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C U R S O D E

O
Volume
MARCENARIA
2
CONTINUAÇÃO

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Volume
MARCENARIA
2
Instituto de Tecnologia Social - ITS Brasil (Org.)

_________________________
São Paulo - SP - Brasil
ITS BRASIL
2015

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Projeto “Centro de Formação de Artesãos de Parelheiros – Capacitação por intermédio do curso de
Restauração de Móveis e Patrimônio em Madeira e Atividades de Pré – incubação de Empreendimento
Econômico Solidário – Convênio nº: 021/SMDTE/2014; Processo nº: 2014-0.250.472-8.

Prefeitura de São Paulo


Fernando Haddad

Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE)


Artur Henrique da Silva Santos

Secretaria Adjunta
Sandra Faé

Coordenadoria do Trabalho
José Trevisol

INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL - ITS BRASIL

CONSELHO DELIBERATIVO Equipe


Maria Vilma Roberto, Carlos Henrique Ferreira Carvalho,
Presidente Edilma Maria de Sousa, Jackeline Aparecida Ferreira Romio,
Marisa Gazoti Cavalcante de Lima José Ozias Siqueira, Maria Aparecida Souza

Primeiro vice-presidente Equipe de Produção de Conteúdo


Pascoalina J. Sinhoretto Irma R. Passoni, Jesus Carlos Delgado García, Luiz Otávio de Alencar Miranda,
Paublo Gomez Picco, Samuel Paixão Oliveira.
Segundo vice-presidente
Laércio Gomes Lage Equipe Docente
Armelindo Passoni, Luiz Otávio de Alencar Miranda, Samuel Paixão Oliveira
Membros Ficha Catalográfica
Alcely Strutz Barroso, Maria Lúcia Barros Arruda Luiz Otávio de Alencar Miranda
Gerente executiva Edição e Revisão de Textos
Suely Aparecida Ferreira Maurício Ayer

CONSELHO FISCAL Edição de arte e diagramação


Alfredo de Souza, Maria Lúcia Bastos Padilha, Tadeu Araújo | Hortelã Design
Hamilton da Silva Guimarães
Pesquisa de imagens
Samuel Paixão Oliveira e Luiz Otávio de Alencar Miranda

Gráfica
Gráfica Xamã

Ficha Catalográfica

I47e INSTITUTO DE TECNOLOGIA SOCIAL


Curso de Qualificação Profissional Marcenaria e Restauração de Móveis e Patrimônios
em Madeira.- / [Instituto de Tecnologia Social, Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e
Empreendedorismo-SDTE]. — São Paulo: Instituto de Tecnologia Social / PMSP-SDTE, 2015.

286 p. (em 3 volumes): il. 20,5 X 30 cm


Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-64537-17-0

1. Marcenaria 2. Restauração de Móveis e Patrimônios em Madeira 3. Empreendedorismo


4. Educação Profissional I. Título, II. ITS BRASIL, III. Secretaria de Desenvolvimento,
Trabalho e Empreendedorismo (SDTE).

CDD 370

Copyright © ITS BRASIL, 2015


Permitida reprodução total ou parcial com menção expressa da fonte

Rua Rego Freitas, 454, cj. 73 | República | CEP: 01220-010 | São Paulo | SP
instituto de tecnologia social Tel./fax (11) 3151-6499 | e-mail: its@itsbrasil.org.br | www.itsbrasil.org.br

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Curso de
Qualificação Profissional

Marcenaria e restauração
de móveis e patrimônios
em madeira

Instituto de Tecnologia Social - ITS Brasil (Org.)

_________________________
São Paulo - SP - Brasil
ITS BRASIL
2015

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índice
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................................................................................................ 10

1ª AULA
Formação Empreendedora: Reestruturação Produtiva e Emprego – Parte 1 ........................................................................................ 14
Formação Técnica: Carpintaria ......................................................................................................................................................................................................... 15
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 25

2ª AULA
Formação Empreendedora: Reestruturação Produtiva e Emprego – Parte 2 ........................................................................................ 26
Formação Técnica: Ferramentas Manuais .............................................................................................................................................................................. 27
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 35

3ª AULA
Formação Empreendedora: As Mudanças na Produção ........................................................................................................................................... 36
Formação Técnica: Ferramentas Elétricas Portáteis....................................................................................................................................................... 38
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 41

4ª AULA
Formação Empreendedora: Trabalho Qualificado e Trabalho Precarizado – Parte 1 ...................................................................... 42
Formação Técnica: Máquinas Estacionárias.......................................................................................................................................................................... 43
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 47

5ª AULA
Formação Empreendedora: Trabalho Qualificado e Trabalho Precarizado – Parte 2 ...................................................................... 48
Formação Técnica: Lixas – Parte 1 ................................................................................................................................................................................................. 49
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 52

6ª AULA
Formação Empreendedora: Profissões que se Transformam................................................................................................................................ 53
Formação Técnica: Lixas – Parte 2 ................................................................................................................................................................................................. 54
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 55

7ª AULA
Formação Empreendedora: Atividades Industriais e Atividades de Serviços........................................................................................ 56
Formação Técnica: Massas Especiais para Marcenaria ................................................................................................................................................ 57
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 60

8ª AULA
Formação Empreendedora: Diferenciando Produção de Bens e Prestação de Serviços ............................................................. 61
Formação Técnica: Brocas para Furação .................................................................................................................................................................................. 62
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 65

9ª AULA
Formação Empreendedora: Fazendo nosso Empreendimento Voar – Parte 1 ..................................................................................... 66
Formação Técnica: Fresas ...................................................................................................................................................................................................................... 67
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 70

10ª AULA
Formação Empreendedora: Fazendo Nosso Empreendimento Voar – Parte 2..................................................................................... 71
Formação Técnica: Pregos .................................................................................................................................................................................................................... 72
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 76

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11ª AULA
Formação Empreendedora - Empreendedor Tradicional......................................................................................................................................... 77
Formação Técnica: Parafusos ............................................................................................................................................................................................................. 80
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 82

12ª AULA
Formação Empreendedora: Empreendedor Solidário – Parte 1 ........................................................................................................................ 83
Formação Técnica: Ferragens para Marcenaria ................................................................................................................................................................. 84
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 85

13ª AULA
Formação Empreendedora: Empreendedor Solidário – Parte 2 ........................................................................................................................ 86
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 1 .......................................................................................................................................................... 87
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 88

14ª AULA
Formação Empreendedora: Empreendedor Solidário – Parte 3 ........................................................................................................................ 90
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 2 .......................................................................................................................................................... 91
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 91

15ª AULA
Formação Empreendedora: Um outro Mundo é Possível........................................................................................................................................ 92
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 3 .......................................................................................................................................................... 93
Formação Prática .......................................................................................................................................................................................................................................... 94

16ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia Solidária – Parte 1................................................................................................................................. 95
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 4 .......................................................................................................................................................... 96

17ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia Solidária – Parte 2................................................................................................................................. 98
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 5 .......................................................................................................................................................100

18ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia Solidária – Parte 3..............................................................................................................................103
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 6 .......................................................................................................................................................104

19ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia Solidária – Parte 4..............................................................................................................................108
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 7 .......................................................................................................................................................109

20ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia e seus Fundamentos – Parte 1 ...............................................................................................110
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 8 .......................................................................................................................................................111

21ª AULA
Formação Empreendedora: A Economia e seus Fundamentos - Parte 2 ................................................................................................112
Formação Técnica: Principais Ferragens – Parte 9 .......................................................................................................................................................115

22ª AULA
Formação Empreendedora: A História Confirma..........................................................................................................................................................116
Formação Técnica: Colas .....................................................................................................................................................................................................................117

23ª AULA
Formação Empreendedora: Uma outra Economia é Possível ...........................................................................................................................118
Formação Técnica: Orçamento......................................................................................................................................................................................................119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................................................................................................122

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Apresentação

Prezados alunos e alunas! Construtor de Móveis, b) Montador de Móveis,


c) Restaurador de Móveis e Patrimônios
A Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho em Madeira e c) Empreendedorismo, além
e Empreendedorismo (SDTE/PMSP), em da Incubação de Empreendimentos. São
parceria com o Instituto de Tecnologia Social atendidos cerca de 128 jovens e adultos por
(ITS BRASIL), tem a satisfação de oferecer ao ano no CFAP.
público a apostila do Curso de Qualificação Ao elaborar este curso, houve a
Profissional em Marcenaria e Restauração preocupação em proporcionar infra-estrutura
de Móveis e Patrimônios em Madeira, e ambiente adequados à aprendizagem e ao
viabilizada graças à cooperação desenvolvida desenvolvimento de competência profissional
entre o Ministério da Ciência e Tecnologia no setor produtivo e econômico da marcenaria
(MCT&I), a SDTE/PMSP, a Subprefeitura de e da restauração de móveis e patrimônios
Parelheiros (SPPA/PMSP) e o ITS BRASIL, para em madeira, visando à ampliação de 9
implementação em Parelheiros do Centro de oportunidades de geração de trabalho e renda,
Formação de Artesãos de Parelheiros (CFAP) a promoção do desenvolvimento e a inclusão
que funciona desde 2008. social dos beneficiários.

APRESENTAÇÃO
O CFAP já formou 24 turmas entre os anos O Curso de Qualificação Profissional
de 2009 e 2015. Foram inscritos 541 jovens e em Marcenaria e Restauração de Móveis e
adultos, destes, 332 alunos iniciaram o curso e Patrimônios em Madeira tem duração de 420
320 foram certificados. Destes 320 certificados, horas-aula. Ao final, os beneficiários recebem
221 estão empregados, cinco empresas foram o certificado de qualificação profissional.
formalizadas e 14 estão em processo de Esperamos que todos vocês participem
formalização, empresas estas que empregam ativamente, frequentando as aulas, realizando
em média três trabalhadores. O Instituto de as atividades e se empenhando, tanto
Tecnologia Social vem garantido anualmente quanto possível, a fim de obter excelente
a oferta de quatro cursos, são eles: a) aproveitamento.

Bom estudo!

Artur Henrique
Secretário de Desenvolvimento,
Trabalho e Empreendedorismo - SDTE/PMSP

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Introdução Este manual do Curso de Qualificação Profissional em


Marcenaria e Restauração de Móveis e Patrimônios em
Madeira é composto de 3 volumes. Eles estão divididos
da seguinte forma: Volume 1: Marcenaria; Volume 2:
Marcenaria (continuação) e Volume 3: Restauração
de Móveis e Patrimônios em Madeira. Neste Volume 2
estão as 23 aulas seguintes do Curso de Marcenaria.

A
artesão e do marceneiro e na leitura do mundo do
trabalho, descobrir, vantagens e desvantagens, de
trilhar este caminho profissional.
O Centro de Formação de Artesãos de
Parelheiros forma para quê? É uma pergunta
frequente no cotidiano escolar, pois pensamos
em um caminho gerador de possibilidades
metodologia de ensino praticada no Centro reais para a comunidade. Ou seja, não há o que
de Formação de Artesãos de Parelheiros foi esperar para gerar trabalho e renda para a região
desenvolvida em conjunto com a comunidade de Parelheiros. No entanto a urgência não nos
local, com o objetivo de o ensino proposto estar o deve tirar o dever de sempre fazer mais quanto
mais próximo possível da realidade do educando. à formação de pessoas problematizadoras da
10
Ela se compõe de quatro aspectos: a) Formação sociedade. “Quem forma se forma e re-forma ao
humana e cidadã; b) Formação técnica; c) formar e quem é formado forma-se e forma ao
Formação prática; e d) Formação empreendedora. ser formado” (FREIRE, 1998, p.25). Essa dinâmica
O educando deve sentir-se incluído e convidado a de ensino-aprendizagem, presente na obra de
INTRODUÇÃO

refletir sobre cada tema trabalhado. Paulo Freire, orienta nossas ações educativas,
Paulo Freire, quando fala da possibilidade de pois acreditamos em empreendedores, pessoas
aprendizado negado pela “escola burocrática” que podem transformar a sociedade a partir da
que ensina uma “educação bancária”, refere-se a profissionalização, gerando emprego para os
esta troca de experiência de mundo. Pois a leitura familiares e para a região. Ensinar valores, como a
dos signos é precedida da leitura do mundo, e a preservação do meio ambiente, não em uma visão
leitura dos signos não pode ser neutra, é sempre egoísta, de preservar para garantir o “meu” futuro,
apoiada em uma visão e caminho de construção mas para garantir o futuro de todos, ou seja, com o
de si mesmo e da sociedade. Quem aprende valor humano de viver em comunidade, com ética.
sempre aprende para um porquê, o ato de Para que este processo de ensino-
aprender nunca é isolado. “Quem ensina aprende aprendizagem possa verdadeiramente acontecer,
ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender” é necessário que o educando, trilhe um caminho
(FREIRE, 1998, p.25). Não há desafio que não seja de descoberta pessoal, de assumir-se como ser
ao mesmo tempo estímulo, pois todo ser humano social. Não de comodismo pessoal, desinteressado
é convidado a superar seus próprios limites. pelo seu próprio desenvolvimento profissional
Assim o aprendizado é uma lida constante entre ou educacional, como se dissesse: “eu sou assim
dons e limitações, na busca de objetivos. Somos e ninguém pode fazer nada”, ou mesmo crente
convidados a conhecer o universo profissional do dos ditados populares que dizem: “pau que nasce

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torto, morre torto”, “quem é bom já nasce feito”. A desde sua origem com o desenvolvimento local.
descoberta do assumir-se é melhor compreendida A formação humana e cidadã vai levar-nos a
quando Paulo Freire diz: pensar o ser humano e a sociedade como primeiro
passo da capacitação profissional. Abrange a
Outro sentido mais radical tem a assunção importância do aprendizado e dos valores éticos
ou assumir quando digo: uma das tarefas para todas as atividades do ser humano como
mais importantes da prática educativo- cidadão. Como membro de um grande corpo,
crítica é propiciar as condições em que os cada um tem função e obrigações dentro deste
educandos em suas relações uns com os complexo sistema, que não pode deixar de
outros e todos com o professor ou professora funcionar para garantir a vida social.
ensaiam a experiência profunda de assumir-se. A capacitação profissional, além de ser
Assumir-se como ser social e histórico, como ferramenta de acesso ao mercado de trabalho, deve
11
ser pensante, comunicante, transformador, contribuir para o educando conhecer o universo
criador, realizador de sonhos, capaz de ter profissional do artesão e na leitura do mundo do
raiva porque capaz de amar. Assumir-se trabalho, descobrir, vantagens e desvantagens de
como sujeito porque capaz de reconhecer-se trilhar este caminho profissional.

INTRODUÇÃO
como objeto. A assunção de nós mesmos não Num projeto de desenvolvimento pessoal e
significa a exclusão dos outros. É a “outredade” social, tendo como objetivo geral a construção
do “não eu”, ou do tu, que me faz assumir a da cidadania, é preciso definir que mulher e
radicalidade de meu eu.1 homem queremos formar. Dentro da visão do ser
humano autônomo e solidário, algumas atitudes e
Esta experiência de assumir-se é certamente características devem ser desenvolvidas para que
a primeira etapa do processo de capacitação essas qualidades possam ser atingidas. A formação
profissional do Centro de Formação de Artesãos. É a humana e cidadã trilha este caminho metodológico
partir deste passo que o educando pode relacionar- no desenvolvimento do conteúdo das aulas.
se com a sociedade. A formação técnica quer refletir a importância
É um processo de ensino-aprendizagem, da técnica, com uma apresentação minuciosa,
educativo enfim, comprometido com o paciente e detalhada de todos os aspectos do
desenvolvimento social, político e econômico da exercício da profissão do artesão e do marceneiro.
comunidade. Quando falamos em “econômico” O homem sempre fez experiências, buscando
queremos apontar para aquela economia que gera encontrar aquilo que precisa para satisfazer suas
trabalho e renda para a região, comprometida necessidades. Aprendeu lidando diretamente

(1) FREIRE,Paulo, PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Saberes


Necessários à Prática Educativa. 25ª edição. Ed. Paz e Terra.
1998, p.18 e 19.

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Introdução

com a natureza. Mais recentemente, passou linguagem da aprendizagem técnica, própria da


a usar os conhecimentos científicos. Assim, ciência, e não o contrário.
foi inventada a roda, a bicicleta, a carroça e Também existe a fase da formação
a carruagem, o automóvel, o avião etc. Essas empreendedora, quando substituem as aulas
invenções possibilitam um deslocamento cada vez de formação humana e cidadã, elas acontecem
mais rápido de pessoas e de coisas. As invenções todos os dias na primeira hora, das quatro horas
humanas surgem da necessidade e são frutos da diárias de curso.
criatividade e da observação. Nesta fase da formação empreendedora
Com a formação prática, propomos aprender o educando está conhecendo a profissão e
na prática, aspecto educativo que ocupa o maior descobre a importância da marcenaria no mundo.
tempo das aulas. São três horas, das quatro diárias Descobre que a beleza do artesanato e dos móveis
de curso, dedicadas exclusivamente à prática. O fabricados na marcenaria podem ser de grande
12
Centro de Formação de Artesãos de Parelheiros valor econômico. E que isso, ao mesmo tempo que
está equipado com máquinas e equipamentos traz grande prazer como profissional, pode trazer
de primeira qualidade, o que possibilita uma o sustento da família. Afinal ter uma profissão traz
qualificação profissional de alto nível. reconhecimento e inclusão social, ser “ajudante
INTRODUÇÃO

O diferencial desta unidade de ensino pode geral” não é profissão, pois seria impossível
ser completamente simbolizada com a frase, dominar todas as técnicas para ser realmente um
uma vez dita pelo ex-aluno Oscar Vicente Vieira: ajudante geral. Na verdade um ajudante geral é
“aqui se aprende fazendo”. O método consiste em uma qualificação dada para o profissional sem
escolher produtos que são inovadores e de fácil qualificação, que normalmente vai trabalhar na
comercialização no mercado, traça-se então a linha limpeza e no auxílio superficial aos profissionais de
de produção de acordo com o perfil da turma, que uma seção ou setor de uma empresa.
pode ser muito diferente de uma turma para outra. Esta é uma etapa muito importante da
Então cria-se uma ordem de aplicação das técnicas metodologia pois é neste momento que o
da marcenaria e do artesanato1 em madeira nas empreendedor define a organização estrutural da
etapas de construção do artefato em madeira. empresa. É fundamental preparar a empresa com
Experienciar as técnicas no fazer é muito mais princípios organizacionais básicos, garantindo
eficiente. Por que é assim que acontece em toda assim o crescimento. A falta de organização pode,
a nossa vida. Primeiro lemos o mundo, a vida e além de dar prejuízo, impedir o crescimento da
suas necessidades e depois lemos os signos de empresa.

(1) Nesta descrição das atividades de capacitação, serão citadas sempre em conjunto: marcenaria e artesanato em madeira. Pois o
Centro de Formação de Artesão de Parelheiros capacita em marcenaria tradicional. O ramo da atividade profissional que usa
máquinas elétricas estacionárias e portáteis, no entanto, prioriza o trabalho artesanal, o que garante um acabamento muito
procurado no mercado. Pensamos que assim a inclusão no mercado de trabalho seja mais garantida.

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E N Ç ÃO ,
AT
A N E TA E
C
PAPEL

V a m os à s
au l a s !

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

1
Formação Empreendedora:
Reestruturação produtiva
e emprego - Parte 1

As mudanças no modo de trabalhar e na produ-


ção acontecem desde os primórdios da sociedade. Produção em série é a produção de grande
Em alguns momentos, porém, são mais marcantes e escala, de acordo com um só padrão, que
influenciam todo o sistema social. permite diminuir sensivelmente o custo do
Às vezes, o que provoca a grande mudança é um bem produzido.
instrumento muito simples. Vejamos um exemplo:
quando a enxada foi inventada, não se poderia ima-
ginar que seria a base técnica de profunda mudança De fato, a introdução da máquina a vapor no
na forma de cultivo e na produtividade do trabalho mundo da produção e do trabalho provocou mu-
no campo. danças radicais no modo de viver, produzir e tra-
Na verdade, para haver mudanças na socieda- balhar. No final do século XVIII (1790), começaram
14
de não basta que alguém invente algo, por mais a surgir as indústrias urbanas, que atraíram milhões
maravilhosa que seja a invenção. É imprescindível de camponeses para as cidades. Essas transforma-
que a invenção seja aceita e difundida. Para isso, ções, chamadas de Revolução Industrial, assinalaram
os fatores sociais, econômicos e políticos são de- o início da produção mecanizada.
terminantes. A partir da Revolução Industrial, houve um pro-
AULA - 1

cesso de acúmulo de invenções e descobertas e, nas


últimas décadas, chegamos a outra fase de grandes
As mudanças no modo de trabalhar e na mudanças, com a introdução de novas maneiras de
produção acontecem o tempo todo. trabalhar e de organizar a produção. Essas novas mu-
Para haver mudanças na sociedade é preciso danças são chamadas de reestruturação produtiva.
que a invenção seja aceita e difundida.
Reestruturação produtiva: processo de
acúmulo de invenções e descobertas, com a
Podemos exemplificar com Henry Ford. Ao cons-
introdução de novas maneiras de trabalhar
truir o carro modelo T, nos Estados Unidos, ele “acer-
e de organizar a produção. A mudança
tou na mosca”. Percebeu uma necessidade do co-
tecnológica mais importante e generalizada
letivo e foi um sucesso. A produção em série desse
consiste no uso da microeletrônica.
modelo revolucionou a economia. No aspecto polí-
tico, foi fundamental a popularização do automóvel.
Ford dizia que sonhava ver os operários podendo A tecnologia sempre esteve presente nas trans-
comprar o bem que fabricavam. formações da produção e do trabalho. Na fase da
Produção em série é a produção de grande es- reestruturação produtiva, a mudança tecnológica
cala, de acordo com um só padrão, que permite di- mais importante e generalizada é o uso da micro-
minuir sensivelmente o custo do bem produzido. A eletrônica. Muita gente pensa que a microeletrônica
atividade industrial com produção em série teve iní- está só nos computadores. Mas não é assim: convi-
cio na Inglaterra, com uma importante descoberta: vemos com ela todos os dias e os dias inteiros. Va-
a máquina a vapor. mos ver como isso acontece?

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

ATIVIDADE

 Organizados em grupo, vamos conversar um pouco sobre as profissões que não necessitam de energia para
funcionar. Procurem observar a importância do trabalho artesanal, relacionado-o com o trabalho efetuado
com bases microelétricas. Escreva uma frase como síntese da conversa:

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

AULA
Formação Técnica:
1 Carpintaria

A carpintaria, como sabemos, é um dos ofícios que trabalha com a madeira entre tantos outros que exis-
tem atualmente. Porém, é importante lembrar que a carpintaria em si é considerada a primeira profissão a tra-
balhar com êxito este material, pois foi a partir dela que houve a evolução para a marcenaria refinada e outros
ofícios que se dedicam a transformar a madeira em objetos úteis.
Desta forma, consideremos a carpintaria como a mãe da marcenaria que, com o passar dos anos, permite
dar às mesmas peças construídas pelos carpinteiros um toque com melhor acabamento, tendo como priori-
dade a resistência do artefato por inteiro. Com essa união, temos um profissional carpinteiro mais caprichoso,
que trabalha a madeira bruta, realizando trabalhos diversos como: treliças/tesouras, pergolados, móveis, asso-
alhos, deques, portões, caixotarias, portas, janelas e elementos relacionados à construção naval.

15

AULA - 1
Fotos: Google Imagens, 2015.

Acima (e também na próxima página) exemplos de trabalhos executados por carpinteiros, que reforçam o
quão dinâmico é o trabalho deste profissional de grande conhecimento no emprego da madeira maciça, são
estruturas de telhado, assoalhos, deques, pergolados, forros, escadas, guarda-corpos, caixilharia, habitações
de madeira, formas para concretagem de estruturas de concreto armado e construção naval.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.


Nesta aula destacaremos os conhecimentos básicos da construção de uma treliça estrutural, conhecendo sua
definição, suas diferenciadas formas, as madeiras aplicadas, o cálculo de caimento e as definições básicas des-
de o projeto até sua montagem.

 Treliça e tesoura estrutural mensão volumosa, o grande gasto de material, alto


A treliça é um sistema triangular estrutural for- custo de fabricação e a necessidade de mão de obra
mado por elementos resistentes, definitivamente especializada. O sistema de treliça permite vãos em
calculados, onde cada componente é classificado sistema biapoiados de enorme distância, sendo a
como barra. Esses elementos encontram-se liga- melhor solução para construções como armazéns,
dos entre si por encaixes, soldas ou ferragens que depósitos e galpões industriais, etc.
ganham o nome de estribos. Todas essas uniões são No caso de treliças armadas em madeira, é preciso
definidas por cálculos precisos que medem as forças definir bem algumas regras para que não haja pro-
(cargas) atuantes sobre toda a estrutura, a fim de ga- blemas estruturais, ou seja, causas que possam gerar
rantir a estabilidade. possíveis rompimentos da estrutura, levando a “fletir”
Seu principal objetivo é formar grandes vãos (empeno ou quebra total da estrutura). Estas ocorrên-
entre pilares, já que o popular concreto armado cias podem ser causadas por esforços de tração ou
em muitos casos não é a melhor opção, por sua di- compressão, caso o projeto não for bem consolidado.
16

Esquema de esforço (cargas) sobre a tesoura: ação e reação das forças de compressão e tração.
AULA - 1

Marcenaria Vol 2.indd 16 10/6/2015 9:32:11 AM


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Regras básicas para construção


 Utilizar madeiras de média a alta densidade.
 Utilizar madeiras perfeitamente secas e isentas de patologias, como xilófagos.
 Nas vigas que vão receber maior carga, fabricar a contraflecha (para não fletir).
 Evitar usar madeiras úmidas e com nós.
 Calcular a quantidade de madeira usada.
 Para construções básicas, como casas de duas águas, pré-definir largura e altura das vigas e caibros.
 As estruturas que irão receber toda a carga (colunas e pilares) devem ser muito bem dimensionadas
para não ocorrerem futuras imperfeições, como deformações e rompimento total.

Madeiras usadas
Na construção de treliças ou tesouras em madeira, o cuidado deve ser redobrado, em comparação às feitas de
aço. É de extrema importância ter o conhecimento sobre quais madeiras usar para confeccioná-las. Diferente
do aço, que desde a siderurgia passa por intensos processos industriais para chegar ao ponto ideal de traba-
lhabilidade, a madeira é um material orgânico que precisa dos devidos cuidados e técnicas, além do conheci-
mento sobre as espécies que apresentam características ideais para o trabalho de madeiramento estrutural.
Acima aprendemos que madeiras de média a alta densidade são consideradas as mais indicadas para este tipo
de construção, porque apresentam propriedades físicas específicas que garantem estabilidade e capacidade
de aguentar o peso da própria armação da treliça. Exemplos: angelim, angelim pedra, cambara, cedro, cumaru,
castanheira, eucalipto, garapeira, ipê, jatobá, pau-roxo, pau-ferro, peroba do norte, peroba rosa, sucupira, etc.
Em algumas situações, vale destacar que a madeira pinus acaba entrando na construção de elementos mais
leves com ripas, caibros, sarrafos e até vigas em casos especiais.

17

Imagens: Google Imagens, 2015.

AULA - 1
Estruturas em tesoura feitas em madeiras de alta densidade, garapeira e peroba rosa (esquerda-centro),
e madeiras de média densidade pinus caribaea (direita).

Conhecendo as tipologias de tesouras tradicionais

Imagens: web site - www.carpinteria.com.br, 2015.

Marcenaria Vol 2.indd 17 10/6/2015 9:32:12 AM


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Terminologia – Classificação dos Elementos


Cumeeira
Ripa
Caibro
Terça Telha

Frechal Chapuz

Tabeira
Parede
Contra
Frechal Tirante Empena
Escora
Pendural Estribo

 Linha/tirante: viga horizontal complemento de trava e caibros do madeiramento da


(tensor), que na tesoura está amarra das terças, impedindo cobertura. Também chamada
sujeita aos esforços de tração. sua movimentação. de “espigão horizontal”.
 Pendural ou montante  Frechal: terça posicionada  Estribo: ferragem que
(ponteiro): viga vertical no na parte do caimento inferior garantem a união entre
centro da tesoura que vai da do telhado, sendo assentada as peças das tesouras.
cumeeira à linha da tesoura. sobre o topo da parede, Pode trabalhar à tração ou
 Perna/empena: cada uma das servindo de apoio à tesoura. cisalhamento.
vigas inclinadas que compõem  Contrafrechal: madeiramento  Tesoura: viga em treliça plana
a tesoura, formando os abaixo da tesoura que faz a vertical formada de barras
triângulos maiores. união com o pilar ou alvenaria. de madeira dispostas de
 Mão francesa, escora, asna  Caibro: peça de madeira modo a compor uma rede de
18 ou diagonal: são peças de que sustenta as ripas. Nos triângulos, tornando o sistema
ligação entre a linha/tirante e telhados, o caibro se assenta estrutural indeslocável.
a perna/empena, encontra-se nas cumeeiras, nas terças e nos  Beiral: parte final do caimento
em posição oblíqua (inclinada) frechais. do madeiramento da tesoura.
ao plano da linha. Geralmente  Ripa: pequena peça de  Tabeira/testeira: elemento
trabalham à compressão. madeira apoiada sobre o instalado no beiral como
AULA - 1

 Terça: viga apoiada sobre as caibro para sustentação e forma de costaneira ou


pernas/empena das tesouras ou instalação das telhas. parte decorativa; também
sobre paredes para sustentação  Cumeeira: terça da parte mais tem a função importante
dos caibros; paralela à cumeeira alta do telhado. Grande viga de de equilibrar a última fiada
e ao frechal. madeira, que une os dois lados de telhas, evitando que
 Chapuz: elemento para da tesoura e onde se apoiam os escorreguem.

Ilustrações de esquema de forças (F) atuantes na estrutura


do telhado e travamento das seções de treliças/tesouras.

mão
francesa
tração compressão
tesoura cumeeira

diagonal

torção

Contraventamento das tesouras


cisalhamento flexão

Marcenaria Vol 2.indd 18 10/6/2015 9:32:13 AM


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A inclinação do telhado Por isso é importante ficar atento, pois cada tipo
Antes de simplesmente saber teorias matemáticas, de telha exige um caimento de inclinação mínimo
é importante saber que, para o cálculo do caimen- ou máximo para as águas da chuva escoarem com
to da água do telhado, é necessário conhecer as facilidade, e isso irá definir a altura da cumeeira.
várias telhas oferecidas no mercado, tais como as Portanto, fique atento às características climáticas
de cerâmica natural, as esmaltadas em várias cores, da região onde acontece a construção desta es-
de vidro ou de cimento colorido. Decidir por um trutura, pois em regiões muito chuvosas pode ser
ou outro modelo, é importante antes não só consi- necessário garantir uma inclinação adequada para
derar o aspecto estético, mas também o funcional, que não haja sobrecarga além do estabelecido
assim não se esqueça que as telhas, além da fun- para a estrutura e para que o escoamento não seja
ção de cobertura, têm a função de proteger toda prejudicado, comprometendo calhas e condutores
a estrutura e precisam ser adequadas ao projeto. verticais (tubulações).

TIPOS DE TELHAS paulista, romana e colonial. Es- as especificações do produto.


tas últimas são indicadas para Há também as capa-canal, que
As telhas devem ser definidas na climas quentes, pois permitem imitam as telhas de barro, em
etapa de projeto para que não ótima ventilação. cores diversas.
haja problemas de execução. Os
tipos de telhas encontradas no  Telhas de cimento amianto  Telhas de metal, alumínio ou
mercado são: (agora de fibrocimento): nos ferro: por não proporcionarem
tipos ondulados, modulados, um bom isolamento acústico,
 Telhas de barro cozido: dividi- meio tubo, canalete e canele- são pouco utilizadas em resi-
das em francesa (indicada para tão, dispensam a execução de dências, mas exigem um cai-
telhados mais inclinados) e estruturas fortes de madeira e mento menor em relação às
capa-canal, nos modelos plan, são assentadas de acordo com apresentadas acima.

 Francesa
19
Cores: Vermelha, branca e de vidro
Características: Telha cerâmica natural
plana com duas cavidades na longitudinal
fazendo a função de canal.
Rendimento por m2: 16 peças
Peso por m2: 44 kg

AULA - 1
Inclinação: 25 a 44%

 Paulista
Cores: Vermelha e de vidro
Características: Telha cerâmica natural
com capa e canal separados, curvos e
diferentes entre si.
Rendimento por m2: 26 peças
Peso por m2: 57 kg
Inclinação: 15 a 30%

 Colonial
Cores: Vermelha, branca, palha, pêssego e
de vidro
Características: Telha cerâmica natural
curva, cujas peças com as mesmas
características fazem a função de capa e
canal, bastando para isto invertê-las.
Rendimento por m2: 23 peças
Peso por m2: 55 kg
Inclinação: 15 a 30%

Marcenaria Vol 2.indd 19 10/6/2015 9:32:13 AM


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 Plan
Cores: Vermelha, branca e de vidro
Características: Telha cerâmica natural com capa
e canal separados, diferentes entre si, e com linhas
predominantemente retas.
Rendimento por m2: 26 peças
Peso por m2: 42 kg
Inclinação: 15 a 30%

 Romana
Cores: Vermelha, esmaltadas e de vidro
Características: Telha cerâmica natural com capa e
canal retos conjugados.
Rendimento por m2: 16 peças
Peso por m2: 42 kg
Inclinação: 30 a 60%

 Portuguesa ou colmar
Cores: Vermelha, branca, pêssego, mediterrânea e
esmaltada
Características: Telha cerâmica com capa em curva
e canal reto conjugado.
Rendimento por m2: 16 peças
Peso por m2: 42 kg
Inclinação: 15 a 60%

 Americana
Cores: Vermelha, branca e esmaltadas
20 Características: Telha cerâmica natural com capa
curva e canal em linha reta, conjugados de modo
semelhante à telha portuguesa, mudando suas
dimensões e curvatura.
Rendimento por m2: 12 peças
Peso por m2: 38 kg
AULA - 1

Inclinação: 30%

 Germânica, escama de peixe ou chapinha


Cores: Vermelha e esmaltadas
Características: Telha cerâmica natural plana com
duas cavidades na longitudinal fazendo a função
de canal.
Rendimento por m2: 16 peças
Peso por m2: 44 kg
Inclinação: 35 a 90%

 Telha japonesa de concreto colonial


Cores: Cinza, areia, rubi, branca, vermelha e tabaco.
Características: Telha produzida em concreto
(cimento de alta resistência, areia classificada e
pigmento sintético).
Peso: 2,5 kg
Tamanho médio: 30cm
Rendimento por m2: 14 unidades
Peso por m2: 35 kg
Inclinação: 40%

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Tégula
Cores: Cinza, cinza grafite, areia, avelã, rubi
e tabaco.
Características: Telha produzida em
concreto (cimento de alta resistência, areia
classificada e pigmento sintético).
Rendimento por m2: 10 peças
Peso por m2: 46 kg
Inclinação: 30 a 40%

Fibrocimento ondulada
Cores: Branca e cinza
Características: Telha ondulada de
fibrocimento
Rendimento por m2: variável
Inclinação: 15 a 30%

Cálculo do caimento do telhado


Estudamos que cada tipo de telhado exige um determinado grau de inclinação em sua estrutura (medido
em porcentagem) para impedir o refluxo de água entre a sobreposição das telhas e também para definir o cai-
mento máximo ou mínimo do telhado sem ter a necessidade de amarrá-las. Deste modo teremos que calcular
o caimento de inclinação do telhado para chegarmos no melhor desenho de projeto. Para isso foi desenvolvi-
da uma fórmula básica para acharmos a altura da cumeeira com base na inclinação escolhida de acordo com
o modelo da telha. Importante saber que este cálculo não é estrutural, sendo uma fórmula simplificadora para
ajudar em projetos de estruturas de telhado simples sem o acompanhamento de um engenheiro ou arquiteto.

Assim temos a simples fórmula:


21

h= L x% %: Porcentagem inclinação da telha


h: Altura da cumeeira
2 L: Largura do telhado

AULA - 1
Vejamos dois exemplos de cálculo utilizando a fórmula:
10,000m
Exemplo 1: uma construção apresentando
as seguintes dimensões utilizará a telha
romana adotando 44% de inclinação para o
projeto do telhado.

20,000m

2,200m

Marcenaria Vol 2.indd 21 10/6/2015 9:32:15 AM


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Exemplo 2: uma construção apresentando as seguintes dimensões utilizará a telha portuguesa adotando
25% de inclinação para o projeto do telhado.

18,000m

8,000m

18,000m
10,000m

8,000m

1,000m

Acabamento do telhado
22 Para todos os tipos de telhas o acabamento é feito por meio de cumeeiras e águas-furtadas. A telha de cume-
eira é a parte mais alta do telhado, que faz a união entre as duas caídas d’água, onde são assentadas as telhas
tradicionais. Para o arremate final, sobre a cumeeira se coloca argamassa de cimento com cal e areia, com à fina-
lidade de travar a fiadas de telhas, dar acabamento e direcionar o fluxo de água da chuva com mais eficiência.
Águas-furtadas são calhas com formato especial, colocadas nas junções embaixo das telhas com função de
recolher a água da chuva e conduzi-la para fora do telhado. Outro componente importante a ser instalado são
AULA - 1

as calhas que recebem a água da cobertura, levando-a até o condutor.


As águas-furtadas (rincões), calhas e condutores podem ser de plástico, chapa galvanizada, ferro ou cobre
de maior resistência. O arremate do telhado é feito pela técnica de “emboçamento”, que requer a preparação
de uma argamassa de cimento, cal e areia, igualmente feita para cumeeira. Neste caso, a finalidade é ligar as
duas primeiras fiadas de telhas, evitando que elas escorreguem ou se levantem, permitindo que as demais
sejam simplesmente encaixadas uma nas outras.

água-furtada
Conhecendo o Telhado caibros
A estrutura, também cumeeira
conhecida como armação, é
composta por várias partes espigão

tesoura beiral
empena ripas
ou oitão água
terças testeira

Marcenaria Vol 2.indd 22 10/6/2015 9:32:16 AM


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Além da tesoura tradicional há também a possibilidade de se realizar trabalhos mais simples de estrutura em
busca de economia e praticidade de acordo com a quantidade de caimentos. Observe nas imagens abaixo:

Terças
6 cm x 8 cm
Telhas de fibrocimento
(cimento-amianto)

pontalete
terça

berço

Formas de montagem, união e trava de elementos

Cantoneira
CH 50 x 6mm

Cobrejuntas de
Chapa reta madeira pregadas
23
50 x 6mm

AULA - 1
Ligação Empena - Linha,
450 prego (22 x 48 ou 22 x 42) com parafuso

Ligação Empena - Linha,


com estribo

prego (22 x 48 ou 22 x 42) com pregos


Pendural
-Detalhe da emenda das terças com pregos

Asna
chapa 30 cm Asna
Estribo
4,0
4,5 Linha

parafuso 0 1/2” com pregos

- Detalhe da emenda das terças com parafusos e chapas Detalhe da ligação entre a linha, asnas e pendural

Marcenaria Vol 2.indd 23 10/6/2015 9:32:17 AM


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Dir

Corte AA
eçã
doo

Junta extrema para


den

a pequeno Cobrejuntas de
te

x pequeno madeira pregadas

Cumeeira
Caibro

Imagens: Departamento de Engenharia Civil UEPG, 1992.


Terça Caibro
Tirante Terça

Pontalete Pontalete

Berço mão-francesa
no sentido
da perede Berço

No mínimo
40 cm
Laje pré Laje maciça
24

Formas corretas de unir os elementos da estrutura de treliças ou tesoura. Essa técnica tem como base a
utilização de um componente chamado estribo, cuja função é travar os elementos ou até mesmo uni-los nos
casos de encaixes, para aumentar o comprimento da madeira, no caso de vigas.
AULA - 1

Marcenaria Vol 2.indd 24 10/6/2015 9:32:17 AM


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AULA

1 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)


Construção de uma cadeira em madeira maciça: Etapas 5 e 6.

5) Desempeno do material:

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

6) Corte da marcação para encaixe:


25
______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

AULA - 1
______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Qual são as principais diferenças entre o compensado e o aglomerado?

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

Marcenaria Vol 2.indd 25 10/6/2015 9:32:17 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

2
Formação Empreendedora:
Reestruturação produtiva e
emprego - Parte 2

A reestruturação produtiva não vem se fazendo somen-


te com mudanças tecnológicas. As empresas mudaram sua
forma de organizar o trabalho e a produção, com a finalida-
de de produzir bens ou serviços variados, com maior agili-
dade no tempo de atendimento aos clientes, e com custos
menores. O relacionamento com clientes e fornecedores
passou a ser prioritário.
Atualmente, as empresas estão em maior contato com
mercados de outras regiões e países. Com isso, vem aumen-
tando a possibilidade de intercâmbio de produção e de con-
sumo entre todos os países e regiões do planeta. Isso ocorre
graças à rapidez do fluxo de informações e ao aumento de
26 possibilidades de globalização que, entre tantas outras con-
sequências, influencia a forma de organizar a produção e
pode até determiná-la.

ATIVIDADE
AULA - 2

De acordo com o texto lido, assinale as alternativas corretas.

(...) Chamamos de reestruturação produtiva as mudanças que aconteceram na Inglaterra, com a


invenção da máquina a vapor.
(...) A globalização e as novas tecnologias, principalmente a microeletrônica, são importantes
fatores da reestruturação produtiva.
(...) As novas maneiras de produzir e de organizar o trabalho que acontecem atualmente são
chamadas de Revolução Industrial.
(...) Chamamos de reestruturação produtiva as atuais mudanças nas formas de produzir e de
organizar o trabalho.

Marcenaria Vol 2.indd 26 10/6/2015 9:32:17 AM


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AULA
Formação Técnica:
2 Ferramentas manuais

Para que uma pessoa possa exercer o ofício da marcenaria com profissionalismo é importante conhecer as
ferramentas com as quais irá lidar em seu trabalho. É com essas ferramentas que o profissional da madeira fabrica
diversos artefatos artesanalmente, com mais agilidade e facilidade. Porém, além de conhecê-las, é indispensável
saber manuseá-las. Vamos identificar e saber para que serve cada uma dessas ferramentas na marcenaria.

 Alicate de bico: usado para apoiar pregos e parafusos e é


muito útil para remover hastes de dobradiças de pino, além de
seu tradicional uso na elétrica.

 Alicate bico de papagaio: utilizado para ajustes rápidos de


porcas e parafusos sextavados.

 Alicate de corte: usado cortar pequenos pregos e parafusos e


é útil para remover grampos de peças em tapeçaria, além do seu
tradicional uso na elétrica.

 Alicate de pressão: usado para uma série de funções, como


desapertar parafusos com sextavado danificado, cortar tubulações
metálicas, etc. Em geral, é utilizado para fixar e segurar peças. 27

 Alicate universal: usado para retirada de pregos e


parafusos danificados quando não se obtém a aderência total
com ferramentas como turquesa ou pé de cabra, além do seu
tradicional uso na elétrica.

AULA - 2
 Alicate travador de serrote: ferramenta usada para travar os
dentes de serrotes que estão desalinhados, colocando cada dente
para um lado oposto ao outro.

 Arco de pua: ferramenta tradicional de furação, muito usada


na construção do ramo madeireiro, principalmente a carpintaria.
Foi largamente usada nas primeiras ferrovias brasileiras para
furação dos dormentes. Mesmo com o surgimento de furadeiras
elétricas e à bateria, ainda há muitos profissionais que mantêm
seu uso em diferente aplicações, como na movelaria e carpintaria.

 Arco de pua (engrenagem): com a mesma função do arco de


pua tradicional, ou seja, para furações em geral, estas ferramentas
melhoraram o desempenho no ato de furar, garantindo mais
precisão e agilidade. A engrenagem permite a realização de furos
em série ao se girar a manivela no sentido vertical, proporcionando
menor gasto de energia ao operador, uma vez que não há
necessidade de manejá-la com muita força, comparado ao arco de
pua tradicional, com o qual, para executar o furo, é necessário fazer
o giro na horizontal, o que demanda mais energia.

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 Arco de fita: ferramenta específica para os trabalhos de cortes


que necessitam de precisão e detalhamentos, por terem curvas
e quinas muito fechadas. Em trabalhos como marchetaria com
lâminas de madeira e confecções de encaixes de calda e malhetes
de andorinha é comum se recorrer a esta ferramenta, também
conhecida como “serra tico-tico manual”.

Arco de serra: usado principalmente para cortes de chapas de


ferro e alumínio. Na marcenaria serve apenas para cortar peças
pequenas de madeira de baixa a média densidade.
Contudo, há várias tipologias desta ferramenta de acordo com
a necessidade, além de lâminas de serra para corte de diversos
materiais: ferro, madeira, PVC etc.

Arco de serra (mini): utilizado para trabalhos menores, para


os quais o tradicional arco de serra mostra-se muito rígido,
podendo romper a madeira. Usa-se bastante esta ferramenta para
confecções de artesanatos e cortes de pequenas tiras de madeira
para ornamentação de objetos.

Bancada de madeira: este equipamento é de extrema


importância para a execução do trabalho na marcenaria. Cerca
de 70% do trabalho do marceneiro será realizado na bancada:
colagens, prensas, lixamento, acabamentos, montagens, etc.
Além de facilitar a organização do ambiente de trabalho, já que
28 possui um rebaixo para colocar ferramentas, possui duas morças,
uma central e outra em uma de suas extremidades, para fixar e
prensar pequenas peças. É fundamental ter muito zelo por este
importante equipamento.
AULA - 2

Compasso de ferro: usado para desenhar circunferências e


semicírculos na madeira, podendo ter apoio de um transferidor
ou suta. Tradicionalmente este compasso vem do ramo da
ferramentaria e serralherias.

Cortador de laminado de madeira: extremamente útil


para profissionais que trabalham com laminados de madeira.
Com dentes seriados como os de um serrote, possibilita um
ótimo corte no sentido longitudinal da lâmina de madeira para
revestimento da superfície da chapa.

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Cortador de fita de borda: usado para refilar (cortar) as


sobras da fita de borda após a colagem, proporciona ótimo
acabamento nos topos da madeira. Contudo deve-se ter
bastante cuidado ao manusear esta ferramenta para não
arranhar a superfície do artefato.

Cortador de laminado decorativo: com sua ponta de


diamante (widea) risca-se várias vezes a lamina até se obter
o corte. Importante observar que o corte só é obtido no
movimento de recuo da ferramenta em direção ao operador.

 Chave de fenda e philips: importante ferramenta para


aperto de parafusos, pois possibilita o arranque por meio do
cabo, que serve como alavanca. Mesmo que hoje o mercado de
ferramentas elétricas ofereça a famosa parafusadeira, esse tipo de
ferramenta dificilmente sairá de linha e da maleta do marceneiro.

29

 Chave allen: Chave especial com suas duas pontas em


formato sextavado, para aperto de sistemas de montagem
diferentes dos convencionais para móveis, com sofás de madeira,

AULA - 2
camas, mesas, cadeiras, prateleiras, etc. Usadas também para
manutenção de máquinas portáteis e estacionárias.

 Chave inglesa: muito útil para apertar porcas de


parafusos franceses. Com sua possibilidade de regulagem fica
desnecessário, na maioria dos casos, a aquisição de chaves de
aperto individuais (chaves de boca).

 Escova de aço: seu principal uso é na limpeza de limas,


grosas, serrotes, fresas e discos de serra. Na restauração, utiliza-
se para limpeza de ferragens, como puxadores, espelhos de
fechaduras, dobradiças, etc. Recomendam-se escovas de aço de
cerdas médias e duras.

 Espátula: usada para aplicar massas de madeira do


tipo PVA, massa plástica, acrílica, corrida e massa rápida.
Recomendam-se espátulas de ½” (12 mm), 1” (25 mm), 2” (50
mm) de preferência flexíveis.

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 Espátula dentada: usada para limpar madeiras sujas com


massas rígidas, concreto e sujeiras impregnadas, geralmente de
demolição. Há profissionais que a usam para aplicar colas, como a
de contato, ou massas, como a PVA, em chapas de madeira.

 Esquadro: uma das principais ferramentas da marcenaria, é


indispensável, pois além de servir para traçar linhas, seu principal
uso está na verificação do esquadro na madeira serrada ou do
artefato montado no ângulo perfeito de 90 graus, obtendo uma
montagem totalmente simétrica com maior alinhamento. Com
ela é possível medir, traçar linhas, transferir marcações e até
mesmo traçar linhas e 45º graus (meia esquadria).

 Estilete: usado para cortar diferentes materiais, porém mais


largamente usado para cortar as sobras de fita de borda de topos
de madeira. No ofício da marchetaria é utilizado para o corte de
lâminas de madeira com grande precisão.

 Formão: ferramenta de corte usada para entalhar a madeira e


30 realizar cavas para encaixe de dobradiça, encaixes para estruturas
de móveis em junção de furo-respiga, em sua maioria em plano
retos. Saber manusear esta ferramenta é essencial para futuros
marceneiros que pensam em produzir móveis maciços e restaurar
artefatos em madeira.
AULA - 2

 Goiva: ferramenta parecida com o formão porém usada


para entalhe de objetos artísticos em madeira, como em artes
sacras, florais, etc. No trabalho em tornearia em madeira, a
goiva surge como ferramenta essencial, pois sua variedade de
formas possibilita torneados únicos. Seu ótimo desempenho no
desbaste deve-se a seu aço de alta qualidade, que evita a perda
do fio ou a quebra.

 Graminho: ferramenta artesanal extremamente funcional


e útil. Criada para copiar e transferir marcações, na produção e
manipulação de maior quantidade de peças iguais. É possível
com esta ferramenta realizar a transferência das marcações de
uma peça matriz para as demais, num processo ágil, em que o
alinhamento das marcações é garantido, com precisão maior
que a do metro ou mesmo do esquadro, seja para cortar, furar
ou entalhar. Geralmente o próprio profissional marceneiro pode
confeccioná-la, fabricando-a apenas com uma ou duas hastes,
sempre em madeira maciça.

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 Grampeador: ferramenta geralmente usada por tapeceiros.


Na marcenaria utiliza-se na confecção de portas e janelas com
telas, instalação de fundos de gavetas, guarda-roupas, etc. Com
o tamanho diferenciado dos grampos, é possível adquirir esta
ferramenta em dois tipos: de pressão manual e elétrica, com
pressão por ar comprimido.

 Grampo: usado para prensar pequenas e medianas peças,


fazer reparos em caso de restauro (como colagem de rachaduras
e cirurgias) e fixar peças na bancada. Obs.: uma vez identificada a
necessidade do grampo, utilize-o no tamanho ideal, sendo que os
mais usados são os de 4”, 6”, 8”, 10” e 12”.

 Grampo sargento: como o grampo, serve para prensar e fixar.


A diferença está no seu corpo que possibilita um trabalho com
peças maiores. As dimensões mais utilizadas são de 500 mm, 600
mm, 800 mm, 1.200 mm e 1.500 mm.

 Grosa: usada para desbastar somente madeiras de média a 31


alta densidade, tratando-se de uma ferramenta de alto poder
de penetração nos veios da madeira. Utilizada para desbastar
a madeira para correção da superfície de peças serradas na
máquina serra tico-tico ou serra de fita estacionária.

AULA - 2
 Lima bastarda: usada para desbastar madeiras de baixa
a média densidade, proporcionando melhor acabamento em
quinas, além de ser ótima para dar acabamento em peças
cortadas na serra de fita, entre outras finalidades. Obs.: não use
em ferro pois ela não é adequada para esse tipo de desbaste.

 Lima meia-cana bastarda: é igual à lima bastarda em todos


os seus usos, a diferença está no seu formato, sendo um lado
côncavo (arredondado), o que possibilita melhor acabamento em
peças convexas.

Marcenaria Vol 2.indd 31 10/6/2015 9:32:20 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Lima murça: usada para desbastar ferro, eliminando sobras


aparentes, permitindo-se obter mais acabamento para ferragens.
Obs.: não use em madeira, pois ela acabará entupindo as
ranhuras, comprometendo o desbaste futuro de peças de ferro.

 Lima murça triangular: criada exclusivamente para afiar


serrotes, não deve ser usada em madeira. Importante destacar que
cada tipo de serrote – de modelos como os universais, de costas
e de faca – pode apresentar variações na abertura e tamanho dos
dentes. Deste modo, é necessário pesquisar qual lima triangular se
adequa ao serrote para não gerar deformações nele.

 Macete: ferramenta confeccionada artesanalmente em


madeira, usada geralmente no trabalho de entalhe, no impacto
com formão e goivas, já que sendo de madeira, pouco danifica
o topo destas ferramentas de corte. Obs.: para obter um bom
macete, evite madeiras leves pois é importante que ele seja
pesado para maior impacto (madeiras de alta densidade).

32  Martelo: usado para inserir pregos na madeira para junção de


elementos e retirar pequenos pregos. Obs.: não use para retirar
grandes pregos e nunca bata diretamente na madeira. Importante
lembrar que na marcenaria há uma variedade de pregos utilizados,
com pequenas e grandes dimensões. Assim, adquira pelo o menos
duas medidas de martelos: 25 mm e 18 mm.
AULA - 2

 Martelo de borracha: esta ferramenta está relacionada


à montagem de peças, pois seu material da ponta superior é
borracha ou náilon, para que assim o impacto seja amortecido
com mais aderência sem comprometer o acabamento com
marcas de amassados.

 Metro de medição: essencial, é uma ferramenta que está


sempre no bolso do marceneiro. De maneira geral possibilita
um manuseio rápido e prático para medição de artefatos, para
construção de móveis gerais, estruturas, etc. No restauro utiliza-
se muito em pequenas a médias distâncias, seja em uma peça
para cirurgia ou até a um componente faltante. Deve-se atentar
às marcas, pois alguns metros não apresentam boa calibragem
das medidas, agregando ou simplesmente apresentando perda
de medida a cada dobra do metro. Dê preferência aos metros
com unidade de medida em centímetro, pois ferramentas que
apresentam polegada começam a desaparecer do mercado,
devido a uma normatização das unidades de medidas
estabelecidas no Brasil, atualmente sendo em milímetro.

Marcenaria Vol 2.indd 32 10/6/2015 9:32:21 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Paquímetro: ferramenta de medição de alta precisão, muito


empregada na verificação de bitolas, pequenas dimensões
internas e perfurações feitas por brocas. Para trabalhos de alto
acabamento, elaboração de gabaritos e ferramentas acessórias, o
paquímetro é especialmente importante.

 Pé de cabra: essencial para retirar grandes pregos de


madeiras de demolição e para desmontar peças coladas, como
paletes, assoalhos, tacos e forro de lambris.

 Pedra de afiação: essencial para afiação de ferramentas


cortante, como formões, raspilhas (ferro de plaina) e goivas.
Obs.: Ao adquirir tal acessório tome cuidado com a marca e o
tipo de material da pedra, pois ela deve ter dois lados distintos
para afiação, um lado com gramatura pouco porosa (de alta
densidade) e outro com gramatura regular (de média densidade),
o que evita o desgaste acelerado do material.

 Punção: usado com o auxílio do martelo para embutir pregos


com ou sem cabeça para dentro da madeira.

33
 Plaina manual: ferramenta indicada para aparar madeira com
o objetivo de alcançar o seu nivelamento. Obs.: perfeita para usar
em madeiras de qualquer densidade, contudo, para que exerça
bem o desbaste, é fundamental que sua faca esteja em perfeitas
condições: reta e afiada.

 Plaina pequena: ferramenta indicada para aparar madeira AULA - 2


e rebarbas de laminados decorativos (fórmica). Diferente da
plaina manual tradicional, ela apara levemente a madeira
proporcionando um ótimo acabamento.

 Raspilha (ferro de plaina): além de estar ligada


principalmente à plaina, com primeira função de desbaste, ela
também é uma excelente ferramenta para raspagem, sendo ideal
para a remoção do acabamento envelhecido ou degradado de
peças a serem restauradas. Obs.: existem diferentes tipos de facas,
sendo que as mais conhecidas são as de aço rápido e aço duro.

Régua: utilizada para traçar e medir linhas compridas. Obs.: dê


preferência para réguas de alumínio, graduadas em milímetros,
perfeitamente calibradas e alinhadas, já que as de madeira
tendem a empenar, apresentando pouca precisão das medidas,
podendo se degradar mais rápido pela ação de fungos.

Marcenaria Vol 2.indd 33 10/6/2015 9:32:22 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Refilador de laminado decorativo (fileteador): ferramenta


especial que corta lâminas decorativas em espessuras diversas,
dependendo exclusivamente da espessura do topo da madeira,
fatiando a lâmina em filetes igualmente a uma fita de borda.

 Sargento de barra: ideal para prensar artefatos de médio a


grande porte, como tampos, prateleiras e encaixes de estruturas
gerais de móveis, como cadeiras, mesas, tamboretes, camas. Por
ser uma barra no formato de T, mantém-se rigidamente alinhada,
proporcionado um melhor e eficiente aperto entre os elementos.

 Serrote de costas: ideal para cortar madeira de pequeno a


médio porte como sarrafos, ripas e caibros. Por conter uma haste
rígida em sua parte superior, possibilita um corte mais preciso se
comparado ao serrote universal. Contudo, não é adequado para
madeiras de grande espessura, já que sua haste impossibilita que
a serra corra e adentre na madeira. De acordo com o modelo, são
precisos para cortes retos para encaixes e maquetes dentados e
de andorinhas.

 Serrote universal: ideal para cortar madeira de médio a


grande porte com mais agilidade, como vigas, caibros, pontaletes,
34 pranchas, etc. Em construção de móveis maciços e carpintaria
tem papel importante, isto em marcenaria tradicionais.

 Serrote de faca: serrote de cabo, que permite maior


precisão para cortes de pequena profundidade. Esta ferramenta
está ligeiramente associada à confecção do encaixe cauda
AULA - 2

de andorinha para pequenas peças, como gavetas, caixas e


pequenas estruturas.

 Suta: esquadro falso, importante ferramenta que traça


linhas paralelas em qualquer ângulo com apoio do transferidor,
servindo também como copiador de marcações que podem ser
transferidas rapidamente para outra peça.

 Turquesa: indicado para retirar pregos ou parafusos de


diferentes tamanhos, servindo também para cortar pregos
com cabeça.

 Travador de serrote corneta: é mais simples que o alicate


travador e é usado para travar os dentes de serrotes; entretanto,
não há regulagem como na outra ferramenta, exigindo maior
habilidade do operador para o travamento dos dentes do serrote.
Imagens: Google Imagens, 2015.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Atividade Prática:

Apresentar as ferramentas no quadro de armazenamento.

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AULA

2 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)


Construção de uma cadeira em madeira maciça: Etapas 7 e 8.
7) Furação para encaixe:

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35
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AULA - 2
8) Ensembles:

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Quais são os possíveis usos dos produtos pré-industrializados?

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

3
Formação Empreendedora:
As mudanças na produção

Em qualquer produção de bens são necessários três elementos, sem os quais a produção não acontece.
São eles:

1. Matéria: que será transformada em outro bem ou produto.


2. Energia: que pode ser trabalho humano ou a energia que movimenta as máquinas.
3. Informação: que orienta o que fazer, como fazer, quando fazer.

A forma de produção mecanizada – ou mecanização – introduz máquinas movidas a energia animal, elétri-
ca ou térmica, que substituem parcialmente a energia humana. A máquina faz algumas etapas da produção,
mas o operador da máquina também realiza muitos procedimentos manuais, além de acionar, regular e fazer
funcionar a máquina.
Uma forma de produção mais recente é a automatização. Ela introduziu outros tipos de máquinas: as que
36 produzem sem a intervenção direta do homem. São os sistemas automatizados, ou unidades de processamen-
to, que fazem a máquina operar. Cabe ao trabalhador preparar esses sistemas e acompanhar o processo de
produção. No sistema automatizado de produção, as máquinas fazem o produto sempre do mesmo jeito. Para
modificar o produto, é preciso também modificar componentes da máquina que o produz.
Há também a automação, que é diferente da automatização. A automação possibilita que se façam mu-
danças nos produtos sem alterar a estrutura física das máquinas. Essas máquinas automáticas são chamadas
AULA - 3

de flexíveis, pois podem ser reprogramadas para fazer operações diferentes. Um exemplo é o computador,
que pode ser programado para inúmeras atividades, desde redigir um simples texto, até gerenciar complexos
processos industriais. O que permitiu este avanço foi a difusão da base microeletrônica.

RESUMINDO...

Na forma de produção artesanal, o homem transforma a matéria usando sua


própria energia ou força, com a ajuda de ferramentas e instrumentos. As infor-
mações são transmitidas de pessoa para pessoa.

Automatização: máquinas que produzem sem a intervenção direta do ho-


mem; para modificar o produto, é preciso também modificar componentes da
máquina que o produz.

Automação: possibilita que se façam mudanças nos produtos sem alterar a es-
trutura física das máquinas.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

ATIVIDADE

Nas imagens reproduzidas a seguir, identifique diferenças entre o processo de produção mecanizado e o
processo de produção automatizado.

Processo de produção AUTOMATIZADO

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Processo de produção MECANIZADO

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Fotos: Google Imagens, 2015. 37

Para memorizar, identifique as principais diferenças entre o


processo de produção automatizado e o processo mecanizado:

AULA - 3
Processo de produção AUTOMATIZADO Processo de produção MECANIZADO

_________________________________________ _________________________________________

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA
Formação Técnica:
3 Ferramentas elélicas portáteis

 Furadeira de impacto: ferramenta indispensável tanto na


oficina de marcenaria quanto em obras, responsável por furos
para montagem de móveis, furos para pregos ou na função
martelete para furar alvenaria.

 Lixadeira angular/politriz: parecida com a esmerilhadeira,


ela se diferencia por ter uma base de lixamento maior. Contudo,
para alguns modelos, esta base superior é móvel, o que
possibilita adaptar-se ao formato da peça a ser lixada. Porém, por
se tratar de uma lixadeira de movimento rotacional, é importante
saber manuseá-la para evitar possíveis deformações na peça.
Com ela é possível desbastar grande quantidade de madeira ou
até proporcionar fino acabamento com a utilização de lixas de
gramaturas finas.

 Lixadeira de cinta: indicada para lixar madeiras de média


38 a alta densidade, com curtas espessuras, como sarrafos,
caibros, vigas, dormentes, etc., porque seu corpo é estreito e
as gramaturas de suas lixas geralmente são de alto poder de
desbaste, não sendo indicadas para trabalhos com chapas
industrializadas.
AULA - 3

 Lixadeira orbital: excelente lixadeira para polimento da


camada superficial da madeira, uma vez que sua vibração
proporciona um acabamento mais acetinado (sedoso).
Geralmente cada marca de equipamento especifica um modelo
de lixa adequada ao tamanho da base da lixadeira, mas é
normal usar folhas de lixa seca ou vermelha para lixar. Lembre-
se, esta lixadeira é usada exclusivamente para a promoção do
acabamento de polimento da madeira e não para desbaste
profundo em casos de madeira rústica.

 Lixadeira roto-orbital: semelhante à lixadeira orbital


pela vibração, a diferença esta no movimento rotacional que
este equipamento faz enquanto vibra, promovendo melhor
nivelamento da superfície da madeira. Todavia, o acabamento
adquirido não é tão bom se comparado à lixadeira orbital, já que
a utilidade desta ferramenta é realizar o semiacabamento da
superfície da madeira, ou seja, gerar a calibração/nivelamento
da madeira para a obtenção de peça alinhada e pronta para a
próxima etapa de acabamento.

Marcenaria Vol 2.indd 38 10/6/2015 9:32:24 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Parafusadeira: ferramenta que agiliza e dá mais conforto


para parafusar, exigindo menos força do operador. Há diferentes
modelos no mercado, podendo ser elétricas ou à bateria, gerando
rapidez e praticidade principalmente em montagem de móveis.
Importante saber que mesmo tendo um equipamento como
este, não se deve dispensar as chaves de fenda e philips usuais,
pois em cantos isolados de difícil acesso ou em pontos onde a
ferramenta não entra somente a chaves poderão entrar.

 Plaina elétrica: indicada para realizar trabalhos em madeira


maciça, com o objetivo desempenar e ajustar madeiras que
apresentam curtas espessuras, como portas, patentes, vigas,
caibros, ripas, sarrafos, pontaletes, etc. Fique atento ao modelo
e marca do seu equipamento, pois existem plainas com facas
descartáveis e outras com facas fixas que são afiadas após a
perda do corte.

 Serra esquadria: usada especialmente para cortar madeiras


e outros materiais em diferentes ângulos de acordo com o tipo
de lâmina de serra usada. Na marcenaria este equipamento
possibilita corte com ângulos precisos, sendo o mais usado o de
45 graus para molduras e guarnições.

 Serra circular: confundida com a serra mármore, diferencia-se 39


por seu corpo maior, composto por um disco de diâmetro maior.
No trabalho com madeira, a serra circular é mais utilizada na
carpintaria, no corte de madeira de alta densidade, na montagem
de estruturas como treliças/tesouras, vigamentos e armações
de caixotaria. Apesar de ser um equipamento perigoso, está

AULA - 3
largamente presente nas oficinas, mesmo com a disposição de
serras circulares de bancadas.

 Serra tico-tico de mesa: muito utilizada para fabricar


artesanatos confeccionados em MDF com espessuras de até
10 mm. Seu principal diferencial está na lâmina superfina que
proporciona o corte de curvas fechadas. Em madeira maciça
recomenda-se a usinagem de madeiras de baixa densidade.

 Serra tico-tico: ótima para cortes retos e principalmente


traçados curvos, além de cortes em meia esquadria (45 graus). Em
marcações de plano de corte em chapas industrializadas, como
MDF e compensado, este equipamento garante maior agilidade
e aproveitamento do material, permitindo cortar a chapa, para
que depois seja lançada para a serra esquadrejadeira para um
corte alinhado e medida final de cada peça. No caso de madeira
maciça, as serras tico-tico que apresentam potência abaixo de
400 watts não são indicadas, pois travam, podendo estragar o
equipamento, lâmina e também a madeira.

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 Tupia manual: equipamento


especial para execução de diversos
trabalhos de usinagem de madeiras
maciças e chapas industrializadas,
uma vez que foi desenvolvida para
trabalhar com diferentes tipos de
fresas. É capaz de realizar trabalhos
de corte, desbaste e polimentos,
(a) como rebordadeira de laminado
decorativo, molduras, rasgos para
(b) venezianas, rebaixo para patente
e polimento. Há dois tipos no
mercado com diversas marcas: tupia
laminadora (a) e tupia de coluna (b).

 Moto esmeril: equipamento muito importante, sendo


responsável pela manutenção de ferramentas de cortes e outros
afins, seja na afiação de formões e ferro de plaina, moldagem
de brocas e pequenas chapas de metal, lixamentos e acertos de
laminas e limpeza de limas.
Para se trabalhar esta ferramenta é necessário ter grande
habilidade, caso contrário poderá ser fatal para a vida útil de
suas ferramentas. Assim, conhecer suas pedras de rebolo é de
extrema importância, para que haja acerto na execução das
operações com as ferramentas. Geralmente fabricadas com
óxido de alumínio, as pedras apresentam ótima resistência
40 sendo separadas por gramaturas e uso.

 Rebolo escova de aço: ótimo acessório para a limpeza


de limas (murças, bastardas e bastardinhas), grosas, pedra de
AULA - 3

afiação e lâminas de serras. De acordo com a necessidade de


uma limpeza leve ou mais agressiva, o operador pode optar por
rebolos de escova de aço de fios moles, médios e duros.

 Rebolo reto fino 100/120: acessório responsável pela


afiação de ferramentas, como ferros de plainas, formões, goivas,
chapas de aço, punção, brocas comuns de aço rápido e aço
carbono, etc. Por ter um abrasivo fino (fechado), proporciona
um desbaste rápido e por isso não é indicado para uso em
chapas com metais moles.

 Rebolo reto médio 60/80: acessório indicado para afiação


e acabamento final de ferramentas de corte. Possuindo um
abrasivo médio (semiporoso), permite um desbaste com menor
impacto, garantindo acerto no fio final.

Marcenaria Vol 2.indd 40 10/6/2015 9:32:25 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Rebolo reto grosso 24/36: indicado para moldar materiais


ferrosos, com objetivo de conceber uma determinada forma,
seu abrasivo grosso (poroso), garante um desbaste mais lento
em relação aos rebolos comuns, permitindo maior controle na
retirada de material, com menos desgaste.

 Rebolo reto para widia: Fabricado com carbureto de silício,


é especialmente indicado para a afiação de ferramentas em
widia (metal duro), permitindo um desbaste preciso com ótimo
acabamento e resistência da pedra. Importante lembrar que
há pedras de espessuras mais finas nas mesmas tipologias caso
haja necessidade.

Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.

Atividade Prática:

Apresentar as ferramentas em atividade práticas no salão de trabalho.

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AULA

3 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas) AULA - 3


Construção de uma cadeira em madeira maciça: Etapa 9.
9) Colagem dos pés:

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Quais as etapas do planejamento de um desenho técnico?

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AULA

4
Formação Empreendedora:
Trabalho qualificado e
trabalho precar�ado - Parte 1

Com a reestruturação produtiva, a exigência de desenvolvendo agilidade e eficiência.


qualificação para a contratação dos funcionários Muitas funções com grau baixo de exigência de
vem aumentando. As atividades profissionais que qualificação são indispensáveis para o bom fun-
exigem mais qualificação sempre foram e ainda cionamento da sociedade em geral. O mais impor-
continuam sendo as mais valorizadas. tante é que todo trabalhador que contribui para o
Também existem ofertas de trabalho com me- funcionamento da coletividade tem de ser valori-
nos exigência de qualificação, mas, certamente, os zado, não importando se seu trabalho exige pouca
trabalhadores desenvolvem suas próprias técnicas, ou muita qualificação.

Trabalho precarizado: trabalho mal remunerado.


Condições precárias de trabalho: ambientes e situações que não oferecem segurança e
estabilidade, ou seja, as condições de realização são precárias.
42

Trabalho Decente
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma entidade internacional, ligada à ONU, que estuda e
busca criar normas para que o trabalho se desenvolva de forma a ajudar todas as pessoas do mundo. A ideia
AULA - 4

de trabalho decente foi criada na OIT com o objetivo de definir como o trabalho pode contribuir para o
desenvolvimento humano. O “trabalho decente”, no conceito da OIT, é composto por quatro partes:

 Emprego: o trabalho não só deve ser produtivo e útil para a sociedade, mas ele também deve ser remu-
nerado de maneira justa. E não se trata apenas do trabalho formal, com carteira assinada, mas também
do trabalho informal;
 Seguridade social: todo trabalhador deve ter acesso a formas de seguridade social, que o ajuda em caso
de acidente e também lhe garantam uma aposentadoria justa;
 Direitos dos trabalhadores: o trabalho não pode ocorrer em condições perigosas, nem pode ser algo
que atrapalhe o desenvolvimento das pessoas. Esta é uma das razões para o trabalho infantil ser proibido;
 Diálogo social: os trabalhadores devem ter direito à voz não só no espaço do trabalho, mas também na
sociedade como um todo. Os trabalhadores devem ter o direito de se organizar em sindicatos ou outros
espaços, que permitam ao trabalhador participar de mesas e espaços de negociação e diálogo, seja com
os Governos, seja com os empresários.

Como se pode ver, o trabalho decente é um conceito que une vários aspectos dos direitos humanos, pois
reafirma a dignidade da pessoa por meio do trabalho em condições justas.
É importante lembrar que este conceito também se aplica aos trabalhadores do setor informal, uma par-
cela considerável dos trabalhadores brasileiros de hoje. No passado, a criação dos sindicatos foi um passo
importante para melhorar a situação do trabalhador. No modelo econômico atual, os sindicatos ainda têm im-
portância, mas nossa sociedade precisa descobrir novas estratégias e mecanismos para conter a “precarização”
e a piora das condições de trabalho.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

ATIVIDADE
Imagine que depois de uma festa sobraram duas pias lotadas de louças, copos, talheres e panelas sujas. Para
fazer esse serviço, foram contratadas duas pessoas: Joana, que já trabalhou em um restaurante; e Rosa, que
trabalhou em uma locadora e nunca enfrentou uma pia nesse estado. Como foi o trabalho de cada uma
delas? Avalie o modo de trabalhar, o tempo gasto e o resultado. Anote suas observações.

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AULA
Formação técnica:
4 Máquinas estacionárias

Máquinas estacionárias
43

 Coletor de pó: muito útil para marcenarias que trabalham


com muito MDF e madeira maciça. Com seus tubos conectores,
é capaz aspirar todo o pó e serragem para dentro dos tonéis

AULA - 4
em segundos, evitando o acúmulo resíduos na oficina, tanto no
piso como no ar. De acordo com o modelo do equipamento, é
possível conectar até seis máquinas, baixando os níveis de pó e
serragem da oficina em 80%, porém para marcenarias de menor
porte acaba sendo difícil adquiri-lo, devido ao pouco espaço
existente no ambiente de trabalho.

 Coladeira de fita de borda: maquinário feito para


realizar a colagem de fita de borda nos topos de madeiras
industrializadas, como MDF e compensado com lâminas de
madeirados sintéticos e laqueados. Para facilitar o manuseio de
grandes peças é possível ter o auxílio de uma mesa de roletes
para melhor deslize da chapa. Para marcenaria com intensa
carga de produção de móveis, investir em uma máquinas como
esta pode gerar ganhos significativos, pois acelera a produção,
permitindo mais dinamismo e produtividade por parte dos
profissionais: marceneiros, meio oficiais e auxiliares, por agilizar
uma atividade considerada sistemática e demorada, porém
necessária para a finalização do projeto de móvel concebido.

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 Compressor: equipamento desenvolvido para trabalhos


especiais de pintura e para envernizar e laquear, em que o
componente químico requer alta pressão por ar comprimido
para alcançar acabamento adequado devido aos diluentes
especiais que cada produto utiliza, como laca nitrocelulose,
laca poliuretado, verniz nitrocelulose, verniz poliuretano
bicomponente e resina nitro. Tem uma mangueira por onde o
ar comprimido passa gerando pressão ao revólver (pistola de
pintura), garantindo cobertura em mais profundidade na madeira.

 Furadeira horizontal: Máquina ideal para trabalhos com


furos e canais vazados ou interrompidos que necessitam de
mais agilidade, precisão e ótimo acabamento, principalmente
para furos para encaixe de respigas, em produções em série,
como: cadeiras, bancos, mesas, portas, portões, etc. Por ter
fácil ajuste dos componentes, com mesa regulável e mandril
ajustável por alavanca, é possível executar em poucos segundo
furos de variados diâmetros com excelente limpeza, sem
a necessidade do uso de formões e limas bastardas. Nesta
furadeira é possível usar brocas de madeira do tipo três pontas,
brocas de aço rápido, mas as fresas de furação é recomendável
que sejam em aço duro, por serem mais precisas na furação e
resistentes à perda de fio.

44

 Furadeira vertical: máquina essencial para furações


verticais que necessitam de mais força de arranque. Por meio
AULA - 4

de fresas, brocas e serras-copo, proporciona um furo limpo e


reto graças à sua base horizontal e sua alavanca de arranque.
Com ela é possível executar furos de dobradiças copos, furos de
dispositivos de montagem para móveis, furos para encaixes de
peças com mais agilidade.

 Lixadeira de fita/cinta: maquinário


indispensável para marcenarias que executam
trabalhos com grandes chapas, já que este
equipamento facilita o lixamento de peças como
portas, montantes, dentre outros, seja em madeiras
maciças ou industrializadas. Importante saber que
além de seu estrado para assentar grandes chapas,
há também o disco para lixa e a pequena base no
topo da mesma para trabalhos menores.

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 Plaina desengrossadeira: criada para trabalhar em conjunto


com a plaina desempenadeira, esta máquina tem a função de
copiar o lado já aplainado antes de um processo de usinagem
na plaina desempenadeira. Assim, por possuir suas facas na
parte superior, copia o lado inferior da madeira, para a face não
aplainada, isso até ela alcançar a medida/espessura desejada.
Sendo assim, em alguns casos em que a madeira não esteja
minimamente reta, não é recomendado passá-la neste maquinário,
pois por mais que muitos profissionais insistam, ao passar a
mesma, ela só apresentará ambas as face limpas, com a bitola/
espessura ajustada, mas não devidademente desempenadas.

 Plaina desempenadeira: única indicada para retirar


o empeno de madeiras maciças. Não é indicado o uso em
madeiras industrializadas, como MDF, compensados e
painéis sarrafeados, abrindo-se exceções apenas em casos
de extrema importância. No ato da usinagem é necessário
sempre identificar em qual lado se encontra o empeno, para
assim colocar a madeira na posição correta. Nesta máquina é
possível acertar duas faces da madeira perpendicularmente,
ou seja, juntamente com a guia posicionada na vertical é
possível obter uma madeira totalmente esquadrejada ao
logo do seu comprimento, para depois ser lançada na plaina
desengrossadeira, para um nivelamento completo.

 Serra circular de mesa: ideal para marcenarias que 45


realizam trabalhos com madeiras maciças de alta densidade,
já que possui um forte motor de cerca de 3 a 5 HP (cavalos),
o que permite cortes na longitudinal com maior rapidez.
Para tanto, é necessário utilizar um disco de serra de alto
desempenho, com pouco dente e mais respiros, para corte

AULA - 4
bruto de vigas, pilares, prancha e pranchões.
Tradicionalmente apresenta elementos básicos: guia copiadora e
canaleta para mesa pequena de esquadrejamento, podendo ter
disco rígido ou regulável em ângulo inclinado.

 Serra esquadrejadeira: uma das principais máquinas da


marcenaria, tem papel indispensável em cortes longitudinais e
transversais em madeiras maciças, mas sobretudo em chapas
industrializadas. Com seu corpo extenso, sua mesa corre pelos
carris inferiores possibilitando até mesmo o corte da chapa em
seu tamanho total. Tem também uma guia para regulagem de
espessuras diversas. Alguns modelos dispõem da regulagem
do disco em determinados ângulos, com a qual é possível
confeccionar encaixes, rebaixos, meias esquadrias, etc. Isso
torna este equipamento o mais completo dentre todos na
oficina de marcenaria. Saiba que esta máquina leva este nome
por gerar esquadro no corte das peças serradas, garantindo o
ângulo perfeito de 90 graus, essencial para móveis em geral,
pois garante perfeito alinhamento e esquadro na montagem.

Marcenaria Vol 2.indd 45 10/6/2015 9:32:27 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Serra de fita: lâmina de serra que trabalha na vertical


possibilitando cortes retos, em curvas e chanfrados, sendo a
responsável por realizar cortes gabaritados de encostos e pernas
de cadeiras, mesas, montantes decorativos, circunferências
em chapas e outros tantos tipos de trabalhos com desenhos
únicos. Importante saber que de acordo com a madeira usada
é necessário ter a lâmina adequada, pois além da largura das
lâminas de serra, a quantidade de dentes e materialidade da
mesma permitirá mais agilidade ou lentidão, ou então, pelo
contrário, provocar até a quebra da lâmina em caso de força
excessiva sobre a madeira cortada.

 Torno: no torno é possível trabalhar com madeiras maciças de


qualquer densidade, sempre com espessuras iguais nas quatros
faces. Nesta máquina é possível conceber os mais variados
torneados, dependendo exclusivamente da capacidade do
profissional, sempre servido de ferramentas como goivas ou
formões. Nele são feitos mancebos, balaustres, guarda-copos,
taças de madeira, vasilhames, piões, cabideiros, puxadores, etc.

 Tupia estacionária: segunda máquina mais importante na


46 oficina de marcenaria tradicional, permite o uso de fresas e discos
de serra no sentido horizontal, dando a liberdade de realizar
a confecção de batentes, molduras, respigas diversas, portas,
janelas, assoalhos, lambris, rebaixos e canaletas.
AULA - 4

Imagens: Google Imagens, 2015.

Atividade Prática:

Apresentar as máquinas em atividade práticas no salão de trabalho.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

4 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)

Finalização da construção de uma cadeira em madeira maciça: Etapa 10.

10) Acabamento final:

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47

ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Quais são os instrumentos usados para construir um desenho técnico?

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AULA - 4
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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

5
Formação Empreendedora:
Trabalho qualificado e trabalho
precar�ado -Parte 2

Parte das mudanças provocadas pela reestruturação produtiva tem a ver com a terceirização, ou seja, com a
prática de entregar etapas do trabalho para serem feitas por profissionais ou empresas que não pertencem à
empresa responsável pela produção.

Terceirização - é a prática de entregar etapas do trabalho para serem feitas por


profissionais ou empresas que não pertencem à empresa responsável pela produção.

Muitos empregados crêem que, para conse- ção. Essas “outras empresas” são as terceirizadas.
guir flexibilidade na produção, precisam também As empresas terceirizadas contratam os traba-
de flexibilidade nos vínculos trabalhistas com seus lhadores à medida que recebem encomendas de
empregados. Essa prática introduz no setor de re- trabalho. Quando um contrato acaba ou é anulado,
48 cursos humanos das empresas uma política vol- todo o grupo de trabalhadores perde o emprego ou
tada para a redução de custos. As empresas que é deslocado para outra atividade. É a rotatividade da
terceirizam têm um quadro de trabalhadores fixos mão-de-obra: ora se trabalha aqui, ora se trabalha
bastante reduzido. ali, ora não se trabalha. Essa situação gera insegu-
As empresas que terceirizam contratam outras rança para os trabalhadores.
empresas para realizar serviços ou etapas da produ- Segundo afirma o professor Sérgio Pinto Martins:
AULA - 5

“No Brasil, a noção de terceirização foi trazida por multinacionais na década de 1950, pelo interesse que
tinham em se preocupar apenas com a essência do seu negócio. A indústria automobilística é exemplo
de terceirização: ao contratar a prestação de serviços de terceiros para a produção de componentes do
automóvel, reunindo peças fabricadas por aqueles e procedendo à montagem final do veículo”.

A qualidade das relações de trabalho está ligada à qualidade de vida dos trabalhadores.

ATIVIDADE
Marinalva encontrou trabalho de faxineira em uma empresa de limpeza para prestar serviços em eventos. A
empresa fornece uniforme, luvas e todo o material de trabalho.
Ela não tem carteira assinada e, quando fica doente, perde o dia. Quando não tem serviço, Marinalva não ganha.
Quando tem, precisa trabalhar direto, até nos fins de semana.
Marinalva não tem direito a férias pagas nem ao décimo terceiro salário. Marinalva não contribui para o INSS.

Assinale as alternativas corretas:


( ) O trabalho de Marinalva exige muita qualificação.
( ) O trabalho de Marinalva deve ser considerado trabalho precarizado.
( ) A empresa que contrata Marinalva respeita a legislação trabalhista.
( ) Marinalva trabalha numa empresa terceirizada.

Marcenaria Vol 2.indd 48 10/6/2015 9:32:28 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA
Formação Técnica:
5 Formação técnica - L�as - Parte 1

Lixar é tarefa indispensável. Quem busca qualidade de acabamento e durabilidade do artefato, deve saber
que o processo de lixamento não está somente ligado à questão estética do móvel. Uma tarefa bem executada
com as lixas poderá proporcionar ao móvel muito mais resistência em todos os seus aspectos, como a estrutu-
ra natural da madeira, revestimentos – lâminas de madeira e laminados decorativos, pinturas –, primes, lacas
e esmaltes sintéticos, selamentos e envernizações. Pois o lixamento feio de maneira correta proporcionará o
aumento da durabilidade de todos os itens ligados à sua fabricação, garantindo resistência natural.

Itens ligados à Ocorrências por Ocorrências por


construção de um móvel mau lixamento um bom lixamento

Encaixes, junções, Descolamento das junções, Estabilidade das junções e encaixes,


ligações e sambladuras dilatação, com possível estrutura firme e rígida, com
entre madeiras. rompimento da estrutura. mínimos riscos de rompimento.

Chapa industrializada Pouca aderência da cola entre as Alinhamento e nivelamento do


ou prancha maciça para faces da madeira, descolagem revestimento sobre a superfície
revestimento de lâminas. das lâminas, bolhas, quebra do da madeira, melhor aderência e
revestimento em cantos. resistência, com melhor acabamento.

Pinturas – lacas e Descascamentos da pintura, Resistência e estabilidade da pintura,


esmaltes sintéticos. trincas, perda de resistência, maior aderência sobre a madeira,
desgaste acelerado, menor maior rendimento do produto 49
aderência da madeira, menor sintético e ótimo acabamento da
rendimento do produto sintético e superfície da madeira.
péssimo acabamento da superfície
da madeira.

AULA - 5
Seladoras, Desbotamento do acabamento Maior aderência da madeira ao
vernizes e stain. sintético, acabamento grosseiro, produto aplicado, aumento ou
menor aderência na madeira e estabilidade da resistência natural
perda de resistência original do do produto, ótimo acabamento da
produto aplicado. superfície da madeira.
Fotos: Google Imagens, 2015.

Antes de realizar o procedimento de lixamento é necessário fazer o reconhecimento dos tipos e das grama-
turas/granulações das lixas disponíveis no mercado, pois será pela identificação do abrasivo que saberemos
qual lixa deverá ser escolhida, o que se confirma pelo número na parte inversa da folha de lixa. Assim se esco-

Marcenaria Vol 2.indd 49 10/6/2015 9:32:28 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

lhe a lixa adequada ao artefato que está sendo confeccionando.


Desta forma temos: lixas de gramaturas grossas, classificadas como lixas de alto desbaste, que possuem
baixas numerações: 50, 60, 80, etc. Lixas de gramaturas finas, classificadas como lixas de baixo desbaste, que
possuem numerações altas: 240, 280, 320, etc. Entretanto, há também um grupo de lixas consideradas de
uso intermediário, com gramaturas médias, com numerações 150, 180 e 220, podendo ser utilizadas para
lixar tanto madeiras maciças quanto madeiras industrializadas. Deve-se sempre levar em consideração a
densidade das madeiras.

Identificando os tipos de lixas

 Lixa vermelha: Lixa de uso misto, indicada para acabamentos


de massas corridas, massas acrílicas e de madeira de qualquer
densidade. Muito utilizada para lixar paredes entre demãos
de pinturas. No uso do lixamento de madeira maciça ou
industrializada, apesar de ser também indicada para madeira,
não é considerada a melhor lixa para este uso, pois seu abrasivo
tem pouca resistência e baixa durabilidade. Ainda assim, muitos
profissionais da marcenaria optam por estes tipos pelo benefício
que oferece em relação ao custo, sendo mais utilizada para lixar
madeiras nas etapas de semiacabamento e acabamento.

Lixa seca: lixa específica para madeira. Possui abrasivo com


maior durabilidade, garantindo mais rendimento por folha de
lixa. Com gramaturas finas, são indicadas para lixar madeiras
maciças ou industrializadas exclusivamente na etapa de
acabamento e polimento, para acabamentos especiais em
50
pinturas, lacas, primes, seladora, vernizes e resinas. Geralmente
encontra-se nas cores cinza ou rosada.
AULA - 5

Lixa amarela: Com materialidade inferior às demais lixas de


madeira, essa lixa apresenta um abrasivo com baixa durabilidade,
pois seus poros comumente se soltam da folha, além de terem
gramatura grosseira, prejudicando o acabamento da superfície da
madeira. Ou seja, dependendo da densidade de lixa (numeração),
pode arranhar facilmente o artefato, tendo o efeito inverso na
busca por melhor acabamento.

Lixa d’água fina: fabricada para o lixamento de ferro, esta lixa é


geralmente usada dentro de oficinas de funilaria por profissionais
funileiros especialistas no acabamento de polimento da lataria
e reparos gerais de autos. Estas lixas contêm gramaturas
com característica de um abrasivo superfino e por isso são
identificadas com numerações altíssimas como 800, 2.000, entre
outros, além de serem à prova de umidade. Na marcenaria,
alguns profissionais as utilizam para acabamentos em lacas e
vernizes PU e resinas de fibra de vidro.

Marcenaria Vol 2.indd 50 10/6/2015 9:32:29 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Lixa d’água grossa: também fabricada para o lixamento de


ferro, a diferença está nos seus grãos de elevada densidade.
Este tipo de lixa é indicado para um desbaste mais pesado, ou
seja, é utilizada para lixar peças recém-soldadas, em que o ferro
encontra-se grosseiro e sem porosidade para um acabamento
mais fino. Normalmente sua numeração fica entre 50 a 120.
Os trabalhos realizados com estas lixas estão relacionados a
serralherias onde o material ferro está em aspecto mais bruto.
Assim como a lixa d’água fina, ela é identificada pela cor preta ou
cinza do grão, com moderada resistência à umidade.

Lixa redonda: usada em lixadeira estacionária, esmerilhadeira,


politriz, lixadeira roto-orbital e furadeira, de acordo com o
tamanho e o modelo do equipamento, estas lixas de granulação
variada podem ser utilizada para desbastes pesados, a fim de
calibrar a madeira ou até mesmo para a finalidade de um bom
acabamento e polimento, dependendo exclusivamente do tipo
de equipamento usado.

 Lixa de fita/cinta: usada em lixadeiras estacionárias e


lixadeiras de cintas manuais, existe em variados tamanhos,
mas sua gramatura geralmente é indicada para o lixamento
de madeiras maciças. Pode também ser utilizada em madeira
industrializada, porém neste caso deve-se ter um maior cuidado,
já que o poder de desbaste desta lixa é ampliado pelo giro 51
constante da máquina. Entretanto, conforme a variação do
abrasivo utilizado é possível chegar um ótimo acabamento, além
de acelerar com eficiência a produção na marcenaria.
Imagens: Google Imagens, 2015.

AULA - 5
Numerações e letras
Primeiramente devemos nos certificar de que a lixa que estamos usando é realmente a correta para o artefa-
to que queremos lixar. Acima, vimos as cores que caracterizam para qual tipo de material a lixa é preparada.
Porém, muito além disso, é importante também saber identificar o abrasivo da lixa e a letra correspondente à
durabilidade da mesma. Dê preferência para lixas de marcas conhecidas, pois além de oferecerem vasta tipo-
logia e gramaturas diferentes, possibilitam rápido reconhecimento de suas características no verso da folha,
onde algumas até indicam os materiais indicados para se lixar. A letra significa o tipo de material de que é feito
a lixa, ou seja, pela letra podemos saber sua real resistência. Vejamos:
320 = referente a
A = papel leve numeração do grão, o
G = papel pesado especial poder abrasivo da lixa
H = papel pesado
T = papel à prova d’água
K = pano e cola T = letra que
R = pano e resina indica essa lixa
S = combinação de papel e pano tem um papel à
W = pano à prova d’água prova d’água -
sendo assim
F = fibra
LIXA D’ÁGUA

Observação: o número à frente da letra é usado


apenas para controle interno dos fabricantes.

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AULA

5 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)


Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 1 e 2.
1) Desenho:

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2) Orçamento:

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52
ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)
Pesquise e responda: O que é escala? Qual a sua importância no desenho?

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AULA - 5

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

6
Formação Empreendedora:
Profissões que se transformam

À medida que os processos de trabalho, as tecnologias e a sociedade mudam, as profissões também se


modificam: algumas desaparecem e outras se transformam.

Precisamos pensar nas necessidades do país, mas também pensar nas necessidades das pessoas. Ou seja,
toda a formação deve buscar fundamentos científicos e o contato com áreas que permitam a reflexão sobre
eles. Não é verdade que um marceneiro não precisa pensar e não precisa de um fundamento científico. O fato
de ele executar um trabalho técnico não implica não ter essa informação geral.
Há experiências no Brasil que nos permitem inferir que, mesmo no ensino fundamental, você pode tra-
balhar certos fundamentos. A técnica tem que estar associada a isso. E preciso pensar em uma formação que
articule formação científica e técnica de forma muito intensa, para que as pessoas tenham capacidade de
transformação e de adaptação, porque as profissões também se transformam.
Os ferramenteiros e os frisadores da década de 1970 e 1980, na área da metalúrgica, por exemplo, não
existem mais como profissões. Se a formação dessas pessoas foi estritamente técnica, dificilmente elas se 53
recolocarão no mercado de trabalho, ao passo que se elas tiveram uma formação geral sólida, as chances de
recolocação aumentam.

ATIVIDADE
Converse em grupo sobre a importância do saber, do conhecer a arte de um ofício. Lembre-se de ressaltar a

AULA - 6
necessidade de ficar “ligado” no que acontece no mundo, para sempre planejar um futuro profissional mais
sólido e atualizado.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA
Formação Técnica:
6 Formação técnica - L�as Parte 2

Entendendo as etapas de desbaste e acabamento

O segredo do lixamento é cumprir as quatro etapas seguintes: calibração, semiacabamento,


acabamento e polimento. Assim se obtém um artefato com excelência em acabamento.

Bom saber para ficar atento: o bom lixamento não é aquele onde o principal objetivo é chegar num artefato
liso, mas sim em um artefato totalmente livre de irregularidades, como riscos, ondulações, desníveis e amassa-
dos. A partir desta observação é preciso entender que o verdadeiro objetivo é eliminar tais defeitos buscando
deixar a peça nivelada. Por consequência, após várias passadas de lixa, a peça obtém uma superfície lisa e
sedosa. Vejamos mais em detalhe essas quatro etapas básicas.

1. Calibração
Nesta etapa serão corrigidas as irregularidades mais grosseiras da superfície da madeira, como desníveis e
ondulações. É o momento de tirar a maior quantidade de material conforme a necessidade. Para esta tarefa
são indicadas lixas de granulação 50 a 120. Contudo, deve-se levar em consideração a densidade da madeira,
só assim você saberá qual lixa usar:

Madeira de baixa densidade: 100 a 120.


Madeira de média densidade: 80.
Madeira de alta densidade: 50 a 60.
54
Fique ligado: o uso de certas lixas pode variar de acordo com o estado em que a madeira se
encontra, podendo ser eliminada alguma etapa e se prosseguir gradualmente a etapa seguinte.

2. Semiacabamento
AULA - 6

Nesta etapa você vai eliminar os riscos deixados pelas lixas grossas na madeira. Aqui são indicadas lixas de
granulação 100 a 120, independentemente da densidade da madeira. Porém, em madeiras que apresentam
baixas densidades deve-se partir diretamente para a próxima etapa.

3. Acabamento

Esta é a terceira e última etapa de lixamento que se faz com madeira crua. É preciso ter cuidado, pois se trata do
toque final do seu trabalho antes do polimento. Nesta tarefa são indicadas lixas de granulação 150, 180 e 220
para qualquer densidade de madeira, sendo executada manualmente ou por intermédio de uma lixadeira orbital.

4. Polimento

Após finalizar a etapa de acabamento entramos na parte de aplicação de acabamentos sintéticos: seladoras,
vernizes, primes, lacas e resinas. Neste processo são indicadas lixas de granulação 240 a 600. Este trabalho visa
a deixar o aspecto da madeira sedoso, com um polimento superliso. Importante lembrar que após cada de-
mão de verniz e outros acabamentos, deve-se dar uma quebrada de lixa para se obter o polimento desejado,
para maior aderência do produto sintético aplicado. Lembrando que:

 Lixas 240 a 280 são indicadas para vernizes poliuretanos, seladoras e vernizes nitros comuns.
 Lixas 320 a 380 são indicadas para primes e laca nitroceluloses.
 Lixas 400 a 600 são indicadas para gomas lacas, vernizes especiais PU-bicomponente, nitroceluloses e
resinas poliéster.

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Atividade Prática:

A partir da atividade prática executada no salão de trabalho, descreva as etapas de lixas feitas sobre a peça.

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AULA

6 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)


Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 3 e 4.
> Batente
3) Ajuste na peça:

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55
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AULA - 6
4) Fixação:

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Como a escala é construída?
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AULA

7
Formação Empreendedora:
Atividades industriais
e atividades de serviços

Existem várias classificações para diferenciar as atividades econômicas. Essas classificações levam em conta
algumas características das atividades. Por exemplo: a classificação em setores primário, secundário e terciário.
Assim, as atividades econômicas são classificadas de acordo com as suas características:

 No setor primário se incluem todas as atividades econômicas diretamente ligadas à natureza, como
alimentos e produção de matéria prima para outros setores da economia;
 No setor secundário estão as atividades industriais e os processos de transformação que, com o uso de
máquinas, transformam as matérias primas em outros bens ou produtos;
 O setor terciário inclui o comércio todos os tipos de prestação de serviços. As palavras-chave do setor
terciário são serviços e atendimento ao cliente.

ATIVIDADE
56
A lista a seguir é uma classificação feita pelo IBGE, segundo um padrão nacional e internacional, chamado
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Marque P para as atividades do setor primário; S para as atividades do setor secundário e T para as atividades
do setor terciário.
AULA - 7

( ) Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal


( ) Pesca
( ) Indústrias Extrativas
( ) Indústrias de Transformação
( ) Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
( ) Construção
( ) Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos
( ) Alojamento e alimentação
( ) Transporte, armazenagem e comunicações
( ) Intermediações financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados
( ) Educação
( ) Saúde e serviços sociais
( ) Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
( ) Serviços Domésticos
( ) Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais

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Cite cinco tipos de atividades econômicas que você conhece e marque (P) para as atividades do setor
primário; (S) para as atividades do setor secundário e (T) para as atividades do setor terciário.

( ) ______________________________________________________________________________________

( ) ______________________________________________________________________________________

( ) ______________________________________________________________________________________

( ) ______________________________________________________________________________________

( ) ______________________________________________________________________________________

AULA
Formação técnica:
7 Massas especiais para marcenaria

Acrílica PVA de madeira

A massa para madeira é um componen-


te acrílico PVA (polímero vanila) solúvel em
água. Produzida a partir da mistura de pó
de madeira maciça com cola PVA e corantes

Fotos: Centro de Formação de Artesãos e Artefatos em Madeira: Projeto Artes Nascentes, 2011/2013.
naturais, é menos agressiva e mais leve para
57
aplicação na madeira. Indispensável para o
trabalho na marcenaria e também no restau-
ro, é possível corrigir de pequenas a médias
imperfeições na superfície da madeira, além
de prepará-la para uma possível pintura, seja

AULA - 7
com lacas coloridas ou tintas sintéticas. Co-
nhecida popularmente como Massa F12, está
disponível em várias cores de madeiras natu-
rais como imbuia, pau-marfim, tabaco, mog-
no e cerejeira, entre outras.
Para uma boa aplicação é preciso utilizar
uma espátula flexível e realizar um preen-
chimento superficial, evitando excesso, em
primeiro lugar para que não ocorra desper-
dício, mas principalmente para evitar que o
excesso vaze para o entorno do local aplica-
do, devido à pigmentação ocorrida no pro-
cesso de secagem, já que isso pode man-
char a superfície da madeira. A secagem da
massa varia de acordo com a quantidade DICAS
aplicada, podendo demorar minutos, horas
ou até mesmo ter que ficar de um dia para o  Não exagere na quantidade de massa aplicada, pois
outro. Após a cura, recomenda-se lixar para mesmo sendo a base de água ela contém cola PVA em
obtenção de nivelamento e uniformidade sua composição, o que faz com que todo excesso em
em relação à madeira, utilizado-se lixas de volta da área aplicada fique queimado, dificultando o
granulações intermediárias: com numera- acabamento final.
ções 150, 180 e 220.  Não use espátulas duras na aplicação. 

Marcenaria Vol 2.indd 57 10/6/2015 9:32:31 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Nunca se esqueça de umedecer a madeira que nivelá-la com a madeira.


será aplicada para ver se a massa corresponde ao  A massa F12 para madeira não é indicada para
mesmo tom de coloração. correções em quinas muito densas. Neste caso,
 Muitas vezes o tom da massa não corresponde ao da prefira realizar uma cirurgia com técnica de in-
madeira, neste caso, é importante o conhecimento crustação.
das misturas de cores para formar outros tons.  Caso aconteça da massa secar na embalagem,
 Tenha sempre em mãos um tingimento em pó simplesmente jogue um pouco de água com um
para pintura nas cores: amarelo, vermelho e mar- pouco de cola PVA e misture bem até atingir ho-
rom, que ajudará na confecção de outros tons de mogeneidade. Limpe bem a tampa do recipiente
madeiras maciças. evitando sujeira ao longo das bordas, coloque a
 Quando houver excesso na área aplicada, evite massa de volta e tampe bem, evitando assim a en-
usar a lixa diretamente sobre a massa, pois isso trada de ar. Em alguns caso, utilize um plástico fil-
acabará com a vida útil dela. Utilize uma raspa- me sobre a abertura do recipiente colocando logo
deira para remover superficialmente este exce- em seguida a tampa, evitando assim a entrada de
dente. Após finalizar esta tarefa, lixe a massa até ar e a corrosão do mesmo caso seja de metal.

MASSAS SINTÉTICAS quantidade além do ideal pode não somente preju-


dicar a trabalhabilidade da massa, por fazer a massa
 Massa plástica secar rápido demais trazendo sério risco de perda do
Massa de uso automotivo, geralmente de cor material, como também atrapalhando o seu lixamen-
branca e cinza, a massa plástica tem capacidade de to, por formar uma massa demasiado rígida.
secagem rápida, graças à mistura do catalisador. Mui-
tas oficinas de marcenaria passaram a utilizar este  Massa rápida
produto pela vantagem que oferece em relação à Massa automotiva para acabamento de superfí-
demora de secagem da massa acrílica PVA, propor- cies, a massa rápida está presente em oficinas de fu-
cionando ganho de tempo e, consequentemente, de nilaria, principalmente para correção de pequenas e
lucro, pois passou-se a produzir mais, principalmente médias imperfeições e cavidades na lataria.
58
no segmento de móveis laqueados coloridos. Na marcenaria seu uso tem a mesma finalidade:
Esta massa é ideal para correções nos casos em preencher cavidades na superfície, mas também pre-
que se requer rapidez de acabamento, como em encher poros de madeira maciça e compensados, a
reparos de quinas e buracos de grande dimensão, fim de promover um alto nivelamento para o rece-
especificamente em chapas de compensado, aglo- bimento de pinturas especiais, como lacas e tintas
AULA - 7

merado, OSB e MDP. Porém, por não ser uma massa sintéticas, com objetivo de eliminar o acabamento
natural, não dispõe de tonalidades com as da massa poroso natural da madeira. Depois de seca recomen-
acrílica PVA. Assim, quando utilizada diretamente em da-se lixar a superfície com gramaturas 180 ou 220,
madeira maciça é preciso dar a cor adequada utilizan- para se obter uma superfície totalmente lisa e livre de
do tingimentos para envernizações incolores. imperfeições. Dentre as massas sintéticas ela é a mais
A secagem pode variar de acordo com a quanti- complexa, pois não pode ser tingida e sua aplicação
dade de massa utilizada e de catalisador adicionado, não é tão simples, exigindo espátulas bem flexíveis
normalmente por gotas. O ideal é colocar de 3 a 5 go- e preenchimentos graduais. Ou seja, não é indicada
tas de catalisador observando sempre o percentual a aplicação de uma segunda camada de massa sem
adequado para a quantidade de massa. Assim uma que a primeira tenha secado ou pelo menos ter inicia-

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

do sua cura. Desta maneira, seu tempo de secagem  Massa acrílica tradicional e massa corrida
pode se tornar relativamente mais longo, pois a cada
aplicação é necessária uma camada fina sem grande Relacionadas a pinturas, correções de cantos
excessos, variando apenas na proporção da cavidade de paredes e rodapés e acabamentos de cantos de
ou do nível de porosidade que a madeira apresenta. batentes dentre outros, a massa acrílica tradicional
e corrida é mais comumente utilizada na junção de
 Massa de madeira sintética madeira e alvenaria, quando há a montagem de
móveis embutidos sendo necessário fechar os fri-
sos existentes entre a parede e omóvel. Neste caso,
é importante observar a cor da parede para usar
a mesma tonalidade de massa. Aplicada adequa-
damente, garantirá um móvel totalmente unido à
alvenaria, sem qualquer abertura. A aplicação deve
ser feita com espátula estreita e flexível, para assim
evitar excessos causadores de manchas, já que nes-
te processo de acabamento se evita o uso de lixas,
pois somente o arremate da massa perfeitamente
aplicado resultará num ótimo acabamento.

Diferente da massa acrílica PVA, a massa de ma-


deira sintética está ligada à correção de pequenas
imperfeições em madeiras que receberão pinturas
em esmaltes sintéticos, tintas a óleo e também lacas
nitroceluloses. Entretanto, como não produz um pre-
enchimento eficiente com boa estabilidade como a
massa rápida, não é recomendada para o preenchi-
mento de superfícies porosas, limitando seu uso a pe-
quenas cavidades e ranhuras. Além disso, esta massa
só deve ser usada em artefatos que receberão pintu-
59
ras, já que em geral este material não se encontra em
outras cores a não ser o tradicional branco, que justa-
mente facilita a aplicação de tintas e lacas coloridas.

Atividade Prática:

AULA - 7
A partir da atividade prática executada no salão de trabalho, quais tonalidades foram utilizadas no artefato.

Cores Padrão

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Branca Marfim Cerejeira Mogno Nó-de-Pinus Castanho
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Cimaru Jatobá Sucupira Imbuia Ipê

Cores Especiais (Blister)

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Cerezo Carmel DF Ébano DF Freijó Granada DF Marfim Sena DF Marfim DF Marfim Natural Jatobá Clássico DF

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Mogno DF Nogueira Freijó DF Maple Verona DF Pátina Branca DF Pátina Pérola DF Pátina Bege DF
Murano DF Freijó Rústico, Nogueira Carvalho Douro Branco Malibú, Nogueira Antígua
Capri e Tauari Peroba Gris

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Pátina Marfim DF Ipê Ambar Ipê DF Carvalho Provençal DF Carvalho DF Carvalho Malta Carvalho Santorini DF
Amendoa Curaçao, Carvalho Java, Ipê Cavalho Antigo, Carvalho Cavalho Creta, Carvalho
Nogueira Baú, Nogueira Antibes, Nogueira Colonial, Cavalho Ibiza, Cavalho Viena, Teca
Palermo, Nogueira Italiana Montreal, Cavalho Reno, Vermont
Samba, Parquet Nogueira Mel, Parquet
Nogueira, Teca Ávila Maple

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AULA

7 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)


Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 5 e 6.
> Folha de Porta.
5) Ajustes na folha da porta:

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6) Marcação para instalação das dobradiças:

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______________________________________________________________________________________________________________________
60

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______________________________________________________________________________________________________________________
AULA - 7

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: O que é gabarito e qual a sua importância no desenho?

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

8
Formação Empreendedora:
Diferenciando produção de
bens e prestação de serviços

Na economia urbana predominam atividades de guia de turismo é dar informações, oferecer roteiros
dois setores: o secundário (atividades industriais) e e guiar seus clientes em passeios. Se você teve dú-
o terciário (atividades de serviço). A tendência atu- vidas para realizar a atividade anterior, não se preo-
al é de crescimento do setor de serviços. Em muitos cupe: hoje em dia essas incertezas são comuns, pois
países, os serviços já correspondem a mais de 70% as características das atividades agro-extrativistas,
da atividade econômica. Mas, como podemos dife- industriais e de serviços estão se misturando.
renciar atividade industrial de atividade de serviços? A mecanização da agricultura e das atividades
extrativistas, por exemplo, deu a esse setor, que é
primário, características próprias do setor secun-
Diferenciando atividade industrial
dário. Em consequência, muitas atividades do setor
& atividade de serviços:
primário estão cada vez mais parecidas com as das
indústrias. É, entre outros, o caso das atividades ex-
 A indústria transforma matéria-prima em
trativistas de minerais, como o petróleo e o gás na- 61
bens ou produtos.
tural, chamadas de indústria extrativista.
 Serviços oferecem ações e informações
Nos outros setores isso também acontece. Cada
para atender às necessidades dos clientes.
vez mais os produtos industriais são vendidos acom-
panhados de uma série de serviços. Ao comprar um
Comércio, transportes, ensino, saúde, adminis- celular, por exemplo, que é um produto industrial,

AULA - 8
tração, finanças são atividades do setor de serviços. o consumidor tem direito a assistência técnica, cen-
O trabalho do taxista, por exemplo, é transportar trais de atendimento, promoções, clubes de consu-
passageiros; da cabeleireira é cortar ou pentear o mo e outras formas de relacionamento. E essas são
cabelo das clientes; o garçom é servir à mesa; do atividades do setor de serviços.

ATIVIDADE
Na tabela abaixo liste as atividades econômicas do seu bairro e classifique-as segundo o setor da economia.
Identifique também se fazem parte da produção de bens ou de serviços.

ATIVIDADE SETOR PRODUÇÃO


ECONÔMICA Primário Secundário Terciário De Bens De Serviços

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AULA
Formação Técnica:
8 Brocas para �ração

A ferramenta broca é uma haste metálica confec-


cionada em metal de alta resistência, composta de
canais helicoidais, parecidos com uma espiral que
facilitam a saída de material penetrado na furação
ou usinagem, até a ponta do gume inicial da broca,
semelhante a um parafuso. Possuindo corte de ar-
ranque em sua ponta, a broca penetra no material
deixando um furo redondo de dimensões precisas.
Na marcenaria, este acessório é de extrema im-
portância, pois será de constante uso na furação de
madeiras, chapas de aço, alvenaria etc. Contudo, é
importante saber que há diferentes tipos de brocas naria e vidro, que de acordo com o material confec-
para furações, com modelos específicos para cada cionado, permitindo maior autonomia na furação
material, em especial brocas para madeira, aço, alve- sem perda tempo e acabamento.

Brocas para madeira


Existe muita variedade de broca para madeira. Geralmente são feitas em aço carbono ou cromo-vanádio,
exclusivamente para furar madeiras em geral, de baixa a alta densidade. A diferença entre elas está no for-
mato, tamanho da bitola e comprimento, que garantem um furo mais preciso, rápido e seguro. Vejamos as
principais brocas para madeira:

62  Aço carbono
Broca tradicional para furação de madeira, largamente encontrada
nas pequenas oficinas de marcenaria e robistas, devido à sua relação
custo-beneficio, se comparado a outras brocas de preço elevado.
Parecida com a broca de aço rápido, diferencia-se por seu corpo
cilíndrico escuro. É indicada somente para madeiras de baixa a média
AULA - 8

densidade, estando disponíveis em formatos não muito compridos e


em espessuras de até 12 mm.

 Três pontas
Broca especial de três pontas, sendo a central para localizar
perfeitamente a broca no ponto de furação, não permitindo que
escape durante o trabalho. É utilizada em todo tipo de madeiras:
duras, macias, compensados, laminados decorativos, aglomerados,
etc., pois possui um corte super poderoso ao longo de seu corpo
cilíndrico. Confeccionada em cromo-vanádio, garante maior
estabilidade e maior resistência contra perda do corte na penetração
da madeira, mesmo em espécies que contêm mais resinas.

 Chata
Com formato diferente achatado, esta broca possui grande poder
de corte, devido à ponta central, que impede que escape do ponto
inicial, e às pontas laterais que riscam a madeira sem permitir
que ao redor do furo lasque ou trinque. Outra característica desta
broca é que ela possui hastes compridas, proporcionado furos de
grande profundidade, e o corpo largo, possibilitando realizar furos
cilíndricos de grande diâmetro.

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 Serpentina
Dentre as que proporcionam furos profundos, a broca em
serpentina é a mais indicada, pois é confeccionada com ótimo
material que dificilmente perde a afiação. É indicada para trabalho
em carpintaria, na furação de vigas, caibros, pontaletes e pilares.
Com uma ponta centradora provida de rosca que dificilmente
escapa. Por possuir formato helicoidal alongado, torna a furação
rápida e precisa, pois as aparas de madeira não se acumulam sobre
a broca, permitindo um furo limpo, preciso e seguro. Sua ponta de
fixação para furadeira tem formato sextavado, garantindo maior
aperto com menor trepidação.

 Broca max speed


Broca especial devido a sua forma inicial que permite maior
arranque na furação, sem o acúmulo de material, já que há três
canais helicoidais pouco profundos. Sua materialidade e ponta
piloto rosqueada garantem uma furação precisa, com ótima limpeza
e profundidades médias, com sua haste sextavada. Por estas razões,
essa broca é um acessório caro, mas que justifica o investimento.

 Ferro de pua
Uma das primeiras brocas de furação solta usada com as
ferramentas, Arco de pua e Furadeira mecânica antiga. Este tipo 63
de broca continua sendo fabricada, já que o arco de pua ainda é
comercializado e usado em trabalhos específicos, porém os novos
modelos estão mais funcionais e aperfeiçoados, da mesma maneira
a própria broca ferro de pua.

AULA - 8
Serra-copo
Geralmente usada para furar respiros de roupeiros, dispensas,
cômodas e estrados de cama e outros trabalhos, que requerem
diâmetros maiores. A broca serra-copo está disponível em variados
tamanhos e materiais, para furar madeira, ferro, vidro e até mesmo
concreto. Estas brocas consistem numa coroa dentada com um
pino no centro que serve para centralizar o furo. Para furar madeira
e derivados não é necessário grande experiência, basta escolher
o tamanho da serra, centralizá-la corretamente no ponto e usar a
furadeira em velocidade parcial.

Verruma
Sendo uma ferramenta antiga, esta broca manual serve
exclusivamente para marcar os pontos para furação ou para casos
de pequenos parafusos como os de dobradiças, fechaduras e
corrediças. A partir da sua ponta rosqueada e pontiaguda consegue
penetrar na madeira perfurando-a levemente, mostrando-se útil
para fixações rápidas de parafusos curtos.

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Brocas para metais

 Aço rápido
As brocas de aço rápido são propriamente preparadas para furar
chapas de metais como alumínio, cobre e metais duros como ferro
e aço. Confeccionada em aço rápido, a haste cilíndrica da broca tem
mais resistência ao calor evitando o destemperamento. Entretanto
é importante utilizar óleos especiais ou lubrificantes para que
aumente a penetração no material evitando desgaste e o próprio
destemperamento. Apesar de ser uma ferramenta projetada com o
propósito específica da usinagem de metais, alguns profissionais a
utilizam para furar também madeira, já que é um material muito mais
leve em comparação ao metal. Porém, deve-se ter cuidado com a
seiva da madeira que pode cegar a broca ao longo de várias furações.

Brocas para alvenaria


São brocas hiper-resistentes usadas para furar materiais de alta resistência como concreto, mármore, gra-
nito e azulejo, entre outros. No comércio, são encontrados dois tipos de brocas, cada uma fabricada com
materiais distintos em sua ponta superior: aço temperado e aço duro (conhecida popularmente com ponta
de diamante por ter alta resistência).

 Widea
Esta broca foi criada para furar materiais de alta resistência, como
paredes de alvenaria, concreto, ladrilho, mármore, betão, etc. Não
serve para furar metais ou madeira já que seu corpo, apesar de
também ser helicoidal, não possui corte, ou seja, não tem afiação.
64 Com sua ponta em forma de flecha é capaz de furar em segundos
qualquer parede. Lembrando que, sempre que estiver usando esta
broca, é importante colocar a furadeira na posição de martelete
para maior impacto.

 Widea SDS plus


AULA - 8

Esta broca é ideal para trabalhos constantes em furos em alvenaria


e materiais rígidos, como concreto, pedras etc. Possuindo o
mesmo formato da broca widea tradicional, apresenta três
importantes diferenças: contém duplo metal duro em sua ponta
e ao longo do corpo, três canais helicoidais, e não é presa com
mandril e sim por um sistema de engate de furadeiras marteletes.
Por conta disso, são muito mais precisas, oferecendo mais
agilidade tanto em furações e demolições.

Broca especial de alta perfuração

 Multiconstruction (construção múltipla)


Esta broca foi desenvolvida para realizar perfurações mistas, ou
seja, com apenas uma broca é possível furar mais de oito materiais
diferentes: ladrilho, cerâmica, azulejo, eternite, plástico, alumínio,
aço de construção, material leve, madeira, alvenaria, pedra natural e
concreto. Por possuir níquel e aço rápido em sua haste e duplo aço
duro em sua ponta superior, permite perfurações rápidas e precisas
em diferentes tipos de materiais. O acabamento superficial é obtido
pela deposição de níquel evitando corrosões.

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 Broca para vidro e cerâmica


Broca desenvolvida a partir de material de
alta resistência, com ponta envolvida por
um núcleo de diamante, possibilitando
perfurações em cerâmicas e vidros comuns
e temperados de variadas espessuras.
Diante disto, em móveis que necessitam de
perfurações especificas para a instalação
de puxadores e ferragem diversas.

Atividade Prática:

A partir da atividade prática executada no salão de trabalho, verifique qual acessório broca foi utilizado para
a construção do artefato.

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AULA

8 Formação Prática 65

ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)

AULA - 8
Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 7 e 8.
> Folha de Porta.

7) Encaixe para as dobradiças da folha e do batente:

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______________________________________________________________________________________________________________________

8) Pendurar a folha de porta:


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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Como aferir o gabarito de um artefato em madeira?

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AULA

9
Formação Empreendedora:
f�endo n�so empreendimento
voar – Parte 1

A maioria dos textos que tratam das caracterís-


A pessoa empreendedora é aquele indivíduo ticas ou do “perfil” de um empreendedor começa
que detém uma forma especial, inovadora, dizendo que um empreendedor tem “espírito cria-
de se dedicar às atividades de organização, tivo e pesquisador”. Ou seja, o empreendedor é al-
administração, execução; principalmente na guém que consegue inventar, produzir, dar origem
geração de riquezas, na transformação de a novos produtos e ações; mas ao mesmo tempo é
conhecimentos e bens em novos produtos alguém que tem um olhar atento para tudo o que
(mercadorias ou serviços), gerando um novo está a sua volta, é curioso e está sempre disposto a
método com o seu próprio conhecimento. É aprender coisas novas.
uma pessoa inovadora que modifica, com É interessante que o empreendedor seja pensa-
sua forma de agir, qualquer área do conheci- do como uma mistura entre criatividade e esforço
mento humano. de pesquisa. Muita gente acha que ser empreen-
66
dedor é ter ideias geniais e sair fazendo. Mas estes
Empreendedorismo é o termo utilizado, no textos mostram que ser empreendedor está mais
cenário econômico, para designar o funda- próximo daquela expressão que diz que os resulta-
dor de uma empresa ou entidade, aquele dos alcançados são compostos 10% de imaginação
que construiu tudo a duras custas, criando o e 90% de suor. Isto é: as boas ideias contam, mas
que ainda não existia.8 elas não são suficientes sem a disposição para fa-
AULA - 9

zê-las acontecer.

Características de uma Pessoa Empreendedora

 Ser criativo  Confiar na ideia que está se  Ser determinado


 Ter disposição propondo a desenvolver  Estabelecer metas
para pesquisar  Ter conhecimentos (desde que sejam
 Olhar atento para as técnicos ou experiência realizáveis, é claro) e
necessidades das pessoas para a gestão e para o trabalhar visando atingi-las
 Olhar atento para as desenvolvimento do  Ser eficiente
oportunidades de novos produto e/ou serviço  Ser flexível
negócios que aparecem  Ser capaz de tomar  Ter iniciativa
 Aceitar o risco como decisões e de se  Ser persistente
parte da atividade responsabilizar por elas

(8) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Empreendedorismo.

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1) O que você achou dessas características? Quais dessas características você acredita que já possui?

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2). Você acha que essas características já nascem com a gente ou elas podem ser desenvolvidas? Quais
dessas características você acha importante desenvolver?

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3) E quais dessas características você acha que “batem de frente” com as necessidades de um
empreendimento econômico solidário? Por quê?

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4). Você concorda com a frase: “ (O empreendedor) trabalha sozinho. O processo visionário é individual”?
Justifique:
67
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AULA
Formação Técnica: AULA - 9

9 Fresas

A fresa é uma ferramenta de corte lateral dispon- portáteis e estacionárias, há diversos equipamen-
do de facas de corte para desbaste vertical ou hori- tos da marcenaria que fazem uso desses acessórios,
zontal. Existem vários tipos de fresas, cada uma com dentre os quais podemos destacar: tupia lamina-
uma ou mais finalidades. Em geral, são usadas para deira/rebordadeira, tupia de coluna manual, tupia
usinar os dentes das engrenagens, abrir fendas em de coluna estacionária, furadeira vertical e furadeira
eixos ou copiar outras peças. horizontal. Importante destacar que a ferramenta
No trabalho com madeira, elas são usadas para fresa não deve ser entendida como uma broca, pois
usinar (cortar, moldar, desbastar e furar), sendo apesar de realizar furações ou iniciar o desbaste por
possível confeccionar molduras, rebaixos de baten- sua ponta superior, ela é uma ferramenta de des-
tes, embutir parafusos e dobradiças, fazer encaixes baste lateral, com facas que trabalham com arran-
para montagem de móveis, confeccionar espigas que final horizontal, sendo possível correr a madei-
de lambril, cortar peças em variados formatos, fu- ra ao sentido transversal em relação à posição de
rações, etc. Assim, com base nas máquinas elétricas instalação na máquina.

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 Fresas para tupia estacionária


Estas fresas são preparadas para trabalhar a usinagem de
madeiras maciças de média a alta densidade, que por sua alta
rigidez exigem um poder de desbaste de maior resistência e
desempenho de corte. Para tanto são usadas as facas de widea
(aço duro) incrustadas no corpo de metal principal. Indicadas para
trabalhos de marcenaria e carpintaria, são usadas na fabricação
de portas maciças em geral, janelas de correr, venezianas,
molduras, batentes, rodapés, assoalhos, forros, deques, encaixes e
ornamentos em geral para móveis.
Há variados tipos de fresas, todos geralmente preparados para a
instalação tradicional na máquina estacionária tupia de colunas,
com eixo central para a fixação das ferramentas fresadoras
de desbastes. Entretanto há equipamentos que contêm um
corte vertical no eixo da tupia possibilitando a instalação
de fresas concebidas de maneira artesanal por profissionais
ferramenteiros. Deste modo é possível conseguir desenhos
únicos, fora dos padrões comercializados.

68
AULA - 9

 Fresas para tupia manual


Estas fresas são menos resistentes se comparadas a fresas para
tupia estacionária, por serem de aço rápido, o que limita o
trabalho com madeiras maciças. Por bom senso, o profissional
deve usá-las somente para o desbaste em madeiras de baixa
a média densidade. Mesmo com esta limitação, as fresas para
tupia manual têm larga utilização com finalidades diversas, por
exemplo: usinar sobras de laminados decorativos, moldurar
artesanatos e cantos de móveis, fabricar pequenas molduras,
fazer canaletas para gavetas, embutir dobradiças, elaborar
encaixes e rebaixos, copiar desenhos por meio de gabaritos,
etc. No comércio de ferramentas há grande variedade de fresas
para tupia manual laminadeira e de coluna, porém seu custo
poderá se elevar de acordo com o modelo e materialidade das
fresas. O mais comum em oficinas é adquirir estojos com kits
básicos para os trabalhos do dia-a-dia, seja em madeira maciça
ou industrializadas.

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 Escareador
Esta fresa é indicada para trabalhos em que se necessita que
os parafusos fixados fiquem visivelmente aparentes, porém
parcialmente embutidos. Ou seja, com esta fresa se faz
uma cavidade inclinada de acordo com a bitola (espessura)
da cabeça dos parafusos, deixando-o mais rente ou mais
aprofundado na junção de madeiras, como é o caso de um
montante de móvel fixado nas prateleiras horizontais, por
exemplo. O objetivo desta usinagem é obter um artefato
mais acabado e durável, com as ferragens de fixação não
expostas, evitando problemas de estrutura e acidentes com
estes componentes.
Existem diferentes modelos de escareador, cada um projetado
para variadas funções e materiais, como para metais, alvenaria
e madeira, entre outros. Na marcenaria, os tipos mais adotadas
pelos profissionais marceneiros são: escareador com haste
de comprimento médio com chanfro e diâmetro de 10,4
mm, conhecido entre os profissionais como “chapéu chinês”;
e o escareador com broca ponta piloto, ideal para furos e
escareações rápidas para fixação de parafusos.

 Fresa copo
Fresa especialmente desenvolvida para furação de portas
de móveis que irão receber dobradiças especiais de pressão,
conhecidas também como dobradiças de caneco ou copo. Sua
perfuração é altamente precisa, oferecendo um corte limpo
e perfeito, se o operador souber manuseá-la corretamente. 69
Possui lâminas com alto poder de desbaste que evitam
lascados ao redor do furo, caso as portas sejam revestidas
com laminado decorativo, laminado de madeira ou mesmo
em chapas de MDF já revestidas. É certo afirmar que esta fresa
possui grande vida útil, pois o copo é confeccionado com

AULA - 9
metal de alta resistência e lâminas de widea, garantindo maior
autonomia e durabilidade. Suas medidas tradicionais estão
relacionadas com as dobradiças disponíveis no mercado, com
diâmetros de 35 mm e 26 mm, mas existem outras medidas,
embora pouco usadas pelas marcenarias.

 Fresa topo para furação


Fresa especial, confeccionada em aço rápido e lâminas de
widea incrustadas, sendo utilizada exclusivamente para
furações em topos de madeiras maciças de qualquer densidade,
para encaixes de respigas, canaletas e rebaixos em grande
quantidade. Trabalhos como este exigem maior resistência e
autonomia da lâmina da fresa para que esta não perca o fio após
longas horas de trabalho, pois diferente das brocas que aquecem
com constante uso, este tipo de ferramenta acessório possui
grande poder de corte, alinhamento da haste e autolimpeza
na furação, evitando assim o destemperamento. Desta forma, a
fresa para furação, é a ideal para furações contínuas, instaladas
em furadeira vertical e principalmente horizontal, devido à sua
base móvel para limpeza do furo.
Imagens: Google Imagens, 2015.

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AULA

9 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas.)


Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 9 e 10.
> Folha de Porta.

9) Finalizar a instalação:

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10) Instalação das fechaduras:

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70
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AULA - 9

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: O que é protótipo e qual a sua importância na construção do artefato?

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

10
Formação Empreendedora:
F�endo n�so empreendimento
voar – parte 2

ATIVIDADE

Um encontro é pouco para a gente retirar dessa experiência tudo aquilo que ela ensina para a gente.
Agora vamos nos dedicar a registrar nossas impressões sobre como foi produzir a nossa pipa.

 Registrando nossas primeiras impressões...

O que você achou da atividade desenvolvida na aula anterior?

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71
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AULA - 10
O que você observou da atividade que poderia servir para um empreendimento econômico?

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Quais aspectos da atividade você gostaria de aprofundar?

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AULA
Formação Técnica:
10 Pregos

O prego é um instrumento constituído de uma haste linear


para fixação de peças unidas por sobreposição. Os primeiros
pregos no Brasil eram confeccionados em madeira, com a es-
pécie pau-ferro, de maior resistência por sua altíssima densi-
dade. Outras espécies com alta rigidez, como o pau-roxo e o

Fonte Imagens: http://www.alteroemer.de/.


pau-marfim, também eram usadas, sobretudo nas primeiras
casas coloniais, até o momento que se instalaram as primeiras
oficinas para a fabricação de pregos forjados em bigornas com
os antigos profissionais ferreiros. Passados os anos, já confec-
cionados em metal, com uma das pontas afiadas, juntamente
com a industrialização e novas tecnologias, surgiram outros
tipos específicos para variadas construções, mesmo com o sur-
gimento dos parafusos com rosca autoatarrachante e sober-
ba. Usados exclusivamente para unir peças com fim definiti-
vo ou fixar partes temporariamente, os pregos atuais podem Pregos antigos de metal forjados
ser encontrados em diferentes tamanhos, formas e materiais, manualmente. Perceba a diferença de
como: prego sem e com cabeça, prego de aço, pregos de ferro bitola e a cabeça deslocada do centros,
comum, prego de aço galvanizado etc. Vejamos os principais da mesma maneira que não eram
tipos utilizados para fixação de madeira. confeccionadas com perfeito alinhamento.

72

 Prego com cabeça


Dentre todos os pregos, o com cabeça é o mais usado,
independente da tipologia, já que sua cabeça proporciona maior
AULA - 10

penetração e união dos módulos, possibilitando uma fixação


mais segura e rígida. Aplicações: construção de casas, confecção
de estruturas, construções pesadas, marcenaria, caixotes e usos
domésticos.

 Prego sem cabeça


O prego sem cabeça é mais usado por oficinas de marcenaria e
artesanato, pois proporciona um acabamento limpo em relação
ao prego com cabeça, além de ser fácil de puncioná-lo para
dentro da madeira. Outro benefício é não manchar a madeira com
ferrugem, o que geralmente ocorre com o prego com cabeça,
conforme as peças envelhecem. Aplicações: marcenaria, móveis,
assoalhos, deques, rodapés, guarnições, portas, janelas e etc.

 Prego galvanizado
Este prego é comum aos demais já citados, porém com uma
simples e importante diferença: tem maior resistência à corrosão
graças a um banho especial que recebe ao final na fabricação,
garantindo maior vida útil e eliminando o aparecimento de
manchas de ferrugem. Aplicações: móveis especiais, molduras,
deques e fixação externa em construção civil.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Prego telheiro
Este prego é indicado para fixação de telhas do tipo tradicional de
fibrocimento. Por ser 100% galvanizado, protege contra a corrosão
e não vaza, graças à borracha flexível em sua ponta superior.
Também é resistente à dilatação da madeira e movimentação do
telhado, pois tem um corpo em espiral, proporcionando maior
fixação e segurança às telhas. Aplicações: telhas de fibrocimento,
aço, alumínio, folhas de zinco com espessura de até 5 mm com
pequenas ondas de até 39 mm sobre estrutura de madeira.

 Prego para tacos


Possuindo um formato em L, este prego é o mais indicado para
fixação de tacos, assoalhos e batentes, pois seu formato sextavado
permite maior aderência ao objeto fixado. Aplicações: fixação de
tacos, assoalhos e batentes diversos.

 Prego anelado
O prego anelado é considerado um dos pregos que proporciona
melhor fixação entre peças, isso porque seu corpo é estabelecido
por anéis chanfrados que possibilitam maior aderência,
garantindo alta resistência a movimentações e expressivo
rendimento de material. Aplicações: madeiras de baixa densidade
(macias), caixotes em geral, paletes, embalagens e móveis.

 Prego ardox
Este prego tem alto poder de penetração, garantindo melhor
fixação entre peças. Com ótima aderência em madeiras de alta 73
densidade, possui corpo helicoidal, garantindo maior estabilidade
e resistência à movimentação das peças unidas. Aplicações:
paletes, embalagens, caixotes gerais, estrutura de madeira e
suportes de madeiras.

AULA - 10
 Prego quadrado
Possuindo formato quadrado com canto em ângulo de 90°
graus, com quatro lados, torna-se o prego mais adequado
para trabalhos em peças fixadas que possam exercer intenso
movimento, garantindo total conexão e não permitindo que
a madeira movimente-se, o que ocasionaria a desunião. Não
enferruja por ser galvanizado a fogo. Aplicações: cascos de
embarcações, acabamento interno de embarcações, mata-
burros e deques de piscinas.

 Prego cabeça dupla


Este prego é característico de obras de construção civil, por ser
considerado um elemento temporário. Com dupla cabeça é
possível fixá-lo e removê-lo quantas vezes necessário, reduzindo
bastante a perda de material. Aplicações: fechamento de formas,
fixação dos aprumadores, escoramento de lajes, estruturas de
bandejas e estruturas temporárias.

Marcenaria Vol 2.indd 73 10/6/2015 9:32:37 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Dicas gerais para fixação de pregos

Para a fixação de peças com Certo Errado


pregos é necessário realizar
um procedimento de união
com técnica adequada, a fim
de promover a estabilidade e
resistência da estrutura. Nas
imagens é possível verificar usos
básicos no dia-a-dia de uma
oficina de marcenaria. Porém, Certo Errado
sem a devida técnica, pode-
se comprometer a madeira,
provocando rachaduras e a
instabilidade da estrutura
fixada, com movimentação
e desunião dos módulos. De
modo que utilizar o prego
correto é essencial e fazer o

Imagens: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/51/cuidados-ao-pregar-confira-dicas-para-fixar-de-maneira-265479-1.aspx.
uso de uma furadeira manual é
garantir a integridade estrutural
natural da madeira, evitando
Certo Errado
movimentações de dilatação e
patologias como corrosão por
penetração forçada.

74

Certo Errado
AULA - 10

Atividade Prática:
Descreva quais fresas foram utilizadas nas atividades práticas durante o curso.

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

MEDIDAS (mm)
Designação Espessura Comprimento
5x5 1,00 11,5
6x6 1,10 13,8
7x7 1,20 16,1
8x8 1,30 18,4
9x9 1,40 20,7
10x10 1,50 23,0
10x12 1,50 27,6
11x11 1,60 25,3
12x12 1,80 27,6
12x15 1,80 34,5
13x15 2,00 34,5
13x18 2,00 41,4
13x21 2,00 48,3
14x15 2,20 34,5
14x18 2,20 41,4
14x21 2,20 48,3
15x15 2,40 34,5
15x18 2,40 41,4
15x21 2,40 48,3
16x18 2,70 41,4
16x21 2,70 48,3
16x24 2,70 55,2
16x27 2,70 62,1
17x21 3,00 48,3
Tabela 17x24 3,00 55,2
de Medida 17x27 3,00 62,1 75
de pregos 17x30 3,00 69,0
18x24 3,40 55,2
18x27 3,40 62,1
18x30 3,40 69,0
18x33 3,40 75,9

AULA - 10
18x36 3,40 82,8
18x36 3,40 82,8
19x27 3,90 62,1
19x30 3,90 69,0
20x30 4,40 69,0
20x33 4,40 75,9
20x36 4,40 82,8
20x42 4,40 96,6
21x33 4,90 75,9
21x36 4,90 82,8
21x42 4,90 96,6
21x45 4,90 103,5
22x42 5,40 96,6
22x45 5,40 103,5
22x48 5,40 110,4
23x54 5,90 124,2
23x60 5,90 138,0
24x60 6,40 138,0
25x66 7,00 151,8
26x72 7,60 165,6
26x84 7,60 193,2
26x96 7,60 220,8

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AULA

10 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas.)


Assentamento de porta lisa de passagem com batente em madeira maciça: Etapas 11 e 12.
> Finalização - Folha de porta.

11) Teste de funcionamento da fechadura:

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______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

12) Acabamento e limpeza:

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________
76

ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Quais os princípios de construção de um protótipo?
AULA - 10

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

Exemplos de protótipos
Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.

Marcenaria Vol 2.indd 76 10/6/2015 9:32:39 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

11
Formação Empreendedora:
Empreendedor tradicional

O empreendedorismo social se refere aos trabalhos realizados pelo empreendedor social, pessoa que
reconhece problemas sociais e tenta utilizar ferramentas empreendedoras para resolvê-los; o empreende-
dor social difere do empreendedor tradicional, pois tenta maximizar retornos sociais ao invés de maximi-
zar apenas o lucro.
De maneira mais ampla, o termo pode se referir a qualquer iniciativa empreendedora feita com o intuito
de avançar causas sociais e ambientais. Essa iniciativa pode ser com ou sem fins lucrativos, englobando tanto
a criação de um centro de saúde com fins lucrativos em uma aldeia onde não exista nenhuma assistência à
saúde, como a distribuição de remédios gratuitos para a população pobre.

ATIVIDADE
 O empreendedor tradicional

CASO: Empresárias utilizam uma tradicional banca de jornal para 77


vender camisetas exclusivas, com estampas e frases diversas.

AULA - 11
No peito, clientes mostram o segredo do sucesso
Empresárias utilizam uma tradicional banca de jornal para vender camisetas exclusivas,
com estampas e frases diversas. O movimento da “loja” é tamanho que elas atraem até
artistas famosos, como a família do cantor Xororó. (Por Neide Martingo)

Uma banca de jornal ou uma loja? As duas coi- Após a camiseta já ter sido explorada durante
sas. Na fachada, as notícias aparecem gigantes, muito tempo, por diversas grifes – famosas ou não
como marca registrada. Dentro do local, em vez de – a dupla viu na peça uma forma de ganhar dinheiro
jornais e revistas, camisetas. “É uma peça do vestuá- com criatividade. “Nossos concorrentes são todos e
rio que é um meio de comunicação. A pessoa se ex- ninguém. Todos, porque atualmente é difícil encon-
pressa quando usa”, explica uma das donas da Banca trar uma loja de roupas em que camisetas não sejam
de Camisetas, Suzana Jeha. Estampados nas roupas, vendidas. E ninguém... nas nossas mãos, o item ga-
diferentes pensamentos, em palavras ou desenhos. nhou abordagem exclusiva”, explica Débora.
A ideia principal do negócio é justamente que as O desafio da dupla é não dar rótulo ao negócio,
pessoas se identifiquem com as frases e estampas. para atender a todos os tipos de públicos. “Numa
Há três anos, Suzana aliou-se a Débora Suconic e banca de jornal encontramos as revistas de fofoca
criou a grife. “A Débora tinha a ideia. Eu, o espaço, na junto com as de economia. Queremos que o negó-
Vila Madalena. Uma banca de jornais é chamativa, cio tenha o espírito múltiplo de uma banca. Não
cheia de cores. Eu vejo o lugar como um pequeno lemos nem revista de moda para não atrapalhar a
compartimento, um mundo à parte”, diz Suzana. inspiração”, detalha Suzana. ()

Marcenaria Vol 2.indd 77 10/6/2015 9:32:39 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Na prática criação. Elas dizem que as pessoas podem “fa-


As sócias não têm curso universitário comple- lar” por intermédio das camisetas. “As frases e as
to. Débora “fez faculdade da vida”. Atuou vários ilustrações ajudam os usuários a se comunicar e
anos como produtora na editora Abril. A experi- mostrar o estado de espírito daquele dia: român-
ência em varejo foi adquirida quando trabalhava tico, triste, alegre, preocupado”, explica Débora.
em grifes como Huis Clos e Glória Coelho. As peças são 100% algodão. “São macias, não
Suzana ocupou vários cargos na MTV. Mesmo deixam cheiro e podem ser usadas mesmo no in-
assim, revelam vários motivos de ter orgulho da verno, com uma malha por cima”, sugere Débora.
Banca de Camisetas. Com três anos de existência, A grife está lançando uma linha mais artesa-
a banca tem sete lojas próprias – inclusive em nal. “As camisetas serão exclusivas e poderão ser
shoppings. Suzana cuida da comunicação da gri- usadas numa festa, por exemplo”, detalha Suzana.
fe. Débora, da organização das lojas. As peças vão custar aproximadamente 80% mais
A expectativa das empresárias é que o fatu- que as tradicionais.
ramento cresça até 30% este ano. Mas contando
com uma novidade: a expansão por intermédio Letreiro
das franquias. “Nós recebemos muitas ligações de O nome Banca de Camisetas nasceu natural-
interessados no negócio. Em média, seis por dia. mente. Uma união de banca de jornal, onde foi
Temos cerca de 100 pessoas inscritas e estamos instalada a loja, com o único produto vendido e
analisando a história de cada um”, diz Suzana. grande variedade de cores e modelos.
Para ser “aprovado”, segundo ela, é preciso “Assim como os jornais e as revistas, as cami-
que o aspirante a franqueado tenha experiência setas são um canal de comunicação. As pessoas
em varejo e esteja conectado ao dia-a-dia de uma podem mostrar o estado de espírito por meio das
loja. Até setembro, os planos prevêem até cinco frases e estampas, ou da ausência delas”, diz a só-
franquias. E há negociações para a abertura de cia do negócio, Suzana Jeha.
unidades em Portugal, Miami e México. “Elas po- A grife nasceu há três anos, na Vila Madale-
dem estar na rua ou nos shoppings, não sabemos na, em São Paulo, e já conta com sete pontos-
ainda como será”, afirma Suzana. -de-venda – inclusive em shoppings. Os próxi-
mos passos são lançar uma rede de franquias e
78 Criação abrir filiais do negócio em outros países, como
As proprietárias fazem parte da equipe de Portugal e EUA.9

Segredo: Suzana e Débora não têm graduação universitária. Elas aprenderam com as dificuldades en-
AULA - 11

frentadas na rotina e viram o negócio prosperar pelo mais tradicional meio de propaganda e marketing,
o boca-a-boca. Suzana afirma que confia na fé e no faro para dar cada passo, além das informações que
recebe de amigos e da mídia. “Antes de expandir a grife por intermédio da abertura de franquias, que-
remos estruturar o que já existe”, explica ela.
O sucesso do negócio é tamanho que artistas e intelectuais freqüentam o ambiente. Um dos consumi-
dores mais conhecidos é o Júnior, da dupla Sandy e Júnior.

Pedra: As proprietárias da Banca de Camisetas, Suzana Jeha e Débora Suconic apostam na criatividade
para ter sucesso. Esse é o desafio da dupla – crescer sem perder a autenticidade. “Não queremos apenas
lucro. Quando uma empresa cresce muito, perde a identidade”, afirma Débora Suconic.
O desafio da dupla é não dar “cara” ao negócio. “Em uma banca de jornal tradicional encontramos as
revistas de fofoca junto com as de economia. Queremos que o negócio tenha o espírito de uma banca.
Não lemos nem revista de moda para não atrapalhar a inspiração”, diz Suzana.

(9) Fonte: Diário do Comércio, seção Empreendedores. In: http://www.dcomercio.com.br/especiais/empreendedores/.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

 Discutindo o caso

a) Essa história dá o que pensar, não é? O que você achou mais interessante dessa história?

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

b) Pensando naquele quadro com as características do empreendedor, quais delas você identifica que as duas
empresárias possuem?

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______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

c) Você identifica algum aspecto especial dessa história que explique o sucesso do empreendimento? Qual
(ou quais)?

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

79
d) Você consegue imaginar as razões que levaram as duas empresárias a montar esse empreendimento? Em
geral, quais são as razões que levam as pessoas a montar negócios?

______________________________________________________________________________________________________________________

AULA - 11
______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

e) Em sua opinião, quais são as chances de um empreendimento desse tipo (criado num misto de criatividade
e improviso) dar certo?

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

f) Você consegue identificar aspectos diferenciais no empreendimento “Banca de Camisetas”?

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______________________________________________________________________________________________________________________

g) Você acha que a maneira charmosa delas contarem a história condiz com a realidade? Por quê?

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______________________________________________________________________________________________________________________

Marcenaria Vol 2.indd 79 10/6/2015 9:32:39 AM


Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA
Formação Técnica:
11 Para�sos

O parafuso é composto de uma cabeça seguida aço inoxidável, o titânio e o bronze são os materiais
de uma haste linear com corpo em ressalto helicoi- mais utilizados. Também existem parafusos de plás-
dal (espiral), que pode ser cilíndrico ou cônico. Tem tico, nylon, porcelana e vidro.
como objetivo a fixação de objetos e elementos de Geralmente estão associados a elementos que
móveis, como: tampos, montantes, prateleiras, roda- possam em algum momento ser desmontados. No
pés, etc. Geralmente podem ser rosqueados e des- caso da movelaria, os parafusos são largamente
rosqueados e têm um poder de fixação maior que utilizados na confecção de móveis como armários
o dos pregos, permitindo a desmontagem rápida e para cozinha, roupeiros, escrivaninhas, camas, pra-
reutilização. Um parafuso que seja apertado girando teleiras, etc. Contudo, em móveis fixos, geralmente
no sentido horário é chamado de rosca à direita. maciços, como cadeiras, mesas, mesas de centro,
A cabeça pode ser confeccionada nas formas bancos, etc., o uso de parafusos não é o mais indi-
tradicionais das chaves de fenda ou philips. Existem cado, já que estes são confeccionados com o uso de
outros tipos usados em diferentes trabalhos, como encaixes e cola.
os modelos sextavado, allen, etc. Os parafusos po-
dem ser introduzidos de modo a ficar internamente
no objeto ou podem também ultrapassá-lo, neste
caso utilizando porcas rosqueantes.
Os parafusos são feitos de uma larga variedade
de materiais, sendo o aço o mais comum, mas caso Cabeça Cabeça Cabeça Cabeça
ambiente exija resistência ao tempo e à corrosão, o Chata Flangeada Flangeada Oval

80

Chave de fenda Chave allen


AULA - 11

Chave de boca
Chave inglesa Chave robertson

Chave phillips Chave tri-wing

Chave estrela Chave torq-set

Chave pozidriv Chave spanner

Chave torx

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Parafusos para madeira

Fixer phillips Móveis Móveis


cabeça chata madeira soft escareados

Fixer phillips Móveis Fixer


pozidrive -
cabeça panela cabeça cônica
cabeça chata

Fixer phillips Móveis


Chave L
cabeça oval (tampinha)

Fixer phillips Móveis


cabeça sextavado Madeira
flangeada interno tradicional
Esquadrias
Fixer pozidrive
Chave zeta de alumínio –
cabeça panela cabeça panela

Parafusos autoatarraxantes fenda e phillips

Cabeça chata

Cabeça panela

Cabeça oval
81
Cabeça panela

Parafusos para fixação de camas

AULA - 11
Parafuso para cama furado com Parafuso para cama fendado
porca retangular e arruela com porca quadrada

Parafusos para puxadores

Parafuso para puxadores multi size – Parafuso para puxadores – cabeça


cabeça flangeada fenda combinada flangeada - fenda combinada

Parafuso francês

Parafuso francês com porca sextavada

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Dicas de fixação usando parafusos Rosca

Os parafusos para madeira, em sua maioria da classe autorrachante,


são dispositivos de montagem tradicionais que exercem a junção entre Broca
elementos, além de suportar consideráveis cargas de acordo com suas
dimensões de comprimento e largura. Contudo, só terá um bom desem-
penho se a madeira utilizada estiver rígida, seca e pouco porosa, para que
assim a conexão aconteça de forma natural, sem comprometer a estabili-
dade natural da madeira.
Para que possamos realizar uma fixação entre elementos com qualida-
de estrutural e acabamento, é necessário realizar furos pilotos nos pontos
de conexão, isso antes de inserirmos os parafusos definitivamente. Com
uma broca de espessura mais fina em relação aos anéis da rosca do pa-
rafusos, fazemos um furo passante na primeira peça a ser parafusada, em
seguida é essencial fazer o segundo furo, mirando a primeira perfuração
na segunda peça que dará a fixação total. É devidamente importante que
o parafuso ultrapasse no mínimo 60% de seu comprimento para a segun-
da peça, onde só assim teremos uma fixação firme e segura.

AULA

11 Formação Prática

82
ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas.)
Construção de gabinete de cozinha revestido com fórmica em madeira naval: Etapas 1, 2 e 3.

1) Desenho:
AULA - 11

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2) Orçamento:

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______________________________________________________________________________________________________________________

3) Seleção do material:

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 min.)


Pesquise e responda: Qual a importância da proporção para a produção de móveis?

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______________________________________________________________________________________________________________________

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AULA

12
Formação empreendedora:
Empreendedor solidário - Parte 1

O EMPREENDEDOR SOLIDÁRIO é aquele


que coloca a ética e a integridade acima
de tudo; reconhece a importância do lu-
cro, mas sabe qual é o seu lugar na escala
de valores. Não participa de jogatinas e
corrupções, pois reconhece no seu negó-

Imagem: Google Imagens, 2009.


cio uma forma de contribuir e não de ex-
trair. Vê, sim, a realidade e seus problemas,
mas acredita que contribuirá para o todo
atuando de maneira correta e leal. Sabe
que exemplo gera exemplo.
85
Tecendo a manhã10

1
Um galo sozinho não tece uma manhã:

AULA - 12
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
ATIVIDADE os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
 O empreendedor solidário se vá tecendo, entre todos os galos.
Você conhece esse poema, de João Cabral
de Melo Neto? Vamos ler? 2
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(João Cabral de Melo Neto)

(10) Fonte: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/intertext.

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1. O que você achou do poema?

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2. Por que você acha que começamos a falar do “empreendedor solidário” a partir desse poema?

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3. Quais as características do empreendedor solidário que o diferenciam do empreendedor que fomos carac-
terizando nas últimas atividades?

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______________________________________________________________________________________________________________________

AULA
Formação Técnica:
86
12 Ferragens para marcenaria

As ferragens são dispositivos que completam  Fechamento/trava: fechos, trincos,


o móvel facilitando sua utilização e aumentando fechaduras etc.
AULA - 12

sua vida útil. Se considerarmos os primeiros tipos  Deslocamento: rodízios.


para mobiliário e elementos construtivos, como  Articuladores: braços e dobradiças.
portas e janelas de períodos históricos mais anti-  Abertura: corrediças e trilhos.
gos, teremos um conjunto de ferragem que cum-  Montagem: dispositivos de fixação –
pre um papel mais estético do que funcional, com parafusos, conectores (rastex), trapézio e
formas inusitadas para fins decorativos. Algumas cantoneira.
ferragens específicas, como dobradiças, puxadores  Complementares funcionais decorativas:
e fechaduras de portas, estão entre as poucas que puxadores, tapa furos, suportes, aramados,
ao longo dos anos mantiveram uma linha homogê- pés, prendedores, etc.
nea, sem muitas alterações de design, porém com
ganhos de performance e resistência. Consideran-
do essas observações, atualmente o papel de mo- Os materiais utilizados para a fabricação des-
bilidade e estabilidade continua sendo o conceito tes elementos historicamente são confeccionados
principal do fabricante, porém há também uma com ferro bruto, passando pelo cobre e o bronze,
vasta variedade de ferragens agregam valor ao ar- principalmente por serem resistentes à oxidação.
tefato graças ao seu design, dando estilo ao mo- Hoje os materiais mais usados são latão, aço inox e
biliário pelo seu formato, material e a própria fun- alumínio, porém, há também ferragens de madei-
cionalidade. Hoje, há dispositivos para inúmeras ra, acrílico e plástico, geralmente para puxadores
aplicações, seja para gaveteiros, portas giratórias e de gavetas comuns. Mas é importante sabermos
móveis especiais, como closets, escrivaninhas, etc. que em algumas ferragens podemos encontrar
A partir dessas aplicações, classificamos as ferra- dois ou mais materiais para estabelecer o dispositi-
gens da seguinte maneira: vo para sua função projetada.

Marcenaria Vol 2.indd 86 10/6/2015 9:32:40 AM


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AULA

12 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)

Construção de gabinete de cozinha revestido com fórmica em madeira naval: Etapas 4, 5 e 6.

4) Pré-corte da madeira:

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______________________________________________________________________________________________________________________

5) Corte ajustado:

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______________________________________________________________________________________________________________________

6) Colagem da fórmica:
87
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AULA - 12
______________________________________________________________________________________________________________________

ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 minutos)

Pesquise e responda: Como construir o conceito de proporção de um móvel?

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Marcenaria Vol 2.indd 87 10/6/2015 9:32:41 AM


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AULA

13
Formação Empreendedora:
Empreendedor solidário -
Parte 2

EMPREENDEDORES SOLIDÁRIOS são pessoas que manifestam uma efetiva

Imagem: Google Imagens, 2009.


preocupação com o bem-estar social, nas áreas de saúde, educação, habitação
e alimentação. Querem uma empresa solidária: internamente, na forma de uma
equipe comprometida com os valores essenciais do trabalho e da vida; externa-
mente, na forma de uma relação de transparência e fidelidade com seu público.

ATIVIDADE

Objetivo: partindo da vivência em jogo cooperativo levar os participantes a exercitarem os processos de


transformações, tomada de decisão bem como o desenvolvimento da consciência sobre a importância da
cooperação.

88  “Vivendo e Aprendendo a Jogar”

Agora nós vamos fazer uma experiência diferente: e se a gente tentar jogar um jogo que a gente conhece
desde pequeno de outra maneira? O que será que acontece? Será que nós somos capazes de nos adaptar a
novas regras? Será que isso é fácil?
AULA - 13

Só experimentando para saber...

DINÂMICA

 Dança das cadeiras (cooperativa)

Objetivo: terminar o jogo com todos os participantes sentados nas cadeiras que sobrarem!
Recursos: cadeiras para todos os participantes
Número de participantes: mínimo 10
Descrição: quando a música parar, todos sentam usando as cadeiras e os colos uns dos outros. Em seguida
retiramos algumas cadeiras. E todos os participantes continuam no jogo. Na maior parte das vezes, os grupos
avançam até conseguirem sentar em uma única cadeira ou ainda utilizando-se somente do corpo de seus
parceiros. Neste processo, os participantes vão percebendo que podem se liberar dos velhos, desnecessários
e bloqueadores “padrões competitivos”. Na medida em que se desprendem dos antigos hábitos, passam a
resgatar e fortalecer a expressão do “potencial cooperativo” para jogar e viver.
Tempo previsto: 5 minutos ou prossegue até que o educador encerre.
Propósito: despertar a consciência da cooperação diante de situações de Alta Turbulência. Vivenciar situações
de pressão e mudanças, tomada de decisão, iniciativa, criatividade, integração e aquecimento.
Metodologia: exposição dialogada.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

Conclusões:

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AULA
Formação Técnica:
13 Principais ferragens - Parte 1

Fechamento e trava: estas ferragens estão re- travadas dependendo exclusivamente da tipologia
lacionadas a móveis gerais que contêm portas co- das ferragens, sendo essa categoria separada em:
muns de madeiras industrializadas ou porta em fechaduras, fechos, trincos e travas.
madeira maciças, de entrada ou saída, internas e Observe nas imagens abaixo as principais ferra-
externas, podendo ser trancadas ou simplesmente gens de fechamento e trava.

89

Trava Ferrolho Trava Tarjeta


Trava Ferro Chato Trinco Para Portão Fio Redondo Fio Redondo

AULA - 13

Trinco Universal Trinco Porta Cadeado Fecho Comum Trava Tranquetas

Fecho de Segurança Fechadura para Gaveta Trava Rolete Duplo Trava Haste Dupla
Imagem: Google Imagens, 2015.

Fechadura Portas Internas Fechadura Portas Externas

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FECHADURA BANHEIRO FECHADURA BANHEIRO COLETIVO

FECHADURA PORTA DE CORRER FECHADURA PORTA PIVOTANTE

Imagem: Google Imagens, 2015.


TRAVA E FECHO PORTA CAMARÃO
90

AULA

13 Formação prática
AULA - 13

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)

Construção de gabinete de cozinha revestido com fórmica em madeira naval: Etapas 7, 8 e 9.

7) Verificação de medidas das gavetas:

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8) Corte da madeira para as gavetas:

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9) Montagem da gaveta com encaixes:

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ATIVIDADE (Tempo estimado: 30 minutos)

Pesquise e responda: O que é a tipologia de um móvel?

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AULA - 13

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AULA

14
Formação Empreendedora:
Empreendedor solidário -
Parte 3

OBJETIVO:
Possibilitar aos participantes a consolidação de aquisição das informações por meio da organização dos
conteúdos abordados e realização de produção textual.

CONTEÚDO:
Vamos fazer um exercício de organizar um pouco tudo o que viemos discutindo até agora. Vamos usar
a tabela abaixo apenas para que seja mais fácil visualizar as diferenças e as semelhanças. Mas é importante
observar que isso não significa que tais características não se misturem na prática; afinal, a realidade é sempre
bem mais complexa do que nossa tabela.

ATIVIDADE
92  Empreendedor tradicional X Empreendedor solidário

EMPREENDEDOR TRADICIONAL EMPREENDEDOR SOLIDÁRIO

Objetivos
AULA - 14

Formação

Como trabalha

Como administra o empreendimento

Como tem as ideias

Como se pensa em relação ao empreendimento

O que espera do empreendimento

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AULA
Formação Técnica:
14 Principais ferragens - Parte 2

Deslocamento: projetadas para garantir mobilidade a móveis e estruturas que precisam de movimenta-
ção, esta ferragem leva o nome de rodízio. É encontrado em diferentes tamanhos e variados materiais, o que
determina a quantidade de carga que suporta, geralmente calculada por unidade. Observe os principais tipos:

RODÍZIOS INDUSTRIAIS

Imagem: Google Imagens, 2015.


93

RODÍZIOS PARA MÓVEIS

AULA - 14
AULA

14 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)

Construção de gabinete de cozinha revestido com fórmica em madeira naval: Etapas 10, 11 e 12.

10) Instalação de ferragens (corrediças) nas gavetas:

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11) Preparação das portas (furação, instalação de dobradiças, colagem da fórmica):

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12) Instalação das portas:

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AULA

15
Formação Empreendedora:
Um outro mundo é p�sível

UM NOVO MUNDO POSSÍVEL!

Segundo dados da ONU e da FAO, de 6,5 bilhões de pessoas que habitam hoje o planeta, cerca de 4 bilhões
vivem abaixo da linha da pobreza, dos quais 1,3 bilhão abaixo da linha da miséria, sendo que 950 milhões
sofrem desnutrição crônica. O mundo clama por respostas à atual crise, por um espaço plural e aberto de en-
contro que estimule o debate, a reflexão, a troca de experiências e movimentos engajados em ações concretas
pela construção de um outro mundo, mais solidário, mais democrático e justo.
Intensas mudanças têm acontecido no mundo do trabalho, especialmente com a atual crise financeira que
assola todas as partes do globo. A época do pleno emprego foi-se embora com os milhões de dólares de vários
investidores e os financistas engrossam as filas de desempregados em todos os lugares. Na verdade, esta crise
surgiu da ganância dos homens e das pessoas escravas do consumo que têm suas vidas atreladas à posse de
mercadorias, na maioria das vezes, desnecessárias à vida diária.
94
ATIVIDADE

Que mundo do trabalho é esse?

 “Não há vagas”
AULA - 15

 “Desemprego cresce em todas as regiões metropolitanas”


 “Indústria pretende demitir 5.000 até o final do ano”
 “O rendimento médio dos assalariados diminui pelo terceiro mês seguido”
 “Empresas terceirizam serviços para diminuir custos”

Você reconhece as frases acima? Elas não foram tiradas de nenhum jornal específico. No entanto, a gente
sabe que elas poderiam muito bem ter sido manchetes de qualquer jornal ou revista nos últimos 20 anos.
Para começarmos, então, a conversa de hoje, vamos refletir um pouco sobre as mudanças que têm acon-
tecido no mercado de trabalho nos últimos anos. Vamos todos puxar pela memória as lembranças de nossos
avós, pais, irmãos etc. para saber como era o mundo do trabalho e como chegamos a tal ponto. Para nos aju-
dar, vamos utilizar a tabela entregue pelo técnico de incubação.
Lembranças à obra, então!

REFLETINDO...

1. Como foi fazer este exercício de olhar para as histórias de trabalho de familiares? Você percebeu alguma
coisa que nunca tinha notado? Se sim, o que?

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2. As histórias das famílias dos colegas de turma são parecidas com a sua? Em quais aspectos?

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3. O que era necessário até os anos 70 para ter um emprego, ou pelo menos um trabalho?

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4. E nos anos 80, o que era necessário? O que mudou?

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5. Como você enxerga o mercado de trabalho hoje em dia? Você acha que mudou desde que você começou a
trabalhar? Mudou para melhor ou para pior?

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AULA
Formação Técnica:
15 Principais ferragens - Parte 3
95

Braços articuladores: as ferragens de articulação talvez apresentem a maior variedade entre todas as fer-
ragens para móveis, com dispositivos funcionais e bastantes úteis, com diversos modelos para dezenas de
aplicações. Estas ferragens suprem a necessidade de articulação para abertura e fechamento de portas, com

AULA - 15
garantia de resistência e ótimo acabamento. Podemos então classificar essas ferragens em: braços e dobradiças.

BRAÇOS ARTICULADORES

LIFT DOBRÁVEL COM TRAVA DOBRÁVEL COM ROLDANA

PISTÃO A GÁS CATRACA ARTICULADOR COMUM


Imagens: Google Imagens, 2015.

FREE FLAP SENSO HASTE

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AULA

15 Formação Prática

ATIVIDADE (Tempo estimado: 3 horas)

Construção de gabinete de cozinha revestido com fórmica em madeira naval: Etapas 13 e 14.

13) Acabamento - seladora, verniz, reparos (se houver necessidade) e limpeza:

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14) Entrega - precauções de conservação para o transporte:

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AULA

16
Formação Empreendedora:
A economia solidária - Parte 1

A ECONOMIA SOLIDÁRIA é um movimento em construção. Consiste em uma forma de produção,


consumo e distribuição de riqueza que valoriza a qualidade de vida do ser humano e não o lucro. A
produção, consumo e venda de produtos e serviços são decisões tomadas por todos os que participam.
O mais importante é preservar os valores principais da economia solidária. Assegurados estes valores,
cada grupo de pessoas pode decidir como funcionar sem perder a identidade com a economia soli-
dária. Por esse motivo é que os empreendimentos são também autogestionários.

O TRABALHO E A ECONOMIA SOLIDÁRIA

Falar do mundo do trabalho hoje em dia até que Já adiantamos a resposta: dificilmente a gente já 97
foi fácil, não? Afinal, a gente tem muitas experiên- pode saber... Por que a economia solidária é um mo-
cias nesse mundo. A gente pode nunca ter parado vimento em construção. O que significa: é mais fácil
com calma para pensar sobre o assunto, mas a gente a gente saber como a gente QUER que ela funcione,
SABE como é que as coisas funcionam porque viveu. do que saber como ela já funciona. Além disso, são

AULA - 16
Mas em relação ao trabalho que ocorre dentro diversas experiências, em diferentes contextos des-
das cooperativas e empreendimentos econômi- se nosso país e isso garante que cada local encontre
cos solidários, será que a gente consegue imaginar o seu jeito de ir fazendo.
como as coisas funcionam? Será que a gente já é ca- Agora chega de conversa e vejamos como são
paz de SABER como é que tudo isso funciona? estas experiências de economia solidária!

 Caso: Cooperativa de costureiras “Unidos Venceremos”

Tecendo uma vida melhor: UNIVENS - Cooperativa Unidos Venceremos

A cooperativa está localizada na Zona Norte da mulheres e 2 homens e trabalha em três setores: cos-
cidade de Porto Alegre. O trabalho iniciou em 1995 tura (principalmente camisetas), serigrafia e alimen-
com o objetivo de oferecer uma atividade econô- tação (bolos para festas e jantares sob encomenda).
mica para mulheres sem oportunidade de trabalho. A cooperativa movimenta por mês em torno de R$
Estas mulheres começaram confeccionando lençóis 25.000,00 e cada sócia/o recebe 350 reais mensais.
para o hospital, mas logo partiram para outras fren- Todas/os são moradoras/es de um bairro com
tes, como a produção de multimistura, a confecção forte tradição comunitária. São vizinhas/os, conhe-
de camisetas e uniformes para empresas e, recente- cem-se há tempo e participaram anteriormente de
mente, a serigrafia. Hoje o grupo é composto por 25 lutas e movimentos comunitários. No início as reu-

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niões eram realizadas na capela da comunidade e a produção e da remuneração. Hoje o grupo está mais
maior parte do trabalho era feito na casa das asso- coeso e preocupado com projetos mais amplos.
ciadas, pois não havia espaço suficiente para a pro- O marketing da Univens está direcionado às or-
dução coletiva. Através da mobilização para o Orça- ganizações sindicais, movimentos populares, enti-
mento Participativo conseguiram um espaço cedido dades de natureza sociopolítica e eventos, como o
pela Prefeitura, na Incubadora. FSM, campanhas sindicais e eleitorais etc. O grupo
Descobriram que a capacidade é algo que se participa de várias instâncias de articulação: Orça-
adquire de acordo com as oportunidades que vão mento Participativo, Fórum da Economia Popular
tendo na vida e aprenderam a administrar. Compa- Solidária, Etiqueta Popular, Feiras da Economia So-
rado com os primeiros anos houve crescimento da lidária e outras.11

Considerações:

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Formação Técnica:
98
16 Principais ferragens - Parte 4

Dobradiça: a dobradiça é um dispositivo mecânico que conecta dois objetos, permitindo a articulação en-
AULA - 16

tre eles. As dobradiças costumam ser fabricadas em metal, normalmente aço ou latão, mas também em plás-
tico e alumínio. Geralmente contém duas peças, cada uma delas fixada a um objeto interligadas por um pino/
eixo que permite a articulação. Podemos encontrá-las facilmente em portas tradicionais, janelas e móveis de
acordo com a seguinte classificação:

 Dobradiças comuns de circulação.


 Dobradiças de usos especiais.
 Dobradiças invisíveis.
 Dobradiças de pressão.

Para portas comuns de circulação


Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.

Pino solto Porta Pino bola Quinta redonda Quadrada


porta lisa camarão porta maciça pino solto porta balcão

(11) Fonte: http://www.ecosol.org.br/exp1.htm.

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Para portões

Comum espelhada Haste dupla para parafusar Haste estreita

Leme Haste dupla para chumbar Ferreiro

Usos especiais

Janela veneziana Porta vai e vem Bandeirola porta-janela


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AULA - 16
Janela hamburguesa Porta pivontante (giratória) Dobradiça piano - móveis

Dobradiças Invisíveis: estas ferragens são indicadas para articulação de portas, tampos e divisórias de pe-
quenos objetos e móveis, proporcionando um acabamento totalmente invisível, por sua instalação embutida.
Dessa forma, podemos destacar estes componentes como elementos de acabamento indireto, já que só os
veremos ao abrir ou movimentar o objeto.

USO GERAL PARA MÓVEL E AFINS


Imagens: Google Imagens, 2015.

Oculta T Pino roscado Cilindro Pino Copo

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AULA

17
Formação Empreendedora:
A economia solidária - Parte 2

OFICINA SETORIAL PÃO SOL - Osasco

Espaço-oficina estruturado para capacitação de


beneficiários em técnicas relacionadas à produção e
comercialização de produtos da área de alimentação,
desde panificação, confeitaria até manipulação de ali-
mentos. Funciona como incubadora setorial do seg-
mento alimentação.
O projeto Pão Sol será integrado às demais políticas
de geração de trabalho e renda do segmento alimen-
tação, podendo estar em interface com o projeto Feira
Móvel e Solidária, que comercializa também parte dos
100 produtos da área da alimentação.

Segurança Alimentar e Nutricional - é a realização do direito de todos ao acesso regular e


AULA - 17

permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso


a outras necessidades essenciais.

 Caso 1: Pão Sol


Uma política pública para a segurança alimentar e nutricional

O programa Pão Sol - Segurança Alimentar foi desenvolvido para que a população mais necessitada de Osasco
ampliasse suas opções de trabalho. Seus objetivos e metas consolidaram a criação da Padaria Popular Solidária.
Trata-se de um espaço de capacitação técnica na área da alimentação e incubação de empreendimentos.
O objetivo é tornar esse equipamento uma referência na alimentação em Osasco e região.

Conclusões:

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 Caso 2: Rede Sol


Rede de cooperação entre produtores

Em agosto de 1999, foi organizada no Bairro xas (aluguel, eletricidade, água, telefone etc.).
Novo, periferia sul de Curitiba, a Feira dos Produ- Há uma escala de revezamento na loja, com
tores, com aproximadamente 60 feirantes, tendo cada um dos produtores atuando alguns dias por
apoio da Associação de Moradores local, com a mês como vendedores.
finalidade de comercializar diretamente os seus O espaço tem sido divulgado nas comunidades
produtos. Todos buscavam comprar os produtos da região e o volume de vendas vem aumentando
uns dos outros, contribuindo assim para garantir as aos poucos. O faturamento do empreendimento vem
vendas de cada um. A feira funcionava somente aos crescendo a cada mês. Em março, mês da inaugura-
sábados e na rua, exposta a chuvas, ventos e outras ção, a receita foi de R$ 900,00; em abril saltou par R$
intempéries. Após alguns meses de funcionamento 1.600,00 e na primeira quinzena de maio já alcançou
as dificuldades foram se alargando. Alguns feiran- R$ 1.000,00 com a previsão de atingir o final do mês
tes tinham pouco apoio da família. Outros não que- com um faturamento superior a R$ 2.000,00.
riam montar barracas para aqueles que chegavam Alguns produtores (no setor de alimentação e
mais tarde, e assim, aos poucos o número de feiran- confecções) têm um faturamento que lhes permi-
tes foi diminuindo. Por fim, restaram doze. Estes, en- te manter-se no ponto. Outros três - um que pro-
tão, decidiram estruturar um ponto permanente de duzia bolsas e outros dois que trabalhavam com
comercialização. artesanato -, tendo um volume menor de vendas,
Assim, em março de 2000, convidaram outros preferiram sair do empreendimento, uma vez que
produtores, alugaram um conjunto comercial no os custos compostos pela taxa, deslocamento e ali-
Bairro Novo e montaram a Rede Sol, atuando nas mentação (nos dia de permanência) chegavam a
áreas de confecções, artesanato, utilidades do- quarenta reais.
mésticas, armarinhos, conveniências, alimentação, Alguns dos participantes estão integrados em
plantas, ornamentação e aviário. outros espaços de economia solidária e participam
Participam do empreendimento cerca de 20 pro- de cursos de formação para qualificar a sua atua- 101
dutores ou comerciantes. Cada qual contribui com ção como empreendedores em uma perspectiva de
uma taxa mensal de 20 reais que cobre despesas fi- economia solidária. 12

Conclusões:

AULA - 17
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Fonte: http://www.milenio.com.br/mance/balanco1999.htm.

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AULA
Formação Técnica:
17 Principais ferragens - Parte 5

Dobradiças de pressão para móveis: feitas em aço, são fabricadas geralmente com aberturas de 110o
(graus), podendo ser encontradas em outros ângulos como os de 45o (135o), 130o e 160o, entre outros. O diâ-
metro do caneco é de 35 ou 26 mm, porém há canecos maiores para casos especiais e a profundidade média
do caneco de 11,3 mm. Existem dobradiças retas, curvas e supercurvas, que servem para diferentes aplicações
em portas de móveis e dependerão somente do modelo e ambiente em que serão instaladas, com diferentes
fechamentos e aberturas.

Reta
 Vantagens:
Fácil de instalar.
Fecho próprio graças à pressão mecânica.
Regulagem caso a porta perca o alinhamento.
Amortecimento para linhas especiais. Curva
Fácil de trocar.

 Desvantagens:
Custo elevado de acordo com o modelo.
102
Sem manutenção caso haja perda da pressão.
Alta
Menor vida útil se comparada às de pino tra-
dicionais.
AULA - 17

Dobradiça reta: a dobradiça reta é utilizada em


portas de móveis que precisam de um recobrimen-
to total do topo do montante (parede). É recomen-
dada para móveis simples de duas portas ou para
colocar na primeira e na última porta de um armário
com várias portas seguidas, ou seja, usada em por-
tas laterais. Não é recomendado o uso desta dobra-
diça em portas que abrem espelhadamente, devido
ao espaçamento que ela querer quando instalada.

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Dobradiça curva: este tipo de dobradiça é


usada em armários que possuem várias portas
seguidas. Ela é indicada principalmente para as
portas centrais, pois tem um recobrimento par- 103
cial do topo do montante, com um mecanismo
que garante a abertura das portas sem que uma
atrapalhe ou impeça o funcionamento das ou-
tras. Deste modo, para portas espelhadas esta
dobradiça é a melhor opção.

AULA - 17
Imagens: Google Imagens, 2015.

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Dobradiça supercurva: esta dobradiça tra-


balha de forma diferente em relação às que estu-
damos anteriormente. Apesar de muito parecida
com a dobradiça de pressão curva, ela se diferen-
cia unicamente por sua base frontal estar eleva-
da, fazendo com que a porta não bata no topo
do montante. Trabalha na parte interna do móvel,
embutindo as portas para dentro das paredes,
de modo a mudar bastante a visão do posiciona-
mento das portas no móvel.

Imagens: Google Imagens, 2015.

104
AULA - 17

Dobradiças angulares especiais: dobradiças para usos especiais devido ao nível de abertura que cada
tipo permite, ou seja, usadas para móveis especiais quando se quer a abertura das portas em ângulos fora do
padrão tradicional de 110º graus. A partir disso, podemos escolher entre dobradiças curvas e esta, que propor-
cionam aberturas que podem variar entre 25º a 260º.

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AULA

18
Formação Empreendedora:
A economia solidária - Parte 3

 Caso: Reciclando ideias


Discussão da experiência do empreendimento cooperativista do Loteamento Cavalhada

Unidade de reciclagem de resíduos sólidos do Loteamento Cavalhada

O Loteamento Cavalhada é um assentamento de são tomadas pela diretoria, e é realizada uma as-
famílias que foram retiradas de zonas consideradas sembleia sempre que necessário para discutir o an-
de risco pela Prefeitura de Porto Alegre. A unidade damento do trabalho o planejamento e questões
de reciclagem, que iniciou suas atividades no final fundamentais.
de 1996, foi a forma encontrada para proporcionar A Unidade proporciona aos seus participantes
às famílias deslocadas uma atividade econômica. renda média de R$ 360,00 a 400,00, além da possi- 105
Trabalham na unidade 46 pessoas. bilidade de gestão do seu próprio trabalho. Muitos
O trabalho se realiza num galpão de alvenaria de dos integrantes da Unidade anteriormente sobrevi-
550 m², equipado com quatro prensas e duas balan- viam catando papel nas ruas da cidade e agora tra-
ças. Com exceção de uma prensa, doada pela AVI- balham com muito mais segurança, menor esforço
PAL, todos os investimentos foram feitos pelo setor físico e maior retorno econômico. Em comparação

AULA - 18
público (SMIC e DMLU). O trabalho consiste em se- com os dados da primeira pesquisa, os associados
parar os resíduos que são trazidos pelos caminhões se encontram hoje numa situação melhor. Aumen-
da coleta seletiva, prensá-los e enfardá-los para a tou sua remuneração, eles têm hoje uma conta ban-
comercialização. Ocorre um revezamento nas diver- cária com cartão para receber o pró-labore e fazer
sas atividades, sendo que todos os participantes são compras, quase todos já sabem escrever o seu nome
aptos a realizarem todas as tarefas. e a grande maioria continua estudando.
O contrato com a Prefeitura oferece escolari- Hoje, eles têm atividades de lazer, montaram
zação para todos os catadores que não possuem uma banda de Rap, um time de futebol e um grupo
ensino fundamental básico. Organizado em forma de teatro que dá palestras sobre a importância de
de associação, o grupo tem uma direção eleita por separação e tratamento do lixo, para preservação do
dois anos, que pode ser reeleita. Atualmente são meio ambiente. Participam de diversos movimentos
representados pela Federação dos Recicladores em sociais, da associação do bairro e do Orçamento Par-
nível estadual e nacional. As decisões do cotidiano ticipativo para o qual elegeram um conselheiro.13

Conclusões:

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(13) Fonte: http://www.ecosol.org.br/exp2.htm.

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AULA
Formação Técnica:
18 Principais ferragens - Parte 6

Corrediças: as corrediças servem para melhorar o desempenho do abrir e fechar das gavetas, já que po-
dem ser constituídas de roldanas, esferas, molas e engrenagens, agilizando e suavizando estes movimentos.
Diferente de simples guias de madeira ou plástico, algumas corrediças permitem a total abertura das gavetas,
mantendo-as firmes e sem cair quando abertas. Feitas em aço, de acordo com o modelo, podem ser banhadas
em epóxi, inox ou zincadas, capazes de suportar ações do tempo, evitando oxidações. Capaz de sustentar
grandes cargas, sua capacidade estrutural varia de 15 a 100 quilogramas, isto é claro, levando em consideração
a corrediça adequada para o tamanho da gaveta e a carga colocada sobre ela.

Vejamos as principais corrediças encontradas no mercado:


 Roldana: estabelecidas por rolamentos, fecho comum.
 Telescópica: estabelecidas por esferas, fecho com trava, disparador e amortecedor.
 Invisível one-touch: estabelecida por molas e catracas, fecho com disparador e amortecedor.
 Invisível slowmotion: estabelecida por molas e catracas, fecho com amortecedor.

Corrediça de roldana: esta corrediça é conside-


rada a mais simples e a menos resistente. Fabricada
em aço e banhada em epóxi, possui um pequeno
rolamento para o deslize, conhecido como roldana,
facilitando a abertura da gaveta. Uma desvantagem
em relação às demais corrediças é a necessidade de
um espaçamento maior entre as gavetas para que
106 seja possível instalá-la e automaticamente retirá-la.
É recomendado o espaçamento de pelo menos 20
mm entre cada gaveta, lembrando que isso aconte-
cerá sempre no sentido vertical. É importante estar
atento à espessura do par de corrediça, para que as-
AULA - 18

sim se faça o devido cálculo de desconto para largu-


ra final da caixa da gaveta. Sendo assim, para cada
conjunto de corrediça teremos 12,5 mm espessura
Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.

para cada lateral da caixa da gaveta, ou seja, se so-


marmos as duas, teremos ao total 25 mm. Sua ca-
pacidade de carga limita-se apenas a 25 kg por par,
mesmo em corrediças com comprimentos maiores.
Suas dimensões tradicionais são: 250 mm, 280 mm,
300 mm, 350 mm, 400 mm, 450 mm, 500 mm, 550
mm e 600 mm.

Corrediça telescópica: corrediça moderna, pos- sentido vertical, proporcionando gavetas maiores
sui design inovador e funcionalidade e resistência com mais aproveitamento do espaço interno. Sua
superior à corrediça de roldana, graças a seu corpo espessura é pouco maior em relação à corrediça de
reforçado em aço inox e sistema de esferas que per- roldana, com 12,7 mm, totalizando 25,4 mm, costu-
mite uma fácil instalação e deslize sutil, eliminando mando-se arrendondar para 25,5 mm, mantendo
qualquer tipo de movimentação inadequada da uma gaveta sólida, mas com abertura suavizada.
gaveta. Disponíveis nos tamanhos de 250 mm, 300 Vale ressaltar que temos dois tipos de corrediças
mm, 350 mm, 400 mm, 450 mm, 500 mm, 550 mm e telescópicas, diferenciando-se unicamente pela lar-
600 mm, suporta cargas de até 100 kg por par. Dife- gura e mínima diferença no formato. Assim temos a
rente da corrediça de roldana, esta trabalha com um corrediça tradicional de 45 mm de largura e corredi-
espaçamento menor entre gavetas, com 10 mm no ça light de 35 mm.

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Fotos: Google Imagens, 2015.


Corrediça telescópica de 45 mm

107

Corrediça telescópica light de 35 mm

AULA - 18

Com o passar dos anos estas corrediças sofreram algumas intervenções para melhoria de sua funcionalida-
de, principalmente no quesito abertura e fechamento. Assim, ganhou um novo sistema, disposto por molas e
engates, que juntamente com as esferas proporcionam dois tipos de aberturas:

Fecho com amortecimento: sistema que permite um fechamento suavizado da gaveta evitando batidas
e garantindo mais vida útil tanto à gaveta quando à própria corrediça.

Fecho com amortecimento e disparador para abertura rápida: sistema que permite a abertura da gave-
ta com apenas um toque ao centro da mesma, eliminando a necessidade de instalar puxadores.

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Importante destacar que este sistema de amortecimento e disparadores foi trazido a esta corrediça com
a finalidade de garantir sofisticação a uma corrediça mais simples e de preço mais acessível, mesmo apresen-
tando bom desempenho em resistência e qualidade na abertura de gavetas. Vale lembrar que este sistema
foi criado a partir de um modelo de corrediça de alto padrão de funcionalidade e estética, conhecido como
corrediças invisíveis, de valor agregado muito mais alto, impossibilitando a comprar para pequenos projetos
de marcenaria sob medida.

Amortecimento e Disparador

Amortecimento

Fonte Imagens: Google Imagens, 2015.


Corrediça invisível: corrediça rígida, sólida e tar cargas de até 80 kg por par.
design simples, não foram projetadas para ficar No mercado existem atualmente dois tipos de
aparentes, o que faz esta ferragem ser considerada corrediças invisíveis que originalmente levam os
108 entre as corrediças a mais completa, já que seu ma- nomes de slowmotion e one touch, que proporcio-
terial é reforçado e utiliza um sistema de abertura e nam melhores deslizes de aberturas e fechamento:
fechamento avançado, por meio de engrenagens,
molas e pistões. Deste modo, é garantido um des- Slowmotion (amortecimento): neste sistema
lize perfeito e abertura total da gaveta que leva o o fechamento da gaveta é suavizado evitando ba-
AULA - 18

título de invisível pelo fato da mesma ser instalada tidas, garantindo sobrevida tanto à gaveta quando
abaixo da caixa da gaveta. Por ser uma ferragem à própria corrediça por ser fabricada com material
de custo elevado, ela está presente somente em de alta resistência. Confeccionado com sistema de
móveis de alto padrão de acabamento. Seu com- trilho em pequenas catracas e molas, essa corre-
primento pode variar em 300 mm, 350 mm, 400 diça promove uma abertura total da gaveta, sem
mm, 450 mm, 500 mm e 550 mm, podendo supor- inclinar ou sair dos trilhos.

Slowmotion
Imagens: Google Imagens, 2015.

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One touch (disparador em um toque): neste sistema a abertura da gaveta é obtido com um toque ape-
nas no centro da gaveta. Com seu sistema de disparadores de pistão e molas ajustáveis para amortecimento,
também é possível fechá-la a partir do mesmo toque. Assim, a instalação de puxadores não se faz necessária e
impactos nos montantes do móvel são improváveis.

One touch

Imagens: Google Imagens, 2015.


109
Exemplo de gavetas projetadas para receber a corrediça invisível. Note que em suas laterais não há ferragem aparente.

AULA - 18

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AULA

19
Formação Empreendedora:
A economia solidária - Parte 4

 Caso: Fome de quê?


Discussão da experiência do Grupo GESMA (Grupo Ecumênico Santa Marta)

A experiência tem suas origens na ocupação da Todos são católicos, mas se denominam um grupo
Fazenda Santa Marta, no Município de Santa Maria, ecumênico, pois receberam apoio das Igrejas Católi-
em 1991. Na época, cerca de 3600 famílias ocupa- ca, Anglicana, Luterana e Metodista.
ram a área, pertencente ao Governo do Estado, e O grupo procura manter sua posição no assen-
nos anos seguintes lutaram por melhorias no local. tamento, concorrendo com outras padarias de fora.
Para combater o problema da falta de emprego, 6 Para isso, mantém os dois vendedores dando aten-
famílias iniciaram o projeto de uma padaria comu- dimento constante aos pequenos estabelecimentos
110 nitária, atividade na época inexistente no local, e próximos. Outras formas de comercialização rea-
deram origem ao GESMA. lizadas pelo grupo são a venda no local da produ-
Na fase atual, trabalham no GESMA 8 pessoas, de ção, onde há um espaço especialmente para isso,
4 famílias diferentes. Todas essas pessoas são mora- o fornecimento de lanches para entidades, como
dores do assentamento, com alguma qualificação sindicatos e pastorais, e a participação nas feiras
profissional, e que se encontravam desempregadas. organizadas pela COOESPERANÇA. É através desta
AULA - 19

Das oito pessoas, seis trabalham na produção e ven- organização, inclusive, que se articulam com ou-
da no local da padaria e as outras duas atuam na tros grupos para troca de experiências. Os recursos
distribuição e venda para outros comerciantes. Tra- para compra de equipamentos e construção do pré-
balham com escalas variáveis de horário, visto que a dio foram financiados pela Cáritas Regional e pelo
produção e venda de pães exige trabalho nas mais Projeto Esperança de Santa Maria, sendo que este
variadas horas do dia e da noite. último proporcionou aos participantes também um
Todos os participantes são moradores do assen- curso de panificação.
tamento. A experiência de entre-ajuda foi forjada na A remuneração dos participantes na época era
própria luta pelo assentamento e suas melhorias. entre R$ 200,00 e R$ 250,00.14

Conclusões:

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______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

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(14) Fonte: http://www.ecosol.org.br/exp3.htm.

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AULA
Formação Técnica:
19 Principais ferragens - Parte 7

Trilho e sistema de correr: esses sistemas per- Essa união de elementos promove o deslize das
mitem que portas sejam abertas por deslocamento portas, que podem ser instaladas em qualquer ta-
horizontal, ou seja, deslizando sobre a ferragem a manho, observando somente o tipo de sistema de
partir de trilhos + roldanas, perfis + roldanas, trilhos correr, para que assim as portas tenham o desconto
+ rolamentos esféricos ou trilhos + rodízios. para sua dimensão final correta.

Porta - Roldana Embutida

Imagens: Google Imagens, 2014.


Porta - Roldana Aparente

111

AULA - 19
Móveis - Roldana Embutida

Móveis - Roldana Aparente

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AULA

20
Formação Empreendedora:
A economia e seus �ndamentos -
Parte 1

O principal objetivo desta aula é apresentar aos participantes do curso um modelo comparativo dos pro-
cessos de geração de trabalho e renda, favorecendo o desenvolvimento da consciência crítica.

Economia Capitalista x Economia Solidária15


ASPECTOS ECONOMIA CAPITALISTA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Objetivos Acumulação e lucro Geração de trabalho e renda e


melhoria da qualidade de vida

Papéis Patrão X Empregado Associados co-responsáveis pela


Gerente X Empregado gestão do empreendimento e
112 pela produção/prestação de
serviços

Relações internas Hierárquicas Horizontais

Representação Associações de empresários Associações


AULA - 20

(Ex.: Federação das Indústrias do Estado (Ex.: União e Solidariedade das


de São Paulo-FIESP) Cooperativas e Empreendimentos
de Economia Social do Brasil-
UNISOL e Associação de
Trabalhadores e Empresas de
Autogestão-ANTEAG);
Fóruns (Ex.: Fórum Brasileiro de
Economia Solidária)

Relações Humanas Competitivas, individualistas Solidárias e cooperativas

Projeto de Desenvolvimento Concentrador de renda, monopolista Social e ambientalmente


e “predador” do meio ambiente e do sustentáveis
trabalho

Relação com outras empresas Redes para diminuir custos, mas de Redes para melhoria das formas
caráter concorrencial de inserção

Fonte: 25 anos de Economia Popular Solidária. Brasília: Cáritas Brasileira, 2006, p. 16.

(15) A tabela comparativa que ora apresentamos foi elaborada com base no quadro extraído da cartilha 25 anos de Economia Popular
Solidária, publicação da Cáritas Brasileira, Brasília, 2006, Série Cartilhas n. 2, p. 16.

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AULA
Formação Técnica:
20 Principais ferragens - Parte 8

Dispositivos de montagem: estes dispositivos que funcionem devidamente como foram projeta-
foram criados para facilitar a montagem e desmon- dos. Desta maneira, observar o manual de instru-
tagem de móveis, garantindo praticidade, agilidade, ções de uso é essencial e, para algumas delas, pode
ótima resistência e estética. Contudo, é importante ser conveniente criar ou adquirir alguns gabaritos
conhecer bem o dispositivo, pois alguns necessitam de montagem, pois facilitam muito a vida do profis-
de alta precisão no momento de instalação, para sional no dia-a-dia da marcenaria.

Conectores de Montagem
Girofix Rastex Tambor

Imagens: Google Imagens, 2012.


Rafix Tambor Trapézio Bucha + Parafuso

113

Conectores de Prateleira

AULA - 20
Pino + Tubo Cadeira Tubinho Pino Chato Invisível

Conectores - Cantoneiras

Multiuso
Cantoneira L Fixação de Armário

Mata Junta Cadeirinha Reforçado

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AULA

21
Formação Empreendedora:
A economia e seus �ndamentos -
Parte 2

Como a Economia Solidária começou?

“Economia Solidária surge como um modo de produção e distribuição alternativo ao capitalismo, criado e
recriado periodicamente pelos que se encontram (ou temem ficar) marginalizados do mercado de trabalho.”
(Paul Singer)

Vamos ler o texto abaixo, para entender melhor o assunto:

A proposta da Economia Solidária não sur-  assalariados que se associam para adquirir
ge da formulação teórica de intelectuais da em conjunto bens e serviços de consumo,
114
Universidade, mas da experiência prática de visando ganho de escala;
trabalhadores que ao longo da história, em  pequenos produtores e assalariados se asso-
diversos países, vêm procurando alternativas ciam para reunir suas poupanças em fundos
frente à desigualdade e à marginalização pro- rotativos que lhes permite obter emprésti-
duzidas pela competição e relações de subor- mos a juros baixos.
AULA - 21

dinação características do capitalismo.


No Brasil, a partir da década de 80, a Eco-
São princípios dos empreendimentos nomia Solidária ressurgiu com a reação de mo-
da Economia Solidária: vimentos sociais frente à crise de desemprego
em massa, intensificada nos anos 90, com a
 Posse coletiva de meios abertura do mercado às importações. Desde
de produção e distribuição; a década de 90, a Economia Solidária é tema
 Gestão democrática; de debates, pesquisas acadêmicas, políticas
 Repartição do excedente anual (sobras); públicas e, principalmente, tem sido experi-
 Capital (cota-parte) não é remunerado. mentada por um número cada vez maior de
trabalhadores, desempregados e populações
Ao longo do desenvolvimento da Economia marginalizadas.
Solidária, encontram-se experiências de: Apesar de ainda não ser visível para a so-
ciedade como um todo, esse movimento (que
 trabalhadores organizados como produto- é político) forma um setor da economia, articu-
res associados que se reintegram à divisão lado pelos princípios que o regem mais do que
social do trabalho, podendo competir com pelo tipo de atividade econômica – que é tão
empresas capitalistas; diversa quanto das empresas capitalistas. A
 pequenos produtores do campo e da cidade aposta daqueles que acreditam na Economia
que se associam para comprar e vender em Solidária é que os diversos empreendimentos
conjunto, eliminando intermediários; que dela participam se inter-relacionem, crian-

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do assim um setor econômico que gera renda Rede Unitrabalho, que a precedeu.
para cada vez mais trabalhadores. Movimentos sociais também fazem parte
desse resgate da proposta do cooperativismo
Atuam do movimento de Economia e da Economia Solidária. Dentre eles, mais
Solidária no Brasil hoje: reconhecidamente, está o Movimento dos
Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), que
 Cooperativas industriais; assentou centenas de milhares de famílias
 Empreendimentos populares; e organizam diversos tipos de cooperativas,
 Movimentos sociais; criando uma escola de formação de técnicos
 Sindicatos; em cooperativismo.
 Fóruns Municipais, Estaduais e Fórum Brasi- O envolvimento dos sindicatos, principal-
leiro de Economia Solidária; mente através da defesa dos trabalhadores
 Políticas públicas de fomento à Economia de empresas em processo falimentar foi cres-
Solidária; cendo, à medida que diminuiu a resistência à
 Secretaria Nacional de Economia Solidária ideia de uma luta diferente da habitual contra
(SENAES). os patrões, mas a luta pela garantia do traba-
lho e da renda para cooperados. Na CUT, por
Existem hoje centenas cooperativas in- exemplo, foi criada a Agência de Desenvol-
dustriais do setor metalúrgico, de mineração, vimento Solidário (ADS-CUT), que apoia as
de confecção, de produção de máquinas, de cooperativas formadas através de técnicos e
produção de artefatos de couro, agrícolas, en- projetos para segmentos.
tre outras. Essas cooperativas foram em geral Todas essas iniciativas começaram a ga-
formadas através de processo falimentar das nhar identidade política no 1º Fórum Social
empresas originais em que trabalhadores, Mundial em que se estabeleceu a necessida-
com apoio de assessores sindicais, conse- de de organizar Fóruns Municipais, Estaduais
guem se apossar da massa falida da empresas e Fórum Brasileiro de Economia Solidária, do
formando cooperativas, salvando postos de qual participam empreendimentos, agências
trabalho. Essas cooperativas estão organiza- de fomentos, movimentos sociais, represen- 115
das em associações, principalmente a ANTE- tantes do poder público e parlamentares.
AG (Associação Nacional de Trabalhadores de Atualmente, há no Ministério do Trabalho
Empresas Autogestionárias e de Participação e Emprego a Secretaria Nacional de Economia
Acionária) e a UNISOL BRASIL (União e Solida- Solidária (SENAES/MTE), dirigida pelo Profes-

AULA - 21
riedade das Cooperativas Empreendimentos sor Paul Singer. Essa secretaria tem o papel de
de Economia Social do Brasil). articulação de políticas públicas, e atualmente
Os empreendimentos populares são assim desenvolve o mapeamento da Economia So-
chamados por serem constituídos por pesso- lidária, o que nos dará a dimensão do número
as das camadas mais pobres, em geral sem de empreendimentos existentes e permitirá o
capital, por iniciativa própria da comunidade desenho de políticas públicas mais adequadas.
ou pela participação em programas de políti- Além disso, apoia projetos em regiões estraté-
cas públicas. Para apoiar a constituição desses gicas e articula parceiros do próprio governo
empreendimentos foram criadas Incubadoras federal para o desenvolvimento de projetos. No
Universitárias em diversos estados brasileiros, âmbito municipal, houve diversas experiências
em universidades públicas e particulares. Em de políticas públicas, com diversos desenhos,
1999, foi criada a Rede Universitária de Incu- de fomento à Economia Solidária, no Rio Gran-
badoras de Cooperativas Populares, além da de do Sul, Pernambuco, Ceará e São Paulo (...). 16

(16) Fonte: http://www.itcp.usp.br/?q=node/12.

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Pensando sobre o assunto:

1. Como surge a economia solidária?

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2. Você já tinha ouvido falar de economia solidária antes?

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3. Você concorda que a partir dos anos 80 houve muitas mudanças que contribuíram para que a economia
solidária surgisse? Quais principais mudanças você destacaria?

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116 ______________________________________________________________________________________________________________________

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4. O que estava acontecendo na sua vida profissional nesse período do final dos anos 70 e início dos anos 80?
AULA - 21

______________________________________________________________________________________________________________________

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5. A partir da leitura do texto, quais atividades você identificaria à economia solidária, além dos empreendi-
mentos econômicos solidários?

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AULA
Formação Técnica:
21 Principais ferragens - Parte 9

Complementares funcionais decorativas: nal dessas ferragens depende primeiro delas mes-
estas ferragens, além funcionais, em sua maioria mas, para depois serem instaladas com êxito nos
são projetadas para complementar o móvel, pro- móveis, cumprindo sua função. Dentre as ferragem
porcionando beleza e sofisticação. Essas caracterís- funcionais decorativas podemos destacar: puxado-
ticas podem ser ou não geradas de acordo com o res, pés e pernas, mãos francesas, aramados, supor-
formato e a materialidade, já que o acabamento fi- tes de cabide, etc.

Mão Francesa

Fonte Imagens: Google Imagens, 2012.


Pés de Móveis

117

AULA - 21
Puxador de Concha Puxador de Barra

Puxador de Plástico Puxador de Inox

Puxador de Porcelana Puxador de Acrílico

Puxador de Madeira Puxador de Latão

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AULA

22 Formação Empreendedora:
A história confirma

Atores do Movimento de Economia Solidária no Brasil

Empreendimentos solidários: cooperativas, associações populares e grupos informais (de produção, de


serviços, de consumo, de comercialização e de crédito solidário, em âmbito rural e urbano); empresas recupe-
radas de autogestão (antigas empresas capitalistas falidas recuperadas pelos/as trabalhadores/as); agriculto-
res familiares; fundos solidários e rotativos de crédito, entre outros.
Os empreendimentos solidários caracterizam-se por se basearem nos princípios da autogestão na sua or-
ganização interna e o fato de serem suprafamiliares com caráter de atividade econômica.

Sonho que se sonha só / É só um sonho que se sonha só.


118 Mas sonho que se sonha junto / É realidade.
(Prelúdio, Raul Seixas)

Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES)


AULA - 22

O Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) das recuperadas pelos/as trabalhadores/as); agri-
estrutura-se de forma a garantir a articulação entre cultores familiares; fundos solidários e rotativos de
três segmentos do movimento de Economia Solidá- crédito (organizados sob diversas formas jurídicas e
ria: empreendimentos solidários, entidades de as- também informalmente); clubes e grupos de trocas
sessoria e fomento, e gestores públicos. solidárias (com ou sem o uso de moeda social, ou
Denominamos de empreendimentos solidários moeda comunitária); redes e articulações de comer-
as diversas formas concretas de manifestação da cialização e de cadeias produtivas solidárias; lojas
Economia Solidária, que são de uma riqueza e diver- de comércio justo; agências de turismo solidário. Os
sidade consideráveis. Os empreendimentos solidá- empreendimentos solidários caracterizam-se por se
rios são os principais protagonistas e público-alvo basearem nos princípios e valores expressos na Car-
do FBES, compondo a maioria da representação em ta de Princípios da Economia Solidária, dos quais se
todas as instâncias decisórias do FBES. destacam o exercício da autogestão na sua organi-
Vale citar algumas formas de manifestação da zação interna e o fato de serem suprafamiliares com
Economia Solidária, para se perceber a magnitude e caráter de atividade econômica.
heterogeneidade do segmento de empreendimen- Outro segmento do movimento consiste nas en-
tos solidários: cooperativas, associações populares tidades de assessoria e fomento, que normalmente
e grupos informais (de produção, de serviços, de se organizam na forma de associações sem fins lucra-
consumo, de comercialização e de crédito solidário, tivos (ONGs) ou universidades (incubadoras tecnoló-
nos âmbitos rural urbano); empresas recuperadas gicas e grupos de extensão) e prestam serviços de
de autogestão (antigas empresas capitalistas fali- apoio e fomento aos empreendimentos solidários,

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seja na forma de ações de formação (tanto técnica composto por representantes de governos munici-
quanto econômica e política), seja na forma de apoio pais e estaduais que tenham em sua gestão progra-
direto (em estrutura, assessoria, consultoria, elabora- mas explicitamente voltados à Economia Solidária.
ção de projetos e/ou oferecimento de crédito) para a Este segmento se faz representar nacionalmente
incubação e promoção de empreendimentos. por uma rede de gestores públicos, que tem cadeira
O terceiro segmento do movimento de Econo- na Coordenação Nacional do FBES como uma das
mia Solidária brasileiro é o de gestores públicos, entidades/redes nacionais.17

AULA
Formação Técnica:
22 Colas

As colas são componente químicos que proporcionam aderência de peças, podendo exercer pega/secagem
rápida, média ou lenta, isto devido as propriedade da tipologia de cada cola. Na marcenaria é essencial a utili-
zação de colas para o trabalho do dia-a-dia, seja para revestimentos, colagem de estruturas, correções de aca-
bamentos e montagem de gabaritos. Contudo de acordo com cada trabalho que será executado é altamente
importante que o profissional fique atento as tipologias de cola criadas para colagem de elementos, vejamos:

 Cola de Contato: esta cola é essencialmente  Cola Branca PVA: versátil, está cola é mais uti-
utilizada para a colagem de revestimentos gerais da lizada na marcenaria, sendo uma das mais antigas
madeira, como Laminados Melamínicos, Laminado criadas. Solúvel em água, a cola pva proporciona alto
de Madeira, Laminado Pet, Fita de Bordo, pvc, os, desempenho de estruturas de madeiras maciças e
acrílico e chapas finas de madeira. Por ser uma cola artefatos gerais, onde através de encaixes bem exe-
de pega média, ou seja, permite que em poucos cutados, pode-se se eleminado pregos e parafusos
minutos ambas as peças sejam conectadas, permi- e somente trabalhar com a resistência da mesma.
te uma produção mais acelerada, porém esta colas Porém sua secagem é lenta, com média 12h a 24h 119
não deve ser utilizada para colagem de estruturas, de cura, isto de acordo com complexidade do arte-
isto porque não foi desenvolvida para exercer mo- fato. Recomenda-se umedecer o local da união dos
vimentação e dilatação, causando a descolagem e elementos para melhor aderência e resistência geral
rompimentos dos elementos unidos. do artefato após a cura e dependendo é necessário
 Cola de Contato Instantaneo: esta cola foi

AULA - 22
utilizar prensas artesanais, grampos e sargentos.
desenvolvida para colagem de pequenas estruturas  Cola PU: está cola permite altíssimo desempe-
que não exerçam movimentação, ou seja, engrosso nho de colagem de estruturas que exijam grandes
de tampos, prateleiras, correções de cantos quebra- esforços, como portas e portões de madeiras, jane-
dos e colagem por sobreposição. Possibilitando rá- las, assoalhos, decks, batentes, pisos laminados, etc.
pida secagem, com aderência instantânea, trabalho Sua consistência assemelha-se a uma pasta, sen-
com mdf, com montagem de moveis modulados e do necessário a utilização de prensas para que os ele-
montagem de gavetas torna-se imensamente útil, mentos se ajustem e promovam uma aderência mais
por permitir manejo do artefato ao mesmo tempo. eficiente para uma essencial resistência estrutural.

ATIVIDADE

 Responda: De acordo com atividade prática exercida, descreva em qual momento foi necessário a utilização
de algumas das colas apresentadas.
__________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

(17) Fonte: Verbete “Economia Solidária”, publicado na Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia
solid%C3%A1ria#A_Economia_Solid.C3.A1ria_no_Brasil.

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Instituto de Tecnologia Social – ITS Brasil

AULA

23
Formação Empreendedora:
Uma outra economia é p�sível

Vamos exercitar o raciocínio e a visão crítica sobre os processos de construção de economia solidária no
Brasil, o papel das entidades de assessoria e fomento e sua importância para o segmento.

ATIVIDADE - Muitas cabeças são melhores que uma?

No encontro passado a tivemos contato com a história da economia solidária. Para a gente começar o dia hoje,
vamos pôr nossas cabeças para funcionar testando nossa memória.

1. O que você achou da atividade?

______________________________________________________________________________________________________________________

120
2. Será que existem atividades e tarefas em que “muitas cabeças” não são necessárias? Quais?

______________________________________________________________________________________________________________________

ATIVIDADE
AULA - 23

 Muitas cabeças são melhores que uma?


No encontro passado a tivemos contato com a história da economia solidária. Para a gente começar o dia hoje,
vamos pôr nossas cabeças para funcionar testando nossa memória.

1. O que você achou da atividade?

______________________________________________________________________________________________________________________

2. Será que existem atividades e tarefas em que “muitas cabeças” não são necessárias? Quais?

______________________________________________________________________________________________________________________

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!


Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
(Mário Quintana)

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AULA
Formação Técnica:
23 Orçamento

Desde tempos remotos o homem executa ta- mente no custo da matéria-prima. Isso é uma
refas para seu beneficio e sobrevivência, transfor- roubada e você entenderá o porquê.
mando assim matéria-prima em algo útil, como  Nunca faça suas compras sem ter toda a lista
utensílios, armas, ferramentas e objetos diversos, anotada no papel. Isso evita perda de tempo e
como móveis e roupas. Com o tempo aprimorou- garante o acerto no preço final.
-se o estudo dessas áreas, transformando esses ho-  Só a experiência vai poder dizer quantas ho-
mens em verdadeiros mestres em diferentes profis- ras de trabalho serão gastas para realizar cada
sões, como carpinteiro, pedreiros, ferreiro, alfaiate, serviço e isso ninguém melhor do que você
arquiteto, marceneiro, agricultor etc. A partir do para saber.
pequeno aglomerado civil, há a formação das pe-
quenas cidades, possibilitando a esses habilidosos Vamos aos cálculos! Para fazer um orçamento,
homens meios de se promoverem pela prestação você vai precisar saber quanto seu produto custa
de serviços, já que a população crescia a cada ano realmente. Para isso é preciso entender as bases do
e poucos profissionais havia no local. Assim temos real valor do produto/serviço:
o marceneiro, como tantos outros que passaram a
trabalhar na cidade, abrindo suas oficinas a fim de  O custo da matéria-prima (madeira, cola, lami-
oferecer os melhores produtos e serviços de essen- nados, pregos e cia, etc.).
cial importância, para o crescimento e o desenvol-  O custo/hora de sua marcenaria.
vimento da cidade.  O número de horas gastas para produzir ou
Até o surgimento da moeda, o que se tinha restaurar.
como forma de pagamento era a troca, seja de  O custo da mão de obra.
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“bens” por “bens” ou de “bem” por “bens”. Todavia,  O custo de comercialização do produto.
quando a cidade passa a ser algo maior do que  O lucro que você deseja ter.
uma simples quantidade de casas ladeadas por
uma via principal e passa a ultrapassar os limites Etapa 1: calcular a matéria-prima
do terreno, a competitividade aparece e novos

AULA - 23
profissionais chegam para acirrar a disputa de me- A matéria-prima será todo o material direto
lhores preços. As moedas – de ouro, prata e bronze que estará envolvido na produção do objeto ou na
– passam a ser o principal modo de pagamento, o prestação do serviço. Aqui, juntamente com papel
que faz com que todos os que vendem seus pro- e caneta, você anotará tudo que será gasto na con-
dutos e serviços planejem o quanto estes mesmos fecção ou prestação de serviço analisando o proje-
valerão dentro do padrão econômico vigente. As- to requisitado. Após isso basta pesquisar o melhor
sim, surge o orçamento. preço ou simplesmente fazer a cotação com seu
O orçamento tem o papel de programar os cus- fornecedor.
tos de produção: matéria-prima, mão de obra, cus-
tos gerais de produção e lucro, de forma que, tanto Etapa 2: custo/hora da marcenaria
o profissional que oferece o produto/serviço quanto
o cliente que o recebe possam ser beneficiados por Este custo é o valor que você tem de gastar
um preço justo, sem perdas para ambas as partes. para manter seu negócio funcionando, ou seja, o
Por mais simples que seja elaborá-lo, muitos pro- custo de manutenção e funcionamento da mar-
fissionais de diferentes ramos acabam tendo enor- cenaria. Este cálculo é efetuado apenas uma vez
me dificuldade para calcular ou organizar os custos e será recalculado caso haja alteração de um ou
que envolvem a produção ou prestação de serviço, mais custos fixos.
o que faz com que percam dinheiro ou até declarem Para calcular o custo/hora de sua marcenaria
falência, mesmo fazendo um serviço de ótima quali- você vai precisar saber quais são os seus custos
dade. Por isso, vale destacar algumas dicas: fixos e qual o total de horas de trabalho disponí-
veis na mesma, ou seja, quantas horas sua oficina
 Nunca dê um orçamento baseado simples- dispõe para produção ou restauro de móveis. Os

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custos fixos são aqueles que você tem que desem- Etapa 4: custo de comercialização
bolsar todo o mês, como aluguel, luz, água, tele-
fone, material de limpeza, manutenção, todos os Esse custo está ligado diretamente às taxas de
salários (incluindo o seu pró-labore – salário do comercialização empregadas em microempresas e
proprietário) e os encargos sociais (FGTS, INSS, fé- microempreendedores individuais, que têm CNPJ,
rias, 13º salário, abono). Para saber o total de horas sendo necessário a emissão da nota fiscal (sendo
de trabalho disponíveis na sua empresa, calcule o um tributo comumente lançado em valor percen-
número de funcionários que trabalham incluindo tual). São impostos como ICMS, PIS, COFINS, Con-
você. Assim, teremos a seguinte média: tribuição Social, etc., mais as comissões que você
pagará ao arquiteto e/ou decorador e o valor gasto
Cada um trabalha 8 horas por dia, 5 dias por com transporte.
semana e 4,5 semanas em média por mês
Etapa 5: lucro
Desta maneira, temos o seguinte cálculo:
(N° de funcionários) x 8 x 5 x 4,5 = X O lucro é algo a ser pensado individualmente
pois somente o profissional sabe o quanto quer lu-
X = horas trabalhadas mensalmente por sua empresa crar com o serviço prestado. Contudo não exagere,
nem deixe por pouco. Uma base muito usada e re-
Etapa 3: custo de produção para o produto/serviço comendada pela consultoria Sebrae é de 20% a 40%
sobre o valor calculado até o momento. Lembre-se
Obtendo os primeiros dados, basta somar o cus- que esse lucro é líquido, já que todos os custos fo-
to total da matéria-prima e o custo de mão de obra ram incluídos nas contas.
sobre o produto/serviço, para assim obter o valor
necessário para realizar o trabalho. Assim, temos o Etapa 6: cálculo final
seguinte cálculo:
Enfim o momento mais aguardado, pois aqui
(N° horas trabalhadas) x (R$ custo/hora) + encontramos o valor correto para o nosso produto/
(R$ custo da matéria prima) = Y serviço. Para facilitar, existe uma fórmula fácil de ser
122 Y = custo de produção para o produto/serviço usada para calcular sem muita dificuldade o preço
final para o seu orçamento:

PREÇO= CUSTO DA RESTAURAÇÃO/PRODUTO x 100%


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100% - (custo de comercialização + lucro)

ATIVIDADE

Vamos ao Orçamento! Para exemplificar usaremos o móvel que fabricamos durante o curso de marcenaria.
Seguiremos as etapas na sequência vista acima para assim chegarmos a meta final que é obter o preço defini-
tivo do móvel, com todos os custos, inclusive com o lucro. Ótimo trabalho e vamos aos cálculos.

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CURSO D ÃO

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