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ANATOMIA RADIOLÓGICA

Caixa Torácica
A função principal da caixa torácica é servir como um fole que se expande e se
contrai durante a inspiração e a expiração, respectivamente. Isso é ocasionado
pela alternância de movimentos dos músculos ligados à caixa torácica e pelo
efeito da pressão atmosférica. Dessa maneira, o ar entra e sai dos pulmões
durante a respiração.

A caixa torácica consiste no esterno, nas vértebras torácicas, e em 12 pares de


costelas que unem o esterno à coluna vertebral. A caixa torácica protege
importantes órgãos do sistema respiratório e estruturas vitais dentro do
mediastino, como o coração e os grandes vasos.
O esterno é também um local comum para a biópsia de medula, no qual, sob
anestesia local, uma agulha é inserida para extrair uma amostra de medula
óssea vermelha.

O desenho na Fig. 10-3 mostra a relação do esterno com os 12 pares de


costelas e as 12 vértebras torácicas. Como visto nas figuras, em uma posição
frontal, o esterno se sobrepõe às estruturas dentro do mediastino e à coluna
torácica. Portanto, uma incidência anteroposterior (AP) ou posteroanterior
(PA) convencional demonstraria a coluna torácica, mas mostraria muito mal o
esterno, se isso, realmente, chegasse a ocorrer.
Esterno
O esterno adulto é um osso fino, estreito e plano com três divisões. É composto
de um tecido esponjoso altamente vascularizado, coberto por uma fina camada
de osso compacto. O comprimento total de um esterno adulto é de,
aproximadamente, 18 cm. A porção superior chama-se manúbrio. O
comprimento médio de um manúbrio adulto é de 5 cm.

O corpo perfaz a maior parte do esterno e mede por volta de 10 cm de


comprimento. A união dos quatro segmentos do corpo começa durante a
puberdade e pode ainda estar incompleta até, aproximadamente, os 25 anos
de idade.

A parte mais inferior do esterno é o processo xifóide, que é composto de


cartilagem durante a infância e juventude e geralmente não se calcifica
totalmente até aproximadamente os 40 anos de idade. O processo xifóide
geralmente é bastante pequeno; entretanto, pode variar em tamanho, forma e
grau de calcificação.

Pontos de referência palpáveis

A borda superior do manúbrio é fácil de palpar e é chamada incisura jugular


(Fig. 10-4). Um nome alternativo para essa estrutura é incisura do manúbrio ou
supraesternal, que se refere à área situada entre as duas clavículas ao longo
da borda superior do esterno. A incisura jugular está no nível de T2-T3.
A extremidade inferior do manúbrio se une ao corpo do esterno e forma uma
proeminência palpável, o ângulo do esterno (sínfise manubriesternal). Esse
ponto também é facilmente palpável e pode ser usado para localizar outras
estruturas da caixa torácica. Num adulto médio, o ângulo do esterno está
situado no nível do espaço entre T4 e T5. O processo xifoide corresponde ao
nível de T9-T10. A margem costal inferior corresponde ao nível de L2-L3.

Articulação esternoclavicular

Cada clavícula se articula com a porção lateral do manúbrio na incisura


clavicular de cada lado (articulação esternoclavicular). Esta é a única conexão
óssea entre cada cíngulo do membro superior e a caixa torácica.

Articulações esternocostais

As clavículas e as cartilagens dos primeiros sete pares de costelas unem-se


diretamente ao esterno. Abaixo de cada incisura clavicular e articulação
esternoclavicular, há uma depressão ou faceta para a articulação da cartilagem
da primeira costela.

As costelas anteriores não se unem diretamente ao esterno, mas sim por meio
de um pedaço pequeno de cartilagem denominado cartilagem costal. (Fig. 10-
4). A cartilagem costal e as costelas foram adicionadas a um lado do desenho
para mostrar sua relação.

A segunda cartilagem costal se une ao esterno no nível do ângulo do esterno.


Um modo fácil de localizar a extremidade anterior da segunda costela é,
primeiramente, localizar o ângulo do esterno, e depois palpar lateralmente ao
longo da cartilagem e do osso da costela.

A terceira a sétima cartilagens costais unem-se diretamente ao corpo do


esterno.

As costelas 8, 9, e 10 também têm cartilagem costal, mas estas se conectam à


cartilagem costal 7, a qual, então, une-se ao esterno.

Costelas
Cada costela é numerada de acordo com a vértebra torácica à qual ela se une;
assim, as costelas são numeradas de cima para baixo. Os primeiros sete pares
de costelas são chamados costelas verdadeiras. Cada costela verdadeira une-
se diretamente ao esterno por meio de sua própria cartilagem costal. O termo
costelas falsas aplica-se aos últimos cinco pares de costelas, numeradas 8, 9,
10, 11 e 12.

O desenho na Fig. 10-5 mostra que, apesar de as costelas 8 a 10 terem


cartilagens costais, essas se unem à cartilagem da costela 7.
Os últimos dois pares de costelas falsas são únicos, pois não têm cartilagem
costal. O termo costelas flutuantes pode ser usado para designar esses dois
pares de costelas.

Resumo

As costelas 1 a 7 são denominadas costelas verdadeiras e unem-se


diretamente ao esterno. Os últimos cinco pares de costelas, 8 a 12, são
chamadas costelas falsas. Os últimos dois pares de costelas, 11 e 12, os quais
também são costelas falsas, são denominados costelas flutuantes, pois não
estão ligadas na região anterior.

Costela típica

Perspectiva inferior

Uma costela típica visualizada de sua superfície inferior está ilustrada na Fig.
10-6. Uma costela central é usada para mostrar as características comuns de
uma costela típica. Cada costela tem duas extremidades, uma posterior ou
extremidade vertebral, e uma anterior ou extremidade esternal. Entre as duas
extremidades, encontra-se o corpo da costela.
A extremidade vertebral é constituída pela cabeça, a qual é articulada a uma ou
duas vértebras torácicas e um colo achatado. Lateralmente ao colo, há um
tubérculo elevado que se articula com o processo transverso de uma vértebra e
permite a fixação de um ligamento. O corpo estende-se lateralmente ao
tubérculo e, em seguida, forma um ângulo para cima e para baixo. A área de
angulação é denominada ângulo da costela.

Perspectiva posterior

Visualizam-se a cabeça, o colo e os tubérculos na extremidade vertebral da


costela. Avançando lateralmente, o ângulo da costela é a parte do eixo que se
curva para frente e para baixo, em direção à extremidade esternal.

Como observado na Fig. 10-7, a extremidade vertebral ou posterior de uma


costela típica está 8 a 13 cm mais alta que a extremidade anterior ou esternal.
Portanto, na observação de uma radiografia do tórax ou das costelas, lembrar-
se de que a parte mais superior da costela é a extremidade posterior ou a
extremidade mais próxima das vértebras. A extremidade anterior está
localizada mais abaixo.
A borda inferior interna de cada costela abriga uma artéria, uma veia e um
nervo; portanto, lesões nessas regiões são muito dolorosas e podem estar
associadas a uma hemorragia substancial. Esta margem interna, a qual contém
os vasos sanguíneos e nervos, é chamada sulco da costela .

Caixa torácica
A Fig. 10-8 ilustra a caixa torácica sem o esterno e as cartilagens costais. O
quinto par de costelas foi sombreado para ilustrar a angulação das costelas
para baixo.

Nem todas as costelas têm o mesmo aspecto. As primeiras costelas são curtas
e largas e são as mais verticais de todas as costelas. Contando de cima para
baixo, a partir do primeiro par mais curto, as costelas ficam cada vez mais
longas até o sétimo par. Desse em diante, ficam progressivamente mais curtas
até o décimo segundo ou último par de costelas. As primeiras costelas são as
que têm uma curvatura mais acentuada. A caixa torácica é, geralmente, mais
ampla nas margens laterais das oitavas ou nonas costelas.

Articulações da Caixa Torácica

Articulações anteriores

Uma perspectiva frontal de um tórax articulado está ilustrada na Fig. 10-9. As


ligações ou articulações da caixa torácica anterior estão identificadas na figura.
As articulações, a classificação e os tipos de movimento permitidos estão
descritos a seguir (veja a seguir a tabela com o resumo).
A Parte A (apresentada do lado esquerdo da costela 4) é a articulação entre a
cartilagem costal e a extremidade esternal da quarta costela e é chamada
articulação costocondral. Essas costelas (1 a 10) formam um tipo peculiar de
união, na qual a cartilagem e o osso estão ligados pelo periósteo do próprio
osso. Por não permitirem movimento algum são denominadas sinartrodiais.

A Parte B é uma articulação esternoclavicular. As articulações


esternoclaviculares são articulações sinoviais, que contêm cápsulas articulares
que permitem movimento plano ou deslizante, e são chamadas articulações
diartrodiais.

A Parte C é a articulação esternocostal da primeira costela. A cartilagem da


primeira costela se liga diretamente ao manúbrio sem cápsula sinovial e não
permite movimento (sinartrodial). Assim, essa é uma classe de articulação
cartilaginosa do tipo sincondrose.

A Parte D é a quarta articulação esternocostal, típica da segunda a sétima


articulações entre a cartilagem costal e o esterno. Essas são articulações
sinoviais, as quais permitem um leve movimento plano (deslizante), o que as
torna diartrodiais.

A Parte E representa as bordas contínuas das articulações intercondrais entre


as cartilagens costais das costelas 6 a 9. São todas interligadas por uma
articulação do tipo sinovial, com uma longa e fina cápsula articular revestida
por uma membrana sinovial. Isso permite um leve movimento plano
(diartrodial), o que facilita o movimento da caixa torácica durante o processo
respiratório. As articulações intercondrais entre a nona e décima cartilagens
não são sinoviais e são classificadas como sindesmoses fibrosas.
Articulações posteriores

As demais articulações posteriores na caixa torácica, partes F e G, estão


ilustradas na Fig. 10-10. As articulações entre as costelas e a coluna vertebral,
as articulações costotransversárias (F) e costovertebrais (G), são sinoviais,
com cápsulas articulares revestidas por uma membrana sinovial, as quais
permitem movimento plano, portanto, diartrodial. Articulações
costotransversárias são encontradas da primeira a décima costelas. A décima
primeira e décima segunda costelas não têm essa articulação.
QUESTIONÁRIO
1- Quais são as estruturas que compõe a caixa torácica?
2- Quantas e quais são as partes que dividem o esterno?
3- Sobre pontos de referência palpáveis, o ângulo do esterno e o processo
xifóide correspondem a quais estruturas?
4- Quais são as costelas que não se ligam diretamente ao esterno? Por
quê?
5- Quais são as partes que compõe as costelas?
6- Quais são as estruturas das costelas que se formam a articulação
costovetebral?
7- Qual a diferença da articulação esternocostal da primeira costela para a
quarta costela?

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