Você está na página 1de 112

Unidade Operacional - Senai “Alvimar Carneiro de Rezende”

SERRALHERIA
Módulo
Tecnologia em
Processos de Execução

SENAI-CFP “Alvimar Carneiro de Rezende”


Via Sócrates Marianni Bittencourt, 711 – CINCO
CONTAGEM – MG – Cep. 32010-010
Tel. 31-3352-2384 – E-mail: cfp-acr@fiemg.com.br
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Equipe Técnica do SENAI-CFP/ACR

Unidade Operacional

Centro de Formação profissional “Alvimar Carneiro de Rezende”


Sumário

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 4

1. CURVAMENTO E DOBRA ............................................................................................. 5

2. FORJAMENTO ............................................................................................................. 14

3. TENAZES ..................................................................................................................... 18

4. BROCAS ....................................................................................................................... 20

5. ROSCAS ....................................................................................................................... 25

6. COSSINETES ............................................................................................................... 41

7. PARAFUSOS ................................................................................................................ 43

8. RIBITE........................................................................................................................... 53

9. FURADEIRA E ACESSÓRIOS .................................................................................... 60

10. ACESSÓRIOS PARA FIXAÇÃO DE PEÇAS ............................................................ 73

11. CORTE INTERNO ...................................................................................................... 75

12. PRENSAS ................................................................................................................... 80

13. CHUMBADORES ....................................................................................................... 94

14. FECHADURAS ......................................................................................................... 100

15. NÍVEL ........................................................................................................................ 105

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 112


Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento”.
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e
consciência da necessidade de educação continuada”.

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet – é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!

Gerência de Educação e Tecnologia

4
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

1. Curvamento e Dobra
Dobrar chapa fina (espessura até 3 mm aproximadamente) é modificar sua forma,
normalmente plana, transformando-a em perfis angulares, circulares ou mistos.

Consegue-se através da utilização da morsa, de martelos ou macetes auxiliados


com mandris ou calços para dar as formas desejadas (fig. 1).

Fig. 1

As peças executadas por este processo são utilizadas na união de outras peças e
em montagens.

Processo de Execução

1º Passo – Prenda a peça na morsa, observando o traçado (fig. 2)


Observações

1. Devem ser usados mordentes de proteção quando necessários.


2. Use acessório, se necessário (fig. 3, 4 e 5)

5
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

1. Para peças maiores que a morsa, usam-se cantoneiras ou calços (figuras 6


e 7)

2º Passo – Dobre e curve

Observações
Podem ser utilizados diversos procedimentos (fig. 8, 9, 10, 11 e 12).

Diretamente com martelo, quando o Com martelo e uma proteção,


acabamento não tem muita para evitar sinais de pancada na
importância. peça.

Com macete nos casos de Com estampos apropriados,


chapa muito fina ou material nos casos de várias peças.
não ferroso.

Com talhadeiras sem corte, em casos especiais.

6
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Precaução verifique se o martelo e o macete estão bem encabados, e se a peça,


os acessórios e calços estão bem presos.

Observação

Não dobre sobre canto vivo, pois poderá ocorrer o início de rutura da peça.

Curvar Barras (À Mão)

É a operação pela qual se dá a barra uma forma cilíndrica ou oval, total ou parcial,
exercendo-se esforços de flexão com auxílio de martelos, grifos ou dispositivos,
com intensidade tal que se provoque uma deformação permanente do material,
ajustando-o ao desejado raio de curvatura (fig. 1, 2, 3, 4 e 5). Essa operação é
muito utilizada nas tarefas de serralheria tais como: portão, grades, portas,
postigo e etc.

Processo de Execução

1º Passo – Prepare o material


a) Calcule o desenvolvimento plano da barra a curvar (fig. 6)

Observações
7
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Um pedaço de barra para se curvar sob determinado raio deve ser previamente
cortado de acordo com o traçado, de tal forma que, após o curvamento, a peça
adquira exatamente as dimensões desejadas.

Precauções
a) Para calcular o desenvolvimento plano de uma barra a curvar, é preciso
sempre fazer referências ao plano que não deve sofrer dilatações ou
encolhimentos, em conseqüências da operação de curvamento. Da exatidão
desse cálculo e de uma precisa traçagem depende o êxito do curvamento.
b) Certifique-se dos valores do pedaço de barra desenvolvido após a traçagem e
o corte.
c) Verifique se a superfície da barra está isenta de rachaduras, riscos, dobras,
etc, pois, tais defeitos, principalmente, se estiverem na superfície externa do
cilindro, podem provocar graves danos ao material e a peça.
d) Faça um traçado auxiliar sobre uma chapa, do De e Di, para servir de
elemento de controle.

2º Passo - Curve os extremos

a) Com auxílio do martelo de pena longitudinal com a barra apoiada sobre um


dispositivo côncavo ou um bloco com uma canaleta em forma de “U” curve os
extremos (fig. 7, 8 e 9)

Observações:
a) Os golpes de martelo devem ser vibrados seguindo a geratriz da superfície
cilíndrica que se quer obter.
b) Verifique o raio das extremidades com auxílio de um traçado prévio ou
chablona.

3º Passo - Complete o anel


a) Com a peça fixa na morsa e o auxílio de uma ferramenta manual, vá curvando
sucessivamente até completar o anel (fig. 10 e 11).
b) Para determinados diâmetros e espessuras do material (grandes) procede-se
como a fig. 12.

8
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Observações
a) Os esforços devem ser gradativos para que o anel não apresente sinais de
dobras.
b) Verifique a concentricidade do anel com auxílio do traçado ou chablona (fig. 13
e 14)

Precaução
a) Ao realizar o esforço tome cuidado para não escapar a ferramenta manual e
ferir-se.

Dobra (Característica, Fundamentos, Cálculos, Observações e Tabelas)


Pode-se dizer que a peça compõe-se de três partes,
1ª parte reta de 30 mm,
2ª parte reta de 50 mm,

9
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

3ª parte curva (arco) que possui um raio interno de 10 mm e é essa parte que se
tem que calcular.

Solução: A linha neutra está situada no centro, o que quer dizer que se tem um
raio médio de 14 mm (levando em consideração a espessura do material).
(Ver fig. 4)
r = 14 mm; d = 28 mm
Arco = d .  = 28 . 3,14 = 87,965 = 88 mm
¼ do Arco = 88/4 = 22 mm

O comprimento C é igual; 1ª + 2ª + 3ª partes, 30 mm + 50 mm + 22 mm = 102 mm


Portanto, C = 102 mm.

Observações
a) O martelo utilizado para se dobrar deve ser escolhido pela forma, tamanho e
material em função da qualidade, do trabalho e da dureza do material a
dobrar.
b) Os materiais duros, quando dobrados, com arestas vivas na face inferior,
podem sofrer ruptura (fig. 5). Para deduzir o perigo das rupturas, deve-se
observar para cada material um raio de dobra que corresponda à espessura.

c) Para aços 1006 a 1020, cobre, latão e alumínio, o raio de dobra é


aproximadamente igual a uma ou duas vezes a espessura.

Dobras em Cantoneiras

Para se dobrar uma cantoneira com aresta viva ou com pequeno raio, deve-se
efetuar um corte de meia-esquadria em uma das abas.

10
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

A distância “a” (folga) da meia-esquadria (fig. 6) está em função da espessura da


aba e do ângulo de dobra, conforme a tabela abaixo:

Ângulo Semi- Ângulo de Distância de “a” (folga) para


da ângulo que corte da meia- ESPESSURAS DAS ABAS EM mm
dobra se traça esquadria na
aba 3 4 5 6 8 10

20º 10º 160º 4,2 5,5 6,9 8,4 11,2 14

30º 15º 150º 3,9 5,2 6,5 7,8 10,5 13,1

45º 22,5º 135º 3,5 4,7 5,8 7,1 9,5 11,8

60º 30º 120º 3,1 4,2 5,2 6,3 8,4 10,5

75º 37,5º 105º 2,7 3,7 4,5 5,5 7,4 9,2

90º 45º 90º 2,4 3,1 3,9 4,7 6,3 7,8

105º 52,5º 75º 2 2,5 3,2 3,9 5,3 6,3

120º 60º 60º 1,6 2,1 2,6 3,2 4,2 5,2

135º 67,5º 45º 1,2 1,6 1,9 2,4 3,2 3,9

150º 75º 30º 0,8 1,1 1,3 1,6 2,1 2,6

160º 80º 20º 0,6 0,8 0,9 1,1 1,4 1,8


À distância da folga “a” é maior quando a espessura da aba também é maior.

À distância da folga “a” é menor quando o ângulo de dobra é maior.

Calcula-se à distância de “a” pela equação:

11
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

a= a. Y 
360

Onde: s = espessura da aba (fig. 7),


Y = ângulo de corte da meia-esquadria (fig. 8),
 = 3,14

60º = ângulo de dobra,


s = espessura da aba,

Y = ângulo de corte da meia-esquadria,

Exemplo: Dobrar uma cantoneira de 30 mm x 30 mm x 4 mm, em um ângulo


de 60º. Calcular a distância de “a” (ângulo de dobra 60º, ângulo de
corte da meia-esquadria 120º)

Solução:

a= a . Y  = 4 . 120 . 3,14 = 12,56 = 4,2 mm


360 360 360

Se a meia-esquadria está bem calculada e feita como indica a tabela, o vértice


estará situado na linha neutra. O triângulo que se forma como o vértice do ângulo
e está situado na aba plana, não se corta, a fim de não enfraquecer a secção.

As figuras 9 e 10 mostram o traçado e o corte de ângulo agudo e obtuso.

12
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

13
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

2. Forjamento
Esquema Geral das Operações de Forjar

Nesta folha, serão dados apenas os esquemas, denominações e indicações


resumidas que permitam distinguir bem os diversos tipos da operação de forjar.

Repuxar ou Puxar

Operação por meio da qual se alonga uma peça, a quente, à custa da redução da
sua seção.

Deve-se sempre puxar o material conservando uma seção quadrada ou


retangular.

Pode-se puxar ao comprido (fig. 1) ou transversalmente (fig. 2).

Encalcar

Operação por meio da qual se aumenta a seção de uma peç, ou de parte dela, a
quente, com diminuição do comprimento (fig. 3 e 4)

14
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Estampar

Operação destinada a forjar a peça, ou parte da mesma, moldando-a numa seção


determinada (circular, quadrada, hexagonal, etc) (fig. 5).

Caldear

Operação que consiste em soldar duas peças aquecidas, devidamente, por meio
da martelagem das partes em contato (fig. 6)

Curvar

Operação por meio da qual se consegue arquear uma peça, a quente, sem
produzir ângulos vivos. Pode ser executada na morsa (fig. 7) ou na bigorna (fig. 8
e 9).

15
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Furar a Quente

Consiste em abrir, na peça aquecida, um furo, por meio de um punção batido a


martelo (fig. 10 e 11).

Cortar a Quente

Consiste em dividir em partes uma peça aquecida (fig. 12 e 13).

Torcer a Quente

Consiste em torcer, na morsa, o material aquecido. É, quase sempre, operação


feita em peças de seção quadrada ou retangular (fig. 14). Dependendo da
dimensão da peça, esta pode, também, ser presa em posição horizontal.

Dobrar em Ângulo Vivo


16
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Antes de ser dobrada, no chifre da bigorna (fig. 16), a peça é encalcada e


preparada como mostra a fig. 15.

3. Tenazes
17
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Durante as operações de forja, sempre a quente, necessita o ferreiro de uma


ferramenta que lhe permita segurar a peça com firmeza, seja para colocá-la ou
retirá-la do fogo, seja para mantê-las nas posições convenientes à execução do
trabalho.

A ferramenta de pega utilizada chama-se TENAZ.

Tenaz

É uma ferramenta fabricada em aço de baixo teor de carbono, cujas garras


podem Ter variadas formas, de acordo com os perfis das peças a serem
seguradas e os tipos de trabalhos a serem executados nas mesmas.

Apresenta-se, em geral, no comprimento de 500 mm. Há, entretanto, tenazes


menores e maiores, segundo as dimensões e os trabalhos a serem executados
nas peças.

Dada a simplicidade da ferramenta, é muito comum a sua confecção pelo próprio


ferreiro, conforme a exigência da tarefa que executa.

Tipos de Tenazes

Os mais comuns são vistos nas figuras 1 a 6. Na primeira, se encontra a


nomenclatura das partes da ferramenta.

Tenaz chata, tenaz direita ou tenaz reta (fig. 1).

Tenaz torta ou tenaz em ângulo (fig. 2).

Tenaz de canal (fig. 3).


18
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Tenaz de garganta (fig. 4).

Tenaz de caixa (fig. 5).

Tenaz de caixa (outro tipo) (fig. 5).

Tenaz Universal e Tenaz Boca de Lobo

Devido à forma especial de suas garras (de secção meia-cana na fig. 7 e de


seção angular na fig. 8), esta tenaz substitui quase todas as tenazes comuns.
Fig. 8

4. Brocas
19
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Nomenclatura, Características e Tipos

São ferramentas de corte, de forma cilíndrica, com canais retos ou helicoidais,


temperadas, que terminam em ponta cônica e são afiadas com um ângulo
determinado.

Os tipos mais usados são as brocas helicoidais (fig. 1 e 2).

Características

Caracterizam-se pela medida do diâmetro, forma da haste e material de


fabricação.

Material das Brocas

São fabricadas, em geral, de aço carbono. As brocas de aço rápido são utilizadas
para trabalhos que exigem altas velocidades de corte. Estas brocas oferecem
maior resistência ao desgaste e ao calor, sendo, portanto, mais econômicas que
as de aço carbono, cujo emprego tende a diminuir na indústria.

Tipos e Nomenclatura

As figuras 1 e 2 apresentam dois tipos dos mais usados. Somente se diferenciam


pela construção da haste.

As brocas de haste cilíndrica utilizam-se presas em um mandril.

As brocas de haste cônica são montadas diretamente no eixo das máquinas,


prendendo-se com maior firmeza para suportar grandes esforços durante o corte.

20
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O ângulo da ponta da broca varia de acordo com o material a furar.

A tabela seguinte indica os ângulos recomendáveis para os materiais mais


comuns.

ÂNGULO MATERIAL

118O Aço 0,05 a 0,40% C (fig.3)

150O Aço 0,40 a 0,60% C

100O Cobre e alumínio

90O Ferro fundido e ligas leves

60O Plástico, fibras e madeiras

As arestas de corte devem ter o mesmo comprimento (fig. 4).

O ângulo de folga ou incidência deve ter 9o a 15o (fig. 5).

Nestas condições, dá-se melhor penetração da broca no material.

Outros Tipos de Brocas Fig. 5

Broca de centrar

21
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Esta broca permite fazer os furos de centro nas peças que vão ser torneadas,
fresadas ou retificadas nas entrepontas (fig.6 e 7).

São usadas para produção contínua em alta velocidade, o que exige abundante
lubrificação, principalmente em furos profundos (fig.8 e 9).

O fluido de corte é injetado sob alta pressão. No caso do ferro fundido e dos
metais não ferrosos, aproveitam-se os canais para injetar ar comprimido, que
expele os cavacos e impurezas.

Brocas de canais retos e brocas “canhão”

A broca da figura 10 apresenta dois canais retilíneos e é usada especialmente


para furar bronze e latão.

A da figura 11, broca “canhão”, tem um corpo semicilíndrico com uma só aresta
de corte. É própria para furos profundos e de pequenos diâmetros, pois, além de
ser mais robusta do que a broca helicoidal, utiliza o próprio furo como guia.

22
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Brocas múltiplas ou escalonadas

São empregadas em trabalhos de grande produção industrial seriada (fig.12 e 13)

Servem para executar, na mesma operação, os furos e rebaixos respectivos.

Condições de Uso

As brocas, para serem utilizadas com rendimento, devem estar bem afiadas, ter a
haste em boas condições e bem fixas.

Conservação

É necessário evitar quedas, choques, limpa-las após o uso e guarda-las em lugar


apropriado, para proteger seus gumes.

Escarear Furos

Escarear furos é uma operação que consiste em tornar cônica a extremidade de


um furo.

O escareado permite alojar a cabeça cônica de elementos de união como


parafusos e rebites.

Processo de execução

23
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

1. Prenda a peça na morsa.


2. Prenda o escareador na furadeira.

Observações
O escareador deve ter o mesmo ângulo que a cabeça do parafuso ou do rebite:
60º ou 90º.

Se a haste do escareador for cônica, prenda-a na árvore da furadeira; se for haste


cilíndrica, prenda-a no mandril.

1. Regule a rotação da furadeira de acordo com o material que será trabalhado.


2. Centre o escareador no furo; ligue a máquina e escareie.

Observações:
Determine a profundidade do escareado avançando o escareador um pouco por
vez, até que, colocando um rebite ou parafuso no furo, a cabeça do elemento de
união fique paralela à superfície da peça.

Regule a profundidade do escareado na furadeira quando tiver que escarear


vários furos a uma mesma profundidade.
Use fluido de corte adequado ao material a ser escareado.

5. Roscas
24
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Rosca é um conjunto de saliências ou filetes que se desenvolvem em torno de


uma superfície cilíndrica.

As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se


geralmente no interior de porcas. As roscas externas formam o corpo de
parafusos.

As roscas permitem a união e desmontagem de peças e também o movimento de


avanço do parafuso móvel que movimenta a mandíbula móvel da morsa.

25
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Passo (p) é à distância entre dois filetes consecutivos.

Os verificadores de roscas fornecem a medida do passo em milímetro ou em


filetes por polegadas e o ângulo dos filetes.

26
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

As escalas e paquímetros também fornecem a medida do passo em milímetro ou


em polegada.

Entre os vários tipos de roscas, as mais usadas em Serralharia e Caldeiraria são


as de perfil triangular.

Essas roscas são fabricadas segundo três sistemas normalizados: o sistema


métrico ou internacional (ISO), o sistema inglês ou whitworth e o sistema
americano.

No sistema métrico, as medidas das roscas são determinadas em milímetros. Os


filetes têm forma triangular, ângulo de 60º, crista achatada e raiz arredondada.

27
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

No sistema whitworth, as medidas são dadas em polegadas. Nesse sistema, o


filete tem a forma triangular, ângulo de 55º, crista e raiz arredondadas.

O passo é determinado dividindo-se uma polegada pelo número de filetes


contidos em uma polegada.

No sistema americano, as medidas são expressas em polegadas. O filete tem a


forma triangular, ângulo de 60º, crista achatada e raiz arredondada.

Nesse sistema, como no whitworth, o passo é determinado dividindo-se uma


polegada pelo número de filetes contidos em uma polegada.
28
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Nos três sistemas, as roscas são fabricadas em dois padrões: normal e fina.

A rosca normal tem menor número de filetes que a rosca fina.

No sistema whitworth, a rosca normal é caracterizada pela sigla BSW (british


standard whitwort – padrão britânico para roscas normais). Nesse mesmo
sistema, a rosca fina é caracterizada pela sigla BSF (british standard fine – padrão
britânico para roscas finas).
No sistema americano, a rosca normal é caracterizada pela sigla NC (national
coarse) e a rosca fina pela sigla NF (national fine).

Macho

Macho é uma ferramenta de corte fabricada em aço-rápido ou aço-cromo,


destinada a abrir roscas em furos.

Os furos podem ser passantes e não-passantes. Os furos passantes atravessam


a peça de lado a lado. Os furos não-passantes não atravessam a peça e têm
certa profundidade.
29
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Furo passante Furo não-passante

As partes que compõem o macho são:

• Corpo roscado – parte que abre a rosca pela remoção do material.

• Ranhura – parte côncava destinada a alojar os cavacos desprendidos pelo


corte. Há machos com 2, 3, 4, 5 e 6 ranhuras.

• Filete de rosca – saliência que faz a rosca.

• Haste cilíndrica – parte utilizada para fixar o macho na máquina-ferramenta.

• Espiga ou cabeça – parte que serve para encaixar o macho na ferramenta


manual, isto é, no desandador.

Veja um macho acoplado a um mandril especial e um macho acoplado a um


desandador.

30
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Os machos se caracterizam por:

• Sistema de rosca – é o modo de classificar a rosca, segundo a forma ou


perfil do filete.

• Aplicação – refere-se à finalidade da rosca, isto é, rosca para porcas, tubos


ou furos em geral.

• Número de filetes por milímetro ou por polegada – indica se a rosca é normal


ou fina.

• Diâmetro externo – também chamado diâmetro externo do corpo roscado.

• Sentido da rosca – indica se a rosca é a esquerda ou à direita.

• Comprimento e diâmetro da haste cilíndrica – indicam se o macho serve ou


não para roscar furos mais profundos que o comprimento do corpo roscado.

Veja um exemplo de macho com suas respectivas características. Observe que


por meio da interpretação dos dados gravados na haste cilíndrica é possível saber
de que macho se trata.

31
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Salientemos, agora, que um macho de haste cilíndrica com diâmetro menor que o
diâmetro do corpo roscado permite fazer roscas mais profundas que o
comprimento do corpo roscado.

A ação cortante do macho é exercida por um movimento de vaivém executado por


meio do desandador, no caso de roscagem manual.

O primeiro movimento arranca os cavacos; o segundo, em sentido contrário,


quebra os cavacos que se alojam nas ranhuras.

Para abrir rosca em um furo é necessário usar normalmente um jogo de três


machos, nunca um só macho.

O primeiro macho recebe o nome de desbastador e tem a função de cortar boa


parte do material; o segundo, chamado intermediário, termina o corte até a
profundidade do filete e o terceiro, chamado acabador, dá acabamento na rosca.

A identificação da seqüência de uso dos machos é feita da seguinte maneira: o


primeiro, desbastador, apresenta uma ponta cônica, com a função de introduzir o
macho no furo e iniciar o corte: o segundo, o intermediário, tem ponta com
conicidade menor para permitir o corte; finalmente, o terceiro, acabador, é
totalmente cilíndrico a fim de dar acabamento.

32
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Veja a seguir um jogo de machos.

Alguns jogos de machos são identificados por um anel que circunda a haste e que
caracteriza a ordem de utilização.

33
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Ao trabalhar com o macho desbastador, é muito importante colocá-lo


rigorosamente perpendicular à superfície onde está o furo. Se o macho
desbastador for mal colocado, a rosca ficará fora do esquadro.

Para roscar com machos, é muito importante selecionar a broca com que se vai
fazer a furação bem como o jogo de machos e o tipo de fluido de corte que se
usará durante a roscagem.

A escolha da broca e do jogo de machos é feita de acordo com o diâmetro da


rosca, o sistema de rosca e o número de filetes da rosca.

Para facilitar a seleção, existem tabelas dos sistemas métrico, inglês e americano,
que trazem esses dados. Veja a seguir uma tabela do sistema americano.

34
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Tabela 5: Sistema americano


Machos Machos
Diâmetro Número de Brocas Diâmetro Número de Brocas
nominal filetes nominal filetes
em pol. NC* NF** Pol. mm em pol. NC NF Pol. mm
1/16 64 - 3/64 1,2 12 - 31/64 12
3/32 48 - 5/64 9/16
1,85 - 18 33/64 13
1/8 40 - 3/32 2,6
32 - 1/8 3,2 11 - 17/32 13,5
5/32 5/8
- 36 1/8 3,25 - 18 37/64 14,5
24 - 9/64 10 - 21/32 16,5
3/16 3,75 3/4
- 32 5/32 - 16 23/32 18,3
4
24 - 11/64 9 - 49/64 19,5
7/32 4,5 7/8
- 32 3/16 - 14 13/16 20,5
4,8
20 - 13/64 8 - 7/8 22,5
1/4 5,1 1
- 28 13/64 - 14 15/16 23,5
5,3
18 - 1/4 7 - 1 3/64 26,5
5/16 6,5 1 1/8
- 24 17/64 - 12 1 3/64 26,5
6,9
16 - 5/16 7 - 1 7/64 28
3/8 7,9 1 1/4
- 24 21/64 - 12 1 11/64 29,5
8,5
14 - 3/8 6 - 1 13/64 31
7/16 9,3 1 3/8
- 20 25/64 - 12 1 19/64 33
10
13 - 27/64 6 - 1 11/32 34
1/2 10,5 1 1/2
- 20 27/64 10,5 - 12 1 27/64 36

* NC = rosca normal
**NF = rosca fina

Veja agora como consultar a tabela:

• tarefa: fazer uma rosca fina de 1/4” .


• procedimento: localize na tabela o diâmetro nominal de 1/4” e o número de
filetes na coluna NF; o resultado será 28. Na coluna de brocas, você

35
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

encontrará o diâmetro da broca correspondente expresso em polegadas ou


milímetros: 13/64” ou 5,3mm.

Portanto, o furo deverá ser feito com uma broca de 13/64” ou 5,3mm de diâmetro.
A rosca fina de 1/4” será obtida com um jogo de machos também de 1,4”.

Raciocínio semelhante será utilizado com a tabela do sistema inglês ou whitwort e


com a tabela do sistema métrico.

Tabela 6: Sistema inglês

Machos Machos
Diâmetro Número de Brocas Diâmetro Números de Brocas
nominal filetes nominal filetes
em pol. BWS* BSF** Pol. mm em pol. BWS BSF Pol. mm
1/16 60 - 3/64 1,2 9/16 - 16 1/2 12,0
3/32 48 - 5/64 1,9 5/8 11 - 17/32 13,5
1/8 40 - 3/32 2,6 5/8 - 14 9/16 14,0
5/32 32 - 1/8 3,2 11/16 11 - 19/32 15,0
3/16 24 - 9/64 3,75 11/16 - 14 5/8 15,5
3/16 - 32 5/32 3,96 3/4 10 - 21/32 16,5
7/32 24 - 11/64 4,5 3/4 - 12 43/64 17,0
7/32 - 28 3/16 4,6 13/16 10 - 47/64 18,0
1/4 20 - 13/64 5,1 13/16 - 12 49/64 18,5
1/4 - 26 7/32 5,4 7/8 9 - 49/64 19,5
9/32 - 26 1/4 6,2 7/8 - 11 25/32 20,0
5/16 18 - 17/64 6,6 15/16 8 - 15/16 20,5
5/16 - 22 17/64 6,8 1 8 - 7/8 22,5
3/8 16 - 5/16 8,0 1 - 10 29/32 23,0
3/8 - 20 21/64 8,3 1 1/8 - - 63/64 23,0
7/16 14 - 3/8 9,4 1 1/8 - 9 1 1/64 26,0
7/16 - 18 25/64 9,75 1 1/4 - - 1 7/64 28,0
1/2 12 - 27/64 10,5 1 1/4 - 9 1 9/64 29,0
1/2 - 16 7/16 11,0 1 3/8 6 - 1 7/32 31,0
9/16 12 - 31/64 12,5 1 3/8 - 8 1 1/4 32,0

* BSW = Whitworth normal


**BSF = Whitworth fina

36
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Tabela 7: Sistema métrico


Machos Machos
Diâmetro Passos Broca Diâmetro Passo Brocas
nominal mm nominal mm
mm Normal Fino mm Normal Fino
1,4 0,3 - 1,1 11 1,5 - 9,5
1,4 - 0,2 1,2 11 - 0,75 10,25
1,6 0,35 - 1,25 12 1,75 - 10,25
1,6 - 0,2 1,4 12 - 1,5 10,5
1,8 0,35 - 1,45 12 - 10,75
1,25
1,8 - 0,2 1,6 14 2 - 12,0
2,0 0,4 - 1,6 14 - 1,5 12,5
2,0 - 0,25 1,75 14 - 12,75
1,25
2,2 0,45 - 1,75 14 - 1 13,0
2,2 - 0,25 1,95 15 - 1,5 13,5
2,5 0,45 - 2,05 15 - 1 14,0
2,5 - 0,35 2,15 16 2 - 14,0
3,0 0,5 - 2,5 16 - 1,5 14,5
3,0 - 0,35 2,65 16 - 1 15,0
3,5 0,6 - 2,9 17 1,5 - 15,5
3,5 - 0,35 3,15 17 - 1 16,0
4,0 0,7 - 3,3 18 2,5 - 15,5
4,0 - 0,5 3,5 18 - 2 16,0
4,5 0,75 - 3,75 18 - 1,5 16,5
4,5 - 0,5 4,0 18 - 1 17,0
5,0 0,8 - 4,2 20 2,5 - 17,5
5,0 - 0,5 4,5 20 - 2 18,0
5,5 - 0,5 5,0 20 - 1,5 18,5
6,0 1 - 5,0 20 - 1 19,0
6,0 - 0,75 5,25 22 2,5 - 19,5
7,0 1 - 6,0 22 - 2 20,0
7,0 - 0,75 6,25 22 - 1,5 20,5
8,0 1,25 - 6,75 22 - 1 21,0
8,0 - 1 7,0 24 3 - 21,0
9,0 1,25 - 7,75 24 - 2 22,0
9,0 - 1 8,0 24 - 1,5 22,5
9,0 - 0,75 8,25 24 - 1 23,0
10,0 1,5 - 8,5 25 - 2 23,0
10,0 - 1,25 8,75 25 - 1,5 23,5
10,0 1 1 9,0 25 - 1 24,0
10,0 - 0,75 9,25 26 - 1,5 24,5

37
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Ao trabalhar com machos, algumas recomendações devem ser observadas:

• Verifique cuidadosamente o diâmetro do furo. Se ele for maior que o


diâmetro correto, os filetes da rosca ficarão defeituosos. Se for menor que o
diâmetro correto, o macho entrará forçado, o fluido de corte não penetrará e o
atrito será grande, causando emperramento do macho dentro do furo ou até
sua quebra.
• Durante a roscagem, é necessário aplicar constantemente o fluido de corte
entre o macho e a peça.
• Ao trabalhar com furo não-passante, é necessário remover com freqüência
os cavacos que caem no fundo.
• Os machos devem estar bem afiados e com todos os filetes em perfeito
estado.
• Após o uso, é preciso limpar os machos com um pincel e guarda-los
separadamente em seus respectivos estojos.

Desandador

Desandador é uma porta-ferramenta utilizado para fixar machos, alargadores e


cossinetes.

O desandador funciona como uma alavanca que possibilita imprimir um


movimento de rotação à ferramenta.

38
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O desandador é formado por um corpo central que apresenta um orifício em


forma quadrada ou circular.

Aqueles que apresentam o orifício em forma quadrada são apropriados para fixar
machos e alargadores.

Veja, a seguir, um alargador fixado no desandador.

Os desandadores que apresentam orifício em forma circular prestam-se para fixar


cossinetes, isto é, ferramentas para abrir rosca externa.

Os desandadores com orifício quadrado, isto é, para machos e alargadores,


apresentam-se nos seguintes tipos:

• um braço fixo e outro móvel, com abertura regulável no corpo;


• ambos os braços fixos, com abertura fixa no corpo;
• em formato de “T”, com abertura fixa ou regulável.

39
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Os desandadores com um braço fixo e outro móvel apresentam duas castanhas,


isto é, partes destinadas a fixar os machos e alargadores. Uma das castanhas é
fixa e a outra é móvel.

No ponto de encontro das duas castanhas, forma-se uma abertura quadrada onde
são alojados e fixados, por aperto, os machos e alargadores.

O braço móvel, nesse tipo de desandador, apresenta duas funções: movimentar a


castanha móvel e regular a abertura quadrada entre as castanhas, de acordo com
o tamanho da cabeça quadrada do macho ou do alargador.

Na tabela a seguir, apresentamos o comprimento dos quatro desandadores mais


utilizados na prática e as recomendações dos machos e alargadores usados com
cada um deles. Todos esses desandadores apresentam abertura regulável.

Tabela 8: Desandadores mais usados

N.º Comprimento Recomendações

0 150mm para machos e alargadores de até 6mm de diâmetro nominal

1 215mm para machos e alargadores de 6mm até 10mm de diâmetro


nominal

2 275mm para machos e alargadores de 10mm até 15mm de diâmetro


nominal

3 400mm para machos e alargadores acima de 15mm de diâmetro


nominal

40
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

6. Cossinetes

São ferramentas de corte construídas de aço especial, com rosca temperada e


retificada; é similar a uma porca, com cortes radiais dispostos convenientemente
em torno do furo central. Os cossinetes possuem quatro ou mais furos, que
formam as suas partes cortantes, que permitem a saída do cavaco. Geralmente
possuem um corte no sentido da espessura que permite regular a profundidade
do corte.

O cossinete é utilizado para abrir roscas externas em peças cilíndricas de


determinado diâmetro, tais como: parafusos e tubos.

Características
Os cossinetes se caracterizam pelos seguintes elementos:
• sistema de rosca;
• passo ou número de fios por polegada;
• diâmetro nominal;
• sentido da rosca.

A escolha do cossinete é feita levando-se em conta esses elementos em relação


à rosca a abrir.

Outro tipo de cossinete


Cossinete bipartido, construído em aço especial acoplado em desandador,
também de formato especial, possibilitando através de uma regulagem, a
obtenção de um bom acabamento da rosca (fig. 3 e 4).

41
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Nomenclatura da Rosca

Independente de seu uso, as roscas têm os mesmos elementos (fig. 4), variando
apenas os formatos e dimensões.

Passo da Rosca
Passo (P) é a distância entre dois filetes medida paralelamente ao eixo (fig. 5).

Sistemas para determinar o passo.

a – Com verificadores de rosca (fig. 6) em mm e em


fios / 1” (fig. 7).

b – Com escalas e calibres (fig. 8 e 9).


1” = 25,4 mm, o passo em mm da fig. 10 será:
P = 1”/4 fios ou

P = 25,4 = 6,35 mm
4
Em polegada: P = 1”/8 fios ou 1/8”.

42
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

7. Parafusos

43
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Porcas

A porca é o complemento do parafuso. Sua função é oferecer, ao mesmo tempo,


a resistência e o atrito necessários ao aperto das peças que devem ser ligadas.
Possui, em essência, um corpo prismático ou redondo, com faces planas nos
topos e um furo axial roscado.

Tipos:
Porca hexagonal ou sextavada
É o tipo aplicável, na maioria dos casos, de montagem de máquinas e aparelhos
(fig. 7).

Porca quadrada
Usada especialmente em construções de madeira (fig. 38).

Porca dentada ou redonda


Usada de acordo com o espaço disponível para o manejo da chave (chave de
gancho) (fig. 39).

Porca recartilhada
Apropriada para o aperto manual em pequenos aparelhos e instrumentos (fig. 40).

Porca-borboleta
Aplicável em pequenos aparelhos e instrumentos em que é necessário manejar
freqüentemente a porca (fig. 41).

Porca redonda de fenda


Muito empregada em acessórios de instalações elétricas. Uma variante desta é a
porca de furos (fig. 42).

Porca cega ou de tampão


Usada quando se deseja encobrir a ponta do parafuso (fig. 43).

Porca castelo
Empregada onde é necessária uma segurança eficaz contra o afrouxamento (fig.
44).

44
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

45
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Arruela
É outro complemento do parafuso fig. 45, 46 e 47.

É empregada:

• para diminuir a fricção entre as superfícies de contato durante o manejo da


porca;

• para distribuir melhor a carga de compressão pela superfície de aperto;

• como elemento de segurança (arruela de pressão), com o fim de impedir o


afrouxamento da porca;

• como meio para imobilizar, durante a montagem, as peças que estão sendo
unidas.

46
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

DIÂMETRO EXTERNO NÚMERO DE FIOS POR POLEGADAS


Americana
Bitola Diâmetro Whitworth
Grossa – Fina (NF) - SAE
(NC)
Nº 0 1,524 - - 80
1/16” 1,588 60 - -
Nº 1 1,854 - 64 72
Nº 2 2,184 - 56 64
3/32” 2,381 48 - -
Nº 3 2,515 - 48 56
Nº 4 2,845 - 40 48
Nº = 1/8” 3,175 40 40 44
Nº 6 3,505 - 32 40
5/32” 3,969 32 - -
Nº 8 4,166 - 32 36
3/16” 4,763 24 - -
Nº 10 4,826 - 24 32
Nº 12 5,486 - 24 28
7/32” 5,556 24 - -
¼” 6,350 20 20 28
5/16” 7,938 18 18 24
3/8” 9,525 16 16 24
7/16” 11,113 14 14 20
½” 12,700 12 13 20
9/16” 14,288 12 12 18
5/8” 15,878 11 11 18
11/16” 17,463 11 - -
¾” 19,051 10 10 16
13/16” 20,638 10 - -
7/8” 22,226 9 9 14
15/16” 23,813 9 - -
1” 25,401 8 8 14
1 1/8” 28,576 7 7 12
1 ¼” 31,751 7 7 12
1 3/8” 34,926 6 6 12
1 ½” 38,101 6 6 12
1 5/8” 41,277 5 5 -
1 ¾” 44,452 5 5 12
1 7/8” 47,627 4 1/2 - -
2” 50,802 4½ 4½ 12

O número de fios por polegada constitui a maneira indireta de indicar o passo da


rosca. Para se ter o valor do passo, em polegadas, divide-se 1 (um) pelo número
de fios.

47
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Exemplo: Na rosca 3/8” Whitworth o passo em polegada é:

P= 1” = passo em polegadas
Número de fios

P = 1” = 0,0625”
16

Um processo, dos mais elementares para medir o passo de uma rosca, consiste
em, com auxílio de uma escala, contar o número de filetes que se encontra no
espaço de uma polegada (fig. 10).

Existe uma ferramenta especial para medir o número de fios por polegada
denominada verificador de roscas. O número de fios por polegada é lido na face
que se ajusta perfeitamente à rosca (fig. 11).

48
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Tipos de Parafusos

Os vários tipos de parafusos, particularmente, podem diferir muito entre si. As


características destas diferenças encontram-se na forma do corpo, da cabeça e
da ponta. Estas diferenças encontram-se na forma do corpo, da cabeça e da
ponta. Estas diferenças, determinadas pela finalidade ou pela função do parafuso,
permitem classificá-los nos quatro grupos seguintes:

Parafuso de passagem

Atravessa, de fora a fora, as peças a fixar, passa livremente (com folga) nos furos
e atraca as mesmas por intermédio da porca. Pode ser com cabeça ou sem
cabeça (fig. 12).

Parafuso de pressão

Fixa por meio de pressão exercida na ponta contra o objeto a ser fixado. Pode ser
com ou sem cabeça (fig. 15)

O tipo “c” faz as vezes de chaveta, e por isso, é provido de contraporca.


49
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O uso do parafuso de pressão exige, em geral, a prática de mossa, ranhura ou


chanfro na superfície da peça a ser fixada.
Parafuso prisioneiro ou estojo

Parafuso sem cabeça, com rosca em ambas as extremidades. Utilizado nos casos
em que a espiga pode ou deve ficar implantada numa das peças que, em geral,
serve de base ou pedestal (fig. 16).

Formas de Parafusos

Dentro de cada um destes grupos, encontram-se as mais variadas formas de


cabeça, de corpo e de ponta. Quase sempre são as condições de montagem ou
certos requisitos de funcionamento que determinam a escolha de uma ou de outra
forma.

Nomenclatura da Rosca

Independente de seu uso, as roscas têm os mesmos elementos (fig. 4), variando
apenas os formatos e as dimensões.

50
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Passo da Rosca

Passo (P) é a distância entre dois filetes medida paralelamente ao eixo (fig. 5).

Sistemas para determinar o passo.

a – Com verificadores de rosca (fig. 6) em mm e em fios / 1” (fig. 7).

b – Com escalas e calibres (fig. 8 e 9).


1” = 25,4 mm, o passo em mm da fig. 10 será:
P = 1”/4 fios ou
P = 25,4 = 6,35 mm
4
Em polegada: P = 1”/8 fios ou 1/8”.

51
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Parafuso Porca Parafuso e Porca


D d1 D D1 P h r a d2
1 0,652 1,022 0,676 0,25 0,174 0,015 0,011 0,038
1,2 0,852 1,222 0,876 0,25 0,174 0,015 0,011 1,038
1,4 0,984 1,426 1,010 0,30 0,208 0,019 0,013 1,205
1,7 1,214 1,732 1,240 0,35 0,243 0,022 0,016 1,473
2 1,444 2,036 1,480 0,40 0,278 0,025 0,018 1,740
2,3 1,744 2,336 1,780 0,40 0,278 0,025 0,018 2,040
2,6 1,974 2,642 2,016 0,45 0,313 0,028 0,020 2,308
3 2,306 3,044 2,350 0,50 0,347 0,031 0,022 2,675
3,5 2,666 3,554 2,720 0,60 0,417 0,038 0,027 3,110
4 3,028 4,062 3,090 0,70 0,486 0,044 0,031 3,545
4,5 3,458 4,568 3,526 0,75 0,521 0,047 0,034 4,013
5 3,888 5,072 3,960 0,80 0,556 0,051 0,036 4,480
5,5 4,250 5,580 4,330 0,90 0,625 0,057 0,040 4,915
6 4,610 6,090 4,700 1,00 0,695 0,060 0,045 5,350
7 5,610 7,090 5,700 1,00 0,695 0,060 0,045 6,350
8 6,264 8,112 6,376 1,25 0,868 0,080 0,056 7,188
9 7,264 9,112 7,376 1,25 0,868 0,080 0,056 8,188
10 7,916 10,136 8,052 1,50 1,042 0,090 0,067 9,026
11 8,916 11,136 9,052 1,50 1,042 0,090 0,067 10,026
12 9,570 12,156 9,726 1,75 1,215 0,110 0,079 10,863
14 11,222 14,180 11,402 2,00 1,389 0,130 0,090 12,701
16 13,222 16,180 13,402 2,00 1,389 0,130 0,090 14,701
18 14,528 18,224 14,752 2,50 1,736 0,160 0,112 16,386
20 16,528 20,224 16,752 2,50 1,736 0,160 0,112 18,376
22 18,528 22,224 18,752 2,50 1,736 0,160 0,112 20,376
24 19,832 24,270 20,102 3,00 2,084 0,190 0,135 22,051
27 22,832 27,270 23,102 3,00 2,084 0,190 0,135 25,051
30 25,138 30,316 25,454 3,50 2,431 0,220 0,157 27,727
33 28,138 33,316 28,454 3,50 2,431 0,240 0,157 30,727
36 30,444 36,360 30,804 4,00 2,778 0,250 0,180 33,402
39 33,444 39,360 33,804 4,00 2,778 0,250 0,180 36,402
42 35,750 42,404 36,154 4,50 3,125 0,280 0,202 39,077
45 38,750 45,404 39,154 4,50 3,125 0,280 0,202 42,077
48 41,054 48,450 41,504 5,00 3,473 0,320 0,225 44,752
52 45,054 52,450 45,504 5,00 3,473 0,320 0,225 48,752
56 48,360 56,496 48,856 5,50 3,820 0,350 0,247 52,428

52
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

8. Ribite POP
Conceito e Processos de Rebitagem

Conceito de Rebitagem

Rebitagem é um modo de unir duas ou mais superfícies metálicas, tais como


chapas e perfis, por meio de elementos de fixação chamados rebites.

O cabo da panela ilustrado abaixo é um caso de união de perfis por rebitagem.


Observe, também, a união de duas chapas com a aplicação de rebite.

Todo rebite é formado por uma cabeça e por um corpo cilíndrico.

53
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Durante a rebitagem, o corpo do rebite é introduzido nos furos passantes das


peças a serem unidas e depois martelado na extremidade oposta à cabeça. Deste
modo, a rebitagem dá origem a uma segunda cabeça no rebite.

As ilustrações a seguir mostram a seqüência de uma rebitagem mostrando a


formação da segunda cabeça no rebite.

Processos de rebitagem

A Segunda cabeça do rebite pode ser obtida segundo dois processos: manual ou
mecânico.

Processo manual

Este tipo de processo é feito a mão, com pancadas de martelo. Antes de iniciar o
processo, é preciso comprimir as duas superfícies metálicas, a serem unidas, com
o auxílio de duas ferramentas: o contra-estampo, que fica sob as chapas, e o
repuxador, que é uma peça de aço com furo interno, no qual é introduzida a ponta
saliente do rebite.

54
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Após as chapas serem prensadas, o rebite é martelado até encorporar, isto é,


dilatar e preencher totalmente o furo. Depois, com o martelo de bola, o rebite é
boleado, isto é, rebatido, até começar a se aredondar.

A ilustração, a seguir mostra o boleamento.

A seguir, o formato da segunda cabeça é delineado por meio de outra ferramenta


chamada estampo, em cuja ponta existe uma cavidade que será usada como
matriz para a cabeça redonda.

Processo mecânico

O processo mecânico é feito por meio de martelo pneumático ou por meio de


rebitadeiras pneumáticas e hidráulicas.

O martelo pneumático é ligado a um compressor de ar por meio de tubos flexíveis


e trabalha sob uma pressão entre 5Pa a 7Pa, controlada pela alavanca do cabo.

55
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Rebite “Pop” e Ferramenta de Rebitagem

Rebite “pop” é um elemento especial de união empregado para unir peças


metálicas. É fabricado geralmente de metal macio, como alumínio, “monel”e aço
de baixo teor de carbono (figs. 1 e 2).

É empregado para unir peças metálicas, com grande vantagem sobre o rebite
comum, graças suas características que permitem cravações em peças de vários
formatos e em posições nas quais o rebite comum jamais poderia ser aplicado.

O rebite “pop” se caracteriza pelos seguintes elementos:

• característica do mandril de repuxo;

• espécie de metal aplicado em sua fabricação;

• tipo de cabeça que pode ser de embutir, chata, ou redonda;

• comprimento do corpo;

• diâmetro.

Ao contrário dos rebites comuns, não há relação entre as


medidas da cabeça e a medida do diâmetro do mesmo;
todavia, existe normalização de todos os rebites “pop”
com cabeça redonda.

56
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

As letras existentes na classificação dos rebites “pop” caracterizam, os materiais


empregados na fabricação dos mesmos, assim como os tipos de cabeça do rebite
e o tipo de mandril de expansão.

Exemplo: Rebite “pop” 3,2Ø – Nº. 423 T.AS/D = Rebite ‘pop’ de alumínio,
BS
cabeça redonda, diâmetro 3,2 mm, comprimento para perfil de 1,9 a 2,5 de
espessura, com mandril de expansão com rotura no corpo.

Significado das letras que classificam os rebites ‘pop”.

• L – metal “monel”

• A – alumínio e ligas

• S – aço

• K – cabeça fresada

• BH – mandril com rotura rente à cabeça

• BS – mandril com rotura do corpo

O primeiro nº. do rebite “pop” significa o diâmetro do mesmo.

Exemplo: Rebite “pop” nº. 329 corresponde a um rebite de 2,4 de diâmetro,


assim como nos nº.s:

• iniciados em 4 significam rebite de 3,2mm de diâmetro;

• iniciados em 5 significam rebite de 4mm de diâmetro;

• iniciados em 6 significam rebite de 4,8mm de diâmetro;

• iniciados em 7 significam rebite de 5,6mm de diâmetro;

• iniciados em 8 significam rebite de 6,3mm de diâmetro;

O número formado pelo segundo e terceiro algarismos representam o


comprimento que multiplicado por 1/4 resulta este valor em milímetros.

Exemplo: Rebite “pop” nº. 429. O primeiro número (4) representa o diâmetro
de

29x1
3,2mm, e o número (29) = = 7,25 mm de comprimento.
4

57
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Conclusão

Os rebites “pop” são elementos de fixação e de ligação aplicados para substituir


parafusos, porcas, pinos, pregos e solda.

Servem para unir aço, alumínio, cobre, plástico e madeira. São cravados com
alicate especial para repuxo.

São fabricados de:

liga de alumínio, com mandril de repuxo de aço ou aço inoxidável;


aço, com mandril de repuxo de aço;
aço inoxidável, com mandril de repuxo de aço inoxidável;
cobre, com mandril de repuxo de aço ou de bronze.

Alicate de rebitar é um utensílio manual metálico, dotado de mecanismo próprio


para repuxo de rebite “pop”.

É utilizado para rebitar o rebite “pop”. É uma ferramenta simples e de fácil manejo
(fig. 14).

Caracteriza-se por estes elementos:

• corpo metálico robusto, para a adaptação do mecanismo de repuxar;

• haste com comprimento próprio para esforço manual;

• mandril dentado e ajustável ao mandril de repuxo do rebite;

• jogo de bicos com furos passantes, com diâmetros de acordo com os dos
mandris de repuxo dos rebites.

Utilização

Para a utilização do alicate de rebitar “pop”, deve-se levar em consideração que:

• o diâmetro do bico deve ser selecionado de acordo com o diâmetro da haste


do mandril do rebite;

• o alicate deve ser selecionado de acordo com o diâmetro do rebite e o tipo


de material do mesmo.
58
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O alicate de rebitar é um utensílio próprio para a rebitagem de rebites de pouca


espessura em posições favoráveis; todavia existem outros rebitadores de rebitar
“pop”, capazes de realizar a operação de rebitagem de rebites de maiores
espessuras em posições várias (figs. 15, 16 e 17).

Para uma boa conservação das ferramentas de rebitagem, é preciso limpá-las e


lubrificá-las após o uso, e guardá-las em lugar onde não fiquem sujeitas a
choques.

59
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

9. Furadeira e Acessórios
Furadeira

A furadeira é uma máquina-ferramenta que permite executar operações como


furar, roscar com machos, rebaixar e escarear furos.

Essas operações são executadas pelo movimento de rotação e avanço das


ferramentas fixadas no eixo principal da furadeira. O movimento de rotação é
dado por um sistema de engrenagens ou de polias, impulsionado, geralmente, por
um motor elétrico. O avanço é dado por um sistema de engrenagens que pode
ser manual ou automático.

Basicamente, há duas categorias de furadeiras: as portáteis, que podem ser


elétricas ou pneumáticas, e as de coluna que podem ser de bancada ou de piso.

60
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Industrialmente, as furadeiras de coluna são as mais utilizadas e são encontradas


em diversos tipos e modelos para atender às mais variadas necessidades
industriais.

As principais partes comuns a todas as furadeiras de coluna são as seguintes:


motor, cabeça motriz, coluna, árvore ou eixo principal, mesa porta-peças e base.

Motor – Fornece energia que impulsiona o sistema de engrenagens ou de polias.

Cabeça Motriz – É a parte superior da máquina onde se localiza o sistema de


engrenagens ou polias e a árvore ou eixo principal.

Coluna – É o suporte da cabeça motriz. Dispõe de guias verticais sobre as quais


deslizam a cabeça motriz e a mesa porta-peças.

61
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Árvore Ou Eixo Principal – Situado na cabeça motriz, é a parte onde a ferramenta


é fixada diretamente ou por meio de acessórios. É a arvore que transmite o
movimento do sistema de engrenagens ou polias à ferramenta e permite que esta
execute a operação desejada.

Mesa Porta-Peças – Parte móvel da máquina onde a peça é fixada.

Base – É o plano de apoio da máquina para fixação no piso ou na bancada.

O comprimento de avanço de uma broca ou de outra ferramenta fixada na


furadeira de coluna pode ser efetuado manual ou automaticamente.

As furadeiras com avanço manual são as mais comuns. Nessas furadeiras, o


avanço é controlado pelo operador por meio de um manípulo. As furadeiras com
avanço manual existem em vários modelos e executam trabalhos que não exigem
grande precisão.

Por outro lado, as furadeiras com avanço automático possibilitam furos de maior
precisão e melhor acabamento. São usadas principalmente nas indústrias de
fabricação de motores, máquinas operatrizes, aparelhos cirúrgicos, etc.

Abaixo ilustramos um modelo de furadeira de coluna com avanço manual e um


modelo de furadeira de coluna com avanço automático.

62
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Entre os principais acessórios que são utilizados nas furadeiras de coluna,


destacam-se os seguintes:

• Mandril;

• Morsa de máquina;

• Buchas cônicas de redução;

• Extrator de mandril e de buchas cônicas.

Mandril

Há dois tipos de mandris: o porta-broca e o porta-macho.

O mandril tipo porta-broca é utilizado para fixar brocas, alargadores e


escareadores enquanto o mandril tipo porta macho é utilizado apenas para fixar
machos.

O mandril porta-broca é constituído por várias partes, conforme mostram as


ilustrações a seguir.

Vista externa Vista interna

63
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Tanto o mandril tipo porta-broca quanto o tipo porta-macho são fixados na árvore
ou eixo principal da furadeira de coluna por meio de uma haste cônica ou cone.

Para fixar uma determinada ferramenta ao mandril, usa-se a chave do mandril,


ilustrada abaixo.

Introduz-se a ponta de encaixe da chave no orifício de encaixe do mandril. A


seguir, gira-se a chave para a esquerda e movimenta-se o corpo principal do
mandril; este faz girar o anel roscado que, por sua vez, abre as pinças e permite a
fixação da ferramenta. Completa-se essa fixação girando a chave para a direita
para que as pinças se fechem e prendam firmemente a ferramenta.

Para retirar a ferramenta, usa-se igualmente a chave do mandril.


64
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Morsa de Máquina

É outro acessório que permite prender a peça na mesa da máquina-ferramenta.

Um tipo de morsa de máquina é o ilustrado a seguir.

O sistema de fixação da morsa de máquina é semelhante ao da morsa de


bancada. A peça é fixada por meio de um parafuso movimentado por meio de um
manípulo ao longo da guia da mandíbula móvel da morsa.

A fixação da morsa na mesa da furadeira é feita com parafusos e porcas através


dos rasgos das orelhas que se encaixam em ranhuras, em formato dr “T”, na
mesa da máquina.

Há vários modelos de morsas de máquina, porém, basicamente o sistema de


fixação das peças ou da morsa à mesa da máquina e o mesmo.

65
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Buchas Cônicas de Redução

As buchas cônicas de redução são acessórios de aço-carbono que servem para


fixar o mandril no eixo principal da furadeira de coluna, quando o furo do eixo for
maior que a haste cônica do mandril.

A parte externa da bucha cônica de redução é chamada cone externo (macho) e a


interna, cone interno (fêmea).

As buchas cônicas de redução servem também para fixar brocas de haste cônica
diretamente no eixo principal da furadeira,

As buchas cônicas de redução são identificadas pelo sistema de medidas adotado


pelos fabricantes para os cones interno e externo.

Entre os sistemas de medidas de cone, o Morse é um dos mais utilizados em


máquinas-ferramentas. O sistema Morse é chamado simplesmente cone morse.

O sistema morse utiliza a numeração de 0 a 6 para os cones interno e externo da


bucha cônica de redução. Essa numeração é a mesma para o cone do eixo
principal das máquinas-ferramentas e formam jogos de dois números, em que o
maior número corresponde ao cone externo e o menor ao cone interno.

A ilustração abaixo mostra um exemplo de cone de redução 4-3.

66
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O valor dos números e dado em milímetros, conforme mostra a tabela a seguir:

Tabela: Sistema morse


Números Cones morse
0 9,04mm
1 12,06mm
2 17,78mm
3 23,82mm
4 31,26mm
5 44,39mm
6 63,34mm

Extrator de Mandril e de Buchas Cônicas

É um acessório utilizado para retirar o mandril e a bucha cônica fixados no eixo


principal das máquinas-ferramentas.

Pode ter a forma de uma cunha, o extrator também é conhecido por esse nome.

Para retirar o mandril e a bucha cônica do eixo principal, introduz-se o extrator na


abertura do eixo. Com ajuda de um macete, golpeia-se o extrator até que a
lingüeta terminal da bucha seja empurrada para baixo. Dessa forma são liberados
o mandril e a bucha cônica.

67
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Furar na Furadeira

É a operação pela qual conseguimos fazer furos pela ação da rotação e avanço
de uma broca, presa na furadeira (fig. 1).

Os furos são feitos quando se necessita roscar ou introduzir eixos, buchas,


parafusos ou rebites em peças de funções isoladas ou de conjunto.

68
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Processo de Execução

1º Passo – Prenda a peça.

Observações:
a) A fixação depende da forma e do tamanho da peça; pode-se fixar na morsa
da furadeira (fig. 2), com grampos ou com morsa de mão (fig. 3 e 4).

b) Para evitar perfurar a morsa ou a mesa da furadeira, ponha um pedaço de


madeira entre a peça e a base de apoio desta (fig. 4).

2º Passo – Prenda a broca no mandril (fig. 5).

Observações:
a) Antes de fixar a broca, verifique, com o paquímetro, se tem o diâmetro
adequado e se está bem afiada.
69
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

b) No caso de brocas de haste cônica, fixe-a diretamente na árvore da máquina.


c) Para furar chapas finas selecione ou prepare a broca.

3º Passo – Regule a rotação e o avanço.

4º Passo – Regule a profundidade de penetração da broca.

a) Apóie a ponta da broca sobre a peça, atuando na alavanca de avanço (fig. 6).
b) Gire a porca de regulagem até uma distância do batente igual à profundidade
de penetração, mais a altura b do cone da ponta da broca (fig. 7).

Observações:
Quando o furo a executar for passante, essa distância deve ter 2 ou 3 milímetros
a mais, para assegurar a saída da broca.

5º Passo – Fure.

Precaução
A broca e a peça devem estar bem presas.

70
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

a) Aproxime a broca da peça, acionando a alavanca de avanço.


b) Centre a broca com o ponto onde se vai furar.
c) Ligue a máquina.
d) Inicie e termine o furo.

Observações:

a) O fluido de corte deve ser adequado ao material.


b) Ao se aproximar o fim da furação, o avanço da broca deve ser lento.

Precaução

Ao Furar, Tenha Cuidado Para Não Se Ferir Com Os Cavacos.

Velocidade De Corte Na Furadeira

Velocidade de Corte (Vc)

Na furadeira é a velocidade que terá um ponto de periferia da broca, ao girar,


durante o corte. Expressa-se em metros por minuto, e seus diferentes valores são
obtidos pela variação do número de rotações da árvore da furadeira, por minuto.

No caso das brocas, a velocidade de corte depende:


• do material a furar;
• do material da broca.

Avanço de Corte da Broca

É a penetração que esta realiza no material em cada volta. Expressa-se


comumente em milímetros por volta (mm/v).

A tabela, na página seguinte, indica os valores médios de velocidade e avanço de


corte das brocas de distintos diâmetros parar os materiais usuais.

Essa tabela apresenta valores para serem utilizados somente quando se usam
brocas de aço rápido. Usando brocas de aço carbono, os valores devem ser
reduzidos à metade.

Observação

As velocidades de corte e avanço foram extraídas dos livros “Manual Del Taller
Mecânico” de Colvin-Stanley Ed. Labor. E Alrededor de Lãs Máquinas-
Herramientas de Gerling Ed. Reverte S/A

71
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Velocidade e Avanço Para Brocas de Aço Rápido

0,30% C Bronze

Ferro Fundido

Ferro Fundido
0,50% C Ferro
Aço 0,20 a

Aço 0,30 a

Aço 0,40 a

Alumínio
Fundido
0,40% C

(macio)

Cobre
(duro)

Latão
Material

Veloc. Corte
35 25 22 18 32 50 65 100
(m/min)
ø da
Avanço
broca Rotações por minuto (rpm)
(mm/V)
(mm)

1 0,06 11140 7950 7002 5730 10186 15900 20670 31800


2 0,08 5570 3975 3502 2865 5093 7950 10335 15900
3 0,10 3713 2650 2334 1910 3396 5300 6890 10600
4 0,11 2785 1988 1751 1433 2547 3975 5167 7950
5 0,13 2228 1590 1401 1146 2037 3180 4134 6360
6 0,14 1857 1325 1167 955 1698 2650 3445 5300
7 0,16 1591 1136 1000 819 1455 2271 2953 4542
8 0,18 1392 994 875 716 1273 1987 2583 3975
9 0,19 1238 883 778 637 1132 1767 2298 3534
10 0,20 1114 795 700 573 1019 1590 2067 3180
12 0,24 928 663 584 478 849 1325 1723 2650
14 0,26 796 568 500 409 728 1136 1476 2272
16 0,28 696 497 438 358 637 994 1292 1988
18 0,29 619 442 389 318 566 883 1148 1766
20 0,30 557 398 350 287 509 795 1034 1590
22 0,33 506 361 318 260 463 723 940 1446
24 0,34 464 331 292 239 424 663 861 1326
26 0,36 428 306 269 220 392 612 795 1224
28 0,38 398 284 250 205 364 568 738 1136
30 0,38 371 265 233 191 340 530 689 1060
35 0,38 318 227 200 164 291 454 591 908
40 0,38 279 199 175 143 255 398 517 796
45 0,38 248 177 156 127 226 353 459 706
50 0,38 223 159 140 115 204 318 413 636

72
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

10. Acessórios para Fixação de Peças


Acessórios para fixação de peças (chapas e grampos)

São elementos de aço ao carbono ou aço fundido. Utilizam-se na fixação de


peças sobre as mesas ou placas das máquinas.

Características das chapas de fixação

As chapas de fixação caracterizam-se por serem geralmente fabricadas de aço ao


carbono ou aço fundido, com um rasgo central para introduzir-se o parafuso que
servirá de complemento na fixação da peça. As figuras 1, 2 e 3 mostram os tipos
mais comuns dessas chapas.

As chapas servem unicamente para fixação de peças nas mesas.

Tipos e características dos grampos

Os grampos em “C” e “U” caracterizam-se por ter um parafuso de aperto manual e


servem de elemento auxiliar para prender as peças (fig. 4 e 5).

73
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Esses tipos de grampo são fabricados de aço fundido. Os grampos em “C”, além
de servirem para prender peças sobre a mesa das máquinas, servem também,
para unir peças em que se deseja fazer a mesma operação.

Existem grampos acionados por dois parafusos; estes são denominados grampos
paralelos (fig. 6). O acionamento conveniente dos dois parafusos mantém o
paralelismo das faces das duas mandíbulas produzindo um mlhor aperto.

74
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

11. Corte interno

Cortar contornos internos (à mão)

O corte dos contornos internos é feito geralmente em máquinas. Entretanto, o


serralheiro emprega meios próprios para a execução do mesmo, broqueando,
talhando e limando. Esta operação, na serralheria, tem como finalidade o
embutimento de fechaduras, dobradiças, abertura para guia de peças móveis etc.

Dentre os vários processos para cortar contornos internos, é muito empregado o


método dos furos sucessivos.

A figura 1, mostra um exemplo da aplicação do corte de contornos internos.

Cortar contornos internos (à mão)

O corte dos contornos internos é feito geralmente em máquinas. Entretanto, o


serralheiro emprega meios próprios para a execução do mesmo, broqueando,
talhando e limando. Esta operação, na serralheria, tem como finalidade o
embutimento de fechaduras, dobradiças, abertura para guia de peças móveis etc.

Dentre os vários processos para cortar contornos internos, é muito empregado o


método dos furos sucessivos.

A figura 1, mostra um exemplo da aplicação do corte de contornos internos.

Processo de execução

1º Passo – Trace o contorno, usando o compasso de ponta no tamanho


desejado (fig. 2).

75
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Observação

A distância entre as circunferências externa e interna será igual à metade do


diâmetro da broca a ser utilizada nas furações.

3º Passo - Marque para furar.

a) Marque, sobre a circunferência interna, pontos eqüidistantes com a medida


igual ao diâmetro da broca (fig. 4).

76
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

4º Passo - Fure.
a) Apóie a chapa numa tábua regular (fig. 5).

Utilize a furadeira de bancada.

Precaução
Fixe a peça adequadamente para evitar acidentes

Observação
Os furos deverão ficar tangentes, entre si e ao contorno da circunferência externa,
conforme o detalhe da figura 5.

5º Passo - Retire o material interno.

a) Apóie a peça num bloco de ferro fundido.

Use a talhadeira e martelo para destacar o disco interno (fig. 6)

Observação
Em certos casos, é possível prender a peça na morsa, para facilitar a retirada do
material inútil.

77
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

6º Passo - Dê acabamento no contorno.

a) Fixe a peça na morsa (fig. 7).

b) Use lima meia-cana bastarda e desbaste o excesso de material, até uns 0,2
mm do contorno definitivo.

c) Dê o acabamento com lima meia-cana mursa.

Oxi-Corte Manual e Semi-Automático

Conhece-se como oxi-corte o procedimento utilizado industrialmente para cortar o


aço em diferentes formas e espessuras. Está baseado no princípio de oxidação
ferrosa.

Tem grande aplicação na preparação de peças, para fabricação e montagem de


estruturas soldadas.

78
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Gases combustíveis

Os gases mais utilizados no processo oxi-corte são:

• Acetileno
• Propano
• Gás natural

Equipamentos de Oxi-Corte

São equipamentos que proporcionam um meio, para misturar oxigênio com gás
combustível em proporções corretas, produzindo uma chama de grande
temperatura. Possuem, além disso, um conduto adicional para o oxigênio, que a
alta pressão, proporciona o corte do metal.

Os processos de corte podem ser de dois tipos:

• manual
• semi-automático.

Tipos de equipamentos de oxi-corte

Maçarico Manual

Equipamento utilizado para corte e goivagem do aço. Apresenta-se equipado com


diferentes tipos de bico. A capacidade de vazão e o tipo do bico estão
relacionados de acordo com a espessura do material e do gás combustível a ser
utilizado.

79
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

12. Prensas

A conformação mecânica de materiais metálicos é efetuada por estampagem


através de máquinas-ferramenta chamadas prensas.

Estampos e matrizes são as duas ferramentas utilizadas na estampagem.

A capacidade das prensas utilizadas na estampagem de materiais metálicos


depende dos seguintes fatores:

• Rigidez para sustentar a força requerida em cada ciclo;

• Uma fonte de energia para manter a força durante o ciclo;

• Velocidade para dar os desejados ciclos/min;

• Potência para manter o fornecimento de energia durante a operação;

• Rigidez e resistência para manter o alinhamento, as tolerâncias e produzir


bem por longos períodos;

• Suficiente espaço para acomodar ferramentas;

• Suficiente curso para levar o punção ao lugar desejado; e

• Suficiente abertura de modo que a peça a ser trabalhada e acabada e os


retalhos possam entrar e sair livremente da prensa.

Cada prensa é feita de certas unidades básicas como mostra o esquema abaixo:

80
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Cada unidade básica pode ser construída de várias maneiras e tamanhos e a


combinação das unidades construídas dão origem a uma enorme variedade de
presas, cada qual com suas vantagens e desvantagens.

Armação e mesa

A parte inferior da armação de uma prensa é a mesa. As ranhuras existentes na


mesa de uma prensa servem para acomodar acessórios como extratores e molas.

Uma placa perfurada colocada sobre a mesa serve de suporte para a fixação das
matrizes.

Abaixo mostramos duas prensas: uma com a mesa fixa e a outra com a mesa
regulável.

As dimensões importantes de uma mesa são o comprimento e a largura. Essas


dimensões limitam as dimensões da matriz.

A armação contém o mecanismo de acionamento e guias do pistão e é feita de


ferro fundido ou aço.

O dado mais importante de uma prensa é a sua capacidade de carga. Essa


capacidade é normalmente expressa em toneladas.

Sob carga, a armação de uma prensa deverá ser suficientemente rígida para não
sofrer distorções. As armações mais comuns das prensas apresentam o formato
em C ou as linhas laterais retas conforme esquemas abaixo.
81
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

A vantagem das prensas com formato em C é permitir o acesso por qualquer lado
e a desvantagem é a sua facilidade em se deformar durante o desenvolvimento
da força. As deflexões, quando ocorrem, tiram o alinhamento dessas prensas. O
desalinhamento é prejudicial para a vida das ferramentas e não pode ser tolerado,
de modo algum, nas grandes prensas.

As prensas em C reclináveis e com fundo aberto, permitem a descarga de


retalhos e peças por gravidade através da abertura traseira; porém, não são tão
rígidas como as prensas fixas que possuem uma armação em C com base
integral.

Uma prensa em C com mesa regulável permite a elevação ou abaixamento da


mesa o que possibilita a adaptação de vários tipos de matrizes e peças.

82
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Já, uma prensa em C, com haste, apresenta uma haste circular ao invés da mesa.
A haste serve de suporte para peças circulares que deverão ser trabalhadas.

A armação de prensas que tem duas ou mais colunas como as prensas com
armação lateral reta são mais equilibradas e rígidas que as prensas em C.

São apropriadas para mesas largas e cursos compridos. O acesso à matriz é


ligeiramente restrito.

As prensas com armação lateral reta são de média e grande capacidade. Dois
modelos de prensas com armação lateral reta são apresentados abaixo.

A mesa, as colunas e o cabeçote das prensas figuradas são interligados por


tirantes que, aquecidos no local fixo, sofrem um alongamento permanente que
evita deflexões dessas máquinas quando em serviço.

Pistão de prensas

O pistão de prensas possui a função de movimentar o punção ao lugar desejado.

Em uma prensa mecânica o curso do pistão é constante, porém, sua posição


poderá ser regulada através de um sistema de porca e parafuso de ajustagem.

83
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

A altura com o pistão recuado é uma dimensão importante da prensa, pois limita
as alturas do punção e da matriz que podem ser colocadas na prensa.

A altura livre de uma prensa mecânica é definida como sendo a distância da mesa
ao pistão quando este está na parte mais alta do seu curso.

A ação de uma prensa refere-se ao número de pistões que ela possui. Assim,
uma prensa de simples ação possui um pistão, enquanto uma prensa de ação
dupla possui um pistão dentro do outro. Nesse caso, o pistão externo é utilizado
para dar pressão à flange de fixação de uma peça que sofre o estampamento
pelo punção acionado pelo pistão interno.

A prensa, à esquerda, é de simples ação e a da direita é de ação dupla.

Finalmente uma prensa de tríplice ação possui dupla ação na parte superior
enquanto um terceiro pistão se movimenta de baixo para cima, dentro da mesa,
quando os pistões superiores começam a descer.

Uma prensa de tríplice ação é utilizada em operações conjugadas de


estampagem e reestampagem.

84
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Acionamento das prensas

Subtende-se por acionamento o modo pelo qual a força é transmitida ao pistão de


uma prensa.

Os dois principais sistemas de acionamento são o mecânico e o hidráulico.

Os tipos de acionamento mecânico são executados através dos seguintes


mecanismos:

O movimento do pistão da maioria das prensas mecânicas deriva da rotação de


um volante acoplado à manivela que aciona a biela ou à rotação do disco
excêntrico quando a prensa for acionada por mecanismos excênticos.

Os mecanismos de came e de alavanca articulada são utilizados para acionar o


pistão externo das prensas de dupla ação, segurando as peças durante uma parte
do ciclo.

As prensas com alavanca articulada e acionamento com parafuso são utilizadas


para operações de achatamento e impacto, tais como na cunhagem.

85
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

A resistência do mecanismo que aciona o pistão é quem determina a capacidade


em toneladas da prensa. O mecanismo de acionamento das prensas mecânicas
situa-se acima ou perto do topo.
Um mecanismo tipo biela-manivela ou um mecanismo tipo excêntrico fornecem
grandes torques e não podem fornecer cargas maiores do que as obtidas a partir
da mais alta posição do pistão.

Isto é importante para operações de estampagem, durante as quais a força


próxima da máxima terá que ser aplicada durante uma grande parte do ciclo.

Prensas hidráulicas

Uma prensa hidráulica é acionada pela pressão de óleo que atua sobre um pistão
dentro de um cilindro. Seu funcionamento baseia-se no princípio de Pascal que já
foi estudado em aulas de Ciências.

As prensas hidráulicas são mais versáteis e de operação mais fácil que as


mecânicas. Uma prensa hidráulica geralmente possui um curso comprido e pode
desenvolver grandes forças durante o ciclo inteiro. O comprimento do curso e a
força pode-se variar rapidamente. A força e a velocidade poderão ser mantidas
uniformes ou variadas durante o ciclo.

Por exemplo, uma rápida aproximação e retorno podem ser combinados com um
avanço lento durante a operação propriamente dita. As pressões e distâncias
facilmente podem ser anotadas e rapidamente repetidas quando se quer reiniciar
uma operação.

Uma prensa hidráulica é mais perigosa, pois ela somente pára com um certo nível
de pressão de óleo, enquanto que uma mecânica pára quando desenvolveu um
ciclo completo.

Abaixo mostramos um modelo de prensa hidráulica.

86
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Algumas prensas são fabricadas para finalidades especiais, porém, operam


segundo os mesmos princípios das prensas convencionais.

Exemplos e aplicações de prensas especiais são dados a seguir:


Tipos de prensas especiais Aplicações

De grande esforço Fabricação de rodas de automóvel,


engrenagens, buchas, etc.

Para dobramento Fabricação de perfilados e tubos, etc.

Para corte Usada para cortar grandes


comprimentos em chapas.

De transferência Utilizada para produzir gabinetes de


refrigeração, prateleiras metálicas,
refletores de automóveis, etc.

87
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Colocar Estampo de Corte na Prensa Excêntrica

Colocar estampo de corte na prensa excêntrica é a operação básica que


antecede os trabalhos de corte de materiais metálicos na prensa.

Cada contorno ou perfil cortado com prensa exige uma ferramenta especial.
Assim sendo, o profissional que utiliza a prensa para cortar materiais metálicos
precisa dominar a operação de colocar e retirar estampos.

Processo de execução:

1. Selecione o estampo.

Precaução
Manuseie e transporte o estampo com cuidado.

2. Com a prensa desligada solte a porca de fixação do excêntrico e regule o curso


do trabalho.

Observações
Use ferramentas adequadas.

Regule o curso de trabalho movendo o excêntrico.

Evite que o punção saia das guias da matriz regulando o curso de trabalho da
prensa o mínimo necessário.

O curso máximo de trabalho da prensa é obtido posicionando o excêntrico na


posição inferior em relação ao centro do eixo.

88
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Se necessário, diminua o curso de trabalho da prensa girando o excêntico no


sentido do centro do eixo.

Precaução
Desligue e bloqueie a chave geral da máquina antes de iniciar as operações de
colocar e retirar estampos na prensa.

1. Aperte a porca de fixação do excêntrico.

Observação
Verifique o curso de trabalho da prensa e regule-o novamente se necessário.

2. Retire o mandril do cabeçote da prensa.

3. Regule a altura entre o cabeçote e a mesa da prensa.

Observações
A regulagem entre o cabeçote e a mesa pode ser feita por meio dos parafusos de
regulagem do cabeçote ou da mesa.

89
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Quando a prensa for do tipo mesa fixa e não for possível regular a altura entre a
mesa e o cabeçote por meio do parafuso de regulagem, use um calço entre a
matriz do estampo e a mesa.

Quando for necessário usar calço entre a matriz do estampo e a mesa da prensa,
este deve permitir a saída das peças cortadas ou dos retalhos.

1. Coloque o punção do estampo no cabeçote da prensa.

90
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Observação
Dê um leve aperto nos parafusos de fixação do mandril para permitir o
alinhamento do conjunto punção e matriz.

2. Acione o pedal da prensa e desça o cabeçote até o punção alojar-se na matriz.

Observações
Desça o cabeçote da prensa girando o volante.
Posicione o conjunto punção e matriz de acordo com as necessidades do
trabalho.

Fixe o conjunto punção e matriz.

Precauções
Recoloque todos os dispositivos de segurança que porventura foram retirados
durante a operação de colocar estampo.

Teste o funcionamento da prensa com velocidade de trabalho moderada.

91
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Cortar na Prensa Excêntrica

Cortar na prensa excêntrica é a operação que consiste em seccionar materiais


metálicos por meio de estampos apropriados.

Esta operação é utilizada principalmente em trabalhos executados em série e


apresenta as seguintes vantagens: bom acabamento; precisão e rapidez na
execução das peças.

Em serralheria esta operação é empregada no corte de materiais metálicos,


especialmente na confecção de caixilhos.

É imprescindível, antes de operar com a prensa, verificar se:

• A parte elétrica da máquina está em condições de uso;


• As proteções das polias ou engrenagens estão colocadas adequadamente;
• A proteção do pedal está instalada corretamente.

Processo de execução

1. Selecione o estampo adequado.

2. Coloque o estampo na prensa.

Precaução
Verifique se a chave geral da prensa está desligada e bloqueada antes de colocar
ou retirar estampos.

3. Ligue a prensa.

4. Posicione o material a ser cortado no estampo.

Observação
De acordo com as dimensões do material a ser cortado, use cavaletes para apoiá-
lo.

Precauções
Mantenha as mãos afastadas do estampo.

Use tenaz para segurar peças pequenas.

Use óculos de segurança.

92
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

5. Corte o material.

Observações
Acione o pedal da prensa para cortar o material. Retire o pé do pedal após o
término do corte.

Quando se tratar de cortes em série, adapte uma régua de apoio à máquina e fixe
um dispositivo para obter a medida desejada.

Lubrifique periodicamente a prensa e o estampo.

Precaução
Use proteção no pedal da prensa para evitar que pessoas ou objetos estranhos a
acionem.

93
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

13. Chumbadores
Introdução

O estudo desta unidade instrucional tem por objetivo capacitá-lo a montar uma
porta de abrir a partir das peças executadas nas unidades instrucionais 17, 18, 19
e 20.

Reunindo as várias peças harmonicamente, o produto será uma pela porta


metálica, uma das tarefas que o profissional serralheiro executa em seu dia-a-dia.

Nesta unidade instrucional, você aprenderá a esmerilhar com esmerilhadeira


portátil e terá informações sobre:

• sistemas de fixação de peças metálicas em alvenaria;


• máquinas e rebolos para desbaste;
• lixa;
• proteção contra a corrosão I;
• segurança na aplicação de tintas.

Sistemas de fixação de peças metálicas em alvenaria

A fixação de peças metálicas em alvenaria é efetuada por meio de chumbadores


e buchas.

Chumbadores

Os chumbadores são construídos em aço-carbono e podem apresentar


revestimentos protetores contra a corrosão. é o caso dos chumbadores zincados,
apropriados para fixar peças de alumínio em alvenaria.

94
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Os chumbadores variam de forma, porém, o importante é a profundidade de sua


penetração nas alvenarias e a profundidade é normalizada pela ABNT-NBR
10091/87. Segundo essa norma, os parâmetros a serem observados são os
seguintes:

d M8 M1 M1 M1 M2 M2 M3 M3 M4 M4 M5 M6 M72x 6
0 2 6 0 4 0 6 2 8 6 4
b 20 25 30 40 50 60 75 90 105 120 140 160 180
a max. 25 32 40 55 65 80 100 120 140 160 185 210 250
c max. 55 55 70 90 110 130 160 190 230 260 290 340 370
eØ 60 60 80 100 100 120 120 140 160 180 210 250 290
Compriment
oL
80
100
125
160
200
250
320 Comprimentos
400 normalizados
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3200

95
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Os chumbadores não apresentam sempre o perfil redondo, pois há chumbadores


de perfil chato.

Se compararmos um chumbador de perfil chato com um chumbador de perfil


redondo, o de perfil chato apresenta um furo roscado.

Os chumbadores de perfil chato apresentam um comprimento usual de


penetração que varia de 50mm a 100mm.

A colocação de peças metálicas com chumbadores em alvenarias de tijolos ou


concreto é feita do seguinte modo:

1. Fura-se a alvenaria e limpa-se o furo. A seguir nivela-se e apruma-se o


conjunto metálico.

96
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

2. Cimenta-se o chumbador no furo.

Se a alvenaria for de mármore ou granito, introduz-se o chumbador no furo e


adiciona-se chumbo derretido que possui a função de solidificar e prender o
chumbador na alvenaria.

Buchas

As buchas são construídas em náilon e também são utilizadas para fixar peças
em alvenaria, especialmente se a alvenaria já estiver pronta. O uso de buchas
evita quebras e posteriores remendos da alvenaria que vai receber a fixação de
uma peça.

As buchas não são utilizadas isoladamente, mas sim, acompanhadas de


parafusos com formatos variados, conforme exemplos ilustrados abaixo.

97
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

As buchas apresentam quatro partes:

O pescoço não se expande durante a penetração do parafuso. As estrias são


longas permitindo o uso de parafusos com roscas de diversos perfis.
98
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

As aletas servem para impedir que a bucha saia de dentro do furo quando este
estiver na posição sobrecabeça e serve, também, para evitar que ela venha a se
movimentar dentro do furo durante o avanço do parafuso.

Os dentes permitem uma maior acomodação em materiais macios e uma maior


pressão em materiais rígidos.

No comércio há buchas com diferentes dimensões. A escolha entre uma e outra é


feita em função da massa da peça a ser fixada e do tipo de alvenaria envolvida na
fixação.

Uma bucha muito comum no comércio é a bucha S que utiliza parafusos auto-
atarraxantes. A tabela a seguir mostra todos os parâmetros para a escolha desse
tipo de bucha:

14. Fechadura

99
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Fechaduras: Tipos e Utilização

Fechadura é o dispositivo mecânico utilizado para fechar portas, portões etc.

Nesta folha falaremos somente dos tipos mais comuns de fechadura para portas e
portões.

Fechadura de Sobrepor (fig. 1 e 2)

São fechaduras empregadas geralmente em portões e portas externas, pois, em


virtude de sua colocação ser sobreposta, não são as mesmas apropriadas para
portas internas ou para serviços de acabamento esmerado.

Fechadura de Embutir

De “gorjes”.

É muito empregada em portas internas, pois não oferece muita segurança, pelas
características de sua chave (fig. 3).

De Tambor

100
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

É a mais empregada em portas de entrada, por oferecer maior segurança (fig. 4).

A figura 5 mostra um tambor cortado no sentido longitudinal, com as diferentes


peças de seu mecanismo: pinos, contrapinos, molas e o chanhão, onde a chave é
introduzida. Mostra ainda a chave, meio entrada, alterando a posição primitiva dos
pinos.

Finalmente (fig. 6), a conformação da chave apropriada colocou todos os pinos na


posição precisa, permitindo, assim, o funcionamento do canhão e, com ele, da
alavanca que vai acionar a lingüeta e o trinco da fechadura.

101
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Para porta de correr – Fig. 7.

As figuras 8 e 9 mostram a fechadura de embutir, de tambor, com todos os seus


componentes:

102
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

As figuras 10, 11 e 12 nos mostram diferentes tipos de tambores, com diferentes


tipos de fixação à caixa da fechadura.

As figuras 13, 14 e 15 mostram a fechadura de sobrepor e seus componentes:

Na figura 16, demonstramos a tomada das medidas de uma fechadura e as


respectivas denominações usadas:

103
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

104
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

15. Nível

É um instrumento que serve para verificar a horizontalidade de um plano.


Consiste em uma régua de madeira, às vezes revestida de metal, com cerca de 1
3/8” x 12”, na qual está fixado um tubo de vidro ligeiramente curvado, próprio para
nível, com uma quantidade de álcool que permite formação de uma bolha de ar
em seu interior. O vidro fica horizontalmente fixo na régua de madeira de tal modo
que, quando a régua está perfeitamente horizontal, a bolha de ar pára no centro
do vidro, tendo para servirem de referência duas linhas marcada nele.

A figura, abaixo mostra um nível em régua de madeira muito usada na construção


civil pelos pedreiros, carpinteiros e instaladores eletricistas.

Muitos níveis têm também um ou dois vidros fixos perpendicularmente ao


comprimento da régua. Esses são chamados “vidros de prumo” e servem para
verificar se uma parede ou uma viga está no prumo ou perpendicular à linha
horizontal.

Os níveis são também feitos com corpos de aço. Variam muito de forma e de
comprimento, e são muito usados na mecânica, quando das montagens ou
fixações de máquinas em suas bases e outros trabalhos, por serem de maior
precisão que os de madeira.

Observe, a seguir, os tipos de níveis de aço utilizados:

Tipos de Níveis

Com relação ao uso específico, encontram-se níveis de bolha aplicáveis em 3


campos distintos:

Níveis simples – São utilizados em serviços gerais e têm como característica


apenas 2 traços no tubo onde a bolha deve ficar centrada. É um nível tipo passa-
não-passa. Incluem-se nesse tipo os níveis utilizados em caldeiraria.

105
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Níveis de precisão – São utilizados para nivelar as máquinas de precisão, ou na


medição de planeza. Dada a sua aplicação, devem ter a inscrição da
sensibilidade em seu corpo.

Níveis de precisão quadrangular – São utilizados para o nivelamento de máquinas


de precisão com referência ao plano horizontal ou vertical. Também nesses níveis
devem haver a inscrição de sua sensibilidade.

106
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Níveis de Bolha

Nível de Linha

Nível de Bolso

107
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Nível de Bancada

Nível Transversal

Nível Transversal e Prumo

Execução de Medição

Utilizando um nível de bolha com sensibilidade de 0,05 mm/m, vamos procurar


entender como ficaria a leitura de um desnível de ampola graduada.

108
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

A sensibilidade de 0,05 mm/m quer dizer que, quando a bolha de ar se desloca


uma divisão, existe uma inclinação de 0,05 mm em 1 metro.

Considerando-se a figura anterior e um nível de sensibilidade de 0,05 mm/m, o


declive com a seguinte marcação no nível seria:

Cada divisão vale 0,05 mm/m


0,05 x 2 = 0,10 mm/m

Comprimento da peça = 3,5 m


Portanto: 0,10 mm x 3,5 m = 0,35
M

109
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Aferição do Nível

A aferição do nível deve ser feita em uma base plana, marcando-se os extremos
do nível nessa base. Mudando-se a posição do nível em 180º, a bolha deverá
manter a mesma posição.

Correção dos Desvios do Nível

Quando os níveis são dotados de parafusos ou outros dispositivos de ajuste,


deve-se proceder ao ajuste, deve-se proceder ao ajuste da bolha seguindo-se o
mesmo processo de verificação descrito anteriormente. Caso o nível por corrigir
não possua dispositivos de ajuste, deve ser rejeitado.

Níveis

Nível com mangueira de água.

Constituição

Método prático para se verificar se os pontos se encontram na mesma cota,


porém há limitações na aplicação. Para distância entre pontos maiores que 10
metros. Haverá erros inerentes ao método; nesse caso, devemos utilizar nível
óptico.

110
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

O método consta de mangueira transparente de polietileno, com diâmetro interno


maior que 10 milímetros, parede semi-rígida, e água, preferencialmente em
corante.

Regras de Manuseio

Para a leitura dos meniscos, deve-se garantir que:

• as extremidades estejam desobstruídas;


• a pressão ambiente nas extremidades seja a mesma;
• a mangueira não esteja obstruída ou com vazamentos.

A leitura dos meniscos será na sua cota inferior.

Para a verificação do desvio de cotas, é necessário que uma das extremidades


esteja ajustada no primeiro ponto; na outra extremidade, lê-se a diferença de
cotas do menisco com o segundo ponto.

111
____________________________________________________________
Curso Serralheria
Tecnologia em Processo de Execução
____________________________________________________________

Referências Bibliográficas
ABNT-NBR 5631/1980. Fechadura de embutir com cilindro, padrão médio. Rio
de Janeiro, 1980.

ABNT-NBR 10091/87. Chumbadores, dimensões e características mecânicas.


Rio de Janeiro, 1987.

ABNT-P-TB-56. Parafusos, porcas e acessórios: terminologia. São Paulo, s.d.

BINI, Edson et alii. Manual de tecnologia mecânica. São Paulo, Hermus Livraria,
1976.

MEC - Formação profissional e Cultura Técnica. Máquinas Operatrizes:


operação de furar. Tradução de Orestes Rosolia. Brasília, Edgard Blücher, INL,
1974.

RIZZI, José. Roscas. Publicações Técnicas. Rio de janeiro, SENAI-DN, 1972.

SENAI. SP. Preparação básica: ocupação da mecânica geral. Hélio Correa da


Fonseca e Outros. São Paulo, 1976.

YOSHIDA, Américo. Manual do ajustador mecânico. Santos, Brasília, s.d.

112
____________________________________________________________
Curso Serralheria

Você também pode gostar