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Ariane G. M.

Rublesperger
◆ Entra muito Ca e Na, o que mantém
Fisiologia do coração o platô. O Ca também é necessário
para ativar a contração muscular
Coração como bomba ◆ R.Sarcoplasmático não consegue
➔ Músculos cardíacos: atrial, ventricular e armazenar Ca suficiente para
fibras especializadas excitatórias e contrair, por isso em solução livre de
condutoras (controla o ritmo cardíaco) Ca o coração para.
➔ Músculo cardíaco: fibras em malha ou ➔ Diminuição da permeabilidade do K em 5x,
treliça, músculo estriado. Com as fibras se pela ação do Ca
dividindo, se recombinando e se separando ◆ Quando fecha o canais lentos
◆ Actina e miosina semelhante ao aumenta a permeabilidade ao K e
músculo esquelético ocorre a repolarização rápido
➔ Miocárdio como sincício
◆ Discos intercalares: membranas FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO
celulares que se fundem formando 0: despolarização: abre os canais rápidos de Na
junções comunicantes permeáveis 1: despolarização inicial: fecha os canais rápidos de
que permite a difusão de íons Na e e exterioriza K
◆ Potencial de ação passa de uma fibra 2: platô: fecha canais de K. Repolarização inicial.
a outra com facilidade, como se Origem do platô. Canais de Ca abertos lentamente
fosse uma única célula durante a fase 0 e 1
◆ 2 sincícios: atrial e ventricular 3: polarização rápida: fecha os canais de Ca e abre
separado por tecido fibroso os lentos de K
● Normalmente, os potenciais 4: potencial de repouso
não atravessam a barreira
fibrosa
◆ Comunicação pelo nó A.V (entre os
sincícios): retardo na condução
elétrica, átrio contrai antes

Potenciais de ação
➔ Potenciais de ação no músculo cardíaco
(leve diferença entre as fibras de purkinje e
músculo cardíaco) ➔ Velocidade de condução: 0,3-0,5m/s, mais
◆ Amplitude: 105mV (-85 a 20mV) lento que fibras nervosas calibrosas e
◆ Tempo que fica despo1arizada a músculo esquelético
membrana: Platô (0,2s): contração ◆ Fibras de Purkinje: (fibras do próprio
mais prolongada. tecido cardíaco especializadas em
◆ Repolarização repentina condução) 4m/s: condução rápida

EXPLICAÇÃO DO PLATÔ PERÍODO REFRATÁRIO


Potenciais de Ação envolve 2 tipos de canais ➔ Período refratário: não pode ocorrer
➔ Canal de Na rápido: abre e fecha reexcitação: 0,25-0,3s (duração do platô)
rapidamente (como no esquelético) ➔ Período refratário relativo: 0,05s, excitação
➔ Ca lento ou Ca-Na: mais lentos para abrir e pode ocorrer com estímulo mais intenso
permanece aberto por vários décimos de
segundo

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Ariane G. M. Rublesperger
ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO - CONTRAÇÃO Átrios como bombas
➔ Mecanismo pelo qual o potencial de ação ➔ 80% do sangue flui diretamente para os V e
provoca a contração das miofibrilas 20% pela sístole atrial.
➔ Potencial de ação da membrana se difunde ➔ Variação de Pressão no átrio
pelos túbulos T acelerando a contração das ◆ Onda A: contração atrial, 4-6 mmHg
fibras pela despolarização dos retículo no D e 8mmHg no E
sarcoplasmáticos, para liberar Ca ◆ Onda C: início da contração
◆ Túbulo T: invaginação transversal da ventricular: fechamento das
membrana válvulas. Pressão nas Cúspides em
➔ Os túbulos T permitem a entrada de mais Ca direção ao átrio
nas fibras = dá força para a contração ◆ Onda V: fim da contração
Disponibilidade de Ca dos túbulos T é a ventricular. Fluxo sanguíneo: veias
disponibilidade de íons Ca para a contração para A (c/ válvulas fechadas)
cardíaca
Ventrículos como bombas
CICLO CARDÍACO ENCHIMENTO
➔ Inicia com a geração espontânea de ➔ Período de enchimento rápido ventricular
potencial de ação (PA) no nó sinusal (átrio (⅓ inicial diástole): abertura das válvulas
direito, próximo à abertura da veia cava A.V
superior) ➔ ⅔ da diástole: sangue fluindo das veias
➔ Difusão do PA para os átrios e depois pelo diretamente para os V. 1º + 2º terço: 80%
feixe A.V para os ventrículos ➔ Terço final: contração atrial (20%)
◆ Retardo de 0,1s entre A e V
➔ A bombeia para V, e V para circulação ESVAZIAMENTO
pulmonar e sistêmica ➔ Período de contração isovolumétrica:
➔ Diástole (relaxamento) e sístole (contração) imediatamente após a contração ventricular.
Inicia com o fechamento das válvulas A.V e
Relação do ECG com o ciclo cardíaco dura 0,02-0,03s, tempo que demora para que
➔ Onda P: despolarização dos átrios as válvulas semilunares sejam abertas
➔ Ondas QRS: despolarização dos ventrículos ➔ Período de ejeção: P do ventrículo E chega
➔ Onda Tventricular: repolarização ventricular a 80 mmHg e do D a 8 mmHg
◆ Abertura das válvulas semilunares
◆ 70%: 1º terço da sístole: período de
ejeção rápida
◆ 30%: período de ejeção lenta
➔ Relaxamento isovolumétrico: fim da sístole;
relaxamento muscular: ↓P ventricular: fecha
as válvulas semilunares. Ventrículo com P
de 80 mmHg (0,03-0,06s)

VOLUMES
➔ Volume diastólico final (VDF): volume do
sangue no final da diástole: 110-120mL
➔ Débito sistólico (DS): à medida que os
ventrículos se esvaziam, o volume diminui
para aproximadamente 70 mL
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➔ Volume sistólico final (VSF): o que sobra no MÚSCULOS PAPILARES
ventrículo: 40-50mL ➔ Esses músculos contraem-se ao mesmo
➔ Fração de ejeção (parte do VDF que é tempo que as paredes dos ventrículos.
ejetada): 60% ➔ Função: puxar as extremidades das valvas
➔ Contração muito forte pode fazer com que o em direção aos ventrículos para evitar que
volume sistólico final chegue a volumes elas sejam abauladas para trás na contração
muito baixos como 10 a 20 ml. Da mesma ventricular.
forma, quando grandes quantidades de ➔ Rompimento de uma corda tendínea ou
sangue chegam aos ventrículos durante a paralisia de M. papilar: abaulamento da
diástole, os volumes diastólicos finais válvula para trás durante a sístole.
podem chegar a 150 a 180 ml no coração
saudável. CURVA DA PRESSÃO AÓRTICA
➔ Capacidade de aumentar o volume ➔ Início da sístole aumenta rapidamente a
diastólico final e de diminuir o volume pressão nos ventrículos até a abertura das
sistólico final, o débito sistólico resultante valvas semilunares
pode ser aumentado até valores acima do ➔ Entrada de sangue nas artérias na sístole:
dobro normal. distende as suas paredes e a pressão sobe
para 120 mmHg (P sistólica)
Funcionamento das valvas ➔ Aumento da P na aorta acima da P
➔ Valvas A-V (tricúspide e mitral) evitam o ventricular = fechamento das valvas
refluxo de sangue dos ventrículos para os semilunares = incisura, hora que as valva se
átrios durante a sístole. fecha. Causada pelo rápido momento em
◆ Finas e membranosas quase não que há um fluxo retrógrado (marca o início
requerem pressão retrógrada. da diástole)
◆ Abertura e fechamento ocorrem ➔ Após o fechamento da aorta: ↓P durante a
passivamente. diástole, até que a P no ventrículo supere a
◆ Fecham quando o gradiente de da aorta para abrir as valva.
pressão retrógrada força o sangue de ◆ O sangue flui para os vasos
volta. periféricos, até retornar pelas veias.
◆ Abrem-se quando o gradiente de ➔ Antes da nova contração, a pressão cai para
pressão para diante leva o sangue à cerca de 80 mmHg (pressão diastólica).
frente. ➔ P da direita é ⅙ da esquerda
➔ Valvas semilunares evitam refluxo da aorta e ◆ P na a.pulmunar: 25/8, acima de 30
das a.pulmonares para os ventrículos hipertensão
durante a diástole.
◆ Mais pesadas e requerem fluxo SONS CARDÍACOS - BULHAS
retrógrado rápido por alguns ➔ Válvulas A.V: mitral e tricúspide
milissegundos. ➔ Músculos papilares: sustentam as válvulas
◆ Fechamento: a partir das altas P nas ➔ Válvulas semilunares: aórtica e pulmonar
artérias ao final da sístole. ➔ Não se ouve a abertura das válvulas e sim o
◆ Suas aberturas são menores: barulho que os folhetos fazem ao fechar
velocidade de ejeção é muito maior. ➔ 1º som: 1ª bulha: fechamento das válvulas
◆ Devido a abertura e fluxo rápidos, as A.V: timbre baixo e duração longa
extremidades estão sujeitas a ➔ 2º som: 2ª bulha: fecha as válvulas aórtica e
abrasões mecânicas muito maiores pulmonar
do que as valvas A-V.
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Produção de trabalho
➔ Trabalho sistólico: quantidade de energia
convertida em trabalho a cada batimento, ao
bombear sangue para as artérias
➔ Trabalho sistólico/minuto: trabalho em 1
min: trabalho produzido por um batimento
multiplicado pela FC
➔ Componentes do trabalho cardíaco:
1) Trabalho externo/ trabalho volume-pressão:
Propelir o sangue do sistema venoso (↓P)
para o arterial (↑P); Maior gasto energético.
2) Energia cinética ao fluxo sanguíneo: ➔ Fase 1: enchimento: 45mL (VSF) e 0
utilizada para acelerar o sangue até sua mmHg. P sobe para 5 mmHg e V para
velocidade de ejeção, vencer a inércia (1% 115mL (VDF)
da energia). ➔ Fase 2: contração isovolumétrica: V cte e P
a) Na estenose aórtica: energia cinética 80 mmHg
pode consumir até 50% do trabalho ➔ Fase 3: ejeção rápida: P aumenta e V cai
➔ Trabalho externo do VD é ⅙ do VE, para 45 mL
proporcional a diferença de P ➔ Fase 4: relaxamento isovolumétrico: ↓ P;
termina o relaxamento com a abertura da
ANÁLISE GRÁFICA DO BOMBEAMENTO mitral
VENTRICULAR
➔ Curva de Pressão Diastólica: enchimento do ➔ Área delimitada pelo diagrama funcional
coração com volumes crescentes. volume-pressão EW, representa a produção
◆ Pressão Diastólica Final: antes do efetiva de trabalho externo do ventrículo
início da contração ventricular durante o ciclo de contração.
➔ Curva de Pressão Sistólica: pressão sistólica ➔ Pré carga: tensão do músculo quando ele
durante a contração ventricular. começa a se contrair. É a P diastólica final
➔ Quando o volume do ventrículo, não do ventrículo esquerdo (Pd2). Depende do
contraído, não passa de 150 ml, a pressão enchimento ventricular
diastólica final do ventrículo esquerdo (pd2) ◆ Vasodilatação e hemorragia: diminui
não aumenta. O sangue segue fluindo do a Pd2, porque diminui o enchimento
átrio para o ventrículo. Acima desse valor, a ◆ Pressão em cunha/ pressão capilar
pressão diastólica ventricular sobe pulmonar: estima a Pd2 (balão
rapidamente, porque: inflado; quando desinflado mede a p
◆ Tecido fibroso que não se distende pulmonar)
mais ➔ Pós carga: carga contra a qual o músculo
◆ Pericárdio está em seu limite exerce sua função contrátil (80mmHg),
➔ P sistólica aumenta até 150-170mL, acima resistência da circulação = resistência
disso, PSF cai por passar o ponto ótimo de vascular sistêmica, descrita na fase III
sobreposição actina-miosina ◆ Vasoconstrição e hipertensão são
exemplos que aumentam o pós carga

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ENERGIA QUÍMICA PARA A CONTRAÇÃO Controle do Coração pela Inervação Simpática e
➔ Metabolismo oxidativo de ác.graxos, em Parassimpática
maior partes, e menor parte lactato e glicose Para determinados níveis de pressão atrial, a
➔ Eficiência da contração: a energia química quantidade de sangue bombeada por min (débito
consumida é convertida em calor e, em cardíaco) pode dobrar por estímulo SIMPÁTICO.
menor proporção, em trabalho. E, por outro lado, o débito pode ser diminuído até 0,
◆ A proporção entre a produção de ou quase, por estímulo vagal PARASSIMPÁTICO.
trabalho e a energia total consumida:
eficiência de contração cardíaca ou Excitação Cardíaca pelos Nervos Simpáticos:
simplesmente eficiência cardíaca. Aumenta o cronotropismo e inotropismo
● Eficiência Máx: 20% - 25% ➔ Pode aumentar a FC (cronotropismo) até
● Pessoas com insuficiência 180 bpm até 200 (casos raros até 250 bpm)
cardíaca: 5% a 10% ➔ Aumento da força da contração
(inotropismo) até 2x a normal
Regulação do Bombeamento Cardíaco ➔ Tônus simpático: espaço e tempo em que o
Débito cardíaco coração é estimulado. Quando o tônus é
● Em repouso: 4-6 L/min interrompido, diminui 30% o débito
● Exercício: 20-35 L/min cardíaco
Meios Básicos de regulação do volume bombeado: ➔ Inibição de Nervos Simpáticos: Diminuição
● Regulação Cardíaca Intrínseca: resposta às moderada do bombeamento cardíaco. Sob
variações no aporte do volume sanguíneo circunstâncias normais, as fibras nervosas
● Controle da FC e da força de bombeamento simpáticas do coração tem uma descarga
pelo SN Autonômico contínua suficiente para manter o
bombeamento cerca de 30% acima do que
Regulação Intrínseca do bombeamento - seria sem a presença de estímulo simpático.
Mecanismo de Frank-Starling
➔ Mecanismo de Frank-Starling: Quantidade Estimulação Parassimpática – vagal
de sangue bombeada pelo coração é Reduz o cronotropismo e o inotropismo (pouco)
determinada pelo retorno venoso . ➔ A forte estimulação parassimpática pode
➔ Os tecidos tem auto-regulação de fluxo, parar os batimentos por alguns instantes,
fazendo vasodilatação ou constrição mas então o coração usualmente escapa e
conforme a necessidade. Se chega mais volta a bater por 20 a 40 vezes por minuto.
sangue no tecido, retorna mais sangue para ➔ Fibras vagais estão dispersas, em maior
o coração (retorno venoso) quantidade nos átrios e muito pouco nos
➔ Capacidade Intrínseca do coração em se ventrículos
adaptar a volumes crescentes de afluxo ◆ O que explica porque a estimulação
sanguíneo: mecanismo de Frank-Starling. vagal ocorre principalmente sobre a
◆ Quanto mais o miocárdio é redução da FC e não sobre a força.
distendido maior será a força da ◆ Redução Importante de FC, com
contração e maior será a quantidade diminuição da força de contração =
de sangue bombeado diminui bombeamento em 50%.
Actina e miosina no ponto ideal
➔ Ademais, a distensão das paredes do AE
aumenta diretamente a FC por 10% a 20%:
aumenta a quantidade de sangue bombeado

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Efeitos dos íons Potássio e Cálcio e temperatura
➔ Excesso de íons K nos líq. extracelulares
pode fazer com que o coração se dilate e
fique flácido, além de diminuir a FC.
◆ ↑K podem bloquear a condução do
impulso cardíaco dos átrios para os
ventrículos pelo feixe A-V.
◆ A alta concentração de K nos
líquidos extracelulares: ↓potencial de
repouso das membranas das fibras
miocárdicas. Gerando uma
despolarização parcial da membrana,
deixando o potencial de ação menos
negativo.
● ↓potencial = ↓ intensidade do
potencial = contrações mais
fracas.
➔ Excesso de Cálcio induz o coração a
produzir contrações espásticas.
◆ Causa disso é o efeito direto dos íons
cálcio na deflagração do processo
contrátil cardíaco.
◆ Deficiência: fraqueza cardíaca.
Semelhante ao aumento de potássio.

Efeito da T no Funcionamento Cardíaco


➔ ↑ Temperatura Corporal = ↑ FC
◆ O calor aumenta a permeabilidade
das membranas do músculo aos íons
que controlam a FC, acelerando o
processo de autoestimulação.
➔ ↓T = ↓ FC, caindo até a poucos batimentos
por minuto (morte por hipotermia).
➔ A força contrátil é temporariamente
melhorada por aumentos moderados da
temperatura (ex: exercício físico), mas
elevações prolongadas exaurem os sistemas
metabólicos, causando fraqueza.
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➔ ↑Pressão da Aorta não reduz o débito
cardíaco até a PAmédia de 160 mmHg
➔ Funcionamento normal e Psistólicas
normais: débito cardíaco = facilidade com
que o fluxo sanguíneo escoa através dos
tecidos corporais que controlam o retorno
venoso.

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