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SISTEMA CARDIOVASCULAR

Fisiologia 1
3º período de Farmácia
2º semestre/2011
Profa. Dra. Cristiane Queixa Tilelli

FISIOLOGIA DO MÚSCULO
CARDÍACO
 Há três tipos de
músculos
cardíacos:
 Atrial
 Ventricular
 Fibras
especializadas
condutoras
 Marca-passos

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ANATOMIA FISIOLÓGICA DO
MÚSCULO CARDÍACO
 Miocárdio
 Músculo estriado
 Células separadas
por discos
intercalados
 Junções
comunicantes
permitem difusão
iônica
 Sinsícios funcionais
 Atrial
 Ventricular

POTENCIAIS DE AÇÃO NO
MÚSCULO CARDÍACO
 Potencial de ação
 Potencial em ponta
(spike)
 Platô
 Repolarização
 Canais iônicos
 Sódio rápidos
 Sódio/Cálcio lentos
 Despolarização e
contração
 Canais de potássio
demoram mais para
abrir

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PERÍODO REFRATÁRIO DO
MIOCÁRDIO
 Período refratário
 Intervalo de tempo
no qual o impulso
cardíaco normal não
pode reexcitar uma
área já excitada do
miocárdio
 Período refratário
relativo
 O músculo pode ser
excitado apenas se o
impulso for de
intensidade maior

ACOPLAMENTO
EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO
 Mecanismo muito similar ao do músculo
esquelético
 No entanto, retículo sarcoplasmático do
músculo cardíaco não é tão desenvolvido
quanto no músculo esquelético
 Assim, cálcio precisa entrar a partir do
interstício: túbulos T com diâmetro 5 vezes
maior
 Ao fim da contração, íons cálcio bombeados
para fora do sarcoplasma (para fora da
célula ou para dentro do retículo
sarcoplasmático)

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O CICLO CARDÍACO

O CICLO CARDÍACO
 Conjunto de eventos que  Ventrículos se
ocorre entre o início de contraem, bombeando o
um batimento cardíaco e sangue
o início do próximo  Sístole
 Iniciado pela geração  Período de contração
espontânea de um  Diástole
potencial de ação no  Período de relaxamento
nodo sinusal  Eletrocardiograma (ECG)
 Átrios se contraem,  P = despolarização
funcionando como atrial
bomba de apoio
 QRS = despolarização
 Sinal é conduzido pelo ventricular
feixe A-V para os
ventrículos (retardo)  T = repolarização
ventricular

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FUNÇÃO DOS VENTRÍCULOS COMO
BOMBA
 Enchimento dos ventrículos
 Esvaziamento ventricular durante a
sístole
 Período de contração isovolumétrica
 Período de ejeção
 Período de relaxamento
isovolumétrico
 Volume diastólico final, volume
sistólico final e débito sistólico

FUNCIONAMENTO DAS VALVAS


 Valvas atrioventriculares
 Tricúspide
 Bicúspide ou Mitral
 Músculos papilares
 Ligados às valvas A-V
pelas cordas
tendíneas
 Têm função de
tencionar a valva para
que ela não se abaule
para trás tanto que
permita refluxo
sanguíneo
 Valvas semilunares
 Pulmonar
 Aórtica

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PRESSÃO AÓRTICA
 Pressão dentro da artéria sobe rapidamente
quando ela recebe sangue ejetado pelo
ventrículo (120 mmHg)
 Incisura ocorre quando valva aórtica se
fecha: fluxo retrógrado causando o
fechamento da valva
 Pressão cai pois sangue flui para o restante
do sistema circulatório (80 mmHg)
 Pressões no sistema direito (circulação pelo
pulmão) são muito menores, mas com
mesmo padrão

RELAÇÃO ENTRE SONS E


BOMBEAMENTO CARDÍACOS
 Auscultação com estetoscópio
 Fechamento das valvas:
 Vibração dos folhetos valvares
 Vibração do líquido em torno das valvas
 1ª bulha cardíaca
 Fechamento das valvas A-V
 2ª bulha cardíaca
 Fechamento das valvas semilunares

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PRODUÇÃO DE TRABALHO PELO
CORAÇÃO
 Trabalho sistólico do coração
 Energia convertida em trabalho a cada
batimento
 Trabalho sistólico minuto
 Energia convertida em trabalho por minuto
 Trabalho volume-pressão
 Energia utilizada para enviar o sangue de um
sistema de baixa pressão (venoso) para um de
alta pressão (arterial)
 Vencimento da inércia, aumentando o fluxo
sanguíneo

ANÁLISE GRÁFICA DO
BOMBEAMENTO VENTRICULAR
 Diagrama volume-
pressão
 Período de
enchimento
 Contração
isovolumétrica
 Período de ejeção
 Relaxamento
isovolumétrico
 EW = produção
efetiva de trabalho
externo

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REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO
CARDÍACO: REGULAÇÃO INTRÍNSECA
 Quantidade de sangue bombeada pelo
coração proporcional ao retorno venoso
 Mecanismo de Frank-Starling
 Quanto maior o enchimento cardíaco,
consequentemente quanto maior a distensão
das fibras musculares cardíacas, maior a força
de contração e portanto maior a quantidade de
sangue bombeada para a aorta (dentro dos
limites fisiológicos).
 Miofibrilas cardíacas, distendidas, chegam ao
comprimento ótimo de sobreposição entre actina
e miosina

CONTROLE DO CORAÇÃO PELAS


INERVAÇÕES SIMPÁTICA E
PARASSIMPÁTICA

 Estimulação simpática
 Aumento da frequência cardíaca
 Aumento da força de contração cardíaca
 Funcionamento tônico
 Pode ser suprimida ou exacerbada
 Estimulação parassimpática
 Redução ou parada dos batimentos
cardíacos

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CONTROLE SIMPÁTICO E
PARASSIMPÁTICO DO CORAÇÃO

OUTROS EFEITOS SOBRE O


FUNCIONAMENTO CARDÍACO
 Íons potássio  Temperatura
 Excesso de íons  Calor aumenta
 Reduz força permeabilidade da
contração membrana aos íons
 Bloqueia condução  Aumento da
impulso de átrios frequência cardíaca
para ventrículos  Aumento moderado
 Íons cálcio provoca aumento
metabolismo e
 Excesso de íons aumento da força
 Contrações  Aumento por tempo
espásticas prolongado pode
 Deficiência provocar fraqueza
 Flacidez cardíaca por exaustão
 Frio reduz a
frequência cardíaca

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SISTEMA EXCITATÓRIO E
CONDUTOR ESPECIALIZADO
 Nodo sinoatrial
 Átrio direito
 Marcapasso (autoexcitação)
 Vias internodais
 Bandas de condução
 Nodo atrioventricular
 ↓ junções comunicantes
 Retardo
 Feixe atrioventricular
 ↓ junções comunicantes
 Atravessa tecido fibroso: + retardo
 Unidirecional
 Camada fibrosa funciona como isolante: impulso passa
exclusivamente pelo feixe A-V
 Fibras de Purkinje
 Rápidas
 Dois feixes (direito e esquerdo)

CONDUÇÃO DOS IMPULSOS PELO


CORAÇÃO

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MECANISMOS DA RITMICIDADE DO
NODO SINUSAL
 Membranas das fibras
sinusais são mais
permeáveis ao sódio e ao
cálcio
 No potencial de repouso
das fibras sinusais, os
canais de sódio rápidos
encontram-se
continuamente
inativados
 Somente canais lentos
de cálcio podem se abrir
 Potencial de repouso
lentamente despolariza
por vazamento de sódio
para o interior da fibra

DISPERSÃO DO IMPULSO PELO


CORAÇÃO
 O impulso se
espalha em
velocidade
moderada pelos
átrios
 Retardo de 0,1 seg
nos nodo e feixe
atrioventriculares
 Espalha
rapidamente nas
fibras de Purkinje

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CONTROLE DA EXCITAÇÃO E DA
CONDUÇÃO NO CORAÇÃO:
 Nodo sinusal, nodo atrioventricular e
fibras de Purkinje têm capacidade
marcapasso
 Nodo sinusal: 70-80/min
 Nodo atrioventricular: 40-60/min
 Fibras de Purkinje: 15-40/min
 Estrutura com frequência mais alta de
disparo controla ritmicidade cardíaca
 Nodo sinusal é o marcapasso cardíaco

MARCAPASSOS ECTÓPICOS
 Eventualmente, em situação patológicas, o nodo A-V ou
as fibras de Purkinje, ou mesmo outras fibras cardíacas
podem desenvolver uma frequência de disparos maior
que o nodo sinusal
 Produz sequências anormais de contração cardíaca,
comprometendo o bombeamento
 Bloqueio da condução de impulso do nodo sinusal para o
nodo A-V pode resultar em passagem do controle
 A próxima estrutura na hierarquia de marcapassos
assume o controle
 No bloqueio A-V, o sinal não passa para os ventrículos
 Átrios continuam a contrair ~70 vezes/min
 Ventrículos passam a contrair ~15 a 40 vezes/min
 Atraso de até 30 segundos para fibras de Purkinje
começarem a disparar impulsos: desmaio (Síndrome de
Stokes-Adams)

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CONTROLE SIMPÁTICO E
PARASSIMPÁTICO
 Fibras simpáticas
 Inervam todas as porções do coração
 ↑ frequência descarga nodo sinusal
 ↑ velocidade de condução e excitabilidade das fibras cardíacas
 ↑ força de contração
 Liberação de norepinefrina
 ↑ permeabilidade ao sódio e ao cálcio?
 Fibras parassimpáticas (vagais)
 Inervam nodos sinoatrial e atrioventricular
 ↓ ritmo disparos nodo sinusal
 ↓ excitabilidade nodo e fibras A-V
 Estimulação intensa pode interromper batimentos cardíacos
 Escape ventricular (fibras de Purkinje)
 Liberação de acetilcolina
 ↑ permeabilidade ao potássio: hiperpolarização
 Mais tempo é necessário para que o vazamento de sódio para
dentro da célula atinja o limiar para disparo do potencial

CARACTERÍSTICAS DO
ELETROCARDIOGRAMA NORMAL
 Ondas
 P
 Despolarização
atrial
 QRS
 Despolarização
ventricular
 T
 Repolarização
ventricular

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ONDAS DE DESPOLARIZAÇÃO
VERSUS ONDAS DE REPOLARIZAÇÃO
 Leitura de diferença de
potenciais entre 2 pontos
 Não há diferença de potencial
quando a fibra está
completamente polarizada ou
despolarizada

RELAÇÃO DO ECG COM A


CONTRAÇÃO CARDÍACA
 Ondas P, QRS e T indicam início
das despolarizações e
repolarização
 Ventrículos estão contraídos do
início do complexo QRS ao
término da onda T.
 Existe uma “onda T atrial”, mas
esta ocorre 0,15-0,2 s depois da
onda P (ou seja, durante o
complexo QRS)
 Apesar da maioria das fibras
ventriculares despolarizarem
conjuntamente, a repolarização
varia entre 0,2 a 0,35 s após, o
que distribui a onda T ventricular
em 0,15 segundos de duração, e
também reduz sua amplitude em
relação a QRS
 Amplitude de um
eletrocardiograma varia com a
distância ao coração

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RELAÇÃO DO ECG COM A
CONTRAÇÃO CARDÍACA
 Intervalo P-Q ou P-R
 Entre início das
excitações do átrio e
do ventrículo
 0,16 s
 Intervalo Q-T
 Duração da contração
ventricular
 0,35 s
 Intervalo R-R
 Frequência cardíaca
 0,83 s = 72/min
 Segmento S-T

FLUXO DE CORRENTE EM VOLTA DO


CORAÇÃO DURANTE O CICLO
CARDÍACO
 Espalhamento de
despolarização no sincício
cardíaco
 Condução elétrica nos
tecidos em volta do
coração

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DERIVAÇÕES ECGráficas
 Bipolares: diferença
entre 2 eletrodos
 Derivação I
 Entre braços direito
e esquerdo
 Derivação II
 Entre braço direito
e perna esquerda
 Derivação III
 Entre braço e perna
esquerdos
 Triângulo de Einthoven

ECG NAS DERIVAÇÕES I, II E III


 Formatos de ondas nas
três derivações é similar
 Caso se queiram detectar
arritmias, não importa
muito qual derivação
escolher
 No entanto, danos
atriais, ventriculares
ou de condutividade
entre átrios e
ventrículos podem ser
identificados em certas
derivações e talvez não
em outras

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DERIVAÇÕES ECGráficas
 Monopolares:
 Derivações V1 a V6
 Derivações aVR, aVL
e aVF
 Duas extremidades
são a referência,
enquanto a outra
faz a leitura

CONDIÇÕES QUE CAUSAM VOLTAGENS


ANORMAIS NO COMPLEXO QRS
 Voltagem aumentada
 Normalmente voltagens variam entre 0,5 e 2 mV nas
derivações I a III
 Quando a soma das 3 derivações é superior a 4 mV,
o ECG é considerado de alta voltagem
 Geralmente isso é resultado do aumento da massa
muscular cardíaca
 Voltagem reduzida
 Redução da massa muscular cardíaca
 Múltiplos pequenos e antigos infartes do miocárdio
 Também provoca prolongamento QRS
 Acúmulo de fluido no pericárdio
 Desvio da corrente produzida, com perda até chegar na
superfície corporal

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ANORMALIDADES DA ONDA T
 A onda T torna-se
anormal quando o
padrão de repolarização
do tecido cardíaco está
alterado
 Condução lenta da
despolarização pode
provocar repolarização
na mesma ordem, o que
provoca inversão da
onda T em relação ao
QRS
 O mesmo pode ocorrer
caso haja uma redução
no tempo de
despolarização da base
do ventrículo, em
relação ao ápice

ARRITMIAS CARDÍACAS
 Ritmicidade anormal do marcapasso
 Transferência do marcapasso para
outra estrutura além do nodo sinusal
 Bloqueio do espalhamento do impulso
pelo coração
 Caminho de espalhamento do impulso
anormal pelo coração
 Geração espontânea de impulsos em
qualquer parte do coração

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TAQUICARDIA
 Ritmo cardíaco aumentado
 Causada por
 Aumento da temperatura corporal
 18 batimentos a mais por minuto até 40,5°C,
devido a aumento metabólico
 Estimulação por nervos simpáticos
 Condições tóxicas

BRADICARDIA
 Ritmo cardíaco reduzido
 Ocorre em atletas em repouso, devido ao
coração ser maior e mais forte
 Estimulação vagal
 Síndrome do sino carotídeo

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ARRITMIA SINUSAL
 Alterações patológicas do ritmo cardíaco
por alterações na ativação dos sistemas
simpático e parassimpático
 Por exemplo, pode ocorrer variação por
“vazamento” de ativação do sistema de controle
respiratório para o sistema de controle cardíaco
durante respiração profunda (cardiotacômetro)

RITMOS CARDÍACOS ANORMAIS

BLOQUEIO SINOATRIAL
BLOQUEIO A-V DE 2º GRAU
Desaparecimento da onda P
Falhas de alguns batimentos

BLOQUEIO A-V INCOMPLETO BLOQUEIO A-V COMPLETO


Prolongamento do intervalo P-Q Ritmo atrial desconectado
do ventricular

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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E
DESFIBRILAÇÃO POR ELETROCHOQUE

ELETROCARDIOGRAMA
DE FIBRILAÇÃO

A CIRCULAÇÃO
 O sangue transporta nutrientes, retira
produtos do metabolismo, conduz
hormônios para as diversas partes do
corpo, etc
 A circulação sanguínea ajuda a manter o
ambiente apropriado para a sobrevivência
das células
 O fluxo sanguíneo é ajustado de acordo
com as necessidades de cada parte do
organismo
 Para manutenção do fluxo, é necessário
manter pressão sanguínea e débito
cardíaco adequados

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA
CIRCULAÇÃO
 Circulação
 Sistêmica
 Pulmonar
 Composta por
 Artérias
 Alta pressão; paredes fortes
 Arteríolas
 Sistema de controle da resistência ao fluxo através dos
esfíncteres pré-capilares
 Capilares
 Troca de fluido entre plasma e meio extracelular
 Poros (maioria); paredes finas
 Vênulas
 Coleta de sangue dos capilares, por coalescência dos mesmos
 Veias
 Levam o sangue de volta ao coração
 Reservatório controlado de reserva de sangue

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA
CIRCULAÇÃO
 Maior volume de sangue na
circulação encontra-se no
sistema venoso sistêmico
 O mesmo volume de sangue
deve fluir por unidade de
tempo em todos os
compartimentos sanguíneos:
fluxo inversamente
proporcional à área de secção
transversal

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA
CIRCULAÇÃO
 Pressão
 Pressão na aorta varia conforme os batimentos
cardíacos
 80-120 mmHg: pressões diastólica e sistólica
 Capilares: 35 a 10 mmHg (do lado arterial ao lado
venoso)
 Sistema venoso: pressão chega a zero quando
chegando ao coração

TEORIA DA FUNÇÃO
CIRCULATÓRIA
 A taxa de fluxo sanguíneo para cada
tecido é controlada de acordo com as
necessidades de cada tecido
 O débito cardíaco é controlado
conforme a demanda de todos os
tecidos ao mesmo tempo
 Há um controle da pressão arterial
que é independente das demandas de
fluxo dos tecidos e do débito cardíaco

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PRESSÃO, FLUXO E RESISTÊNCIA
 Gradiente de pressão
 Resistência vascular
 Fluxo é a quantidade de
sangue que passa por um
ponto na circulação por
unidade de tempo

FLUXO LAMINAR, VELOCIDADE


PARABÓLICA E FLUXO TURBULENTO
 O fluxo é laminar
ou turbulento
dependendo de:
 Velocidade do fluxo
 Diâmetro do vaso
 Densidade do
sangue
 Viscosidade do
sangue
 A tendência a
turbulência é NÚMERO DE REYNOLDS:
TENDÊNCIA À TURBULÊNCIA
usualmente alta no
sistema arterial

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CONDUTÂNCIA, RESISTÊNCIA E
SUAS REGULAÇÕES
 Condutância é o inverso da resistência
 Condutância aumenta com a 4ª potência do
diâmetro do vaso (1,2,4 = 1,16,256)
 Controle extenso do fluxo pelos tecidos
pelos esfíncteres pré-capilares das
arteríolas

VASOS EM SÉRIE E EM PARALELO:


RESISTÊNCIA AO FLUXO
 Artérias, arteríolas,
capilares, vênulas e veias
organizados em série
 O fluxo pelo conjunto de
cada um deles é o
mesmo, e suas
resistências se somam.
 RTOTAL = R1 + R2 + R3...

 Fluxos paralelos suprem sangue para diferentes


órgãos e tecidos do organismo
 Vasos ramificam-se, tornando possível modificar o
fluxo por uma região sem afetar a circulação total
 RTOTAL = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3...

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HEMATÓCRITO E VISCOSIDADE
SANGUÍNEA
 Viscosidade do sangue
é dada pelo número de
elementos figurados,
que exercem fricção
sobre as paredes do
vaso
 Hematócrito é a
porcentagem do
sangue que constitui-
se de células
 Hematócrito normal ~
40
 Policitemia ~ 60-70
 Anemia ~ 15

RELAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL


COM O FLUXO SANGUÍNEO
 Aumento da PA
provoca aumento
do fluxo sanguíneo
 Provoca também
distensão dos
vasos, reduzindo a
resistência
 Ativação dos
sistemas nervosos
simpático e
parassimpático

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DISTENSIBILIDADE VASCULAR
 Permite que o fluxo seja
contínuo (NÃO em
pulsos, como a pressão)
 O vaso acomoda-se à
pressão, imediatamente
ou a “longo prazo”
 Artérias são elásticas
 Veias acomodam-se ao
volume (sofrem controle
extrínseco)
 Função de
“reservatório”
sanguíneo
 Veias são mais
COMPLACENTES que CURVAS DE VOLUME-PRESSÃO
artérias

RETARDO NA COMPLACÊNCIA:
EFEITO STRESS-RELAXAMENTO
 Com o aumento de
volume recebido por
um vaso, a primeira
resposta automática,
reflexa, é a contração
das paredes do vaso
em resposta
 Esta contração é
seguida de
acomodação ao
volume recebido, que
pode demorar minutos
a horas para ocorrer

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PULSOS DE PRESSÃO ARTERIAL
 Com os batimentos
cardíacos, o sangue é
enviado em alta pressão
para as grandes artérias
 Devido à distensibilidade
das paredes arteriais,
elas conseguem
acomodar o volume
enviado
 Da mesma forma, ocorre
complacência e perda
das ondas de pressão
conforme o sangue passa
pelo sistema de vasos
sanguíneos do organismo

AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL


 Leitura na artéria
braquial
 Manguito e leitor de
pressão
 Estetoscópio
 Sons de Korotkoff
 Artéria colabada
 Sem sons
 Artéria pressionada
 Sons: turbilhonamento
 Artéria liberada
 Sem sons

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PRESSÃO ARTERIAL
 Normal = 80-120
mmHg
 Média: como a
pressão fica mais
tempo próxima da
pressão mais
baixa, usa-se a
mediana
 PA média
 60% diastólica
 40% sistólica

PRESSÕES VENOSAS
 Na circulação sistêmica, ocorre
que várias vezes as veias estão
sob tão baixa pressão sanguínea
que elas colabam sob pressão
externa
 Curvatura anatômica, órgãos
abdominais, pressão atmosférica
 Pressão gravitacional influencia
sobre pressão venosa devido à
massa do sangue
 Batimento cardíaco mantém
pressão zero no coração
 Capacidade das veias de se
colabarem mantém pressão zero
no pescoço
 Falta de capacidade para
colabamento no cérebro reduz a
pressão para negativa

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A BOMBA VENOSA
 Válvulas venosas não
permitem que o peso
do sangue impeça
fluxo
 Fluxo sanguíneo
unidirecional
 Músculos pressionando
ao redor das veias
“bombeiam” sangue
para adiante
 “Ausência” da bomba
pode causar inchaço

VÁLVULAS VENOSAS E PRESSÃO


VENOSA
 Se as válvulas venosas
não funcionarem
corretamente, não
haverá redução da
pressão hidrostática
(peso da coluna de
sangue no indivíduo em
pé)
 Pode afetar integridade
das paredes venosas -
varicosidades

30
VEIAS COMO RESERVATÓRIO DE
SANGUE
 A capacidade de complacência venosa
faz com que alguns leitos sanguíneos
sirvam como reservatório, que pode
ser “resgatado” na ativação
simpática.
 Baço
 Fígado
 Grandes veias abdominais
 Plexo venoso subcutâneo

A MICROCIRCULAÇÃO
 Controle do fluxo sanguíneo pelos leitos
capilares
 Esfíncteres pré-capilares (metarteríolas)

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A MICROCIRCULAÇÃO
 Capilares: onde ocorre
troca, difusão de
nutrientes dos vasos
para o tecido e de
produtos do metabolismo
do tecido para os vasos
 Camada única de células
 Pode ser altamente
fenestrado
 Pode ser altamente
controlado (ex. Barreira Fenda intercelular
hemato-encefálica)
Vesículas plasmalêmicas
 Todas as opções
intermediárias

VASOMOTILIDADE: FLUXO
SANGUÍNEO PELOS CAPILARES
 Contrações
intermitentes dos
esfíncteres pré-
capilares das
metarteríolas
 Sangue não flui
continuamente, mas
intermitentemente,
conforme a
necessidade do tecido

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TROCA DE ÁGUA, NUTRIENTES E
OUTRAS SUBSTÂNCIAS ENTRE CAPILAR
E FLUIDO INTERSTICIAL
 Difusão
 Pela membrana
(substâncias
lipídicas) – O2, CO2
 Por poros
(substâncias
hidrofílicas) – íons
sódio, potássio,
cálcio, glicose
 Tamanho do poro
seleciona
substâncias que
passarão

TAMANHO DO PORO E
PERMEABILIDADE CAPILAR

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FATORES QUE DETERMINAM A TAXA DE
FILTRAÇÃO E ABSORÇÃO CAPILAR:
FORÇAS DE STARLING
 Forças que promovem a
saída de líquido do
capilar para o
interstício: filtração
 Forças que promovem a
entrada de líquido no
capilar a partir do
interstício: absorção
 Qualquer aumento na
pressão capilar média
refletirá na filtração
resultante, o que pode
ocasionar acúmulo de
fluidos no interstício

O SISTEMA LINFÁTICO
 Carrega excesso de filtrado
de volta ao sangue
 Absorve proteínas e
partículas do fluido
extracelular
 Absorve gordura do sistema
digestório
 Passa todo seu conteúdo por
estruturas do sistema imune
do organismo
 Canais linfáticos carregam a
linfa e a despejam no sistema
circulatório, através dos
ductos linfáticos
 Veias subclávicas e jugulares
internas

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ESTRUTURA DOS CAPILARES
LINFÁTICOS E A BOMBA LINFÁTICA
 Células endoteliais
 Filamentos em âncora
 Células formam
válvulas que impedem o
refluxo da linfa
 A exemplo da bomba
venosa, a musculatura
externa aos vasos
linfáticos forma a
“bomba linfática”
 Fluxo linfático também
é modificado pelo
aumento da pressão
intersticial

EDEMA
 Acúmulo de fluidos extracelulares
 Aumento da filtração capilar
 ↑ coeficiente de filtração capilar
 Reações imunológicas, inflamações
 ↑ pressão hidrostática capilar
 Retenção água pelos rins, aumento da pressão
venosa (obstrução, falha da bomba venosa)
 ↓ pressão coloidosmótica capilar
 Falha na produção de proteínas, perda de proteínas
na urina
 Bloqueio do sistema linfático
 Ex. filariose

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Controle local e humoral do
fluxo sanguíneo pelos tecidos
 Controle de fluxo é necessário para:
 Garantir manutenção adequada do meio
 Oxigênio
 Nutrientes: glicose, aminoácidos, ácidos
graxos
 Dióxido de carbono; hidrogênio e outros íons
 Hormônios, etc
 Função do órgão
 Pele (controle de temperatura)
 Rins (excreção).

VARIAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO


PELOS DIVERSOS ÓRGÃOS

(80)

36
FASES DO CONTROLE DO FLUXO
SANGUÍNEO
 CONTROLE AGUDO
 Vasodilatação e vasoconstrição de
arteríolas, metarteríolas e esfincteres pré-
capilares

 CONTROLE A LONGO PRAZO


 Aumento ou diminuição nas dimensões
físicas e no número da vasos sanguíneos
que suprem os tecidos

CONTROLE AGUDO DO
FLUXO SANGUÍNEO LOCAL

EFEITO DO
METABOLISMO
TECIDUAL

37
CONTROLE AGUDO DO
FLUXO SANGUÍNEO LOCAL

EFEITO DA
SATURAÇÃO
DE OXIGÊNIO

Grandes altitudes; Pneumonia; Intoxicação por Monóxido de Carbono ou por Cianeto

Teorias da regulação do fluxo sanguíneo


por disponibilidade de oxigênio ou
alteração do metabolismo
 I. Teoria da Vasodilatação
 Quanto maior o metabolismo ou menor a
disponibilidade de oxigênio, maior será a
intensidade/velocidade de formação de
substâncias vasodilatadoras pelo tecido
adenosina, dióxido de carbono, compostos de fosfato de
adenosina, histamina, óxido nítrico, potássio e
hidrogênio.
 II. Teoria da Falta de Oxigênio (Nutrientes)
 “enfraquecimento” das fibras vasculares por falta
de oxigênio e outros nutrientes

38
Teoria da Falta de Nutrientes

ad e
o tilid
va s om

EXEMPLOS DO CONTROLE METABÓLICO


AGUDO LOCAL DO FLUXO SANGUÍNEO

 HIPEREMIA REATIVA
 Reação ao bloqueio temporário do fluxo
sanguíneo
 HIPEREMIA ATIVA
 Aumento do metabolismo local

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Alteração da pressão sanguínea e
regulação do fluxo sanguíneo

TEORIA METABÓLICA E
TEORIA MIOGÊNICA

 Teoria metabólica: aumento da PA


provoca excesso de fluxo, fornecendo
mais oxigênio

 Teoria miogênica: resposta ao


estiramento; inerente ao músculo liso
vascular

40
MECANISMOS ESPECIAIS

 1. RINS – feedback tubuloglomerular:


mácula densa para arteríolas aferentes

 2. CÉREBRO – CO2 e H+; vasodilatação

 3. PELE – controle da temperatura; SN


autonômico

REGULAÇÃO A LONGO PRAZO DO


FLUXO SANGUÍNEO
 Alteração da vascularização tecidual
 Fator de crescimento do endotélio
vascular, fator de crescimento de
fibroblastos e angiogenina
 Necessidade máxima versus
necessidade média de vascularização
 Circulação colateral

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CONTROLE HUMORAL DA
CIRCULAÇÃO
 Agentes vasoconstritores
 Norepinefrina e epinefrina (neural e adrenal)
 Angiotensina II
 Vasopressina (hormônio antidiurético)
 Endotelina (lesão)
 Agentes vasodilatadores e aumento da
permeabilidade
 Bradicinina (lesão, inflamação)
 Histamina (reações alérgicas)

ÍONS
 Cálcio (vasoconstrição)
 Potássio (vasodilatação)
 Magnésio (vasodilatação)
 Hidrogênio (vasodilatação)
 Ânions: acetato e citrato
(vasodilatação)
 Dióxido de carbono (vasodilatação;
cérebro)

42
Regulação nervosa da
circulação e o controle
rápido da pressão arterial

 Sistema nervoso
autonômico
 Simpático
 Parassimpático →

TÔNUS VASOCONSTRITOR
SIMPÁTICO

43
CONTROLE DO SISTEMA
VASOCONSTRITOR SIMPÁTICO
PELO SIST. NERVOSO CENTRAL

CENTRO
VASOMOTOR
DO CÉREBRO

O SISTEMA NERVOSO NO
CONTROLE RÁPIDO DA P.A.

 Vasoconstrição das arteríolas:


 Aumento da resistência periférica

Exercício intenso
 Vasoconstrição venosa:
 Aumento do retorno venoso Estresse – reação
de alarme

 Estimulação cardíaca:
 Aumento da frequência e força de
contração cardíacas

44
MECANISMOS REFLEXOS PARA A
MANUTENÇÃO DA P.A.
 Reflexos barorreceptores
 Aórticos e carotídeos
 Atuação sobre o centro
vasomotor
 Ativação no aumento da
pressão
 Resposta aumentada na
variação de pressão
 Dia-a-dia: variações da
postura corporal

RESPOSTA DOS BARORRECEPTORES À


ALTERAÇÃO DE PRESSÃO
ATIVAÇÃO NA VARIAÇÃO RESPOSTA À OCLUSÃO
DA PA DAS CARÓTIDAS

45
SISTEMA DE
TAMPONAMENTO
PRESSÓRICO

Eventos simples do dia:


Deitar, levantar, excitação,
alimentação, defecação, ruídos.

OUTRAS FORMAS DE CONTROLE


DA P.A.
 Quimiorreceptores  Resposta isquêmica do SNC
 Detectam queda de oxigênio  Ativação emergencial do
sistema vasoconstritor
 Atuam na queda significante da
simpático
PA
 Resposta intensa à grande
 Receptores de baixa pressão queda de P.A. (<60 mmHg)
 Atriais e pulmonares  Isquemia cerebral atingindo
 Mecanismos de ajuste similares tronco encefálico (centro
vasomotor)
aos barorreceptores
 Efeito da resposta isquêmica
 Dilatação arteríolas aferentes tão intenso que pode levar à
renais oclusão total de arteríolas
 Redução da secreção de  Reação de cushing
hormônio anti-diurético pelo
 Aumento da pressão
hipotálamo intracraniana leva ao bloqueio
 Reflexo de Bainbridge: da circulação
estiramento atrial provoca  Resposta isquêmica é ativada
aumento frequência e força de  Novo nível de PA é atingido,
contração cardíacas maior que a pressão
intracraniana

46
REAÇÃO DE CUSHING

O SISTEMA DE BARORRECEPTORES É
EFICIENTE APENAS NA SITUAÇÃO
AGUDA, JÁ QUE SUAS TAXAS DE
ATIVAÇÃO VOLTAM AOS NÍVEIS
NORMAIS COM A MANUTENÇÃO
PROLONGADA DA ALTERAÇÃO DA
PRESSÃO ARTERIAL.
O SISTEMA RENAL É NECESSÁRIO PARA
O CONTROLE A LONGO PRAZO DA P.A.

47
REGULAÇÃO A LONGO PRAZO DA
PRESSÃO ARTERIAL
 Homeostasia do volume do líquido
corporal – balanço entre ingestão e
eliminação de líquido
 Rins no controle da P.A.:
 Diurese: excreção do excesso de líquido
extracelular
 Natriurese: excreção do excesso de íons
sódio

DIURESE NO CONTROLE DA
PRESSÃO ARTERIAL:
CURVA DO DÉBITO URINÁRIO

48
Referência
 Guyton & Hall, 11ª edição, Tratado de
Fisiologia Médica.

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