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Júlia Dantas

7º semestre

SÍNDROMES PIRAMIDAIS
Alguns conceitos importantes • Reflexos tendinosos: também
chamados de reflexos miotáticos,
Quando a medula espinal ou o tronco reflexos profundos, reflexos músculo-
encefálico são lesados, as principais tendinosos ou reflexos
alterações que ocorrerão serão na proprioceptivos, são o estiramento
motricidade e na sensibilidade. súbito de um músculo em virtude do
estímulo provocado pelo martelo de
As síndromes piramidais são aquelas
reflexo.
relacionas com alterações da motricidade
voluntária, do tônus ou dos reflexos devido • Hiperreflexia: aumento do reflexo.
ao comprometimento dos neurônios motores • Hiporreflexia: diminuição do reflexo.
superiores e/ou inferiores. • Arreflexia: ausência do reflexo.
• Paralisia flácida: paralisia com
Alguns conceitos importantes relacionados à hipotonia e hiporreflexia.
essas síndromes são:
• Paralisia espástica: paralisia com
• Paresia: diminuição da força hiperreflexia e hipertonia.
muscular. • Neurônio motor superior – neurônio
• Paralisia ou plegia: ausência total de que se origina no trato corticospinal ou
força, que impossibilita o movimento. corticonuclear.
• Hemiparesia: diminuição da força que • Neurônio motor inferior – neurônio
atinge todo um lado do corpo. que inerva o músculo estriado.
• Hemiplegia: ausência total de força
que atinge todo um lado do corpo.
• Tônus: estado normal de contração
Sistema piramidal
permanente em que se encontra um O sistema piramidal é composto pelos
músculo em repouso. neurônios motores que formam o trato
• Hipertonia: aumento do tônus corticospinal. Como o nome desse trato
(músculo encontra-se mais contraído sugere, as fibras nervosas originam-se no
do que o normal). córtex e percorrem a medula espinal, por um
• Hipotonia: diminuição do tônus trajeto anterior e lateral.
(músculo encontra-se menos
contraído do que o normal). O caminho desse trato é o seguinte:
• Atonia: ausência de tônus (músculo 1. Córtex cerebral – a maioria das fibras
não contrai). terão origem na área motora primária
(área 4 de Brodmann), mas também
partem fibras das áreas pré-motora e
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motora suplementar (área 6 de


Brodmann).
2. Coroa radiada.
3. Perna posterior da cápsula interna.
4. Base do pedúnculo cerebral.
5. Base da ponte.
6. Pirâmides bulbares.
7. Decussação das pirâmides – nesse
nível, uma parte das fibras continua
ventralmente (trato corticospinal
anterior) e outra parte, em torno de
75% a 90%, cruza para o lado oposto
(trato corticospinal lateral).
8. Trato corticospinal anterior – suas
fibras ocupam o funículo anterior da
medula, mas acabam cruzando na
comissura branca, e se comunicam
com os neurônios motores do lado
oposto.
9. Trato corticospinal lateral – suas
fibras se comunicam com os
neurônios motores do mesmo lado.
10. Neurônio motor inferior – via
motora final comum que integra todos
os impulsos que agem sobre os
Sistema corticonuclear
músculos estriados esqueléticos. O trato corticonuclear é muito semelhante ao
trato corticospinal, com a diferença de
transmitir os impulsos nervosos aos
neurônios motores do tronco encefálico, ao
invés dos localizados na medula espinal.

Outra particularidade especial desse trato é


que a maioria de suas fibras são
homolaterais, ou seja, inervam os músculos
da cabeça dos 2 lados. Contudo, algumas
poucas fibras corticonucleares são
heterolaterais, ou seja, inervam os músculos
da cabeça do lado oposto.
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• Músculos com inervação dos membros. Em virtude da ação


homolateral: músculos da complementar dessas outras vias, quando
faringe, da laringe, da parte há lesão do trato corticospinal lateral, ao
superior da face (orbicular, invés de se instalar um quadro de
frontal e corrugador do hemiplegia, há apenas fraqueza muscular
supercílio), músculos que (paresia) e dificuldade de contrair os
fecham a mandíbula (masseter, músculos com a mesma velocidade que
temporal e pterigoideo medial) poderiam ser contraídos em condições
e músculos motores dos olhos. normais. Contudo, o indivíduo perde a
• Músculos com inervação capacidade de realizar movimentos
heterolateral: músculos da independentes de grupamentos musculares
metade inferior da face e isolados (perda da capacidade de
língua. fracionamento), o que é ilustrado pela perda
Em virtude dessas características, da capacidade de mover os dedos
quando ocorre um AVC em um dos isoladamente, bem como fazer oposição
hemisférios cerebrais, por exemplo, os entre os dedos polegar e opositor,
músculos com inervação homolateral não impossibilitando o ato de abotoar uma
sofrem paralisia, mas os músculos cuja camisa, por exemplo.
inervação é heterolateral apresentam
enfraquecimento de seus movimentos.
Síndrome do neurônio motor
Organização do movimento superior
Síndrome causada pelo acometimento das
áreas motoras do córtex cerebral ou nas vias
O ato motor voluntário é organizado nas motoras descendentes.
seguintes etapas:
1. Preparação.
2. Elaboração do programa motor.
3. Execução.
A função motora é exercida
predominantemente pelo trato corticospinal,
mas conta também com a participação do
trato rubrospinal, que age na musculatura
distal dos membros, e tratos reticulospinais,
que agem na musculatura axial e proximal
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OBS: A espasticidade (aumento do tônus


muscular) ocorre em virtude do aumento
da excitabilidade do neurônio motor
inferior, devido a lesão das fibras que
normalmente exercem ação inibidora
sobre eles.

Síndrome do neurônio motor


inferior
Síndrome causada pela destruição do
neurônio motor inferior situado na coluna
anterior da medula ou em núcleos motores
de nervos cranianos.

Etiologias:
• AVC.
• Esclerose múltipla.
• Esclerose lateral amiotrófica (ELA).
• Tumores.
• Infecções.
• Traumatismo.
Quadro clínico:
Etiologias:
• Inicialmente ocorre o choque medular,
caracterizado por hipotonia, • Poliomielite.
hiporreflexia e paralisia agudas. • Atrofia muscular espinhal.
• Após algum tempo, ocorre paralisia • Polineuropatia periférica.
espástica (hipertonia e hiperreflexia). • ELA.
• Sinal de Babinski. • Tumores.
• Menor grau de hipotrofia muscular, Quadro clínico:
pois neurônio motor inferior está
intacto. • Paralisia flácida (hipotonia e hipo ou
arreflexia).

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• Depois de pouco tempo, ocorre paralisia ocorre do mesmo lado em que o


hipotrofia dos músculos inervados nervo foi lesado).
pelas fibras nervosas.

Paralisia facial
O nervo facial tem origem no seu núcleo, que
está situado na ponte. Sua função é inervar
os músculos da mímica facial.
Lesões em qualquer parte do seu trajeto
originam a paralisia facial periférica (paralisia
de Bell). Lesões que ocorrem no neurônio
motor superior que inerva o núcleo do nervo
facial originam a paralisia facial central.
A porção palpebral do músculo orbicularis
oculi (que permite o fechamento da pálpebra)
e os músculos do quadrante inferior da face
possuem inervação heterolateral, ou seja,
suas fibras partem exclusivamente do córtex
motor oposto. Como consequência disso, em Paralisia central (A):
virtude de uma paralisia central, a pálpebra
da hemiface acometida permanece aberta e • Ocorre do lado oposto da lesão
a comissura labial desvia para o lado normal. (contralateral).
• Paralisia dos músculos da metade
Já os músculos da metade superior da face
inferior da face, poupando os
possuem inervação homolateral, ou seja,
músculos da metade superior.
suas fibras originam-se do córtex motor dos
• Pode haver contração involuntária da
dois hemisférios cerebrais. Assim, uma
musculatura mímica como
paralisia central preserva a contração desses
manifestação emocional.
músculos, bem como do músculo elevador
da pálpebra (que permite a abertura dos Paralisia periférica (B):
olhos).
• Ocorre do mesmo lado da lesão
No caso de uma paralisia periférica, em (ipsilateral).
razão doa acometimento de todo o nervo • Acomete uma metade toda da face.
facial, há paralisia total dos músculos da • Paralisia total, sem contração
expressão facial na metade lesada (a involuntária.

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