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Respostas
Corporais à
Doença II
Teóricas
ATIVIDADE MOTORA
Atividade motora Consiste numa atividade voluntária, movimento corporal, coordenação motora, etc.
Associa-se a mobilidade, exercício voluntário e involuntário … comportamentos de
mobilidade … integridade do sistema nervoso e músculo esquelético.
ALTERAÇÕES DA MOBILIDADE
Resultam de um conjunto de condições patológicas do Sistema Nervoso do Sistema Muscular e ou do Sistema
Esquelético, com resultado na alteração dos movimentos voluntários e involuntários. Essas alterações
podem ainda revelar-se como lentificação dos movimentos.
Alguns exemplos:
Distonia cervical essa condição causa contrações de longa duração ou contrações intermitentes dos
músculos do pescoço, fazendo com que o pescoço se flexione de maneiras diferentes.
Distonia esta condição envolve contrações musculares involuntárias sustentadas com movimentos
repetitivos. A distonia pode afetar todo o corpo (distonia generalizada) ou uma parte do corpo
(distonia focal).
Tremor distúrbio de movimento verificando-se agitação rítmica involuntária de partes do corpo, como
mãos, cabeça ou partes do corpo.
Assim, uma redução severa do movimento está presente em muitas patologias diferentes. Se afeto ao
Sistema Nervoso, como lesão da medula espinhal, atrofia da musculatura espinhal, esclerose lateral
amiotrófica e esclerose múltipla.
As alterações da mobilidade podem ser devidas ao comportamento do aparelho muscular esquelético.
Cada estrutura tem a sua função. A perda de integridade numa dessas quaisquer estruturas tem um
significado.
Os feixes nervosos têm funções que vão desde a mobilidade voluntária, reflexo do equilíbrio, reflexo
priopercetivo, tónus muscular, pressão e tato grosseiro.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
Sintomas:
• Fadiga
• Neurite ótica
• Perda da força muscular nos braços e pernas
• Alterações da sensibilidade
• Dor
• Equilíbrio/ coordenação
• Alterações cognitivas
Sintomas:
• Rigidez muscular
• Contração muscular
• Degradação gradual do movimento
• Dificuldade em falar, engolir e respirar.
As alterações da mobilidade são comuns em pessoas em repouso no leito (devido a uma ampla gama de
patologias). A redução dos estímulos de movimento ou gravidade exerce um efeito importante no corpo
humano, alterando a atividade de muitos órgãos, incluindo o cérebro.
Intolerância à atividade
Fadiga
Causas das alterações da mobilidade:
• Doenças cronicas
• Doenças respiratórias
• Alterações do foro psicológico
• Doenças cardíacas
• Envelhecimento
• Dor intensa
• Problemas orto-traumatológicos
• Desnutrição
• Doenças neurológicas
• Défice neurosenssorial
Os corpos celulares dos motoneurónios localizam-se no corno anterior (ventral) da medula espinal ou em
núcleos do tronco cerebral que contribuem para a composição dos nervos cranianos
Uma das principais funções do músculo esquelético é a sua contração possibilitando o movimento. Cada
célula (ou fibra) muscular é inervada por um único axónio que se origina em um neurónio, por isso
denominado neurónio motor ou motoneurónio.
Unidade motora o motoneurónio e as fibras musculares por ele
inervadas. Um musculo é controlado por mais
de um motoneurónio, possui várias unidades
musculares. Uma unidade funcional onde há
trocas de fatores tróficos.
CONTRAÇÃO MUSCULAR
Junção neuromuscular sinapse formada pelo axónio motor e a fibra muscular esquelética.
Os músculos esqueléticos são os mais abundantes no corpo humano e contribuem para a postura corporal,
locomoção e respiração.
Video: Neuromuscular Junction Muscle Contraction Part 2 Excitation Contraction Coupling Anatomy
https://youtu.be/IOkn1ldFO60
Tipos de Contração
Sensibilidade propriocetiva consciência produzida pelos nossos membros, sendo necessário falar
sobre os recetores sensoriais pois são eles que reportam ao SNC a
posição articular e a tensão muscular. É a mais diretamente vinculada
à função motora.
Foco: CINESTESIA
Avaliar:
O tónus muscular é definido como a resistência oferecida por um músculo ao seu estiramento, e quanto
mais elevado o tónus muscular mais resistência o músculo oferece ao seu estiramento. Um músculo
hipotónico não oferece qualquer resistência ao seu estiramento. Tónus e força muscular são conceitos
distintos a sua preservação importante para as funções motoras.
O tónus muscular normal contribui para importantes funções motoras, por exemplo, a manutenção de
posturas. Assim, se estamos de pé e tendemos a inclinar nosso corpo para a frente, o estiramento passivo
do tríceps produzido por essa inclinação leva à contração desse conjunto muscular, restabelecendo posição
vertical, e diminuindo assim a amplitude de possíveis oscilações posturais.
Espasticidade Resistência apenas durante uma parte da trajetória do movimento. Após uma flexão
persistente, a perda da resistência acontece de forma abrupta (rigidez em canivete). Este
achado indica uma condição que envolve a via corticoespinhal (sistema piramidal).
Hipotonia Normalmente, mesmo quando um doente está relaxado o músculo está ligeiramente
contraído. Contudo, na hipotonia a pessoa não é capaz de manter qualquer tónus muscular.
POSTURA
Posição dos Membros com aspeto frouxo, por exemplo, membros “caídos e rodados” lateralmente
(hipotonia).
PALPAÇÃO
Palpação, em repouso palpar os músculos, valorizando a firmeza e turgescência (considerar: o estado do
segmento contra – lateral… se sadio).
Realizado sem atividade voluntária (cliente em repouso). Manter movimentos firmes e constantes,
movendo o segmento de forma aleatória e com baixa frequência.
Solicitar a realização de uma tarefa (voluntária) – a comando – nos dois segmentos equivalentes.
Teste da Queda
Realizado sem atividade voluntária (cliente relaxado e em repouso). O membro é elevado ou posicionado
até à posição anti gravitacional e, subitamente, é deixado cair:
Nota: A determinação do tónus através deste teste, implica a comparação com um segmento saudável.
Eletromiografia
https://www.sralab.org/sites/default/files/2017-06/Modified%20Ashworth%20Scale%20Instructions.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=KnEaBGNjH7w
ESCALA DE ESPASMOS MUSCULARES – escala de Penn (avalia a frequência dos espasmos
musculares)
0 Sem espasmos
1 Espasmos induzidos por estímulos vigorosos
2 Espasmos musculares por < menos de uma hora
3 Espasmos musculares 1-10 horas
4 Espasmos musculares por mais de 10 horas
Testa a função do nervo femoral e dos seguimentos L2-L4 da medula espinhal. A ausência ou diminuição
deste reflexo é conhecida como sinal de Westphal.
FORÇA MUSCULAR
Força Muscular somatório das forças produzidas pelas unidades motoras que constituem um músculo
e pelo somatório da frequência com que tais unidades se contraem.
https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwi80
8-
SqcnkAhWiAWMBHZaiCD4QtwIwAHoECAUQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dq
VPnFenY4Hg&usg=AOvVaw3YglRdZ_-SaeJKUTGiTDQ9
Processo complexo que envolve a receção e integração de estímulos sensoriais, o planeamento e execução
de movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte.
O sistema de controlo postural integra informações do sistema vestibular, dos recetores visuais e do sistema
somatosensorial.
O sistema motor ativa de forma correta e adequada os músculos para a realização do movimento.
O SNC conecta informações do sistema sensorial para enviar impulsos nervosos aos músculos.
Numa situação estática o senso de equilíbrio atua de uma forma, numa situação de equilíbrio dinâmico,
o equilíbrio postural atua continuamente durante as mudanças de situação, ou seja, na situação de um
indivíduo estático, o controle corporal atua de uma determinada maneira e em situação dinâmica atua de
outro modo.
No equilíbrio estático, a base de suporte mantém-se fixa enquanto que no equilíbrio dinâmico o centro de
massa corporal se movimenta. Neste caso, o senso de equilíbrio deve manter o centro de massa corpórea
dentro da base de suporte. Quanto menor a capacidade de se manter em equilíbrio parado, maior a
probabilidade de sofrer uma queda.
• A “fraqueza” muscular de uma das partes do corpo, a perda de sensibilidade do pé (pé equino ou
diminuição da sensibilidade);
• A inatenção (alterações da atenção);
• Problemas de visão;
• A ataxia (descoordenação de movimentos e dificuldade em produzir movimentos rápidos) em
resultado de atingimento cerebeloso;
• Efeitos de medicação (anticoagulantes, medicamentos para baixar a PS, antidepressivos);
• Infeções do ouvido interno, migraine, confusão, infeções do trato urinário).
(MOORHEAD, S.; JOHONSON, M & MAAS, M.–- Classificação dos Resultados de EnfermagemNOC. 3ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2008: 376-479.
EQUILÍBRIO Escala de Berg
EQUILIBRIO
DOENÇA DO NEURÓNIO MOTOR
ESPASTICIDADE
A espasticidade carateriza-se por músculos rígidos. Também pode ser chamado de aperto incomum ou
aumento do tónus muscular.
Reflexos (por exemplo, um reflexo de um reflexo de joelho) são mais fortes ou exagerados. A condição
pode interferir na marcha, movimento ou fala.
Os sintomas da espasticidade incluem:
A espasticidade também pode afetar a fala. Espasticidade severa a longo prazo pode levar a contratura
dos músculos. Isso pode reduzir a amplitude de movimento ou deixar as articulações flexionadas.
Na espasticidade, verifica-se uma hiperexcitabilidade dos reflexos miotáticos e cutâneos que fomentam o
tônus muscular (hipertonia espástica), resultando em Babinski+ e reflexo osteo tendinoso aumentado.
Particularidades…
- Rigidez muscular
TIPOS DE ARTICULAÇÕES
• Sem movimento
− Articulações fibrosas;
− Suturas cranianas.
• Movimento parcial
− Articulações moveis cartilaginosas
• Movimento “livre”
− Articulações sinoviais
MOVIMENTO ARTICULAR
Movimento fisiológico aqueles que o indivíduo, em condições normais, pode realizar voluntariamente.
Movimentos acessórios são os movimentos que ocorrem no interior da articulação e dos tecidos
adjacentes, e que podem ser realizados com auxílio de um técnico de saúde.
As articulações (móveis) dos diferentes segmentos corporais têm “amplitudes de movimento” fisiológico
que são bem conhecidas e tomadas como padrão.
Avaliação
Goniómetro
• Flexão e Extensão
• Rotação Interna e Externa
• Adução e Abdução
• Dorsiflexão e flexão plantar
• Pronação e Supinação
• (…)
PERRY, Anne Griffin ; POTTER, Patricia A. , co-aut ; ELKIN, Martha Keene, co-aut. Procedimentos e intervenções de enfermagem. 5ª ed.
adaptado à realidade brasileira. Rio de Janeiro : Elsevier, 2013. ISBN 978-85-352-6276-6,
pp 377- 381. (capítulo 16 relativo a “Exercício e Mobilidade”
HOEMAN, S. P.– Enfermagem de Reabilitação – aplicação e processo. 2. Ed. Loures: Lusociência, 2000.
MOORHEAD, S.; JOHONSON, M & MAAS, M. – Classificação dos Resultados de Enfermagem NOC. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 469 -480.
ALTERAÇÃO DA COMUNICAÇÃO – fala e escrita
FALA E LINGUAGEM
Fala Atividade através da qual as estruturas orais, laríngeas e respiratórias, produzem os padrões sonoros
de um idioma. As alterações da fala decorrem de alterações das estruturas cerebrais que
comprometem a enervação das estruturas envolvidas na vocalização.
AFASIA
Afasia incapacidade parcial ou total de formar ou expressar palavras oralmente ou por escrito, não
necessariamente acompanhada de uma perturbação da compreensão das palavras e da linguagem.
Lesão parieto-occipital
Lesão na circunvalação frontal
Intervenção: avaliar a
inferior (palavras escritas)
capacidade para comunicar
(padrões motores para a Lesao temporal
através da fala
expressão das palavras)
(palavras ouvidas)
AFASIA MOTORA E SENSORIAL
AFASIA MOTORA
DISARTRIA
Disartria Disfasia, enunciação pouco clara de palavras; as palavras não são completamente enunciadas;
misturam-se ou são parcialmente eliminadas; associado com fraqueza dos músculos da
articulação; lesão do sistema nervoso; uso de drogas ou pronúncia descuidada (10018304).
Com grande frequência, surge associada a disartria a parésia faríngea e / ou parésia facial, lesões do
sistema nervoso ou ação de drogas.
Graus de manifestação
PARESIA
Paresia Paralisia, paralisia total ou parcial; perda incompleta ou completa da capacidade de mover
partes do corpo, tais como a boca, a orofaringe ou a pálpebra (10014075).
Paresia é uma paralisia incompleta ou diminuição da motricidade em uma ou mais partes do corpo, devida
a lesão dos centros nervosos ou das vias motoras (piramidal ou extrapiramidal), ou devida a lesões do
sistema nervoso periférico, inclusive na junção neuromuscular (CIDES)
Resistência muscular: capacidade do músculo realizar trabalho (aeróbio) durante um determinado período
de tempo, em cargas submáximas.
• Localização
• Aprendizagem (Potencial de desenvolvimento Conhecimento / Capacidades)
o Lesão do neurónio motor inferior (parésia flácida - bem definido o músculo ou grupo muscular
afetado)
[Aumento da tensão muscular sem produzir alterações do comprimento – movimentos musculares estáticos.
Exercício ativo no qual, é oferecida uma resistência externa à contração]
No caso do MS, orientados para o trabalho de músculos associados a atividades como “segurar um
objeto...”
Risco de espasticidade
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Intervenções de enfermagem
• Risco de espasticidade
• Mobilidade comprometida
• Risco de contratura
• Risco de anquilose/Rigidez articular
• Risco de pé equino
• Dependência para o autocuidado...
PARALESIA E PLEGIA
Plegia
Paralisia
A paralisia é uma diminuição ou abolição da motricidade, em uma ou mais partes do corpo, devida a lesão
dos centros nervosos ou das vias motoras (piramidal ou extrapiramidal), ou devida a lesões no sistema
muscular.Designa habitualmente um défice completo da força muscular.
ATIVIDADE MOTORA: Espasticidade
Diagnóstico de enfermagem
Risco de espasticidade …
Espasticidade
Rigidez articular
Considerações diagnósticas
Dados:
Intervenções de enfermagem
EXERCÍCIOS ARTICULARES
Objetivos:
EXERCÍCIOS MÚSCULO-ARTICULARES
Articulação do tornozelo
Pé Equino
Diagnóstico de Enfermagem
Causas e considerações acerca do Ciclo Vital associado a “... repouso prolongado na cama sem o
alinhamento e à pressão da roupa da cama sobre o pé”.
Dados
Intervenções de enfermagem
Convulsão
Considerações diagnósticas
Considerações diagnósticas
• Risco de asfixia
• Risco de aspiração
• Ferida traumática
• Risco de queda
Considerações diagnósticas
A lesão medular completa causa paralisia imediata, total, flácida (incluindo perda do tônus do esfíncter
anal), perda de toda sensação e atividades reflexas, além de disfunção autônoma abaixo do nível da lesão.
Consciência resposta mental a impressões resultantes de uma combinação dos sentidos, mantendo a
mente alerta e sensível ao ambiente exterior. (CIPE)
São várias as condições clínicas, patologias, geradoras de alterações do SN. São exemplos disso os diagnósticos
médicos seguintes:
According to Cox (2008), neurological assessment starts with taking the patient’s history to highlight or
discount possible causes of any symptoms. In case the patient is showing signs of disorientation, amnesia or
loss of consciousness, it is advisable to gather information about the patient’s condition and health status
from the family and friends
Cox, B. 2008. The principles of neurological assessment. Practice Nurse, 36(7), 45-50.
• Nível de consciência
• Conteúdo da consciência
- Avaliação dos pares de nervos cranianos
- Avaliação da função motora
- Avaliação da função sensorial
- Avaliação dos reflexos tendinosos profundos e cutâneos
• História clínica
• Nível da consciência
• Orientação, fala e linguagem
• Reatividade das pupilas
• Sinais vitais
• Atividade motora
I. Sensorial – olfato;
II. Sensorial – visão;
III. Motor – contração pupilar; elevação palpebral; movimentos
oculares;
IV. Motor – movimentos oculares;
V. Motor – movimentos oculares;
VI. Trigémeo, sensorial e motor – sensação da pele facial, córnea +
movimentos de encerramento das mandíbulas;
VII. Facial, sensorial e motor – paladar (2/3 anteriores) + movimentos
da face (encerramentos dos olhos, simetria facial...);
VIII. Sensorial – audição (coclear) e equilíbrio (vestibular);
IX. Glossofaríngeo, sensorial e motor – paladar (1/3 posterior)
sensação faríngea e palato + movimentos de deglutição e fonação;
X. Vago, sensorial e motor – sensação torácica e das vísceras abdominais; movimentos de deglutição e
fonação;
XI. Espinal, motor – movimento da úvula e palato; movimento de rotação dos ombros e pescoço;
XII. Hipoglosso, motor – movimento da língua (deglutição e discurso).
A pressão intracraniana (PIC) é o resultado de um equilíbrio dinâmico entre 3 componentes: o LCR, o tecido
cerebral (encéfalo) e a circulação sanguínea.
Hemodinâmica:
Pressão arterial média, é a pressão que tende a empurrar o sangue pelo sistema circulatório.
Cálculo da PAM
PAM=PAD+[(PAS-PAD)/3]
Ex.: Normotenso 120x80 mmHg: PAM - 80+ [(120- 80)/3] =93,3 mmHg
Podem ser sintomas de agravamento da PIC a confusão, crises convulsivas, hemiplegia, afasia,
hemianopsia, coma …
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE PRESSÃO INTRACRANIANA
Manifestações Clínicas
• Intraventricular
• Subaracnoídea
• Subdural
PRESSÃO INTRACRANIANA E ALTERAÇÃO DOS SINAIS VITAIS
COMPONENTES DA CONSCIÊNCIA
A consciência o que é?
• Representa uma resposta mental às impressões, uma combinação de sentidos, manter a mente alerta
e sensível ao ambiente externo;
• Reconhecimento de si e do ambiente envolvente, sendo um estado dinâmico sujeito a mudança’
(Hichey, 2002);
• António Damásio fala na essencialidade de estar acordado e nas consciência nuclear e consciência
alargada (ou autobiográfica)
Componentes elementares da Consciência:
• Obnubilação
• Sonolência
• Estupor
• Precoma e coma (I a IV)
• Estado de consciência para-sómnico
• DeliriumTremens
• Estado Crepuscular
• Estado Oniroide
• Estado Confusional(Amência)
Obnubilação
Sonolência
Estupor
Pré-Coma e Coma (1 a 4)
DeliriumTremens
• Perturbações profundas da consciência (de tipo quantitativo e qualitativo) com aumento da atividade
psicomotora.
• Desorientação parcial ou total (confusão), incoerência do pensamento, erros perceptivos no
reconhecimento do meio envolvente, alucinações (sobretudo visuais).
• Atenção ainda captável, mas distrai-se logo de seguida.
• Perturbações do ritmo sono-vigília.
• O delírio começa, geralmente, ao entardecer com inquietação noturna e aumento do estado
confusional.
• Manifestações vegetativas: sudação, taquicardia, rubor, tremor grosseiro, febre, desidratação.
Ansiedade e excitação.
• Causas: alcoolismo
Estados Oniroides
• Interpretado como um estado semelhante ao sonho, com desorientação e confusão, em que o doente
vive fascinado, e com intensa participação afetiva, mas sob atividade alucinatória, cenas dramáticas
e fantásticas, nelas incluindo elementos do seu ambiente pessoal.
• Quando são arrancados por estímulo enérgico do estado oniroide, mostram-se perplexos e
desorientados, mas sem qualquer amnésia em relação ao vivenciado.
• Causas: Formas agudas de esquizofrenia, epilepsia (estado psicótico), intoxicações.
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA (uso da Escala de Coma de Glasgow)
Para a resposta ser classificada como ‘localiza’, o doente deverá mover a sua mão para o ponto de estímulo,
numa óbvia e coordenada tentativa de remover a causa da dor;
• Pressão supraorbital, com o polegar ao longo da crista óssea da parte superior do olho - Supra-orbital
pressure (cranial nerve V);
• Pressão no local da junção do maxilar com a mandíbula -Jaw margin pressure (cranial nerve V);
• Pinçar trapézio -Trapezius twist (cranial nerve XI).
• Interphalangeal joint pressure
AVALIAR CONTEÚDO DA CONSCIÊNCIA
Isocoria = fotoreatividade
Reatividade À Luz
Ação Justificação
Lavar as mãos. Prevenção da contaminação e risco de infeção.
Informar a pessoa acerca do procedimento. Compreensão e autorização.
Reduzir a luz ambiente. Melhora a visualização da resposta pupilar.
Manter os olhos da pessoa abertos e verificar o Habitualmente as pupilas são circulares, centrais e
tamanho e igualdade de forma. variam entre 1,5mm a 6,0 mm.
Manter um dos olhos abertos e movimentar a Uma reação normal indica ausência de lesão no III
lanterna clínica na direção da pupila. A pupila nervo craniano.
deverá contrair-se rapidamente.
Verifique a presença de movimentos oculares pouco Se existirem significa lesão do nervo ótico.
usuais, como nistagmo ou desvio para um dos lados.
Repetir o teste no olho oposto. Assegurar que todas as áreas funcionam
corretamente.
Avaliar O Reflexo Fotomotor Relativo A Miose E Midríase
NOTA: deve proceder a esta avaliação olho a olho, um de cada vez, tapando o outro.
CONFUSÃO
• Perturbação da atenção;
• Alterações da perceção (alucinações);
• Função física (reduzida mobilidade, inquietação, agitação, mudanças no apetite, distúrbios do sono);
• Comportamento social (falta de cooperação a pedidos razoáveis, fuga, alterações na comunicação,
humor e/ou atitude).
• Equipa familiar;
• Evitar mudanças de ambiente;
• Nas primeiras 24 horas de admissão, avaliar os doentes com fatores de risco;
• A partir dessa avaliação, providenciar intervenções multicomponentes adaptadas às necessidades
individuais:
- Iluminação e sinalização adequadas;
- Relógios e calendários;
- Providenciar dispositivos de estimulação sensorial;
- Comunicação centrada na orientação da pessoa;
- Introduzir atividades de estimulação cognitiva;
- Estimular as visitas de membros da família e amigos;
- Assegurar uma hidratação adequada (hidratação subcutânea);
- Otimizar ventilação;
- Atenção a manobras e procedimentos que possam contribuir o estabelecimento de infeções;
- Encorajar a mobilidade;
- Encorajar a execução de movimentos ativos dos membros;
- Estar atento a sinais verbais e não verbais de dor e gerir a dor;
- Atenção à medicação, alimentação, eliminação;
- Assegurar um adequado padrão e higiene do sono (medicação, ruido).
• Gerir as causas;
• Atitude do enfermeiro (técnicas verbais e não-verbais de observação e identificação de
comportamentos de agitação);
• Efetiva comunicação;
• Reorientação;
• Envolvimento da família e outros significativos;
• Segurança da pessoa;
• Ambiente de cuidados adequado;
• Atenção especial às necessidades básicas, autocuidado, eliminação, lesões por pressão…
ESTADOS DE CONSCIENCIA VERSUS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A ATENDER
2.1- Consciência - É o estado de lucidez em que a 2.2- Atenção: capacidade para centrar-se em uma
pessoa se encontra, pode apresentar alterações atividade. O seu exame envolve observar: a
que variam da consciência plena ao coma. Inclui o vigilância, a tenacidade e a concentração. Avalie:
reconhecimento da realidade externa ou de si
• Vigilância: compreende a manutenção de um
mesmo em determinado momento e a capacidade
foco de atenção para estímulos externos. Pode
de responder a estímulos voluntaria e
estar aumentada (hipervigilante) e diminuída
conscientemente. A avaliação do nível de
(hipovigilante).
consciência ocorre pelo contato com o paciente no
• Tenacidade: capacidade de manter-se em uma
decorrer da interação. O cliente está acordado e
tarefa específica.
alerta? Caso esteja na cama, avalie se ele é
• Concentração: capacidade de manter a
estimulável, balance gentilmente a cama (evite
atenção voluntária, em processos internos de
tocá-lo diretamente, sem consentimento prévio),
pensamento ou em alguma atividade mental.
avalie o contato visual e as expressões faciais
Para a sua observação, pode-se pedir que se
(quando em repouso e também na interação com os
subtraia, consecutivamente, o número 7, a
outros). Avalie se o cliente se apresenta:
partir do 100 (Mini Exame do Estado Mental -
• Vigil: Apresenta abertura ocular espontânea, MEEM).
estado alerta e responsivo;
2.3-Orientação: avaliar se o cliente consegue
• com Sonolência: Lentificação dos processos
reconhecer dados da realidade e de si mesmo.
ideacionais, fala pastosa, pouca
Pergunte a ele sobre como é o seu nome completo,
movimentação;
se sabe onde está neste momento e por quê. A
• com Obnubilação/turbação da consciência:
orientação pode ser relacionada a tempo (dia, mês,
moderado comprometimento, compreensão
ano, hora do dia); espaço (onde está agora, em que
dificultada;
cidade); pessoa (quem ele é, como se chama).
• Dissociação da consciência: o cliente
Determine se esta orientação é:
apresenta perda da compreensão de si; o
indivíduo "desliga-se" da realidade para parar • Orientação autopsíquica: em relação à ao
de sofrer; próprio cliente (pessoa): Pergunte a respeito
• em Transe/Catalepsia: espécie de sonho de seus dados pessoais e investigue se
acordado com a presença de atividade motora reconhece familiares e as pessoas com as quais
automática, ou seja, perda de movimentos esta em contato.
voluntários; comportamento estereotipado • Orientação alopsíquica: orientação quanto ao
acompanhado de suspensão parcial dos Tempo e Espaço.
movimentos voluntários;
2.4- MEMÓRIA: capacidade de registrar, fixar ou
• com Torpor: Está dormindo, exceto quando
reter, evocar e reconhecer objetos, pessoas,
estimulado.
experiências ou estímulos sensoriais. Sua análise
• em Coma: não pode ser acordado, engloba a avaliação das memórias imediata,
apresentando profundo comprometimento da recente e remota que devem ser verificadas com
atividade voluntária consciente e ausência de informações obtidas no prontuário ou com os
qualquer indício de consciência. profissionais dos plantões anteriores, familiares ou
outros informantes que possam ajudar para que o relacioná-los. Observe se o paciente recorre a
profissional de enfermagem realize a correta analogias e metáforas. (pode ser avaliada a
avaliação das informações fornecidas pelo cliente. compreensão de provérbios);
Avalie: • Capacidade de generalização: perguntar
sobre grupos de coisas, animais.
• Memória imediata: que cobre os últimos 5
• Juízo crítico: capacidade de perceber e
minutos.
avaliar adequadamente a realidade externa e
• Memória recente: engloba os últimos dias e
separá-la dos aspetos do mundo interno ou
horas.
subjetivo. Inclui a aptidão para autoavaliação
• Memória remota: desde os primeiros anos de
adequada e uma visão realista de si mesmo.
vida.
2.6- Afeto e Humor: O Afeto é a experiência
2.5- Capacidade intelectual (cognição):
imediata e subjetiva das emoções sentidas pela
conjunto de habilidades cognitivas resultante dos
pessoa em relação ao que a cerca, sentimentos em
diferentes processos intelectivos. Inclui raciocínio,
relação a outras pessoas, lembranças, fatos,
planejamento, resolução de problemas,
situações e expectativas para o futuro. Inclui a
pensamento abstrato, compreensão de ideias
manifestação externa da resposta emocional a
complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a
eventos. O Humor é a tonalidade de sentimento
partir da experiência. Para avaliação, utiliza-se de
predominante e mais constante, a qual poderá
comparação com a média esperada para o grupo
influenciar a perceção de si mesmo e do mundo ao
sociocultural e para a faixa etária do indivíduo.
redor do cliente. Em suma, o humor consiste da
Avaliar:
emoção predominante mais constante e o afeto
• Raciocínio lógico: refere-se a um complexo consiste na expressão dessa emoção, observável e
processo de estruturação que permite ao mais flutuante.
individuo chegar a uma determinada conclusão
AVALIAÇÃO - O afeto e o humor são avaliados ao
ou resolver um determinado problema,
longo da interação enfermeiro-paciente,
seguindo uma interpretação lógica por meio de
observando-se o conteúdo afetivo predominante no
proposições. Ou seja, é a capacidade do
discurso do cliente, a expressão facial, a postura
individuo elaborar uma frase ou sentença para
corporal e o tipo de afeto que transmite e desperta
deduzir (partindo de dados prévios/premissas
no enfermeiro. Deve-se levar em consideração as
que possui é capaz de chegar a uma
manifestações afetivas nas diferenças culturas,
conclusão), induzir (estabelece uma regra para
para que o enfermeiro não identifique como
e compreender um acontecimento) e abduzir a
alteração uma forma de expressão natural no
solução para uma determinada situação a ser
contexto de origem do paciente. ALTERAÇÕES:
compreendida.
• Capacidade de fazer contas: fazer cálculos • Labilidade afetiva: rápidas alterações de
matemáticos corretamente; afetos opostos.
• Dificuldades em estudar: o cliente verbaliza • Incontinência emocional: deixa transparecer
ou apresenta dificuldades para compreender todas as emoções que sente.
ensinamentos; • Indiferença afetiva: diante de situações
• Capacidade de abstração: capacidade de importantes, o paciente mostra-se indiferente.
formular conceitos e ideias, compará-los,
• Incongruência afetiva: expressão de afeto
contrário ao esperado para a situação em
questão.
• Hipertimia: apresenta euforia e êxtase
desproporcional às circunstâncias, tipicamente
observada em quadros maníacos.
• Hipotimia: apresenta tristeza, desesperança,
baixa autoestima, sentimentos de culpa e
apatia, tipicamente observada em quadros
depressivos.
• Embotamento afetivo: é a perda profunda de
todo tipo de vivência afetiva e pode ser
observado na mímica, na postura e na atitude
do paciente.
O QUE É O SONO?
O sono é definido como um estado neurológico em que a consciência para os estímulos ambientais fica
reduzida, estado voluntário reversível da consciência. Distingue-se dos estados de coma, hibernação e morte
pelo facto de que pode ser revertido rapidamente. É um comportamento neurológico dinâmico com repouso
físico, limiar de excitação elevado e um estado de reversibilidade rápido. Historicamente foi por vezes
considerado um estado entre a vigília e a morte (Neves et al, 2013)
Body Process: Recurring lowering of bodily activity marked by reduced consciousness, not awake accompanied
with, not aware, depressed metabolism, immobile posture, diminished bodily activity, diminished but readily
reversible sensitivity to external stimuli.
• Sono adequado
• Sono alterado
- Hipersónia
- Alteração do sono
- Insónia
- Risco de alteração do sono
- Sonambulismo
FUNÇÕES DO SONO
• Estudos referem que a diminuição do sono afeta a memória, a capacidade de explanar o pensamento,
a reflexão, a atenção, aumenta o risco para acidentes, diminui o potencial para a tomada de decisão.
• A depressão pós-parto pode ser potenciada pela falta de sono.
• A diminuição das horas de sono aumenta o risco para a doença cardiovascular; Diminuição das horas
de sono aumenta a percentagem de proteína C reativa e a inflamação;
• Diminuição das horas de Sono afeta o crescimento das crianças;
• Sono afeta as hormonas sexuais, afeta a puberdade e a fecundidade.
SINTOMAS DE PRIVAÇÃO DE SONO
RELÓGIO BIOLÓGICO
A glândula pineal e os núcleos supraquiasmáticos possuem recetores de melatonina, hormona segregada pela
glândula pineal durante a noite. Da mesma forma a prolactina testosterona e a hormona do crescimento são
segregadas durante a noite. As células nervosas do núcleo supraquiasmático cerebral aumentam a atividade
com a luz e diminuem-na no escuro, pois recebem informação da retina por via da claridade – dia ou noite,
claro ou escuro. Aumenta a secreção ao longo do dia.
O núcleo supraquiasmático do hipotálamo anterior, eventos de alteração de fase do ciclo, e o trato
localizado sobre o quiasma óptico, em proximidade geniculohipotalâmico, com uma ação mais modesta
com o terceiro ventrículo, é a estrutura do sistema sobre o ciclo. À semelhança do que ocorre com a
nervoso central responsável por regular os ciclos exposição à luz solar, a administração de
vigília-sono, com antecipação/atraso de fase, em melatonina exógena nas primeiras horas da manhã
resposta a estímulos externos luminosos. A luz é provoca uma antecipação de fase, e um atraso,
detectada pelas células ganglionares da retina quando a mesma é administrada nas últimas horas
fotossensíveis, que contêm o pigmento do dia. Além da luz e da melatonina, alguns outros
melanopsina. Gera-se um estímulo nervoso estímulos estão associados a alteração de fase,
conduzido ao hipotálamo através de duas vias: o nomeadamente o exercício físico, a alimentação e
trato retinohipotalâmico, mais determinante dos a temperatura corporal. (3,7)
FISIOLOGIA DO SONO
Em 1951 Kleitman e um seu colaborador Eugene Aserinsky (estudante de medicina) detetou movimentos
oculares, movimentos corporais e irregularidade respiratória - EOG (eletro-oculograma), tónus muscular na
região submentoniana (eletromiograma submentoniano), comprovando atonia e hipotonia muscular durante
esta atividade (sono).
A atividade do SONO pode ser realizada com base em 3 variáveis fisiológicas decorrentes EEG, EOG, EMG.
Aspetos do sono
O sono é uma função biológica caracterizada por repouso do organismo, num período dominado por
um estado de inconsciência que pode ser estímulos parassimpáticos, que promovem
interrompido por estímulos externos. No que toca diminuição da atividade metabólica com
à sua macroarquitetura, pode ser dividido em REM diminuição da temperatura, tensão arterial,
(rapid eye movement) e NREM (non-rapid eye frequência cardíaca, frequência respiratória e
movement), tendo o seu início por uma fase NREM, tónus muscular. O sono NREM divide-se, ainda, em
à qual se sucede uma fase REM, em ciclos com uma quatro fases, numeradas de I a IV, de acordo com
duração de, aproximadamente, 90 minutos. as suas características electroencefalográficas. A
O sono REM caracteriza-se pela presença de ondas fase I sucede o adormecimento. A fase II surge aos
rápidas no electroencefalograma, acompanhadas 10 minutos e é a fase mais duradoura de todo o
por movimentos oculares rápidos no sentido ciclo de sono. A fase III surge aos 30 minutos e
vertical ou horizontal, com duração de 5 a 30 caracteriza-se pelo domínio parassimpático
minutos, e está associado a uma grande atividade máximo. A fase IV caracteriza-se por ausência de
de “sonhos”. Nesta fase ocorrem grandes variações movimentos. Emparelhadas, as fases I e II
na frequência cardíaca e respiratória, que oscila correspondem ao designado “sono leve”, enquanto
entre valores muito altos e muito baixos. as fases III e IV correspondem ao “sono profundo”,
Acompanha-se, também, de relaxamento importante para a sensação de “sono reparador”, e
muscular, elevação da tensão arterial e ereção, no do qual é mais difícil despertar. Esta divisão passou
homem. a ser recentemente realizada, por alguns autores,
Por sua vez, o sono NREM caracteriza-se pela com reconhecimento de 3 fases, correspondendo a
presença de ondas lentas e ocupa cerca de 75% do I à 1, a II à 2 e a III e IV emparelhadas como fase 3
ciclo do sono. É nesta fase que se estabelece o ou fase Delta.
FASES DO SONO
Quando a pessoa está acordada verifica-se uma voltagem reduzida do cérebro EEG, os movimentos oculares
são voluntários, o EMG mostra elevado tónus muscular e o EOG mostra atividade das celúlas alpha (8-13 ciclos
por noite)
HORAS DE SONO
Uma outra questão muitas vezes colocada, prende- compreendam duração inferior ou superior ao
se com o número ideal de horas sono por dia. apresentado poderão representar fatores de risco
Apesar de não estar totalmente esclarecido, e para a saúde.
ultrapassando a variabilidade interpessoal
No que toca a despertares noturnos, em média, um
existente a este nível, acredita-se que o número
indivíduo acorda cerca de duas a cinco vezes por
ideal estará localizado entre as 7 e as 8 horas de
noite, voltando a adormecer num período de tempo
sono, segundo a National Sleep Foundation (9), não
inferior a 3 minutos, não se recordando de tal facto
representando este intervalo de valores, uma
ter ocorrido. (11,12) A latência inicial de sono, ou
garantia de qualidade de sono, sendo indispensável
seja, o tempo necessário para adormecer, não
uma distribuição correcta destas horas, com
deverá ser superior a 30 minutos. (11)
questionáveis efeitos no que toca à realização de
sestas (Figura 2). (10) Ritmos de sono que
• Diário de Sono - registo do sono durante 2 semanas (registo da hora a que vai dormir, hora a que se
levanta, número de horas acordado durante a noite).
• Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) – avalia a qualidade do sono, latência, duração total, presença
de distúrbios, uso de fármacos (obtenção de score).
• Polissonografia (PSG) – registo de atividade EEG, da função respiratória, cardiovascular, muscular,
dos movimentos oculares durante um período de sono, numa unidade devidamente preparada para o
efeito.
Índice da qualidade do sono de Pittsburgh - as seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos de sono
durante o último mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos dias e
noites do último mês. Por favor, responda a todas as perguntas.
Sono suspensão natural da consciência durante a qual a qual o corpo se recupera (NOC – 2010)
Resultados Esperados pela Pessoa (Indicadores)
SONO
• Horas de sono
• Horas de sono observadas
• Padrão de sono
• Qualidade do sono
• Eficiência do sono
• Rotina do sono
• Ato de dormir durante a noite inteira de forma consistente
• Sensações de rejuvenescimento após o sono
• Acordado nos horários adequados
• Cama confortável
• Temperatura confortável no ambiente…
• Dificuldade para adormecer
• Sono interrompido
• Cochilos inadequados durante o dia
• Apneia de sono
• 16. Dependência de auxiliares do sono
• 17. Pesadelos
• 18. Noctúria
• 19. Ronco
• 20. Dor
REPOUSO
• Quantidade de repouso
• Padrão de repouso
• Qualidade do repouso
• Fisicamente descansado
• Mentalmente descansado
• Emocionalmente descansado
• Energia restaurada após repouso
• Aparência descansada
• Cafeína – boqueia as células recetoras da adenosina (uma das substâncias do cérebro responsável por
induzir o sono. O seu efeito mantém-se 6-8h.
• Nicotina – estimulante cerebral
• Álcool – tem efeito sedativo, altera a fase NREM
• Fármacos – beta bloqueadores, descongestionantes, esteroides, hipotensores…
• Patologias – asma brônquica, bronquite, patologia psiquiátrica, doença de Parkinson, depressão…
• Fatores desenvolvimentais relacionados com a idade (bebés, crianças pequenas, pré-escolares,
crianças em idade escolar, adolescentes, adultos jovens, adultos de meia idade, idosos
• Stress psicológico
• Estilo de vida e hábitos (higiene do sono)
• Hábitos alimentares (snack de carbohidratos antes de dormir)
• Fatores ambientais (ruido, luz, cheiro, calor, frio…)
Fisiológicos
Psicológicos
• Alterações de humor
• Desorientação
• Irritabilidade
• Diminuição da motivação
• Fadiga e sonolência
• Hiperatividade
• Agitação
Insónia
Insónia dificuldade em iniciar ou manter o sono. Gera ansiedade e fadiga, alterações cognitivas sobretudo
no idoso.
Finalidade: contribuir para o conhecimento da evolução dos hábitos do sono e da prevalência das respetivas
perturbações, na população de 18 e mais anos, do Continente.
Narcolepsia
Distúrbio neurológico que surge como um quadro de sono súbito, ao qual o indivíduo, habitualmente idoso
não consegue resistir poderá também ser acompanhada de paralisia do sono, apresentada como incapacidade
de realizar movimentos no período pré e pós sono, ou cataplexia, que corresponde a um estado de hipotonia
súbita.
Apneia do Sono
Cafeína: A Direção-Geral de Saúde (DGS) alertou para o elevado consumo de cafeína pelos jovens, sublinhando
que pode «mascarar problemas de falta de sono», aumentar a pressão arterial ou causar insónias e tremores.
Idade: Os padrões de sono mudam com o envelhecimento, assim como os níveis de ansiedade e outros fatores.
Normalmente, as pessoas mais jovens têm períodos mais concentrados de sono profundo.
Fatores individuais: pessoa que dorme pouco habitualmente - A pessoa que dorme pouco habitualmente é
aquela que para funcionar normalmente requer menos de oito a dez horas de sono num período de 24 horas.
Doenças: Estudos demonstram que os episódios frequentes de insónia podem predispor para a depressão. A
correlação entre as alterações do sono e o humor mantém-se durante as diferentes idades e sexos.
MAIS DEMÊNCIA NAS MULHERES COM APNEIA DO SONO
• Um estudo recente sugere que as mulheres com apneia do sono podem ter uma maior probabilidade
de desenvolver demência.
• O estudo incluiu 298 mulheres idosas com uma média etária de 82 anos. Elas não apresentavam
demência ou deficiência cognitiva ligeira no início do estudo.
• Todas as mulheres tomaram parte num estudo do sono durante uma noite. Em mais de um terço foi
diagnosticada uma apneia do sono. Elas deixavam de respirar brevemente ou respiravam muito
superficialmente pelo menos 15 vezes por hora durante o sono.
• Cinco anos mais tarde, as mulheres foram submetidas a testes para avaliar o raciocínio e a memória.
Os investigadores ajustaram estes resultados para tomar em consideração fatores que podem afetar o
risco de demência. Estes fatores incluem a idade, a educação, o excesso de peso, a diabetes e o
tabagismo.
• Cerca de 45% das mulheres com apneia do sono tinham desenvolvido uma demência ou uma deficiência
cognitiva ligeira, enquanto essa taxa foi de 31% nas mulheres sem apneia do sono. Isto corresponde a
um aumento de 85% do risco nas mulheres com apneia do sono. O risco mais elevado foi associado à
privação de oxigénio durante o sono. A duração do sono das pessoas e a frequência com que acordaram
não afetou o risco de demência.
A presente pesquisa teve como objetivo analisar a variabilidade da função biológica (sono) e comportamental
ao longo do dia em enfermeiros que trabalham por turnos. O estudo teve como participantes enfermeiros
portugueses a trabalhar num hospital público de Lisboa, com base numa amostra intencional (72). Foram
utilizados 5 questionários: para levantamento de dados sociodemográficos; Avaliação do Ciclo Vigília-Sono
(Diário de Sono); Questionário de Horne & Östberg (1976) para o cronótipo; Lista de Estados Emocionais
Presentes (LEP) e Questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI).
Os principais resultados mostraram cronótipos de vários tipos, sendo o mais frequente o tipo indiferente
(64.62%). A analise da LEP indicou que a maioria dos enfermeiros tinha um estado emocional estável. A
qualidade do sono foi de melhor qualidade (PSQI) para o grupo com idade abaixo de 30 anos do que no grupo
acima dos 30 anos. O grupo de sujeitos com <30 anos acordava mais tarde e mostrou quantidade de sono
maior em comparação com o grupo >30. Concluiu-se que as variáveis idade e rotação de turnos podem ter
interferência no bem-estar do enfermeiro, sendo necessários mais estudos nesta área.
Analise da qualidade do sono em profissionais de enfermagem que trabalham no período
noturno e cursam a graduação de enfermagem
O sono trata-se de um processo ativo envolvendo múltiplos e complexos mecanismos fisiológicos, no qual o
trabalhador noturno sofre privação durante a jornada de trabalho, muitas vezes realizando esse processo
durante o dia. Tendo como resultado um sono diurno não reparador. A presente pesquisa trata-se de um
estudo descritivo exploratório, com abordagem quantitativa, onde 50 discentes do curso de enfermagem
responderam a um questionário contendo um efetivo instrumento utilizado para quantificar a qualidade do
sono – utilizando para isto o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI)-no qual a somatória global das
respostas varia de 0 a 21 pontos, sendo que resultados maiores que 5 indicam qualidade de sono pobre,
encontrado na maioria dos voluntários.
Conclusão: Após a realização da presente pesquisa podemos concluir que: a maioria dos voluntários 84% (42)
apresenta a qualidade do sono classificado pelo o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) como
pobre.
DISTÚRBIOS DE SONO
• Natureza do problema
• A sua causa
• Sinais e sintomas relacionados
• Quando começou e qual a frequência da ocorrência
• Como afeta as atividades diárias
• A severidade do problema e se este pode ser tratado pelo enfermeiro
• Formas de o doente lidar com…/ sucesso dos tratamentos
PESADELOS
Pesadelo … Perceção Comprometida: Sonhar durante o sono de movimento rápido dos olhos; sentimentos
crescentes de medo intenso a que é impossível fugir. (ICN, 2011: 91)
• Os pesadelos ocorrem durante períodos de transição, stress, mudanças de rotina das crianças.
• Geralmente ocorrem tarde na noite e podem recordar-se no dia seguinte.
• Têm tendência a desaparecer espontaneamente.
Intervenções
Pessoas que têm pesadelos, gritam e chutam durante o sono correm mais riscos de sofrer doenças
neurológicas, como demência e mal de Parkinson. Essa é a conclusão de um estudo que publicado na edição
de outubro da revista científica The Lancet Neurology. Pesquisadores do Hospital Clínico de Barcelona
(Espanha), acompanharam por 2,5 anos as imagens neurológicas de 43 pacientes que enfrentam problemas pª
dormir durante a fase do sono conhecido como REM, período em que ocorrem a maior parte dos sonhos. Os
distúrbios identificados foram pesadelos, gritos e choros. Desses pacientes, 8 deles desenvolveram algum tipo
de doença neurológica: cinco tiveram mal de Parkinson, dois sofreram demência e um desenvolveu atrofia
multissistémica. Todos esses 8 pacientes tiveram imagens neurológicas consideradas anormais pelos
especialistas. Segundo o neurologista e autor do estudo Alex Iranzo, um dos desafios dos cientistas é tentar
diagnosticar os distúrbios neurológicos antes que eles aconteçam. Ele diz que, quando as doenças
degenerativas começam a se desenvolver, não existem sintomas evidentes dos distúrbios.
SONAMBULISMO
Sonambulismo … Sono Comprometido: Atividade motora durante o sono, habitualmente culminando com
o levante da cama para deambular a dormir, que pode demorar de minutos a meia hora,
sem memória do episódio ao acordar, associado a fadiga, stress e ansiedade.
A interrupção dos padrões regulares do sono ou a febre são elementos que, frequentemente, desencadeiam
sonambulismo.
Intervenções
• Melhorar/Promover o sono
• Gerir o ambiente
- Remover objetos perigosos do quarto
- Fechar as portas Risco de queda
Dormir, tal como comer, é uma parte essencial da vida. Os mecanismos do sono são apenas parcialmente
claros e são objeto de intensa investigação. Há cada vez mais provas de que o sono tem uma influência sobre
as escolhas alimentares.
Estudos epidemiológicos transversais demonstraram que aqueles que dormem menos têm maior probabilidade
de consumir alimentos ricos em energia (tais como as gorduras ou hidratos de carbono refinados), de consumir
menos porções de produtos hortícolas, e de ter padrões de refeição mais irregulares.
Nesta revisão, colocamos a questão oposta: pode o alimento ingerido afetar o sono? O objetivo desta revisão
é discutir evidências sobre o tipo de dieta e a associação com o sono. Além disso, a evidência científica sobre
alimentos como leite e alguns produtos naturais promotores do sono é escassa. Estes são analisados usando
dados de ensaios clínicos, principalmente em indivíduos saudáveis. Além disso, podemos discutir os possíveis
mecanismos por trás dessas observações. Por fim, resumimos nossas constatações de que a evidência
emergente confirma uma ligação entre a dieta e o sono. De modo geral, os alimentos que apresentam
disponibilidade de triptofano, assim como a síntese da serotonina e da melatonina, podem ser mais úteis para
promover o sono. Embora existam claras conexões fisiológicas por detrás desses efeitos, a relevância clínica
precisa ser mais estudada.
Avaliação da qualidade do sono em estudantes de Medicina
Os estudantes de Medicina compõem um grupo suscetível aos transtornos do sono, em razão da carga
curricular em horário integral, das atividades extracurriculares e da forte pressão e estresse, com exigência
de alto rendimento e tempo demandado em estudos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os hábitos do sono
dos estudantes da graduação e residentes da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, a fim
de identificar os principais fatores que afetam a qualidade do sono. Foram analisados 276 estudantes, sendo
234 (84,7%) acadêmicos e 42 (18,2%) residentes. Aplicou-se o questionário Índice de Qualidade do sono de
Pittsburg (PSQI) e a escala de sonolência de Epworth. A análise dos questionários revelou associação
estatisticamente significante entre sonolência e qualidade do sono (RR:1,108; IC 95% 1,0047 – 1,2240). O
trabalho demonstrou que estudantes com sonolência diurna excessiva apresentam pior qualidade de sono; e
uma variação significativa da prevalência da sonolência diurna excessiva e da qualidade ruim do sono entre
as amostras de primeiro ano de graduação e residentes.
The effects of music on the sleep quality of adults with chronic insomnia using evidence from
polysomnographic and self-reported analysis: a randomized control trial
Objectives: The objective of this study was to evaluate the effect of soothing music on objective and
subjective sleep quality in adults with chronic insomnia.
Methods: Fifty participants were enrolled in a randomized controlled trial conducted in the sleep laboratory
of a hospital, with 25 participants allocated to the music group and 25 to the control group. For four days,
the experimental group was exposed to soothing music selected by the participants or researchers for 45 min
at nocturnal sleep time, whereas the control group was not exposed to music. Sleep was measured using
polysomnography (PSG) and self-reported questionnaires. A general estimating equation was applied to
analyze the data.
Conclusion: The results contribute to knowledge of the effectiveness of music as a therapy to improve sleep
quality in adults experiencing insomnia. Listening to soothing music at nocturnal sleep time improved the
rested rating scores, shortened stage 2 sleep, and prolonged REM sleep, but has little effect on sleep quality
as measured by polysomnography and self-reported questionnaires.
DOR
O QUE É A DOR?
DOR é uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas
também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é
descrita em função dessa lesão (IASP).
Em 1662, René Descartes, filósofo, sugeriu que a dor se transmitia da pele ao cérebro através de fios
delicados. Nos séculos XVII e XVIII, o estudo do corpo e das sensações continuou a ser uma fonte de
descobrimento para os filósofos. Em 1964 Decartes descreveu o que hoje é conhecido como a via da
“condução/perceção” da dor. Descartes ilustrou estímulos como FOGO, que em contato com o pé, viajam até
o cérebro e comparou a sensação de dor com o soar de um sino.
No século 19 iniciaram-se os avanços científicos para terapia da dor. A Medicina descobriu que ópio, morfina,
codeína e cocaína poderiam ser utilizados no tratamento do quadro clínico de DOR. Essas drogas levaram ao
desenvolvimento da aspirina até hoje o analgésico mais comumente utilizado. No mesmo século, com o
desenvolvimento da seringa hipodérmica e da anestesia (local e geral) o tratamento da DOR foi evoluindo.
DOR TOTAL
Dame Cically Sauders defined the concept of total pain as the suffering that encompasses all of a person’s
physical, psychological, social, spiritual, and practical struggles.
FISIOLOGIA DA DOR
TRANSMISSÃO
A transmissão diz respeito á função do SN a partir da qual a mensagem sobre a lesão é transmitida desde o
local de lesão até ao cérebro, dando lugar á perceção de DOR.
TRANSDUÇÃO
• Envolve a codificação de energia mecânica, química ou termal em impulsos elétricos pelas terminações
nervosas específicas – os nociceptores. Esses estímulos que provocam a ativação dos nociceptores
designam-se nociceptivos ou nóxicos, e são auxiliados por mediadores químicos (H+, K+, serotonina,
histamina…).
• Os nociceptores musculares são mais sensíveis ao estiramento e contração isquémica; os articulares
aos processos inflamatórios; os viscerais á distensão, tração, isquemia; os tegumentares aos estímulos
térmicos, mecânicos e químicos.
• O parênquima cerebral, hepático esplénico e pulmonar são praticamente indolores pela bx distribuição
de terminações nociceptivas.
• Embora possa existir uma especificação dessas terminações nervosas, a sua primeira função é preservar
a homeostasia, assinalando “uma potencial lesão tecidular”
Nociceptores recetores sensoriais especializados detetam e realizam a transdução das informações sobre
a lesão nos tecidos.
Terminações Nervosas Livres as terminações periféricas das fibras sensíveis, delimitadas por uma
bainha de tecido conjuntivo, são responsáveis pela transmissão dos impulsos dolorosos, não
têm qualquer tipo de especialização. As fibras condutoras mais lentas são amielinizadas e
designadas por fibras C
TIPO DE FIBRA ESTÍMULO DESIGNAÇÃO
C Mecânicos, térmicos e químicos Nociceptores polimodias
C Térmicos e químicos Nociceptores mecano-insensiveis
C Térmicos Termonocicetores
C Químicos Quimionocicetores
Aδ Mecânicos (térmicos e químicos) Nociceptores Aδ tipo I
Aδ Térmicos (químicos) Nociceptores Aδ tipo II
C Nenhum (químicos e mecânicos) Nociceptores silenciosos
Alguns nociceptores são sensíveis a um estímulo específico enquanto outros são sensíveis a vários tipos de
estímulos. A fibra nervosa, axônio, inclui nervos aferentes e eferentes, motores e autónomos. A velocidade
que uma fibra nervosa individual conduz os potenciais de ação está relacionada com o diâmetro da fibra. Nas
fibras mielinizadas maiores, a velocidade de condução, em metros por segundo, é aproximadamente seis
vezes o diâmetro do axônio, em mícron (unidade de medida).
TRANSMISSÃO
• Sobre a sua neuroquímica importa referir que os NC sintetizam moléculas que podem contribuir para
a transmissão da informação nociceptiva, a exemplo as prostaglandinas, ATP e óxido nítrico. Os
neurotransmissores utilizam em 1ª linha os glutamatos.
• Outras substâncias químicas são libertadas em função da lesão de tecidos como é o caso:
- Potássio – células danificadas
- Serotonina – plaquetas
- Bradiquinina – plasma
- Histamina – mastócitos
- Prostaglandinas – células danificadas
• A transmissão diz respeito á função do SN a partir da qual a mensagem sobre a lesão é transmitida
desde o local de lesão até ao cérebro, dando lugar á perceção de DOR.
• Transmissão através de fibras nervosas periféricas até á medula espinal;
• Processamento no corno dorsal;
• Transmissão até ao tálamo e córtex cerebral.
MODULAÇÃO
Identificados recetores para os derivados do ópio nas células da substância cinzenta cerebral (periaquedutal
do mesencéfalo, e espinal medula. Grupos de substâncias (encefalinas, endorfinas) substâncias essas com
ligação aos recetores dos opióides e como constituintes do sistema opióide endógeno. A modulação é um
processo neural que atua para reduzir a atividade de transmissão do estímulo doloroso.
Verifica-se o bloqueio ou diminuição da transmissão do impulso doloroso por via da ativação das fibras
mielínicas, baixa produção de mecanorecetores inibindo a transmissão sináptica. Estimulação do funículo
posterior da medula espinal e lemnisco medial, tálamo ventrocaudal e cápsula interna – bloqueio da dor. Com
base neste fenómeno e na compreensão deste mecanismo desenvolveu-se o TENS (Transcutanous Electrical
Nerve Stimulation) terapia não farmacológica para a redução da Dor músculo esquelética.
Dor aguda
A dor aguda é uma dor que, até certo ponto, tem consequências benéficas para o organismo. É um sinal de
alarme que avisa da ocorrência de um traumatismo, uma queimadura, um derrame articular ou uma úlcera
gástrica (IASP) 10000454 – Acute pain (ICNP BROWSER)
Dor crónica
A dor crónica é geralmente definida como uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3-6 meses,
que muitas vezes persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou que existe sem lesão aparente.
10000546 – Chronic pain (ICNP BROWSER)
A dor irruptiva é definida como uma exacerbação transitória da dor sentida por doentes com dor persistente
relativamente estável e bem controlada (acontece frequentemente em situações de cancro avançado)
Bursite inflamação da bolsa que contém um líquido (bursa) que se localiza entre um tendão e a pele ou
entre um tendão e o osso, servindo como amortecedor.
DOR SOMÁTICA DOR VISCERAL
• Pode ser superficial (pele, musculo) ou profunda • Envolve nociceptores em órgãos cavitários e no
(articulações, tendões, ossos) musculo liso que são sensíveis a estiramento,
• Nociceptores estão envolvidos hipoxia e inflamação.
• Frequentemente bem localizada • A dor é geralmente referida, fracamente
• Geralmente descrita como latejante ou dolorosa localizada, vaga e difusa.
• Pode estar associada a sintomas autonómicos (por
exemplo, palidez, sudorese, náusea, alterações
na pressão arterial e frequência cardíaca)
• A dor visceral pode ser uma dor referida com intervenção de condução da “dor” através das fibras c
(condução da informação do orgão visceral através da substância gelatinosa da espinal medula).
• A dor visceral - dor percebida em local anatómico que por vezes não é exatamente o local de lesão
ex: dor angina de peito.
DOR NEUROPÁTICA
• Resulta de lesão ou disfunção do sistema nervoso central ou periférico. Gerada no interior do próprio
SN, independentemente do estímulo interno ou externo.
• Estímulo obvio nociceptivo ausente
• Associação evidente de lesão nervosa, ex.: alteração da sensibilidade, fraqueza.
• Dor atípica, diferente da dor somática, comumente como facada ou qualidade elétrica.
• Resposta somente parcial com analgésicos narcóticos, pode responder com antidepressivos e
anticonvulsivantes.
• Causalgia e distrofia simpático reflexo
• Ex: polineuropatias dolorosas, neuralgia herpética, neuralgia do trigémio e etc.
• Localização
• Irradiação
• Carácter ou qualidade
• Intensidade
• Duração
• Evolução
• Relação com as funções orgânicas
• Fatores desencadeantes ou agravantes
• Fatores atenuantes
• Manifestações concomitantes
Pode produzir uma dor crónica. É comum em patologias como diabetes mellitus ou toxidade alcoólica. A dor
neuropática é muito comum.
Causalgia ou dor em queimadura é o exemplo de dor induzida por traumatismo sobre nervo periférico.
Apresenta-se sob a forma de syndrome com dor em queimadura e sinais de hiperatividade do sistema nervosa
simpático (Mitchell, 1965; Roberts, 1986). As lesões do SNC raramente são dolorosas. Quando a dor está
presente é uma dor severa e resistente ao tratamento. (Cassinari and Pagni, 1969; Riddoch, 1938).
DOR FANTASMA
Dor de caráter neuropático incapacitante que surge em representação do membro amputado. Diferente de
“sensação fantasma”. Surge em doentes com dor crónica no membro que foi amputado. A dor é isquémica
prolongada e associada a quadros depressivos.
• Dor na criança
- Realizar um inquérito aos serviços de pediatria que permita conhecer o estado da arte do
tratamento da dor crónica em Portugal;
- Realizar estudo de prevalência de dor crónica na população pediátrica;
- Elaborar orientações técnicas sobre o tratamento da dor aguda pós-operatória.
• Dor no doente critico (em cuidados intensivos)
- Elaborar orientações técnicas sobre avaliação da dor no doente crítico.
• Dor no idoso
- Desenvolver orientações estratégicas para melhoria da adesão terapêutica.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
• Avaliar dor
• Gerir dor
Resumo: As escalas desenvolvidas para avaliação da dor em doentes adultos internados em unidades de
cuidados intensivos são poucas e insuficientemente estudadas. Os objetivos deste estudo foram adaptar
semântica e culturalmente para o Português a escala Behavioral Pain Scale – Intubated Patient e avaliar as
suas propriedades psicométricas em doentes internados nos cuidados intensivos em ventilação mecânica e
com patologia médica e/ou cirúrgica. Trata-se de um estudo de carácter metodológico, de tradução e análise
de validade psicométrica da escala referida com o desenvolvimento de painéis e aplicação da escala por dois
observadores de forma simultânea e independente a 60 doentes selecionados de forma acidental. O processo
de validação semântica e cultural resultou numa versão consensual. Na análise fatorial de componentes
principais, a solução de um fator apresentou uma variância explicada entre 67,96% e 68,14%. A consistência
interna calculada pelo α de Cronbach variou entre 0,65 e 0,73. O nível de concordância entre observadores
variou para cada item entre um valor de Kappa de 0,20 e 0,66. O coeficiente de concordância intraclasse
entre observações para o score total foi de 0,79. A versão Portuguesa da BPS-IP/PT, quando utilizada em
doentes adultos em ventilação mecânica internados nos cuidados intensivos, revelou ser válida e fiável
Behavioral Pain Scale (BPS)
• Gerir ambiente – controlar os fatores ambientais externos que influenciam a resposta do doente à dor,
promovendo o relaxamento e diminuição da ansiedade.
- Adequar a luz ambiente
- Adequar níveis de ruido
- Adequar a temperatura do quarto
- Adequar o horário dos cuidados
ADMINISTRAR TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA ANALGÉSICA
• “Pelo relógio “
- Os métodos tradicionais de administração de analgésicos são a oral, retal, sublingual, cutânea,
intramuscular e intravenosa.
- Os analgésicos deverão ser administrados numa base regular em função da dor da pessoa, seus
efeitos no alívio da dor, sendo gradualmente AJUSTADA a dose até que o cliente esteja
confortável.
- A dose seguinte deve ser administrada antes que o efeito da 1ª dose tenha desaparecido
completamente.
Efetividade do toque terapêutico sobre a dor, depressão e sono em pacientes com dor crónica: ensaio
clinico
Este estudo teve como objetivo verificar a efetividade do Toque Terapêutico na diminuição da intensidade
da dor, escores de auto-avaliação de depressão e melhora da qualidade do sono. Consiste em um ensaio clínico
do tipo antes e depois, realizado com 30 idosos com dor crônica não-oncológica que receberam 8 sessões de
Toque Terapêutico Método Krieger-Kunz na Unidade Básica de Saúde de Fernandópolis (SP), Brasil. A Escala
Analógica Visual para dor foi aplicada antes e após cada sessão, o Inventário de Depressão de Beck e o Índice
de Qualidade do Sono de Pittsburgh, antes da primeira e após a última. A análise dos dados demonstrou
diminuição significativa (p<0,05) na intensidade da dor, dos escores de auto-avaliação de depressão e do
índice de qualidade do sono. Conclui-se que o Toque Terapêutico foi efetivo na diminuição da intensidade da
dor, nas atitudes e nos sintomas depressivos e na melhora da qualidade do sono.
Psychological therapies for the management of chronic and recurrent pain in children and adolescents
(Review)
Psychological therapies (relaxation, hypnosis, coping skills training, biofeedback, cognitive behavioural
therapy) are treatments which may help people manage pain and its disabling consequences. For children and
youths there is good evidence that both relaxation and cognitive behavioural therapy (treatment which helps
people test and revise their thoughts and actions) are effective in reducing the severiry and frequency of
chronic headache, recurrent abdominal pain and fibromyalgia. These treatments appear to have a lasting
effect. Not enough studies, however, measure the effects of these treatments on reducing disability and
helping young people to be more independently active, and not enough measure the effects on mood.
Transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) for phantom pain and stump pain following
amputation in adults (Review)
Amputee pain may present in a body part that has been amputed (phantom pain) or at the site of amputation
(stump pain), or both. Phantom pain and stump pain are complex conditions and affect up to 80% of amputees.
The underlying causes are not fully understood. Drug therapy is the most common treatment yet the condition
remaisn poorly managed. The need for non-drug interventions has been recognized and TENS may have an
important role to play. TENS is an inexpensive, safe and easy to use analgesic technique which consists of a
battery powered portable device which generates electrical currents that are passed across the intact surface
of the skin to activate underlying nerves. A search of various databases found no studies that met the eligibility
criteria for indusion in this review which prevents any judgement on the effectiveness of TENS for phantom
pain and stump pain. A large multicenter randomized controlled trial is needed.
NUTRIÇÃO
NUTRIÇÃO
Nutrição conceito amplo que tem a ver com a satisfação das necessidades alimentares de uma pessoa, ingestão
de alimentos/deglutição, digestão e absorção.
• Os alimentos contribuem para um estado ótimo de saúde, fornecendo a energia necessária para as
tarefas do dia-a-dia;
• Uma alimentação adequada, completa e equilibrada contribui para a prevenção de determinadas
doenças como alguns tipos de cancro, obesidade, diabetes ou doenças cardiovasculares;
• Nutrição saudável contribui para um adequado crescimento das crianças e adolescentes.
Uma alimentação saudável é preponderante para o estado emocional, mental, físico e social de cada
individuo.
As recomendações para a ingestão de energia para um indivíduo saudável variam, no geral, entre 1800 a
2200 quilocalorias (Kcal), dependendo da intensidade de exercício físico praticado, idade e sexo.
APETITE
Clínica
“Dados nutricionais ou problemas identificados à medida que são relacionados às condições médicas ou
físicas” - (Krause et al, 2013:257)
〉 Problemas funcionais
Mudança no funcionamento físico ou mecânico e que interfere nas consequências nutricionais
desejadas, como: compromisso na deglutição, dificuldade na mastigação, dificuldade de
amamentação, função gastrointestinal alterada.
〉 Bioquímico
Mudança na capacidade de metabolizar os nutrientes em resultado de medicamentos,
cirurgia…indicado por valores laboratoriais alterados.
〉 Peso
Peso crónico ou mudança de peso quando comparado com o peso usual ou desejado, como por exemplo
baixo peso, perda de peso involuntária, sobrepeso ou obesidade, ganho de peso involuntário.
Comportamentos e Ambiente
〉 Conhecimento e crenças
Défice conhecimento relativo á alimentação e nutrição, crenças ou atitudes relativo à
nutrição/alimentos, não estar consciencializado para a dieta ou mudança no estilo de vida, défice de
auto monitorização da dieta, padrão de perturbações alimentares, adesão limitada às recomendações,
escolhas alimentares indesejadas.
Incapacidade
A Incapacidade tem um impacto negativo na adoção de uma alimentação saudável, pelo que é imprescindível
ter em conta as particularidades que tornam as pessoas com incapacidade(s), mais vulneráveis.
Os problemas alimentares mais comuns que surgem nas pessoas com incapacidade são:
• Baixo peso,
• Excesso ponderal/obesidade,
• Obstipação,
• Problemas de deglutição/disfagia,
• Interações medicamento/alimento.
Está presente em certas condições de saúde como o síndrome de Rett, paralisia cerebral, desenvolvimento
de úlceras de pressão, pessoas com mobilidade reduzida ou acamadas. São causas de baixo peso:
→ Baixa Ingestão energética R/C incapacidade para comunicar a sensação de fome ou mesmo as
preferências alimentares, crenças sobre alimentação, a má coordenação motora, refluxo gastro
esofágico, atraso de esvaziamento gástrico (diminuição de absorção), dor (diminuição do apetite),
seletividade alimentar.
→ Infeções frequentes, presença de feridas por pressão em crianças, adultos e ou idosos poderão exigir
maiores necessidades nutricionais.
Importante considerar
Ocorre quando uma pessoa ingere uma quantidade de energia superior aquela que necessita. Pessoas com
disfunções motoras que limitam permanentemente a sua atividade física precisam de um menor aporte
calórico para suprimento das suas necessidades.
O excesso de peso ou obesidade poderá traduzir-se numa deficiência secundária para indivíduos com
dificuldades motoras, prejudicando a coordenação e o desenvolvimento muscular ou, até mesmo, contribuir
para o desenvolvimento de doenças crónicas tais como a diabetes, hipertensão arterial e a doença coronária.
O ganho de peso pode estar relacionado com diversos fatores: atividade física limitada, gastos energéticos
diminuídos, baixa estatura devido a crescimento atípico, baixa tonicidade muscular, problemas em comunicar
a sensação de saciedade e situações de compensação.
Importante considerar
Ocorre quando movimentos peristálticos estão diminuídos em relação ao habitual, havendo uma maior
dificuldade no funcionamento do intestino ou uma alteração na frequência habitual da defecação.
Os sintomas passam por dor e distensão abdominal, diminuição da ingestão alimentar e irritabilidade.
Malformação anatómica ou neurológica do intestino ou uma tonicidade muscular anormal – por exemplo
hipertonia na paralisia cerebral do tipo espástico ou hipotonia na síndrome de Down, pode prejudicar o
funcionamento do intestino.
A baixa atividade física e obesidade, ausência de rotinas ou inaptidão postural para defecar, a toma de certos
medicamentos, a excessiva perda de fluidos, insuficiente ingestão de água (pela dificuldade em deglutir,
recusa ou incapacidade para comunicar a sensação de sede), baixo consumo de fibras e a malnutrição podem
gerar este diagnóstico.
• Ingestão diária líquidos, todas as manhãs em jejum, chá ou água, a uma temperatura tépida, aumenta
o bolo fecal e proporciona a hidratação das fezes;
• Uma dieta equilibrada, com alto teor de fibras, rica em hortofrutícolas e cereais. O sumo de ameixa
poderá ser uma boa ajuda para combater a obstipação;
• Evitar alimentos ricos em celuloses duras (como sementes), já que este tipo de fibras pode causar
micro ferimentos a nível da mucosa intestinal desencadeando espasticidade;
• Ajustar a rotina diária para defecar; estipular um horário, numa altura calma do dia, sem qualquer
tipo de stress ou constrangimento. Corrigir o posicionamento corporal (bem sentado na sanita, pés
apoiados), adaptar a casa de banho, através de equipamentos como a cadeira sanita e barras laterais;
• Quando possível, a atividade física deverá ser aumentada, tendo em conta as capacidades do indivíduo.
• A massagem abdominal com regularidade, pode trazer efeitos positivos.
Malnutrição Estado Nutricional Comprometido: Caquexia, Kwashiorkor, Marasmo (ICN browser, 2017).
〉 Caquexia
Caquexia é um tipo de Malnutrição com as seguintes características específicas, situação de magreza,
perda muscular, falta de forças e emaciação habitualmente associada com mau estado de saúde em
geral ou a doenças como o cancro e a tuberculose.
〉 Kwashiorkor
Kwashiorkor é um tipo de Malnutrição com as seguintes características específicas:
grave deficiência proteica sem deficiência em calorias, que surge principalmente em
crianças, atraso de crescimento com dramática perda de peso acompanhada por
alterações na pigmentação da pele e do cabelo, diarreia, perda de apetite,
nervosismo, irritabilidade, edema, anemia, dermatite ou défices vitamínicos.
〉 Marasmo
Marasmo é um tipo de Malnutrição com as seguintes características específicas: malnutrição grave e
fome principalmente em crianças, graves deficiências em proteínas e calorias, acompanhadas de graves
perdas tecidulares e musculares, desidratação, perda de gordura subcutânea, letargia e atraso de
crescimento.
CICLO DA MALNUTRIÇÃO
Deve incluir:
Equipamento:
• Fita métrica;
• Adipómetro.
• CABELO – alopecia, fragilidade e secura podem ser devidas a carência de proteínas, zinco e/ou
vitaminas A e E
• PELE – acne e pele seca podem ser devidas a carência de vitaminas; petéquias, pontos de hemorragia
associados a carência de vitaminas K e C
• BOCA – estomatites, glossites podem ser devidas a carência de vitaminas do complexo B e vitamina C
• EXTREMIDADES – diminuição dos reflexos osteotendinosos e parestesias podem estar associados a
carências de vitamina D, K e do complexo B
Parâmetros bioquímicos
• Determinar necessidades calóricas estimadas (considerando sexo, idade e grau de atividade física);
• Determinar percentil (utilizar tabelas de percentis)
• Atender aos valores de referência
Rastreio
Utilizado em adultos e pode ser aplicado em qualquer local de prestação de cuidados (toolkit – 5 passos,
ferramenta universal para avaliação da malnutrição, avalia imc, perda de peso involuntária nos últimos 3
a seis meses, gravidade da doença e redução drástica da ingestão nutricional)
〉 Lei da quantidade
…a quantidade de alimentos a ingerir diariamente deve ser suficiente para cobrir as exigências
energéticas (calorias) do organismo e manter o equilíbrio do seu balanço (entre o que se ingere e se
elimina pelas fezes, urina, suor)
〉 Lei da qualidade
…o regime alimentar deve ser higiénico e completo na sua composição, de forma a fornecer ao
organismo todas as substâncias de que é constituído e de que precisa para viver.
〉 Lei da harmonia
…os nutrientes levados pelo organismo precisam manter entre si proporções convenientes, desde os
energéticos a todos os outros.
〉 Lei da adequação
…pelos alimentos que os compõe e pela forma como são cozinhados, a alimentação e as refeições
precisam ser adaptadas às condições dos indivíduos a que se destinam (sãos ou doentes), em especial
ao estado do funcionamento dos aparelhos digestivo, circulatório e renal.
DIETAS ALIMENTARES HOSPITALARES (EX)
INGESTÃO NUTRICIONAL
Ingestão nutricional
Ingestão de líquidos
Intervenções de enfermagem:
SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS
INGESTÃO, DIGESTÃO, ABSORÇÃO, TRANSPORTE E EXCREÇÃO DE NUTRIENTES
As substâncias não digeridas passam para o intestino grosso misturadas com água. Ocorre a absorção de
minerais e de grande quantidade de água
DIGESTÃO
Estômago – quimo/absorção;
MASTIGAÇÃO
V - Nervo trigêmeo
— ramo motor (possui três ramos: o mandibular, o oftálmico e o nervo maxilar )
Motricidade da mandíbula
Secreção das glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais (saliva)
IX - Nervo glossofaríngeo (Junto com os nervos facial e vago, está relacionado a sensibilidade gustativa)
• ramo motor (mandibular e maxilar)
Elevação da faringe
Salivação
• ramo sensitivo
Sensibilidade da faringe e 1/3 posterior da língua
XII - Nervo hipoglosso (Motor - Enerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso, considerado
como o nervo motor da língua)
Motricidade da língua
MASTIGAÇÃO COMPROMETIDA
Intervenções de enfermagem
Intervenções de enfermagem
Focos de atenção
• Comer e beber
— Sugar
— Mastigar
— Deglutir
• Processo do sistema gastrointestinal
— Eructação
— Regurgitação
— Absorção
— Vómito
SUGAR
Comer ou beber …ingestão de líquidos pela boca utilizando os músculos dos lábios e da língua, por exemplo,
o leite da mama ou líquido por biberão.
• Prematuridade
• Malformações congénitas
• Alterações neurológicas
• Alterações musculares
• Efeito secundário de medicamentos
• Reflexo de sucção fraco
• Dificuldade do RN para agarrar o mamilo
• Dificuldade respiratória
• Falta de conhecimentos e capacidades dos pais
SUGAR
Sucção diminuída/ comprometida
Conhecimento dos pais sobre …
Intervenções de enfermagem:
ERUCTAÇÃO
ERUCTAÇÃO
Risco de eructação
• Distúrbios da absorção
• Distúrbios psiquiátricos (alimentação compulsiva)
ERUCTAÇÃO
Risco de eructação
Intervenções de enfermagem
(tronco elevado)
• Instruir o indivíduo sobre como facilitar a eructação
(deve colocar uma das mãos sobre a região epigástrica e efetuar movimentos leves e circulares)
• Instruir os pais sobre como facilitar a eructação
(a criança deve ser colocada junto ao peito do adulto, em posição vertical, e devem ser aplicadas
leves pancadas na região interescapular)
• Posicionar a criança
REGURGITAÇÃO
Processo do sistema gastrointestinal comprometido: refluxo ou retorno dos alimentos deglutidos para a
boca; incapacidade de impedir o refluxo das substancias do estômago para as vias aéreas,
acompanhado pela inalação do conteúdo gástrico para as vias aéreas.
REGURGITAÇÃO
Risco de regurgitação
Intervenções de enfermagem
ABSORÇÃO
Processo corporal: Incorporação de nutrientes sob a forma de alimentos, sólidos ou líquidos, introduzidos
no organismo através do tubo digestivo.
Absorção comprometida
• Náusea
• Vómito
Intervenções de enfermagem
VÓMITO
Vómito
Risco de vómito
Mecanismo
• Respiração profunda
• Elevação do osso hioide e da laringe
• Abertura do esfíncter esofágico superior
• Encerramento da glote
• Elevação do palato mole – fechar as fossas nasais
• Contração muscular abaixo do diafragma
Vómito
Risco de vómito
Intervenções de enfermagem
Muitas vezes a nutrição dos idosos é muito deficiente, associada à mobilidade reduzida ao leite e à falta
de estimulação cognitiva. Quando há fragilidade, mas a pessoa está consciência de si e do seu problema,
esta inferioriza-se e acaba por se desleixar e deixa de cuidar de si, o que permite uma maior evolução das
doenças. Há uma crença popular em que as pessoas julgam que pelo simples facto das pessoas já não
trabalharem estas não precisam de ter uma boa alimentação.
As pessoas que têm propensão para colesterol devem começar por diminuir o consumo dos pães.
É muito importante consumir produtos lácteos uma vez que estes diminuem os vários tipos de cancro,
principalmente o cancro do tubo digestivo.
Os enfermeiros devem ter conhecimento do que o doente come e explorar os hábitos alimentares da
pessoa e comparar com o que é o ideal, uma vez que as porções são essenciais para um bom estado de
saúde. As pessoas podem consumir até dois copos de vinho sem que este tenha um efeito prejudicial para
a saúde. Logo, se uma pessoa diz que consume vinho não quer dizer que esta tenha hábitos alcoólicos.
O enfermeiro deve ter a preocupação de ensinar os seus clientes que a utilização de ervas aromáticas
ajuda a dar sabor aos alimentos sem que seja necessário a adição de sal.
Todas as relações que o paciente estabelece com o centro hospitalar, como a relação com os profissionais,
as saudades de casa, entre outros, contribuem para o apetite da pessoa. Se a dieta aplicada à pessoa for
contrária aos desejos da pessoa, esta tem tendência a perder o apetite, o que vai causar um menor
consumo de alimentos levando a uma diminuição de peso.
Quando um alimento é interpretado como nocivo à saúde (interpretação nutricional) a pessoa vai ter
diarreia ou vómito.
Avaliar o estado nutricional é uma intervenção do nutricionista. No entanto, os enfermeiros têm que saber
fazer isto, uma vez que estes apresentam muito contacto com os doentes, sendo também necessário fazer
esta intervenção quando um serviço só tem nutricionista quando este é chamado.
Os auxiliares estão debaixo da supervisão dos enfermeiros, sendo os enfermeiros que muitas vezes são
responsáveis pela supervisão do funcionamento da unidade no que diz respeito aos doentes.
No caso da amamentação, o enfermeiro tem que perceber se a sucção do leite está a ser eficaz e, se isto
não acontecer, perceber o motivo.
A absorção faz-se no estômago, no intestino delgado e no grosso. Um doente com doença de Crohn faz
muitas diarreias, uma vez que a absorção é deficiente.
Os dados bioquímicos são dados por valores laboratoriais alterados, sendo necessário às vezes alertar o
médico auxiliar ou com o nutricionista para a necessidade da realização destes exames.
No parâmetro do peso deve-se comparar o peso que é usual/desejado com o peso que o paciente apresenta
no momento e perceber me quanto tempo é que o peso se alterou e o motivo pelo qual isso aconteceu.
Devemos perceber as condições que o paciente tem no que diz respeito à nutrição: se consegue ir buscar
os alimentos ou se tem alguém que vá buscar por ela, se consegue cozinhar, se tem companhia para comer
ou não, se conserva bem as refeições…
Baixo Peso – Pode estar associado a várias patologias. No desenvolvimento de úlceras de pressão existem
vitaminas que são recomendadas. O atraso de esvaziamento gástrico é muito encontrado em pessoas com
paralisia cerebral e em casos de AVC; há um atrasamento de esvaziamento o que faz com que as pessoas
tenham que saltar algumas refeições, para que haja um maior rendimento na absorção. Antigamente, os
doentes que apresentavam fadiga, principalmente os doentes oncológicos, prescrevia-se um prego no pão
a meio da manhã e um pudim com ovo a meio da tarde de forma a dar suplementes vitamínicos aos
doentes. Atualmente, existem vitaminas que são prescritas de forma a contornar esta fadiga.
Excesso de Peso – A dieta deve ser adequada, diminuído os hidratos de carbono. Pode estar relacionado
com a imobilidade, baixa tonicidade muscular…
Obstipação – Ocorre com a diminuição dos movimentos peristálticos. Os doentes que têm paresia, não
conseguem fazer os movimentos que levam à excreção de fezes, o que faz com que elas fiquem em bolo
no intestino. Deve-se aumentar a ingestão de água e a ingestão de fibras, como hortaliças. É preciso ter
em atenção quando se aumenta a ingestão de água deve-se ter em atenção o estado sistémico, tendo em
conta em particular a função renal, a predisposição para o aparecimento de edemas ou de aumento de
peso associado ao aumento de água. A ameixa ajuda muito mais na obstipação do que muitos dos fármacos
utilizados, sendo que estes são muitos mais caros. Colocam-se duas ameixas durante a noite em 200 ml
de água durante a noite e depois rela-se tudo e bebe-se.
Se se estiver a dar de comer à boca a uma pessoa que não tem estabilidade, por exemplo na cabeça, deve-
se proceder ao seu posicionamento (auxiliar a cabeça da pessoa com duas almofadas) e só depois
alimentar. Não se deve alimentar ninguém que esteja com o corpo todo torto.
Há doentes que se recusam a comer por que choram, sendo isto um fator para o baixo peso.
Estados Nutricionais
Emaciação – edema.
Uma pessoa que está a fazer quimioterapia, muitas vezes costuma perder o apetite ou ficam com vómitos
ou náuseas, o que leva à caquexia, uma vez que estas deixam de se alimentar. Um doente com DPOC
também pode aparecer com esta malnutrição, uma vez que num estado de grande gravidade, a pessoa,
quando a comer, tem que decidir se quer comer ou respirar, o que leva a uma deficiência na ingestão de
nutrientes. Logo, não consegue satisfazer as necessidades nutricionais.
MUST – avaliar o estado nutricional dos doentes no contexto hospitalar, podendo, no entanto, ser usada
também no domicílio.
Antes de ser pesar deve-se sempre avaliar se a balança está equilibrada para diminuir o erro.
Uma pessoa com baixo teor de albumina vai apresentar edemas; transferrina – parte anémica e de força
do doente.
Deve-se sempre destampar a campânula de forma a perceber se a pessoa comeu tudo ou não. Deve-se
perguntar se a comida estava do agrado da pessoa ou não e se não estiver deve-se perceber o porquê. A
condição oral (se lava a cavidade oral ou não) é muito preponderante na alimentação.
A colheita de dados deve ser contínua e não uma contínua colheita de dados. Não se deve andar sempre
a colher os mesmos dados e massacrar o doente com a mesma informação. Deve-se consultar o processo
clínico de forma a evitar esta repetição e dar continuidade dos cuidados.
Deve-se fazer as contas à drenagem de água, pois se eu administrar 1,5 L de água e ele só expelir 700 ml,
podemos concluir que o doente está a fazer retenção de líquidos.
Um dos problemas da enfermagem é não se saber quais são os recursos que existem na comunidade, de
forma a poder ajudar mais eficazmente a comunidade e recomendar esses serviços.
Nutrição Oral, Nutrição Entérica (por tubos), Nutrição Parentérica (por veia)
Onde se forma o quimo, quilo, onde ocorre a absorção…? (perguntas que se podem fazer na PL)
Secreção das glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais – contribuem para a formação do bolo
alimentar.
Deglutição – quando a língua propulsa o bolo alimentar até ao esófago e do esófago até ao estômago. Na
deglutição os movimentos peristálticos são de cima para baixo e no vómito os movimentos são de baixo
para cima. Os problemas da deglutição não têm só haver com problemas na cavidade orofaríngea. O tumor
no esófago provoca problemas de disfagia (problemas na deglutição) de sólidos, uma vez que a massa
tumoral vai ocupar espaço no esófago – o doente apresenta “problemas em engolir”.
Stent – mola de aço que distende o lúmen das cavidades ocas – pode ser usado no esófago de forma a
aumentar o lúmen de forma a que os alimentos sólidos possam passar.
Uma pessoa com problemas/alterações na mucosa oral não consegue/tem problemas a mastigar.
Se a pessoa não consegue mastigar, mas consegue deglutir, a dieta deve ser mole. Os enfermeiros devem
fazer com que a dieta mole seja prescrita nestes caos, para o bem do doente.
Cormobilidades – relacionado com a idade, por exemplo. Pessoas que têm demência/Alzheimer
apresentam problemas na deglutição. Muitas vezes ficam com a comida na boca sem mastigar/engolir.
Linfadenopatia – aumento dos gânglios linfáticos na zona cervical que provocam disfagia orofaríngea.
Quando se alimenta por biberão, o leite deve cobrir toda a tampa, de forma a que, quando o bebé suga
na tetina, não sugue mais ar que leite, pois como o tubo digestivo ainda está em desenvolvimento, se este
ingerir muito ar vai causar muitas cólicas no bebé.
FERIDAS
SISTEMA TEGUMENTAR
Sistema tegumentar (ST) conjunto de estruturas que formam o revestimento externo do corpo,
constituído pela pele, pelos, unhas e glândulas.
As suas funções:
PELOS E UNHAS
Pelos
ALTERAÇÕES DA PELE
PELE E GLÂNDULAS
Glândulas sebáceas responsáveis pela produção e libertação de sebo. Revestem toda a pele de uma
emulsão com função na desidratação. O sebo tem função de barreira contra
agressores externos, mantendo a acidez da pele, cujo pH deve rondar entre o 5 e o
5,5 garantindo a flora saprófita – filme hidrolipídico.
Características da pele normal
ENDÓGENOS EXÓGENOS
Envelhecimento da pele: Adelgaçamento da epiderme, derme e junção dermo-epidermal – pele com aspeto
em folha de papel
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
Avaliar:
→ Temperatura
• Normalmente a pele é quente ao toque
• Mais quente que o normal pode ser sinal de inflamação
• Mais frio que o normal pode ser sinal de deficiente vascularização
→ Cor
A cor da pele é determinada pelos pigmentos (melanina) presentes na pele, pelo sangue
circulante e pela espessura da camada córnea. A sua produção depende de fatores
genéticos, hormonais e luz solar. Os fatores genéticos estão na base das diferentes
quantidades de melanina encontradas nas diferentes raças e nas diferentes pessoas da
mesma raça. Contudo pode-se observar outros sinais
→ Humidade
• Seca ou húmida ao toque
• Hiperqueratose (descamação, crostas)
→ Turgidez
• Normalmente retorna rapidamente ao seu estado normal
• Retorno lento ao seu estado normal (desidratação ou efeito do envelhecimento)
• Edema
→ Integridade
• Íntegra
• Com lesões cutâneas
Avaliar a PELE implica prestar especial atenção a temperatura, cor, humidade, turgidez e
integridade e observar:
Rash elevação fugaz e pruriginosa provocada pela formação de um edema circunscrito na derme, típica
da urticária
Vesícula pequeno relevo superficial constituído por uma cavidade contendo líquido claro que constitui a
lesão elementar própria de várias dermatoses como o eczema ou o herpes (simplex e zooster)
Pápula saliência sólida de pequenas dimensões, que regride sem deixar cicatrizes
Nódulo lesão sólida situada na derme, de consistência compacta, que se diferencia da pápula pelas
maiores dimensões, pela maior profundidade e pelo resultado em geral cicatricial. Manifestações
nodulares manifestam-se na tuberculose, na lepra, na sífilis terciária, no lúpus vulgar
Crosta forma-se por concreção de soro, pus ou sangue que seca à superfície cutânea. Pode seguir-se a
uma vesícula, a uma bolha ou a uma pústula. Pode ter tamanho, forma, coloração e consistência
variáveis.
Rágada solução de continuidade linear da superfície cutânea determinada na espessura do tecido pela
perda da sua normal distensibilidade. Pode ser mais ou menos profunda: se limitada à epiderme,
é seca e não dolorosa; se atinge também a derme tem fundo vermelho e sangrento e é muito
dolorosa: as regiões palmares e plantares, as comissuras labiais, o mamilo, a borda do prepúcio e
as pregas anais são as zonas mais frequentemente atingíveis.
Erosão perda de substância superficial secundária a bolhas ou a pústulas, que regride sem cicatrizar mas
com a formação de uma crosta. Pode igualmente surgir após traumatismos ou após arranhões
(neste caso devem ser chamadas escoriações e têm uma disposição linear característica devida à
descarnação produzida pela unha.
Ulceração perda de substância profunda, com pouca tendência para a regressão espontânea. Atinge a
derme e eventualmente a hipoderme e pode segregar um líquido seroso, sero purulento ou
francamente purulento e hemorrágico, e cobrir-se de uma crosta.
Micoses cutâneas doenças dos fungos parasitas da classe dos actinomicetes e ficomicetos, que representam
uma fonte copiosa de afeções cutâneas
Dermatoses por vírus herpes simplex ou zooster, varicela, varíola, verrugas, papilomas, condilomas, afta
epizoótica
Dermatoses piogénicas causadas na maioria dos casos por estreptococos (impetigo, carbúnculo, sicose,
furúnculo, folicolite, erisipela)
CUIDADOS COM A PELE
Intervenções de enfermagem:
FOCO – Eritema
Eritema Erupção cutânea de diferentes cores e protuberâncias, edema local, urticária, vesículas e
prurido.
FOCO – Eritema pelas fraldas
Eritema pelas fraldas Erupção localizado na área de pele em contacto com as fraldas.
Intervenções de enfermagem
Eritema por calor Erupção cutânea de eritema localizada em áreas cobertas por roupas apertadas e
quentes ou em áreas expostas ao calor e à temperatura elevada.
Intervenções de enfermagem
FOCO – Exantema
Exantema Erupção cutânea com eritema, calor, prurido e sensibilidade devido a alergia ou a doença
infeciosa.
FERIDA
• Lesão tecidual habitualmente associada a danos físicos ou mecânicos, formação de crosta e tunelização
dos tecidos;
• Drenagem serosa, sanguinolenta ou purulenta;
• Eritema da pele; edema; vesículas, pele circundante macerada e anormal;
• Aumento da temperatura da pele;
• Odor;
• Sensibilidade dolorosa aumentada.
TIPOS DE FERIDA
• Agudas
• Crónicas
Feridas simples
− Da pele
− Da membrana mucosa
− Do tecido subcutâneo
− Da fáscia superficial
− Parcial do musculo
Feridas complexas
− Todas as outras
Exemplos de feridas:
• Maceração
• Ferida cirúrgica
• Ferida traumática
• Queimadura
• Úlcera por pressão
• Úlcera venosa
• Úlcera arterial
• …
MACERAÇÃO
FERIDA TRAUMÁTICA
Ferida traumática solução de continuidade inesperada de tecido ou superfície do corpo associada a lesão
mecânica devido a agressão ou acidente; lesão irregular da pele, mucosa ou tecido,
tecido doloroso e magoado, drenagem e perda de soro e sangue; associada a tecido
pouco limpo, sujo ou infetado.
Lesão tecidular, causada por um instrumento ou meio que, atuando sobre qualquer
superfície corporal, de localização interna ou externa, promove uma alteração na
fisiologia da pele, com ou sem solução de continuidade da área afetada. As feridas
traumáticas são consideradas feridas agudas e, de um modo geral, reagem
rapidamente ao tratamento cicatrizando sem complicações.
As feridas traumáticas podem ocorrer de forma não intencional, quando resultam de situações inesperadas
causadas acidentalmente, denominadas acidentais. Por outro lado, lesões intencionais ou lesões relacionadas
com violência são resultantes de atos deliberados com o intuito de causar dano. Podem ser cometidos pelo
próprio ou terceiros.
Tipos de ferida traumática:
Escoriação Abrasão da pele e da derme com dor, sangramento e sensibilidade até à aquisição de crosta.
Laceração rasgo irregular, associado a lesão intensa dos tecidos que chega a ameaçar a vida com perda
de sangue e soro, e com risco de choque.
Ferida por arma de fogo classificada por local de entrada, saída e trajeto da ferida. O local de entrada
tem vários efeitos sobre os tecidos, por exemplo: apenas o impacto da bala ou a queimadura
da pólvora, de acordo com a distância a que é disparada. A bala pode penetrar no corpo, ficar
alojada no corpo, provocar danos na superfície corporal ou passar de raspagem sobre a
superfície da pele, dependendo da distância de disparo, do ângulo da bala e do ângulo do corpo
face à bala.
Ferida por punção ferida que perfura a pele, causada por um objeto pontiagudo e cortante.
Queimadura da pele quer pelo calor (1), quer pelo frio (2).
Necrose morte tecidular associada a processo local inflamatório, infecioso ou maligno, ou a lesão
mecânica dos tecidos; os estádios são classificados de acordo com a gravidade associada à
duração da ausência de oxigenação do tecido, vão desde a pele pálida e branca acompanhada
de grande dor devida à afeção dos nervos superficiais, até à necrose azul e negra da pele e
perda da sensação e da dor devida a lesão dos nervos com alto risco de infeção da ferida, perda
do tecido lesado e de partes do corpo.
Necrose pé diabético
Fissura Ferida ou rasgão do tecido de revestimento da superfície do corpo acompanhada por diminuição
da elasticidade e capacidade de distensão da pele por marcas vermelhas de estiramento através
das quais se revela o tecido da derme
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM - fissura
Não há consenso quanto à classificação das feridas traumáticas na prática, daí serem classificadas de acordo
com os seguintes aspetos gerais:
Integridade cutânea
Pode-se aferir duas situações: lesões que envolvem interrupção da continuidade da pele, ou não,
denominadas feridas abertas ou fechadas respetivamente
Profundidade dos tecidos lesados
São descritas como feridas de espessura parcial ou total ou, ainda, em superficiais, espessura parcial,
espessura total ou espessura total com comprometimento do tecido subcutâneo.
− Superficiais apenas há dano da epiderme.
− Espessura parcial há dano da epiderme, chegando até à derme.
− Espessura total caracterizada pelos danos de ambas as camadas da pele, podendo mesmo
envolver estruturas adjacentes.
Ainda quanto à profundidade, outros autores defendem superficiais, profundas e transfixantes.
− Superficiais envolvem apenas as camadas superficiais da pele;
− Profundas atingem tecido adiposo e músculo;
− Transfixantes trespassam todas as estruturas subjacentes de um lado ao outro. No entanto,
nem sempre é possível avaliar a profundidade das lesões.
Tipos de lesão.
Podem ser divididos em: incisas, contusas ou perfurantes.
− Feridas incisas originadas por instrumentos cortantes.
− Feridas contusas provocadas por meios ou instrumentos contundentes.
− Feridas perfurantes/ punctórias/ punctiformes caracterizam-se pela sua exteriorização em
forma de ponto e são causadas por meios ou instrumentos perfurantes.
FERIDAS - CICATRIZAÇÃO
• Feridas agudas
o Cicatrização que persiste até 14 dias (lacerações, lesões por esmagamento, queimaduras,
intervenção cirúrgica, trauma, …);
o Ferida crónica que persiste para além desse tempo e é intervencionada para desbridar por
exemplo, deverá ser considerada aguda e manuseada como tal, a partir do momento em que é
intervencionada.
• Feridas crónicas
o Ferida que continua a necessitar de tratamento depois de 6 semanas do seu aparecimento.
o São exemplos as úlceras de perna (arteriais, venosas, flebites, celulites, neoplásicas,
neuropáticas), úlceras de pressão, feridas traumáticas, feridas cirúrgicas complicadas, feridas
neoplásicas.
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Todos os tecidos são capazes de se auto cicatrizarem, para tal possuem dois mecanismos que permitem este
processo de cicatrização:
Reparação processo em que o tecido lesionado é substituído por tecido conjuntivo, dando lugar a uma
cicatriz. No ser humano é o principal mecanismo pelo qual ocorre a cicatrização.
Regeneração processo em que o tecido lesionado é reposto de células iguais. No ser humano a completa
regeneração só é possível em algumas células, como por exemplo as células epiteliais do
fígado;
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
Sucedem-se, mas pode haver uma sobreposição das fases em diferentes localizações da ferida, bem como o
tempo de duração de cada uma das fases pode variar de acordo com múltiplos fatores. O processo é promovido
pela lesão dos tecidos que por sua vez indicia os “fatores de crescimento celular”.
1. FASE VASCULAR OU DE HEMOSTASE – demora de segundos a horas e nas feridas crónicas pode estar
ausente.
Se a ferida sangra, para parar a hemorragia, os vasos sanguíneos contraem-se devido ao próprio músculo liso
vascular (contração miogénica), e por libertação de catecolaminas do Sistema Nervoso Simpático desses vasos
produz-se a contração neurogénica. Esta contração dura no máximo um minuto, tempo para conter a perda
de fluido sanguíneo e iniciar o processo de coagulação.
O processo é acelerado pela agregação de plaquetas e pela libertação de vários fatores de crescimento
necessários à reparação da ferida. A coagulação é precedida por uma complexa reação em cadeia denominada
de “cascata da coagulação” que leva à formação do coágulo, cujo principal constituinte é a fibrina, capaz de
reter outras células sanguíneas. Esta “secagem gradual” leva à formação da crosta da ferida, ao mesmo tempo
que a vasodilatação periférica começa a ocorrer.
Hemostasis in damaged blood vessel. (a) An injury to the vessel wall causes the release of blood-borne cells,
proteins, and platelets into the periphery. Platelets are activated upon coming into contact with the
surrounding collagen outside of the blood.
No caso das feridas crónicas, nesta fase ocorrem dois fenómenos: hemostase e inflamação. Nas feridas agudas
ocorre apenas a inflamação.
Hemostase:
1. Ocorre o traumatismo;
2. Vasoconstrição (células sanguíneas danificadas) = Hemostase, se superior a 60 minutos, e por existir
uma patologia associada;
3. Aglutinado de plaquetas reforçado com fibrina = coágulo de fibrina.
Inflamação:
1. Libertação de histamina e outros mediadores em resposta ao tecido danificado;
2. Vasodilatação dos vasos sanguíneos intactos;
3. Aumento do fluxo sanguíneo que irá traduzir - se em calor e rubor;
4. Aumento da permeabilidade dos capilares;
5. Um fluido rico em proteínas passa para o espaço intersticial;
6. Edema local = edema e consequente dor;
7. Neutrófilos, Polimorfos, mastócitos e macrófagos são libertados no local da lesão como resposta aos
agentes agressores.
A fase inflamatória é vital para estimular as fases seguintes, daí a dificuldade de cicatrização nos
imunodeprimidos.
Nas feridas limpas esta fase pode durar cerca de 36h, na necrótica ou infetada pode durar mais tempo.
2.1 Fase “destrutiva” – (1-6 dias) [fase constituinte da fase inflamatória].
• 1º Neutrófilos (fagocitose, 6h depois do traumatismo até dois a três dias), 2º monócitos (surgem devido
à libertação dos fatores de crescimento) e que ao amadurecerem dão lugar aos macrófagos (48h depois
do trauma), grandes responsáveis pelo processo de cicatrização.
→ Polimorfos Responsáveis pela fagocitose, eliminam as bactérias.
→ Macrófagos Estimulam a formação de fibroblastos, que por sua vez estimulam a produção
de colagénio; destroem as bactérias e removem o tecido desvitalizado e o excesso de fibrina,
produzem fatores que estimulam a angiogénese.
Histological analysis of secondary fracture healing in bone showing the progression of repair on days 1, 3, 14,
21, and 28. Fractured bone appears denser than the surrounding tissue. On day 7, extensive soft callus is seen
forming around the injured bone.
A fase proliferativa é constituída por quatro etapas endoteliais são as principais células da fase
fundamentais: epitelização, angiogénese, proliferativa. Os fibroblastos dos tecidos vizinhos
formação de migram para a ferida, porém precisam ser ativados
tecido de granulação e deposição de colágeno. Esta para sair de seu estado de quiescência. O fator de
fase tem início ao redor do 4º dia após a lesão e se crescimento mais importante na proliferação e
estende aproximadamente até o término da ativação dos fibroblastos é o PDGF12. Em seguida é
segunda semana. A epitelização ocorre liberado o TGF-β, que estimula os fibroblastos a
precocemente. Se a membrana basal estiver produzirem colágeno tipo I e a transformarem-se
intacta, as células epiteliais migram em direção em miofibroblastos, que promovem a contração da
superior, e as camadas normais da epiderme são ferida.
restauradas em três dias. Se a membrana basal for Entre os fatores de crescimento envolvidos no
lesada, as células epiteliais das bordas da ferida processo cicatricial podem ser citados o PDGF, que
começam a proliferar na tentativa de restabelecer induz a proliferação celular, a quimiotaxia e a
a barreira protetora. síntese matricial; o fator epidérmico, que estimula
A angiogénese é estimulada pelo fator de necrose a epitelização; o fator transformador alfa,
tumoral alfa (TNF-α), e é caracterizada pela responsável pela angiogénese e pela epitelização;
migração de células endoteliais e formação de o fator fibroblástico, que estimula a proliferação
capilares, essencial para a cicatrização adequada. celular e angiogénese e o fator transformador beta,
A parte final da fase proliferativa é a formação de responsável pelo aumento da síntese matricial.
tecido de granulação. Os fibroblastos e as células (tabela seguinte).
Legenda:
A ferida fica preenchida por novo tecido conjuntivo pelos seguintes processos:
• Granulação;
• Contração;
• Epitelização.
Em simultâneo com a formação do tecido de granulação, ocorre a produção de tecido conjuntivo (contração
e epitelização). As fibras de colagéneo engrossam e reorganizam-se. Aumenta a força tênsil. O leito da ferida
torna-se pálido e menos vascularizado. As células epiteliais migram sobre o tecido de granulação. A divisão
celular cessa quando as células se encontram devido à inibição por contacto, a ferida contrai-se devido à
capacidade contráctil dos microblastos, as margens da ferida unem-se.
Ou seja
A ferida sofre um processo de contração, por meio de um movimento centrípeto de toda a espessura da pele
circundante, reduzindo a quantidade e o tamanho da cicatriz de forma desordenada. A maturação da ferida
tem início durante a 3ª semana e caracteriza-se por um aumento da resistência, sem aumento na quantidade
de colagénio. Há um equilíbrio de produção e destruição das fibras de colagénio neste período, por ação da
colagenase. Mas atenção:
• A contração da ferida é útil, mas pode ser inestética, por exemplo pescoço e face;
• Se as margens da ferida forem danificadas, a contração da ferida pode ser inibida;
• A pele resultante é muito vulnerável;
• A epitelização é três vezes mais rápida em ambiente húmido.
Resumo
A malnutrição é uma condição aguda ou crónica em que ocorre no processo cicatricial de uma ferida.
que o défice ou excesso energético, proteico ou de Este processo metabólico também requer a
outros nutrientes (glúcidos, lípidos, água, presença de outros nutrientes, micronutrientes
vitaminas e minerais), causa efeitos adversos na (vitaminas e minerais) e de energia. Se o aporte
composição corporal, na função e, energético, proveniente dos alimentos, também
consequentemente, nos resultados clínicos. Já em não for suficiente, as proteínas do tecido muscular
1958, Moore identificou que uma ferida pode ser (massa magra) também são catabolizadas em
uma ameaça à vida uma vez que, dos nutrientes glicose (energia), agravando ainda mais o estado de
disponíveis (disponibilizados pela alimentação ou desnutrição. No entanto, quando a perda de massa
por autofagia, em situação de aporte alimentar magra é severa, e a morte está eminente, o
insuficiente), há uma “preferência metabólica” “hospedeiro” dá preferência à sobrevivência em
para utilização desses nutrientes para a relação à ferida.
cicatrização, em detrimento da nutrição do
Perante uma perda de 20% ou superior de massa
indivíduo, em particular de proteínas.
magra, a ferida “compete” com o músculo no
Em situação de insuficiente aporte alimentar, recrutamento de nutrientes, disponibilizados pela
particularmente proteico, e na presença de feridas alimentação, para a cicatrização. Se a perda de
ou de doença, pode ocorrer “autofagia do tecido massa magra for superior a 30%, prioriza-se a
muscular”, com vista à obtenção de proteínas reconstrução de músculo, em detrimento da
(aminoácidos) necessários para a síntese proteica, cicatrização.
Há uma diferença fundamental entre o défice crónica as necessidades nutricionais alteram-se por
nutricional associado à fome crónica (marasmo) efeito do stress metabólico.
num indivíduo não doente, e o défice nutricional
A perda de 15% da massa magra normal atrasa ou
num indivíduo em stress metabólico, por doença
altera o processo cicatricial de uma ferida, a perda
crónica ou aguda, trauma, cirurgia ou infeção.
de 30% ou superior pode conduzir ao aparecimento
Nestes últimos casos, as necessidades nutricionais
espontâneo de feridas, e perda superior a 40%
são superiores às necessidades basais de
conduz à morte.
sobrevivência, o que não acontece no marasmo. No
marasmo (desnutrição proteica-energética ao A gravidade da situação está diretamente associada
O cuidado nutricional
Necessidades energéticas
• Os glúcidos e as gorduras são os principais nutrientes energéticos.
• São boas fontes de glúcidos as massas, o arroz, os flocos de cereais, as leguminosas, os frutos e
legumes; como exemplos: batata, cenoura, abóbora ou beterraba.
• A manutenção do peso é muito importante nos indivíduos com feridas, mesmo com excesso de peso.
• Não é desejável o emagrecimento durante o processo de cicatrização, a menos que se trate de
grandes sobrecargas de peso. O excesso de peso pode ser simultâneo com a malnutrição, por défice
nutricional, em particular, défice proteico e/ou de micronutrientes. Estes indivíduos requerem os
mesmos cuidados nutricionais.
• Em caso de feridas complexas ou de múltiplas feridas, as necessidades energéticas nem sempre são
alcançadas sem fortificação alimentar.
Necessidades proteicas
• As proteínas são essenciais para a manutenção e reparação dos tecidos.
• Défices no aporte proteico comprometem a síntese de colagénio. O colagénio é o principal
componente proteico da pele.
• Podem ocorrer perdas proteicas também pelos exsudados, pelo que devem ser cuidadosamente
avaliados.
• São boas fontes de proteínas os produtos lácteos, os ovos, carnes, pescado, vísceras, assim como
frutos secos (nozes, avelãs, amêndoas) e leguminosas.
• O aminoácido L-arginina desempenha um papel muito importante no processo cicatricial. A L-
arginina encontra-se nas carnes, frutos secos e sementes.
• A suplementação modular de L-arginina deve ser discutida com o nutricionista ou dietista da
instituição caso a caso.
Necessidades hídricas
A água é essencial para a manutenção da integridade da pele e manutenção da volémia. As
recomendações são de aproximadamente 30-35ml/kg peso atual/dia, garantindo 1ml/kcal/dia. A ingestão
mínima deve ser de 8 copos/dia, exceto haja contraindicação associada a doença cardíaca ou renal e
aumentar esta recomendação em situação de maior perda hídrica pela pele, pelos exsudados, pelas fezes
ou pela urina.
Monitorizar mais frequentemente nas situações:
• Evaporação pela ferida;
• Fístulas de elevado débito;
• Febre;
• Temperatura ambiental elevada;
• Camas com “ar fluidizado” (aumentar em10-15ml/kg as necessidades basais);
• Vómitos;
• Diarreia;
• Desidratação;
• Insuficiência renal;
• Insuficiência cardíaca.
Vitamina A
Vitamina C
Resumo:
As fontes alimentares de vitamina E são os óleos vegetais, nomeadamente o azeite, frutos secos (nozes,
avelãs, amêndoas) e sementes.
Zinco
O zinco é, provavelmente, o mais importante dos o teor de zinco sérico diminui, podendo mascarar
minerais no processo cicatricial, desempenhando défice.
um papel relevante em todas as fases. Está
Apesar da falta de evidência conclusiva
presente em pequenas quantidades no organismo,
relativamente à suplementação com zinco,
cerca de 2-3g, distribuído 1/5 no osso, 1/2 no
frequentemente é recomendada a suplementação
fígado e o restante no músculo. O zinco é cofator
com 15 – 25 mg elementar/ dia.
em mais de 100 reações enzimáticas que ocorrem
na síntese proteica, replicação celular e No entanto, a suplementação prolongada acima das
Sensivelmente metade do selénio corporal é urinária de selénio aumenta, pelo que a sua
encontrado no músculo. É necessário para o reposição se torna particularmente crítica. O
funcionamento do sistema da glutationa, que é um selénio parece ser capaz de regular a geração de
importante antioxidante intracelular e é subgrupos de linfócitos funcionais in vitro,
responsável pela “gestão da inflamação”, induzida podendo-se deste modo explicar os efeitos do
pelo stress oxidativo. Após uma grande agressão, selénio na imunidade.
por exemplo: trauma ou queimadura, a excreção
A cicatriz é o produto final da cicatrização da ferida (REPARAÇÃO), sendo uma massa de colagénio
relativamente avascular e acelular que serve para restaurar a continuidade celular, reparar algum grau da
função e de força tensil. No entanto, a força de uma cicatriz permanece inferior à do tecido normal, mesmo
muitos anos após a lesão, e nunca é restaurada.
Article points:
1 – A literature search was conducted on wound healing and diabetes using CINAHL, allied and
complementary medicine database (AMED), national research register (nrr) and Medline, articles
were searched in English.
2 – A variety of growth factors are involved in the process of wound healing and these are mediated
through an effect on cell movement, as well as other aspects of cell function.
3 – The research reviewed suggests that the addiction of growth factors or amelioration of substances
lacking in the diabetic wound may improve wound healing.
Substance P
It is well established that diabetes and hyperglycaemia can impair the function of motor, sensory and
autonomic nerves. If these nerves are damaged, the release of neuropeptides can be affected and this
can in turn influence the processes of wound healing.
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS
Ocorre quando incisões cirúrgicas de espessura total ou outras lesões agudas em que os bordos da ferida
(por suturas manuais, agrafos, clips ou pele plástica) apresentam perda mínima de pele permitindo a sua
aproximação e encerramento no tempo previsto. Este tipo de cicatrização pode ser comprometido pela
presença de infeção ou corpos estranhos.
Ocorre em lesões abertas, grandes e de espessura total com perda de tecido mole. Estas feridas levam
mais tempo a cicatrizar e o processo é muito mais extenso. Sofrem deposição de colagénio, contração e
granulação seguida de epitelização. A contração é o fenómeno mais importante da cicatrização por 2ª
intenção. As feridas ficam sempre com cicatriz.
Feridas com perdas extensas de tecido e grandes superfícies. As feridas são abertas e encerram pelo
processo gradual de granulação, contração e epitelização.
“primeira intenção retardada”. Ocorre em feridas mais extensas, as quais estão altamente contaminadas
ou sob o risco de desenvolver infeção durante a fase de cicatrização, com cheiro fétido associado. Ao
retardar o encerramento, a cicatrização deve ser vigiada e se a ferida é infetada, a intervenção
terapêutica deve ser iniciada. São deixadas abertas por 3-5 dias para permitir a diminuição de edema ou
infeção e, de seguida, são fechadas com agrafos ou suturas.
Segunda intenção
Terceira intenção
FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
1. IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA – alterações da irrigação sanguínea periférica reduzem a perfusão tecidular,
comprometendo a oxigenação local e o aporte de outros nutrientes. Valores de hematócrito abaixo de 20%
e hemoglobina abaixo de 10g/100ml influenciam negativamente o reparo tecidual devido à diminuição do
transporte de O2.
2. OXIGENAÇÃO – a hipoxia estimula a angiogénese, mas nas margens da ferida é necessária uma adequada
oxigenação. Níveis de oxigénio baixos estimulam a síntese de colagénio, o crescimento epitelial e diminuem
a resistência do tecido à infeção por perda da capacidade fagocitária dos neutrófilos. Pode-se medir os
níveis de O2 na ferida por avaliação transcutânea.
3. NUTRIÇÃO – essencial para o funcionamento do sistema imunitário, prevenir a infeção e promover a
cicatrização. Proteínas, calorias, vitamina A e E, zinco, arginina e glutamina são alguns dos elementos
importantes. O paciente obeso está em risco de infeção da ferida e deiscência ou evisceração. O tecido
adiposo tem menos vascularização, o que diminui o transporte de nutrientes e elementos celulares
necessários para a reparação tecidual.
4. FLUTUAÇÕES DA TEMPERATURA – a atividade mitótica ocorre mais rapidamente à temperatura corporal.
Temperaturas extremas produzem lesões tecidulares.
5. PATOLOGIAS ASSOCIADAS – diabetes (síntese e deposição reduzida de colágeno, diminuição da força tênsil
da ferida e comprometimento da função dos leucócitos), doenças imunológicas, insuficiências vasculares.
6. TERAPEUTICA MEDICAMENTOSA – os corticoides têm um efeito anti-inflamatório, anti-mitótico, diminuição
da síntese dos componentes da matriz e atraso na epitelização. A vitamina A pode contrariar este efeito
por mecanismos ainda não esclarecidos.
7. DESIDRATAÇÃO – a epitelização, a contração e a granulação da ferida ocorrem mais rapidamente num
ambiente húmido que num ambiente seco.
8. LOCALIZAÇÃO DA FERIDA – afeta a cicatrização, feridas fechadas cicatrizam mais lentamente.
9. IDADE DA FERIDA – feridas crónicas são por definição de difícil cicatrização, tempos prolongados de
cicatrização necessitam de uma investigação.
10. STRESS MECÂNICO – como a pressão e a fricção, atrasam a cicatrização por prolongar a lesão tecidular.
11. EXTENSÃO DA PERDA DE TECIDO – grandes perdas de tecido diminuem a rapidez de cura, margens
irregulares e contundidas, presença de fístulas atrasam a cicatrização.
12. INFEÇÃO LOCAL – prolonga a fase inflamatória, causa futuras lesões tecidulares, atrasa a síntese de
colagénio e epitelização. A presença de microrganismos potencia a diminuição de nutrientes e O2 que
seriam destinados ao reparo tecidual.
13. TIPO DE TECIDO ENVOLVIDO – presença de músculo, osso ou tendão atrasa a cicatrização.
14. CORPOS ESTRANHOS – causam irritação tecidular, prolongam a inflamação e podem potenciar a infeção –
restos de gaze, suturas, fragmentos ósseos e tecido necrótico.
15. TECIDO NECROSADO – impede a migração epitelial e de nutrientes para o leito da ferida.
16. MACERAÇÃO DA PELE – excessivo exsudado, suor ou incontinência podem causar infeção, sensibilização e
irritação da pele.
17. TÉCNICA CIRÚRGICA – excessivo tecido cicatricial, inadequada drenagem da ferida.
18. IDADE – com o avanço da idade, a função reprodutiva das células epidérmicas diminui, a sua substituição
torna-se lenta e a derme atrofia-se, retardando a contração da ferida e aumentando o risco da sua
deiscência.
Fatores que influenciam a cicatrização
Fatores locais
Vários fatores podem influenciar negativamente a cicatrização, dentre eles os principais são: isquemia,
infeção, técnica cirúrgica, corpo estranho e edema / pressão tecidual elevada.
Fatores sistêmicos
Sistemicamente, diversos fatores podem afetar de alguma maneira a cicatrização, dentre eles pode-se citar:
diabete melito, deficiências vitamínicas, hipotiroidismo, doenças hereditárias (síndrome de Ehler-Danlos),
alterações da coagulação, idade, trauma grave, queimaduras, sepse, insuficiência hepática e renal,
insuficiência respiratória, tabagismo, radioterapia, desnutrição e o uso de corticosteróides, drogas
antineoplásicas, ciclosporina A, colchicina e penicilamina.
A desnutrição proteica pode prejudicar a cicatrização de feridas por prolongar a fase inflamatória, diminuir
a síntese e a proliferação fibroblástica, angiogénese e síntese de colágeno e proteoglicanos. Pode ainda
reduzir a força tênsil de feridas, limitar a capacidade fagocítica de leucócitos e aumentar a taxa de infeção
de feridas.
FERIDA CIRÚRGICA
Ferida cirúrgica Corte de tecido produzida por instrumento cirúrgico cortante, de modo a criar uma
abertura num espaço ou corpo, ou num órgão, produzindo drenagem de soro ou sangue,
que se espera que seja limpa, isto é, sem mostrar quaisquer sinais de infeção ou pus.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
• Avaliar ferida
• Idade da ferida
• Aproximação dos bordos
• Sinais inflamatórios
• Exsudato/drenagens
• Material de sutura
FERIDA CIRÚRGICA
• Normalmente cicatriza por primeira intenção, é encerrada por suturas, agrafos, steri-strip, colas
biológicas.
• As suturas devem ser deixadas o tempo suficiente á necessária união dos bordos da incisão.
• A remoção do material de sutura varia em função da cicatrização dos tecidos - local e extensão da
incisão.
• As feridas podem cicatrizar por segunda intenção se existir risco de contaminação.
• Fatores associados ao risco incluem o potencial para infeções em doentes diabéticos, fumadores,
tratados com anti-inflamatórios esteroides, obesidade, idade avançada, malnutrição, transfundidos no
pós-operatório.
• 1 a 3% de doentes no Canadá desenvolvem deiscência da sutura sobretudo em cirurgias do colon,
gástrica e laparotomias de urgência.
• A maioria das deiscências ocorre entre 4 e 14 dias pós-operatório quando as fibras de colagénio não
estão suficientemente fortes para manter a união dos bordos da ferida. A deiscência é habitualmente
precedida por dor local de tipo pulsátil, exsudato ligeiro seroso ou sero sanguinolento, taquicardia.
(Fonte: British Columbia Provincial Nursing Skin and Wound Committee (2011) Guideline: Assessment and Treatment of Surgical
Wounds Healing by Primary and Secondary Intention in Adults & Children)
• Local de incisão.
• Método de encerramento como por ex: sutures, staples, tape, steri-strips or tissue adhesives.
• Aproximação dos bordos.
• Presença de exsudato e suas caraterísticas.
• Resposta inflamatória e edema devem estar presentes 1 – 4 dias a seguir á cirurgia
• Presença de sulco cicatricial; deve estar presente entre 2 - 4 dias pos cirurgia
• Despistar sinais de hemorragia interna (hematoma) ou externa (exsudato sanguinolento)
nomeadamente em pós cirurgias nasais, pulmonar-torácica, fígado pâncreas estomago ou uretra.
• Presença de drenos
PREDITORES DE CICATRIZAÇÃO DA FERIDA CICURGICA
Os pensos são coberturas para a cicatrização de feridas e devem apresentar vários atributos (BNF 2010;
Goldman 1992; NICE 2008):
Candida spp., Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Serratia marcescens, Aspergillus spp., Acinetobacter
baumannii, and Proteus mirabilis
Complicações incluem:
Deiscência da ferida consiste na rutura da ferida ao longo de toda ou parte da linha de sutura.
Pode ocasionar a separação total ou parcial da sutura com exposição dos órgãos internos (Evisceração) que é
uma emergência pós-operatória).
A ocorrência de evisceração aumenta exponencialmente o risco para infeção local, e daí para infeção
sistémica peritonite e shock séptico.
As feridas são classificadas de acordo com a probabilidade e grau de contaminação da ferida no momento da
intervenção cirúrgica, seguindo as definições do CDC:
Ferida limpa
Ferida operatória não infetada, em que não se encontra inflamação e não se entra nas vias respiratórias,
digestiva, genital ou urinária. Para além disso, a ferida limpa é encerrada primariamente e, se necessário,
com uma drenagem ou circuito fechado. As incisões cirúrgicas após traumatismos não penetrantes devem
ser incluídas nesta categoria. Risco de infeção 2% ou menos.
Ferida limpa-contaminada
Ferida operatória em que se entra nas vias respiratória, digestiva, genital ou urinária não infetadas em
condições controladas e sem contaminação não usual. Especificamente as cirurgias da via biliar,
apêndice, vagina e orofaringe estão incluídas nesta categoria desde que não haja evidência de infeção e
não tenha havido uma quebra significativa na técnica estéril. Risco de infeção 5-15%.
Ferida contaminada
Inclui feridas acidentais, abertas, recentes. Também inclui as cirurgias em que se verificou uma quebra
da técnica estéril ou derrame significativo da via gastrointestinal, e as incisões onde se verificou
inflamação aguda, não purulenta. Risco de infeção >15%.
Inclui feridas traumáticas antigas com retenção de tecido desvitalizado e aquelas em há infeção clínica
ou vísceras perfuradas. Esta definição sugere que os microrganismos causando infeção pós-operatória
estavam presentes no campo operatório antes da cirurgia. Risco de infeção >30%.
TIPOS DE DRENOS EM FERIDAS CIRÚRGICAS
AVALIAR FERIDA – drenos e sistemas para drenagem
A formação de cicatrizes queloides e hipertrofiadas são anormalidades (há excesso de produção de colagénio)
• Lesão dos tecidos que resultam do contato com o calor ou frio extremo, substâncias químicas,
eletricidade ou radiações
• Podem ser incapacitantes ou fatais. Podem afetar a funcionalidade do corpo
• O tratamento imediato resume-se ao arrefecimento da queimadura e á prevenção da infeção
As queimaduras de primeiro grau são avermelhadas, apresentam edema e causam dor. A superfície queimada
fica pálida ao ser suavemente comprimida, mas não se formam bolhas. A causa mais frequente são as
queimaduras solares.
As queimaduras de segundo grau são rosa ou avermelhadas, apresentam edema e causam dor intensa. No
prazo de 24 horas (frequentemente dentro de pouco tempo após a queimadura), surgem bolhas que liberam
um líquido transparente. A superfície queimada pode ficar pálida com a pressão do toque. A causa mais
frequente é o contacto com líquidos quentes.
As queimaduras de terceiro grau não costumam doer, porque os nervos foram destruídos. A pele torna-se
ressequida ou pode ficar branca, negra ou apresentar uma cor vermelho brilhante. A superfície queimada não
fica pálida quando é pressionada e os pelos podem ser facilmente extraídos de sua raiz, sem dor. As causas
possíveis são fogo, eletricidade, raios, exposição prolongada a objetis/ líquidos quentes.
A característica específica da lesão, e do utente Queimadura de 1º grau:
com a lesão, bem como os princípios básicos que
• Muito dolorosa;
devem ser levados em ponderação, não excluem,
• Epiderme muito ruborizada e edemaciada
no entanto, princípios globais sobre tratamento de
sem flictenas;
feridas, que deverão estar na base de toda e
• Epiderme sem solução de continuidade;
qualquer decisão.
• Auto regenerável, mas com perda de
A noção de "preparação do leito da ferida", características.
representa o processo de obtenção de uma ferida
adequada para a aplicação destes produtos. Um
conselho consultivo internacional foi criado para
encontrar um algoritmo que descrevesse este
processo. A sigla "TIME" é o resultado, dividindo o
processo de preparação do leito da ferida nos seus
componentes, de forma reprodutível. O "T" refere-
Figura 3 – Queimadura de 1º grau.
se à remoção de tecido não-viável; o "I" refere-se
ao controlo da infeção e da redução da carga Queimadura de 2º grau superficial
bacteriana; o "M" é a manutenção do equilíbrio de
“Quando atinge a epiderme e parte da derme,
humidade, pois a ferida deve ser mantida húmida,
provocando a formação de flictenas”.
mas não excessivamente exsudativa; o "E" refere-
se à migração dos queratinócitos no leito da ferida. • Bastante dolorosa;
• Pele avermelhada;
Convém por isso caracterizar de forma óbvia as
• Presença de flictenas, eventualmente
características dos diversos graus de queimaduras
volumosas;
e as suas probabilidades de evolução cicatricial,
• Auto regenerável mas com perda de
bem como os sinais clínicos esperados de cada tipo
características e com processo mais
de lesão.
prolongado;
Usualmente classifica-se as queimaduras em três • Geralmente epiteliza sem sequelas.
graus; existindo outras classificações em que são
considerados quatro graus.
CAUSAS
• Fogo
• Frio
• Líquido quente ou vapor
• Metal quente, vidro ou outros objetos
• Corrente elétrica
• A radiação de raios-x ou radioterapia (terapeutica para o CA)
• A luz do sol ou luz ultravioleta de uma lâmpada ultravioleta ou cama de bronzeamento artificial
• Produtos químicos, tais como ácidos fortes, lixívia, diluente ou gasolina
QUEIMADURA
• Por calor, também designadas por queimaduras térmicas podem ter como origem fogo, vapor,
alcatrão, líquidos quentes.
• Por substância química ocorrem pelo contato de uma substância química com a superfície corporal
ou estruturas internas do organismo agindo sobre gordura, músculo ou osso. As substâncias cáusticas
são encontradas também nos produtos domésticos, como os que contêm hidróxido de sódio (produtos
para limpar canos e produtos para remover pinturas), fenóis (desodorizantes, produtos de higiene e
desinfetantes), hipoclorito de sódio (desinfetantes e branqueadores) e ácido sulfúrico (produtos para
limpeza de instalações sanitárias). O cimento húmido, deixado sobre a pele, pode causar uma
queimadura grave
• Por eletricidade acontecem quando a eletricidade percorre o corpo através de um ponto de entrada
até um ponto de saída. A queimadura é causada pelo calor da energia da corrente elétrica e vai
danificando o tecido à medida que passa. A extensão do tecido afetado é determinada pela voltagem
da corrente:
Queimaduras de alta voltagem: Correntes com mais de 1000 volts causam dano extenso e
profundo no tecido e podem levar à perda de membros. Correntes elétricas com mais de 70000
volts são normalmente fatais.
PATOFISIOLOGIA
A resposta local relativamente á cicatrização pode ser dividida em 3 fases: inflamatória, regenerativa e de
maturação
Zona de estase
Zona de hiperemia
• periferia da ferida
• boa perfusão dos tecidos
• viabilidade de reparação
QUEIMADURA 1º GRAU
Superficial, abrange a face externa da epiderme, nenhuma das funções da pele fica alterada
QUEIMADURA 2º GRAU
Profundas Envolve a epiderme e a derme total, produção flitenas vermelhas, menos exsudativo
Profundas, com espessura total da derme Queimadura de espessura total da epiderme e da derme.
Pele esbranquiçada ou amarelada resultante da coagulação
de proteínas. Menos exsudato do que nas queimaduras de
2º grau de espessura parcial.
QUEIMADURA 3º GRAU
Destruição total da pele eventualmente outros tecidos, dando lugar a uma situação em que não existem
células para repopular os tecidos.
• Profundidade da lesão
− Determinação do grau da lesão
• Extensão da superfície corporal queimada
− Regra dos nove ou esquema de Lund-Browder
• Queimaduras leves: todas as queimaduras de primeiro grau, da mesma forma que as queimaduras de
segundo grau que representam menos de 10% da superfície corporal, costumam ser classificadas como
leves.
• Queimaduras moderadas e graves: as queimaduras que envolvem mãos, pés, a face ou os genitais, as
queimaduras de segundo grau que envolvem mais de 10% da superfície corporal e todas as queimaduras
de terceiro grau que envolvem mais de 1% do corpo são classificadas como moderadas ou, mais
frequentemente, como graves.
• Pele – selecionar o penso que mais se adeque ao tipo de ferida…atender ao edema local dos tecidos (o
edema reduz a oxigenação e aumenta a possibilidade de infeção local …)
• Estado imunológico – suscetibilidade á infeção …
• Equilíbrio de fluidos, proteínas e eletrólitos
• Termorregulação
• Sensibilidade/Dor
• Área do corpo abrangida/locais (percentagem do corpo/local que afete mobilidade)
• Metabolismo (pessoas medicadas com imunossupressores, tratamentos citotóxicos, com problemas
nutricionais…)
• Doenças crónicas – diabetes, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e vascular
• Destruição do tecido muscular (rabdomiólise) com queimaduras de terceiro grau. O tecido muscular
liberta mioglobina, uma das proteínas dos músculos, para o sangue. Se estiver presente em
concentrações elevadas, a mioglobina danifica os rins.
• As infeções podem complicar as feridas de queimaduras. Por vezes, a infeção pode disseminar-se pela
corrente sanguínea e causar doença grave ou até mesmo morte.
• As queimaduras profundas de terceiro grau originam superfícies espessas, com crostas (escaras). As
escaras podem retrair excessivamente, interrompendo o fornecimento de sangue para os tecidos
saudáveis ou dificultando sua oxigenação.
• A temperatura corporal pode ficar perigosamente baixa (hipotermia) quando são administrados
líquidos frios para tentar corrigir a desidratação, especialmente se a pessoa estiver exposta a um
ambiente frio de prontosocorro enquanto os médicos avaliam e tratam as queimaduras graves.
COMPLICAÇÃO GRAVE – choque hipovolemico (superficie corporal queimada superior a
15% nos adultos ou 10% nas crianças)
• A pele queimada leva ao ↑ da permeabilidade capilar que por sua vez gera o extravasamento de
proteínas e fluidos do espaço intravascular para o extravascular o que leva à formação de edema
intersticial - INFLAMAÇÃO.
• Nas queimaduras pequenas a reação é apenas local, no grande queimado a perda de fluidos plasmáticos
é acentuada e generalizada levando à BAIXA DA VOLÉMIA, COM CONSEQUENTE falência de múltiplos
órgãos e à insuficiência renal.
• O ↑ da permeabilidade capilar atinge o seu pico 3-6 horas após o trauma, embora regrida nas 24h;
pode durar até 7 dias. O sucesso da reanimação está em prevenir o choque hipovolémico.
• O extravasamento de líquido para o espaço extracelular pode levar à diminuição de 50-70% do volume
plasmático nas primeiras 5 horas após o trauma, em pessoas com mais de 40% da SCQ. Pessoas com
queimaduras de 15% apresentam risco de falência renal.
Deve obedecer a determinados critérios: estado clínico do doente e região afetada pela queimadura
• Administração de Lactato de Ringer, de forma a manter débito urinário entre 30-50 ml/h em crianças
1ml/Kg/h
Após as 24 horas:
Procedimentos imediatos:
Sinais:
• Cianose
• Dor
• Parestesia
• ↓ou ausência de pulso
• Sensação de frio
(Júnior e Ferreira,2004)
POSICIONAMENTO E CONTROLO DA DOR
ALÍVIO DA DOR
• A água tépida ou água corrente (12-18ºC) retira o calor e previne a progressão da ferida e limita o
tecido afetado. Pode, também, reduzir a dor, limpar a ferida e minimizar o inchaço. Isto é efetivo se
se atuar até 20 minutos, após a ocorrência da queimadura, e se prolongar durante 30 minutos.
• Se não houver água por perto, pode-se utilizar toalhas húmidas/ compressas ou hidrogéis (apenas em
adultos) como segunda alternativa, apesar de serem bastantes caros em algumas regiões.
• Deve ser evitado gelo ou água muito fria, porque causa vasoconstrição e pode levar a que a ferida se
torne mais profunda.
Tapar a queimadura:
Na maioria das vezes, as queimaduras devem ser tapadas imediatamente a seguir a arrefecê-la. Tapar a
queimadura ajuda a:
Queimaduras superficiais – arrefecer com água em temperatura ambiente por vários minutos.
• Lavar com cuidado para remover resíduos, administrar analgésico para limpar a queimadura.
• Aplicar um creme como sulfadiazina de prata. O creme previne a infeção e constitui uma barreira para
impedir a entrada de mais bactérias na lesão.
• Em seguida, aplica-se penso esterilizado para proteger a zona queimada do pó e de lesões adicionais.
• Se necessário, administrar vacina antitetânica.
• Manter a queimadura limpa para prevenir infeções.
• A queimadura pode ser envolvida em um penso não adesivo ou gaze gorda esterilizada.
• É necessário retirar a gaze sem que esta adira, embebendo-a em água ou soluto de lavar.
O cuidar deste tipo de lesões impõe decisões que 1. Lavar a lesão com produto que preserve ao
devem associar conhecimento da fisiopatologia da máximo os tecidos e que facilite a limpeza
lesão, tendo em conta o quadro clínico apresentado da lesão e remoção do tecido desvitalizado
pelo utente, e adequação das duas vertentes, solução salina a 0,9%/ solução de
preservando os princípios básicos de cuidar a polihexanida biguanida.
pessoa com feridas. 2. Remover todo o tecido desvitalizado /
necrosado sendo isso possível em termos
“Na escolha do tratamento, deve-se considerar não
técnicos e tolerável pelo doente. Refira-se,
só a profundidade da lesão, mas também a sua fase
como nota que neste caso se encontram as
evolutiva. As queimaduras de primeiro grau,
flictenas, que sendo possível devem ser
dependendo da extensão, geralmente evoluem
removidas;
rapidamente, regenerando-se (...)
3. Aplicar produtos que apoiem o processo
A queimadura de segundo grau tem sido cicatricial, consoante a fase em que a ferida
classificada como superficial e profunda, e a sua se encontra, não esquecendo a clínica
evolução dependerá desta graduação de apresentada pelo doente;
profundidade e da ocorrência ou não de 4. Vigiar a hidratação e a alimentação do
complicações, sendo as infeções uma das causas utente;
mais frequentes de piora tanto no âmbito tópico 5. Cuidar a pele cicatrizada, não esquecendo
quanto no sistémico. (...) Queimaduras que a lesão destrói grande parte da
classificadas inicialmente como segundo grau, capacidade própria de hidratação /
podem aprofundar-se na coexistência de infeção proteção da pele;
local”. 6. Zonas articulares carecem de cuidados de
Úlcera de pressão úlcera: dano, inflamação ou ferida da pele ou estruturas subjacentes como resultado
da compressão tecidular e perfusão inadequada.
Lesão por pressão lesão localizada na pele e/ou tecidos subjacentes, normalmente sobre uma
proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e
forças de torção.
A European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP)
Às úlceras de pressão também estão associados fatores contribuintes e de confusão cujo papel ainda não se
encontra totalmente esclarecido (EPUAP/NPUAP, 2016). A tolerância dos tecidos à pressão é ainda afetada
pelo microclima, nutrição, perfusão dos tecidos, e co morbilidades.
National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel e Pan Pacific Pressure Injury Alliance.
Prevenção e tratamento de úlceras por Pressão: Guia de consulta rápido. 2ª edição: 2014
As úlceras de pressão são um indicador da qualidade dos cuidados (DGS, 2011), são também um problema de
saúde pública que acarreta sofrimento e diminuição da qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores,
podendo mesmo levar à morte.
A incidência de úlceras de pressão na RNCCI em 2013 foi de 2,3%, a mais baixa até ao momento. Não existem
diferenças assinaláveis entre as regiões.
PATOGENESE da UP
A PRINCIPAL CAUSA: carga mecânica prolongada (PRESSÃO) nos tecidos moles do corpo, os efeitos na
microcirculação, a sua relação entre as forças externas aplicadas à pele e a resistência da mesma.
Ao exceder a pressão capilar normal, a pressão exercida condiciona a interrupção da circulação sanguínea
local e a lesão devido a hipoxia (isquemia), e ainda distorção dos vasos e tecidos moles, causando múltiplos
microtrombos em torno do ponto de compressão máxima.
As forças de torção são forças tangenciais e paralelas à pele que causam deformação das células
Fatores intrínsecos
• Idade
• Perfusão dos tecidos
• Peso
• Mobilidade comprometida
• Desidratação
• Deficiente estado de nutrição
• Incontinência urinária e fecal
• Status emocional
Fatores extrínsecos
• Pressão
• Fricção
• Deslizamento
• Humidade
A úlcera de pressão leva ao acréscimo de outros fatores de risco:
Fatores extrínsecos
• Infeção
• Temperatura ambiental
• Duração de internamento
• Internamento em SU
• Internamento em UCI
• Internamento em cirurgia e Duração da cirurgia
É do conhecimento comum que as UP são confusão cujo papel ainda não se encontra
principalmente causadas pela carga mecânica totalmente esclarecido (EPUAP & NPUAP, 2009)
prolongada nos tecidos moles do corpo, os efeitos
Já a Classificação Internacional para a Prática de
na microcirculação, a sua relação entre as forças
Enfermagem (CIPE), define UP como um foco de
externas aplicadas à pele e a resistência da mesma
atenção descrito como “dano, inflamação ou ferida
(Romanelli, Clark, Cherry, & Defloor, 2006).
da pele ou estruturas subjacentes como resultado
Apesar dos mecanismos fisiopatológicos da compressão tecidular e perfusão inadequada”
subjacentes ao desenvolvimento das UP ainda não (Ordem Enfermeiros, 2011).
estarem totalmente esclarecidos, existem diversas
As UP ocorrem frequentemente em pessoas com
variáveis já descritas que podem ser consideradas
diversas morbilidades, especialmente as que estão
(Pini & Alves, 2012). A definição da EPUAP & NPUAP
perto do fim da vida, ainda que recebam bons
reflete essa incerteza, evidenciando a natureza
cuidados (Warriner & Cárter, 2011). Para Jaul
multifatorial que envolve a sua etiologia (EPUAP &
(2010) a imobilidade, deficiência nutricional, pele
NPUAP, 2009).
idosa e doenças crónicas, aumentam a
Tudo começa na terminologia associada ao nome, vulnerabilidade para o desenvolvimento destas
úlcera de pressão (UP), sendo este o nome mais feridas.
comum para estas lesões, no entanto, também são
As UP ocorrem por forças de pressão e deformação
denominadas frequentemente por feridas de
tecidular sobre proeminências ósseas com maior
pressão, úlceras dos acamados e úlceras de
frequência nas regiões sacrococcígea,
decúbito (Dealey, 2006).
trocantérica, escapular, occipital, maleolar e nos
De acordo com a definição internacional de UP de calcâneos, mas também sobre tecidos moles que
NPUAP / EPUAP (2009), uma úlcera de pressão é sofram pressão continua.
uma lesão localizada na pele e/ou tecido
A fisiopatologia de UP descreve quatro mecanismos
subjacente, normalmente sobre uma proeminência
sobre os tecidos moles em resposta a carga
óssea, em resultado da pressão ou de uma
mecânica: isquemia localizada, o fluxo prejudicado
combinação entre esta e forças de torção. Às UP
do fluido intersticial e drenagem linfática, lesão de
também estão associados fatores contribuintes e de
reperfusão e deformação celular persistente
(Gefen, Gefen, & Linder-Ganz, 2005; Linder-Ganz 2012). “A pressão é a quantidade de força aplicada
& Gefen, 2007; Linder-Ganz & Gefen, 2004). perpendicularmente a uma superfície por unidade
de área de aplicação” (Review, 2010, p. 2). A
A pressão é o principal responsável pela isquemia e
relação entre a quantidade de força e a área de
necrose dos tecidos, pela aplicação desta força
distribuição é inversamente proporcional, isto é,
perpendicular (pressão) exercida pelo peso do
uma força aplicada é tanto maior quanto menor for
indivíduo contra uma superfície de apoio (Fleck,
a superfície de aplicação.
Fatores como a fricção e as forças de torção e As forças de torção e forças tênseis constituem os
deslizamento agravam os efeitos da pressão. denominados “stresses internos”. Estas forças
Investigações recentes afirmam que a fricção, a surgem mesmo quando só é aplicada a pressão,
torção e o microclima desempenham um papel causando deformação (torção) e alongamento
importante no desenvolvimento deste tipo de lesão (tênsil) da pele e tecidos moles, em especial junto
(APTFeridas, 2012). às proeminências ósseas onde estas forças são mais
intensas e os tecidos mais frágeis. (Review, 2010).
As forças de torção são forças tangenciais e torção também podem ser originadas pela
paralelas à pele que causam deformação das aplicação de uma força de pressão que vai
células. Encontra-se frequentemente associada à comprimir os tecidos e distorcê-los (Review, 2010).
pressão. A fricção consiste no roçar de uma
A deformação dos tecidos ocorre quando as
superfície sobre outra. Esta contribui para o
camadas tecidulares se movem em sentidos
desenvolvimento de forças de torção ao manter a
distintos, levando à perda de conetividade entre
pele na posição em que se encontrava enquanto
elas enfraquecendo-os.
internamente, e por ação da gravidade, as
estruturas se movem. Por outro lado, as forças de
Figura 3 - Efeitos da torção nas camadas tecidulares (Fonte: Review, 2010).
Associadas a estas forças, estão habitualmente as Outro fator de risco contribuinte para o
forças de fricção. Associadas, alterações do estado desenvolvimento de UP é o denominado
da pele (como a maceração) potenciam os efeitos microclima. Este é descrito pela influência da
da fricção levando mais rapidamente à lesão. A temperatura, humidade da pele e pela circulação
fricção também pode causar torção no tecido do ar na interface entre a superfície de apoio e a
celular subcutâneo junto às proeminências ósseas. pele (Review, 2010).
(Review, 2010).
São vários os autores que investigam o microclima,
As medidas de redução destas forças podem ser que só agora parece esclarecer melhor os seus
obtidas através de posicionamentos e pressupostos (humidade, temperatura e circulação
transferências adequados, bem como, pelo uso de do ar), como podemos verificar na figura nº 4.
têxteis com baixo coeficiente de fricção (Review,
2010).
As lesões por pressão formam-se a partir de pele e/ou tecido anteriormente viável e que por ação da pressão
não aliviada ou de uma combinação entre esta e forças de torção, pode conduzir à necrose tecidular .
O registo e a caracterização das UP são profundidade, assim como tempo de evolução, que
fundamentais para a monitorização adequada dos pode ser de poucas horas até dias (Tschannen, et
cuidados prestados aos doentes, uma vez que al., 2012). No entanto, é de salientar que a
permitem estabelecer corretamente medidas de classificação por categorias serve apenas para
tratamento e melhorias nos cuidados aos doentes classificar a profundidade dos tecidos lesados e não
(DGS, 2011). Quando uma UP é avaliada pela monitorizar a evolução da cicatrização (NPUAP,
primeira vez, esta pode apresentar diferentes 1995), (Alves et al., 2013).
caraterísticas, dependendo do local, da
Seguindo a orientação da EPUAP, o Sistema de classificação das úlceras de pressão NPUAP / EPUAP, é o
seguinte:
Categoria/ grau III: perda total da espessura da pele (full thickness skin loss)
Existem categorias adicionais para os EUA, que são descritas para conhecimento e não adaptação à realidade
nacional.
Não graduáveis/ Inclassificáveis: Profundidade Indeterminada (Obscured full-thickness skin and tissue
loss)
Medical Device Related Pressure Injury (lesões de pressão relacionadas com o uso de dispositivos médicos):
This describes an etiology: Medical device related pressure injuries result from the use of devices designed
and applied for diagnostic or therapeutic purposes. The resultant pressure injury generally conforms to the
pattern or shape of the device. The injury should be staged using the staging system.
Mucosal Membrane Pressure Injury: Mucosal membrane pressure injury is found on mucous membranes with
a history of a medical device in use at the location of the injury. Due to the anatomy of the tissue these
injuries cannot be staged.
A. Avaliar a pessoa.
• Observar pele
• Idade
• Estado nutricional
• Atividade motora/mobilidade
• Temperatura corporal
• Incontinencia
• Presença de doença vascular periférica
• Pressão sanguinea
• Dados hematológicos
• Condição clínica
• Perceção sensorial
B. Avaliar a pele
• Observar pele
• Avaliar se eritema é branqueável ou não branqueável: método – pressionar pele localmente
durante 3 segundos; medir tempo de preenchimento vascular (branqueamento avaliado após
remoção do dedo);
• Avaliar concomitantemente a temperatura da pele, presença de edema, alteração da
consistência do tecido em relação ao tecido circundante;
• Avaliar presença de dor local;
• Inspecionar a pele sob e ao redor de dispositivos médicos (ex: sng; cateter urinário)
Assim:
• Pesar pessoa;
• Avaliar capacidade para se alimentar de forma independente;
• Avaliar deglutição;
• Avaliar adequação de ingestão nutricional (vol liquidos ingeridos, suplementos alimentares, nutrição
entérica);
• Solicitar colaboração de nutrição
F. Posicionar a pessoa
Intervenções
Posicionamentos terapêuticos
A diminuição da mobilidade física contribui para a percetual. Ainda promove a expansão pulmonar e a
inaptidão / incapacidade do doente mudar de drenagem de secreções brônquicas, melhorado a
posição ativamente, tendo como consequência a oxigenação dos tecidos e proporcionando conforto
imobilidade. Esta, por sua vez, pode ter e bemestar.
complicações graves, nomeadamente úlceras de
Posicionamentos terapêuticos são as posturas em
pressão, atelectasias, pneumonias por estase, dor,
que se coloca a pessoa quando esta não tem
cálculos renais. Os pacientes acamados ou que
capacidade para mudar de posição sozinha e / ou
permaneçam sentados em cadeiras e que não são
quando a situação clínica não permite. O
autónomos para mudar de posição apresentam
posicionamento terapêutico é considerado uma
maior risco de desenvolver úlceras de pressão. Uma
estratégia das mais eficazes no alívio da pressão de
forma de prevenir tal complicação é a recorrência
uma área do corpo, coadjuvando na prevenção de
ao reposicionamento do paciente com frequência
aparecimento de soluções de continuidade da pele,
e, simultaneamente, inspecionar e avaliar o estado
promovendo a recuperação de lesões já instaladas,
da pele.
bem como a prevenção de novas lesões.
O posicionamento terapêutico visa manter o
Úlcera de pressão, como o nome indica, pode ser
conforto, a dignidade e a capacidade funcional do
entendida como consequência da pressão quando
indivíduo.
os tecidos moles são comprimidos entre a
O posicionamento correto é tão importante na superfície de apoio e a proeminência óssea. Vários
cama como na cadeira e tem como objetivo fatores contribuem para o desenvolvimento de
assegurar as amplitudes articulares, a manutenção úlceras de pressão, nomeadamente fatores
da integridade da pele, a prevenção de úlceras de intrínsecos: imobilidade, diminuição da tolerância
pressão e favorecer a sua cicatrização, caso já tecidual, alterações cutâneas, hipotensão /
estejam presentes. Auxilia na prevenção de perfusão tecidual, sensibilidade reduzida, peso
edemas, dor, contraturas e deformidades do corporal, dor, défices nutricionais, idade,
sistema músculo-esquelético, bem como promove a incontinência, humidade / temperatura, perceção
ativação do sistema arterial, venoso e linfático, sensorial alterada, hábitos de consumo de
além de proporcionar estimulação sensorial e substâncias ilícitas, fatores psicossociais,
educação, categoria e abrangência da lesão. No Os posicionamentos / reposicionamentos devem ser
entanto, as úlceras de pressão na sua maioria, são instituídos mediante um plano de intervenção de
causadas por fatores extrínsecos: pressão, cuidados com intervalos definidos. Inicialmente a
Cisalhamento / torção, fricção / atrito e humidade. pele do paciente deve ser observada pelo menos de
Destes fatores, o mais agressivo é a pressão, mas hora a hora, para desta forma vigiar as zonas de
quando combinados tornam-se extremamente maior pressão. Deve registar-se qualquer
ofensivos para a pele e tecidos, contribuindo para diminuição da hiperémia reativa (vermelhidão
aumentar a extensão da lesão. causada por irrigação excessiva, aumento do fluxo
sanguíneo que visa oxigenar os tecidos e remover
Sempre que possível deve-se recorrer ao uso de
os subprodutos do metabolismo), de forma a
ajudas de terceiros e de material de apoio
observar qualquer progressão dos sinais isquémicos
(resguardos de transferência, elevadores
(deficiente circulação sanguínea na área devido a
mecânicos, entre outros) para elevar o paciente de
vasoconstrição ou obstrução dos vasos sanguíneos).
forma a evitar a fricção, torção e arrastamento.
Para que os intervalos entre os reposicionamentos
Podem existir outras causas de pressão, como é o possam ser aceites, não deve ser observada
caso de dispositivos médicos ou até objetos qualquer progressão dos sinais isquémicos; caso se
deixados na cama inadvertidamente. O verifique a sua progressão é necessário reavaliar o
posicionamento correto é tão importante na posicionamento e a superfície de apoio em uso. A
cadeira como na cama e visa distribuir o peso pela mudança para essa posição pode ser eliminada
maior área possível, com intuito de evitar temporariamente ou o seu tempo reduzido. Após as
sobrecargas nas proeminências ósseas. 24 horas, não havendo compromisso isquémico,
de pressão deverá incluir três passos essenciais: cada reposicionamento, sem descurar da vigilância
avaliação do risco através de uma escala validada, da pele, até predefinir um intervalo de acordo com
e vigiar as zonas mais suscetíveis de pressão. A devem ser programadas incluindo as posições e
maioria dos estudos apontam para o decúbitos possíveis que não estejam contra
reposicionamento de duas em duas horas na cama indicados devido ao estado clínico da pessoa e
para cada paciente, tendo em conta o seu estado acordo com as características antropométricas,
clínico e a tolerância da sua pele e tecidos. Esta bem como respeitar o grau de colaboração da
frequência pode variar dependendo da situação de pessoa a ser posicionada, são princípios a atender.
risco do paciente e a superfície de apoio utilizada. Para verificar o grau de colaboração da pessoa é
Segundo Bryant3 o protocolo deve ser estabelecido necessário avaliar a capacidade cognitiva, o estado
primeiras 24 horas em que o paciente apresenta aplicando a escala de avaliação da força muscular
O posicionamento em cadeira deve assegurar o máximo apoio possível, de forma a manter uma postura
correta, que não limite a capacidade da pessoa para realizar todas as funções que ainda seja capaz. No
posicionamento sentado, a zona das tuberosidades isquiáticas é a que está mais exposta ao aumento de
pressão.
A seleção da cadeira deve ser ajustada à condição física do paciente e ter em conta os seguintes aspetos:
A cadeira deve permitir que a pessoa coloque os seus pés no chão. No caso das cadeiras de rodas os pés devem
estar colocados a uma altura que não transfira o peso para a região isquiática, de forma que o peso seja
suportado pelas coxas (figura 8a).
Na (figura 8b e 8c) podemos verificar um desajuste O comprimento do assento deve permitir que sejam
no posicionamento, onde se verifica falta de apoio colocados dois dedos entre as fossas poplíteas e a
nas coxas e nos pés, exercendo desta forma mais parte da frente do assento (figura 9).
pressão nas tuberosidades isquiáticas, aumentado Relativamente à largura da cadeira, esta deve
assim o risco de úlcera de pressão. permitir que fique um espaço livre de 2,5 cm de
cada lado entre os quadris e os braços da cadeira,
de forma a não limitar a mobilidade do doente.
Figura 9
A pessoa deve ser posicionada de forma a manter o ensinada, instruída e treinada sobre técnicas de
tronco alinhado, utilizando superfícies de apoio auto reposicionamento: elevação do corpo através
próprias para cadeiras e ajustadas às necessidades dos push up (figura 10a), inclinação lateral direita
do paciente. Idealmente devem ser realizadas (figura 10b) e esquerda (figura 10c), anterior
mudanças de posição de 15 em 15 minutos, pelo (figura 10d) e posterior (figura 10e) que
que se a pessoa tiver capacidade deverá ser proporcionem alívio da pressão.
Aquelas que não sejam capazes de o fazer, ou que É de extrema importância seguir um esquema de
estejam a apreender novas técnicas, requerem alternância de decúbitos bem como registar o
grande vigilância para garantir que a pressão é tempo de permanência de cada um deles e
aliviada. Por exemplo, quando o doente apresenta qualquer problema que possa surgir numa área
hiperémia reativa sobre a região isquiática que específica do corpo.
persiste ao fim de uma hora de repouso, deve-se
Em suma, é extremamente importante a formação
aumentar o período de repouso no leito até que a
específica quanto aos posicionamentos, bem como
hiperémia desapareça.
das técnicas corretas de reposicionamento, sem
Caso se verifique a sua progressão é necessário nunca descurar das superfícies de apoio para alívio
reavaliar o programa de auto reposicionamento e a da pressão, adaptados sempre à situação clínica de
superfície de apoio em uso. É de referir uma vez cada doente, como forma de prevenção ou
mais a importância do alinhamento postural para coadjuvante do tratamento das úlceras de pressão.
evitar uma distribuição irregular do peso sobre as
Esta formação deve abranger sempre todos os
regiões isquiáticas, trocantéricas e sagrada e
indivíduos envolvidos, o profissional de saúde,
consequentes úlceras de pressão nessas áreas.
doente e o prestador de cuidados.
G. Atender a SUPERFÍCIES DE APOIO
• O colchão e a cama
• Selecionar colchão que permita melhor redistribuição de pressão, redução de cisalhamento e
melhor microclima
• Cadeira
• Dispositivos médicos
Definição
Para a NPUAP (National Pressure Ulcer Advisory por serem passíveis de controlar e / ou eliminar de
Panel), superfícies de apoio são definidas como forma a minimizar os seus efeitos.
“um dispositivo especializado para redistribuição
A utilização de uma superfície de apoio deverá
de pressão concebida para gestão de cargas
permitir uma redução da pressão na interface, área
tecidulares, microclima, e / ou outras funções
que fica entre a pele e a superfície de apoio, para
terapêuticas (por exemplo, colchões, sistema
valores inferiores aos considerados como sendo os
integrado de cama, colchão de sobreposição,
níveis de oclusão dos diversos vasos sanguíneos;
almofada de cadeira ou almofada de
permitir facilidade em efetuar posicionamentos
sobreposição)”.
terapêuticos quer pelo utente quer por um
Os fatores envolvidos no aparecimento das úlceras cuidador; permitir expansão pulmonar de forma
de pressão podem ser intrínsecos e / ou eficaz, para que se realize a drenagem de
extrínsecos. As superfícies de apoio apenas secreções brônquicas; não limitar a atividade física
conseguem ter influência nos fatores extrínsecos e permitir a realização de atividades de vida diária;
(pressão, fricção, forças de torção e microclima), e permitir que o doente possa intervir de forma
ativa no seu processo de saúde.
Fatores extrínsecos que as superfícies de apoio podem influenciar e / ou controlar
Figura 1 - Uma forma de reduzir o atrito e forças de fricção. Imagem gentilmente cedida pela Invacare®.
Redistribuição da pressão
Desde 2007, a NPUAP e, mais recentemente, a como todas as pessoas têm peso, não conseguem
European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), deixar de estar sujeitas a pressões. Reduzir a
classificou as superfícies de apoio em duas pressão numa região com proeminências ósseas
categorias funcionais, conforme o seu método terá que ter em conta também outra parte da
principal de redistribuição da pressão: superfícies definição de pressão, a área. Assim, ou a área em
reativas e superfícies ativas (figura 3). contacto com a superfície de apoio pode ser
aumentada, por ação da imersão e do envolvimento
As expressões redução da pressão e alívio da
da proeminência óssea, ou o contacto com a
pressão foram substituídas por redistribuição da
superfície de apoio pode ser temporariamente
pressão. Isto porque a palavra pressão descreve a
retirado ou mesmo alterado para outras áreas
força exercida sobre uma área de superfície, e
(alternância de pontos de contacto com o corpo do parte do corpo. Assim, o objetivo da utilização de
utente). Quando se alivia a pressão numa superfícies de apoio é conseguir otimizar uma
determinada parte do corpo, temos que ter em redistribuição da pressão.
mente que isso leva ao aumento de pressão noutra
*A superfície de apoio reativa tem a capacidade de alterar as suas propriedades de distribuição de carga
apenas em resposta a uma carga aplicada.
**A superfície de apoio ativa é capaz de alterar as suas propriedades de distribuição de carga com ou sem
carga aplicada.
Superfícies de apoio
Incluem-se aqui as superfícies de espuma, gel, deverá ser a maior possível. Ao aumentar a área da
superfícies contendo ar, camas de baixa perda de superfície em contacto com o corpo, a pressão
ar e ar fluidificado. Características de desempenho aplicada é reduzida e dispersa pela interface, no
mensuráveis destas superfícies incluem imersão e entanto, a menos que o utente seja reposicionado
envolvimento. Uma força exercida numa área ou se mova, a pressão mantém-se constante, o que
pequena irá produzir uma pressão maior do que a não é um estado fisiológico normal e pode ainda ser
mesma força exercida numa área maior (figura 4). o suficiente para ocluir a circulação tecidular dessa
Por isso, a área em contacto com a superfície área.
Trata-se de uma estrutura de cama e superfície de apoio que estão integrados numa única unidade, em que
a superfície é incapaz de funcionar separadamente da estrutura. São equipamentos pesados e que ocupam
espaço.
Uma superfície de apoio desenhada para ser colocada diretamente sobre o colchão ou cadeira do utente de
modo a que o utente possa continuar a beneficiar do seu ambiente ou mobiliário. Ter em atenção que este
tipo de superfície de apoio irá elevar a posição do utente em relação às grades laterais e dos apoios da
cadeira, podendo aumentar o risco de queda.
Colchão
É uma superfície de apoio que se pode colocar diretamente sobre a estrutura de uma cama, não necessitando
de uma base específica.
• Pressão de ar alternada;
• Ar fluidizado;
• Rotação lateral;
• Baixa perda de ar;
• Por zonas;
• Mistas ou combinadas;
• De espuma.
Um colchão de sobreposição pode elevar a superfície de dormir ao nível das grades laterais; o risco de o
utente cair da cama deve ser avaliado. Idealmente, as grades laterais devem ter pelo menos mais dez
centímetros que a superfície do colchão.
Colchões de redistribuição de pressão podem muitas vezes ser utilizados para substituir colchões normais,
permitindo o uso da cama existente.
Um sistema de cama integrado combina uma estrutura da cama e superfície de apoio, normalmente um
colchão de pressão alternada. São mais utilizados para doentes de alto risco como forma de prevenção, para
o tratamento de úlceras de pressão de categoria III / IV e para os doentes que realizaram cirurgia reconstrutiva
de úlceras de pressão com recurso a retalhos.
Pressão de ar alternada
É uma característica de uma superfície de apoio que possibilita uma redistribuição da pressão através de um
meio parecido com um líquido. Este efeito é criado forçando o ar a circular através do meio de grânulos de
silicone ou de vidro, forçando-os a adotar características de um líquido, e tem um poder enorme de imersão
e envolvimento do utente (figura 10).
Rotação lateral
Uma característica de algumas superfícies de apoio, camas e colchões, que proporcionam ao utente uma
rotação sobre o seu eixo longitudinal. Consegue-se parametrizar e controlar o grau de inclinação lateral, a
duração e a frequência de vezes que ocorre a rotação.
Baixa perda de ar
São superfícies de apoio que proporcionam um fluxo de ar para ajudar na gestão do calor e humidade,
microclima, na zona da interface (figura 11).
Zona
São superfícies de apoio que apenas possuem uma característica de redistribuição de pressão (figura 12).
Figura 12 - Superfície de apoio apenas constituída por um tipo de material. Imagem gentilmente cedida pela
Invacare®.
Mistas ou combinadas
Estas superfícies de apoio apresentam diferentes segmentos com diferentes características de redistribuição
da pressão (figura 13).
• Tolerar uma amplitude de cargas/ peso grande, por exemplo, utentes com excesso de peso.
• Capacidade de redistribuir a pressão, de forma ativa ou reativa.
• De fácil utilização.
• Reduzir o efeito da fricção.
• Proporcionar controlo da infeção e de manutenção fácil.
• Capacidade de controlo da humidade e da temperatura
(microclima).
A utilização de superfícies de apoio não elimina a os doentes permite que a pele que esteve em
necessidade de posicionar e de ser reposicionado. contacto com a capa do colchão fique exposta ao
Com a utilização das superfícies de apoio corretas, ar ficando mais fria. Também fornece uma
será possível reduzir a frequência, e apenas a oportunidade para que a transpiração se evapore.
frequência, dos posicionamentos.
Para os doentes incontinentes e que requerem o
A seleção de uma superfície de apoio apropriada uso de material absorvente, fraldas, pensos
para a redistribuição da pressão não deve ser urinários, entre outros, é preferível o recurso a
baseada apenas na avaliação de risco por si só, mas materiais respiráveis que permitam a evaporação
deve também levar em consideração diversos da humidade. É preciso assegurar que a utilização
fatores (tabelas 3 e 4), tais como: de material absorvente não interfira ou impeça a
redistribuição da pressão e que não altere as
• A capacidade que um doente tem em
propriedades de controlo de microclima da
mobilizar-se / levantar-se / transferir-se da
superfície de apoio em utilização.
cama / cadeira;
• O conforto e bem-estar do doente (algumas Superfícies de espuma tendem a aumentar a
superfícies podem ser desconfortáveis para temperatura da interface porque têm fracas
determinados doentes, podem ser ruidosas propriedades de transferência do calor. A
e a sua aparência ser desagradável); porosidade da capa é muito importante na
• A necessidade de otimizar o microclima evaporação da humidade nos colchões de espuma.
(algumas superfícies conseguem gerir a
Colchões ou sobre colchões que contenham gel
temperatura e humidade diretamente por
podem inicialmente ter um efeito de
baixo do utente);
arrefecimento, mas este efeito começa a
• Contexto de cuidados (algumas superfícies desaparecer depois de mais de duas horas de
/ camas não são as mais adequadas às contacto com o doente e tendem a aumentar a
condições das habitações dos utentes, por humidade na interface.
exemplo a necessidade de ter um gerador
Superfícies de apoio que contenham algum tipo de
presente);
fluido com uma elevada capacidade térmica têm o
• Custo / eficácia;
potencial para reduzir a temperatura da pele.
• Recursos financeiros do doente.
Algumas superfícies de apoio têm características
Sistemas de camas integrados podem incluir como
que ajudam na otimização do microclima,
características extra a rotação lateral ou vibração
permitindo que o ar flua através da superfície, por
da superfície, estas duas funções como adjuvantes
exemplo, colchões de baixa perda de ar ou camas
para utentes com patologia ventilatória. O 'Turn
fluidificadas por ar. O fluxo de ar arrefece a pele
Assist' foi projetado principalmente para ajudar no
através do efeito de convecção e evapora a
reposicionamento com supervisão de um
humidade da interface.
profissional de saúde; é realizado pela superfície
de apoio uma lateralização da pessoa. Nas superfícies de baixa perda de ar, o ar é
bombeado para uma série de almofadas por onde é
Algumas capas de colchão são feitas de material
permitido que este ar escape através de pequenos
que favorecem a dissipação de calor. Reposicionar
orifícios, porosidades, na capa das almofadas. Estas áreas sujeitas a pressão (figura 14). Geralmente, a
superfícies conseguem reduzir a temperatura da duração do ciclo varia entre 7,5 a vinte minutos,
pele e atingir níveis baixos de humidade, inferiores em que dez minutos talvez seja a duração mais
aos colchões convencionais. comum. A frequência do ciclo é sequencial, um
ciclo segue outro, mas alguns aparelhos têm
As superfícies ativas tipicamente operam na base
periodicamente uma fase ativa, onde um ou mais
de um-em-dois ciclos dando um intervalo de
ciclos são seguidos por um intervalo reativo ou
correspondência entre a duração de aplicação de
estático; portanto, é importante ser capaz de
carga (50%) e de transferência de carga (50%)
diferenciar entre a frequência e duração ao
(figura 14). Alguns dispositivos funcionam numa
selecionar um dispositivo ativo. Estas superfícies
sequência de um em cada três ou um em cada
têm células com diferente sequenciação ao longo
quatro, proporcionando uma maior área de apoio
de diferentes partes do corpo, tais como o sacro e
em cada lado da célula que desinsuflam. O revés
calcanhares, que podem estar sempre insufladas
desta ação é que terá que se dar mais tempo de
(figura 15).
insuflação para que aconteça a reperfusão das
Há poucas restrições no uso de superfícies ativas, além das fraturas instáveis, principalmente da coluna
vertebral. No entanto, devemos ter especial atenção aos doentes que apresentam dor insuportável ou espasmo
muscular, porque o movimento das células de ar pode agravar a sua condição de saúde.
Almofadas ativas podem ser particularmente úteis para doentes com úlceras de pressão na região isquiática
e / ou com lesões vertebro medulares, como alguns estudos têm demostrado que a perfusão cutânea isquiática
é semelhante ou melhor do que a obtida da curta duração de "push ups" e inclinações.
Para os doentes sentados em cadeiras e cadeiras de rodas é aconselhável que o reposicionamento ocorra, no
mínimo, a cada hora ou consoante a necessidade do doente. Os doentes devem ser ensinados e incentivados
para se reposicionar a cada 15 minutos fazendo "push-ups" ou inclinando-se para a frente (ponderar o risco de
queda). A inclinação da cadeira de rodas (tilt) sobre o eixo das rodas ajuda a descarregar a pressão das
tuberosidades isquiáticas.
Superfícies de apoio – Estáticas ou dinâmicas
Realizar uma avaliação inicial completa do individuo com uma úlcera por pressão. A avaliação inicial deve
incluir:
• Valores e objetivos de cuidados do individuo e/ou das pessoas significativas para o individuo.
• História médica/ saúde e social completa.
• Um exame físico específico que inclua:
− Fatores que possam afetar a cicatrização (por exemplo, perfusão deficiente, sensibilidade
comprometida ou infeção sistémica).
− Avaliação vascular no caso de úlceras nas extremidades (por exemplo, exame físico,
antecedentes de claudicação e índice tornozelo-braquial ou pressão nos dedos dos pés).
− Análises laboratoriais e radiografias quando for necessário.
• Avaliação nutricional.
• Dor associada a úlceras por pressão.
• Risco de desenvolver úlceras por pressão adicionais.
• Saúde psicológica, comportamental e cognitiva.
• Saúde psicológica, comportamental e cognitiva.
• Sistemas de apoio social e económico.
• Capacidade funcional, em especial no que diz respeito ao posicionamento, à postura e à necessidade
de equipamentos e de pessoal de assistência.
• Utilização de manobras de alívio e de redistribuição da pressão.
• Recursos disponíveis para o individuo (por exemplo, superfícies de apoio para a redistribuição da
pressão).
• Conhecimentos e crenças sobre a prevenção e o tratamento das úlceras por pressão.
Processos de cicatrização
• Localização
• Categoria/grau
• Tamanho Avaliação documentar com base em
• Tipo de tecido(s) • Foto
• Cor • Bwat [bates jensen wound assessment tool]
• Push [pressure scale for healing]
• Condição da pele perilesional
• Bordos da ferida
• Forma
• Cavitações
• Tunelizações
• Exsudato
• Odor
• Outros aspetos a avaliar:
− Temperatura da pele
− Sensibilidade da pele
− Alteração da consistência do tecido
− Presença de dor [avaliar a dor r/c a ferida; controlar a dor]
• Método do relógio
Tipo de tecidos
Tecido de epitelização caracteriza-se pela presença de células epiteliais de aspeto translúcido rosadas.
O objetivo do tratamento é proteger as células recém-formadas, favorecer a
epitelização e fornecer humidade, temperatura, pH e oxigenação adequada.
Tecido desvitalizado é reconhecido pela sua cor negra ou acastanhada é necessário remover o tecido
morto e detritos celulares, combater a eventual colonização/infeção local, manter
ambiente húmido de modo a permitir a ação autolítica, promovendo o
desbridamento da necrose.
Tecido desvitalizado amarelo ou branco que adere ao leito da ferida em fios, em camadas espessas ou
em muco – tecido mucoide.
NOTA: a inflamação e a infeção pela chamada de células (leucócitos, neutrófilos, macrófagos e reações
químicas subjacentes determinam a ¯ de O2 fundamental para o trabalho mitocondrial celular. Daí a
importância de tratar reduzir estes dois fenómenos e ainda a importância do tratamento das feridas
com O2.
Lavar a ferida
Sendo a cicatrização um processo contínuo, é provável que a escolha do penso numa fase do processo de
reparação da ferida influencie as reações subsequentes em fases posteriores da cicatrização. O uso do penso
adequado pode influenciar o processo de cicatrização, o conforto, a dor e a qualidade de vida do doente.
• Consenso profissional recomenda que o ambiente ótimo para a cicatrização das feridas deve ser criado
através da promoção da humidade na interface penso/leito da ferida.
• Os efeitos benéficos do meio húmido incluem a prevenção de desidratação do tecido e morte celular,
angiogénese acelerada, o desbridamento autolítico e a redução da dor, por proteção das terminações
nervosas do leito da ferida. Assim, mantêm as células viáveis e permitem que elas libertem fatores de
crescimento, estimulando a sua proliferação.
• Microambiente do leito da ferida - humidade, pH, fatores de crescimento, células macrofagitárias,
microrganismos, flora comensal … alteração da vascularização … persistência da inflamação).
• Deve ser selecionado com base:
− Capacidade para manter o leito da ferida húmido;
− Capacidade para tratar a bio carga bacteriana;
− Volume de exsudato;
− Estado e tipo de tecido no leito da ferida;
− Condição da pele peri ferida;
− Tamanho, profundidade e localização da ferida;
− Presença de tunelizações e cavitações
Desbridamento – a preparação do leito da ferida
Desbridamento enzimático (possível com utilização de enzimas externas que degradam o colagénio, a
fibrina e a elastina permitindo destacar o tecido desvitalizado). Ex: a
Colagenase
Infeção da ferida
Zaragatoa, técnica de Levine Importância da zaragatoa que deve ser realizada antes de lavar a ferida.
Tipo de exsudado
Tipos de pensos
Pensos hidrocoloides
Pensos de hidrogel
Pensos de Espuma
• Absorvem exsudato;
• Mantém ambiente húmido.
Alginatos
Espumas de poliuretano
Hidrocoloides
• Compostos por IODO, antimicrobiano, eficaz no tratamento de infeções por Gram- , Gram+, fungos,
vírus, esporos e protozoários;
• Forma de tule impregnado de iodopovidona e ou gaze impregnada de cadexómero de iodo;
• Indicado em feridas exsudativas (1gr de cadexómero de iodo pode absorver até 6ml de fluido);
• Quando o penso é impregnado de cadexómero de iodo tem capacidade de desbridamento.
Pensos com Mel
O estudo teve como objetivo caracterizar as feridas crónicas dos doentes da área de influência do
Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (ACeS PL). Material e Métodos: Trata-se de um estudo
descritivo, com uma componente analítica, e transversal, com uma amostra de conveniência constituída pelos
doentes com ferida crónica, identificados pelos profissionais de enfermagem, quer no domicílio, quer nas
salas de tratamento dos centros de saúde. Resultados: A prevalência de feridas crónicas na população
estudada é 0,84/1000, sendo 1,01/1000 no sexo masculino e 0,69/1000 no feminino (p < 0,05). Os doentes
com mais de 80 anos apresentam uma prevalência de 5,68/1000, que é mais elevada relativamente aos mais
novos (p < 0,05). Em relação ao tipo de feridas, as de causa vascular são as mais frequentes (36%) e, destas,
77,7% são de origem venosa. Por isso, foi sugerida a criação de um grupo multidisciplinar de consultadoria e
formação em feridas no serviço de saúde.
Úlcera venosa lesão circunscrita semelhante a uma loca, normalmente situada na perna, acima do maléolo,
com edema e pele seca em torno da ferida, com descamação acastanhada, descoloração,
lipodermatosclerose, atrofia da pele, exantema, dor e dor na ferida, associada a
insuficiência venosa crónica, lesão dos retalhos venosos e diminuição do retorno do sangue
venoso dos membros inferiores para o tronco.
A úlcera da perna não é uma doença isolada, mas é a consequência de uma ou várias patologias subjacentes,
e representa um problema de saúde pública de abrangência mundial.
ÚLCERA DA PERNA: VENOSA, ARTERIAL E MISTA
Perda circunscrita ou irregular da pele (derme ou epiderme) podendo atingir o tecido subcutâneo e adjacentes
dos membros inferiores). A causa está associada a alterações no sistema arterial e venoso (Frade et al., 2005).
Ocorre entre o joelho e o tornozelo e a cicatrização prolonga-se por um período de tempo superior a 4 semanas
(Gohel & Poskin, 2010) Tem um elevado impacto na qualidade de vida e as pessoas vivenciam raiva, dor,
depressão perda da mobilidade, isolamento social e incapacidade para o trabalho (Baranosky & Ayeloo, 2006)
• Venosa – 72%
• Arterial – 7%
• Mista – 15%
• Outra – 6%
ÚLCERA ARTERIAL
É consequência da perfusão tecidual inadequada (lesão isquémica) devido a um bloqueio total ou parcial do
fornecimento de sangue arterial para o membro afetado.
Patofisiologia das úlceras arteriais
Os pacientes com úlceras de perna com etiologia adequado, quer através de cirurgia ou através de
arterial apresentam a forma mais avançada de DAP, técnicas endovasculares.
cujo processo patológico subjacente mais
A diferenciação entre estes dois conceitos
frequente é a doença aterosclerótica. A
(isquemia funcional / isquemia crítica) é
aterosclerose é um processo multifatorial que
importante para estabelecer uma indicação
envolve:
terapêutica e definir um prognóstico nos pacientes
• Alteração do metabolismo lipídico; com DAP. O grau das manifestações clínicas e da
• Disfunção endotelial, ativação plaquetária e respetiva estratégia terapêutica depende de três
trombose; fatores:
• Inflamação vascular com predomínio do
• Evolução cronológica do processo (agudo ou
stress oxidativo;
crónico);
• Ativação do músculo liso vascular;
• A localização;
• Alteração do metabolismo da matriz;
• A extensão da doença (envolvimento de um
• Mecanismos de Remodeling.
ou mais setores).
Esta condição ocorre preferencialmente nas
O mecanismo patofisiológico pelo qual a
margens externas das ramificações e bifurcações
insuficiência arterial se desenvolve baseia-se na
das artérias com maior angulação e fixação
presença de uma estenose arterial cuja progressão
posterior, locais onde a turbulência do fluxo do
natural causa oclusão completa da artéria. O tempo
sangue e as forças de cisalhamento promovem
que medeia entre o início do processo e a oclusão
primariamente stress endotelial mecânico.
completa da artéria é importante no prognóstico,
A isquemia dos membros inferiores pode ser na medida em que tempos de progressão mais
classificada como funcional ou crítica. A isquemia longos estão associados ao desenvolvimento de
funcional ocorre quando o fluxo de sangue satisfaz mecanismos compensadores loco-regionais e à
as necessidades metabólicas tecidulares em neoformação de vasos colaterais vicariantes,
repouso mas é insuficiente durante o exercício. A permitindo a manutenção parcial do fluxo distal ao
claudicação intermitente corresponde à segmento ocluído.
apresentação clínica desta situação e adquire graus
Quando a desproporção entre as necessidades dos
de severidade variáveis e geralmente progressivos,
tecidos periféricos e o fluxo de sangue ocorre de
até à eventual instalação da isquemia crítica, que
forma abrupta (como nos casos em que existe uma
ocorre quando o fluxo de sangue não satisfaz as
placa instável) instala-se um processo de isquemia
necessidades metabólicas tecidulares em repouso.
aguda com origem trombótica. Relativamente a
A isquemia crítica é definida como a presença de
este ponto, foram encontradas diferenças entre o
dor em repouso ou de lesões tróficas. Neste caso
comportamento de placas ateromatosas
em particular é necessário um diagnóstico preciso
dependendo da sua localização anatómica. As
pelo facto de haver risco de perda do membro se
placas de alto risco nas artérias dos membros
não se estabelecer atempadamente o fluxo
inferiores são muito estenóticas e fibrosas. Esta
estenose, acompanhada de um estado de
hipercoagulabilidade, contribui decisivamente Na maioria das ocasiões a evolução clínica da DAP
para o desenvolvimento de eventos agudos. Este é estável, devido ao desenvolvimento de circulação
tipo de placa contrasta claramente com as lesões colateral vicariante, à adaptação metabólica do
presentes nas artérias coronárias, que são tecido muscular envolvido e o uso compensador de
geralmente constituídas por um grande núcleo músculos não isquémicos. Estima-se que cerca de
lipídico extracelular e um grande número de 25% dos pacientes com claudicação intermitente
células esponjosas cobertas por uma camada vão progredir para isquemia crítica, sendo mais
fibrosa fina suscetível de rutura. Nesta situação, a frequente após um ano do diagnóstico.18 O estudo
vulnerabilidade da placa nos seus pontos mais Framingham19 documentou uma incidência de
frágeis é a causa dos eventos agudos. amputações inferior a 2% nos pacientes com DAP.
Em pacientes com claudicação intermitente, o
Quando há rutura da placa ocorre trombose que
melhor preditor da progressão da doença é o IPTB.
oblitera o lúmen vascular, desencadeando o quadro
Os pacientes com um IPTB <0.5 têm um risco duas
agudo. No entanto, na maioria das vezes a
vezes maior de necessitarem de cirurgia de
neoformação de vasos colaterais precede a rutura
revascularização ou amputação major quando
da placa, o que contribui para uma maior
comparados com os que apresentam um IPTB > 0.5.
tolerância da isquemia agudizada neste contexto
A tensão arterial sistólica medida ao nível do
comparativamente aos casos em que a causa
tornozelo é também um fator preditivo de maior
subjacente da obstrução é embólica.
progressão da doença para os pacientes com
valores <50 mmHg. No caso particular dos
diabéticos, a presença de mediocalcinose nos vasos
distais dificulta a interpretação dos valores
determinados, na medida em que poderão
apresentar valores elevados de tensão arterial
sistólica na região maleolar, com índices superiores
a um mesmo na presença de DAP.
o que dificulta a passagem dos leucócitos e estabelecer desde cedo o diagnóstico de DAP para
1. As opções de imagiologia para o diagnóstico são: angiografia digital, ultrassom duplex, angiografia por
ressonância magnética e angiotomografia (SIGN, 2006)
2. Gestão dos fatores de risco cardiovascular que englobam a cessação tabágica, o exercício físico regular
e um regime alimentar equilibrado através do controlo dos níveis de colesterol, glicémia capilar,
valores de tensão arterial e Índice de Massa Corporal (IMC) (SIGN, 2006)
3. A terapêutica farmacológica recomendada para a DAP é a terapia antiagregante plaquetar (ácido
acetilsalicílico) (Campos, 2012). As terapias não farmacológicas, mais frequentemente utilizadas, são:
a compressão pneumática intermitente e a terapia por oxigénio hiperbárico (Morison et al., 2010).
4. Em alguns casos está recomendado o tratamento cirúrgico.
Tratamento
No que concerne aos pacientes com isquemia fármacos melhorem os resultados na isquemia
crítica, até à data, nenhuma terapia farmacológica crítica.
demonstrou eficácia na reversão das lesões
oclusivas arteriais ou da perfusão insuficiente
associada. No entanto, a questão do valor da Hipocoagulantes
farmacoterapia associada à isquemia crítica surge Apesar da heparina não fracionada ser usada como
e / ou ganha maior pertinência quando a profilaxia e como adjuvante nos procedimentos
intervenção cirúrgica aberta ou endovascular não cirúrgicos vasculares, não tem apresentado, nos
estão indicadas ou falharam. poucos estudos efetuados, qualquer benefício.
Relativamente aos antagonistas da vitamina K não
há estudos que permitam inferir vantagem ou
Prostanóides
desvantagem do seu uso. Os agentes fibrinolíticos
Os prostanóides previnem a ativação plaquetária e não demonstraram vantagens na cicatrização das
leucocitária e como protegem o endotélio vascular, úlceras isquémicas ou na redução do número de
condições benéficas para o tratamento dos doentes amputações.
com úlceras de perna. Estes fármacos são
administrados parentericamente durante várias
semanas e os efeitos secundários associados Fármacos vasoativos
periféricas, não existe evidência de que esses A estimulação medular tem sido proposta como
uma alternativa à amputação primária em doentes
com isquemia crítica com dor isquémica em hematopoiéticas circulantes44 associaram-se à
repouso que não são candidatos a revascularização. melhoria dos endpoints primários perspetivados.
Esta técnica requer a colocação de um gerador de
impulso elétrico em localização subcutânea que vai
estimular elétrodos colocados ao nível de L3-L4. Mudança do estilo de vida
Apesar desta técnica não ter ganho muitos adeptos, A cessação do tabagismo é um comportamento
uma metanálise40 demonstrou redução importante orientado para o principal fator de risco
significativa da dor e uma redução em 11% da taxa modificável cujo grau da lesão que provoca é
de amputação quando comparada com a diretamente proporcional à quantidade de tabaco
terapêutica médica exclusiva. No entanto, o papel consumido. Como já foi referido anteriormente
desta terapia ainda é pouco claro. esta mudança acompanha-se da redução do risco
de DAP10 e, apesar do risco nos ex-fumadores ser
sete vezes superior aos nãofumadores, o risco nos
Compressão pneumática intermitente
fumadores ativos é 16 vezes superior. A cessação
A compressão pneumática intermitente nos do tabagismo melhora a distância da marcha,
pacientes com isquemia crítica é outra terapia duplica a taxa de sobrevida aos cinco anos e reduz
proposta para aumentar a entrega de oxigénio a incidência de complicações no pós-operatório.
arterial distalmente naqueles que não são elegíveis
para procedimentos de revascularização. As
investigações preliminares demonstraram o Exercício e nutrição
aumento do fluxo muscular, colateral e da pele nos A promoção da atividade física é também uma
pacientes que receberam esta terapia. intervenção importante. Os programas
supervisionados de exercício físico têm
demonstrado de forma consistente que melhoram o
Terapia celular
tempo e a distância da marcha. O exercício é
A terapia celular é uma abordagem médica benéfico mesmo em doentes assintomáticos com
regenerativa aos pacientes com isquemia crítica DAP, melhorando o bem-estar geral e é
orientada para o aumento da angiogénese. Os cardioprotetor. Os resultados dos programas de
ensaios com terapia celular efetuados até à data exercício supervisionado são similares e mais
incluíram relativamente poucos doentes quando duradouros que as intervenções endovasculares
comparados com os estudos orientados para a apesar de, infelizmente este tipo de programas não
terapia genética. No entanto, os resultados estarem disponíveis em Portugal. Na ausência
preliminares são encorajadores. Foram usadas em desses programas, os pacientes são estimulados a
estudos de fase um e dois em pacientes com caminhar até à instalação da dor, repousar
isquemia crítica células autólogas de várias fontes enquanto a dor persiste e repetir o ciclo até
(sangue periférico, medula óssea, tecido adiposo) perfazer 30 minutos, progredindo até um total de
e de vários tipos celulares (progenitores 60 minutos por dia, três a cinco vezes por semana.
endoteliais, células estaminais mesenquimatosas,
Uma dieta balanceada com ingestão baixa de sal,
células mononucleares do sangue periférico). A
pobre em gorduras e com quantidades moderadas
injeção de células da medula óssea no gastrocémio
de açúcares adicionados, tal como indicada pelas
e a infusão intra-arterial de células progenitoras
guidelines do National Health and Medical Research A obesidade tem sido relacionada com as
Council (NHMRC) reduz o risco de doenças crónicas complicações da DAP4 e o exercício e a dieta
em geral e de doenças cardiovasculares em devem focalizar-se na obtenção de um peso
particular e por isso devem ser seguidas. “saudável”.
O estado e gravidade da ÚLCERA ARTERIAL pode ser clinicamente avaliada através da observação da perna,
incluindo a palpação dos pulsos ou através da utilização de uma medição objetiva do índice de pressão
tornozelo/braço (IPTB) com recurso a um Doppler manual.
Cálculo IPTB
Procedimento:
ÚLCERA ARTERIAL
Características da úlcera:
• Redonda
• Cor pálida
• Dolorosa
• Infeção
• Cicatrização em falso
Controlo da infeção
A infeção local é uma complicação importante de empírico. A terapêutica com antibióticos de largo
uma úlcera isquémica, e pelo facto de ter um curso espectro deve ser ajustada logo que os
evolutivo mais severo deve ser tratada com microrganismos envolvidos sejam determinados e a
urgência e agressividade. Os sinais de toxicidade sensibilidade antimicrobiana das culturas
sistémica como a febre ou elevação da proteína C conhecida. Uma preocupação crescente é a
reativa são incomuns. incidência crescente de staphylococcus aureus
multirresistente, que chegou aos 30% em alguns
A infeção deve ser diagnosticada com a maior
estudos.
celeridade possível e o seu nível de envolvimento
avaliado e tratada agressivamente. Os agentes O controlo da infeção profunda geralmente implica
geralmente associados à infeção nas úlceras a drenagem e o desbridamento do tecido necrótico
arteriais em diabéticos são múltiplos e a antibioterapia é importante nestes casos para
(polimicrobiana) envolvendo cocos gram positivos, prevenir a disseminação da infeção. O
bacilos gram negativos e anaeróbios. procedimento de revascularização pode ser
efetuado num segundo tempo logo que a infeção
Após o diagnóstico clínico deverão ser obtidas
aguda esteja controlada.
culturas da ferida e em seguida iniciar
imediatamente um regime de antibioterapia
Intervenções de enfermagem
• Avaliar/Monitorizar cicatrização
• Monitorizar penso de úlcera arterial
• Avaliar perna, pele, temperatura, pulsos, sinais de ulceração
• Executar tratamento a úlcera arterial segundo procedimento … (atender aos princípios de controlo de
infeção – rigorosos no lavar/limpar ferida)
• Planear regime dietético (↓ peso corporal)
• Aumentar conhecimento da pessoa sobre influência de fatores desencadeantes
• Incentivar uso de meias de compressão se condição compatível com IPTB
• Incentivar e instruir exercício (ex: caminhar) até ao limite da dor
• Ensinar sobre medidas de segurança
− Evitar exposição ao frio (o frio induz a isquemia por vasoconstrição), usar vestuário adequado
(para manter temperatura corporal 21ºC).
− Evitar o uso de roupas apertadas que impeçam a circulação.
− Estimular posicionamento que favoreça a circulação dos MIs: Pernas em posição em que a
gravidade possa ser usada para favorecer a perfusão dos tecidos (não elevação acima do nível
do coração), não cruzar a perna no joelho, evitar a pressão ou massagem nos membros
inferiores (a pele é frágil e pode levar a lesões)
− Fumar está desaconselhado
− Evitar pele seca: Lavar com água, secar bem a pele e aplicar creme hidratante
− Aconselhar o uso de meias de algodão e a sua mudança diária (↓ humidade e irritação)
− Aconselhar uso de sapatos que se adaptem bem ao pé e que não sejam de material sintético
− Aconselhar corte de unhas do pé a direito com tesoura apropriada
ÚLCERA VENOSA
A Insuficiência Venosa Crónica (IVC) é designada como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso
causada por uma incompetência valvular, associada ou não à obstrução venosa, que pode afetar o sistema
venoso superficial, o profundo ou ambos, e ser congénita ou adquirida. A úlcera venosa é causada por
hipertensão venosa, o preciso mecanismo é ainda pouco claro.
A IVC origina cerca de 75% dos casos de úlcera por hipertensão venosa.
teoria de que a fragilidade da parede de veia incompetência valvular primária, mas de uma
condiciona dilatação com secundário alargamento forma geral não é tão comum como a etiologia
do anel valvular, impedindo a adequada coaptação secundária. Um estudo por Meyers e colegas,
dos folhetos valvulares (figura 3). As veias recorrendo ao eco-doppler venoso revelou refluxo
primariamente incompetentes, no entanto, um dos pacientes com IVC C5/C6. A lesão pós-
cenário mais típico é a coexistência de trombótica nas veias profundas é uma causa mais
incompetência da VGS e das veias perfurantes na comum de IVC severa (C4-C6) e habitualmente
qual as veias perfurantes atuam com veias de envolve a combinação de refluxo e obstrução. O
reentrada permitindo o refluxo do sangue ao longo trombo residual é substituído por tecido fibroso que
do sistema venoso entrando distalmente nas veias pode causar quer uma obstrução completa ou
profundas. Esta situação poderá explicar a sinequias que se desenvolvem ao longo da parede
O tratamento das úlceras venosas implica: A conjugação destes três efeitos promove a
redução da pressão de filtração e consequente
• Uma abordagem holística orientada para a
redução da perda transcapilar de fluidos, assim
etiologia vascular da doença e nesse sentido
como um aumento da reabsorção dos fluidos pelos
dependente de um componente terapêutico
vasos linfáticos resultando na redução e
predominantemente sistémico e regional
subsequente regressão do edema. Estão também
dirigido à hipertensão venosa ambulatorial
documentados o aumento da fração de ejeção, a
e às suas consequências tecidulares;
redução da sobrecarga valvular e uma redução da
• O controlo local dos fatores inibitórios da
pressão intersticial a longo prazo. O impacto
cicatrização, nomeadamente a otimização
hemodinâmico da compressão traduz-se
dos cuidados diretos à ferida segundo os
resumidamente na redução da estase e da
princípios TIME;
hipertensão venosa, melhorando e atrasando as
• Uma intervenção educacional e psicossocial
manifestações clínicas da insuficiência venosa
nos pacientes com o objetivo de melhorar a
crónica, principalmente nos seus estadios
qualidade de vida, ajustar as expectativas
avançados.
relativas ao estado atual e futuro da doença
e nesse sentido proporcionar as condições A compressão apresenta inúmeras vantagens na
para uma melhor compliance terapêutica. microcirculação, nomeadamente:
Características da úlcera:
• Bordos irregulares
• Com aspeto de escara
• Pode ter tecido de granulação, tecido fibrinoso ou tecido necrosado
• Produz exsudado seroso
Características do membro:
Intervenções de enfermagem
• Em caso de ulceração o tratamento ideal é a TERAPIA por COMPRESSÂO associado aos cuidados à ferida
e a alterações da própria pessoa relacionada com o “estilo de vida” e “comportamentos”.
− Avaliar úlcera [identificando caraterísticas e fatores locais (infeção…) que possam contrariar
a cicatrização]
− Avaliar condição da pessoa [presença de fatores sistémicos passíveis de atrasar ou
comprometer a cicatrização, nomeadamente limitação da mobilidade, desnutrição, obesidade
e problemas dermatológicos]
• Monitorizar a cicatrização da úlcera venosa [durante a continuidade do tratamento]
− Vigiar penso de úlcera venosa. Executar tratamento à úlcera venosa segundo procedimento…
− Planear regime dietético (↓ peso corporal)
− Ensinar sobre medidas de segurança
• Minimizar posição prolongada de sentado e de estar de pé
• Evitar o uso de meias com elásticos apertados
• Usar meias elástica (calçar meias antes de se levantar da cama, de manhã)
• Estimular a adoção de períodos de repouso seguindo um posicionamento que favoreça o retorno venoso
(elevação do membro acima do nível do coração)
Exercícios de Burger-Allen
• Decúbito dorsal, membros inferiores elevados acima do nível do coração, durante 2 a 3 minutos.
• Sentado, membros inferiores pendentes; fazer dorsiflexão e flexão plantar do pé e dedos durante 3
minutos
• Decúbito dorsal, membros inferiores apoiados ao nível do coração, realizar a flexão dorsal do pé
durante 5 minutos
DECÚBITO DORSAL
A ponte
Rotação do tronco
Sentar na cama, com os joelhos fletidos em ângulo reto, mantendo os pés apoiados firmemente no
chão/superfície dura.
TREINO DE MARCHA
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
TIPOS DE MOBILIZAÇÕES
• Ativas Movimento dentro da amplitude articular livre para um segmento, que é produzido por uma
contração ativa dos músculos
o Ativa assistida: há uma participação motora voluntária do doente e uma ajuda do enfermeiro
ou de uma máquina.
o Ativa: do âmbito e responsabilidade do utente.
o Resistida: há uma oposição através de uma resistência manual ou mecânica ao movimento
executado pela pessoa.
• Passivas Conjunto de técnicas terapêuticas aplicadas sem ajuda nem resistência voluntária do
doente. Movimento dentro da amplitude articular livre para um segmento, que é produzido
inteiramente por uma força externa; não há contração muscular voluntária. A força externa pode vir:
de um aparelho, de outra pessoa ou de outra parte do corpo do próprio indivíduo.
PRINCÍPIOS GERAIS A ATENDER NA MOBILIZAÇÃO
• Inflamação articular
• Dor articular em repouso
• Lesões recentes das partes moles
• Estados febris
• Derrames articulares
MOVIMENTOS ARTICULARES
Cabeça
Articulação escapulo-umeral
Articulação do cotovelo
Articulação do punho
Articulação coxo-femural
Articulação do joelho
Articulação tibiotársica
MOBILIZAR O PESCOÇO
MOBILIZAR O OMBRO
MOBILIZAR O COTOVELO
MOBILIZAR DEDOS
MOBILIZAR ARTICULAÇÃO DO PÉ
Exercício e mobilidade
trabalham juntos para planejar uma melhor têm sido recomendados como componentes de
abordagem de transferência, todas as partes exercícios para idosos. Pesquisas têm mostrado
envolvidas estão habilitadas a participar e garantir que, se um idoso está em sua casa, a deambulação,
para o paciente. A Tabela 16-1 lista as técnicas benéficas. Exercícios também têm sido citados
projetadas para minimizar as lesões no cuidador. como uma forma de prevenção de fraturas em
idosos que sofreram um acidente vascular
A imobilidade e a falta de exercício físico podem
encefálico (Struck, 2006). O exercício pode
causar graves efeitos para o paciente e em sua
melhorar o equilíbrio, reduzir as quedas e melhorar
qualidade de vida. Pacientes com risco de
a densidade óssea; portanto, reduzem o risco de
desenvolver doença cardíaca coronariana, que é a
fraturas. Muitos benefícios à saúde estão
principal causa de morte nos Estados Unidos, são os
associados à atividade física; assim, o enfermeiro
mais afetados pela falta de atividade física
deve estimular as pessoas de todas as idades a
(Gillespie, 2006). Os idosos beneficiam-se da
praticá-la. Como as pessoas se tornam mais ligadas
atividade física pela melhora da resistência e da
a tecnologias, tais como DVDs e computadores,
flexibilidade. Ter cuidado com pacientes de todas
muitas vezes mais tempo é gasto na posição
as idades e evitar a introdução de exercícios apenas
sentada. Os enfermeiros devem aproveitar o tempo
passivos.
para destacar os benefícios da atividade física e os
Além disso, deve-se discutir a importância da benefícios de saúde associados.
ingestão de líquidos, monitoramento cardíaco,
NOTAS sobre exercícios articulares:
RESTRIÇÃO FÍSICA
Medida terapêutica utilizada para controlar a atividade física ou comportamental de uma pessoa ou parte do
seu corpo durante a prestação de cuidados de saúde, visando melhorar a condição de saúde e a prevenção de
complicações. O objetivo da contenção terapêutica é otimizar a segurança do doente e de quem o rodeia
mantendo, simultaneamente, e dentro do possível, o seu conforto e dignidade.
O Método pode ser manual ou físico, mecânico, químico ou farmacológico, e restringe os movimentos do
utente ou o normal acesso ao seu corpo e o próprio não pode remover facilmente.
Tem por objetivo promover a segurança numa pessoa, que necessita de controlo da atividade física
intempestiva, e nos outros; otimizar a segurança do doente e de quem o rodeia, mantendo simultaneamente
e dentro do possível, o seu conforto e dignidade.
DGS - Prevenção de comportamentos dos doentes que põem em causa a sua segurança ou da sua
envolvente
1. O recurso a medidas de contenção deve ter lugar após uma avaliação do risco clínico.
2. Os doentes são elegíveis para a colocação de medidas de contenção, quando:
2.1. Manifestem comportamentos que o coloquem a si ou à sua envolvente em risco de sofrer
danos.
2.2. Recusem tratamento compulsivo, nos termos legais.
2.3. Recusem tratamento vital, urgente.
3. O profissional de saúde deve desencadear as medidas de contenção necessárias durante a prestação
de cuidados e comunica a situação à equipa de saúde.
4. A equipa deve decidir qual a medida mais adequada para a continuidade de cuidados e assegura a sua
prescrição e reavaliação.
5. Cada situação em que houve recurso a medidas de contenção deve ser objeto de análise da sua
adequação pela equipa de saúde.
6. Cabe à chefia de enfermagem do serviço assegurar que no processo do doente são obrigatoriamente
registados os seguintes elementos:
6.1. Avaliação do estado do doente que determinou a necessidade de contenção.
6.2. Medidas preventivas iniciadas e o seu impacto.
6.3. Descrição das diferentes medidas de contenção analisadas com o doente ou quem por ele
decida.
6.4. Profissionais envolvidos na tomada de decisão das medidas de contenção.
6.5. Avaliações subsequentes à colocação da medida de contenção. Incluem a evolução do estado
do doente e o rastreio de lesões associadas à colocação das medidas de contenção.
6.6. Revisão do plano de cuidados como consequência da medida de contenção.
7. O doente deve ser informado e tranquilizado quanto à necessidade da medida de contenção.
8. A família ou a pessoa significativa do doente deve ser informada da adoção das medidas de contenção.
9. Cada instituição prestadora de cuidados de saúde deve definir um padrão de atuação interna sobre a
aplicação de medidas de contenção, enquadrado na presente Orientação, de acordo com as
especificidades dos cuidados que presta. Orientação nº 021/2011 de 06/06/2011 2
10. Na aplicação de medidas de contenção, deve-se:
10.1. Esgotar as medidas preventivas.
10.2. Obter, sempre que possível, o consentimento do doente.
10.3. Obter, sempre que possível, o consentimento da família ou pessoa significativa do doente.
10.4. Esclarecer o doente do que vai ser feito e porquê.
10.5. Ajustar a medida de contenção à situação do doente.
10.6. Cumprir as instruções do fabricante na aplicação do mecanismo de contenção.
10.7. Vigiar o doente sujeito a medidas de contenção com a frequência que o seu estado ditar.
10.8. Reavaliar a necessidade da medida de contenção e a possibilidade de a substituir por uma
medida menos limitativa.
10.9. Retirar a medida de contenção assim que possível.
10.10. Registar os procedimentos no processo clínico.
11. CRITÉRIOS
a) A utilização de medidas de contenção e confinamento devem ser vistas pelos profissionais de
saúde como incidentes para a segurança do doente.
b) Considerando as alternativas e o impacte que a contenção tem na liberdade, autodeterminação
e dignidade do doente, deve ser considerada como último recurso pelos profissionais de saúde,
depois de esgotadas as medidas alternativas.
c) Em todas as circunstâncias deve prevalecer o princípio de cuidar do doente com a menor
restrição possível.
d) A aplicação de medidas de contenção deve ponderar os riscos de lesão associada à sua
utilização (físicos, psicológicos, éticos), as alternativas menos restritivas e pelo menor tempo
possível.
e) As medidas de contenção devem, ainda, salvaguardar a especificidade de cuidados dos doentes
em concreto (adultos, crianças, grávidas, idosos).
f) Todos os profissionais devem receber formação sobre:
i. Técnicas preventivas à contenção;
ii. Técnicas de contenção;
iii. Aplicação correta dos instrumentos de contenção;
iv. Como cuidar do doente que necessite de contenção.
g) A formação é ministrada, sempre que possível, na admissão dos profissionais e em sessões de
atualização no máximo cada três anos.
12. Um ambiente terapêutico com menor recurso a medidas de contenção significa que foram esgotadas
as medidas alternativas ao seu recurso. São exemplos de medidas alternativas ou de prevenção, não
excluindo outras possíveis, as seguintes:
v. Presença e acompanhamento individual por profissionais de saúde que
proporcionem ao doente a libertação de tensões e hostilidade, recorrendo à
palavra ou outras formas de expressão, consoante o contexto; Orientação nº
021/2011 de 06/06/2011 3
vi. Contenção verbal, com sinceridade, calma e firmeza;
vii. Modificar o contexto, procurando oferecer ao doente um ambiente calmo e
seguro;
viii. Recorrer à inclusão ou exclusão de alguma pessoa significativa para o doente;
ix. Convidar e organizar atividades e tarefas minimamente compatíveis com a
condição do doente;
x. Tratamento farmacológico.
h) j) As situações em que pode resultar dano para o doente, devido a falhas de aplicação de
medidas de contenção mais descritas são:
i. Seleção do doente: Para alguns doentes a aplicação de uma medida de contenção
pode desencadear maior agitação;
ii. Abuso na utilização: As medidas de contenção são um último recurso e depois de
ponderada a relação risco/benefício. A utilização destas medidas deve ter como
resultado o melhor interesse do doente.
iii. Acompanhamento inadequado: O recurso a estas medidas é abusivo se visa a
redução da vigilância do doente. A contenção por um longo período pode resultar
em vários problemas de saúde, dependendo do mecanismo adotado e do doente.
iv. Tipo ou utilização incorreta de dispositivo de contenção: A escolha do dispositivo
inadequado para o caso concreto, no tamanho errado ou de forma inadequada
aumenta a possibilidade de ocorrência de incidentes com dano para o doente.
PREVALÊNCIA
O primeiro estudo realizado e publicado, em Portugal, da autoria de Faria (2010), refere uma prevalência de
19,9% de aplicação de medidas de restrição física da mobilidade, isto é, em 552 doentes internados em
serviços de medicina, cardiologia, cirurgia, endocrinologia, gastrenterologia, hematologia, neurologia,
ortopedia, pneumologia, Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), infeciosas e urologia, 110 apresentavam
medidas de restrição física da mobilidade.
De acordo com estudos realizados sobre a restrição física da mobilidade (RFM), as taxas de prevalência,
situam-se:
TIPOS DE CONTENÇÃO
Contenção terapêutica medida utilizada para controlar a atividade física ou comportamental de uma
pessoa ou parte do seu corpo durante a prestação de cuidados de saúde, visando
melhorar a condição de saúde e a prevenção de complicações. O objetivo da
contenção terapêutica é otimizar a segurança do doente e de quem o rodeia,
mantendo simultaneamente e dentro do possível, o seu conforto e dignidade.
Contenção física situação em que uma ou mais pessoas da equipa terapêutica seguram um doente,
deslocam ou bloqueiam o seu movimento para impedir a exposição a uma situação de
risco.
Contenção ambiental recurso a alterações que controlam a mobilidade do doente. Pode ser uma sala
de confinamento, um espaço fechado ou limitado onde o doente pode deambular em
segurança, com supervisão clínica.
QUESTÕES DEONTOLÓGICAS
Como proceder?
• A imobilização pode ocorrer em diversas situações, quando o doente está na cama, na cadeira de
rodas, no sofá ou em outros locais;
• Há sempre um objetivo para a restrição da mobilidade.
• Os recursos utilizados e os locais anatómicos são equacionados em função do objetivo.
• Os imobilizadores podem ser de cabedal, tecido ou plástico, são utilizados com o intuito de reduzir os
movimentos dos membros a fim de prevenir lesões no próprio doente ou nos que o rodeiam
Imobilizar é, portanto, um ato de grande importância para o alívio e consequente tratamento das lesões que
apoquentam o paciente, cujo grau de eficácia sempre foi e será de grande preocupação técnica.
IMOBILIZADORES
LOCALIZAÇÃO ANATÓMICA
C. Extremidade almofadada para conforto e proteção. Um nó simples por cima evita que a imobilização
fique muito apertada se o utente puxar com força na sua direção.
D. Pontas da imobilização presas à cama sob o colchão (parte articulada) e não às grades da cama evita
que o utente se magoe se for alterada a posição das grades ou da cama.
Imobilização presa com um laço rapidamente aliviada em caso de emergência, debaixo da cama onde o
utente não possa chegar.
Psicossociais
• Frustração
• Ansiedade
• Agressividade; revolta
• Agravamento da desorientação
• Negação
• Sentimentos de perda de controle
• Alteração da autoestima e da autoimagem…
Fisiológicas
• Lesão dos tecidos subjacentes à imobilização fricção, pressão, lesão de outras partes do corpo
• Pneumonia de aspiração
• Áreas de pressão, abrasão e edema
• Isquemia ou lesão nervosa lesão do plexo braquial (irreversível)
• Lesões músculo-esqueléticas
• Perda de massa óssea
• Estrangulamento
• Morte
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
• Consciência
• Aplicar contenção física … (em pulsos/pernas/tórax, conforme necessário (NIC, 2010:228); o local pode
ser na cama do doente e ou cadeira)
Quando um trauma ou uma doença afetam o articular; reduzir, imobilizar e alinhar uma fratura;
sistema musculoesquelético, este requer e prevenir e tratar os espasmos musculares.
imobilização, estabilização e suporte para a parte
Ao controlar os espasmos e a sobreposição óssea,
do corpo envolvida. Tração, gesso e dispositivos de
estes dispositivos podem evitar danos aos tecidos
imobilização são exemplos de métodos utilizados
moles. Por fim, os posicionamentos pré-operatório
para esses fins com o objetivo de melhorar o
e pós-operatório, alinhamento, comprimento do
processo de cicatrização.
esqueleto e repouso de uma articulação com
Estes dispositivos são prescritos para corrigir ou problemas também podem ser tratados usando-se
melhorar deformidades ou contraturas articulares. um ou mais desses dispositivos.
Eles também são usados para tratar luxação
FRATURAS
TIPOS DE FRATURAS
1º Estágio (Hematoma): Esta é fase que ocorre logo 3º Estágio (Calo Mole): Popularmente, as pessoas
após ao trauma que levou à fratura. Ocorre um dizem que neste estágio o osso “colou”. Neste
grande sangramento local, e no foco da fratura estágio ocorre a formação de um calo provisório
ocorre acúmulo de células, sangue e líquido. Este formado de tecido cartilaginoso e
estágio é caracterizado por forte dor e um grande fibrocartilaginoso, que serve como uma espécie de
edema no local da fratura. cola biológica que estabiliza o segmento fraturado,
preparando-o para o processo de consolidação da
2º Estágio (Inflamação): Esta fase é caracterizada
fratura de fato.
pela proliferação de células inflamatórias,
importantes na limpeza do foco da fratura. Nesta 4º Estágio (Calo Duro): Depois que o osso estiver
fase haverá angiogênese (neoformação capilar) e “colado” e bem estabilizado, aquele tecido
isto facilitará a chegada de fibroblastos, fibrocartilaginoso formado no estágio anterior é
condroblastos, fatores de crescimento tecidual, substituído gradualmente por tecido de matriz
interleucinas, prostaglandinas e células calcificada formando um calo de tecido ósseo no
mesenquimais. foco fraturado. Este calo ósseo é facilmente
visualizado em uma radiografia simples e marca a
consolidação óssea de fato.
TRATAMENTO
• Explicar procedimento …
• Avaliar função
− Neurovascular do membro
− Funcional
• Avaliar cor, pulso distal à fratura, temperatura, sensibilidade da extremidade do membro imobilizado
• Inspecionar a área da pele
• Preparar a pele, lavar todo o local (água e sabão neutro), realizar tricotomia se necessário (Griffin &
Potter, 2013:413-414)
• Acolchoar/proteger antes da aplicação da imobilização
• Outras Tração manual antes da aplicação do dispositivo de imobilização, administração de
medicação …
EXAME NEUROVASCULAR
• Diferença de coloração;
• Presença e grau de edema;
• Diferença de temperatura;
• Rapidez de preenchimento capilar;
• Frequência e características de pulsos periféricos;
• Sensibilidade e Mobilidade.
Verifique a temperatura dos pés e das pernas com A redução da temperatura, principalmente
o dorso de seus dedos. Compare um lado com o quando unilateral ou associada a outros sinais,
outro. A redução da temperatura bilateral costuma sugere circulação arterial inadequada.
ser consequente a ambientes frios ou à ansiedade
Veias periféricas. Verifique se há edema. Compare poplítea, quando a perna ou o tornozelo se
os pés e as pernas do paciente, observando as encontram edemaciados; as veias iliofemorais,
dimensões relativas e a proeminência de veias, quando todo o membro inferior está edemaciado.
tendões e ossos O edema ocasiona aumento Distensão venosa sugere edema de causa venosa.
volumétrico, que pode ocultar as veias, os tendões Edema bilateral ocorre na insuficiência cardíaca,
e as proeminências ósseas. na cirrose e na síndrome nefrótica.
Verifique se há edema depressível. Comprima Tente identificar uma eventual dor à palpação que
delicadamente, porém firmemente, com o polegar, acompanha a trombose venosa profunda (TVP).
durante pelo menos 2s, (1) o dorso de cada pé do Palpe a região inguinal na porção imediatamente
paciente, (2) a região por trás dos maléolos mediais medial ao pulso femoral e verifique se há dor à
e (3) a região tibial anterior. Observe se houve palpação da veia femoral. Em seguida, com o
formação de cacifo – depressão gerada pela membro inferior do paciente fletido na altura do
compressão do seu polegar. Normalmente, isso não joelho e relaxado, palpe a panturrilha. Com as
ocorre. A intensidade do edema é classificada pontas dos dedos, comprima cuidadosamente os
segundo uma escala de quatro pontos, que varia de músculos da panturrilha contra a tíbia e verifique
discreta a muito acentuada. se isso provoca dor ou se há cordões. Entretanto, a
trombose venosa profunda pode não se associar a
Se for detetado edema unilateral, a medida dos
sinais demonstráveis, e este diagnóstico, muitas
membros inferiores identifica o edema e permite
vezes, depende de um elevado grau de suspeita
acompanhar sua evolução. Com uma fita métrica,
clínica e de outros tipos de exame.
meça (1) a parte anterior do pé, (2) a menor
circunferência possível acima do tornozelo, (3) a Observe a coloração da pele. Existe alguma região
maior circunferência na panturrilha e (4) a região de vermelhidão? Em caso positivo, verifique a
média da coxa, medida acima da patela com o temperatura do local e, com cuidado, verifique se
joelho esticado. Compare os dois lados. Uma existe, à palpação, o cordão de consistência firme
diferença superior a 1 cm acima do tornozelo ou 2 de uma veia trombosada. A panturrilha é a região
cm na panturrilha é incomum em pessoas normais mais frequentemente envolvida Edema,
e sugere a existência do edema A assimetria das vermelhidão e aumento da temperatura localizados
panturrilhas aumenta a probabilidade de TVP. e cordão subcutâneo sugerem tromboflebite
Deve-se considerar, também, a possibilidade de superficial.
traumatismo ou laceração muscular, cisto de Baker
Existem regiões acastanhadas nas proximidades do
(parte posterior do joelho) e atrofia muscular.
tornozelo? Há coloração acastanhada ou úlceras
Se houver edema, pesquise possíveis causas situadas logo acima do maléolo sugerem
relacionadas com o sistema vascular periférico. insuficiência venosa crônica?
Estas incluem trombose venosa profunda recente,
Observe se existem úlceras cutâneas. Qual é a sua
insuficiência venosa crônica por trombose venosa
localização? O espessamento cutâneo é
profunda prévia ou incompetência das válvulas
observado no linfedema e na insuficiência venosa
venosas e linfedema. Observe a extensão do edema
avançada.
Na trombose venosa profunda a extensão do
edema sugere a localização da oclusão: a veia
EXAMES FUNCIONAIS
Artérias periféricas: Palpe os pulsos arteriais para Pulso pedioso: Palpe o dorso do pé (não o
avaliar a circulação colateral. tornozelo) na região imediatamente lateral ao
tendão do músculo extensor do hálux. Se você não
Pulso poplíteo: O joelho do paciente deve ficar
conseguir palpar o pulso, explore o dorso do pé
discretamente fletido com a perna relaxada.
mais lateralmente à A artéria pediosa pode estar
Posicione as polpas digitais de suas mãos na linha
congenitamente ausente ou ramificar-se em uma
média por trás do joelho e faça uma compressão
região mais acima do tornozelo. Pesquise o pulso
profunda na fossa poplítea. O pulso poplíteo
mais lateralmente. A ausência dos pulsos arteriais
costuma ser mais difícil de detetar que os demais
do pé, quando os pulsos femorais e poplíteos são
pulsos, porque é mais profundo e produz uma
normais, torna 14 vezes mais provável o diagnóstico
sensação mais difusa à palpação. Se não identificar
de doença aterosclerótica na artéria poplítea
o pulso poplíteo dessa maneira, tente palpá-lo com
inferior ou em seus ramos – como ocorre no
o paciente em decúbito ventral. Flexione o joelho
diabetes melito.
do paciente em aproximadamente 90°, deixe a
perna relaxar contra o seu ombro ou braço e Pulso tibial posterior: Encurve os dedos por trás e
comprima profundamente a fossa poplítea com os ligeiramente abaixo do maléolo medial do
dois polegares à o pulso poplíteo alargado e tornozelo. (Pode ser difícil palpar este pulso
exagerado sugere aneurisma da artéria poplítea. quando a pessoa é obesa ou apresenta edema
Aneurismas poplíteos e femorais não são comuns. maleolar) A oclusão arterial súbita, como na
De modo geral, são causados por aterosclerose. A embolia ou na trombose, gera dor e dormência ou
aterosclerose (arteriosclerose obliterante) obstrui formigamento. A extremidade distal à oclusão
mais frequentemente a circulação arterial da coxa. torna-se fria, pálida e sem pulso arterial. É
Neste caso, o pulso femoral continua normal e o necessário tratamento de emergência.
poplíteo diminui ou desaparece.
Avaliação Da Função Sensorial E Motora
DISPOSITIVOS DE IMOBILIZAÇÃO
Outros tipos de dispositivos:
• Ligadura
• Tala
• Colar cervical
• Colete de imobilização do tronco
• Tração
• Gesso
• Fixador externo
• …
Colar Cervical
• Colete jewette
• Colete ortótese toraco-lombo-sacral (otls)
Estabilizadores Elásticos
Talas
• Tala de punho
• Tala de mão em posição funcional
• Tala de cotovelo em posição funcional
• Tala de joelho
Suportes Imobilizadores
Finalidades
Tipos de Gesso
• Natural
− Ligadura de gesso Impregnada uniformemente em Sulfato de cálcio desidratado
− Tecido de gaze especial 100% algodão, porosa, com pH entre 5,0 e 8,0, isenta de corante
corretivo
− Contacto com água massa viscosa moldável
• Sintético
− DeltaCast; Hygia Cast Plus; Scotchcast Plus
− Composto por malha de poliéster, impregnada em resina de poliuretano (Fibra de vidro)
− Exposição a água/humidade desencadeia reação química a ligadura sintética torna-se rígida,
leve, resistente, durável, porosa
− Transparente ao raio-X
− 3 x mais leve que o gesso natural
− Proporciona maior conforto para o utente
− Seca rapidamente 2 a 6 min.
− Resistência máxima ao fim de 20 a 30 min.
• Avaliação edema …
• Imobilização da articulação acima e abaixo da área do osso afetado
• Acolchoamento da zona
• Malha tubular de algodão é confortável, evita calor e prurido
• Deve estender-se para além do gesso…
• Ligadura de algodão em várias camadas
• Maior reforço em zonas de proeminência óssea
• Material liso, sem rugas
Intervenções de Enfermagem
• Elevar ao nível do coração os tecidos com gesso utilizando almofadas pelo menos nas primeiras 24 a
48 h. (colocar tipoia de suporte)
− Promove retorno venoso;
− Previne ou reduz o edema existente e risco de comprometimento neuro vascular;
• Estar atento e solicitar á pessoa a informação sobre alterações, como:
− Dor intensa no local da # (fratura);
− Alteração da sensibilidade do membro, formigueiro, dor á movimentação passiva, dormência,
incapacidade para mover os dedos
− Odor, drenagem no aparelho gessado;
− Dor.
• Incentivar o movimento Contração isotónica e isométrica;
• Alternar decúbitos, mantendo alinhamento corporal;
• Incentivar hidratação e ingestão de alimentos ricos em cálcio;
• Incentivar a atividade e distração…
Membro Superior
Membro Inferior
Bota Gessada
Gesso Cruropodálico
• Perfusão de tecidos;
• Edema;
• Zona de pressão;
• Úlcera de pressão;
• Dor;
• Mobilidade;
• Mobilidade;
• Pé equino;
• Ansiedade;
• Autocuidado;
• Infeção;
• Síndrome de desuso.
Imobilização por tração manual, por tração cutânea e por tração esquelética
TRAÇÃO
Dispositivo de imobilização pelo qual se aplica uma força, numa direção específica, mantendo uma parte do
corpo/segmento em extensão antes, após ou como alternativa à cirurgia.
Intervenção - Aplicar dispositivo para imobilização/estabilização de uma parte do corpo (NIC, 2015)
TIPOS DE TRAÇÃO
TRAÇÃO CUTÂNEA OU TRAÇÃO ESQUELÉTICA
A tração envolve uma força aplicada por meio de pesos a uma parte do corpo, enquanto uma segunda força,
chamada contração, puxa em direção oposta. A idade, a condição da pessoa e o objetivo da tração
determinam a quantidade de peso sobre a força a ser puxada. Em tração reta ou de correr, a força de tração
puxa contra o eixo longitudinal do corpo enquanto o corpo do paciente fornece a contração. Na tração
esquelética em suspensão equilibrada, a quantidade de força na tração é igual à quantidade de força na
contração. Uma tipoia é um sistema de pesos presos a uma trave acima da cama que suporta a parte afetada
enquanto o peso é preso ao pino ou ao fio que atravessa o osso femoral.
Embora existam vários tipos de tração em diferentes locais do corpo, há seis princípios gerais a atender na
tração:
A tração cutânea é a aplicação de uma força de e algumas fraturas dos ossos do braço ou tornozelo.
tração diretamente à pele e ao tecido mole que Também imobiliza a cabeça do fêmur no caso de
indiretamente traciona o sistema esquelético. A fraturas do acetábulo. A consolidação lenta requer
tração cutânea imobiliza a fratura e alivia os períodos mais longos de tração (6 a 8 semanas) para
espasmos musculares e as dores; a aplicação promover a reparação óssea. A tração esquelética
contínua é necessária para atingir essa meta. A é utilizada com menos frequência devido aos
tração cutânea geralmente proporciona procedimentos cirúrgicos mais recentes. A tração
imobilização temporária até que a fratura possa ser esquelética envolve a punção da pele no local onde
reparada cirurgicamente com redução aberta e o pino é inserido. No caso de fixação externa ou
fixação interna (RAFI) ou a tração esquelética possa halo craniano, o dispositivo se liga ao osso por meio
ser implementada. Além disso, a tração cutânea da pele. A tração esquelética imobiliza os
mantém o alinhamento e reduz as contraturas e as pacientes até que o osso esteja consolidado. A
luxações. Os pacientes necessitam de prescrições imobilização prolongada influencia os cuidados de
médicas para a tração com pesos específicos, enfermagem, que focalizam o apoio às AVDs, a
posição da cama e mudanças de decúbito. manutenção da tração, a prevenção da embolia
gordurosa e as complicações da imobilidade, tais
A tração esquelética imobiliza as fraturas do fêmur
como as ruturas da pele e a embolia pulmonar.
abaixo do trocânter, as fraturas da coluna cervical
PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES INERENTES À TRAÇÃO
INTERVENÇÕES
• Inspecionar a tração
− Pesos e cabo livres de atrito
− Cabo bem seguro, na linha média da roldana
− Nó afastado da roldana
− Suporte de pés. Pés do utente sem tocar a base inferior da cama
− Manutenção da força de tração e de contra tração
− Alinhamento da tração…
Tração Cutânea
Tração Balanceada
Tração Esquelética
Materiais
Introdução no osso
Local de inserção
FRATURA DA COLUNA
Cama de Stryker
CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM UMA TRAÇÃO ESQUELÉTICA OU CUTÂNEA
• Remover as ligaduras uma vez ao dia para lavar o membro e observar a pele.
• Aplicar contra tração no membro durante a higiene da pessoa ou mudança de penso ou ligadura (a
tração contrária evita espasmos musculares e alivia desconforto)
• Verificar potenciais áreas de pressão como sacro, coluna, calcanhares, cotovelos e maléolos)
• Incentivar pessoa a mobilizar tórax e cintura para aliviar pressão na região do sacro
• Incentivar a executar exercícios plantar / dorso-flexão para ambos os pés para melhorar o retorno
venoso e diminuir o risco de embolia (para reduzir o risco de trombose venosa profunda (TVP), calçar
meias anti embolia, se prescritas, e administrar terapia anticoagulante cf. prescrito pelo médico
• Incentivar exercícios de respiração profunda (para reduzir o risco de infeção respiratória)
• Incentivar a ingestão hídrica por dia (pelo menos dois litros para manter a hidratação e prevenir a
estase urinária e obstipação)
• Incentivar dieta rica em fibras
• Verificar a tração a cada turno:
− Garantir que os pesos não estejam apoiados no chão ou encostados à cama
− Verificar se a tração da pele, se não escorregou e se se mantem no local adequado
− Garantir que os pesos não descansem na cama durante quaisquer procedimentos
• Garantir que a tração é eficaz o tempo todo.
FIXADORES EXTERNOS
• Ansiedade;
• Mobilidade física diminuída;
• Risco de disfunção neurovascular periférica;
• Infeção - osteomielite… 70 a 80% por Estafilococos Áureos
− Contaminação óssea direta Fratura exposta, cirurgia ortopédica
− Infeção de tecidos moles;
− Outros focos de infeção;
− Maior prevalência nos ossos longos.
NOTAS da Pl
• Ligaduras elásticas não se utilizam em pessoas com queimaduras (edema, perda de liquido e se muito
apertado síndrome de comprometimento/ comprometimento vascular e venoso), mas sim ligaduras
de algodão simples (larga serve apenas para segurar as compressas)
NUTRIÇÃO E DIGESTÃO
ALGUNS FOCOS DE ATENÇÃO PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM
10004250 - MASTIGAR
Comer ou Beber: decomposição mecânica dos alimentos, na boca esmagando-os com os dentes e os
movimentos da língua.
10019347 - DEGLUTIR
Comer ou Beber: passagem dos líquidos e dos alimentos fragmentados, pelo movimento da língua e dos
músculos, da boca para o estômago através da orofaringe e esófago.
10019001 - SUGAR
Comer ou Beber: ingestão de líquidos pela boca utilizando os músculos dos lábios e a língua, por exemplo o
leite da mama ou líquido por biberão.
10000291 - ABSORÇÃO
Processo corporal: incorporação de nutrientes sob a forma de alimentos, sólidos ou líquidos, introduzidos no
organismo através do tubo digestivo.
10020864 - VOMITAR
Processo do sistema gastrointestinal comprometido: expulsar ou trazer de volta alimentos processados ou
conteúdo gástrico através do esófago e para fora da boca.
DISFAGIA
Fatores predisponentes
“É um distúrbio da deglutição com sinais e sintomas específicos que se caracterizam por alterações em
qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica da deglutição, podendo ser congénita ou adquirida, após
comprometimento neurológico, mecânico ou psicogénico, e trazer prejuízos aos aspetos nutricionais, de
hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do individuo” (Mourão, 2005)
FATORES OBSTRUTIVOS/ FATORES NEUROLÓGICOS FATORES IATROGÉNICOS
MECÂNICOS
• Infeções, abcessos • Tumores cerebrais • Procedimentos cirúrgicos
• Tiróide aumentada • Distrofia neuromuscular (excisão de tumores da cabeça
• Linfadenopatias • Miastenia grave e pescoço, traqueostomia)
• Divertículo de zencker • Acidentes vasculares cerebrais • Uso de terapêutica
• Fibrose muscular • Traumatismo craneoencefálico neurolética,
• Tumores da cabeça e pescoço • Paralisia cerebral anticonvulsivante,
• Doença de Parkinson antidepressiva
• Doença de alzheimer antiparkinsónica e
• Esclerose múltipla benzodiazepinas
• Esclerose lateral amiotrófica
MECANISMO DE DEGLUTIÇÃO
Figure 1. Schematic of anatomic structures and physiologic function of the normal swallow
During the oral preparatory phase, food and saliva are masticated to form a bolus. The soft palate lifts to
close off the nasopharynx as the tongue slides the bolus along the hard palate. The bolus is then propelled
under positive pressure into the pharynx. The duration of the pharyngeal phase is 1 to 2 s and involves a rapid
sequence of events that protect the airway. The hyoid bone and larynx move upward and forward, the vocal
folds move to the midline, and the epiglottis folds over the arytenoid cartilages. The tongue pushes backward
and downward into the pharynx to provide positive pressure to propel the bolus. The pharyngeal walls then
move inward with a progressive wave of contraction providing continuing pressure to move the bolus through
the upper esophageal sphincter into the esophagus. The bolus traverses through the pyriform sinuses, which
are hypopharyngeal spaces formed by the lateralpharyngeal wall and the larynx. During the esophageal phase,
the upper esophageal sphincter is opened and the bolus passes into the proximal esophagus. The upper
esophageal sphincter closes after passage of the bolus to prevent swallowed material from reentering the
larynx. The bolus moves by a pressure wave through the esophagus.
AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO
Avaliar pessoa – dados clínicos, diagnóstico médico, terapêuticas, exame físico dirigido à:
Semissólidos
Líquidos
• 3, 5, 10 e 20 ml de água destilada.
• Se não se observarem sintomas, continuar com 50 ml de água destilada.
• Avaliar e interromper se se observar um dos critérios.
• Tosse
• Alterações vocais
• Dessaturação de O2
• Encerramento labial
• Resíduos orais
• Deglutições múltiplas
• Resíduos faríngeos
DEGLUTIÇÃO COMPROMETIDA
Intervenções de Enfermagem
Causas
• Processos patológicos das estruturas envolvidas na digestão (úlcera gástrica, neoplasia gástrica,
doença pancreática e/ou biliar, ...)
• Alteração da mucosa intestinal (infecção, inflamação, doença oncológica – remoção de parte do
intestino, ...)
• Compromisso da perfusão mesentérica
• Efeitos secundários de medicamentos (antibióticos, relaxantes musculares, opiáceos, …)
• Alterações neuromusculares
• (…)
Concorrem para:
10012453 - NÁUSEA
Perceção comprometida: sensação de enjoo e de vontade de vomitar; sensação desagradável, vagamente
referenciada ao epigastro e abdómen, ofensiva ao paladar ou ao olfato.
10020864 - VOMITAR
Processo do sistema gastrointestinal comprometido: expulsar ou trazer de volta alimentos processados ou
conteúdo gástrico através do esófago e para fora da boca.
10005933 - DIARREIA
Defecação comprometida: fluxo e defecação de fezes soltas, líquidas, não moldadas; aumento de frequência
de dejeções, acompanhada de aumento dos ruídos intestinais, cólicas e urgência na defecação.
10042077 - MALNUTRIÇÃO
Status nutricional comprometido.
Vomitar
Risco de vomitar
Sem vomitar
Intervenções de Enfermagem
Absorção comprometida
Risco de absorção comprometida
• Vigiar náusea
• Vigiar vómito
— Tipo (alimentar, aquoso, biliar, tipo borra de café, sangue…)
— Quantidade
— Cheiro
— Frequência (relação com refeição, hora do dia, tratamento ou outro factor desencadeante)
• Otimizar o ambiente físico
• Posicionar o cliente com o tronco elevado
— (elevar cabeceira da cama…)
• Interromper ingestão de alimentos
• Inserir SNG para drenagem
• Otimizar SNG (permeabilidade do dispositivo …)
• Executar lavagem gástrica
• Vigiar caraterísticas do produto drenado
NUTRIÇÃO ENTERAL
Nutrição enteral refere-se á introdução de uma dieta líquida completa no estomago ou intestino através
de um tubo
INDICAÇÕES
Quando não é seguro alimentar o doente oralmente porque lhe foi diagnosticada disfagia ou
alteração da consciência
Sonda de Levin
É uma sonda de plástico transparente, de 125cm de comprimento com marcas no seu trajeto, a primeira aos
40cm, desde a extremidade proximal, e daí a cada 10cm até totalizar 4 marcas.
Constituída com materiais PVC (situações curtas, drenagem NG, por exemplo, com menos de 3 semanas),
poliuretano, silicone. As de poliuretano e silicone são usadas para casos de longa duração.
Sonda de Dobbhoff
Fabricadas em poliuretano e silicone, não sofrem alterações em contacto físico com o ph gástrico, são
flexíveis, maleáveis e duráveis. Têm um calibre fino e uma ogiva distal de tungsténio, para possibilitar o
posicionamento para além do piloro, permitindo também o fecho de ambos os esfíncteres (cárdia e piloro).
Sonda de Baker /Sonda de Nelson-Baker modificada
Sonda intestinal de 2,7 m de comprimento, calibre 16 e duplo lúmen, utilizado para descompressão, prevenção
de aderências após a cirurgia.
De
reposição Percutânea
tipo balão Tipo botão Gastrojejunostomia PEG
SONDAS DE GASTROMIA
Alimentação em bólus – consiste na introdução de uma dieta com um volume determinado através da
sonda (100 a 400ml) várias vezes ao dia, conforme programado
Procedimento:
Fonte: https://www.tuasaude.com/comoalimentar-uma-pessoa-com-sonda/
Por sistema fechado contínuo – consiste na introdução de um volume de dieta por sonda com auxílio de
uma máquina “bomba infusora”
Procedimento
• Náuseas e vómitos
• Distensão abdominal
• Diarreia
• Grandes volumes de conteúdo gástrico
• Diminuição da mobilidade intestinal
INSERIR SONDA NASO/ OROGÁSTRICA
Indicações
• Compromisso da deglutição
• Compromisso da Absorção
• Compromisso da Sucção
• Colheita de suco gástrico
• Drenagem gástrica
• Lavagens gástricas
• Administração de fármacos
• Nutrição
• Prevenção de bronco-aspiração
• Prescrição pré-cirúrgica
• (…)
Contraindicações
Complicações
CONTEÚDO GÁSTRICO
pH do conteúdo gástrico
AVALIAR FERIDA
Etiologia
Dicotomicamente, as feridas são classificadas em agudas e crónicas. Esta classificação é baseada no tempo
de cicatrização. Sabe-se que a fisiopatologia das feridas crónicas é um processo complexo caracterizado pela
existência de um estado de inflamação crónica do qual resulta um desequilíbrio entre os processos
reconstrutivos e processos destrutivos.
Surgiu recentemente o termo feridas de difícil cicatrização relativo a feridas cuja cicatrização se prolonga ou
não se atinge.
• Cirúrgicas intencionais e podem cicatrizar por primeira intenção, segunda intenção ou primeira
intenção diferida.
• Traumáticas geralmente acidentais: esfacelos, escoriações, cortantes, perfurantes, esmagamentos,
mordeduras de animais e queimaduras.
Feridas de difícil cicatrização serão: úlceras de pressão, pé diabético, úlceras de perna, feridas oncológicas,
feridas atípicas. As feridas de difícil cicatrização têm um carácter de irreversibilidade inerente influenciado,
multifatorialmente, por variáveis pessoais (físicas e psicossociais), bioquímicas e microbiológicas, sendo que
o fator causal, etiológico, “trauma repetido”, exerce também um papel preponderante na sua evolução.
Localização
A localização de uma ferida pode ser um indicador da sua etiologia. Caracteristicamente existem feridas que
se desenvolvem frequentemente em determinados locais anatómicos. No entanto, esta não deverá ser
considerada característica definidora única da etiologia. A localização da ferida deve basear-se em modelos
anatómicos e descrita com linguagem classificada e exata.
Dimensões
A caracterização de uma ferida de acordo com as suas dimensões deve abordar: comprimento, largura e
profundidade.
O tamanho, a profundidade e o tempo de duração da ferida são três fatores preditivos da sua evolução.
Estas são condições que dificultam a avaliação da ferida e, consequentemente, o seu tratamento. É por essa
razão que a avaliação das dimensões carece de uma exploração detalhada da ferida, embora não traumática,
para que se diagnostiquem e caracterizem corretamente a existência de alguma destas alterações.
Habitualmente identifica-se a sua existência recorrendo à ideia de um relógio para ser realizada a analogia
da ferida, definindo, assim, a localização da loca e / ou trajeto, determinando também, e se possível, a sua
profundidade.
Exsudado
• Cor
• Seroso (amarelo);
• Sanguinolento (vermelho);
• Serosanguinolento (amarelado com vestígios de sangue).
• Quantidade
• Pouco;
• Moderado;
• Abundante. Hemático – Fluído com sangue
• Consistência Seroso - Fluído aquoso, fino
• Fluido, Sero-hemático – Mistura de fluído hemático
• Espesso; com seroso
Odor
• Normal;
O odor classifica-se como presente ou ausente. • Pútrido.
Dor
Dor “an unpleasant sensory and emotional experience, associated with actual or potential tissue damage,
or described in terms of such damage”. (IASP: International Association for the Study of Pain).
É importante identificar e classificar a dor. Perceber se existe, como, quando e com que intensidade se torna
fundamental no processo de avaliação e no processo de cicatrização / tratamento da ferida. Para proceder a
esta avaliação é importante conhecer a fisiologia da dor e a sua classificação.
• Dor aguda dor de início recente e de provável duração limitada, havendo normalmente uma definição
temporal e / ou causal;
• Dor crónica dor prolongada no tempo, normalmente com difícil identificação temporal e / ou causal,
que causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversas situações
patológicas;
• Dor irruptiva exacerbação transitória da dor, que surge sobre uma dor crónica controlada;
• Dor incidental definida como a dor que é repentina e agravada severamente em consequência do
movimento ou procedimentos terapêuticos.
Assim, na avaliação e tratamento de uma pessoa Segunda a EWMA (2002), estudos relacionados com
portadora de ferida, torna-se fundamental a qualidade de vida mostraram consistentemente
entender que dor é mais do que nociceção, mais do que a dor melhora significativamente com
que sensação; é uma experiência desagradável, tratamentos efetivos e que promovam a
individual, pessoal e subjetiva. Importante no cicatrização. Para avaliar e caracterizar a dor na
processo de tratamento de uma ferida é considerar área do tratamento de feridas existem uma grande
que “patients with chronic wounds are often variedade de escalas: escala visual analógica,
subjected to painful dressing changes”. Isto é, há escala numérica, escala qualitativa verbal e escala
que considerar a possibilidade de dor incidental, de faces. Para a sua abordagem e controlo deve
antes, durante e após o tratamento de uma ferida. considerar-se as melhores práticas no tratamento
E considerar que esta pode ser iatrogénica. local, a abordagem medicamentosa e outras
abordagens complementares.
• Características da dor;
o Evolução, duração e padrão
Há quanto tempo? Contínua? Intermitente? Episódica?
o Localização
Local de dor? Irradiação?
o Qualidade
Descrição.
Tipo “queimadura?”, “moedeira?”, “facada?”, “formigueiro?”.
o Intensidade
Instrumentos de avaliação da intensidade da dor.
• Formas de comunicar a dor;
o Como expressa, comunica ou demonstra?
Linguagem própria, gemido, face, silêncio, …
• Fatores de alívio e agravamento;
• Impacto da dor nas atividades de vida diárias;
• Conhecimento, perceção e expetativas relativamente à ferida, dor e tratamento;
A que atribui a dor?
• Impacto psicossocial e espiritual;
• Sintomas associados;
• Medidas terapêuticas e seus efeitos.
A remoção do apósito e a limpeza da ferida parecem ser os dois procedimentos que mais frequentemente
desencadeiam dor.
O leito da ferida e o tipo de tecido presente são indicativos da fase de cicatrização, da sua evolução e da
eficácia do tratamento.
• Necrose: cor preta / cinza, indicativo de desvitalização e que pode ter consistência dura ou mole;
• Fibrina: de cor amarelada (mucóide) e que se pode apresentar aderente ao leito da ferida;
• Granulação: tecido de cor vermelho vivo que, simultaneamente, se se apresentar ligeiramente
humedecido e firme, é indicativo de boa evolução do processo cicatricial. Contém irregularidades;
• Epitelização: tecido de cor rosada, pálida ou translúcido, fino, com aspeto membranoso, indicativo
de encerramento da ferida e que, dessa forma, geralmente surge a partir dos seus bordos.
De acordo com o tipo de tecido presente, os objetivos e medidas terapêuticas locais são também distintos.
Além do tipo de tecido temos de considerar, na avaliação do leito da ferida, aspetos referidos, como
exsudado, dimensões (por exemplo, se cavitária ou não), se apresenta sinais de infeção, o que pode fazer
com que coexistam diferentes tipos de tecido e condições.
Relativamente ao tipo de tecido, considera-se aquele que está presente em maior dimensão e os objetivos do
tratamento local devem ser-lhe adequados, assim como a condições específicas, tais como presença de
exsudado abundante, cavidades e infeção.
As condições dos bordos da ferida e pele peri-lesional são importantes para o seu encerramento. Uma pele
circundante íntegra favorece a epitelização e encerramento da ferida.
Alterações como maceração, eritema, edema, eczema ou celulite são prejudiciais para o processo de
cicatrização. O seu diagnóstico e tratamento são cruciais já que podem ser indicativos de alterações no
processo cicatricial (por exemplo, infeção), tratamento local inadequado ou cuidados adicionais inexistentes
(por exemplo, alívio de pressão). A pele circundante pode-se apresentar:
• Intacta
• Ruborizada
• Macerada
• Seca
• Descamativa
Maceração pode ser um sinal de queo penso não é apropriado para a quantidade ou tipo de exsudado.
Deve fazer-se a palpação com os dedos à volta da superfície da ferida de modo a detetar endurecimento ou
flutuação que indica tumefação ou abcesso. A maceração da pele circundante pode ser evitada através da
aplicação de creme protetor ou mudança frequente de penso.
Cuidados à pele perilesional
A principal função da pele é a de proteção contra a agrupam-se em duas famílias: cremes barreira e
entrada de microrganismos, água e traumatismos, emolientes.
sendo a prevenção do seu dano um dos objetivos
Os emolientes formam uma barreira inerte sob a
primordiais dos profissionais de saúde na prevenção
superfície da pele, fixando a humidade debaixo da
e tratamento de feridas.
mesma (Holden e colegas, 2002). Para Hampton
A preservação da integridade da pele requer uma (2004), estes produtos contribuem para a
abordagem adequada, que assenta em quatro áreas diminuição da perda de água através da pele. Estes
fundamentais: limpeza, hidratação, proteção e apresentam-se em diversas formas: loções, cremes,
continuidade dos cuidados. óleos, aditivos de banho e substitutos de sabão.
Para manter uma pele limpa recomenda-se a Os cremes barreira são produtos utilizados para
utilização de água e sabão com pH neutro para proteção da pele contra agressões causadas pela
lavagem com uma manápula de tecido suave ou exposição excessiva à água, exsudado ou irritantes
esponja e toalha para secar. Como, por vezes, os (por exemplo, fezes, urina, sudorese,
mecanismos de defesa corporal não estão em drenagens...). A composição base de um creme
condições de gerir os fatores que colocam em risco barreira consiste numa emulsão lipídica / água com
a pele, nomeadamente a humidade, os produtos uma adição de óxido metálico ou titânico (Voegli e
normalmente utilizados para manter este equilíbrio Voegli, 2008).
As feridas estão naturalmente colonizadas, mas estados de colonização crítica e infeção atrasam, estagnam
ou impedem o processo de cicatrização, podendo ter consequências sistémicas graves se não controlados.
Deste modo, o seu diagnóstico é fundamental e obedece a guidelines. Clinicamente, estados de colonização
crítica e infeção podem apresentar os seguintes sinais:
LAVAR A FERIDA
Lavar (atividade) limpar fazer com que algo fique limpo com água ou outro líquido e um
agente de limpeza.
“É muito importante lavar o leito da ferida e os seus bordos para que esta cicatrize …”
Considerar 3 pontos:
A decisão sobre a “técnica de lavar” deve ter por base a condição clinica da pessoa, a etiologia da ferida, a
sua localização, a invasão/profundidade dos tecidos lesados, o objetivo do tratamento.
Ter em conta as propriedades antibacterianas e a sua toxicidade para os tecidos/células da ferida. As feridas
podem ser lavadas com água potável, ou, com soro fisiológico isotónico (Cloreto de Na a 0,9%) que é o agente
mais adequado para limpar o leito da ferida, removendo resíduos de superfície. A água, embora não isotónica,
é uma alternativa adequada desde que não contenha qualquer tipo de contaminante. Em algumas situações
a água deve ser estéril.
Sterile normal saline and sterile water are the solutions of choice for cleansing wounds and should be at least
room temperature (20° C) in order to support wound healing. Containers and bottles of sterile normal saline
and sterile water must be client specific and be discarded after 24 hours if solution is left over (DST has been
developed as a guide to support nursing practice in British Columbia and the use of clinical judgment,
June,2015) Considerar sempre as co morbilidades da pessoa.
Antisséticos
Das soluções disponíveis para lavar a ferida deve evitar-se as que são tóxicas para os tecidos; usar-se as que
se mostram efetivas na presença de material orgânico reduzindo o número de microrganismos; produzem
menor número de reações de sensibilidade; estão disponíveis ao menor custo.
Os antisséticos são tóxicos para os glóbulos brancos e fibroblastos. A utilização de anti-séptico em suplemento
da limpeza da ferida tem demonstrado em média um ↑ do índice de toxicidade do agente, pelo que a sua
utilização é desaconselhada no tratamento de feridas crónicas (Hellewell et al., 1997).
Considerar sempre a utilização de soluções de limpeza com agentes surfactantes e/ou antimicrobianos para
limpar as úlceras por pressão com resíduos, infeções confirmadas, suspeitas de infeção ou suspeitas de níveis
elevados de colonização bacteriana (NPUAP/EPUAP/PPPIA, 2014).
Uso de Loções
O método de lavar
Técnica assética – técnica utilizada para diminuir a transmissão de microrganismos de uma pessoa a outra,
diminuendo a possibilidade de transmissão cruzada de microrganismos, incluindo 3 tipos de abordagem:
técnica esterelizada, técnica no touch, técnica limpa. A técnica escolhida deve considerer a condição clínica
da pessoa, a etiologia da ferida, a localização da ferida, a invasão dos tecidos pelo próprio procedimento do
penso, o objetivo do tratamento.
• Técnica estéril – implica o uso de luvas estéreis, campo de pensos esterelizado, soluções estéreis,
compressas esterelizadas (todos os materiais em contato com a ferida devem ser esterelizados).
• Técnica non touch – todos os materiais em contato com a ferida são esterelizados.
• Técnica limpa – materiais em contato com a ferida, incluindo luvas, são limpos, não contaminados.
O método de lavar a ferida favorece a sua limpeza. Quando o método é a irrigação, para que este seja eficaz
a força do jorro deve ser superior às forças de aderência que prendem os resíduos à superfície da ferida.
Pressões entre os 8 e os 15 psi são suficientes para lavar por irrigação uma ferida.
Limpeza da ferida
A limpeza de uma ferida pode ser entendida como remover os detritos presentes no leito da ferida,
um processo mecânico de remoção de resíduos mas não excessiva a ponto de lesar os tecidos.
orgânicos, excesso de exsudado e / ou corpos Considera-se um intervalo seguro de pressões entre
estranhos do leito da ferida por ação de fluidos. 4 e 15 psi. Com a utilização de uma seringa de 35
ml conectada a uma agulha de 19G obtemos uma
O método de limpeza mais eficaz é a irrigação com
pressão de 8 psi; com uma seringa de 20 ml e uma
pressão. Esta pressão deve ser suficiente para
agulha de 18G obtemos uma pressão de 9,5 psi.
A limpeza com compressa não está aconselhada feridas crónicas pode ser utilizada a água potável
pois ao “esfregar” o leito da ferida pode provocar- (água da rede pública).
se traumatismo nos tecidos neo-formados e causar
A temperatura da solução de limpeza deve ser
dor e desconforto ao doente.
aproximada à temperatura corporal (37o C), uma
O soro fisiológico (cloreto de sódio 0,9%) é a vez que soluções de limpeza frias podem retardar
solução de limpeza mais segura e que pode ser o normal processo de cicatrização até 4 horas.
usada em todos os tipos de feridas, pois não
A utilização rotineira de antisséticos com o
interfere no processo de cicatrização, não altera o
objetivo de limpar as feridas não está
ph, nem causa reações alérgicas. Na lavagem de
recomendado.
TRATAR A FERIDA
Tratar (atividade) atender, cuidar aliviando, terminando, removendo ou restaurando alguma coisa.
Desbridar Remover tecido necrótico, exsudato e detritos metabólicos da ferida para melhorar ou facilitar
o processo de cicatrização.
A presença de tecido desvitalizado / necrosado no leito da ferida constitui uma barreira mecânica ao processo
de cicatrização, pois favorece o crescimento bacteriano, aumentando o risco de infeção, e mascara as reais
dimensões da ferida e sua consequente avaliação.
Antes de iniciar o desbridamento devemos ter em atenção alguns aspetos importantes para o sucesso do
procedimento:
• Controlo da dor: considerar analgesia eficaz de forma a minimizar a dor associada ao procedimento.
• Vascularização da área: desconhecendo a etiologia da lesão devemos realizar uma avaliação vascular
rigorosa, principalmente nos membros inferiores. No caso de lesões isquémicas não desbridar.
• Calcâneos: a necrose seca, sem edema, eritema, flutuação ou drenagem não necessita de
desbridamento imediato, apenas vigilância diária e alívio de pressão.
Métodos de desbridamento:
Mecânico
Pensos húmidos-secos
Este método consiste na colocação de um penso de gaze embebido em soro fisiológico na
superfície da ferida, removendo-o quando este está seco. A remoção do penso seco facilita a
remoção do tecido desvitalizado.
Hidroterapia
Lavagem pulsátil
É realizado usando equipamento especializado que combina um fluído de irrigação pulsátil com
sucção, combinando pressões de irrigação variadas. Este tratamento dura 15 a 30 min. Deve ser
efetuado 2 vezes por dia.
Cirúrgico/ cortante
Remoção completa do tecido necrótico, realizado em contexto de bloco operatório sob anestesia. É o método
mais rápido, mas que tem os custos mais elevados. Realizado com lâmina de bisturi, tesoura forceps, excisores
ou laser para remover o tecido morto.Não está recomendado em doentes com risco de hemorragia
(coagulopatias ou anticoagulantes) e em lesões com insuficiência arterial.
Enzimático
É um desbridamento que implica a aplicação tópica de enzimas exógenas (por exemplo, fibrinolisina e
desoxiribonucease, papaína, tripsina e colagenases), geralmente proteolíticas, que degradam a fibrina, o
colagénio desnaturalizado e a elastina, promovendo a separação do tecido necrótico. As enzimas são
medicamentos de prescrição que requerem receita médica. Algumas são aplicadas 1 vez por dia enquanto
outras requerem a aplicação de 2 vezes ao dia. A pele perilesional deve ser protegida com produto barreira
dado o risco de maceração.
Autolítico
Processo fisiológico no qual os fagócitos, macrófagos e enzimas proteolíticas liquefazem e separam o tecido
necrótico do tecido viável. É um desbridamento que implica a hidratação do leito da ferida, fibrinólise e a
ação de enzimas endógenas (como pensos hidrocolóides ou hidrogéis). A aplicação de hidrogéis (constituídos
em 70% a 90% por água) intensifica o processo fisiológico do desbridamento. Trata-se de um método seletivo
e atraumático mas mais demorado. Para melhorar a ação dos hidrogéis e colagenase é útil a realização de
“cortes” paralelos com bisturi no tecido necrosado duro e seco com a finalidade de facilitar a sua hidratação
e remoção.
Químico
Biológico
É um desbridamento com recurso a larvas que têm especial apetência para o tecido desvitalizado.
Resumo:
• Mecânico
− Pensos húmidos-secos
− Hidroterapia
− Lavagem pulsátil
• Cirúrgico
• Enzimático
• Autolítico
• Químico
• Biológico
Limpeza da ferida: irrigação e desbridamento
No que diz respeito ao tratamento da ferida Para a irrigação das feridas deve ser utilizada água
traumática, a irrigação e o desbridamento são ou uma solução salina, de preferência, aquecida, a
fundamentais na eliminação de tecido cerca de 37° C (Dearden, Donnel, Donelly &
desvitalizado e de corpos estranhos, o que faz com Dunlop, 2001).
que o número de microrganismos diminua, assim
As feridas traumáticas, como, por exemplo, feridas
como o risco de infeção (Dearden, Donnel, Donelly
causadas por mordeduras ou acidentes de viação,
& Dunlop, 2001).
pela sua etiologia, têm um potencial de risco de
Estes procedimentos causam dor ao utente e, infeção acrescido, e por isso está indicado o uso de
dependendo das características da ferida, deve ser antisséticos por um curto período de tempo com o
utilizada analgesia local ou geral a fim de controlar objetivo de eliminar, reduzir e inibir os
a mesma. A existência de tecido desvitalizado não microrganismos patogénicos na ferida. A utilidade
é comum, mas a presença de corpos estranhos é dos antisséticos na pele intacta é amplamente
frequente, facto que atrasa, significativamente, o aceite, no entanto, o seu uso como profilaxia da
processo de cicatrização e a sua remoção deve ser infeção das feridas traumáticas é controversa
feita o mais precocemente possível (Dealey, 2006). (Oliveira & Santos, 2008).
O corpo humano não é estéril, o ser humano está profundos onde podem aderir e multiplicar-se mais
em contacto constante com os microrganismos, rapidamente. No entanto, a simples presença ou
funcionando a pele como barreira física e química. multiplicação de microrganismos no leito da ferida
Sempre que existe uma quebra na pele é permitido não indica necessariamente que se desenvolveu
aos microrganismos “migrar” para os tecidos mais uma infeção.
O tratamento da infeção da ferida exige uma irrigação, desbridamento contínuo do tecido não
correção dos fatores sistémicos que afetam a viável de forma a reduzir a carga bacteriana,
resistência do hospedeiro, tais como doenças utilização de pensos com ação antimicrobiana
metabólicas, vasculares, nutrição inadequada, (prata, iodo, mel, polihexanida) e, se necessário,
tabagismo, alcoolismo. A nível do tratamento local iniciar antibioterapia sistémica
deve-se intensificar a limpeza da ferida por
TAPAR A FERIDA
Aspetos de interesse:
• Estão indicados como pensos primários em feridas sem exsudado e na fase de epitelização ou para
prevenção em pele sujeita a fricção.
• Aplique o penso na pele íntegra, use com cuidado em pele envelhecida e frágil.
• Estes pensos não são recomendados para bebés e crianças.
• Use o penso em ferida seca ou moderadamente húmida.
• Não use sobre feridas exsudativas.
• Não use em feridas infetadas.
• São excelentes pensos secundários - fixação de outro material de penso como, por exemplo, hidrogéis.
• Mude o penso até 7 dias, ou quando o exsudato atingir a margem da ferida (quando necessário).
• Ao remover o penso levante o canto e puxe a película em direção ao exterior da ferida para separar a
barreira adesiva. Estique cuidadosamente o penso e segure a pele quando o remover.
• Pode usar sprays e toalhetes protetores na área perilesional antes de aplicar o penso.
Hidrocolóides Pensos compostos por misturas opacas de adesivo, polímeros absorventes, agentes de
pectina gélica, proteínas, gelatina, carboximetilcelulose sódica (CMC) e revestidos
exteriormente por poliuretano, tornando-os permeáveis aos gazes e ao vapor de água.
Aspetos de interesse:
• Estão indicados em feridas com pouco exsudado, em granulação, epitelização e como penso
secundário. Tem também indicação como método preventivo em áreas sujeitas a fricção.
• Por serem oclusivos constituem uma barreira mecânica à contaminação bacteriana, mas estão
contraindicados em feridas infetadas. Não usar em locas ou descolamentos.
• Mudar penso de 3 a 7 dias antes que atinja a absorção máxima.
• Pode ser usado como penso primário ou secundário sobre outro produto de enchimento da ferida.
• Remover o penso começando por um canto e rodar suavemente, não puxar ao remover.
• Se apresentar resíduos, esguichar para fora do leito da ferida com SF.
• Pode usar spray ou outro protetor na área perilesional de modo a proteger e aumentar a aderência da
pele.
• Pode cobrir os bordos da placa com adesivo de modo a evitar que estes enrolem.
Hidrogéis Penso em forma de gel que retém água e reduz a temperatura do leito da ferida até 5ºC.
Aspetos de interesse:
Aspetos de interesse:
Compostos por espumas hidrocelulares com necrose. Algumas podem ser usadas para redução
substâncias hidrofílicas. Têm grande capacidade de da pressão e na prevenção de úlceras de pressão.
absorção do exsudado (mesmo sob compressão) São também úteis para aplicação em feridas em
diminuindo o risco de maceração da pele hipergranulação.
perilesional, uma vez que não gelificam em
Apresentam-se com e sem rebordo adesivo, com
contacto com o exsudado. A absorção é feita no
vários formatos anatómicos específicos (por
sentido horizontal.
exemplo: zona sacrococcígea e calcâneos) e sob
Estão indicadas como pensos primários em feridas forma de estruturas esféricas para feridas
em granulação e epitelização, e como pensos cavitárias. Figura 9 – Copolímero acrílico (películas
secundários associados a outro material de penso poliméricas)
como, por exemplo, os hidrogéis nas feridas com
Alginatos Pensos biodegradáveis de fibras não tecido (polissacarídeos naturais) derivadas de algas
marinhas castanhas compostas por sais de cálcio, de ácido algínico e ácido monurónico e
gulurónico.
Aspetos de interesse:
• Mudam-se diariamente
• São de fácil aplicação e remoção (não provocam trauma)
• Não fornece barreira bacteriana
• Necessita de um penso secundário
• Pode deixar resíduos de fibras, caso aconteça irrigar com SF para remover
• Facilitam o desbridamento autolítico
• Estão contra-indicadas em feridas secas, necrosadas, nos implantes cirúrgicos e nas queimaduras do
3º grau
Colagénios Pensos hidrófilos muito absorventes da humidade compostos em 100% de colagénio ou
combinados com alginato ou outro produto.
Aspetos de interesse:
O colagénio é uma proteína presente na pele, com Deve utilizar-se com penso secundário (exemplo:
funções importantes no processo de cicatrização, espumas).
pois estimula o crescimento do tecido de
Apresentam-se sob forma de pó, grânulos ou
granulação por estimulação da angiogénese e
placas. Pode estar associado a outras substâncias
desenvolvimento dos fibroblastos. Tem também
como, por exemplo, matriz modeladora das
ação hemostática por aumento da agregação
proteases e gentamicina.
plaquetária.
Não necessita ser removido porque é absorvido.
Está indicado para feridas crónicas sem evolução,
idealmente sem necrose e/ou infeção.
Gaze Penso utilizado na cobertura da ferida, consistindo numa compressa de gaze não adesiva (necessita
de fixação com adesivo).
Aspetos de interesse:
• Fácil aplicação
• Ótimo como penso secundário
• Necessita de mudança frequente
• Traumatiza o leito da ferida na remoção
• Pode deixar fibras de linho no leito da ferida
Antimicrobianos Pensos húmidos que conferem um efeito antimicrobiano contra bactérias (ajudam no
tratamento da infeção)
Aspetos de interesse:
• Fácil aplicação
• Ótimo como penso secundário
• Necessita de mudança frequente
• Traumatiza o leito da ferida na remoção
• Pode deixar fibras de linho no leito da ferida
Gaze vaselinada Pensos de gaze fina impregnada com parafina macia branca, alguns contêm uma
percentagem pequena, cerca de 0,5% de acetato de clorexidina (anti-séptico).
Aspetos de interesse:
Aspetos de interesse:
Aspetos de interesse:
Aspetos de interesse:
Aspetos de interesse:
• É aconselhável uma preparação adequada do leito da ferida antes da sua aplicação (desbridamento
prévio da ferida).
Terapia Tópica de Pressão Negativa Absorve os líquidos em excesso, facilita a regressão do edema,
favorece a contração cicatricial da ferida.
Aspetos de interesse:
Dreno Dispositivo utilizado na remoção de fluidos, que possam interferir com a cicatrização.
• Um dreno é um recurso para prevenir a coleção de líquidos numa cavidade ou espaço fechado. O
espaço referido é um espaço anatómico, ou um espaço criado por uma dissecção cirúrgica.
• Os líquidos a drenar podem ser pus, sangue, sérum, urina, biliar ou secreção pancreática, conteúdo
intestinal, linfa ou ar.
• Um dreno é então um recurso utilizado para a “drenagem continua” de um local do corpo porque esse
fluido deve ser removido para o exterior, caso contrário afetará a cicatrização.
• Pode permanecer no local um número de dias restrito caso contrário torna-se mais difícil e doloroso
na remoção.
• Será inútil quando o volume de fluidos drenado for inferior a 25ML nas 24h.
DRENOS ABERTOS
• Dreno de Penrose (látex) – Dreno com forma tubular em latex com um só lúmen.
• Dreno de Silastic ou Silicone – Cateter de silicone, multiperfurado na extremidade distal, que pode
possuir fio radiopaco. Pode ser usado no mediastino ou no abdómen e pode ser conectado a um sistema
aspirativo ou a um saco coletor.
• Dreno de Kehr – Dreno em látex com forma de T
• Sonda de Malecot – Dreno em látex
• Sonda de Pezzer – Dreno em látex
TIPOS DE DRENOS CIRÚRGICOS – CLASSIFICAÇÃO
• Jackson-pratt drain - consists of a perforated round or flat tube connected to a negative pressure
collection device. The collection device is typically a bulb with a drainage port which can be opened
to remove fluid or air. After compressing the bulb to remove fluid or air, negative pressure is created
as the bulb returns to its normal shape. Habitualmente ligado a um sistema de sucção fechado; muito
usado nas situações pós-operatórias em que é fundamental a remoção de grandes quantidades de
fluídos. O seu propósito é evitar a acumulação sobretudo de sangue em espaços fechados a qual pode
proporcionar disrupções na cicatrização nomeadamente a formação de abcessos e o regresso da pessoa
ao bloco operatório, para proceder à exploração da ferida. Este tipo de dreno pode ser também usado
para drenar abcessos antes do ato operatório, quando já se verifica um abcesso ou a presença de
infeção intra-abdominal. Nesta situação é fundamental proceder à otimização do dreno e atender à
pressão de drenagem, sem o que a eficácia ficará reduzida.
• Blake drain - a round silicone tube with channels that carry fluid to a negative pressure collection
device. Drainage is thought to be achieved by capillary action, allowing fluid to travel through the
open grooves into a closed cross section, which contains the fluid and allows it to be suctioned through
the tube.
• Penrose drain - a soft rubber tube.
• Pigtail drain - has an exterior screw to release the internal "pigtail" before it can be removed.
• Chest tube - is a flexible plastic tube that is inserted through the chest wall and into the pleural space
or mediastinum.
TIPOS DE DRENAGEM
• Drenagem aberta: Utilizada para os drenos do tipo PENROSE. Habitualmente os drenos são tapados
com um penso (gaze, compressa) dependendo do volume de drenagem proporcionado pela ferida
cirúrgica, drenando livremente, por gravidade.
• Drenagem fechada por sifonagem se o dreno drenar diretamente para um “saco de drenagem”
sistema fechado, reduzindo a possibilidade de contaminação ambiente, ou de outros doentes. O saco
de drenagem pode ainda estar ligado a um outro saco maior, formando um sistema de drenagem
fechado. O tratamento do local de inserção do dreno e realizado mantendo o sistema fechado.
• Drenagem fechada por pressão negativa em que o dreno e conectado a um equipamento (sistema de
sucção, sistema de drenagem por pressão negativa). A pressão negativa proporcionada pelo sistema
de drenagem por pressão negativa e acoplado ao dreno. A pressão negativa pode ter como
caraterísticas a baixa pressão (-100 a – 150mmHg), enquanto outros utilizam a alta pressão (-300 a -
500mmHg) sendo estes últimos conhecidos como sistema REDIVAC.
A pressão negativa é usada conforme as cavidades que irão ser drenadas e o risco de hemorragia
local, eminente.
DRENOS FECHADOS
Quando o reservatório está preenchido a dois terços da sua capacidade, deve ser substituído!!
Ao acumular-se no leito da ferida operatória, o exsudato interfere em sua cicatrização. Essa condição pode
ser controlada por meio da inserção de um dreno diretamente através da linha de sutura da ferida cirúrgica
ou de um pequeno orifício realizado pelo cirurgião próximo a incisão cirúrgica. Os drenos de Jackson-Pratt
e Hemovac são dispositivos portáteis de drenagem que consistem em unidades de sucção autocontidas que
se conectam ao tubo de drenagem para remover e coletar o exsudato. Um dreno de Jackson-Pratt e usado
para pequenas quantidades de exsudato (100 a 200 mL por 24 horas). O sistema de drenagem Hemovac ou
ConstaVac e empregado para coleta de grandes quantidades de drenagem (ate 500 mL por 24 horas). O
dreno deve ser esvaziado quando mais da metade de sua capacidade estiver comprometida pela secreção.
Apos o esvaziamento, deve-se comprimir o dreno para proporcionar vácuo em seu interior. Se o paciente
tiver mais de um dreno, eles devem ser numerados para relatar com precisão a quantidade de drenagem.
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM: remover material de sutura
Suturas material utilizado para encerramento de uma incisão cirúrgica, pele e camadas profundas.
A sutura cirúrgica tem como função a aproximação dos bordos da lesão, facilitando a sua cicatrização e o seu
processo de “regeneração”.
As agulhas promovem a passagem do fio pelo tecido com o menor trauma possível. Podem ser classificadas
quanto ao trauma que produzem (traumáticas – ponta cilíndrica e fundo aberto-, e atraumáticas – ponta
cortante e fio integrado) , quanto ao seu formato (circulares ou retas).
Agulhas
Material metálico (mineral):
• Agrafos
• Suturas de arame
• Steri – strip®;
• Proxi – strip®…
Colas biológicas
TIPOS DE SUTURAS
A. Simples descontínua
B. Colchoeiro descontínua
C. Simples contínua
D. Colchoeiro contínua
SUTURAS DESCONTÍNUAS
AGRAFOS
SUTURAS CONTÍNUAS
Documentação “Exemplo”
• “Bordos da incisão aproximados; sem rubor, edema ou exsudato; retirados todos os pontos (ou pontos
alternados) da sutura abdominal; colocação de steri-strip®”.
Removendo suturas e agrafos
As suturas são usadas para fechar uma ferida cicatrização da ferida operatória e na extensão da
operatória das camadas teciduais profundas até a cirurgia.
camada externa da pele. O histórico de
O protocolo institucional determina quais
cicatrização do paciente, local da incisão, tecidos
profissionais de saúde podem remover suturas e
envolvidos e finalidade das suturas determinam a
grampos. As suturas e os grampos são removidos
escolha do material de fechamento.
geralmente dentro de sete a 10 dias após a cirurgia,
Nas suturas profundas é utilizado material se a cicatrização for adequada. As suturas de
absorvível ou um fio inerte que permanece no local retenção permanecem por mais tempo (14 dias ou
suturado indefinidamente. Suturas não absorvíveis mais). O momento da remoção das suturas e
(que requerem remoção) estão disponíveis em grampos é importante. Eles devem permanecer na
seda, algodão, prolene, fio, náilon e dacron. As ferida operatória por tempo suficiente para
suturas cutâneas removíveis são interrompidas ou assegurar o fechamento inicial da ferida com força
contínuas. As suturas interrompidas são separadas suficiente para suportar os órgãos e tecidos
por pontos, cada qual com o seu nó. Uma sutura internos.
contínua é um filamento longo que se espirala ao
Quando há qualquer sinal de separação da linha de
longo de toda a linha da sutura a intervalos
sutura, durante o processo de remoção, as suturas
espaçados uniformemente. A aparência superficial
remanescentes não devem ser removidas, deve-se
é muito semelhante a uma linha de suturas
documentar o fato em anotação de enfermagem e
interrompidas, exceto pelo fato de que cada seção
relatar o ocorrido ao enfermeiro e/ou médico. Em
que cruza a linha da incisão não tem um nó. Outro
alguns casos, essas suturas são removidas de vários
tipo de ponto contínuo é a sutura festonada,
dias até uma semana depois.
retrógrada, ancorada de Ford ou de Reverdin. Esta
sutura se espirala ao longo da incisão sendo cada Depois que as suturas são removidas, o enfermeiro
volta puxada sobre um dos lados. É feita uma alça aplica suturas cirúrgicas não invasivas (micropore)
na sutura em torno do fio do ponto anterior antes sobre a incisão para prover suporte. As fitas soltam-
de ser feita a próxima volta em espiral. Quando a se com o tempo (cinco a sete dias) e podem ser
aparência e formação de cicatriz mínima são removidas quando metade da fita não estiver mais