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• Olá, meu nome é Rogério Souza, sou fisioterapeuta formado pela Universidade

Estadual de Londrina - UEL, fiz residência em fisioterapia neurofuncional, sou


docente e atualmente estou concluindo meu mestrado em ciências da
reabilitação também pela UEL. Sou idealizador do projeto de ensino
“Neurofuncional”, que com apoio do Youtube Edu disponibilizo vídeo aulas
gratuitas pelo Youtube.
• Pensando em tornar o ensino através do canal mais ativo e dinâmico, e
atendendo ao pedido de muitos alunos, estou criando o módulo de educação
complementar em neurologia através de apostilas.
• Nesse terceiro módulo, estudaremos a neuroanatomia funcional dos núcleos da
base e a fisiopatologia da doença de Parkinson. Antes de começarmos gostaria
de pedir para não distribuir este material. O mesmo está sendo produzido para
viabilizar a continuação do nosso trabalho gratuito com o Youtube, além de ser
uma forma de apoiar para que novos materiais sejam desenvolvidos.
• Obrigado pelo seu apoio e VAMOS ESTUDAR NEURO!!

INTRODUÇÃO
Medula significa miolo. Por quê? Indica algo que estopa
dentro. Por exemplo, a medula óssea fica dentro dos ossos, enquanto
que a medula suprarrenal fica dentro da glândula, e a medula espinhal
fica dentro do canal vertebral (também chamado de canal medular).

A medula trata-se do órgão mais simples do sistema nervoso,


pois foi menos modificado durante o desenvolvimento, portanto a sua
compreensão é mais fácil em relação aos outros órgãos. Entretanto,
lesões medulares são graves e exigem um amplo conhecimento da
anatomia de base da medula para se compreender o quadro clínico e
consequentemente elaborar o tratamento.

Portanto, neste módulo estudaremos tudo sobre a medula, sua


anatomia macro e microscópica, além das principais vias ascendentes
e descendentes
A medula espinal trata-se de uma massa de forma
cilíndrica que fica localizada no canal vertebral, porém,
sem ocupa-lo completamente. No homem adulto mede
aproximadamente 45 centímetros, sendo um pouco menor na mulher.

Antigamente, era comum o uso do termo medula espinhal, porém a nomina


anatômica brasileira sugere o uso de “Espinal”. Vale ressaltar que ainda é muito
utilizado o termo espinhal, que não está errado...
somente desatualizado.

Int. Cervical
O calibre da medula não é uniforme, pois apresenta duas
dilatações (que são chamadas de intumescências):
Cervical e lombar. Elas existem, pois, representam as
regiões na medula que fazem conexões com o plexo
braquial e lombossacral, respectivamente.

O plexo braquial inerva os membros superiores


que exige um controle motor muito refinado e,
Int. Lombar
consequentemente, uma grande quantidade de
neurônios.

Se o segundo neurônio das vias


descendentes fica localizado na
medula, não faz sentido que a
região da medula responsável pelos
membros tenha mais neurônios? A
resposta é sim, pois isso explica a
existência das intumescências, a
cervical tem relação com os membros superiores enquanto que a lombar com os
membros inferiores.
• Superior: Cranialmente, a medula se limita com o
bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno
do osso occipital. Durante a aula de anatomia, quando
a medula é analisada separadamente, pode-se
evidenciar o início da medula aproximadamente na
saída da primeira radícula de C1.
• Inferior: O limite caudal da medula situa-se
geralmente em L2.

: Se a medula termina em L2, logo


chegamos à conclusão que os segmentos da medula ela
não tem uma relação direta com as vertebras
correspondentes, certo? Por exemplo, uma lesão na
vértebra L3 não vai lesionar o segmento L3 da medula
pois não existe medula abaixo de L2. Portanto, cuidado
ao confundir a vértebra fraturada com o segmento na
medula lesado. Existe uma regra utilizada para
identificar o nível lesionado (Regra de Peele), porém,
falaremos melhor sobre isso na próxima apostila sobre
lesão medular.

A medula é envolvida pelas meninges (Dura-máter, Aracnóide-máter e Pia-máter).


Sobre os espaços meníngeos presentes na região extramedular, vide o quadro ao
lado.
ESPAÇO LOCALIZAÇÃO CONTEÚDO

EPIDURAL / Entre a dura-mater e o periósteo do Tecido adiposo e plexo venoso


EXTRADURAL canal vertebral vertebral interno

SUBDURAL Espaço virtual entre a dura-máter e Pequena quantidade de líquido


a aracnoide

SUBARACNÓIDEO Entre a aracnoide e a pia-máter Líquor


Vamos começar estudando a anatomia macroscópica e microscópica da
medula. São duas aulas para você ir assistindo e realizando as anotações nos slides
abaixo.
C8?
• Antes de passarmos para as aulas sobre o sistema nervoso periférico eu
gostaria de esclarecer algo que confunde muitas pessoas ao estudar.
Afinal, qual a explicação para existirem 7 vértebras cervicais e 8
segmentos cervicais na medula?
• A resposta é simples, na região cervical as raízes de c1 até c7 saem no
forame intervertebral acima da sua vérteba correspondente, enquanto que
as raízes do segmento medular C8 saem por baixo do forame
intervertebral da vértebra C7.
• Vale ressaltar que a partir das região torácica, todas as raízes saem por
baixo da vértebra correspondente.

Para estudarmos a neuroanatomia do plexo braquial, primeiramente


estudaremos por uma video aula teórica sobre o assunto e posteiormente,
contruiremos um mapa mental juntos.
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Para fixar o conteúdo, confira a aula abaixo e vamos desenhar juntos o plexo braquial.
Após assistir a aula, desenhe o plexo lombar de forma esquemática, citando os nervos e as suas
respectivas segmentações e inervação.
Após assistir a aula, desenhe o plexo sacral de forma esquemática, citando os nervos e as suas
respectivas segmentações e inervação.
As fibras da substância branca da ME agrupam-se em tratos e fascículos que formam
verdadeiros caminhos, ou vias, por onde passam os impulsos nervosos que sobem e descem.
Temos assim, tratos e fascículos descendentes e ascendentes, que constituem as vias
ascendentes e descendentes da medula.

Relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal. Ramos
ascendente de fibras da raiz dorsal ou axônios cordonais de projeção. Sendo elas:
✓ VIA ESPINO-TALÂMICA LATERAL
✓ VIA ESPINO-TALÂMICA ANTERIOR
✓ FASCÍCULO GRÁCIL
✓ FASCÍCULO CUNEIFORME
✓ VIA ESPINO-CEREBELAR ANTERIOR
✓ VIA ESPINO-CEREBELAR POSTERIOR
São formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas do
tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares. Algumas
terminam nos neurônios pré-ganglionares do SN autônomo, constituindo as vias
descendentes viscerais. Outras terminam fazendo sinapse com neurônios da
coluna posterior e participam dos mecanismos que regulam a penetração dos
impulsos sensoriais no SNC. Contudo, o contingente mais importante termina
direta ou indiretamente nos neurônios motores somáticos, constituindo as vias
motoras descendentes somáticas.
Durante muito tempo essas vias foram divididas em piramidais e
extrapiramidais, porém esta divisão não é mais válida. Modernamente, é mais
utilizada a divisão morfofuncional de Kuyper, que propõe a classificação das
vias descendentes motoras em dois sistemas, lateral e medial
(anteromedial).
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Nome Origem Função
VIAS MOTORAS / DESCENDENTES
Sistema Lateral
CORTICOESPINHAL LATERAL Córtex motor Motricidade voluntária da musculatura
distal
RUBROESPINHAL Núcleo rubro do Motricidade voluntária da musculatura
mesencéfalo distal
Sistema Medial
CORTICOESPINHAL ANTERIOR Córtex motor Motricidade voluntária axial e proximal
dos MMSS
TETO ESPINHAL Colículo superior Orientação sensorial motora da cabeça
RETICULOESPINHAL PONTINO Formação reticular Ajustes posturais ativando a
pontinha musculatura extensora do MMII;
Motricidade voluntária da musculatura
axial e proximal
RETICULOESPINHAL BULBAR Formação reticular bulbar Ajustes posturais relaxando a
musculatura extensora do MMII;
Motricidade voluntária da musculatura
axial e proximal
VESTIBULOESPINHAL LATERAL Núcleo vestibular lateral Ajustes posturais para manutenção do
equilíbrio
VESTIBULOESPINHAL MEDIAL Núcleo vestibular medial Ajustes posturais da cabeça e tronco

Nome Origem Trajeto na ME Localização Terminação Função


TRATOS E FASCÍCULOS ASCENDENTES DA ME
F. GRÁCIL E Gânglio Direto Funículo Núcleo grácil e Tato epicrítico
CUNEIFORME espinhal posterior cuneiforme
(bulbo)
T. ESPINOTALÂMICO Coluna Cruzado Funículo Tálamo Tato
ANTERIOR posterior anterior protopático e
pressão
T. ESPINOTALÂMICO Coluna Cruzado Funículo Tálamo Temperatura e
LATERAL posterior lateral dor
T. Coluna Cruzado Funículo Cerebelo Propriocepção
ESPINOCEREBELAR posterior e lateral inconsciente,
ANTERIOR substância detecção dos
cinzenta níveis de
intermédia atividade do t.
corticoespinhal
T. Coluna direto Funículo Cerebelo Propriocepção
ESPINOCEREBELAR posterior lateral inconsciente
POSTERIOR (núcleo
torácico)
Desenhe o trajeto das vias conforme a descrição:
a) ESPINO TALÂMICA ANTERIOR – pressão e tato protopático
O 1º neurônio fica localizado no GERD,
e emite um prolongamento longo que
vai receber informações dos
receptores de pressão (Vater Paccini) e
de tato (Merkel), e um prolongamento
curto que vai entrar no corno posterior
da medula, fazendo sinapse com o...
2º Neurônio, que cruza a medula,
indo ao funículo anterior e subindo em
direção ao tálamo, que encontra o...
3º Neurônio no núcleo ventral póstero
lateral, e daí a informação vai para o
giro pós-central do lobo parietal,
terminando assim o trajeto da via.

b) ESPINO TALÂMICA LATERAL – Temperatura e dor


O 1º neurônio fica localizado no
GERD, e emite um prolongamento
longo que vai receber informações
dos receptores de temperatura
(Krause e Rufini) e de dor
(terminações nervosas livres), e um
prolongamento curto que vai
entrar no corno posterior da
medula, fazendo sinapse com o...
2º Neurônio, que cruza a medula,
indo ao funículo lateral e subindo
em direção ao tálamo, que
encontra o...
3º Neurônio no núcleo ventral
póstero lateral, e daí a informação
vai para o giro pós-central do lobo
parietal, terminando assim o
trajeto da via.
c) GRÁCIL E CUNEIFORME – Sensibilidade profunda (propriocepção consciente, tato epicrítico,
sensibilidade vibratória e estereognosia)
O 1º neurônio fica localizado no
GERD, e emite um prolongamento
longo que vai receber
informações dos ONG, FIF
(terminações ânulo espirais) e
receptores articulares sobre o
grau de contração dos músculos e
posição do membro, o outro
prolongamento entra na ME pelo
corpo posterior e sobe através do
funículo posterior em direção ao
bulbo onde encontra o...
2º Neurônio, no núcleo grácil e
cuneiforme, onde ele cruza e sobe
em direção ao tálamo, onde
encontra o...
3º Neurônio, no núcleo ventral
póstero lateral, e daí a informação
vai para o giro pós-central do lobo
parietal, terminando assim o
trajeto da via.

d) CÓRTICO ESPINHAL LATERAL – Motricidade voluntária

O 1º Neurônio, que leva a


informação motora, sai do
Giro pré central do Lobo
parietal (4 Br), entra na
capsula interna, e desce pelo
pedúnculo cerebral do
Mesencéfalo, desce a ponte e
cruza (75-90%) no bulbo, na
decussação das pirâmides, e
desce pelo funículo lateral até
chegar no segmento correto
da medula, que vai fazer
sinapse com o...
2º Neurônio no corno anterior
da ME, que vai até o musculo
realizando a contração.
e) Córtico espinhal anterior - Motricidade voluntária
O 1º Neurônio, que leva a
informação motora, sai do
Giro pré central do Lobo
parietal (4 Br), entra na
capsula interna, e desce pelo
pedúnculo cerebral do
Mesencéfalo, desce a ponte e
desce sem cruzar (10-25%) no
bulbo, pelo funículo anterior
até chegar no segmento
correto da medula, que vai
cruzar e fazer sinapse com o...
2º Neurônio no corno anterior
da ME, que vai até o musculo
realizando a contração.

• Ficam localizados no corno lateral da ME. O SIMPATICO fica localizado de


T1 a L2 enquanto que o PARASSIMPÁTICO fica localizado de S2 a S4 e no
tronco encefálico.

Os neurônios cordonais de associação,


possuem um axônio que, ao passar para
substância branca, se bifurca em um ramo
ascendente e outro descendente, ambos
terminando na substância cinzenta da própria
medula. Constituem, pois, um mecanismo de
integração de segmentos medulares, situados
em níveis diferentes, permitindo a realização
de reflexos intersegmentares na ME (por
exemplo pisar no prego, o reflexo de retirada
envolve ativação muscular de diferentes
segmentos). As fibras nervosas formadas por
estes neurônios dispõem-se em torno da substância cinzenta, onde formam os chamados
fascículos próprios, existentes nos três funículos da ME. De forma simples, eles facilitam a
comunicação entre os segmentos da medula.
Deixe seu comentário nos vídeos e nos conte como você foi, se ficou com alguma dúvida ou tem alguma
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Espero que tenha ajudado, não deixe de conferir as outras apostilas do canal:
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Fique com Deus, até a próxima,
Rogério Souza

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