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Djhulien Kozak – T68 2.

Discriminação de tons (frequência): identificar


Quarta-feira, 16 de março de 2022 se o som é grave ou agudo
3. Identificação de timbres: é a característica

Fisiologia II – Aula 6 específica da fonte sonora. Exemplo: o som do


piano e do violão são diferentes
Fisiologia da Audição 4. Localização espacial dos sons: o sistema nervoso

Prof. Ilton consegue identificar de onde está vindo o som. É


dividido em dois componentes: horizontal e
Objetivos da aula vertical

• Conhecer as propriedades físicas do som 5. Compreensão da fala e de sons complexos:

• Rever a organização anatômica do sistema interpretação e raciocínio (capacidade semântica)

auditivo
• Conhecer as submodalidades da audição e suas Propriedades físicas do som
formas de representação no sistema auditivo • O som tem capacidade de vibração e de
• Conhecer os principais componentes propagação, como no movimento de uma corda
anatomofuncionais do sistema vestibular • É mais intenso próximo à fonte sonora (local de
origem) e vai se dissipando no ar, propagando-se
Som em todas as direções

• Som é a perturbação vibratória do ambiente.


Audição é a capacidade de perceber os sons
• As vibrações que representam sons para nós
(espectro audível): frequência entre 20 e 20.000 Hz
e intensidades entre 0 e 120dB
• A captação dessas frequências difere em razão da
idade e temos maior sensibilidade às frequências
em torno de 2.000Hz (fala)
• Alguns animais percebem sons de frequências
mais altas (ultrassons), como o cão e morcego, e • A vibração do objeto põe em movimento as
outros mais baixas (infrassons), como a baleia e partículas do ar circundante e há propagação do
elefante som no ambiente: criam-se regiões de rarefação e
compressão das partículas (uma onda empurra a
Submodalidades da audição
outra), que se deslocam para fora como superfícies
• Dentro do espectro audível, cada um de nós é esféricas de raios crescentes
capaz de identificar algumas características do som,
que constituem as submodalidades auditivas:
1. Discriminação de intensidade sonora
(amplitude): identificar se o som é forte ou fraco
Interferência sonora
a. Interferência construtiva: ocorre quando duas
ondas de mesma fase se somam, portanto uma
reforça a outra. Resultado: aumenta a amplitude da
onda, gerando um som mais alto/ forte

Diapasão
• Material que vibra em uma frequência específica
• Permite determinar a frequência das vibrações
sonoras de um som b. Interferência destrutiva: ocorre quando duas
• Utilizado para afinar instrumentos musicais ondas de fases diferentes se encontram, de forma
que uma aniquila a outra. Resultado: som é anulado

c. Soma de ondas de diferentes amplitudes:


• É o que acontece na maioria dos sons na natureza
Frequência
• As ondas se compõem com diferentes amplitudes,
• Corresponde ao número de ciclos por segundo
frequências e fases, formando ondas complexas
• A partir dela os sons são classificados em:
• É essa composição que dá origem ao timbre, pelo
◦ Sons agudos: frequência maior
qual podemos identificar diferentes sons para uma
◦ Sons graves: frequência menor
mesma nota musical, por exemplo
• Medida em Hz. 1 Hertz = 1 ciclo por segundo
Obs: apesar dos sons do piano e violão serem
Amplitude diferentes, eles possuem uma frequência que é
• É a densidade de partículas de ar deslocadas comum para ambos, chamada de frequência
• Mede a intensidade e volume do som (dB) fundamental (geralmente o comprimento de onda
• A partir dela os sons são classificados em: de menor frequência). É ela que nos permite
◦ Sons altos/ fortes: maior amplitude identificar a nota musical, apesar dos timbres
◦ Sons mais baixos/ fracos: menor amplitude diferentes
Anatomia
• Orelha externa: concentra e amplifica
seletivamente as ondas sonoras. Formada pelo
pavilhão auditivo e meato acústico externo
• Orelha média: transmite as vibrações do tímpano
para uma membrana que veda a janela oval.
Formada pelo tímpano, ossículos (martelo, bigorna
e estribo) e meato acústico interno (tuba auditiva)
• Orelha interna: cóclea (onde estão os receptores

Mesma nota musical tocada por diferentes auditivos) e canais semicirculares

instrumentos

• Cóclea:
Reflexo de atenuação • É um tubo ósseo enrolado em uma espiral
• Usado para atenuar sons que podem ser lesivos apertada onde ocorre o processamento auditivo
• Envolve: • O nervo auditivo está localizado nessa porção
◦ Regulação da rigidez da membrana timpânica e • Contém o órgão de Corti, onde estão as células
cadeia ossicular mecanorreceptoras, e a membrana basilar:
Obs: cadeia ossicular = sistema de amplificação ◦ Membrana basilar: onde ocorre a identificação
sonora das submodalidades sonoras (intensidade,
◦ Depende de dois pequenos músculos: extensor do frequência e timbre)
tímpano e estapédio, que se tornam mais rígidos na ◦ Órgão de Corti: células que ficam apoiadas na
atenuação membrana basilar e funcionam como
◦ É mais sensível a sons graves mecanoreceptores. A informação da membrana
• Os indivíduos expostos constantemente a grandes basilar é transmitida a essas células e depois levada
intensidades sonoras, em geral, apresentam ao nervo auditivo
limiares de audibilidade mais altos que os demais,
o que de início se deve a uma hiperfunção do
reflexo de atenuação, mas depois se converte em
um enrijecimento das articulações entre os
ossículos, resultando em surdez
• Transmissão sonora:
1. O som vibra e desloca a membrana timpânica
2. Isso movimenta, respectivamente, os ossículos
martelo, bigorna e estribo
3. O estribo movimenta a membrana da janela oval,
então essa vibração vai ser transmitida para o
líquido dentro da cóclea
4. Esse movimento desloca a membrana basilar,
que deforma as células mecanorreceptoras (órgão
de Corti)
5. Isso promove a abertura dos canais de K+, o que Captação da frequência e intensidade na
despolariza a célula
membrana basilar
6. Canais de Ca++ se abrem, promovendo a abertura
• É pela membrana basilar que identificamos as
de vesículas e liberação de neurotransmissores na
submodalidades sonoras: frequência e intensidade
fenda sináptica, que estimulam a fibra aferente
• A membrana basilar vibra regionalmente, ou seja,
7. Então, a fibra aferente leva a informação ao
cada área vai vibrar de acordo com sua frequência:
nervo auditivo, que transmite para o SNC
◦ Sons agudos: causam vibrações na base
◦ Sons graves: promovem vibrações no ápice
• Além disso, ondas sonoras de grande amplitude
fazem a membrana basilar vibrar mais
intensamente, portanto as células
mecanorreceptoras são mais estimuladas e enviam
mais potenciais de ação (maior frequência),
Obs: as fibras aferentes do nervo auditivo são as portanto o SNC interpreta isso como um som mais
únicas que não decussam (ficam do mesmo lado). forte
Portanto, quando há lesão do núcleo coclear
ocorre surdez unilateral. Todas as demais doenças
neurológicas que afetam o sistema auditivo
provocam perdas sensoriais nos dois "ouvidos"

Intensidade e Tons

Obs: capacidade de identificar os tons =


capacidade tonotópica
• Cada região do córtex cerebral capta uma
frequência específica
• Essas vias que transmitem a informação são
paralelas, mas a interpretação é simultânea

Localização espacial de sons do sistema


auditivo
• Localização horizontal: diferenças de tempo e
intensidade da informação sonora ao chegar ao
núcleo olivar superior:
◦ Um som emitido do lado esquerdo chega primeiro
ao ouvido esquerdo e depois ao direito, com menor
Representação de timbres no sistema intensidade. Isso é conhecido como diferença de
auditivo tempo interaural, e é por conta dessa diferença que
• Os timbres são dados pela mistura de ondas sabemos de onde o som está vindo
sonoras complexas (identificação de composição • Localização vertical: está intimamente
harmônica) relacionado com a morfologia da orelha: ocorre
• Então, a análise espectral é feita pela focalização e direcionamento das ondas sonoras
decomposição de ondas sonoras em componentes pelo pavilhão auricular
senoidais simples
• Essa função é desempenhada pela membrana
basilar e núcleos subcorticais tonotópicos, onde
cada núcleo tonotópico corresponde a uma
frequência
• Então, na detecção do timbre, várias regiões da
membrana basilar são estimuladas ao mesmo
tempo
Distúrbios auditivos Implicações clínicas
• Área de broca: relacionada com a articulação do • Presbiacusia: perda da audição com o avanço da
som idade pela rigidez do tímpano
• Área de Wernick: relacionada com a • Surdez unilateral: lesão de nervo auditivo ou
compreensão e interpretação do som enrijecimento de estruturas do ouvido
• Se essas áreas são atingidas = comprometimento • Surdez de “condução”: lesão do tímpano ou
da função cadeia ossicular (locais de amplificação do som)
• Surdez “neural”: acometimento de receptores ou
lesão de fibras do nervo VIII

Resumo e tópicos para estudo


• As propriedades físicas do som são transmitidas
proporcionalmente para diferentes níveis do

Sistema vestibular sistema nervoso


• A membrana basilar é o primeiro centro
• O órgão receptor do equilíbrio é chamado de
tonotópico do sistema auditivo e essa representação
órgão vestibular. É composto por duas partes:
paralela segue até o córtex auditivo
1. Órgãos otolíticos:
• As submodalidades do sistema auditivo (tom,
• Formados pelo sáculo e utrículo
timbre, intensidade e localização espacial)
• Detectam a posição estática e aceleração linear da
dependem do funcionamento de regiões específicas
cabeça
do sistema auditivo
2. Canais semicirculares: • Lesão de áreas temporais esquerdas podem gerar
• Existem três em cada lado afasias (Broca e Wernick)
• Detectores da aceleração rotacional (angular) da
cabeça
• É preenchido por líquido

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