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Elaboração de:
A. NUNES MELENDEZ, Perito do B. I. T. (1
Revisão e atualização de:
JOÃO B. SALLES DA SILVA - SENAI •
Programa Intensivo de Preparação da Mão-de-Obra Industrial,
inaugurado no País em 1964, tem em vista o ensino de técnicas
industriais a operários qualificados, agentes de mestria, auxiliares
técnicos, técnicos-industriais e à direção média das emprêsas fabris.
Constitui um processo complementar da ação das escolas e visa a
conjugar os procedimentos didáticos com a experiência do trabalho
industrial, instalando os seus cursos, com a flexibilidade indispensável,
onde se façam necessários. Representa, assim, a linha de promoção
profissional do traba-balhador e do aperfeiçoamento das suas atitudes
de trabalho.
ARMANDO HILDEBRAND
Diretor do Ensino Industrial e
Coordenador Nacional do Programa Intensivo de Preparação da Mão-de-Obra Industrial
ÍNDICE
Apresentação ................................................................... 3
Objetivos .......................................................................... 5
A Importância da Análise no Ensino do Ofício . 6
A Análise do Ofício e a Informação Profissional 7
Conceitos Básicos para a Análise dos Ofícios .. 9
A divisão do Ofício em Blocos ou Ocupações
Derivadas ......................................................................... 12
N.° Fôlha:
PESQUISA SÔBRE MÃO-DE-OBRA INDUSTRIAL
N.°
QUESTIONÁRIO N.° 2 - INFORMAÇÕES INDIVIDUAIS
FÔLHA
FIRMA: _________________________________________________________________ __________ ENDERÊÇO----------------------
ANÁLISE OCUPACIONAL
QUADRO-RESUMO
BLOCO: Furador
OFÍCIO: Mecânica Geral OPERAÇÃO: FURAR NA FURADEIRA
Fases da Operação
1 — Prender a peça na morsa
2 — Preparar a máquina:
2.1 Examinar diâmetro, ângulo da broca e prendê-la no mandril
2.2 Determinar o avanço e rpm
3 — Furar a peça:
3.1 Aproximar a broca da peça usando o manipulo
3.2 Alinhar o centro do furo com a ponta da broca
3.3 Ligar a máquina
3.4 Iniciar o furo
NOTA: Usar fluido de corte adequado e prevenir acidentes
Ainda seria conveniente proceder da mesma Classificação das operações por ordem de
forma com as operações classificadas como dificuldade
secundárias, mas não se considera essencial fazê-lo
Todos os que se dedicam aos problemas de
porque muitas, talvez a maioria delas, não se
formação profissional sabem que o rendimento dos
incluirão na série metódica que está sendo
aprendizes é muito maior quando avançam em
organizada. Caso seja necessário incluir uma
ordem progressiva, das matérias fáceis para as mais
operação secundária para completar uma tarefa
complicadas. Portanto é de suma importância que a
típica da série metódica de oficina, pode-se no
divisão de ofício em unidades de aprendizagem
momento oportuno, decompor a referida operação
(operações) seja feita por ordem de dificuldade. A
em suas fases ou movimentos.
colocação das operações em progressão, desde as
A análise ou decomposição das operações em mais simples às mais complicadas, só pode ser
suas diferentes fases, além de ter grande realizada em função de TODOS os fatôres que
importância para determinar o grau de com- caracterizam a dificuldade. É necessário saber o
plexidade ou dificuldade da operação, é de utilidade que torna uma operação fácil ou difícil, antes de
na elaboração futura das fôlhas de operações que estabelecer seu grau de dificuldade em relação às
farão parte da série metódica de oficina. Por outro demais. Como já dissemos na página 20, são os
lado, a análise da operação permite o estudo seguintes os elementos que influem na dificuldade
detalhado da técnica de execução evidenciada de uma operação:
através das fases ou movimentos.
Para fins de ensino, devem ser selecionadas a) a destreza e a coordenação muscular
operações de conteúdo suficiente à constituição de (habilidade manual);
uma unidade de aprendizagem. A operação é b) os conhecimentos relacionados neces-
considerada boa unidade de aprendizagem quando sários;
pode, em qualquer momento, ser objeto de uma
demonstração prática por parte do instrutor. c) a capacidade de julgamento que envolve a
execução;
d) a qualidade do artigo trabalhado;
Em tôda série metódica bem organizada, as mentos de juízo comparativo, poder-se-á fácilmente
operações se apresentam em ordem de dificuldade; colocar as demais fichas de operações segundo a
esta DIFERE MUITO DA ORDEM DA PRODUÇÃO ordem de dificuldade. Quando há grande número de
observada na indústria. Para se obter a ordem operações para classificar de acôrdo com esta
desejada, aconselha-se o seguinte processo: ordem, serão encontradas várias de graus
1) escolher a ficha (A) correspondente à aproximados de dificuldade. Em tais casos, a
operação mais simples; precedência se estabelecerá por fatôres tais como:
natureza da operação, freqüência de sua repetição e
2) selecionar a ficha (B) da operação mais
utilidade.
difícil de tôdas e colocá-la em último lugar;
As operações classificadas por ordem de
3) selecionar a ficha da operação (C) que dificuldade eqüivalem a unidade de aprendizagem
envolva mediana dificuldade em relação às apresentadas em seqüência pedagógica, e não
precedentes e colocá-la entre as duas segundo os passos da produção industrial. A rigor,
primeiras; deveriam êstes constituir a seqüência a seguir na
4) selecionar uma operação (D), cujo grau de aprendizagem. Está provado que, para bem
dificuldade se situe entre a mais simples aprender um ofício, é necessário progredir do fácil
(A) e a de dificuldade média (C) e colocar para o difícil. Portanto a série metódica de oficina,
a ficha correspondente entre (A) e (C); em que se basear o programa mínimo ou o curso,
5) selecionar uma operação (E), cujo grau de deve forçosamente ser elaborada de forma tal que
dificuldade esteja entre a média (C) e a as operações se apresentam aos aprendi-
máxima e colocar a ficha correspondente
entre elas.
Dificuldade Máxima
Dificuldade (B)
entre Media e
Máxima
(E)
Dificuldade Média
TALHADEIRA
Fichas de Operações e de Tarefas sendo reu- c) não convém escolher tarefas que comportem
nidas para formar a base da SMO mais de oito operações. Em caso de haver um
Êste trabalho de entrosamento requer um número maior, é preferível simplificar a tarefa,
estudo minucioso de tôdas as operações e tarefas. dividi-la ou selecionar outra para substituí-la;
Uma vez completado, deve-se examinar a d) sómente existe uma ficha para cada operação;
seqüência estabelecida, tendo em mente que: essa ficha deve ser colocada atrás da primeira
tarefa em que aparece a operação;
a) as operações devem aparecer, sempre que
possível, em ordem de dificuldade crescente; se e) executar uma operação uma só vez não é
fôr necessário, para manter esta ordem, pode-se suficiente para aprendê-la; deve-se possibilitar a
trocar a seqüência das tarefas típicas; repetição dessa mesma operação em tarefas
sucessivas, até que os aprendizes adquiram a
b) cada tarefa deve apresentar uma ou mais
destreza necessária.
operações novas, de preferência três ou quatro,
dependendo, evidentemente, das características O agrupamento de tarefas e operações
próprias das operações; constitui apenas uma tentativa visando per-
mitir maior flexibilidade em sua análise e estudo. O completado, ilustrará com clareza de fotografia, o
agrupamento será adequado se forem afirmativas as conjunto total da série-tentativa, permitindo ainda
respostas às seguintes perguntas: sua revisão rápida e precisa em função dos fatôres
já enumerados.
a) as tarefas estão ordenadas em progressão suave?
Ao observar o quadro analítico, pode-se notar:
b) apresenta, cada tarefa, pelo menos uma
operação nova? a) tôdas as operações que se realizam em cada
tarefa;
c) as operações estão ordenadas aproximadamente
com a mesma seqüência que tinham em sua b) quais as operações repetidas;
classificação por ordem de dificuldade?
c) quais as operações novas;
d) as operações novas acham-se repetidas um d) se o desenvolvimento do programa é pro-
número necessário de vêzes, nas tarefas gressivo;
seguintes?
e) o número de vêzes que cada operação é
e) as tarefas apresentam algumas operações de
executada;
difícil execução?
Um estudo do quadro em função dos fatôres
O trabalho até aqui realizado na organização
já indicados poderá revelar certas falhas que devem
da série metódica consistiu, em resumo, na seleção
ser corrigidas. Para efetuar tais correções poderá se
das tarefas e operações que, a primeira vista, se
tornar necessário:
consideram êssenciais para a elaboração da série.
Falta, ainda, agrupar as fichas de tarefas e a) alterar o caráter de certas tarefas: simplificar
operações em uma progressão definitiva que vai do algumas e aumentar a dificuldade de outras;
fácil ao difícil, respeitando-se certos fatôres de
caráter pedagógico e de importância fundamental b) mudar a seqüência das operações;
na aprendizagem do ofício. No fichário, onde foram c) incluir novas tarefas para suplementar as
colocadas, devem aparecer, atrás de cada ficha de existentes;
tarefa, únicamente as fichas das operações novas
que a tarefa comporta que, como foi visto, não d) incluir novas operações;
devem aparecer em número maior de três ou e) mudar a ordem de algumas tarefas;
quatro, exceto atrás da primeira tarefa, que
apresenta só operações novas. f) se necessário, uma vez efetuados todos os
ajustes, passar-se-á o gráfico a limpo.
A organização da série metódica de oficina do
ofício aproxima-se de sua etapa final. Por tal Com esta revisão final, assegurar-se-á que a
motivo, é aconselhável uma última revisão nos série contenha todos os elementos êssenciais do
trabalhos preparatórios, mediante o quadro ofício, tal como se pratica na indústria local e que
analítico, conforme o modêlo que ilustra na página êstes elementos estejam colocados em uma ordem
29. Êste quadro, quando pedagógica, o que permitirá a aprendizagem do
ofício da forma mais eficiente possível. E a série
das tarefas e operações do ofício estará, portanto,
completa.
1 ara preencher sua finalidade de modo eficiente, a M — Habilidade Manipulativa ou Manual
escola industrial deve ensinar aos aprendizes as a) Habilidade manual específica para
técnicas e os conhecimentos necessários à operações como, por exemplo, limar, cortar,
execução das tarefas e operações realizadas na desbastar, aplainar, furar, rebitar, soldar e serrar.
indústria, para que, ao terminarem o curso, possam
desempenhar suas funções tal como se exige de um b) Execução de tarefas e operações ensinadas
operário qualificado. Contribui óbviamente, para o em oficina.
sucesso da aprendizagem, a análise do ofício pois c) Conhecimento de todos os processos
que proporciona a melhor forma de determinar manuais diretamente relacionados com as tarefas e
quais os elementos êssenciais a serem ensinados. operações e que se considerem indispensáveis à
Charles R. Allen reconhecido como um dos execução da mesmas.
pioneiros do ensino industrial, nos Estados Unidos
da América do Norte, estabeleceu em bases claras e T — Conhecimentos tecnológicos êssenciais
definidas, a importância da análise de ofícios na
confecção dos programas e cursos para o ensino de a) Conhecimentos técnicos diretamente
ofícios. Em seu livro "O Instrutor, o Homem e seu necessários para a execução das tarefas e ope-
Trabalho", explica, claramente, as bases principais rações.
para a formação de mão-de-obra nas escolas indus- b) Conhecimentos que requeiram um mínimo
triais. de raciocínio para sua aplicação.
Allen tomando como princípio a fórmula de c) Conhecimentos de matemática, cálculo
eficiência de Richards, E = f (M, T, I, Gv), técnico e ciências, diretamente relacionados com a
estabeleceu a fórmula Allen-Richards: execução das tarefas e operações.
E = f (M, T, I, J, Mo). d) Normas êssenciais de segurança industrial.
Esta fórmula especifica que a eficiência de um e) Terminologia técnica referente às tarefas e
trabalhador é função das suas habilidades manuais operações.
(M), dos conhecimentos técnicos estritamente
necessários para executar as operações manuais I — Conhecimentos tecnológicos adicionais
(T), de certo grau de tecnologia adicional para ser
a) Conhecimentos tecnológicos adicionais
aplicada às situações novas (I), da sua capacidade
que possam melhorar a eficiência do operário ao
de julgamento ou critério na aplicação dos
executar as tarefas e operações e mesmo
conhecimentos técnicos (J) e de certos fatôres que
possibilitar uma fácil adaptação quando em face de
podem ser conceituados como de ordem moral
novas técnicas industriais.
(Mo), tais como: atitude, pontualidade, disciplina,
etc. b) Conhecimentos correlatos de ciências,
Pode-se dizer, então, que o grau de eficiência matemática, desenho e linguagem.
varia com a proporção de M, T, I, J e Mo do c) Conhecimentos adicionais sôbre normas
operário. de segurança.
E = Eficiência do operário M = d) Outros conhecimentos que possam
melhorar a cultura, de forma geral.
Habilidade manipulativa T =
Conhecimentos técnicos êssenciais I =
Conhecimentos técnicos adicionais j = J — Capacidade de julgamento
Capacidade de julgamento Mo = fatôres de a) Conhecimentos teóricos que permitem
ordem moral e de motivação avaliar rápidamente uma situação.
Seguem-se esclarecimentos sôbre cada um b) Aplicação de M, T, I, a situações novas
dos fatôres constantes da fórmula de Allen- dentro do trabalho.
Richards. c) Capacidade para formar juízo crítico ou
decidir sôbre o caminho a seguir diante de novas
situações.
d) Capacidade e rapidez para solucionar
qualquer problema ou situação de trabalho,
prescindindo de consulta a outras pessoas.
e) Faculdade de avaliar pesos, distâncias, rios que exercem a mesma ocupação, uns com
qualidade, eficiência, etc, sem recorrer aos maior capacidade ou eficiência que outros. Essa
instrumentos apropriados. capacidade ou eficiência individual depende das
habilidades manuais e dos conhecimentos técnicos
Mo — fatôres de ordem moral e de motivação que o operário possua e seja capaz de aplicar à
solução de situações do trabalho.
1) Atitude para com os companheiros
(relações humanas no trabalho) Dentro do espírito da fórmula de Allen-
2) Honestidade Richards os operários podem ser classificados em
semi-qualificados, qualificados, e altamente
3) Disciplina qualificados, conforme possuam dois ou mais dos
4) Pontualidade elementos da fórmula em proporção conveniente.
5) Iniciativa no desempenho das suas Esta classificação é arbitrária e não deve ser
funções tomada como base para categorizar os operários de
6) Outros fatôres que afetam condições ou um estabelecimento industrial. Dá simplesmente
atitudes de trabalho. uma idéia de como diferenciar os vários tipos de
operários do mesmo grupo ocupacional
Em todo ofício ou trabalho, devemos considerando-se os fatôres da fórmula. Ao fazer
considerar dois aspectos fundamentais: o que se uma classificação, temos que estudar também os
necessita executar e o que se necessita conhecer. critérios para investigar a ocorrência dos fatôres M,
Ao primeiro aspecto correspondem as habilidades T, I, J e Mo, e a maneira de avaliar o valor de cada
manuais para executar as diversas tarefas e um dêles.
operações; ao segundo, os conhecimentos
tecnológicos a serem aplicados.
Encontramos, na indústria, entre opera-
Para executar bem as tarefas e operações de um primeiro passo consistiu em estabelecer as tarefas e
ofício, não basta ter habilidade ou destreza manual; operações êssenciais à elaboração da série
é, também, indispensável possuir os conhecimentos metódica. Em seguida, deve-se averiguar quais os
e informações necessários à sua compreensão. Por elementos (T) e (I) (conhecimentos técnicos
exemplo: um mecânico deve conhecer a imediatos e adicionais) que influem na execução de
composição dos metais, um eletricista necessita de cada uma das tarefas e operações, entendendo-se
noções de matemática e um mecânico de que ambos, em conjunto, compõem tôda a
automóveis precisa saber os princípios básicos de tecnologia do ofício.
carbu-ração, compressão, etc. Os conhecimentos Representando o têrmo T os conhecimentos
tecnológicos indispensáveis à prática de um ofício, técnicos êssenciais e o têrmo I os conhecimentos
denominam-se informações relacionadas por tecnológicos adicionais ou suplementares, é
estarem intimamente vinculados com o ofício. Para conveniente estabelecer claramente quais os
escolher e preparar os tópicos de tecnologia elementos de tecnologia que devem ser adotados
(informações relacionadas) a serem ensinados ao como representativos de cada um dêstes fatôres da
aprendiz, é necessário analisar os elementos de fórmula de Allen-Richards. Quando, por exemplo,
ciências, matemática, desenho e normas de um aprendiz de mecânica de automóveis está traba-
segurança que se aplicam na execução de cada lhando com um carburador, necessita saber algo
tarefa e suas operações. Para esta análise, podemos mais que o procedimento a seguir na desmontagem.
ter em conta a fórmula de Allen-Richards (E = f Êle próprio, por natural curiosidade, deseja nêsse
(M, T, I, J, Mo). Com referência à análise do momento, resposta às seguintes perguntas:
ofício, o
FOLHA DE ANÁLISE DE OFÍCIO
OFÍCIO: Mecânica Geral OCUPAÇÃO:
Forja
TAREFA: Cunha forjada
a) Que utilidade tem o carburador no auto-móvel? b) A composição dos metais ou materiais de que é
b) Qual a função de cada uma de suas partes? feito o carburador.
Como se observará, tais informações não são
c) Que tipos de carburadores existem? indispensáveis à aprendizagem das operações
d) De que metal se fabricam as partes que referentes ao carburador. É conveniente, porém, que
compõem o carburador? o aprendiz as conheça, pois capacitam-no para
Quando chega êste momento na apren- executar melhor seu trabalho. Conhecimentos
dizagem, o instrutor terá que dar ao aprendiz as tecnológicos desta natureza serão ministrados ao
respostas a essas perguntas e fornecer-lhe, também, aprendiz pelo professor de ciências ou matérias
outras informações consideradas êssenciais. Se o correlatas, durante as aulas que integrarem o
assunto é exato, o instrutor terá que preparar uma programa de estudos. Um bom programa de
ou mais lições a respeito, ou seja, organizar várias tecnologia deve conter suficientes elementos
aulas de tecnologia. O exemplo precedente ilustra correspondentes aos fatôres T e I.
quais são os conhecimentos técnicos
indispensáveis (fator T da fórmula de Allen- Na página 32 apresenta-se um quadro que se
Richards); tais conhecimentos têm que ser pode utilizar para a análise dos elementos de
ministrados pelos instrutores na oficina, já que o tecnologia aplicáveis a uma tarefa e suas operações.
momento psicológico mais apropriado para ensiná- Na primeira coluna, anotam-se as operações
lo é aquêle em que o aprendiz está realizando o correspondentes à tarefa a ser analisada; nas colunas
trabalho, ocasião em que essas informações têm seguintes, os conhecimentos técnicos êssenciais (T)
aplicação imediata e são mais fácilmente referentes à cada operação. Para a determinação dos
assimiladas. conhecimentos técnicos adicionais (I) elabora-se
quadro semelhante.
Ilustremos o caso do elemento I da fórmula Completado êste trabalho para tôdas as
de Allen-Richards. No exemplo apresentado, as operações, ter-se-á uma análise completa de tâda a
informações adicionais seriam: tecnologia do ofício, podendo-se em seguida,
a) Os princípios de física aplicáveis ao processo de estabelecer um programa de estudo que contenha
carburação. êsses assuntos em ordem psicológica.
1) Colocar os desenhos ou ilustrações do lado Caso a instrução abranja, por exemplo, três
fôlhas de papel, marcar cada uma do seguinte
direito da fôlha e o texto no lado esquerdo.
modo: 1/3, 2/3, 3/3. Êste sistema facilita o trabalho.
m) Numerar as fôlhas de instrução. A qualquer momento, poder-se-á assim confirmar
n) Antes da edição definitiva das fôlhas de se as instruções destinadas à realização de uma
instrução, aplicá-las em caráter experi- tarefa ou operação estão completas.
a) Roteiro de Usinagem
b) fôlha de Tarefa
c) fôlha de Operação
d) fôlha de Informação Tecnológica
FASES DE EXECUÇÃO I -
DESBASTAR
l.a Fase
PRENDA E CENTRE A PEÇA.
OBSERVAÇÃO:
Deixe para fora da placa um comprimento
maior do que a parte a ser usinada (fig. 1)
2.a Fase
PRENDA A FERRAMENTA de desbastar, Fig. 1
verificando:
a) O alinhamento (fig. 1). A ferramenta deverá
ficar perpendicular à superfície a ser torneada.
b) O balanço b, que deverá ser o menor possível.
c) A altura. A ponta da ferramenta deverá ficar na
altura do centro da peça. Para acertar essa
altura, toma-se como referência a contraponta
(fig. 2).
3.a Fase
MARQUE O COMPRIMENTO a ser torneado,
usando o compasso (fig. 3), a escala (fig. 4) ou o
paquímetro (fig. 5). Para a marca-
ção, afaste o instrumento usado, ligue o tôrno e
aproxime a ferramenta até que ela faça um risco
que vai servir de referência durante o torneamento.
Escala Paquimetro
Fig. 4
Fig. 5
OBSERVAÇÃO: 6.a Fase
OBSERVAÇÃO:
Fig. 6
5.a Fase
DESLOQUE A FERRAMENTA para a direita e tome
referência no anel graduado (fig. 7), marcando o ponto
zero.
Fig. 10
Fig. 8 Fig. 9
Fig. ll
8.a Fase
OBSERVAÇÕES:
a) Atenção para o sentido de giro da mani-vela,
quando afastar a ferramenta.
a) Antes de parar a máquina, afaste a ferramenta
da peça e desengate o avanço automático. b) Não abandone o tôrno nem desvie a atenção,
enquanto êle estiver em movimento.
b) Para o torneamento automático, determine o
c) Cuidado com cavacos quentes e cortantes.
avanço, consultando a tabela.
d) Não use mangas compridas, pois são muito
perigosas para trabalhar em tôrno.
II - DAR ACABAMENTO
l.a Fase
OBSERVAÇÃO:
2.a Fase
3.a Fase
5.a Fase
OBSERVAÇÕES:
QUESTIONÁRIO
Fig. 9 Fig. 10
a) Derrete-se o minério de ferro, juntamente com b) A gusa segue para o misturador, podendo ser,
um fundente (pedras calcáreas) em fornos também, transformada em peças brutas ou em
apropriados, usando-se o coque como lingotes.
combustível. Obtém-se, dessa forma, gás de c) Do misturador, a gusa segue para os fornos de
iluminação, escória e gusa. transformação em aço, denominados Bêssemer,
Siemens-Martin e elétricos.
RESUMO
QUESTIONÁRIO
Rólo da arame
Trefilação de arames
ESCALA
A escala (fig. 1), ou régua graduada, é um instrumento de aço que apresenta, em geral,
graduações do sistema métrico (decímetro, centímetro e milímetro) e graduações do sistema inglês
(polegada e subdivisões).
Encôsto
Fig. 1
As menores divisões, que permitem clara leitura nas graduações da escala, são as de milímetro e
1/32 da polegada. Mas estas últimas, quase sempre, sómente existem em parte da escala, que se
apresenta em tamanhos diversos, sendo mais comuns as de 6" (152,4 mm) e 12" (304,8 mm).
USOS DA ESCALA
No caso das figs. 3 e 4, coincide-se o traço de 1 cm com o extremo da dimensão a medir. Da leitura, subtrai-se
depois 1 cm. No indicado pela fig. 3, deve-se ter o cuidado para não inclinar a escala. No indicado pela fig. 4,
gira-se a escala nos sentidos indicados pelas flechas, até encontrar a maior medida.
Quando se faz a medição em polegada, deve-se coincidir o traço de 1".
OUTROS TIPOS DE ESCALA As figs. 5, 6 e 7 mostram
Encôsto interno
Fig. 6 — Escala de profundidade.
ferreiro).
APLICAÇÕES
10 — Medição de profundidade
de furo não vazado.
CARACTERÍSTICAS DA BOA ESCALA
CONSERVAÇÃO DA ESCALA
1) Evite quedas e o contacto da escala com 4) Não flexione a escala, para que não se
ferramentas comuns de trabalho. empene e não se quebre.
2) Não bata com a mesma. 5) Limpe, após o uso, para remover o suor e
3) Evite arranhaduras ou entalhes que preju- as sujeiras.
diquem a graduação. 6) Aplique ligeira camada de óleo fino na
escala, antes de guardá-la.
QUESTIONÁRIO
PAQUÍMETRO
Paquímetro é um instrumento de medida de precisão (fig. 1), feito geralmente de aço inoxidável.
1) O contacto dos encôstos com as superfícies da bem correta. Qualquer inclinação dêste,
peça deve ser suave. Não se deve fazer pressão altera a medida.
exagerada no impulsor ou no parafuso de 3) Antes da medição, limpe bem as superfícies dos
chamada. encôstos e as faces de contacto da peça.
2) Contacto cuidadoso dos encôstos com a peça, 4) Meça a peça na têmperatura normal. O calor
mantendo o paquímetro em posição dilata a mesma e altera a medida.
CONSERVAÇÃO DO PAQUÍMETRO
1) Deve ser manejado com todo o cuidado, 5) Dê completa limpeza após o uso, lubrifi-que
evitando-se quedas. com óleo fino.
2) Evite quaisquer choques. O paquímetro não deve 6) Não pressione o cursor, ao fazer uma medição.
ficar em contacto com as ferramentas usuais de 7) De vez em vez, afira o paquímetro, isto é,
trabalho mecânico. compare sua medida com outra medida padrão
3) Evite arranhaduras ou entalhes, que prejudicam rigorosa ou precisa.
a graduação.
4) O paquímetro deve ser guardado em estôjo
próprio.
QUESTIONÁRIO
Fig. 2 Fig. 3
tôrno mecânico horizontal com transmissão tôrno mecânico horizontal
externa. Vista lateral. com transmissão interna.
Vista lateral.
NOMENCLATURA
QUESTIONÁRIO
1) No aspecto externo, em que diferem os tôrnos modernos dos antigos? Qual a vantagem principal,
quanto ao nôvo aspecto externo?
2) Diga as características principais de um tôrno mecânico horizontal.
3) Em que consiste a operação de tornear?
A placa universal de três castanhas é muito 3) exige cuidados na lubrificação. A ranhura não
usada na oficina mecânica, pois permite centragem deve ser lubrificada, para evitar que os cavacos
rápida da peça; apresenta, entretanto, os seguintes e sujeiras a ela adiram, influindo na precisão da
inconvenientes: centragem ou danifica-cando a placa.
1) não serve para a fixação e centragem de peças Quando é necessário muita precisão na
de qualquer forma, mas sómente para peças centragem de uma peça na placa, não convém usar
cilíndricas ou hexagonais; a placa universal, mas a placa de castanhas que se
2) depois de certo tempo de uso, devido ao movem independentemente umas das outras.
desgaste no seu complicado mecanismo, não
oferece centragem precisa;
Cuidados a tomar:
1) Coloque a placa sôbre um calço de madeira apropriado, no barramento do tôrno, como mostra a fig. 1.
Fig. 1 Fig. 2
2) Limpe e lubrifique cuidadosamente a rôsca da 4) Ajuste a placa contra o tôpo da árvore, com a
árvore e a face do flange. Qualquer sujeira ou mão direita, e, com a esquerda, gire lentamente o
rebarba nessa face pode tornar defeituosa a tôrno, até que o encôsto da ' placa fique apertado
centragem da peça. na face do flange. Nunca se deve montar a placa
3) Limpe a rôsca da placa com grampo pró- com o tôrno em movimento.
prio (fig. 2).
) Não prenda na placa peças fundidas em bruto ou 4) Lubrifique com graxa os pinhões e a coroa
barras em bruto, com laminação defeituosa. dentada da placa. Não convém lubrificar a
!) Não introduza canos no manipulo da chave de ranhura espiral, a fim de evitar a aderência de
manobra com a finalidade de aumentar o braço sujeira ou cavacos.
de alavanca e tornar mais enérgico o apêrto. 5) De vez em quando, ou se houver alguma
) Para tornar melhor o apêrto da peça, basta usar a anormalidade no funcionamento da placa,
chave de manobra nos três encaixes dos pinhões desmonte-a e limpe cuidadosamente tôdas as
da placa. peças do seu mecanismo.
) No caso de peças de grandes diâmetros, prenda- 3) Não fixe peças cônicas na placa, pois não há
as nos últimos degraus, evitando que as possibilidade de mantê-las firmes.
castanhas fiquem muito salientes, ou seja, com
4) A peça bruta, com empenamento ou irre-
pequeno encaixe nas ranhu-
gularidade, não deve ser fixada na placa
ras (fig. 4).
universal. Esta só é usada para a centragem de
) A parte saliente da peça (figs. 5 e 6) não deverá, peças bem uniformes.
em regra geral, ser superior a três vêzes o
diâmetro da peça
QUESTIONÁRIO
fig. 1 Fig. 2
Para se obter a altura desejada, em cada máximo de 2 mm), para que não se dê flexão da
fixação de ferramenta, é usual o emprêgo de um ou ferramenta e pressão exagerada sôbre o carro do
mais calços de aço, entre a parte inferior da tôrno.
ferramenta e a base do porta-ferramenta (fig. 2). Quanto ao ângulo do eixo longitudinal da
Admite-se que, em operação de corte pesado ferramenta com o eixo longitudinal da peça, o valor
(grandes cavacos), a ponta da ferramenta fique é variável, conforme o tipo de trabalho. Por
ligeiramente acima do centro (cêrca de 1/40 do exemplo, reto (90°) na operação de desbastar (fig.
diâmetro da peça, até um 3) e pouco inferior a 90° na operação de facear (fig.
4).
Fig. 3
Fig. 4
TIPOS DE PORTA-FERRAMENTA
São usuais os indicados nas figs. 5, 6 e 7: o de poste (fig. 5), o de placa ajustável (fig. 6) e a tôrre
quadrada (fig. 7).
Os dois primeiros se prestam à fixação último, mais reforçado, serve para trabalhos da ferramenta
de corte em trabalhos leves. O pesados, nos quais é grande o esfôrço de corte.
Para que a ferramenta conserve bem seu tato superior no porta-ferramenta (figs. 9 e 10).
corte, produza trabalho de bom acabamento e não No exemplo da fig. 9, a placa de apêrto deve
trepide, deve ser rígida, isto é, não deve flexionar, estar bem nivelada, para que se dê completo
por pouco que seja, em virtude da pressão de corte. contato entre sua face inferior e a face superior
da ferramenta de corte.
Mecânica
1 — Ajustador
2 — Torneiro Mecânico
3 — Fresador
4 — Retificador
5 — Soldador Elétrico
6 — Soldador Oxi-acetilênico
7 — Contrôle de Qualidade Dimensional
8 — Cronometragem
9 — Tecnologia Mecânica 10 —
Serralheiro
1 1 — Reparador de Aparelhos Domésticos de Refrigeração
12 — Mecânico de Refrigeração
13 — Ferramenteiro
Mecânica de Autos
Fundição
17 — Modelador de Fundição
18 — Moldador de Fundição
Construção Civil
19 — Carpinteiro de Obras
20 — Instalador de Água e Esgôto
21 — Pedreiro
22 — Pintor de Obras
Desenho Técnico
23 — Desenhista Mecânico
24 — Leitura de Desenho Técnico Mecânico
Rádio e Televisão
25 — Reparador de Rádio Receptor
26 — Reparador de Televisores
Eletricidade
27 — Eletricista Enrolador
28 — Reparador de Aparelhos Eletrodomésticos
29 — Eletricista Instalador
Organização
30 — Conceitos Básicos para a Elaboração de Séries
Metódicas de Oficina
Serviço Gráfico e Papel da Comp. Melhoramentos de São Paulo - Ind. de Papel - Rua Tito, 479 - São Paulo