Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Área de Formação
Manual do Formando
MÓDULO 1
FORMADOR/A: SIXTEMA, CONTEXTO E PERFIL
Sub- módulos
Abril 2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................. 4
2. Sub-módulo / 1.1. Formador: Contextos e Intervenção ..................................................... 6
2.1. Sessão 1......................................................................................................................... 6
2.1.1. Formação Profissional: Conceito e fundamentos ................................................ 6
2.1.2. Formação profissional e sistema de ensino tradicional ...................................... 7
2.1.3. Políticas Europeias e Nacionais de Educação/Formação .................................... 9
2.1.4. Fundo Social Europeu (FSE) ................................................................................ 10
2.1.5. O Quadro Europeu de Qualificações (QEQ) ....................................................... 12
2.1.6. Sistema Nacional de Qualificações – SNQ ......................................................... 12
2.1.7. Legislação de enquadramento da Formação Profissional ................................. 15
2.2. Sessão 2....................................................................................................................... 16
2.2.1. Legislação de enquadramento da atividade de formado.................................. 16
2.2.2. Perfil do Formador (atividades, competências e capacidades) – formador
profissional multitarefa ...................................................................................................... 16
2.2.3. As (des)ilusões do formador .............................................................................. 21
2.2.4. Os dez mandamentos do formador ......................................................................... 22
2.2.5. Código deontológico: direitos e deveres do formador ........................................... 23
2.2.6. Tipos de formação profissional: Inicial e Contínua ................................................. 24
2.3. Sessão 3....................................................................................................................... 26
2.3.1. Modalidades de formação profissional ............................................................. 26
2.3.2. Modalidades de Intervenção Formativa ............................................................ 38
3. Sub-módulo / 1.2. Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo ............................ 41
3.1. Sessão 1....................................................................................................................... 41
3.1.1. Princípios da teoria da aprendizagem ............................................................... 41
3.1.1.1. Teorias Comportamentalistas (Behavioristas) .............................................. 41
3.1.1.2. Teorias Cognitivas ........................................................................................... 46
3.1.1.3. Teorias Humanistas ........................................................................................ 47
3.1.2. Pedagogia, andragogia, didática e psicologia da aprendizagem .......................... 49
3.1.3. Processos, etapas e fatores psicológicos da aprendizagem .............................. 55
3.1.4. Percursos da aprendizagem (individualizada/em grupo) ................................. 58
3.2. Sessão 2....................................................................................................................... 59
3.2.1. Espírito empreendedor na formação (conceito, competências e principais
obstáculos) .......................................................................................................................... 59
3.1.2. Pedagogia diferenciada e diferenciação pedagógica: conceitos, tipos e formas de
diferenciação ...................................................................................................................... 60
2
3.1.3. Diferenciar porquê? A Aprendizagem através da Programação Neurolinguística
(PNL) .................................................................................................................................... 65
3.1.4. Princípios da Criatividade Pedagógica (abordagem criativa e promoção de
competências)..................................................................................................................... 68
4. Bibliografia .......................................................................................................................... 70
3
1. Introdução
Com a frequência do Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores os
futuros formadores deverão assumir-se como atores conscientes e dinamizadores do
seu papel no seio do sistema de Formação Profissional.
4
- Enunciar as competências e capacidades necessárias à atividade de formador;
5
2. Sub-módulo / 1.1. Formador: Contextos e Intervenção
O principal objetivo deste sub-módulo é dotar os formandos com
conhecimentos legislativos e de âmbito geral, para que compreendam e conheçam a
validade da Formação Profissional, e estejam cientes dos desafios e das opções que
têm, enquanto formadores, no momento da preparação de uma ação de formação.
2.1. Sessão 1
6
(escola, centro de formação e empresa), impondo-se a existência de recursos humanos
que detenham capacidade e competência na orientação pedagógica dos alunos e
formandos, seja ela em contexto institucional (escolas, centros de formação), ou em
contexto de empresa.
A nova regulamentação do trabalho, onde se preconiza uma maior intervenção
do mundo empresarial na formação contínua dos seus trabalhadores, poderemos
afirmar que a formação no posto de trabalho e a aproximação entre Centro de
Formação, escola e empresa, é uma clara tendência de futuro, devido, por um lado, ao
impacto que as novas tecnologias têm nos processos produtivos, o que implica uma
clara aposta na formação ao longo da vida, e por outro, nos próprios processos
formativos orientados para a auto - aprendizagem e apoio aos alunos do ensino
tradicional, tendo em vista minorar o abandono escolar. Ao longo da vida deparamo-
nos com a responsabilidade de encaminhar ou formar alguém em diferentes aspetos
que nos rodeiam, acabamos por ser formadores sem termos por vezes consciência
disso.
7
valorização diferentes personalidades, projetos individuais de existência,
valores e culturas;
✓ Transmite, constrói e valoriza o nosso património cultural, no quadro da
tradição universalista europeia e da crescente interdependência e necessária
solidariedade entre todos os povos do mundo;
✓ Proporciona a aquisição crítica dos saberes necessários ao homem, enquanto
ser individual, social e ocupacional;
✓ Garante a igualdade de oportunidades de acesso à educação e ao usufruto de
bens educacionais;
✓ Promove a integração social e a valorização das pessoas na comunidade local,
regional, nacional e europeia.
8
Diferença entre o Ensino e Formação
40-500 10-20
Quantidade de
Instrumentos
9
2.1.4. Fundo Social Europeu (FSE)
O Fundo Social Europeu (FSE) é o principal instrumento financeiro que permite
à União Europeia concretizar os objetivos estratégicos da sua política de emprego.
Instituído pelo Tratado de Roma, é o Fundo Estrutural mais antigo, prosseguindo desde
há 40 anos, em colaboração com os Estados-membros (EM), uma estratégia de
investimento em programas e políticas que têm como objetivo específico desenvolver
as competências e melhorar as perspetivas profissionais dos cidadãos europeus.
10
e para reduzir as segregações verticais no mercado de trabalho, baseadas no
sexo.
Mais de metade das verbas da UE são canalizadas através dos cinco Fundos
Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), que são geridos em conjunto pela
Comissão Europeia e pelos países da UE. O objetivo destes fundos é promover o
investimento na criação de emprego e numa economia e ambiente europeus
sustentáveis e saudáveis.
11
diversificar as suas economias, melhorando a qualidade de vida das populações
costeiras.
12
Quadro Nacional de Qualificações
13
internacional.
Passaporte Qualifica
14
2.1.7. Legislação de enquadramento da Formação Profissional
DIPLOMAS ENQUADRAMENTO
15
2.2. Sessão 2
✓ Competências PEDAGÓGICAS;
16
✓ Competências ao nível humano - PSICOSSOCIAIS;
Competências Pedagógicas
a. Planeamento/Preparação de Formação:
✓ Análise/caracterização do projeto da ação de formação em que irá intervir:
objetivos, perfis de entrada e de saída, programa, condições de realização;
✓ Constituição do dossier da ação de formação;
✓ Conceção e planificação do desenvolvimento da formação: objetivos,
conteúdos, atividades, tempos, métodos, avaliação, recursos didáticos,
documentação de apoio;
✓ Elaboração dos planos das sessões de formação.
b. Desenvolvimento/Animação da formação
✓ Condução/mediação do processo de formação/aprendizagem, desenvolvendo
os conteúdos, estabelecendo e mantendo a comunicação e a motivação dos
formandos, gerindo os tempos e os meios materiais necessários, utilizando
auxiliares didáticos;
✓ Gestão da progressão na aprendizagem realizada pelos formandos, utilizando
meios de avaliação formativa e implementando os ajustes necessários.
c. Avaliação da formação
✓ Avaliação final da aprendizagem realizada pelos formandos;
✓ Avaliação do processo formativo;
✓ Reestruturação do plano de desenvolvimento da formação.
17
Competências Psicossociais
18
✓ Criatividade;
✓ Flexibilidade;
✓ Espírito de iniciativa e abertura à mudança.
19
✓ Gerir os fenómenos de relacionamento interpessoal e de dinâmica de
grupos;
✓ Gerir os tempos e os meios materiais necessários à formação;
✓ Utilizar os métodos, técnicas, instrumentos e auxiliares didáticos.
20
interessado ou pela entidade formadora ou beneficiária confr. art. 9º nº 1 do Dec- Reg.
Nº 66/94, alterado pelo Dec- Reg. nº 26/97.
21
7. Fui tão claro que ninguém me pôs questões.
As desilusões:
4. As aparências iludem!..
22
6. Se és capaz de destacar os pontos essenciais de um conjunto de
informações...
23
✓ Assegurar a reserva sobre dados e acontecimentos relacionados com o
processo de formação e seus intervenientes;
✓ Zelar pelos meios materiais e técnicos postos à sua disposição;
✓ Ser assíduo e pontual;
✓ Cumprir a legislação e os regulamentos aplicáveis à formação.
a. Qualificação Inicial
b. Aprendizagem
24
característica constitui um dos fatores de sucesso desta modalidade no que diz
respeito à integração dos formandos no mercado de trabalho.
c. Educação e Formação
Estes cursos têm como objetivo certificar jovens em risco de abandono escolar
ou que entraram de forma precoce no mercado de trabalho com uma qualificação
profissional inicial, permitindo, para além da qualificação profissional, uma progressão
ao nível da escolaridade. Tal como no anterior, também este curso integra uma
componente de formação em contexto real de trabalho, visando consolidar as
competências adquiridas ao longo da formação teórico-prática.
Estes últimos cursos destinam-se a jovens e adultos com idade igual ou superior
a 18 anos, empregados ou desempregados, que não possuam qualquer qualificação ou
uma qualificação adequada, dando equivalência ao 4º, 6º, 9º e 12º ano de
escolaridade. Ao contrário dos cursos anteriores, este inicia-se por um processo de
reconhecimento e validação de competências, desenvolvido antes da formação, que
permitirão adequar o percurso formativo de cada formando, em função das suas
habilitações e competências profissionais. O percurso formativo inclui uma formação
de base e uma componente de formação profissionalizante (que inclui prática no
contexto real).
25
Todos estes cursos se referem a formação específica após uma qualificação inicial
(condição básica de acesso), isto é, constituem uma forma de aperfeiçoamento após a
obtenção de uma qualificação que lhe permitiu previamente o acesso ao mercado de
trabalho.
2.3. Sessão 3
B. Cursos de Aprendizagem
C. Cursos Profissionais
26
H. Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
27
B. Cursos de Aprendizagem
Têm assim como objetivo a intervenção junto dos jovens em transição para a
vida ativa e dos que já integram o mercado de trabalho sem o nível secundário de
formação escolar e profissional, com vista à melhoria dos níveis de empregabilidade e
de inclusão social e profissional.
28
C. Cursos Profissionais
Estes cursos têm uma estrutura curricular organizada por módulos, o que
permite maior flexibilidade e respeito pelos ritmos de aprendizagem dos formandos.
✓ Sociocultural;
✓ Científica;
✓ Técnica.
29
✓ É titular de um curso de ensino secundário, ou de habilitação
legalmente equivalente;
✓ Tendo obtido aprovação em todas as disciplinas do 10.º e 11.º e tendo
estado inscrito no 12.º ano de um curso de ensino secundário ou de
habilitação legalmente equivalente e não o tenha concluído;
✓ Seja titular de uma qualificação profissional de nível 4;
✓ Seja titular de um Diploma de Especialização Tecnológica (DET) ou de
um grau ou diploma de ensino superior que pretendam a sua
requalificação profissional.
30
✓ Uma componente de formação tecnológica;
✓ Uma formação em contexto de trabalho.
31
Estão orientados numa dupla perspetiva: o prosseguimento de estudos em
cursos de especialização tecnológica ou de ensino superior e a inserção no mundo do
trabalho.
32
✓ Numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida;
✓ Em percursos de formação, definidos a partir de um diagnóstico inicial
avaliativo, efetuado pela entidade formadora do Curso EFA, ou de um
processo de reconhecimento e validação das competências que o adulto
foi adquirindo ao longo da vida, desenvolvido num Centro de Novas
Oportunidades;
✓ Em percursos formativos desenvolvidos de forma articulada, integrando
uma formação de base e uma formação tecnológica ou apenas uma
destas;
✓ Num modelo de formação modular tendo por base os referenciais de
formação que integram o Catálogo Nacional de Qualificações;
✓ No desenvolvimento de uma formação centrada em processos
reflexivos e de aquisição de competências, através de um módulo
intitulado “Aprender com Autonomia” (nível básico de educação e/ou
nível 2 de qualificação profissional) ou da construção de um Portefólio
Reflexivo de Aprendizagens” (nível secundário e/ou nível 3 de
qualificação profissional.
33
quando, a título excecional, concluir apenas a componente de formação tecnológica
(por ser detentor da habilitação escolar), terá direito à emissão de um Diploma.
34
As formações modulares podem ser promovidas por entidades de natureza
pública, privada ou cooperativa, designadamente estabelecimentos de ensino, centros
de formação profissional, autarquias, empresas ou associações empresariais,
sindicatos e associações de âmbito local, regional ou nacional, desde que integrem a
rede de entidades formadoras do Sistema Nacional de Qualificações.
35
I. Formação para públicos diferenciados
36
necessidades, visando a melhoria da sua capacidade de gestão e o aumento da
competitividade, modernização e capacidade de inovação das respetivas empresa.
✓ Direta ou indiretamente;
✓ A curto ou médio-prazo.
37
TIPOS DE FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE OBJETIVO
TRABALHO
Familiarizar novos trabalhadores com o local de
trabalho, nomeadamente:
- Valores e princípios
Formação de integração e orientação - Estilo de gestão
- Estrutura interna
- Regras básicas
- Trabalho em equipa
Melhorar os conhecimentos e aptidões técnicas
dos trabalhadores para desempenhar as suas
Formação Técnica Funcional funções.
Formação para o desenvolvimento de
comportamentos desejáveis.
Treinar/estimular para o trabalho em equipa,
Formação para o desenvolvimento grupal nomeadamente tomada de decisão em equipa e
desenvolvimento de consensos.
Potenciar o desenvolvimento do potencial
Formação para o desenvolvimento pessoal humano agindo sobre aspetos individuais. (ex.
Gestão de stress, organização pessoal, etc.)
38
avaliação do progresso do formando. Os modelos de ensino à distância incluem 3
gerações:
3ª Geração – Multimédia.
39
As soluções e-Learning e b-Learning, de aplicação crescente, tornaram-se cada
vez mais apelativas para as empresas na medida em que possibilitam alcançar padrões
de maior produtividade pedagógica com menos tempo despendido fora do local de
trabalho. Neste sentido, o e-Learning e o b-Learning respondem a uma das linhas de
desenvolvimento inequívocas da formação profissional: a linha de evolução High Tech.
40
3. Sub-módulo / 1.2. Aprendizagem, Criatividade e
Empreendedorismo
Incutir nos formandos conceitos de criatividade, empreendedorismo e
aprendizagem diferenciada, dando-lhes igualmente a perspetiva pedagógica de
interligação destes conceitos com a aprendizagem. Assim como, incutir a perspetiva da
aprendizagem dos formandos - como é processada e como pode ser estimulada, é o
principal objetivo deste sub-módulo.
3.1. Sessão 1
41
estímulo, o elemento que desencadeia a ação e como reforço, o estímulo particular
que a dirige. Assim, a aprendizagem traduz-se num comportamento expresso,
partindo-se do princípio de que a solução encontrada para um problema está correta,
o indivíduo aprendeu. A aprendizagem progride à medida que o sujeito vai elaborando
associações cada vez mais complexas.
42
A. Teorias do Condicionamento Clássico
Ivan Pavlov (1849-1936), médico fisiologista russo, dedicou grande parte da sua
vida ao estudo do controlo nervoso de vários reflexos animais, nomeadamente a
secreção de saliva. Embora o seu interesse inicial fosse a pesquisa dos fatores
glandulares e neuronais na digestão, as experiências executadas vieram a revelar
dados importantes noutros âmbitos.
43
A teoria do Condicionamento Operante, desenvolvida por Skinner, a partir dos
trabalhos de Thorndike, outros behaviouristas, defende que a aprendizagem é uma
associação entre estímulos e respostas (E-R) e respostas e estímulos (R-E).
Como refere Jorge Pinto: “Um dia dá-se uma resposta; esta tem consequências
positivas ou negativas e, para a próxima vez, em tal situação, ou volto a dar ou a evitar
a resposta anterior.”
44
formando o comportamento adequado, mediante a utilização de estímulos e reforços
apropriados. Logo, o formador deve deter o conhecimento das respostas corretas para
conduzir os formandos no sentido da sua adoção, o que pressupõe que aquele
encontre soluções para algumas questões:
C. Modelagem (Bandura)
45
3.1.1.2. Teorias Cognitivas
Estas teorias debruçam-se sobre o estudo dos processos cognitivos que se
desenvolvem entre o Estímulo e a Resposta.
✓ Verbais;
✓ Visuais;
✓ Tácteis;
✓ Combinação dos 3 anteriores.
47
e experiências, a criação deste clima torna-se fundamental para potenciar o seu
trabalho.
Este item é também uma condição de sucesso e passa por assegurar que cada
sujeito se sinta valorizado no quadro do grupo que integra.
48
Por outras palavras, o sucesso da aprendizagem no contexto de formação deve
sempre ser aferido por referência aos objetivos da própria formação, sendo necessário
que se verifique uma mudança no indivíduo: o aumento, a correção ou o
aperfeiçoamento do saber-saber, do saber-ser e/ou do saber-fazer.
Lindeman identifica pelo menos cinco pressupostos em torno dos quais deve
girar a educação e formação de adultos:
1. Os adultos são motivados para aprender, à medida que verificam que as suas
necessidades e interesses são satisfeitos;
49
5. A diferença individual entre as pessoas cresce com a idade, logo, o formador
deverá ter em conta as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.
50
Se compararmos a aprendizagem das crianças (pedagogia) e dos adultos
(andragogia), obteremos as seguintes diferenças:
51
Assim, podemos apontar como características gerais da aprendizagem adulta, as
seguintes:
Quando nos referimos ao modo como os adultos aprendem, temos que ter em conta os
seguintes aspetos:
✓ Memória Imediata
Esta faculdade é afetada à medida que a idade avança, uma vez que nos
indivíduos mais velhos a fase de “fixar” é mais facilmente quebrada por outras
atividades. Assim, o formador, numa sessão de formação, deverá reduzir ao máximo a
quantidade de memorização consciente que tem de ser feita pelo formando. Este
deverá ter em conta que “fixar” não é só olhar para uma lista e tentar aprendê-la, deverá
incluir atividades como escutar, seguindo determinadas instruções dadas, observar
demonstrações que terá que copiar mais tarde, etc.
✓ Ritmo de Aprendizagem
✓ Realidade
52
Na formação de adultos as técnicas ensinadas no esquema de aprendizagem
devem ser o mais semelhante possível à profissão a atingir, e os materiais usados, os
problemas expostos e os métodos utilizados devem ser considerados pelo formando
como relevantes e úteis na sua vida diária.
✓ Aprender a Aprender
Assim, de acordo com José Manuel Dias (1997: 23 a 29) e com base nas
conclusões que a andragogia tem apurado nos sucessivos estudos e experiências
desenvolvidas, podemos apontar 7 grandes princípios do ensino de adultos:
1 - Métodos Ativos
“(…) sabe-se que retemos melhor o que vimos do que ouvimos, e ainda melhor
o que fazemos. Assim, os meios a utilizar devem fazer apelo a múltiplos sentidos,
obrigando o participante a ouvir e ver ao mesmo tempo, e, sempre que possível, a fazer
coisas (…)”.
2 - Individualização
53
“(…) o adulto reage mal a períodos longos de trabalho sobre questões que nada
tenham a ver com os problemas do seu quotidiano (…)”.
4 - Apelo à Experiência
5 - Prevenir o Insucesso
“Os adultos não são muito abertos a que se lhes diga que erraram, ou que
procederam mal, e só aceitam isso se eles próprios o verificarem, e conferirem ao
formador autoridade para os corrigir. Esta correção deve vir em forma de “explicar como
se faz”. (…) O adulto aprende melhor em ambiente de sucesso, isto é, se lhe forem
criadas as condições em que se erre pouco, e em que os êxitos sejam imediatamente
reforçados (…)”.
7 - Ensinar a aprender
54
3.1.3. Processos, etapas e fatores psicológicos da aprendizagem
De acordo com José Eduardo Rocha (1992), o processo de aprendizagem
apresenta as seguintes características:
55
✓ Motivação
É uma tensão interna que leva o indivíduo a agir com dinamismo e empenho
em determinada direção. Na pedagogia, a motivação tem um papel de destaque,
procurando-se técnicas de motivação para incentivar os formandos, isto é, estimular a
vontade destes aprenderem. A motivação baseia-se numa necessidade, ou seja, na
diferença entre aquilo que se pretende ter e se tem. Se os alunos/formandos não
estiverem motivados para aprender, não farão aprendizagens significativas. Os fatores
motivacionais têm levado a uma mudança do clima em contexto de sala de aula ou
formação, por exemplo passou a valorizar-se a apresentação dos materiais escolares e
a clareza da exposição dos educadores/formadores, a estimulação da atenção do
aluno/formando, o clima de confiança em que os alunos/formandos se sentem
implicados, etc. É importante o aluno/formando ser ativo no seu processo de
aprendizagem para que queira aprender;
✓ Atenção
✓ Experiências passadas
56
transferência de uma situação para outra pode facilitar ou dificultar a nova
aprendizagem. Uma transferência é positiva se a influência que exerce na
aprendizagem futura é positiva. Deste modo, a habilidade adquirida favorece
atividades idênticas, por exemplo, aprender a andar de bicicleta favorece a
aprendizagem de andar de moto. Uma transferência é negativa se inibir novas
aprendizagens, por exemplo andar de bicicleta dificulta a aprendizagem de andar de
barco, pois no caso de querermos virar o barco à esquerda temos que virar o leme
para a direita; (Monteiro e Santos, 1995)
✓ Memória
57
✓ Reforço
✓ Resolver conflitos;
58
3.2. Sessão 2
59
O empreendedorismo tem vantagens a vários níveis:
Obstáculos do empreendedor:
60
mais do mesmo” aos educandos que ainda não tinham atingido os objetivos, enquanto
os outros realizavam tarefas de enriquecimento dos seus saberes e competências.
A inegável existência de diferentes ritmos de aprendizagem traz como consequência,
inevitável, um olhar atento para a importância da gestão curricular, ou seja, a gestão
dos conteúdos a ensinar/formar, dos métodos pedagógicos e ainda dos próprios
resultados.
Mas fazer um ensino ou dinamizar formação dirigido a todos não é, como por
vezes se diz, “baixar o nível de exigência”, mas sim fazer uma gestão curricular que
tenha presente que os educandos não aprendem todos da mesma forma, com o
mesmo modelo, nem as suas dificuldades são as mesmas. É, sim, procurar ajustar as
práticas pedagógicas aos educandos, às suas características pessoais e coletivas, aos
seus pontos fortes e menos conseguidos. Tal, requer, evidentemente, um
conhecimento profundo sobre os educandos e o conhecimento e domínio de múltiplas
estratégias de ensino, de formação e de aprendizagem.
61
✓ Diferenciação pedagógica institucional quando acontece a nível macro
da estrutura, a nível do sistema educativo ou das escolas e instituições
de formação.
É este terceiro tipo de diferenciação que mais nos interessa focar. Note-se que
se assumimos que os formandos apresentam características diversas, têm as suas
formas pessoais de aprender, e a aprendizagem/formação é um direito de todos, o
formador, enquanto principal responsável pela construção de experiências de
aprendizagem, deve gerir o currículo tendo em conta essas diferenças. É, enquanto o
processo de formação se desenvolve, que faz sentido procurar adequá-lo às
características dos diferentes intervenientes da comunidade formativa. Não é uma
ação primordialmente retroativa, mas sim a desenvolver de forma inter-relacionada
com o quotidiano do trabalho da sala de formação.
62
aprendizagem, a modalidade que aparece sempre em primeiro lugar é a pedagogia
diferenciada.
63
aposta na diferenciação – conseguir concretizar o magno objetivo de obter o sucesso
formativo de cada um, na sua diferença.
64
Nem sempre o formador dispõe de toda a informação necessária – este
processo vai-se melhorando e muitas vezes por tentativa e erro, na implementação e
modificação de estratégias pedagógicas.
65
funcionam, como criamos os nossos pensamentos, sentimentos, estados emocionais e
comportamentos e como podemos direcionar e otimizar esse processo. Ou seja,
estuda como o ser humano funciona e como ele pode escolher a maneira de como
quer funcionar. Estuda como se processa o pensamento. Pensar é usar os sentidos
internamente. Pensamos, através da visualização de imagens internas, enquanto
ouvimos sons, ou quando falamos internamente ou então quando temos sensações.
Também estuda a influência da linguagem que, embora seja produto do sistema
nervoso, ativa, direciona e estimula o cérebro e é também a maneira mais eficaz de
ativar o sistema nervoso dos outros, o que facilita a comunicação.
PNL e Aprendizagem
2 - O que o grupo percebe como tendo sido dito por nós é que importa e não
aquilo que pretendíamos dizer.
66
6 - Não existem pessoas sem recursos, apenas estados sem recursos. Ninguém
é totalmente errado ou limitado. É uma questão de descobrir como a pessoa funciona
e ver o que e como pode ser mudada para se obter um resultado mais útil e desejável.
67
3.1.4. Princípios da Criatividade Pedagógica (abordagem criativa e
promoção de competências)
A educação é o sistema que deveria desenvolver as nossas capacidades naturais
e tornar-nos capazes de nos afirmarmos no mundo. No entanto, muitas vezes, a
Educação/Formação está a asfixiar os talentos e as capacidades individuais de
demasiados alunos/formandos e a destruir a sua vontade de aprender/formar. Na
formação pedagógica de formadores, deveremos partir da ideia de que a criatividade e
paixão são essenciais à educação/formação. Assim, e a partir de uma reflexão sobre
práticas, ideias e projetos que de alguma forma possam contribuir para o
desenvolvimento de competências favoráveis à inovação, o formador deve agir para
desenvolver processos de educação e as competências para a inovação.
68
crítico e a capacidade de comunicar e trabalhar em equipas na resolução de problemas
complexos são vitais para a inovação.
69
4. Bibliografia
✓ Fernandes, António Monteiro; Direito do Trabalho; 14ª Ed.; Livraria Almedina;
Maio 2009;
✓ Cardim J. C & MIRANDA; Práticas de Formação Profissional; 2ª Ed.; Lisboa
Instituto Superior de Ciências do Trabalho; 1998;
✓ RASETH, António; O Perfil e as funções do Formador; Coleção Formar
Pedagogicamente; Editor
✓ Instituto de emprego e formação Profissional; 4ª Ed. Abril 1999Ferrão, Luís, et
all, “Formação Pedagógica de Formadores”, Lidel Edições Técnicas, 3ª Edição,
Outubro 2000
✓ Gardner, H. (1994). Estruturas da mente. A teoria das inteligências mútuas.
Porto Alegre: Artmed
✓ Gardner, H. (1996).Mentes que criam: uma anatomia da criatividade observada
através das vidas de Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham e
Gandhi. Porto Alegre: Artes Médicas
✓ Hargreaves, A. & Fink, D. (2003). The seven principles of sustainable leadership
✓ Mão-de-Ferro, A.; Fernandes, V., “O formador e o grupo”, Colecção Aprender,
IEFP, Abril de 1998
✓ Meirieu, P. (1988). Apprende…oui, mais comment? Paris: ESF
✓ Monteiro, M.; Santos, M., Psicologia, Porto Editora, 1995
✓ Pinto, Jorge, “Psicologia da Aprendizagem – Concepções, Teorias e Processos,
Colecção Aprender, IEFP
✓ Rocha, José Eduardo, “Condições e Factores de Aprendizagem”, Colecção
Formar Pedagogicamente, IEFP, 2ª Edição, 1992, pág. 22
✓ Lopes, Liliana; Pereira, Margarida, “Formação Pedagógica Inicial de
Formadores”, Fundação para a divulgação das tecnologias de informação, 2006
✓ Martins, Jorge, “Manual da Formação de Pedagógica Inicial de Formadores”,
IEFP, 2008
✓ Marina, J.A. (1994). Teoria de la inteligência criadora. Barcelona: Anagrama
✓ Pinto, J. (2007). Individualização e diferenciação: Duas gestualidades para lidar
com a diferença. In J. Pinto; J. Lopes; L. Santos & J. Brilha. Diferenciação
pedagógica na formação (pp. 53-63). Lisboa: IEFP
70
Legislação
URLS
✓ htpp://formacao.atwebpages.com
✓ htpp://www.novasoportunidades.gov.pt
✓ http://www.Forma-te-CatalogoNacional de Qualificações
✓ http://www.iefp.pt/Paginas/Home.aspx
✓ http://www.catalogo.anqep.gov.pt/Home/QNQ
71