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fisiologia humana
Na UNIDADE 02 vamos conhecer o sistema muscular, que pode ser chamado de porção
ativa do movimento, pois sem a contração muscular, não há movimento.
No entanto, existem diferentes tipos de tecido muscular e uma série de
particularidades importantes para o movimento. Além disso, o sistema muscular
apresenta uma estrutura celular bastante complexa, uma vez que ele precisa alternar
estados de contração e relaxamento, produzir força, converter moléculas, enfim,
realizar uma vasta gama de ações. O entendimento da fisiologia muscular permite
compreender eventos do cotidiano. Nesta unidade, também estudaremos as
características fisiológicas e anatômicas do Sistema Nervoso e explorar primeiro o
sistema nervoso central (SNC), e depois o sistema nervoso periférico (SNP), que atua
como um mensageiro e conduz estímulos dentro do sistema. Boa aula a todos!
Objetivos
Conteúdo programático
Aula 1 – Sistema Muscular.
Aula 2 – Sistema Nervoso.
Referências
BRANDÃO, Mirian Celeste Sanaiote. Anatomia sistêmica: visão dinâmica para o
estudante. Editora Gunabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ, 2004.
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CITOW, Jonathan Stuart; MACDONALD, Robert L. Neuroanatomia e Neurofisiologia:
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DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e
segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, Sp.2002
DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e
segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, SP.
2002. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 1995
GARCIA, Sonia Maria Laverde; Fernandez, Casemiro Garcia Embriologia. 2º edição.
Artmed Editora, Porto Alegre, 2001.
HALL, Susan J. Biomecânica Básica. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2013.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia Básica. Editora Guanabara
Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ, 2004.
KOCH, Hilton Augusto; Ribeiro, Eliana Claudia; TONOMURA, Elise Tchie. Radiologia na
Formação do Médico Geral. Editora Revinter. Rio de Janeiro, RJ. 1997.
MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. Editora Atheneu. São Paulo, SP.
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MC GINNIS, Peter M. Biomecânica do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Artmed,
2002.
NOOBACK, Charles R.; STROMINGER, Norman L.; DEMAREST, Robert J. Neuroanatomia
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1999.
ROWLAND, Lewia P. Tratado de Neurologia. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de
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SADLER, T.W. Langman Embriologia Médica. 8º Edição. Editora Guanabara Koogan S.A.
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WARWICK, Roger; WILLIANS, Peter L. Gray anatomia.
WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do esporte e do exercício. Editora
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Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 1997.
INTRODUÇÃO
Os músculos são órgãos que ativam o movimento, formado por células especializadas em
contração e relaxamento. Cada músculo seu é ativado por um comando neural e são capazes
de transformar energia química (ATP) em energia mecânica (trabalho).
Existem dois tipos de tecido muscular: o estriado e o liso. Quando o impulso para a contração
se origina de um ato voluntário, diz-se que o músculo é voluntário, e quando o impulso parte
do sistema nervoso, da qual não se tem controle, diz-se que o músculo é involuntário. Os
músculos voluntários e involuntários possuem diferenças histológicas: o voluntário apresenta
estriações transversais e, por isso, denominados estriados. Em contrapartida, os involuntários
são lisos. O músculo cardíaco por sua vez assemelha-se histologicamente ao voluntário, no
entanto, age como involuntário.
Além da histologia, pode-se diferenciar o músculo liso do estriado também pela topografia. Os
músculos estriados possuem pelo menos uma extremidade presa ao sistema ósseo, portanto,
são esqueléticos. Já o liso é chamado visceral, pois é encontrado na parede de diversas
vísceras e vasos. Porém, há exceções.
As considerações que vamos fazer neste momento são referentes aos músculos estriados
esqueléticos.
Funções
Quando se pensa em sistema muscular, o que vem à mente é (1) a produção de força para
locomoção, considerando que o sistema muscular é o órgão ativo do movimento, já que o
sistema esquelético é o elemento passivo do movimento, cabe ao músculo “movimentar-se”
para deslocar o esqueleto e produzir movimento. Mas a atividade muscular também está
relacionada à respiração, pois é a contração muscular que permite à caixa torácica se expandir
e comprimir durante a mecânica respiratória.
A tensão muscular que a musculatura produz auxilia (2) a produção de força para a
sustentação postural, considerando que temos músculos que são classificados como de
“contração intermitente”, ou seja, músculos que estão em contração constante quando o ser
humano está em pé. São eles que garantem a manutenção da postura.
A contração muscular também tem como função (3) manter as peças ósseas unidas, pois se
não fosse pela presença da musculatura, os ossos não teriam como se manter posicionados e o
ser humano não seria capaz de se movimentar, pois a estrutura iria desmontar.
Sabe por que quando a temperatura está baixa o indivíduo começa a tremer? A resposta está
entre as funções do sistema muscular, pois a (4) produção de energia durante a exposição ao
frio também é função do sistema muscular. Mas como isso ocorre? Para que o sujeito trema
de frio, são necessárias contrações musculares, e para que o músculo entre em contração, é
necessário queima de ATP. Como toda queima libera calor, o sistema muscular consegue
produzir energia térmica para proteger o indivíduo.
Constituição
Conforme dito acima, o músculo é composto por células especializadas. A célula muscular
também é conhecida por fibra muscular. As fibras musculares são envolvidas por tecido
conjuntivo, chamado endomísio. As fibras musculares se agrupam e formam os fascículos
musculares, que estão envoltos pelo perimísio. O conjunto de fascículos configuram unidades
chamadas feixes, envoltas pelo epimisio. E, por fim, o conjunto de feixes constitui o músculo,
que está revestido pela fáscia muscular.
Mecânica muscular
A contração do ventre vai produzir uma ação mecânica cujo resultado é geralmente
representado pelo deslocamento de um segmento.
Para poder contrair-se livremente, o ventre muscular não se prende no esqueleto, mas em
pelo menos dois ossos, cruzando a articulação. Quando o ventre muscular se contrai, ocorre
um encurtamento do comprimento do músculo e o deslocamento da peça óssea.
Origem e inserção
Geralmente nos membros a parte proximal chamada de origem é a distal de inserção. Porém,
Dangelo e Fattini (2002) ressaltam que a origem e a inserção podem mudar durante o
movimento.
Classificação funcional
Brandão (2004) traz ainda os posturais, que têm como função a manutenção da postura.
Seu crescimento e desenvolvimento embrionário é controlado pelo gene MyoD, que regula os
processos de hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares recém formadas.
Número de músculos
O número de músculo até hoje é uma questão controversa. Brandão (2004) cita 501, e
Wilmore e Costill (2001) dizem que são mais de 600. Porém, a última citação é a mais aceita
pelos anatomistas.
Fisiologia do Sistema Muscular
Fibra muscular
De maneira geral, o músculo é formado por numerosas fibras que apresentam diâmetros que
variam de 10 a 80 micrômetro. Essas fibras também são formadas por subunidades de
tamanho menor.
Em grande parte dos músculos esqueléticos, essas fibras se prolongam por todo o
comprimento do músculo, e em 98% das fibras a inervação é feita por apenas uma terminação
nervosa situada próximo ao centro da fibra (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2005).
Sarcolema
Miofibrilas
A actina se apresenta sob a forma de estruturas longas e fibrosas, formadas por duas cadeias
de monômeros esféricos ou globulares torcidos um sobre o outro. Cada monômero globular
de actina G tem uma região a qual a miosina pode se ligar.
Já a miosina é uma molécula maior e mais complexa em forma de bastão que exibe uma
saliência lateral e globular numa das extremidades. Essa molécula, quando submetida a uma
rápida proteólise, pode ser separada em dois fragmentos de meromiosina, sendo um leve e
um pesado. Estudos químicos demonstraram que a meromiosina pesada é aquela que tem
atividade ATPásica, além de ser o local de ligação com a actina.
Já as faixas escuras contêm filamentos de miosina e são chamadas de faixa A por serem
anisiotrópicas à luz polarizada. As pequenas projeções laterais dos filamentos de miosina são
chamadas pontes cruzadas, e são as interações entre os filamentos de miosina e actina,
chamadas de pontes cruzadas, que causam a contração muscular.
As extremidades dos filamentos de actina encontram-se ligados ao disco Z, que cruza a
miofibrila de uma para outra, ligando-se e alinhando-se às miofibrilas através de toda fibra
muscular. Dessa maneira, as fibras musculares apresentam faixas claras e escuras, conferindo
ao músculo esquelético e ao músculo cardíaco aparência estriada.
Segundo Hall (2012), o mecanismo geral da contração muscular ocorre nas seguintes etapas:
1 – Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras
musculares.
3 – A acetilcolina age em área local da membrana da fibra muscular para abrir múltiplos canais
de cátion, “regulados pela acetilcolina”, por meio de moléculas de proteína que flutuam na
membrana.
4 – A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite a difusão de grande quantidade
de íons sódio para o lado interno da membrana das fibras musculares. Isso causa
despolarização local que, por sua vez, produz a abertura de canais de sódio dependentes da
voltagem. Isso desencadeia o potencial de ação na membrana.
5 – O potencial de ação se propaga por toda a membrana da fibra muscular, do mesmo modo
como o potencial de ação cursa pela membrana das fibras nervosas.
7 – Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo
com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil.
8 – Após fração de segundo, os ions cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático pela bomba de Ca++ da membrana, onde permanecem armazenados até que
novo potencial de ação muscular se inicie; essa remoção dos ions cálcio das miofibrilas faz com
que a contração muscular cesse.
A fosfocreatina conduz uma ligação de grande energia, semelhante a do ATP, mas com maior
volume de energia livre. Essa energia liberada leva a ligação de um novo íon fosfato ao ADP,
reconstruindo o ATP. A combinação entre ATP e fosfocreatina deve manter contração por
apenas de 5 a 8 segundos.
O glicogênio, quando quebrado em ácido pirúvico e ácido lático, libera energia utilizada para
converter ADP em ATP. Essas reações glicolíticas podem ocorrer na ausência de oxigênio. A
formação de ATP pelo meio glicolítico ocorre a uma taxa 2,5 vezes mais rápida do que
mediante a presença de oxigênio.
Tipos de Contração
Uma forma simples de tentar visualizar na prática esses diferentes tipos de contração pode ser
demonstrado usando como exemplo um movimento do cotidiano tal como carregar uma
cadeira.
Somação: se um segundo após o músculo estimulado ele receber outro estímulo, haverá uma
somação das forças.
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Sistema nervoso
INTRODUÇÃO
O sistema nervoso humano é o mais evoluído do reino animal, uma vez que se trata de “uma
extensa e complicada organização de estruturas” (GOSS, 1977). Esta organização forma uma
rede que garante o controle das ações orgânicas, bem como a vida de relação.
Encéfalo
O encéfalo é a porção superior do SNC formada pelo cérebro, cerebelo e o tronco encefálico,
que por sua vez consiste no mesencéfalo, ponte e bulbo, que alguns autores chamam de
medulo oblonga. (FATTINI, 2002). Na sequência, vamos analisar cada estrutura.
Cérebro
Segundo Goss (1977), sob uma ótica topográfica, podemos chamar de cérebro grande
estrutura arredondada que ocupa a maior parte da cavidade craniana. Esta estrutura possui
uma grande fenda medial, chamada de fissura longitudinal, que divide o cérebro em duas
porções, chamadas hemisférios cerebrais. Machado (1998) e Citow e Macdonald (2004)
descrevem que no fundo desta fissura, encontramos um conjunto de fibras transversais
chamadas de corpo caloso, uma grande comissura branca central que une os dois hemisférios.
Seccionando o corpo caloso, separamos os dois hemisférios cerebrais, e é possível identificar
as estruturas que constituem o cérebro e visualizar o telencéfalo, que é a porção mais externa
do hemisfério e o diencéfalo, a porção mais interna que não pode ser vista externamente. O
diencéfalo e uma estrutura ímpar subdividida em quatro regiões denominadas tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo.
Os hemisférios cerebrais são constituídos por uma substância cinzenta que pode ser
identificada como uma fina camada externa, e mais internamente localiza-se a substância
branca (MACHADO, 1998; GOSS, 1977; FATTINI, 2002; BRANDÃO, 2004 e CITOW e
MACDONALD, 2004).
Disponível em:
<https://www.parkinson.pt/?lop=conteudo&op=577bcc914f9e55d5e4e4f82f9f00e7d4&id=0537fb40a
68c18da59a35c2bfe1ca554&print=1>. Acesso em: 10 dez. 2018.
A porção externa do córtex cerebral é dívida em quatro porções chamadas lobos. Cada lobo
recebe o nome da estrutura óssea com a qual está relacionada, salvo uma única exceção.
Localizado anteriormente, o lobo frontal é o maior deles e relaciona-se com o osso frontal; o
lobo parietal, situado na porção lateral e superior do hemisfério, guarda relações com o osso
parietal; o lobo temporal encontra-se na parede lateral inferior na região no osso temporal; o
lobo occipital na região posterior do hemisfério, profundo ao osso occipital; e por fim o lobo
da insula, situado na face interna do sulco lateral, que não se relaciona com os ossos do crânio,
e que alguns autores o chamam de lobo central (GOSS, 1977).
O córtex cerebral tem uma aparência macroscópica marcada pela presença de circulvulções,
ou seja, giros, lóbulos, sulcos e fissuras; características compostas por arranjos estruturais,
ultraestruturais e bioquímicos no interior do telencéfalo (BRANDÃO, 2004).
Machado (1998) descreve que o telencéfalo relaciona-se com funções psíquicas superiores
(abstração, lógica e raciocínio, entre outros), comando e controle de vários comportamentos
motores, com a recepção e integração de fenômenos sensoriais, além de gerenciar e integrar
os demais sistemas corpóreos.
Diencéfalo
O diencéfalo, conforme descrito anteriormente, é uma região cerebral ímpar que liga o
mesencéfalo com os hemisférios cerebrais e encontra-se completamente envolvido pelo
telencéfalo. O diencéfalo compreende quatro territórios anatomicamente denominados
tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo (YOUNG e YOUNG, 1997).
O tálamo é descrito por Gardner (1963) como uma grande massa ovoide de aproximadamente
4 cm de comprimento. É uma estrutura par, ou seja, presente nos dois hemisférios cerebrais.
Na região interior, encontramos o núcleo anterior, uma estrutura que tem função integradora
junto ao Circuito de Papez. Pensa-se que esse circuito está relacionado com o comportamento
afetivo, emocional e também com a memória recente. Uma lesão nesta região produz uma
incapacidade de repetir ordens verbais por meio de linguagem, um tipo de amnésia
anterógrada. O Circuito de Papez determina a resposta fisiológica apresentada pelo organismo
diante de um estímulo emocional (MACHADO, 1998; TRIATHOU, 2008).
Hipotálamo
Segundo Brandão (2004), o hipotálamo é uma estrutura localizada abaixo e à frente do sulco
hipotalâmico. Possui três partes visíveis externamente na peça anatômica, indicadas por Goss
(1977): os corpos mamilares, tuber cinero, infundíbulo, hipófise e quiasma óptico.
Quanto à função, Brandão (2004) e Citow e Macdonald (2004) citam que o hipotálamo atua no
controle de funções endócrinas, regulando a fome e a saciedade. Também controla funções
vegetativas, regula a temperatura do corpo e atua sobre o comportamento emocional.
Epitálamo
Subtálamo
Young e Young (1997) descrevem o subtálamo como uma zona de transição entre o tálamo e o
mesencéfalo, composto pela formação reticular subtalâmica, que algumas literaturas chamam
de zona incerta, e um núcleo subtalâmico. Esse núcleo é importante na regulação da
motricidade somática, e lesões nesta área repercutem na síndrome do hemibalismo.
Indicação de Leitura
Indicação de Filme
Para aqueles que gostam de se aventurar pela telinha da TV, deixo como indicação de série, o
episódio 1 da 1ª temporada de Dr. House. Observe as relações estruturais gerais do sistema
nervoso, e apesar de não ser o tema central da aula, note a importância das vacinas para a
segurança do indivíduo.
Tronco encefálico
Goss (1977) descreve o tronco encefálico como “a porção de encéfalo que une a medula
espinhal com o prosencéfalo”, e Young e Young (1997) complementam que essa estrutura,
também chamada de tronco cerebral, tem forma de haste e é formada no sentido crânio
caudal por mesencéfalo, ponte e bulbo.
Segundo Young e Young (1997), as lesões no tronco encefálico se manifestam por disfunções
somatosensoriais, ou motoras, ou ambas. Porém, muitos dos centros funcionais,
especialmente os mais caudais, têm funções vitais, e lesões no Tronco Encefálico geralmente
são fatais.
Mesencéfalo
A porção inicial do tronco encefálico no sentido crânio caudal, situado entre o encéfalo e a
ponte, é o componente mais curto do tronco encefálico. Possui núcleos dos nervos óculo
motor (III) e troclear (IV), assim como centros associados a reflexos auditivos, visuais e
pupilares. Pelo mesencéfalo, passa o Aqueduto de Sylvios ou Cerebral, um estreito canal de
circulação do líquor. (YOUNG e YOUNG, 1997).
Ponte
É uma proeminente elevação na face ventral do tronco encefálico, com margens bem
definidas, localiza-se entre o mesencéfalo é o bulbo. Posteriormente está coberta pelo
cerebelo, estrutura a qual está ligada. Os núcleos pontinos relacionam-se com os nervos
trigêmeo (V), abducente (VI) e facial (VII), possuindo centros associados à mastigação,
movimentos oculares, expressão facial, piscar de olhos, salivação, equilíbrio e audição. (GOSS,
1977; YOUNG e YOUNG, 1997).
Bulbo
O bulbo contém núcleos relacionados aos nervos vestíbulo-coclear (VII), glossofaríngeo (IX),
vago (X), parte craniana do acessório (XI) e hipoglosso (XII). Possui centros associados ao
equilíbrio, audição, deglutição, tosse, vômito, salivação, movimentos linguais, respiração e
circulação (YOUNG e YOUNG, 1997).
Young e Young (1997) citam que o cerebelo é o “pequeno cérebro”, uma estrutura grande e
simétrica em ambos os lados, e Brandão (2004) descreve a posição da estrutura da seguinte
forma: “está situado na fossa craniana posterior”. Já Machado (1998) observa que topográfica
e funcionalmente o cerebelo está ligado à medula espinhal, ao bulbo, à ponte e ao
mesencéfalo, ou seja, ao tronco encefálico.
Medula Espinhal
A medula espinhal é uma estrutura alongada, quase cilíndrica, que se inicia no forame magno e
limita-se caudalmente na altura da 2º vértebra lombar. Seu comprimento médio é de 42 a 45
cm e pesa 30g. (GOSS, 1977; YONG e YOUNG, 1997; BRANDÃO, 2004).
A medula é a estrutura por meio da qual o encéfalo se comunica com todas as partes abaixo da
cabeça e conecta-se aos nervos espinhais. Os impulsos de sensações gerais tais como tato e
dor, originados nos membros, pescoço e tronco, têm que passar pela medula para atingir o
cérebro, e ali vão ser percebidos. Ademais, os comandos para os movimentos voluntários
nessas regiões devem passar pela medula espinhal para chegar aos nervos espinhais que
inervam os músculos apropriados (GOSS, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD,
2004).
(GOSS, 1977; YOUNG e YOUNG, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD, 2004;
BRANDÃO, 2004).
A aracnoide conecta-se com as outras duas meninges por meio de filamentos que lembram
uma teia de aranha, preenchendo um espaço chamado de subaracnoide por onde circula o
liquor.
Goss (1977) cita que existem muitas evidências de que determinadas áreas do córtex cerebral
não funcionam independentemente, sem a influência de outras áreas ou mesmo do hemisfério
inteiro. No entanto, estudos da citoarquitetura e da mieloarquitetura de diferentes áreas,
extirpação parcial cirúrgica, estimulação elétrica sob anestesia local e experimentação em
animal, tornaram possível dar uma identificação funcional a certas áreas. Em 1909, Brodmann
mapeou quarenta e sete áreas diferentes, demonstradas a seguir.
ÁREA DE
BRODMANN FUNÇÃO
1, 2,3 TATO
5 ESTEREOGNOSIA
17 VISÃO, PROFUNDIDADE
19 FORMAÇÃO DA VISÃO
20 FORMAÇÃO DA VISÃO
21 AUDIÇÃO, FALA
22 EMOÇÕES
23, 24, 25, 26,27 OLFATO, EMOÇÕES
28 EMOÇÕES
37 OLFATO, EMOÇÕES
40
41 AUDIÇÃO
42 AUDIÇÃO
43 PALADAR
Célula Nervosa
O autor ainda cita que os neurônios podem ser classificados de acordo com a sua função:
Os axônios ainda podem estar envolvidos por uma bainha lipídica chamada Mielina.
Neurônios motores alfa e gama
- Neurônios alfa: são maiores e inervam o músculo esquelético, enviando fibras nervosas para
grandes fibras musculares.
- Neurônios Gama: possuem fibras menores, são 50% menos numerosos e inervam fibras
internas do músculo.
Em alguns momentos ocorre a coativação, que é a ativação dos neurônios alfa e gama ao
mesmo tempo.
Nervos
Os nervos podem ser formados por fibras mistas, sensitivas ou motores. As fibras sensitivas
conduzem os estímulos para as SNC. As fibras motoras estimulam e ativam a musculatura, ou
seja, conduzem o estímulo. Por fim, as fibras mistas contêm tanto fibras motoras quanto
sensitivas.
As fibras nervosas podem ser somáticas ou viscerais. As fibras viscerais estão relacionadas às
vísceras, aos movimentos involuntários. Por sua vez, as fibras somáticas, a grosso modo, estão
relacionadas ao sistema muscular e ao movimento voluntário.
E, por fim, as fibras somáticas e viscerais podem ser aferentes ou eferentes. As fibras aferentes
“chegam” ao SNC, e as eferentes "saem” do SNC.
São chamados de nervos espinhais aqueles que fazem conexões com a medula espinhal. São
31 pares de nervos espinhais. Os nervos espinhais são numerados de acordo com a sua
emergência, sendo: oito pares cervicais, doze pares torácicos, cinco pares sacrais e um par
cocígeo. Os nervos espinhais são todos mistos.
Os nervos que realizam que realizam conexões com o encéfalo são chamados de nervos
cranianos. São doze pares de nervos cranianos, e possuem componentes funcionais
constituídos por:
I par Olfatório
II par Óptico
V par Trigêmio
VI par Abducente
IX par glossofaríngeo
X par Vago
XI par Acessório
Os nervos espinhais se unem em plexos. São numerados de acordo com sua emergia, sendo:
C1 – C8 os cervicais, T1 – T12 os torácicos, L1 – L5 os nervos sacrais e Co o par cocígeo.
Divisão e função
As funções voluntárias realizadas pelo organismo, ou seja, aquelas funções que ocorrem de
acordo com a vontade do indivíduo são realizadas pelo Sistema Nervoso Somático (SNS). Já as
funções que involuntárias, que independem da consciência, são controladas pelo Sistema
Nervoso Autônomo ou Visceral (SNA), que funciona em nível inconsciente.
O SNA e o SNS também podem ser separados topograficamente. As vias eferentes do SNA que
saem do SNC são compostas por dois neurônios, um pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. Já
o SNS possui, em sua via eferente, apenas um neurônio, que segue direto para a estrutura
inervada.
O SNA pode ser divido estrutural e funcionalmente em duas porções: a parte simpática e a
parassimpática.
Também denominado parte toracolombar, pois se localiza no primeiro segmento torácico (T1)
até o segundo Lombar (L2). Os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares da parte
simpática estão localizados nas colunas laterais da substância cinzenta da coluna espinal. Os
axônios desses neurônios motores viscerais deixam a medula espinal pelas raízes ventrais,
junto com os axônios motores somáticos, e penetram nos ramos dorsal e ventral dos nervos
espinais após vários segmentos. Após percorrerem uma pequena distância nos ramos ventrais
dos nervos espinais, todas as fibras simpáticas pré-ganglionares deixam esses ramos e
penetram em um gânglio, de uma série de gânglios interconectados que formam a cadeia
simpática de gânglios. Esta cadeia forma uma via longitudinal chamada de tronco simpático,
situado um em cada lado da coluna vertebral em toda a sua extensão, incluindo as regiões
cervical e sacral. Com exceção na região cervical, onde vários gânglios se unem para formar
gânglios maiores, os ramos ventrais de cada nervo espinal possuem um gânglio simpático
associado.
A maioria das fibras simpáticas é mielínica, por isso são chamadas de ramos comunicantes
brancos. Existem 14 ramos comunicantes brancos por toda a região simpática.
- Glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos vasos sanguíneos cutâneos não possuem
inervação parassimpática.
- Os axônios pré nos quatro nervos cranianos trocam sinapse com os gânglios que estão
localizados próximos às vísceras na parede interna.
- Os axônios pré, cujos corpos celulares estão na região sacral da medula espinal, saem pelas
raízes ventrais dos nervos sacrais. Esses axônios deixam as raízes ventrais para formar os N.
esplâncnicos pélvicos que se interconectam no plexo hipogástrico.
- Os axônios pré da região sacral trocam sinapse com neurônios pós no gânglio terminal,
localizado próximo aos órgãos inervados.
Funções
- Dentre as fibras pós-simpáticas existe uma exceção. As fibras que vão em direção as
glândulas sudoríparas são colinérgicas.
- Salvo poucas exceções (tais como glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos,
medula da suprarrenal e vasos) a maioria dos órgãos é inervado pelas duas partes do SNA
Indicação de Leitura
Deixo como indicação de leitura, o artigo intitulado Sistema sensório-motor articular: revisão
da literatura, dos autores Marisa de Cássia Registro Fonseca, Aline Miranda Ferreira e Amira
Mohamede Hussein. Este artigo é uma revisão bibliográfica que identifica as estruturas e a
fisiologia do sistema sensório-motor articular, bem como dos níveis de controle motor da
propriocepção articular, e definir o papel do sistema sensório-motor na estabilidade da
articulação. Disponível em:
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Encerramento
Nesta aula, vimos que existem três tipos de tecido muscular, mas para se estudar o sistema
muscular, é preciso estudar o sistema músculo esquelético, já que a musculatura lisa é
estudada junto com os sistemas viscerais, e o músculo estriado cardíaco junto com o coração.
Vimos que o músculo apresenta organização interna que permite a estrutura trabalhar de
forma individualizada, sem sofrer interferência de outros componentes. A anatomia do
músculo o divide em duas porções, uma carnosa que é a porção contrátil, e outra com
finalidade de conectar o músculo ao osso e garantir a mecânica muscular.
Nesta aula, vimos ainda o Sistema Nervoso Central, sua constituição, sua divisão anatômica, as
diversas porções que compõe o SNC e a fisiologia de cada uma delas e também, após o estudo
do Sistema Nervoso Periférico vimos que ele é formado por basicamente três componentes,
que os nervos apresentam funções altamente especializadas e que os diferentes estímulos
para diferentes áreas do organismo se propagam e são conduzidos por vias distintas.
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!