Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RELATÓRIO DE TUTORIA
ABERTURA DO PROBLEMA
E. Objetivos Propostos
1. Descrever a anatomia e fisiologia do sistema locomotor com ênfase na coluna vertebral;
2. Estudar a biomecânica da postura, do equilíbrio e da marcha no ser humano;
3. Abordar os fatores de risco relacionados aos traumas do aparelho locomotor com ênfase na coluna
vertebral;
4. Compreender os principais tipos de fraturas do aparelho locomotor e a cinética do trauma.
FECHAMENTO DO PROBLEMA
F. Objetivos Resolvidos
1. DESCREVER A ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA LOCOMOTOR COM
ÊNFASE NA COLUNA VERTEBRAL;
MARCHA:
Conceito: caracterizada por uma sequência de múltiplos eventos rápidos e complexos, tem grande relevância
no estudo e no tratamento de patologias do aparelho locomotor.
Biomecânica: é dividido em duas fases:
Fase de apoio: o ciclo da marcha começa quando o pé anterior toca o solo. Nesse momento, os
MMII sustentam todo o peso ou a maior parte dele. Ao fim da fase de apoio, há um impulso e depois a perna
balança para a frente e entra em contato com o solo novamente. O período de apoio é dividido em quatro
fases: (1) contato inicial, (2) carga, (3) apoio médio e (4) apoio terminal. A atividade funcional durante a fase
de apoio é sustentar o peso. Períodos de apoio unipodal alternam-se com períodos de apoio duplo.
Fase de balanço: também é dividida em quatro partes: (1) pré-balanço, (2) balanço inicial, (3)
balanço médio e (4) balanço terminal. A atividade funcional durante a fase de balanço é avançar o membro.
Vale lembrar que durante a marcha, sempre há pelo menos um pé em contato com o solo, e há dois
períodos de apoio duplo. Quando não há mais um momento de contato dos dois pés com o solo, a pessoa
deixou de caminhar e passou a correr.
CONCEITOS BÁSICOS:
Cadencia: número de passos dados em unidade de tempo (passos/minuto).
Passo: espaço entre o contato inicial de um pé e o contato inicial do pé contralateral no solo (em
tempo ou comprimento).
Passada: contato inicial de um pé no solo e o novo contato inicial do mesmo pé. Corresponde a dois
passos.
3. ABORDAR OS FATORES DE RISCO RELACIONADOS AOS TRAUMAS DO
APARELHO LOCOMOTOR COM ÊNFASE NA COLUNA VERTEBRAL;
As lesões ocorrem, principalmente, no sexo masculino, na proporção de 4:1, na faixa etária entre 15
a 40 anos. Acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por
arma de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular. O dano à medula espinhal varia de
uma concussão transitória, da qual o paciente recupera-se completamente (contusão, laceração e compressão
da substância da medula) até uma transecção completa da mesma, tornando o paciente paralisado abaixo do
nível da lesão traumática.
TIPOS DE FRATURAS:
Tipo de fragmento:
Fraturas simples: dois fragmentos fraturários;
Fraturas cominutivas: três ou mais fragmentos;
Fraturas segmentares: duas linhas de fratura, separando o fragmento intermediário do fragmento proximal
e distal. Tipos de traço:
Fraturas simples: apresentam traço único com apenas dois fragmentos ósseos;
Fraturas em cunha: apresentam, pelo menos, um terceiro fragmento, porém com contato entre os
dois principais;
Fraturas complexas: são aquelas em que não há contato entre os dois fragmentos principais.
Extensão do traço:
Fraturas completas: separação total dos fragmentos;
Fraturas incompletas: separação parcial.
Exemplos de fraturas incompletas:
Fraturas lineares (ou fissuras): quando o traço de fratura se estende apenas por uma parte do osso;
Fraturas em galho verde: comuns em crianças pequenas, quando uma força angulatória produz
uma falha no lado convexo da curva e apenas uma angulação no lado côncavo da fratura, tal como ocorre
quando rompemos um galho verde de uma árvore jovem;
Fraturas impactadas metafisárias: quando há uma ruptura da fina camada de osso cortical que
rodeia o osso esponjoso metafisário, também mais comuns em criança.
As fraturas completas podem ser não desviadas, quando os fragmentos mantêm o alinhamento, ou
desviadas, quando há um desalinhamento desses fragmentos, necessitando redução da fratura. As fraturas
desviadas podem ser: anguladas, cavalgadas, rodadas, com desvio lateral, com diástase (aumento da distância
entre os fragmentos).
Acometimento das partes moles:
Fraturas fechadas: sem comunicação com o meio externo
Fraturas expostas: também chamadas de abertas, comunicando-se com o meio externo. As fraturas
expostas são as fraturas com maior índice de complicação, especialmente a infecção óssea (osteomielite).
Acometimento das articulações:
Fraturas extra-articulares: o traço da fratura não acomete a articulação
Fraturas intra-articular: o traço da fratura atinge a articulação; a qual exige redução (correção do
desvio da fratura) perfeita pois a consolidação da fratura com degrau articular levará ao desgaste da
articulação – artrose.
Porção do osso acometida:
Diafisárias; Epifisárias;
Metafisárias; Intra-articulares.
Fraturas patológicas: aquela que ocorre em um osso enfraquecido por uma patologia prévia (ex.:
osteoporose, mieloma múltiplo). Estas fraturas podem ocorrer após pequenos traumas, muitas vezes nem
lembrados pelo paciente.
Fraturas por estresse: ou fratura por fadiga, é aquela que ocorre, não por um trauma agudo, mas por
pequenos traumas repetidos.
FRATURAS PAROLÓGICAS
Na C2: Pode ser em odontoide ou no corpo (fratura do enforcado) e pode ser classificada em tipos I, II e III;
Outros locais comuns de fratura na coluna: C1, C5, C6 e região toracolombar.
Manejo: as estáveis possuem manejo mais conservador, enquanto que as instáveis precisam de
procedimento cirúrgico.
CINÉTICA DO TRAUMA
Após os primeiros cuidados e estando o paciente adequadamente ventilado e hemodinamicamente
estável, serão realizados os exames radiográficos da região supostamente comprometida. O trauma
raquimedular pode ser dividido em agudo ou crônico e também em primário ou secundário. Tanto o primário
quanto o secundário podem ter fases agudas e crônicas. A lesão primária é ocasionada pela transferência da
energia cinética para a substância da medula espinal, do rompimento dos axônios, de danos das células
nervosas e da ruptura dos vasos sanguíneos. Durante as 8 primeiras horas após o trauma ocorrem hemorragia
e necrose na substância central da medula. Após isto temos a migração de células gliais e edema no local da
lesão, com a cicatrização desta.
A lesão secundária resulta da isquemia causada pela redução do fluxo sanguíneo para o segmento
danificado. Essa redução pode ser causada por alteração do canal vertebral, hemorragia ou edema
significantes. A cicatriz formada no local da lesão pelas células gliais leva à lesão crônica, pois ela não só
inibe o crescimento axonal fisicamente, como libera as substâncias que inibem o seu crescimento. O
prognóstico de um trauma raquimedular geralmente só pode ser definido após as primeiras 24 horas, quando
termina o chamado “choque medular”, período de arreflexia, paralisia motora e perda da sensibilidade. Esse
choque medular pode ser definido como uma interrupção fisiológica da condução nervosa pela medula, que é
demonstrada fisicamente pela ausência do reflexo bulbocavernoso, que é testado fazendo um estímulo na
glande ou no clitóris e checando se há ou não contração do esfíncter anal. Quando a contração ocorrer, é
sinal que o paciente já está fora do choque medular.
REFERÊNCIAS
BARROS FILHO, Tarcísio Eloy Pessoa de; CARMARGO, Olavo Pires de. Ortopedia e traumatologia
para graduação. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. ISBN 978-85-372-0302-6.
MOORE, Keith L et al. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2014. ISBN
978-85-277-2584-2.
SOUSA, E.P.D., et al. Principais complicações do Traumatismo Raquimedular nos pacientes internados na
unidade de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal. Com. Ciências Saúde. v. 24, n.4, p.321-
330, 2014.