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Anatomia e

fisiologia humana

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Unidade 2
Sistema muscular e nervoso
Introdução da Unidade

Na UNIDADE 02 vamos conhecer o sistema muscular, que pode ser chamado de porção
ativa do movimento, pois sem a contração muscular, não há movimento.
No entanto, existem diferentes tipos de tecido muscular e uma série de
particularidades importantes para o movimento. Além disso, o sistema muscular
apresenta uma estrutura celular bastante complexa, uma vez que ele precisa alternar
estados de contração e relaxamento, produzir força, converter moléculas, enfim,
realizar uma vasta gama de ações. O entendimento da fisiologia muscular permite
compreender eventos do cotidiano. Nesta unidade, também estudaremos as
características fisiológicas e anatômicas do Sistema Nervoso e explorar primeiro o
sistema nervoso central (SNC), e depois o sistema nervoso periférico (SNP), que atua
como um mensageiro e conduz estímulos dentro do sistema. Boa aula a todos!

Objetivos

 Estudar o Sistema Muscular, suas funções, composição estrutural, anatômica,


contração muscular.

 Estudar o Sistema Nervoso, suas divisões, funções, composição estrutural e


anatômica.

Conteúdo programático
Aula 1 – Sistema Muscular.
Aula 2 – Sistema Nervoso.

Referências
BRANDÃO, Mirian Celeste Sanaiote. Anatomia sistêmica: visão dinâmica para o
estudante. Editora Gunabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ, 2004.
CATALA, Martin. Embriologia. Desenvolvimento Humano Inicial. Editora Guanabara
Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2004.
CITOW, Jonathan Stuart; MACDONALD, Robert L. Neuroanatomia e Neurofisiologia:
uma revisao. Livraria Editora Santos. São Paulo, SP, 2004
DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e
segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, Sp.2002
DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e
segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, SP.
2002. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 1995
GARCIA, Sonia Maria Laverde; Fernandez, Casemiro Garcia Embriologia. 2º edição.
Artmed Editora, Porto Alegre, 2001.
HALL, Susan J. Biomecânica Básica. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2013.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia Básica. Editora Guanabara
Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ, 2004.
KOCH, Hilton Augusto; Ribeiro, Eliana Claudia; TONOMURA, Elise Tchie. Radiologia na
Formação do Médico Geral. Editora Revinter. Rio de Janeiro, RJ. 1997.
MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. Editora Atheneu. São Paulo, SP.
1998.
MC GINNIS, Peter M. Biomecânica do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Artmed,
2002.
NOOBACK, Charles R.; STROMINGER, Norman L.; DEMAREST, Robert J. Neuroanatomia
– estrutura e função do sistema nervoso humano. Editora Premier. São Paulo, SP,
1999.
ROWLAND, Lewia P. Tratado de Neurologia. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de
Janeiro, RJ. 2000.
SADLER, T.W. Langman Embriologia Médica. 8º Edição. Editora Guanabara Koogan S.A.
Rio de Janeiro, RJ, 2001.
SNELL, Richard S. Clinical neuroanatomy for medical students. 5º Ed. Lippincott
Williams &Wilkins. Phildelphia, Pensylvania, USA, 2001.
WARWICK, Roger; WILLIANS, Peter L. Gray anatomia.
WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do esporte e do exercício. Editora
Manole LTDA, São Paulo, SP. 2001.
YOUNG, A. Paul; YOUNG, H. Paul. Bases da Neuroanatomia Clínica. Editora Guanabara
Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 1997.

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Sistema muscular

INTRODUÇÃO

Os músculos são órgãos que ativam o movimento, formado por células especializadas em
contração e relaxamento. Cada músculo seu é ativado por um comando neural e são capazes
de transformar energia química (ATP) em energia mecânica (trabalho).

Existem dois tipos de tecido muscular: o estriado e o liso. Quando o impulso para a contração
se origina de um ato voluntário, diz-se que o músculo é voluntário, e quando o impulso parte
do sistema nervoso, da qual não se tem controle, diz-se que o músculo é involuntário. Os
músculos voluntários e involuntários possuem diferenças histológicas: o voluntário apresenta
estriações transversais e, por isso, denominados estriados. Em contrapartida, os involuntários
são lisos. O músculo cardíaco por sua vez assemelha-se histologicamente ao voluntário, no
entanto, age como involuntário.

Tipos histológicos de tecido muscular – (Disponível em: <http://quartoanoanatomia.blogspot.com/2010/04/tipos-


de-tecido-muscular-de-acordo-com.html>. Acesso em: 10 dez. 2018).

Além da histologia, pode-se diferenciar o músculo liso do estriado também pela topografia. Os
músculos estriados possuem pelo menos uma extremidade presa ao sistema ósseo, portanto,
são esqueléticos. Já o liso é chamado visceral, pois é encontrado na parede de diversas
vísceras e vasos. Porém, há exceções.

As considerações que vamos fazer neste momento são referentes aos músculos estriados
esqueléticos.

Funções

O sistema muscular têm quatro funções principais:

Quando se pensa em sistema muscular, o que vem à mente é (1) a produção de força para
locomoção, considerando que o sistema muscular é o órgão ativo do movimento, já que o
sistema esquelético é o elemento passivo do movimento, cabe ao músculo “movimentar-se”
para deslocar o esqueleto e produzir movimento. Mas a atividade muscular também está
relacionada à respiração, pois é a contração muscular que permite à caixa torácica se expandir
e comprimir durante a mecânica respiratória.

A tensão muscular que a musculatura produz auxilia (2) a produção de força para a
sustentação postural, considerando que temos músculos que são classificados como de
“contração intermitente”, ou seja, músculos que estão em contração constante quando o ser
humano está em pé. São eles que garantem a manutenção da postura.

A contração muscular também tem como função (3) manter as peças ósseas unidas, pois se
não fosse pela presença da musculatura, os ossos não teriam como se manter posicionados e o
ser humano não seria capaz de se movimentar, pois a estrutura iria desmontar.

Sabe por que quando a temperatura está baixa o indivíduo começa a tremer? A resposta está
entre as funções do sistema muscular, pois a (4) produção de energia durante a exposição ao
frio também é função do sistema muscular. Mas como isso ocorre? Para que o sujeito trema
de frio, são necessárias contrações musculares, e para que o músculo entre em contração, é
necessário queima de ATP. Como toda queima libera calor, o sistema muscular consegue
produzir energia térmica para proteger o indivíduo.

Constituição

Conforme dito acima, o músculo é composto por células especializadas. A célula muscular
também é conhecida por fibra muscular. As fibras musculares são envolvidas por tecido
conjuntivo, chamado endomísio. As fibras musculares se agrupam e formam os fascículos
musculares, que estão envoltos pelo perimísio. O conjunto de fascículos configuram unidades
chamadas feixes, envoltas pelo epimisio. E, por fim, o conjunto de feixes constitui o músculo,
que está revestido pela fáscia muscular.

Constituição do músculo (WILMORE e COSTILL, 2001).

Os músculos estriados possuem dois componentes anatômicos: o ventre e os tendões ou


aponeuroses. O ventre é a porção média, vulgarmente chamada de carnosa, e possui uma cor
avermelhada no individuo vivo. Essa é a porção ativa do músculo, ou seja, a parte contrátil. As
extremidades podem ser cilíndricas ou em forma de fita, e são denominadas tendões. Quando
laminares, são chamadas de aponeuroses. Os tendões e aponeuroses são esbranquiçados,
brilhantes e extremamente resistentes, e são constituídos de tecido conjuntivo denso e rico
em fibras colágenas (DANGELO e FATTINI, 2002). São praticamente inextensíveis e têm como
principal função prender o músculo ao esqueleto.

Músculo e tendão (DANGELO e FATTINI, 2002).

Músculo e aponeurose (DANGELO e FATTINI, 2002).

Mecânica muscular

A contração do ventre vai produzir uma ação mecânica cujo resultado é geralmente
representado pelo deslocamento de um segmento.

Para poder contrair-se livremente, o ventre muscular não se prende no esqueleto, mas em
pelo menos dois ossos, cruzando a articulação. Quando o ventre muscular se contrai, ocorre
um encurtamento do comprimento do músculo e o deslocamento da peça óssea.

Músculo em posição relaxada (DANGELO e FATTINI, 2002).


Músculo em posição contraída (DANGELO e FATTINI, 2002).

Origem e inserção

Convencionou-se chamar de “origem” a extremidade do músculo ligado ao ponto fixo, e de


“inserção” a conectada ao ponto fixo.

Geralmente nos membros a parte proximal chamada de origem é a distal de inserção. Porém,
Dangelo e Fattini (2002) ressaltam que a origem e a inserção podem mudar durante o
movimento.

Classificação funcional

- Agonista: é o principal músculo na realização do movimento.

- Antagonista: se opõe à ação do agonista.

- Sinergista: auxilia o agonista e estabiliza o movimento.

Brandão (2004) traz ainda os posturais, que têm como função a manutenção da postura.

Crescimento do Tecido Muscular

Seu crescimento e desenvolvimento embrionário é controlado pelo gene MyoD, que regula os
processos de hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares recém formadas.

De modo geral, o desenvolvimento e o crescimento dos músculos estriados esqueléticos se


dão tanto pela divisão das fibras musculares pré-existentes (hiperplasia) como pelo
crescimento delas (hipertrofia). Após o nascimento, a hiperplasia das fibras musculares
praticamente cessa, ficando o crescimento dos músculos condicionado apenas ao fenômeno
da hipertrofia.

Número de músculos

O número de músculo até hoje é uma questão controversa. Brandão (2004) cita 501, e
Wilmore e Costill (2001) dizem que são mais de 600. Porém, a última citação é a mais aceita
pelos anatomistas.
Fisiologia do Sistema Muscular

Aproximadamente 40% do peso corporal é músculo estriado esquelético, e segundo alguns


autores, outros 10% são músculos lisos e cardíacos. Os princípios básicos da contração
muscular se aplicam aos diferentes tipos de tecido muscular, no entanto, vamos voltar nossa
atenção para o tecido muscular estriado esquelético (Hall, 2012).

Fibra muscular

De maneira geral, o músculo é formado por numerosas fibras que apresentam diâmetros que
variam de 10 a 80 micrômetro. Essas fibras também são formadas por subunidades de
tamanho menor.

Em grande parte dos músculos esqueléticos, essas fibras se prolongam por todo o
comprimento do músculo, e em 98% das fibras a inervação é feita por apenas uma terminação
nervosa situada próximo ao centro da fibra (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2005).

Sarcolema

Trata-se da membrana celular da fibra muscular, chamada de membrana plasmática, que


apresenta revestimento de fina camada de material polissacarídeo com grande volume de
fibrilas colágenas delgadas. Nas extremidades da fibra muscular, a camada superficial do
sarcolema se liga a uma fibra do tendão que, por sua vez, agrupa-se em feixes para formar os
tendões musculares que vão se inserir nos ossos (Hall, 2012).

Miofibrilas

As fibras musculares apresentam de centenas a milhares de miofibrilas, e cada miofibrila é


formada por aproximadamente 1.500 filamentos de miosina e 3.000 filamentos de actina.

A actina se apresenta sob a forma de estruturas longas e fibrosas, formadas por duas cadeias
de monômeros esféricos ou globulares torcidos um sobre o outro. Cada monômero globular
de actina G tem uma região a qual a miosina pode se ligar.

Já a miosina é uma molécula maior e mais complexa em forma de bastão que exibe uma
saliência lateral e globular numa das extremidades. Essa molécula, quando submetida a uma
rápida proteólise, pode ser separada em dois fragmentos de meromiosina, sendo um leve e
um pesado. Estudos químicos demonstraram que a meromiosina pesada é aquela que tem
atividade ATPásica, além de ser o local de ligação com a actina.

Os filamentos de miosina e actina apresentam-se parcialmente interdigitados, fazendo com


que a miofibrila alterne faixas escuras e claras. As faixas claras contêm apenas filamentos de
actina e são conhecidas como faixas I, por serem isotrópicas à luz polimerizada.

Já as faixas escuras contêm filamentos de miosina e são chamadas de faixa A por serem
anisiotrópicas à luz polarizada. As pequenas projeções laterais dos filamentos de miosina são
chamadas pontes cruzadas, e são as interações entre os filamentos de miosina e actina,
chamadas de pontes cruzadas, que causam a contração muscular.
As extremidades dos filamentos de actina encontram-se ligados ao disco Z, que cruza a
miofibrila de uma para outra, ligando-se e alinhando-se às miofibrilas através de toda fibra
muscular. Dessa maneira, as fibras musculares apresentam faixas claras e escuras, conferindo
ao músculo esquelético e ao músculo cardíaco aparência estriada.

Segundo Hall (2012), o mecanismo geral da contração muscular ocorre nas seguintes etapas:

1 – Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras
musculares.

2 – Em cada terminação, o nervo secreta pequena quantidade de substância


neurotransmissora acetilcolina.

3 – A acetilcolina age em área local da membrana da fibra muscular para abrir múltiplos canais
de cátion, “regulados pela acetilcolina”, por meio de moléculas de proteína que flutuam na
membrana.

4 – A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite a difusão de grande quantidade
de íons sódio para o lado interno da membrana das fibras musculares. Isso causa
despolarização local que, por sua vez, produz a abertura de canais de sódio dependentes da
voltagem. Isso desencadeia o potencial de ação na membrana.

5 – O potencial de ação se propaga por toda a membrana da fibra muscular, do mesmo modo
como o potencial de ação cursa pela membrana das fibras nervosas.

6 – O potencial de ação despolariza a membrana muscular, e grande parte da eletricidade do


potencial de ação flui pelo centro da fibra muscular. Ai, ela faz com que o retículo
sarcoplasmático libere grande quantidade de íons cálcio armazenado nesse retículo.

7 – Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo
com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil.

8 – Após fração de segundo, os ions cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático pela bomba de Ca++ da membrana, onde permanecem armazenados até que
novo potencial de ação muscular se inicie; essa remoção dos ions cálcio das miofibrilas faz com
que a contração muscular cesse.

Contração muscular – (Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAABddwAG/contracao-muscular>.


Acesso em: 10 dez. 2018)
Energia para contração muscular

Para que o sistema muscular entre em funcionamento, é necessária a presença de suprimento


energético; de fontes principais de energia para contração do músculo.

A Adenosina Trifosfato (ATP) está presente no músculo e sua concentração é capaz de


sustentar uma contração total por um curto período de tempo, entre 1 e 2 segundos. Após sua
conversão em Adenosina Difosfato (ADP), essa molécula será refosforilada formando uma
nova ATP. A energia para essa refosforilação pode vir de várias fontes, conforme veremos a
seguir.

A fosfocreatina conduz uma ligação de grande energia, semelhante a do ATP, mas com maior
volume de energia livre. Essa energia liberada leva a ligação de um novo íon fosfato ao ADP,
reconstruindo o ATP. A combinação entre ATP e fosfocreatina deve manter contração por
apenas de 5 a 8 segundos.

O glicogênio, quando quebrado em ácido pirúvico e ácido lático, libera energia utilizada para
converter ADP em ATP. Essas reações glicolíticas podem ocorrer na ausência de oxigênio. A
formação de ATP pelo meio glicolítico ocorre a uma taxa 2,5 vezes mais rápida do que
mediante a presença de oxigênio.

O metabolismo oxidativo ocorre quando o oxigênio é combinado a várias outras fontes


celulares para liberar ATP. Essa fonte produz mais de 95% da energia utilizada pelos músculos
para uma contração longa, e consome como nutrientes carboidratos, gorduras e proteínas
(WILMORE e COSTILL, 2001).

Tipos de Contração

A contração muscular pode ser dividida em três classes, levando-se em consideração o


comportamento das inserções musculares:

- Contração Concêntrica: quando suas inserções se aproximam.

- Contração Excêntrica: quando suas inserções se afastam.

- Contração Isométrica: quando suas inserções não se movem.

Uma forma simples de tentar visualizar na prática esses diferentes tipos de contração pode ser
demonstrado usando como exemplo um movimento do cotidiano tal como carregar uma
cadeira.

Quando a cadeira é levantada do solo, a contração realizada é concêntrica, pois as


extremidades ósseas do membro superior se aproximam. Enquanto se carrega a cadeira,
ocorre a contração isométrica, sem movimentação da articulação, e por fim, quando se baixa
novamente a cadeira no solo executa-se uma contração excêntrica, já que os componentes
articulares se afastam nesse movimento (MCGINNIS, 2003).

Características Mecânicas da contração muscular

Hall (2013) nos apresenta as características mecânicas do músculo da seguinte forma:

Tensão: capacidade de geração de força por um determinado grupo muscular.


Resistência Muscular: habilidade de um músculo de gerar tensão por um determinado tempo.

Resposta a Estímulos: é quando um músculo reage ou não a um estímulo; “lei do tudo ou


nada”.

Somação: se um segundo após o músculo estimulado ele receber outro estímulo, haverá uma
somação das forças.

Tetânia: estado em que o músculo encontra-se em sua máxima produção de força.

Capacidade de produção de força: O músculo tem uma capacidade de produção de força de


aproximadamente 50N a 60N por cm2, ou seja, quanto maior a área de secção transversal do
músculo, maior sua capacidade de produção de força.

Fatores Mecânicos que Afetam a Força Muscular

Relação Força x Velocidade: quando a resistência é baixa, a velocidade de encurtamento pode


ser relativamente alta.

Relação Força x Comprimento: a quantidade de força que um músculo é capaz de produzir


depende em parte do comprimento muscular.

Relação Força x Tempo: quando um músculo é estimulado, um curto período de tempo


recorre antes que ele comece a desenvolver tensão.

Músculo no Exame Radiológico

Como visto no sistema esquelético, os diferentes tecidos se apresentam de forma diferente ao


exame radiológico em razão das diversas densidades radiográficas. Assim, o sistema muscular
se apresenta na imagem com a coloração cinza devido à sua média capacidade de absorção
dos raios X (KOCH; RIBEIRO; TONOMURA, 1997).
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Sistema nervoso

INTRODUÇÃO

O sistema nervoso humano é o mais evoluído do reino animal, uma vez que se trata de “uma
extensa e complicada organização de estruturas” (GOSS, 1977). Esta organização forma uma
rede que garante o controle das ações orgânicas, bem como a vida de relação.

Segundo alguns autores, o sistema nervoso é dividido arbitrariamente, e para outros,


topográfica e funcionalmente, em duas porções, o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema
Nervoso Periférico (SNP).

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Encéfalo

O encéfalo é a porção superior do SNC formada pelo cérebro, cerebelo e o tronco encefálico,
que por sua vez consiste no mesencéfalo, ponte e bulbo, que alguns autores chamam de
medulo oblonga. (FATTINI, 2002). Na sequência, vamos analisar cada estrutura.

Cérebro

Segundo Goss (1977), sob uma ótica topográfica, podemos chamar de cérebro grande
estrutura arredondada que ocupa a maior parte da cavidade craniana. Esta estrutura possui
uma grande fenda medial, chamada de fissura longitudinal, que divide o cérebro em duas
porções, chamadas hemisférios cerebrais. Machado (1998) e Citow e Macdonald (2004)
descrevem que no fundo desta fissura, encontramos um conjunto de fibras transversais
chamadas de corpo caloso, uma grande comissura branca central que une os dois hemisférios.
Seccionando o corpo caloso, separamos os dois hemisférios cerebrais, e é possível identificar
as estruturas que constituem o cérebro e visualizar o telencéfalo, que é a porção mais externa
do hemisfério e o diencéfalo, a porção mais interna que não pode ser vista externamente. O
diencéfalo e uma estrutura ímpar subdividida em quatro regiões denominadas tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo.

Os hemisférios cerebrais são constituídos por uma substância cinzenta que pode ser
identificada como uma fina camada externa, e mais internamente localiza-se a substância
branca (MACHADO, 1998; GOSS, 1977; FATTINI, 2002; BRANDÃO, 2004 e CITOW e
MACDONALD, 2004).
Disponível em:
<https://www.parkinson.pt/?lop=conteudo&op=577bcc914f9e55d5e4e4f82f9f00e7d4&id=0537fb40a
68c18da59a35c2bfe1ca554&print=1>. Acesso em: 10 dez. 2018.

Generalidades da Anatomia Cortical

A porção externa do córtex cerebral é dívida em quatro porções chamadas lobos. Cada lobo
recebe o nome da estrutura óssea com a qual está relacionada, salvo uma única exceção.
Localizado anteriormente, o lobo frontal é o maior deles e relaciona-se com o osso frontal; o
lobo parietal, situado na porção lateral e superior do hemisfério, guarda relações com o osso
parietal; o lobo temporal encontra-se na parede lateral inferior na região no osso temporal; o
lobo occipital na região posterior do hemisfério, profundo ao osso occipital; e por fim o lobo
da insula, situado na face interna do sulco lateral, que não se relaciona com os ossos do crânio,
e que alguns autores o chamam de lobo central (GOSS, 1977).

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002).


Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002).

O córtex cerebral tem uma aparência macroscópica marcada pela presença de circulvulções,
ou seja, giros, lóbulos, sulcos e fissuras; características compostas por arranjos estruturais,
ultraestruturais e bioquímicos no interior do telencéfalo (BRANDÃO, 2004).

Aspectos funcionais do telencéfalo

Machado (1998) descreve que o telencéfalo relaciona-se com funções psíquicas superiores
(abstração, lógica e raciocínio, entre outros), comando e controle de vários comportamentos
motores, com a recepção e integração de fenômenos sensoriais, além de gerenciar e integrar
os demais sistemas corpóreos.

Diencéfalo

O diencéfalo, conforme descrito anteriormente, é uma região cerebral ímpar que liga o
mesencéfalo com os hemisférios cerebrais e encontra-se completamente envolvido pelo
telencéfalo. O diencéfalo compreende quatro territórios anatomicamente denominados
tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo (YOUNG e YOUNG, 1997).

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)


Tálamo

O tálamo é descrito por Gardner (1963) como uma grande massa ovoide de aproximadamente
4 cm de comprimento. É uma estrutura par, ou seja, presente nos dois hemisférios cerebrais.

Os núcleos talâmicos são do tipo específico e inespecífico; os núcleos específicos relacionam-


se com áreas corticais somestésicas, exceto olfato, e os inespecíficos envolvidos na ativação
indireta cortical. Assim, podemos dizer que essa estrutura participa da retransmissão,
integração, modificação e até interpretação das sensibilidades, menos do olfato. O tálamo
relaciona-se com o comportamento motor e emocional, e ainda que indiretamente, com a
ativação cortical.

Na região interior, encontramos o núcleo anterior, uma estrutura que tem função integradora
junto ao Circuito de Papez. Pensa-se que esse circuito está relacionado com o comportamento
afetivo, emocional e também com a memória recente. Uma lesão nesta região produz uma
incapacidade de repetir ordens verbais por meio de linguagem, um tipo de amnésia
anterógrada. O Circuito de Papez determina a resposta fisiológica apresentada pelo organismo
diante de um estímulo emocional (MACHADO, 1998; TRIATHOU, 2008).

Hipotálamo

Segundo Brandão (2004), o hipotálamo é uma estrutura localizada abaixo e à frente do sulco
hipotalâmico. Possui três partes visíveis externamente na peça anatômica, indicadas por Goss
(1977): os corpos mamilares, tuber cinero, infundíbulo, hipófise e quiasma óptico.

Quanto à função, Brandão (2004) e Citow e Macdonald (2004) citam que o hipotálamo atua no
controle de funções endócrinas, regulando a fome e a saciedade. Também controla funções
vegetativas, regula a temperatura do corpo e atua sobre o comportamento emocional.

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002).

Epitálamo

O epitálamo situa-se acima do sulco hipotalâmico, posteriormente ao tálamo. Diversos autores


apontam que o epitálamo é formado por estruturas endócrinas, a glândula pineal, e por não
endócrinas. A glândula pineal tem como principal hormônio a melatonina, se liga ainda com a
função gonadotrópica e agindo na regulação dos ritmos circadianos.

Subtálamo

Young e Young (1997) descrevem o subtálamo como uma zona de transição entre o tálamo e o
mesencéfalo, composto pela formação reticular subtalâmica, que algumas literaturas chamam
de zona incerta, e um núcleo subtalâmico. Esse núcleo é importante na regulação da
motricidade somática, e lesões nesta área repercutem na síndrome do hemibalismo.

Indicação de Leitura

Deixo como indicação de leitura, o artigo intitulado Interface cérebro-computador: novas


perspectivas para a reabilitação, dos autores Machado et al. Este artigo trata sobre a interface
cérebro computador com vistas à reabilitação. Disponível em:
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8525/6059. Acesso em: 9
jul. 2018.

Indicação de Filme

Para aqueles que gostam de se aventurar pela telinha da TV, deixo como indicação de série, o
episódio 1 da 1ª temporada de Dr. House. Observe as relações estruturais gerais do sistema
nervoso, e apesar de não ser o tema central da aula, note a importância das vacinas para a
segurança do indivíduo.

Tronco encefálico

Goss (1977) descreve o tronco encefálico como “a porção de encéfalo que une a medula
espinhal com o prosencéfalo”, e Young e Young (1997) complementam que essa estrutura,
também chamada de tronco cerebral, tem forma de haste e é formada no sentido crânio
caudal por mesencéfalo, ponte e bulbo.

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)


Machado (1998) e Brandão (2004) colocam que o tronco encefálico contêm centros funcionais
de 11 dos 12 pares de nervos craniano, sendo assim, passam por ele os impulsos
somatossensitivos originados em todas as partes do corpo, bem como os impulsos motores
para os movimentos voluntários originados no encéfalo.

Segundo Young e Young (1997), as lesões no tronco encefálico se manifestam por disfunções
somatosensoriais, ou motoras, ou ambas. Porém, muitos dos centros funcionais,
especialmente os mais caudais, têm funções vitais, e lesões no Tronco Encefálico geralmente
são fatais.

Componentes do Tronco Encefálico

Mesencéfalo

A porção inicial do tronco encefálico no sentido crânio caudal, situado entre o encéfalo e a
ponte, é o componente mais curto do tronco encefálico. Possui núcleos dos nervos óculo
motor (III) e troclear (IV), assim como centros associados a reflexos auditivos, visuais e
pupilares. Pelo mesencéfalo, passa o Aqueduto de Sylvios ou Cerebral, um estreito canal de
circulação do líquor. (YOUNG e YOUNG, 1997).

Ponte

É uma proeminente elevação na face ventral do tronco encefálico, com margens bem
definidas, localiza-se entre o mesencéfalo é o bulbo. Posteriormente está coberta pelo
cerebelo, estrutura a qual está ligada. Os núcleos pontinos relacionam-se com os nervos
trigêmeo (V), abducente (VI) e facial (VII), possuindo centros associados à mastigação,
movimentos oculares, expressão facial, piscar de olhos, salivação, equilíbrio e audição. (GOSS,
1977; YOUNG e YOUNG, 1997).

Bulbo

O bulbo, ou medula oblonga, estende-se da ponte até a medula espinhal e encontra-se


anatomicamente relacionado ao cerebelo. No bulbo encontramos a pirâmide bulbar, uma
proeminência arredondada que contém principalmente fibras motoras do córtex cerebral,
fibras corticobulbares e corticoespinhais. Cerca de dois terços dessas fibras cruzam a linha
mediana, formando a decussação piramidal.

O bulbo contém núcleos relacionados aos nervos vestíbulo-coclear (VII), glossofaríngeo (IX),
vago (X), parte craniana do acessório (XI) e hipoglosso (XII). Possui centros associados ao
equilíbrio, audição, deglutição, tosse, vômito, salivação, movimentos linguais, respiração e
circulação (YOUNG e YOUNG, 1997).

Assim, estão apresentados os componentes do tronco encefálico.


Cerebelo

Young e Young (1997) citam que o cerebelo é o “pequeno cérebro”, uma estrutura grande e
simétrica em ambos os lados, e Brandão (2004) descreve a posição da estrutura da seguinte
forma: “está situado na fossa craniana posterior”. Já Machado (1998) observa que topográfica
e funcionalmente o cerebelo está ligado à medula espinhal, ao bulbo, à ponte e ao
mesencéfalo, ou seja, ao tronco encefálico.

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)

Segundo Machado (1998), as principais funções do cerebelo são a manutenção do equilíbrio e


da postura, o controle do tônus muscular e dos movimentos involuntários e a aprendizagem
motora.

Medula Espinhal

A medula espinhal é uma estrutura alongada, quase cilíndrica, que se inicia no forame magno e
limita-se caudalmente na altura da 2º vértebra lombar. Seu comprimento médio é de 42 a 45
cm e pesa 30g. (GOSS, 1977; YONG e YOUNG, 1997; BRANDÃO, 2004).

A medula é a estrutura por meio da qual o encéfalo se comunica com todas as partes abaixo da
cabeça e conecta-se aos nervos espinhais. Os impulsos de sensações gerais tais como tato e
dor, originados nos membros, pescoço e tronco, têm que passar pela medula para atingir o
cérebro, e ali vão ser percebidos. Ademais, os comandos para os movimentos voluntários
nessas regiões devem passar pela medula espinhal para chegar aos nervos espinhais que
inervam os músculos apropriados (GOSS, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD,
2004).

Muitos reflexos são armazenados na medula espinhal:

 Reflexo Nocioceptivo (de retirada): ocorre quando um estímulo em um membro


gera uma retirada, e é evocado mais pela dor do que pelo tato.

 Reflexo de extensão cruzada: quando o membro oposto estende-se de 0,2 a 0,5


segundos depois do reflexo nocioeptivo a fim de retirar o corpo do estímulo.

 Reflexo de marcha equina rítmica: quando o membro se flexiona e em seguida


estende-se. É a relação agonista/antagonista.
 Reflexo da marcha rítmica: possibilita que os dois lados da medula coordenem
ambos os membros.

 Reflexo do galope rítmico: permite que os membros torácicos e pélvicos se


movimentem em conjunto.

 Reflexo da coçadura: desencadeado por prurido ou cócegas.

(GOSS, 1977; YOUNG e YOUNG, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD, 2004;
BRANDÃO, 2004).

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)


Meninges e Liquor

O sistema nervoso central é revestido por um conjunto de membranas chamadas meninges.


Essas membranas, da mais superficial para a mais profunda, são a dura-máter, aracnoide e pia-
máter.

A aracnoide conecta-se com as outras duas meninges por meio de filamentos que lembram
uma teia de aranha, preenchendo um espaço chamado de subaracnoide por onde circula o
liquor.

O liquor ou líquido cefalorraquidiano tem como função a remoção de metabólitos, o


transporte de nutrientes para o cérebro, a participação na regulação de várias funções
cerebrais e de proteção contra choques mecânicos (CITOW e MACDONALD, 2004; BRANDÃO,
2004)

Áreas e Regiões Funcionais do Córtex Cerebral

Goss (1977) cita que existem muitas evidências de que determinadas áreas do córtex cerebral
não funcionam independentemente, sem a influência de outras áreas ou mesmo do hemisfério
inteiro. No entanto, estudos da citoarquitetura e da mieloarquitetura de diferentes áreas,
extirpação parcial cirúrgica, estimulação elétrica sob anestesia local e experimentação em
animal, tornaram possível dar uma identificação funcional a certas áreas. Em 1909, Brodmann
mapeou quarenta e sete áreas diferentes, demonstradas a seguir.

ÁREA DE
BRODMANN FUNÇÃO

1, 2,3 TATO

4 CONTROLE MOTOR VOLUNTÁRIO

5 ESTEREOGNOSIA

6 PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS DOS MEMBROS E DOS OLHOS

7 VISÃO MOTORA; PERCEPÇÃO

8 MOVIMENTOS SACÁDICOS DOS OLHOS

9, 10, 11,12 PENSAMENTO, COGNIÇÃO, PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS

13, 14, 15,16 VISÃO MOTORA; PERCEPÇÃO

17 VISÃO, PROFUNDIDADE

18 VISÃO, COR, MOVIMENTO, PROFUNDIDADE

19 FORMAÇÃO DA VISÃO

20 FORMAÇÃO DA VISÃO

21 AUDIÇÃO, FALA

22 EMOÇÕES
23, 24, 25, 26,27 OLFATO, EMOÇÕES

28 EMOÇÕES

29, 30, 31, 32,33 OLFATO, EMOÇÕES

34, 35,36 PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.

37 OLFATO, EMOÇÕES

38 PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.

39 PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.

40

41 AUDIÇÃO

42 AUDIÇÃO

43 PALADAR

44 FALA PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS

45 PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO

PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO, MOVIMENTO


46 OCULAR

47 PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO

MMAPA DAS ÁREAS DE BRODMANN

Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)

A seguir, veja os mapas das áreas de funções corticais.


Fonte: (DANGELO E FATTINI, 2002)

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O Sistema Nervoso Periférico é formado por nervos, gânglios e terminações nervosas. A


estrutura do nervo é conceituada como um cordão amarelo esbranquiçado, formado por
feixes de axônios, envolvidos por tecido conjuntivo. A função do nervo é estabelecer a
comunicação entre o centro e a periferia e vice-versa.

Célula Nervosa

A unidade básica do sistema nervoso é o neurônio, ou seja, as células nervosas propriamente


ditas. Segundo Junqueira e Carneiro (1995), os neurônios possuem uma morfologia complexa,
embora quase todos apresentem apenas três componentes:

 Dendritos: trata-se de prolongamentos numerosos especializados em receber


estímulos do meio ambiente, de células epiteliais ou de outros neurônios.

 Pericário ou corpo celular: representa o centro trófico da célula, ou seja, a porção do


neurônio onde se encontra o núcleo e demais organelas. Esta região também é capaz
de receber estímulos.

 Axônio: prolongamento único, especializado na condução de impulsos que transmitem


informações do neurônio para outras células.

O autor ainda cita que os neurônios podem ser classificados de acordo com a sua função:

- Neurônios Motores: controlam órgãos efetuadores.

- Neurônios Sensoriais: recebem estímulos sensoriais.

- Interneurônios: estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos


complexos.

Os axônios ainda podem estar envolvidos por uma bainha lipídica chamada Mielina.
Neurônios motores alfa e gama

- Neurônios alfa: são maiores e inervam o músculo esquelético, enviando fibras nervosas para
grandes fibras musculares.

- Neurônios Gama: possuem fibras menores, são 50% menos numerosos e inervam fibras
internas do músculo.

Em alguns momentos ocorre a coativação, que é a ativação dos neurônios alfa e gama ao
mesmo tempo.

Nervos

Os nervos podem ser formados por fibras mistas, sensitivas ou motores. As fibras sensitivas
conduzem os estímulos para as SNC. As fibras motoras estimulam e ativam a musculatura, ou
seja, conduzem o estímulo. Por fim, as fibras mistas contêm tanto fibras motoras quanto
sensitivas.

As fibras nervosas podem ser somáticas ou viscerais. As fibras viscerais estão relacionadas às
vísceras, aos movimentos involuntários. Por sua vez, as fibras somáticas, a grosso modo, estão
relacionadas ao sistema muscular e ao movimento voluntário.

E, por fim, as fibras somáticas e viscerais podem ser aferentes ou eferentes. As fibras aferentes
“chegam” ao SNC, e as eferentes "saem” do SNC.

Nervos Espinhais e Cranianos

São chamados de nervos espinhais aqueles que fazem conexões com a medula espinhal. São
31 pares de nervos espinhais. Os nervos espinhais são numerados de acordo com a sua
emergência, sendo: oito pares cervicais, doze pares torácicos, cinco pares sacrais e um par
cocígeo. Os nervos espinhais são todos mistos.

Os nervos que realizam que realizam conexões com o encéfalo são chamados de nervos
cranianos. São doze pares de nervos cranianos, e possuem componentes funcionais
constituídos por:

Fibras aferentes Fibras eferentes

Somáticos Viscerais Somáticos Viscerais

Os Nervos Cranianos são:

I par Olfatório

II par Óptico

III par Óculomotor


IV par Troclear

V par Trigêmio

VI par Abducente

VII par Facial

VIII par vestíbulo-coclear

IX par glossofaríngeo

X par Vago

XI par Acessório

XII par Hipoglosso

Os nervos espinhais se unem em plexos. São numerados de acordo com sua emergia, sendo:
C1 – C8 os cervicais, T1 – T12 os torácicos, L1 – L5 os nervos sacrais e Co o par cocígeo.

Divisão e função

As funções voluntárias realizadas pelo organismo, ou seja, aquelas funções que ocorrem de
acordo com a vontade do indivíduo são realizadas pelo Sistema Nervoso Somático (SNS). Já as
funções que involuntárias, que independem da consciência, são controladas pelo Sistema
Nervoso Autônomo ou Visceral (SNA), que funciona em nível inconsciente.

O SNA e o SNS também podem ser separados topograficamente. As vias eferentes do SNA que
saem do SNC são compostas por dois neurônios, um pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. Já
o SNS possui, em sua via eferente, apenas um neurônio, que segue direto para a estrutura
inervada.

O SNA pode ser divido estrutural e funcionalmente em duas porções: a parte simpática e a
parassimpática.

Sistema Nervoso Simpático

Também denominado parte toracolombar, pois se localiza no primeiro segmento torácico (T1)
até o segundo Lombar (L2). Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares da parte
simpática estão localizados nas colunas laterais da substância cinzenta da coluna espinal. Os
axônios desses neurônios motores viscerais deixam a medula espinal pelas raízes ventrais,
junto com os axônios motores somáticos, e penetram nos ramos dorsal e ventral dos nervos
espinais após vários segmentos. Após percorrerem uma pequena distância nos ramos ventrais
dos nervos espinais, todas as fibras simpáticas pré-ganglionares deixam esses ramos e
penetram em um gânglio, de uma série de gânglios interconectados que formam a cadeia
simpática de gânglios. Esta cadeia forma uma via longitudinal chamada de tronco simpático,
situado um em cada lado da coluna vertebral em toda a sua extensão, incluindo as regiões
cervical e sacral. Com exceção na região cervical, onde vários gânglios se unem para formar
gânglios maiores, os ramos ventrais de cada nervo espinal possuem um gânglio simpático
associado.

A maioria das fibras simpáticas é mielínica, por isso são chamadas de ramos comunicantes
brancos. Existem 14 ramos comunicantes brancos por toda a região simpática.

Sistema Nervoso Parassimpático

- Os corpos dos neurônios pré-ganglionares parassimpáticos estão localizados no interior dos


núcleos do encéfalo ou no interior das porções laterais da substância cinzenta da medula
espinal nos segmentos S2, S3, S4. Devido a isso é chamada parte crânio-sacral.

- Fibras não passam pelos nervos espinhais.

- Glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos vasos sanguíneos cutâneos não possuem
inervação parassimpática.

Salvo exceções, a parte parassimpática não inerva vasos.

- Os axônios parassimpáticos que os corpos se localizam em núcleos do encéfalo, alcançam as


vísceras da cabeça, tórax e abdome no interior dos nervos cranianos óculomotor, facial,
glossofaríngeo e vago.

- Os axônios pré nos quatro nervos cranianos trocam sinapse com os gânglios que estão
localizados próximos às vísceras na parede interna.

- Os axônios pré, cujos corpos celulares estão na região sacral da medula espinal, saem pelas
raízes ventrais dos nervos sacrais. Esses axônios deixam as raízes ventrais para formar os N.
esplâncnicos pélvicos que se interconectam no plexo hipogástrico.

- Suprem vísceras da cavidade de pelve.

- Os axônios pré da região sacral trocam sinapse com neurônios pós no gânglio terminal,
localizado próximo aos órgãos inervados.

Funções

- Fibras pré e pós-parassimpáticas e fibras pré-simpáticas, liberam acetilcolina. A mesma


substância neurotransmissora secretada pelos neurônios motores somáticos.

- Estas fibras são denominadas colinérgicas.

- As fibras pós-simpáticas secretam norepinefrina (noradrenalina) e são denominadas


adrenérgicas.

- Dentre as fibras pós-simpáticas existe uma exceção. As fibras que vão em direção as
glândulas sudoríparas são colinérgicas.

- Salvo poucas exceções (tais como glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos,
medula da suprarrenal e vasos) a maioria dos órgãos é inervado pelas duas partes do SNA

- Normalmente Respostas Opostas.


Diferenças Fisiológicas

- De modo geral têm ação antagônica, embora trabalhem harmonicamente na coordenação da


atividade visceral. Normalmente o simpático ativa as ações e o parassimpático as inibe.

Indicação de Leitura

Deixo como indicação de leitura, o artigo intitulado Sistema sensório-motor articular: revisão
da literatura, dos autores Marisa de Cássia Registro Fonseca, Aline Miranda Ferreira e Amira
Mohamede Hussein. Este artigo é uma revisão bibliográfica que identifica as estruturas e a
fisiologia do sistema sensório-motor articular, bem como dos níveis de controle motor da
propriocepção articular, e definir o papel do sistema sensório-motor na estabilidade da
articulação. Disponível em:

http://www.revistas.usp.br/fpusp/article/view/76122/79879. Acesso em: 9 jul. 2018.


Assista às videoaulas desta aula utilizando os QRCodes abaixo:

Videoaula 1
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Videoaula 2
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Videoaula 3
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Encerramento

Nesta aula, vimos que existem três tipos de tecido muscular, mas para se estudar o sistema
muscular, é preciso estudar o sistema músculo esquelético, já que a musculatura lisa é
estudada junto com os sistemas viscerais, e o músculo estriado cardíaco junto com o coração.

Vimos que o músculo apresenta organização interna que permite a estrutura trabalhar de
forma individualizada, sem sofrer interferência de outros componentes. A anatomia do
músculo o divide em duas porções, uma carnosa que é a porção contrátil, e outra com
finalidade de conectar o músculo ao osso e garantir a mecânica muscular.

Os músculos apresentam diferentes classificações funcionais de acordo com o movimento


realizado. Seu crescimento ocorre de formas distintas na vida pré e pós-natal. Vimos também
que o músculo apresenta uma organização celular de certa complexidade, bem como que o
mecanismo de contração muscular ocorre em etapas sucessivas dependo de uma série de
ajustes e componentes para ocorrer, levando inclusive à alteração do tamanho da célula
muscular. Também conhecemos as características mecânicas do sistema muscular e de qual
forma ele se comportamento no movimento.

Nesta aula, vimos ainda o Sistema Nervoso Central, sua constituição, sua divisão anatômica, as
diversas porções que compõe o SNC e a fisiologia de cada uma delas e também, após o estudo
do Sistema Nervoso Periférico vimos que ele é formado por basicamente três componentes,
que os nervos apresentam funções altamente especializadas e que os diferentes estímulos
para diferentes áreas do organismo se propagam e são conduzidos por vias distintas.
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!

Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o


funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas
ao curso serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!

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