o forame vertebral é pequeno e triangular
- o processo espinhoso é curto e quadrilátero
- não apresenta fóveas costais e forames
transversários
- as faces articulares estão situadas em plano
ântero-posterior, de modo que se articulam quase
em plano sagital
- possui um processo costal (parece o transverso, ● A face dorsal do sacro é acidentada e convexa,
mas não é) - não tem a mesma origem do enquanto a pélvica é lisa e côncava
transverso ● A fusão das peças sacrais (pélvica e dorsal)
esconde o canal sacral, mas ele é visível no
extremo inferior como uma abertura triangular, o
hiato sacral (término do canal sacral e ocluído
por uma membrana fibrosa)
● No plano mediano está a crista sacral mediana
● De cada lado da crista sacral mediana há uma
crista sacral medial (intermédia), que apresenta
tubérculos articulares lateralmente, aos quais
se situam os forames sacrais posteriores
● Lateralmente aos forames pode-se identificar uma
terceira crista, a crista sacral lateral
● Na parte mais cranial da face posterior estão
presentes os proeminentes processos
articulares
Osso Sacral (Sacro) ● A face lateral do sacro é alargada até o nível de
S3, mas se estreita consideravelmente em
● É uma peça óssea única formada pela fusão de
direção caudal
cinco vértebras sacrais
● A porção alargada é áspera no seu terço dorsal,
● É um osso triangular, recurvo, de base superior e
mas apresenta uma faceta articular nos dois
ápice inferior, com concavidade anterior
terços pélvicos, a face auricular, que articula-se
● Situa-se em cunha entre os ossos do quadril e
com o ílio na articulação sacroilíaca
fecha, posteriormente, o cíngulo do membro
inferior
● Apresenta uma base (superior), um ápice
(inferior), parte lateral e faces pélvica e dorsal
● Na base, está a abertura do canal sacral (que
corresponde ao canal vertebral na coluna)
● A face pélvica apresenta uma área óssea
mediana, uma série de forames de cada lado, os
forames intervertebrais e sacrais anteriores, e
as duas massas laterais
● A área mediana é composta pelos cinco corpos
vertebrais fundidos, sendo o primeiro mais nítido
● As linhas de fusão são conhecidas como linhas
transversas e correspondem ao discos
invertebrais ossificados
● O corpo da 1ª vértebra sacral articula-se com a 5ª Cóccix
vértebra lombar por um disco invertebral ● O cóccix deriva da fusão de três ou quatro peças
● Na margem superior do contorno anterior do coccígeas, constituindo um osso irregular,
corpo da 1ª vértebra sacral, no plano mediano, afiliado, que representa o vestígio da cauda no
um ponto mais projetado marca o promontório extremo inferior da coluna vertebral
(ponto de referência importante no toque vaginal) ● Articula-se com o sacro por meio de um disco
● Nos extremos das linhas transversais situam-se invertebral
os forames sacrais anteriores, por onde
emergem os ramos ventrais dos quatro primeiros
nervos sacrais
● O canal sacral se comunica com os forames
sacrais anteriores e posteriores
● A parte mais superior das partes laterais,
correspondente ao corpo de S1, expande-se para
ambos os lados e constitui as asas do sacro
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Curvaturas da Coluna OBS: O exagero nestas curvaturas traduz uma situação
● As curvaturas se desenvolvem ao longo do 1º ano patológica. Assim, o aumento ou a irregularidade da
de vida do indivíduo PÓS nascimento curvatura torácica é denominada cifose. Já o exagero da
● O indivíduo só começa a andar quando todas as curvatura lombar é denominado lordose.
curvaturas estão desenvolvidas OBS 2: Não há curvaturas laterais na coluna, porém elas
● No nascimento, a coluna vertebral acompanha a podem ser criadas pelo desvio lateral de algumas
forma da parede da cavidade uterina, como faz o vértebras, caracterizando a escoliose, causa de
feto, de modo que está fletida em curva suave e deformação e desequilíbrio locomotor
contínua de concavidade anterior (ou
convexidade posterior), denominada curvatura
primária da coluna vertebral
● Após o nascimento (2 a 3 meses) a criança torna-
se capaz de levantar a cabeça e esses
movimentos são estímulos para a formação de
uma curvatura na região cervical, com
concavidade posterior (ou convexidade anterior),
chamada curvatura cervical
● O mesmo ocorre na região lombar da coluna, em
adaptação às forças de carga e à locomoção,
desde que a criança começa a se levantar e
andar (8 a 9 meses)

● Assim a curvatura lombar também tem

concavidade posterior (ou convexidade anterior)
● Deste modo, duas curvaturas, a torácica e sacral,
mantêm a direção da curvatura primária do feto, e
são ditas curvaturas primárias da coluna
vertebral, enquanto as curvaturas cervical e
lombar apresentam sentido inverso daquelas e
são ditas curvaturas secundárias (ou
compensatórias) da coluna vertebral
● Portanto tem-se:
- curvatura cervical (convexidade anterior)
- curvatura torácica (convexidade posterior)
- curvatura lombar (convexidade anterior)
- curvatura pélvica (convexidade posterior)

● A sequência destas curvaturas é essencial para

que a coluna possa suportar compressão no
sentido longitudinal (as curvaturas trazem a linha
de gravidade para a base do corpo)