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BIOMECÂNICA E

CINESIOLOGIA
Biomecânica e Cinesiologia

Prof.º Ms. Cesar Luis Teixeira


Aquilo que não se
pode medir, não
se pode melhorar.
William Thomson
Unidade 4
CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES DO
MOVIMENTO

• Considerações neurológicas do movimento;

• Estrutura macroscópica do músculo;

• Características funcionais do músculo;

• Mecânica muscular e princípios básicos do fortalecimento


Muscular .
Objetivos de Aprendizagem

• Entender os conceitos relacionados ao sistema nervoso para


compreender o funcionamento e o controle dos movimentos;

• Identificar a organização física do músculo, tipos de fibras e


inserção muscular;

• Identificar o potencial da fibra muscular, suas funções, papel


e ações musculares gerais;

• Conhecer as propriedades mecânicas que influenciam a força


muscular e identificar alguns princípios e modalidades do
treinamento para o fortalecimento muscular.
CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES DO MOVIMENTO

Sistema nervoso

Este tema é vital para compreender


o funcionamento e o
controle dos movimentos.

O sistema nervoso possibilita a


comunicação entre o cérebro e as
diferentes partes do corpo.
CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES DO MOVIMENTO

Sistema nervoso

Anatomicamente, pode ser


dividido em central (encéfalo
e medula espinhal) e
periférico (nervos sensoriais e
motores).
Funcionalmente, esse sistema
pode ser classificado quanto
ao seu controle voluntário
(sistema nervoso somático) e
involuntário (sistema nervoso
autônomo).
Sistema nervoso

No sistema nervoso
periférico (SNP), encontra-
se uma porção sensitiva ou
aferente e uma porção de
resposta ou eferente.
A porção sensitiva/aferente
é responsável por informar
ao sistema nervoso central
(SNC) o que ocorre dentro e
fora do organismo.
Sistema nervoso

A porção de resposta/
eferente é responsável pelo
envio de informações do SNC
aos diversos tecidos, órgãos e
sistemas do corpo, em
resposta aos sinais que
chegam por meio da divisão
sensitiva.
Sistema nervoso

A porção eferente do sistema


nervoso periférico, ainda, é
dividida em duas partes:

Sistema nervoso autônomo


(controlar/comandar todas as
partes do corpo, exceto
músculo esquelético)
Sistema nervoso

Sistema nervoso motor


(controlar/comandar apenas
músculo esquelético)
Sistema nervoso

Via Sensorial

Receptores especializados, responsáveis pela conversão do estímulo


recebido na periferia, em potencial de ação, prolongado até o SNC.
Tipos de receptores sensoriais:
Mecanorreceptores (fuso muscular, órgão tendinosos de Golgi,
corpúsculo de Paccini, receptores articulares, entre outros);
Termorreceptores (de frio e calor);
Fotorreceptores (cones e bastonetes – visão);
Quimiorreceptores (osmorreceptores, corpos carotídeos e
aórticos).
Sistema nervos

Via Sensorial

Os receptores, entretanto,
que nos interessam e
relacionam-se ao
movimento voluntário, são
os mecanorreceptores
musculares:
fuso muscular e órgão
tendinoso de Golgi.
fuso muscular

É um receptor sensorial, localizado em paralelo às fibras


musculares (extrafusais).
A estrutura do fuso muscular é composta por fibras
modificadas (fibras intrafusais), contidas em uma cápsula,
com um nervo sensorial espiralado ao redor do seu centro,
por isso não é capaz de se contrair.
fuso muscular

As extremidades contêm fibras contráteis, inervadas por


neurônios motores do tipo gama.
Ao serem estimulados contra as extremidades das fibras
intrafusais, com distensão da região central, sofre uma
deformação, ativando o nervo sensorial, que estimula o
motoneurônio alfa a ativar as fibras musculares (extrafusais).
Sua função principal é informar ao SNC o grau de contração, o
comprimento muscular e a frequência na alteração de seu
tamanho (MARCHETTI et al., 2013).
Órgão tendinoso de Golgi

Localizado na região do
músculo tendínea, é um
receptor sensorial,
disposto em série com as
fibras musculares.

Sua função principal é


avaliar o grau de tensão
produzido no tendão.
Órgão tendinoso de Golgi

Liga-se a neurônios Ib que fazem conexão (sinapse) com


interneurônios inibitórios, inibindo, desse modo, os
respectivos neurônios motores alfa do músculo em questão.
Essa inibição induz a contração muscular, diminuindo o grau
de força gerada.
Motoneurônio

A via motora voluntária envolve, em especial, o motoneurônio


alfa (neurônio motor tipo alfa), ligando às fibras musculares.
Portanto, o músculo esquelético é, funcionalmente,
organizado com base na unidade motora.
Esta é composta pelo corpo celular, pelos dentritos de um
motoneurônio, pelos múltiplos ramos de seu axônio e pelas
fibras musculares que ela inerva.
Unidades motoras

Cada músculo possui


um determinado
número de unidades
motoras e cada unidade
motora possui um
número de fibras
musculares inervadas,
como mostra a figura a
diante.
Unidades motoras

“A lei do tudo ou nada”


ocorre quando a unidade
motora é a unidade ativada
por um esforço voluntário,
no qual todos os seus
componentes são ativados
sincronicamente. Logo, faz
todas as suas fibras
musculares serem ativadas,
sincronicamente, e com o
grau de tensão máxima.
Motoneurônio

A estimulação dos motoneurônios,


por meio dos potenciais de ação,
inicia o processo de contração
muscular.
Em condições normais, os
potenciais de ação percorrem o
motoneurônio alfa e ativam as
fibras musculares da unidade
motora.
A membrana é despolarizada e o
potencial de ação é propagado em
ambas as direções, ao longo do seu
comprimento.
Motoneurônio

A resposta imediata das


fibras musculares (unidade
motora) à sua despolarização
é chamada de abalo,
definido como a resposta de
força no tempo, por causa de
um único impulso.
Outro fator relevante
relaciona-se à velocidade, na
qual o potencial de ação é
propagado no axônio motor
(MARCHETTI et al., 2013).
BIOMECÂNICA E
CINESIOLOGIA
Biomecânica e Cinesiologia

Prof.º Ms. Cesar Luis Teixeira


Unidade 4

CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES DO MOVIMENTO


CONSIDERAÇÕES NEUROMUSCULARES DO
MOVIMENTO

• Estrutura macroscópica do músculo;

• Características funcionais do músculo;


Objetivos de Aprendizagem

• Identificar a organização física do músculo, tipos de fibras e


inserção muscular;

• Identificar o potencial da fibra muscular, suas funções, papel


e ações musculares gerais;
Estrutura macroscópica do músculo

O sistema muscular pode ser dividido em três categorias de


músculos: cardíaco, liso e esquelético.
Com características especiais e funções definidas.
Nosso foco, entretanto, será a análise dos músculos estriados
esqueléticos promotores dos movimentos e ações motoras.
Tipos de músculos
O músculo liso ou visceral

É mediado pelo sistema nervoso periférico


autônomo (SNA), tem funcionamento
involuntário e lento, é uninucleado e sem
estrias transversais
O músculo estriado cardíaco

É mediado pelo Sistema


Nervoso Periférico Autônomo
(SNA), tem um funcionamento
involuntário e rápido, é uni
ou binucleado e com estrias
transversais.

o músculo cardíaco denomina-


se miocárdio.
A frequência do batimento
cardíaco é controlada por um
grupo de células (marca-passo
cardíaco ou nó sinoatrial).
O músculo estriado cardíaco

O músculo cardíaco realiza


dois tipos de movimentos.

Quando se contrai,
denominamos de sístole e,
no momento que relaxa,
denominamos como diástole.
O músculo estriado cardíaco

Lembramos, a partir de
conhecimentos anteriores da
anatomia e fisiologia, que nosso
coração sofre alterações
significativas e positivas com a
prática de exercícios físicos, e o
treinamento de alto rendimento
propicia benefícios maiores para
seus praticantes, pois o coração
melhora sua capacidade
hemodinâmica.
MÚSCULO
ESTRIADO ESQUELÉTICO

Mediado pelo Sistema


Nervoso Periférico Somático
(SNS). Ele possui um
funcionamento voluntário e
rápido, multinucleado
e com estrias transversais.

Cerca de 215 pares.


Estrutura macroscópica do músculo

Todo movimento humano, do


piscar de olhos à corrida de um
maratonista, é gerado pela
ação de um músculo.

O músculo é o único tecido do


corpo humano capaz de
produzir força
biomecanicamente.
Estrutura macroscópica do músculo

São usados para manter uma


posição, desacelerar um
movimento rápido, promover
contração, entre outros.
A tensão desenvolvida pelos
músculos aplica compressão
nas articulações, aumentando
sua estabilidade, porém em
algumas posições articulares o
oposto pode ocorrer, criando
instabilidade.
funções do tecido muscular

Produzir Movimento

Manter Posturas e Posições

Estabilizar Articulações

representam cerca de 40% a


45% da nossa massa corporal
(Kg)
funções do tecido muscular

• Suportam e protegem os órgãos


viscerais bem como os tecidos
internos de lesões.

• A tensão no tecido muscular pode


alterar e controlar pressões dentro
das cavidades.

• Contribui para a manutenção da


temperatura corporal pela produção
de calor.

• Controlam as entradas e saídas do


corpo pelo controle voluntário da
deglutição, defecação e eliminação
da urina.
Organização física do músculo

- Músculo
- Fascículo
- Fibra muscular
- Miofibrilas
- Miofilamentos (actina e
miosina)
- Tecidos conjuntivos:
tendão, epimísio,
perimísio, endomísio.
Organização física do músculo
Miofilamentos
sarcômero
• 2 linhas Z (discos Z) e três faixas ou bandas.
• Bandas escuras – extremidades da banda A.
• Bandas claras (banda I – sem miosina/ Zona H
ou região central da banda A – sem actina
Durante a contração muscular, as proteínas actina e
miosina deslizam entre si, aumentando o volume muscular.
Para ocorrer contração muscular é necessário o
estímulo do sistema nervoso.
A Ação do sarcômero durante a contração muscular

Resumo da Biomecânica da contração muscular:


• Estímulo nervoso percorre a membrana.
• Atinge o retículo sarcoplasmático.
• Este libera cálcio no sarcoplasma.
• Os íons cálcio entram em contato com as miofibrilas,
desbloqueiam os sítios de ligação de actina, permitindo a
ligação com a miosina, dando início à CONTRAÇÃO.
• O estímulo desaparece.
• O cálcio é reabsorvido pelo retículo sarcoplasmático.
• Cessa-se a contração
Vídeo com animação sobre a contração muscular
https://www.youtube.com/watch?v=-Mfo3Af5E3c
Forma do músculo inserir-se no osso

Existem três maneiras para


o músculo inserir-se no
osso:
• O músculo pode inserir-
se diretamente no
periósteo do osso por uma
fusão entre o epimísio e a
superfície do osso, por
exemplo, o músculo
braquial;
• O músculo pode inserir-
se por um tendão que se
funde com a fáscia
muscular, por exemplo, o
músculo bíceps braquial;
• Pode inserir-se, também,
por uma bainha de tecido
fibroso conhecida como
aponeurose.
O POTENCIAL DA FIBRA MUSCULAR

Irritabilidade: é a capacidade para responder à estimulação,


feita por meio de um neurotransmissor químico.
Contratilidade:

é a capacidade de um
músculo para encurtar-se,
desde que receba uma
estimulação suficiente. A
média de encurtamento é
de 57% do comprimento
em repouso para todos os
músculos esqueléticos.
Extensibilidade:

é a capacidade do músculo para


alongar-se além do comprimento
de repouso.
O músculo sozinho não consegue
produzir alongamento, é necessário
a ação de outro músculo ou força
externa.
A extensibilidade do músculo é
determinada pelo tecido conectivo,
encontrado no perimísio e fáscia
que cerca o músculo.
Elasticidade

É a capacidade da fibra
muscular em retornar a seu
comprimento em repouso
tão logo tenha sido
removida a força de
alongamento;
Agonistas e Antagonistas

• Os músculos que criam o mesmo movimento


articular são chamados agonistas, e os músculos opositores,
isto é, que produzem movimento articular oposto, são
chamados antagonistas.
Estabilizadores e Neutralizadores

Os músculos também são usados


como estabilizadores, agindo em um
segmento corporal de modo que possa
ocorrer um movimento específico em
uma articulação adjacente (cintura
escapular e pélvica).

Os neutralizadores são músculos que


se contraem para eliminar uma ação
articular indesejada, causada por outro
músculo.
Estabilizadores e Neutralizadores

O deltóide é o agonista;
O grande dorsal é o antagonista;
O trapézio é o estabilizador
segurando a escápula;
Por fim, pode ocorrer a ação
neutralizadora, nesse caso, o
redondo menor pode neutralizar a
rotação externa, que pode vir a ser
produzida pelo grande dorsal.

Abdução do braço

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