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Aula 5 – Sistema Nervoso Motor

Contração Muscular
Profª Drª Viviane Doval
Sistemas Motores

 A informação sensorial é
integrada em todos os níveis do
SN e gera respostas motoras
apropriadas c/ início na medula
espinhal, por reflexos simples que se
estendem p/ o tronco cerebral, c/
respostas mais complexas

 Postura e movimento dependem


da combinação de reflexos
involuntários, coordenados pela
medula espinhal, e ações
voluntárias, controladas pelo SNC
Unidade Motora
 Definida como motoneurônio único e as fibras por ele
supridas

 Nº de fibras musculares inervadas pode variar dependendo da


natureza da atividade motora

 Força de contração do músculo depende do nº de unidades


motoras recrutadas (princípio do tamanho):

 motoneurônios pequenos inervam poucas fibras musculares e


por terem limiares <s são os primeiros a disparar, mas
geram < força
Unidade Motora
 motoneurônios grandes inervam muitas fibras musculares e
por terem limiares >s são os últimos a disparar, mas geram
> força

 Princípio do tamanho: quanto + unidades motoras são


recrutadas, motoneurônios cada vez maiores são
envolvidos, e + tensão é gerada
Tipos de Motoneurônios
 2 tipos que são ativados
simultaneamente:
 Motoneurônio α: inervam fibras
musculares esqueléticas extrafusais
(formam a > parte dos mm esqueléticos e
são usadas na geração de força)

 Motoneurônio ϒ: inervam fibras


musculares esqueléticas intrafusais (são
encapsuladas e formam o fuso
muscular, que responde as variações
de comprimento do músculo; geram
pouca força)
Fusos Musculares
 Órgãos fusiformes compostos por
fibras musculares intrafusais,
inervados por fibras sensitivas e
motoras

 Se distribuem entre as fibras


musculares extrafusais, no ventre do
músculo

 Enviam informação p/ SN sobre


o comprimento do músculo ou a
velocidade de variação do seu
comprimento
Fusos Musculares - Inervação
 Inervação Sensorial:
 Porção receptora do fuso é a central e não apresenta elementos contráteis
 São estimuladas pelo estiramento da região central do fuso de 2
formas:
 aumento do comprimento do músculo
 contração das regiões terminais das fibras intrafusais

 Inervação Motora:
 Motoneurônio ϒ dinâmico e estático, que tem por função regular a
sensibilidade das fibras musculares intrafusais que inervam
Reflexos do Fuso Muscular
 Fazem o músculo voltar a seu comprimento de repouso, após ser
encurtado ou estirado

 Músculo estirado:
 Fibras extrafusais se alongam, e devido ao seu arranjo paralelo, as fibras
intrafusais tbm se alongam

 Alteração do comprimento das fibras intrafusais é detectada pelas


fibras Ia e II
Reflexos do Fuso Muscular
 Ativação das fibras Ia estimulam motoneurônios α, que inervam as
fibras extrafusais e que quando ativados provocam contração do
músculo (encurtamento)

 Motoneurônios ϒ são coativados c/ os α garantindo que o fuso muscular


permaneça sensível às alterações do comprimento muscular, mesmo
durante a contração
Reflexos da Medula Espinhal

 São respostas motoras estereotipadas a tipos específicos de


estímulos

 Circuito neuronal que dirige a resposta motora é chamado arco reflexo,


que inclui receptores sensoriais, nervos sensoriais aferentes,
interneurônois da medula e motoneurônios
Reflexo de Estiramento (Miotático)
 Reflexo Patelar – apresenta sinapse única entre nervos sensoriais
(grupo Ia) e nervos motores eferentes (motoneurônio α)

 Músculo estirado: as fibras extrafusais são alongadas, assim como as


intrafusais, por serem paralelas

 ↑ comprimento das fibras intrafusais é detectado pelas fibras sensoriais


(fibra aferente Ia fibra aferente II
Reflexo de Estiramento (Miotático)
 Ativação das fibras aferentes Ia estimulam (fazem sinapse) motoneurônios α
da medula espinhal, que inervam fibras extrafusais no mesmo músculo,
provocando a contração (encurtamento), o que diminui o
comprimento do fuso muscular

 Simultaneamente, a informação é enviada, a partir da medula espinhal,


causando contração dos músculos sinérgicos e o relaxamento dos
músculos antagonistas
Reflexo Tendinoso de Golgi

 Reflexo dissináptico, também chamado de reflexo miotático inverso

 Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) é um receptor de estiramento


encontrado nos tendões, dispostos em série, que detecta contração
do músculo e ativa nervos aferentes Ib
Reflexo Tendinoso de Golgi
 Músculo se contrai: fibras extrafusais se encurtam, ativando o OTG.
Fibras aferentes do grupo Ib, que fazem sinapse c/ interneurônios
inibitórios da medula, são ativadas
 Interneurônios inibitórios fazem sinapse c/ motoneurônios α inibindo esses
motoneurônios, provocando relaxamento do músculo

 C/ relaxamento do músculo, o reflexo faz c/ que mm. sinérgicos


relaxem e os antagonistas se contraiam
Reflexo Flexão e Retirada
 Reflexo polissináptico que ocorre em resposta a estímulos táteis,
dolorosos ou nocivos

 Reflexo produz flexão ipsilateral e extensão contralateral

 Membro toca estímulo doloroso: fibras aferentes do reflexo flexor são


ativadas, fazendo sinapse c/ vários interneurônios na medula
Reflexo Flexão e Retirada
 Do mesmo lado do estímulo doloroso, são ativados os reflexos que
causam contração dos mm. flexores e o relaxamento dos mm.
extensores, o que provoca a retirada do membro

 Contralateral ao estímulo, são ativados reflexos que provocam


contração dos mm. extensores e relaxamento dos flexores
(reflexo de extensão cruzada)
Controle da Postura e da Movimentação
pelo Tronco Encefálico
 Vias motoras descendentes se dividem em trato piramidal e extrapiramidal

 Piramidais: tratos corticoespinhais e corticobulbares que passam pelas


pirâmides e descem diretamente, até motoneurônios inferiores na medula
espinhal

 Extrapiramidais: se originam das seguintes estruturas do tronco


encefálico:
 Trato rubroespinhal: núcleo rubro, sua estimulação ativa mm. flexores e
inibe extensores
 Trato reticuloespinhal pontino: núcleos da ponte, sua estimulação ativa
mm. flexores e extensores (predominante)
Controle da Postura e da Movimentação
pelo Tronco Encefálico
 Extrapiramidais:

 Trato reticuloespinhal bulbar: formação reticular, sua estimulação inibe o


mm. flexores e extensores (predomínio)

 Trato vestibuloespinhal lateral: núcleo vestibular, sua estimulação ativa


extensores e inibe flexores

 Trato tectoespinhal: teto do tronco encefálico, controla os mm. do


pescoço
Cerebelo
 Regula os movimentos, a postura e o aprendizado motor
 Auxilia no controle da frequência do alcance, da força e da direção dos
movimentos

 Distúrbios Cerebelares: ataxia


 Ausência de coordenação, devido a erros na frequência do alcance, na força e
direção do movimento
 Pode ocorrer com início tardio do movimento ou má execução da sequência do
movimento (incoordenado)
 Membro pode ultrapassar o seu alvo ou parar antes de alcançá-lo
 Indivíduo é incapaz de realizar movimentos rápidos e alternados
(disdiadococinesia)
 Tremores de intenção
 Fenômeno de rebote: impossibilidade de parar o movimento
Córtex Motor
 Dirige movimentos voluntários
 Composto por 3 áreas:

 Córtex pré-motor e córtex motor suplementar: responsáveis pela


geração do plano de movimento.

 Córtex motor suplementar programa as sequências motoras


complexas e é ativado durante o “ensaio mental” de um movimento

 Córtex motor primário: região responsável pela execução do


movimento
Tecido Muscular
De acordo c/ suas características morfológicas e funcionais,
distinguem-se 3 tipos:
Regeneração do Tecido Muscular
 Os 3 tecidos tem capacidade de regeneração distintas:

 O m. cardíaco NÃO se regenera. Em caso de lesão, a parte atingida


é substituída por fibroblastos que produzem fibras de colágeno,
formando uma cicatriz de tec conjuntivo denso. A parte que
morreu não se contrai mais, mas permite a passagem do estímulo

 No m. esquelético, embora seus núcleos não se dividam, ele tem


uma pequena capacidade de reconstituição.
 Admite-se que céls satélites (multiplicadoras - mitose), sejam
multiplicadas, juntando-se às lesionadas formando novas fibras
musculares esqueléticas
Regeneração do Tecido Muscular
 O m. liso é capaz de uma resposta regenerativa + eficiente.
Ocorrendo lesão, as céls musculares viáveis entram em mitose e
reparam o tecido destruído
Musculatura Esquelética
 Cerca de 40% do corpo é composto por músculo esquelético

 Contração da musculatura esquelética está sob controle


voluntário

 Os potenciais de ação (PA) são propagados por motoneurônios,


levando a liberação de ACh na junção neuromuscular,
despolarizando a placa motora e iniciando potencial de ação na
fibra muscular
Filamentos Musculares
 Fibra muscular contém miofibrilas (actina e miosina), que são
circundadas pelo retículo sarcoplasmático e são invaginadas por túbulos
transversos (túbulos T)

 Cada miofibrila contém filamentos grossos e finos dispostos longitudinal e


transversalmente, em sarcômeros
Filamentos Musculares - Miosina
 Filamentos grossos

 Composto por cauda e cabeça, que tem sítio de ligação p/ actina,


necessário p/ formação de pontes transversas e um sítio que se liga ao ATP
Filamentos Musculares – Actina,
Tropomiosina e Troponina
 Filamentos finos

 Actina: tem sítio de ligação p/ miosina

 Tropomiosina: corre pelo filamento de actina; bloqueia o sítio de


ligação da miosina na actina

 Troponina:
 Troponina T: liga a troponina à tropomiosina
 Troponina I: junto c/ a tropomiosina inibe a interação entre actina e
miosina, recobre o sítio de ligação
 Troponina C: proteína que se liga no Ca2+; fundamental p/ contração
muscular
Músculo Estriado Esquelético
Organização das fibras musculares esqueléticas
 Microscopia óptica: estriações transversais formadas por
faixas claras e escuras

 Microscopia de polarização:
 faixa escura ou anisotrópica (Banda A, contém uma zona +
clara no seu centro, Banda H)
 faixa clara ou isotrópica (Banda I, no centro de cada Banda I
há uma linha transversal escura chamada linha Z)
Músculo Estriado Esquelético
 Microscopia eletrônica:
 filamentos finos de actina: da linha Z até a borda externa da
linha H (fundamental p/ contração)
 grossos de miosina: ocupa espaço entre duas linha Z

 A estriação da miofibrila é devida a repetição de unidades =s


chamadas sarcômeros, formado pela parte da miofibrila que
fica entre 2 linhas Z sucessivas e contém uma banda A
separando duas semibandas I

 As miofibrilas do músculo estriado contém 4 proteínas:


miosina, actina, tropomiosina e troponina
Túbulos Transversos e Retículo
Sarcoplasmático
 Túbulos T:
 Rede de membranas das céls musculares que se invaginam na fibra
muscular
 Responsáveis por carrear a despolarização dos PA das superfícies dos
miócitos p/ interior da fibra
 Fazem contato c/ o retículo sarcoplasmático

 Retículo Sarcoplasmático:
 Estrutura tubular que armazena e libera Ca2+ p/ o acoplamento
excitação-contração
Acoplamento Excitação-Contração
1. PA são propagados aos túbulos T levando a despolarização p/ interior da
fibra muscular
2. Despolarização abre os canais de liberação de Ca2+ no retículo
sarcoplasmático
3. Ca2+ sai do retículo em direção ao líquido intracelular da fibra muscular
4. Ca2+ se liga a troponina C produzindo alteração conformacional no
complexo troponina
5. Alteração da troponina faz c/ que a tropomiosina se afaste e libere o sítio
de ligação da miosina na actina (sítio fica exposto)
6. As cabeças da miosina podem agora se ligar à actina, formando
pontes cruzadas, que está associada à hidrólise do ATP (quebrado na
miosina liberando energia)
7. Molécula de actina é tracionada (encurtada), ocorrendo a contração
Musculatura Lisa
 Filamentos de actina e miosina não estão organizados em
sarcômeros: Não tem estriações

 Encontrada nas paredes dos órgãos ocos (trato gastrointestinal, bexiga,


útero, vasculatura, ureteres, bronquíolos e olhos)

 2 funções:
 Produzir motilidade (propelir urina)
 Manter a tensão (vasos sanguíneos)
Acoplamento-Excitação na
Musculatura Lisa
 No músculo liso não existe troponina
 A interação entre actina e miosina é controlada pela ligação do Ca2+ c/ a
calmodulina

1. PA abre canais de Ca2+ aumentando a [intracelular]


2. Ca2+ se liga à calmodulina ativando a miosina II
3. Complexo Ca2+- calmodulina fosforila a calponina e caldesmona,
facilitando a formação de ponte cruzada entre a actina e a miosina
4. Quebra do ATP disponível liberando energia que deforma a cabeça da
miosina como nos demais músculos e se liga a actina provocando a
contração muscular
Músculo Liso
 O m. liso recebe fibras do SN simpático e parassimpático, porém não
exibe placas motoras (local de contato entre o nervo motor e a fibra
muscular) existentes no m. esquelético

 O grau de controle do SNA sobre os mm. lisos é variável:


 No trato digestivo a contração acontece em ondas lentas
 No m. liso do globo ocular a contração é rápida e precisa
Bibliografia
 Costanzo, LS. Fisiologia. cap 3 pag 96 a 105

 Guyton. Tratado de Fisiologia Médica. Cap 54 pag 693 a 704

 Costanzo, LS. Fisiologia. cap 1 pag 32 a 41

 Guyton; Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Cap 6 , 7 e 8

 https://www.youtube.com/watch?v=KyXrOPe_FAo

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