Os átrios se contraem aproximadamente um sexto de segundo antes da
contração ventricular, o que permite o enchimento dos ventrículos, antes de bombearem o sangue para os pulmões e para a circulação periférica. As diferentes porções do ventrículo se contraiam quase simultaneamente 🡪 gera pressão.
● Nodo Sinusal (Sinoatrial)
- Situado na parede posterolateral superior do átrio direito, imediatamente abaixo e pouco lateral à abertura da veia cava superior. - Suas fibras quase não têm filamentos musculares contráteis, - Suas fibras se conectam diretamente às fibras musculares atriais, de modo que qualquer potencial de ação que se inicie no nodo sinusal se difunde de imediato para a parede do músculo atrial. -o nodo sinusal controla normalmente a frequência dos batimentos de todo o coração. - "Potencial de repouso da membrana" da fibra sinusal tem negatividade de aproximadamente -55 a -60 milivolts, comparada com -85 a -90 milivolts da fibra muscular ventricular 🡪 as membranas celulares das fibras sinusais são por natureza mais permeáveis ao cálcio e ao sódio, e as cargas positivas desses íons que cruzam a membrana neutralizam boa parte da negatividade intracelular.
🡺 A abertura dos canais rápidos de sódio já é responsável pelo potencial
em ponta rápido do potencial de ação, observado no músculo ventricular. Em seguida, o "platô" do potencial de ação ventricular é originado em sua grande parte pela abertura mais vagarosa dos canais de sódio-cálcio lentos, durando aproximadamente 0,3 segundo. Por fim, a abertura dos canais de potássio permite a difusão de grandes quantidades de íons positivos de potássio para o exterior da fibra muscular, trazendo o potencial de membrana de volta a seu nível de repouso.
No valor de -55 milivolts, os canais rápidos de sódio já foram em sua maioria
"inativados': o que significa que ficaram bloqueados. A causa disso é que, a qualquer momento em que o potencial da membrana esteja menos negativo que os -55 milivolts, por mais do que poucos milissegundos, as comportas de inativação na membrana celular que fecham os canais de sódio se fecham e assim se mantêm. Dessa maneira, só os canais lentos de sódio-cálcio podem se abrir (isto é, serem "ativados") e assim deflagrar o potencial de ação. Como resultado, o potencial de ação nodal atrial ocorre mais lentamente que o potencial de ação do músculo ventricular.
Entre os batimentos cardíacos, o influxo de sódio positivamente carregado
provoca lento aumento do potencial de membrana de repouso em direção aos valores positivos. Quando o potencial atinge o limiar de voltagem de cerca de -40 milivolts, os canais sódio-cálcio são "ativados': originando o potencial de ação. Portanto, basicamente é o vazamento inerente de sódio para as fibras do nodo sinusal que causa a autoexcitação.
-Autoexcitação 🡪 o potencial de ação 🡪 a recuperação do potencial de ação 🡪
a elevação do potencial "de repouso" 🡪 disparo e finalmente a reexcitação que deflagra mais um ciclo.
🡺 Existem três faixas teciduais se curvam pelas paredes anterior, lateral e
posterior dos átrios, terminando no nodo A-V. Elas são denominadas vias internodais. Possuem maior velocidade de condução pela presença de fibras condutoras especializadas. Essas fibras se assemelham às "fibras de Purkinje" Ventriculares.
● O Nodo Atrioventricular e o Retardo da Condução do Impulso dos
Átrios para os Ventrículos - O nodo A-V está situado na parede posterior do átrio direito, imediatamente atrás da valva tricúspide. - impulso 🡪 vias internodais + 0,03 segundos 🡪 nodo A-V + 0,09 segundos de retardo 🡪 porção penetrante do feixe A-V + 0,04 segundos de retardo 🡪 fibras de Purkinje 🡪 ventrículos. - A condução lenta, nas fibras transicionais, nodais e do feixe penetrante A-V, é explicada em grande parte pelo reduzido número de junções comunicantes (gap junctions) entre as sucessivas células das vias de condução, de modo que existe grande resistência para a passagem de íons excitatórios de uma fibra condutora para a próxima.
● Transmissão Rápida no Sistema de Purkinje Ventricular
- Essas fibras conduzem potenciais de ação com velocidade de 1,5 a 4,0 m/s, cerca de seis vezes maior que a do músculo ventricular comum. - Alta velocidade de transmissão devido à permeabilidade muito alta das junções comunicantes nos discos intercalados. Além disso, as fibras de Purkinje também contêm muito poucas miofibrilas, o que significa que elas pouco ou nada se contraem durante a transmissão do impulso.
● Transmissão Unidirecional pelo Feixe A-V.
Uma característica especial do feixe A-V é a incapacidade, exceto em estados anormais, dos potenciais de ação de serem conduzidos retrogradamente para os átrios a partir dos ventrículos. 🡺 Em casos muito raros, parte anormal do músculo atravessa a barreira fibrosa em mais um ponto, além do feixe A-V. Nesses casos, o impulso cardíaco pode reentrar nos átrios a partir dos ventrículos e causar arritmias graves.
● Transmissão do Impulso Cardíaco pelo Músculo Ventricular
- Uma vez tendo atingida a extremidade final das fibras de Purkinje, o impulso é transmitido para toda a massa muscular ventricular pelas próprias fibras musculares. Assim, o tempo total de transmissão do impulso cardíaco, desde o início dos ramos ventriculares até a última fibra miocárdica no coração normal é de aproximadamente 0,06 segundo. ● O Nodo Sinusal como Marca-passo Cardíaco - As fibras do nodo A-V, quando não estimuladas a partir de local externo, emitem descargas intrínsecas rítmicas, com frequência aproximada de 40 a 60 vezes por minuto, e as fibras de Purkinje têm frequência de descarga entre 15 e 40 vezes por minuto. Esses valores diferem dos da frequência normal do nodo sinusal, de 70 a 80 vezes por minuto. - A questão a ser respondida é: por que o nodo sinusal controla a rítmicidade cardíaca, e não o nodo A-V ou as fibras de Purkinje? A resposta se baseia no fato de que a descarga do nodo sinusal é consideravelmente mais rápida que a autoexcitação natural do nodo A-V e das fibras de Purkinje.
● Marca-passos Anormais - Marca-passo "Ectópico"
- Ocasionalmente, alguma outra parte do coração desenvolve frequência de descargas rítmicas mais rápidas que a do nodo sinusal. Um marca-passo em qualquer lugar que não o nodo sinusal é referido como marca-passo "ectópico". - Outra causa de troca do marca-passo é o bloqueio da condução do impulso cardíaco do nodo sinusal para as demais porções do coração. O novo marca-passo, então, mais frequentemente se situa no nodo A-V ou nas porções penetrantes do feixe A-V a caminho dos ventrículos. - Se houver bloqueio A-V repentino, o sistema de Purkinje não inicia imediatamente a emissão de impulsos, mas apenas após o intervalo de 5 a 20 segundos, pois antes do bloqueio as fibras de Purkinje estavam "sobrepujadas" (overdriven) pelos rápidos impulsos sinusais e se encontravam consequentemente em estado de supressão. Durante esses 5 a 20 segundos, os ventrículos não bombeiam sangue, e a pessoa desmaia após 4 a 5 segundos, em virtude da falta de fluxo sanguíneo para o cérebro. Essa retomada tardia dos batimentos cardíacos é chamada síndrome de Stokes-Adams.
● Controle da Ritmicidade Cardíaca e Condução de Impulsos pelos
Nervos Cardíacos: os Nervos Simpáticos e Parassimpáticos
- Os nervos parassimpáticos (vagos) distribuem- se majoritariamente para os
nodos S-A e A-V. - Os nervos simpáticos distribuem-se por todas as porções do coração. -A Estimulação Parassimpática (Vagal) provoca a liberação do hormônio acetilcolina, que diminui o ritmo do nodo sinusal e reduz a excitabilidade das fibras juncionais A-V entre a musculatura atrial e o nodo A-V. - Quando a estimulação dos vagos é intensa pode ocorrer o bloqueamento da transmissão do impulso. O batimento ventricular é interrompido por 5 a 20 segundos, mas então algum ponto das fibras de Purkinje, mais comumente na porção septal interventricular do feixe A-V, desenvolve ritmo próprio, causando contração ventricular na frequência de 15 a 40 batimentos por minuto. Esse fenômeno é denominado escape ventricular. - No nodo sinusal, o estado de hiperpolarização, causado pela acetilcolin, baixa o potencial "de repouso" da membrana das fibras sinusais até nível consideravelmente mais negativo que o usual, entre -65 e -75 milivolts, em lugar dos -55 a -60 milivolts normais. Portanto, a subida inicial do potencial de membrana sinusal, devida ao influxo de sódio e cálcio, exige muito mais tempo para atingir o potencial limiar para a excitação. Isso reduz em muito a frequência da rítmicidade dessas fibras sinusais. - A estimulação simpática causa o aumento da frequência de descargas do nodo sinusal e o aumento da velocidade da condução, bem como a excitabilidade em todas as porções do coração. Também aumenta muito a força de contração de toda a musculatura cardíaca, tanto atrial como ventricular. - A estimulação simpática leva à liberação do hormônio norepinefrina que, por sua vez estimula os receptores adrenérgicos beta-1 mediadores do efeito sobre a frequência cardíaca. Acredita-se que aumente a permeabilidade das fibras aos íons sódio e cálcio, tornando o potencial de repouso mais positivo.