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Física
Os fundamentos da física
Tema 17 Acústica
TEMA
17 Acústica
O aparelho auditivo humano é capaz de distinguir um amplo espectro de frequências e
captar sons de intensidade muito variada. Porém, a vida em grandes centros urbanos e o uso
inadequado de aparelhos portáteis de som têm provocado o aumento dos casos de indivíduos
com problemas permanentes de audição. Agora, vamos revisar conceitos e fenômenos
relacionados as ondas sonoras e qualidades fisiológicas do som.
Altura
Altura é a qualidade fisiológica que permite diferen- Violino Baixo (voz)
ciar sons graves de sons agudos. Ela está relacionada à
frequência do som.
Flauta Vogal “o” (voz)
Tipo de som Frequência
Agudo Alta
Piano
Grave Baixa
s A mesma nota (com a mesma altura) emitida por
Para o sistema auditivo humano (audição normal), os instrumentos distintos tem diferentes timbres.
limites de frequência situam-se entre 20 Hz, para os graves,
e 20.000 Hz, para os agudos. Sons de frequências inferiores Para formar uma nota musical ocorre a superposição
a 20 Hz são denominados infrassons, e sons de frequências de diversos sons de frequências múltiplas. O som de
superiores a 20.000 Hz são conhecidos como ultrassons. menor frequência constitui o som fundamental e os
demais, com frequências múltiplas, são os harmônicos.
A superposição do som fundamental com os harmônicos
Intensidade determina a forma da onda.
A qualidade fisiológica pela qual é possível diferenciar
os sons fracos dos sons fortes é denominada intensidade
auditiva ou sonoridade, ou ainda nível sonoro do som.
Ela depende da energia transportada pela onda sonora e,
portanto, de sua intensidade física. Fenômenos ondulatórios
A intensidade física I de uma onda é definida pela
razão entre a potência P de uma onda sonora e a área A Reflexão do som
atravessada por ela: O cérebro humano tem persistência auditiva de cerca
de 0,1 s. Isso significa que, se dois sons chegarem a um
ouvinte em um intervalo de tempo menor que esse, a
P pessoa não será capaz de distingui-los. Dependendo do
I= intervalo de tempo entre o som direto e o som refletido,
A
temos os seguintes casos:
• eco: o intervalo de tempo é superior a 0,1 s. O indivíduo
A menor intensidade audível pelo ser humano (au- ouve o som direto e o som refletido separadamente.
dição normal) é conhecida como limiar de audibili- • reverberação: o intervalo de tempo é ligeiramente infe-
dade e vale I0 = 1 3 10212 W/m2. A intensidade máxima rior a 0,1 s. A sensação do som emitido está começando
Suplemento de revisão 2
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a desaparecer quando ele é reforçado pelo som refletido. O indivíduo interpreta o som original como tendo
duração ampliada.
• reforço: o intervalo de tempo é bem inferior a 0,1 s. O organismo não distingue os sons, interpretando-os
como um som único, de maior intensidade.
Difração do som
Fenômeno no qual o som consegue contornar uma abertura (ou um obstáculo), desde que as dimensões
dessa abertura (ou desse obstáculo) sejam próximas do comprimento da onda sonora. No ar, respeitando o
espectro de frequências audíveis, essas dimensões estão compreendidas entre 1,7 cm e 17 m.
Interferência sonora
Um caso importante de interferência sonora é o batimento, que ocorre quando há interferência de ondas
sonoras de frequências ligeiramente diferentes. A intensidade varia de um som forte, ouvido em dado instante,
a um silêncio quase total; a seguir, ouve-se novamente o som forte; e assim por diante. A razão desse compor-
tamento é mostrada na figura 1: os sons fortes ocorrem quando as ondas interferem construtivamente, uma,
reforçando a outra, e o silêncio, quando há interferência destrutiva e as ondas se anulam total ou parcialmente.
f1
a
2a
f2
2a
t
22a
Onda resultante
Figura 1 Batimentos.
A frequência do batimento (fb) é igual à diferença entre as frequências componentes:
fb = Of2 - f1O
Ressonância
Todo corpo possui uma frequência de vibração natural (ou própria). Se ele receber estímulos de frequência
similar à natural, a amplitude de vibração irá atingir valores elevados, o que caracteriza a ressonância. Se o
aumento for drástico, o material poderá se romper.
Fontes sonoras
Cordas vibrantes
Ao aplicar um pulso numa corda fixa pelas duas extremidades,
as ondas se propagam em ambos os sentidos, refletem e retornam, L
provocando interferência. Em alguns pontos, a interferência é T T
construtiva e, em outros, é destrutiva, determinando a formação
de ondas estacionárias com nós nas extremidades (fig. 2). λ1
5L
Para o n-ésimo modo de vibração, valem as expressões abaixo: 2
2L v
Hn = n e fn = nf1 ] fn = n
2L λ2
2 5L
2
Em uma corda de massa m e comprimento L e, portanto,
m λ3
densidade linear j = , com extremidades fixas e submetidas 3 5L
L 2
à força de tração de intensidade T, as ondas se propagam com
velocidade: λ4
4 5L
2
T
L= j Figura 2 Ondas estacionárias em uma corda vibrante.
Suplemento de revisão 3
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L L
λ1 λ1
f1 5L
4 f1 5L
2
λ3
f3 3 5L
4
f2 λ2 5 L
λ
f5 5 5 5L
4
λ3
s Modos naturais de vibração de uma coluna de f3 3 5L
ar em um tubo fechado em uma extremidade. 2
As regiões mais escuras, em que a pressão do
s Modos naturais de vibração de uma
ar é maior, correspondem aos nós.
coluna de ar em um tubo aberto. A
natureza longitudinal é sugerida pelas
regiões mais escuras. Nos locais onde a
Para o i-ésimo modo de vibração, valem as expressões pressão do ar é maior formam-se os nós.
abaixo:
Efeito Doppler
Efeito Doppler é o fenômeno no qual a frequência do som ouvida pelo observador é diferente da emitida
pela fonte, por causa do movimento relativo entre eles.
vO 2 2 vF
1 1
O F
Figura 3
A frequência aparente f e do som percebida pelo observador a partir de uma fonte que se aproxima dele
é maior que a frequência real f do som, pois as frentes de onda se aproximam na direção do movimento
(fig. 3). Ela obedece à seguinte expressão:
v ! vO
fe = f $ e v ! v o
F
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NO VESTIBULAR
Exercício 1
som dentre as propostas a seguir: O som é uma onda mecânica e, portanto, necessita de
um meio material para se propagar (por exemplo, o ar).
a) Propaga-se no vácuo com a mesma velocidade
Alternativa d.
que a luz.
b) Tem velocidade de 340 m/s, qualquer que seja o meio.
c) Tem o mesmo comprimento de onda, qualquer que Com base no enunciado, H = 3 mm = 3 $ 1023 m.
seja o meio. A frequência do som em questão é obtida pela equação
fundamental da Ondulatória:
Exercício 2
d) Necessita de um meio material para se propagar.
v = Hf ] 330 = 3 $ 1023 $ f
e) Não se propaga no ar.
` f = 110.000 Hz
A orelha humana é capaz de perceber sons de frequência
2 (Unipac-MG) Os morcegos voam emitindo curtos gri- máxima de 20.000 Hz; portanto, não podemos detectar o
tos constituídos por ondas mecânicas de comprimen- som emitido pelos morcegos.
to 3 mm, orientando-se pela reflexão dessas ondas
sobre os eventuais obstáculos. Adotando a velocidade Usando a equação fundamental da Ondulatória, temos:
da onda emitida pelo morcego como sendo 330 m/s, • para f = 7.000 Hz
qual a frequência correspondente? Um ser humano v = Hf ] 330 = H $ 7.000
Exercício 3
Frequência
105
104
103
102
101
100
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4 (Fatec-SP) Uma área profissional que tem tido muita Desta forma, em relação às velocidades das ondas
oferta de trabalho é a exploração do petróleo no fundo sonoras e aos pontos destacados no gráfico, repre-
do mar. Para se efetuar uma exploração petrolífera, sentados na figura 2, podemos afirmar que:
é necessária uma pesquisa sísmica. Essa pesquisa é a) I e II referem-se à camada pré-sal.
como uma ultrassonografia da região oceânica, pois
b) III e IV referem-se ao oceano.
permite reconhecer e mapear as várias camadas que
constituem o subsolo marinho. c) II refere-se à camada sal.
Para isso, um navio emite, por meio de canhões de d) IV refere-se à camada pós-sal.
ar comprimido à alta pressão, ondas sonoras. Essas e) V refere-se ao petróleo.
ondas comportam-se de maneira diferente em meios
de propagação diferentes (sólidos, líquidos mais den- 5 (Fatec-SP) Um artista, para apresentar uma canção, toca
sos, líquidos menos densos, gases, etc.), produzindo, (faz vibrar) a corda de um violão no ponto A com uma
assim, uma mudança de velocidade na propagação das mãos e com a outra tensiona, com o dedo, a mesma
da onda. No oceano, essa mudança de velocidade corda no ponto X. Depois disso, começa a percorrer essa
depende basicamente da salinidade, da temperatura corda da posição X até a posição Y, com o dedo ainda
e da densidade do meio. a tensionando, conforme a figura a seguir.
Desta forma, comparando-se os dados gerados e rece-
bidos com o retorno dessas ondas sonoras (sísmicas),
é possível a confirmação da existência de reservas de
óleo e gás no subsolo marinho e da distância destas
do nível da superfície do mar (profundidade).
X
Y
A
0 (Nível da
superfície
Oceano do mar)
2140
metros
Cama pós-sal
Camada de sal 3500
5.500
oscila apenas quando o dispositivo emite sons com
4.500 IV as frequências de 880 Hz e 1.320 Hz.
a) Na situação dessa corda vibrando em seu modo
3.500 fundamental, determine:
III 1. a frequência da vibração;
2.500
2. o comprimento de onda da onda na corda.
1.500 b) Com relação ao som emitido por essa corda quando
II
ela vibra em seu modo fundamental, determine:
500 I
1. a frequência dessa onda sonora;
0 Velocidade do som 2. o comprimento de onda dessa onda sonora.
Figura 2 (Velocidade de propagação do som no ar: 330 m/s)
Suplemento de revisão 6
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portanto, pós-sal.
A região IV corresponde à profundidade de 5.000 m;
portanto, sal.
A região V corresponde à profundidade de 6.700 m;
portanto, petróleo.
Podemos, então, afirmar que a região V refere-se ao
petróleo.
Alternativa e.
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7 (UFPR) Sobre uma corda tensa de extremidades fixas, 10 (Unifei-SP) A figura a seguir representa uma onda
estabelece-se uma onda estacionária de frequência estacionária que se forma no ar contido no interior
24 Hz. Sabendo que a frequência do harmônico ime- do tubo, ao ser acionado o diapasão.
diatamente superior é de 30 Hz, calcule a frequência
de onda estacionária quando esta corda vibra de
maneira fundamental.
1,20 m
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fn = nf1 = 24 Hz y
fn + 1 = (n + 1)f1 = 30 Hz x
Dividindo y por x membro a membro, temos:
nf1 24
= ] 30n = 24(n 1 1) ] n = 4
(n + 1)f1 30
Substituindo n = 4 em y, obtemos:
4f1 = 24 Hz ` f1 = 6 Hz
n T 3 3
f= j = 2 $1
2L 3 $ 10-4
` f = 150 Hz
Alternativa e.
H
3 3 4 = 1,2 m ] H = 1,6 m
Com base na equação fundamental da Ondulatória, temos:
v = H $ f ] 340 = 1,6f
` f = 212,5 Hz
Alternativa a.
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12 (UFMG) Dois diapasões, ao serem acionados, entram 16 (Unicamp-SP) É usual medirmos o nível de uma fonte
em ressonância somente se: sonora em decibéis (dB). O nível de dB é relacionado
a) suas amplitudes de vibração forem iguais. à intensidade I da fonte pela fórmula:
b) a frequência de um não for um múltiplo da frequên- I
cia do outro. Nível sonoro (dB) = 10 3 log10
I0
, em que I0 = 10212 W/m2
c) o período de um não for múltiplo do período do é um valor padrão de intensidade muito próximo do
outro.
limite da audibilidade humana.
d) suas frequências forem iguais.
Os níveis sonoros necessários para uma pessoa ouvir
e) eles sempre entram em ressonância.
variam de indivíduo para indivíduo. No gráfico a se-
13 (PUC-SP) Temos dois tubos sonoros, A e B, cheios de ar. guir, esses níveis estão representados em função da
A é aberto e B, fechado, sendo ambos de 85 cm de frequência do som para dois indivíduos, A e B. O nível
comprimento. Quais as frequências fundamentais, em sonoro acima do qual um ser humano começa a sentir
Hz, destes tubos, respectivamente, sabendo-se que a
dor é aproximadamente 120 dB, independentemente
velocidade de propagação do som no ar do interior dos
tubos é de 340 m/s? da frequência.
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2L
Para o tubo B, temos:
v 340
f= = 4 $ 0,85 ` f = 100 Hz
4L
Alternativa c.
temos:
v + vO 340 + v O
fe = f e v + v o ] 1.200 = 1.000 d 340 n
som F
` vO = 68 m/s
Alternativa b.
` fe - 2,13 kHz
Caso II
v + vO
fe = f e v + v o = 2.000c 340 + 20 m =
340
F
= 1.888,8
` fe - 1,89 kHz
Alternativa c.
beija-flor:
I
10 = 10 log -12 ` I = 10211 W/m2
10
No entanto, dado que a frequência do som é de
100 Hz, a intensidade mínima (Imín.) do som que
o indivíduo B deveria receber para conseguir
detectá-lo é:
Imín.
30 = 10 log -12 ` Imín. = 1029 W/m2
10
Imín. 10-9
Logo: = -11 ] Imín. = 100 I
I 10
Ou seja, a intensidade I deve ser amplificada
100 vezes.