Você está na página 1de 14

Fisiologia Cardiovascular

Introdução
Introdução
O coração é composto por 4 cavidades, sendo as menores os átrios (que recebem tanto sangue venoso quanto
arterial) e as maiores que são os ventrículos (que levam sangue tanto para o corpo quanto para o pulmão). Além de
tudo o coração possui propriedades elétricas diferentes do restante do corpo.
O músculo cardíaco pode ser dividido em: Músculo Atrial, Músculo Ventricular e Fibras Musculares Condutoras.

Propriedades do Músculo Cardíaco


O músculo cardíaco possui algumas propriedades, sendo elas: Automatismo, Excitabilidade, Condutibilidade e
Contratilidade.
● Automatismo: é a capacidade do musculo cardíaco de iniciar um impulso elétrico espontâneo (ex. nódulo
sinoatrial e nódulo átrio ventricular)
● Excitabilidade: é a capacidade das células de responderem a estímulos elétricos, químicos ou mecânicos.
● Condutibilidade: é a capacidade do tecido miocárdico disseminar ou irradiar impulsos elétricos.
● Contratilidade: é a resposta ao impulso elétrico, apresentando um período de inexcitabilidade após a contração
denominada de período refratário.

Músculo Cardíaco: Sincício Funcional


As fibras musculares encontram-se interconectadas por discos intercalares, que promovem a propagação do
potencial de ação por toda a treliça de intercomunicações.
Na verdade, no coração, vão ser encontrados 2 sincícios: um atrial e outro ventricular. Esta divisão ocorre, pois,
entre o átrio e o ventrículo, há um tecido fibroso que circunda as aberturas das válvulas atrioventriculares (A-V). Há
um sistema especializado na condução átrio-ventricular que é o chamado feixe A-V.
A divisão em sincício atrial e ventricular permite que o átrio se contraia antes do ventrículo, fator fundamental para
o funcionamento da bomba cardíaca.

Ritmicidade autonômica do musculo cardíaco


Existem basicamente dois tipos de células cardíacas:
● Células de resposta lenta: São as células marcapasso do nodo SA e as células do nodo AV. Elas têm a capacidade
de despolarização espontânea e por isso são responsáveis (principalmente nodo SA) pelo início da onda de
despolarização cardíaca.
● Células de resposta rápida: São as células do sistema Purkinge e as células do miocárdio atrial e ventricular. Elas
conduzem a onda despolarizante pelo coração (sistema Purkinge) e realizam a contração do miocárdio em si
(células miocárdicas).
O nodo sinoatrial é considerado o primeiro marcapasso do coração, pois ele irá reger o ritmo do coração devido a
sua despolarização mais rápida.

Duração prolongada do potencial de ação do musculo cardíaco.


O potencial de ação em uma fibra muscular esquelética é caracterizado pela abertura repentina e em grande
número de canais rápidos de sódio. Estes canais são assim chamados, pois eles permanecem abertos por um período
muito pequeno, ou seja, décimos de milésimo de segundo, fechando-se, em seguida, de forma abrupta. Na fibra
muscular cardíaca, o potencial de ação é provocado pela abertura de dois tipos de canais: os canais rápidos de sódio
e os canais lentos de cálcio. Esta segunda população de canais é a responsável pela manutenção do longo período de
despolarização, fator determinante do platô, verificado no potencial de ação de uma fibra muscular cardíaca.
Outra contribuição dos canais lentos de cálcio é na provisão de cálcio para o meio intracelular, o que interfere
diretamente no processo contrátil da fibra muscular cardíaca, quando comparada à contração da fibra esquelética.
Fase 0: Abertura dos canais rápidos de Na+ (DESPOLARIZAÇÃO)
Fase 1: Início da saída de K+
Fase 2: Abertura dos canais de K+ (PLATO)
Fase 3: Grande saída de K+, fecha canais rápidos de Na+ (REPOLARIZAÇÃO)
Fase 4: Reestabelecimento das cargas e contrações iônicas (bombas de sódio e potássio).

Regulação da Ritmicidade Cardíaca


Não existem nervos nas diferentes regiões do coração dessa preparação que as façam contrair, e nenhum outro sinal
chega a ela, vindo de fora do coração, para produzir a ritmicidade. Em outras palavras, a ritmicidade do coração tem
origem no próprio coração, e se porções desse coração são removidas do corpo, continuarão a se contrair, enquanto
dispuseremde nutrição adequada.

Células do Marcapasso Cardíaco


Nosso coração normalmente bate a 60-90 batimentos por minuto. Estes batimentos são originados de um grupo de
células chamadas de nó sinoatrial, localizadas na região superior do coração, o átrio direito. Este marcapasso natural
se encarrega de gerar impulsos elétricos que são transmitidos a todas as células do coração e levam a contração
(sístole) e consequente bombeamento de sangue para todo o corpo. Em condições normais o nó sinoatrial poder
fazer a frequência cardíaca aumentar conforme a necessidade (stress, exercício físico, ingestão de café, etc).
Noradrenalina: No simpático aumenta a frequência cardíaca aumentando a entrada de sódio.
Acetil-Colina: No parassimpático aumenta a condutância de potássio tornando o potencial de repouso mais
eletronegativo, aumentando o tempo para ocorrer a despolarização.

Sistema de Purkinje
Apesar do impulso cardíaco pode ser propagado, perfeitamente bem, pelas próprias fibras do músculo cardíaco, o
coração possui um sistema especial de condução, o sistema de purkinje, que transmite impulsos com velocidade
cerca de 5 vezes maior que a do músculo cardíaco normal: aproximadamente 2 m/s para apenas 0,4 m/s, no músculo
cardíaco.
Ele tem origem no nodo SA, dele saem vários feixes muito delicados de fibras de Purkinje, as vias internodais, que
passam pelas paredes atriais até um segundo nodo, o nodo atrioventricular, também situado na parede do átrio
direito, mas localizado na parte inferior da parede posterior, próximo ao centro do coração. Desse nodo, um grande
feixe de fibras de Purkinje, o feixe AV, passa imediatamente para os ventrículos, atingindo, primeiro, o septo
interventricular. Após seguir, por curta distância, por esse septo, o feixe AV se divide em dois grandes ramos; um
ramo esquerdo, que se continua pela e ao longo da superfície interna do ventrículo esquerdo, e um ramo direito,
com trajeto por percusso semelhante, no ventrículo direito.
Papel do sistema de Purkinje na produção da contração coordenada do músculo cardíaco; a principal função do
sistema de Purkinje é a de transmitir o impulso cardíaco com muita rapidez pelos átrios e, após pequena pausa do
nodo AV, também com muita rapidez, pelos ventrículos. A condução rápida do impulso fará com que todas as
porções de cada sincício de músculo cardíaco, o sincício atrial e o sincício ventricular, contraiam ao mesmo tempo,
de modo a exercerem esforço coordenado de bombeamento. Se não fosse o sistema de Purkinje, o impulso seria
propagado, muito mais lentamente, pelo músculo cardíaco, o que permitiria que algumas fibras musculares
contraíssem muito antes das outras e, também, relaxassem antes das outras. Obviamente, isso resultaria em
compressão reduzida do sangue e, por conseguinte, em eficácia diminuída do bombeamento.
Inervação Autonômica do Coração
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém de nervos situados fora do coração e
outra intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se localiza no seu interior.
● A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, simpático e parassimpático.
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três cervicais e quatro ou cinco torácicos.
As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago (X par craniano), do qual derivam
nervos cardíacos parassimpáticos, sendo dois cervicais e um torácico.
Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos.
O simpático terá atividade inotrópica (aumenta a força de contração) e cronotrópica (aumenta a frequência
cardíaca) positivos.
O parassimpático terá atividades inotrópicas e cronotrópicas negativas, diminuindo a força e frequência
cardíaca.
● A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do coração. É
uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas
especializadas, chamadas células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por serem auto-excitáveis.
A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede atrial direita, inferior a abertura da veia
cava superior. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação atinge o nodo
atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a abertura do seio coronário. Do nodo AV, o potencial
de ação chega ao feixe atrioventricular (feixe de His), que é a única conexão elétrica entre os átrios e os
ventrículos. Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo,
que cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco. Finalmente, as miofibras condutoras (fibras
de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de ação, primeiro para o ápice do ventrículo e após para o
restante do miocárdio ventricular.

Contratilidade
Ocorre através da estimulação dos sarcomeros, depende dos ions de cálcio.
Ocorre a despolarização: Entrada de Ca++ que permite contração por interação dos filamentos.

Eletrocardiograma, Ciclo Cardíaco e Bulhas Cardíacas.


Eletrocardiograma
● Ondas:
O eletrocardiograma possui algumas ondas, sendo elas:

P: Despolarização dos átrios


Q, R, S: Despolarização dos ventrículos
T: Repolarização dos ventrículos
A Repolarização atrial ocorre junto com a despolarização dos ventrículos.
● Projeção do Triângulo de Einthoven no tórax.
O triangulo de Einthoven irá representar o posicionamento dos eletrodos. Ele padronizado.
No braço direito sempre será negativo.
O braço esquerdo poderá ser negativo ou positivo
A perna direita sempre será positiva.
Segundo uma derivação da segunda lei de Kirchoff, temos a lei de Einthoven para o coração, onde DII= DI+DIII
● Derivações unipolares

As três derivações unipolares aumentadas são aVF (nos pés), aVL (braço esquerdo) e aVR (braço direito)
As seis pré-goldidas são V1, V2, V3, V4, V5 e V6

Registro Cardíaco
Formado por 12 derivação (3 bipolares e 9 unipolares).

Ciclo Cardíaco
● Conceitos gerais:
Sístole: Contração
Diástole: Relaxamento
Sístole + Diástole = Ciclo
Em sístole ocorre o esvaziamento dos ventrículos, já na diástole o enchimento dos mesmos.
O lado direito do coração trabalha em pressão mais baixa que o lado esquerdo
A artéria pulmonar e a aorta retiram o sangue do coração
Para termos um gradiente que gera a circulação, nossas ventrículos trabalham em pressões diferentes.
● Eventos do Ciclo Cardíaco
Ocorre de maneira sinoatrial
1º Temos a Diástole Atrial, onde entra sangue nos átrios
2º Temos a Diástole Ventricular, onde o sangue passa para os ventrículos
3º Temos a Sístole atrial, onde o resíduo de sangue que ficou no átrio é propelido para o ventrículo
4º Temos a Sístole Ventricular, que ocorre após a sístole atrial e faz é a condução do impulso elétrico através das
fibras cardíacas, que chegam ao nódulo átrio ventricular.
Nos eventos ventriculares temos, em sístole: Contração isovolumétrica, ejeção e diástole atrial. Já em sístole
temos: relaxamento isovolumétrico, afluxo rápido, diástase (afluxo lento) e a sístole atrial.
OBS: O afluxo de sangue entre as câmaras cardíacas se dá através das valvas cardíacas, que se abrem e fecham
dependendo das diferenças de pressão das câmaras e grandes vasos.

Bulhas
São as manifestações acústicas (som) geradas pelo impacto do sangue em diversas estruturas cardíacas e nos
grandes vasos.
● 1ª Bulha: corresponde ao fechamento das válvulas átrio-ventriculares, e pode ser subdividida em 4
componentes:
- Fechamento das válvulas átrio-ventriculares com inicio da contração ventricular
- Desaceleração rápida do sangue pelo fechamento das válvulas, onde as câmaras vibram
- Oscilação do sangue entre a crossa da aorta e as paredes ventriculares
- Tuberlência do sangue na aorta
● 2ª Bulha: Corresponde ao fechamento das válvulas semilunares aórtica e pulmonar; é devida, principalmente, ás
vibrações e tensões das valvas semilunares
● 3ª Bulha: Devido a vibração das câmaras cardíacas; ocorre no final do enchimento rápido dos ventrículos
● 4ª Bulha: Sístole Atrial

Efeitos do Diâmetro do Vaso


O fluxo sanguíneo no vaso será diretamente proporcional a quarta potência do diâmetro
Variações muito discretas do diâmetro vascular podem alterar, de forma muito acentuada, o fluxo sanguíneo para as
diferentes regiões vasculares.

Lei de Poiseuille
PAM= VMC.RP

Características do Pulso Arterial na Aorta


● Incisura ou Nó Dicrotico
● Valor máximo: Pressão Sistólica
● Valor mínimo: Pressão Diastólica
● Incisura: fechamento da valva aórtica
● Fase ascendente curta
● Fase descendente longa
● Pressão arterial média: garante circulação sanguínea.
Não é um valor intermediário entre sístole e diástole
É a diferença entre a rapidez das fases.
Ex. PAS: 120 PAD: 70 ~ Δ =50
PAM= PAD = (40%Δ)
PAM= 70 +20
PAM=90mmHg

Pressão Arterial
A expressão pressão arterial (PA) refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a parede das artérias. A pressão
arterial bem como a de todo o sistema circulatório encontra-se normalmente um pouco acima da pressão
atmosférica, sendo a diferença de pressões responsável por manter as artérias e demais vasos não colapsados. O seu
valor no indivíduo saudável varia continuamente, consoante a atividade física, o stress ou a emotividade.
● Métodos para medir pressão arterial:
- Método palpatório: mede apenas a pressão sistólica. Para tanto coloca-se o manguito, inflando-o até parar de
passar sangue (momento no qual para de sentir a pulsação na artéria radial).
- Método auscutório: é realizado com o estetoscópio. Para tanto coloca-se o manguito, inflando-o até parar a
passagem de sangue. Começa, então, a desinflar o manguito lentamente, o primeiro batimento será referente à
pressão sistólica enquanto o último, pressão diastólica.
O ideal é primeiramente utilizar o método palpatório para depois, o auscutório a fim de não proporcionar um
desconforto desnecessário ao paciente
● Controle da circulação: são dois tipos de mecanismos.
- Mecanismos de curto prazo: devem-se através reflexos circulatórios e mecanismos neurais. Há dois tipos de
receptores:
(I) Barorreceptores: são receptores de pressão, ou seja, estabilizam a nossa pressão independente da força
gravitacional (alterações posturais), já que a mesma produz variações de pressão no nosso corpo de acordo com
nossas variações posturais. Podem ser aórticos (localizados na aorta) ou carótideos (localizados na carótida) e
são envolvidos na regulação da pressão arterial momento a momento (batimento a batimento), visto que que
despolarizações acontecem durante a sístole, a cada batimento os barorreceptores são ativados. Ao chegarem
ao cérebro, os impulsos transmitidos por esses receptores inibem o centro vasomotor, produzindo dilatação dos
vasos sanguíneos e redução da atividade cardíaca (cai a pressão arterial). Quando a pressão arterial está baixa,
os barorreceptores deixam de ser estimilador, de modo que o centro vasomotor fica muito excitado, levando a
PA de volta a seu valor normal.
(II) Quimiorreceptores: são sensíveis à circulação de substâncias, principalmente de oxigênio. São localizados no
corpo carotídeo e no arco aórtico (recebem muito sangue). Só despolarizam com pouco oxigênio.
*Hipoxia: PO2 (ajustes cardiovasculares e respiratórios).
-Mecanismos de longo prazo:
(I)Rins: controlam volumes extracelulares. Ocorre regulação do conteúdo de líquido na circulação. Se deve
através de ingestão de água e sódio.
(II)Sistema renina-angiotensina: é um mecanismo hormonal. Cai a pressão arterial, diminui o fluxo sanguíneo nos
rins, ocorre secreção de renina a qual atua sobre o angiotensinogênio, libera angiotensina l seguida pela
angiotensina ll, ocorre vasoconstrição das arteríolas (aumentando a absorção de água e sódio), aumentando a
pressão arterial.
(III) Aldosterona: secretada pelo córtex da suprarrenal, controla o débito renal de água e sódio. Cai a pressão
arterial, ocorre liberação de aldosterona, diminui a excreção de água e de sódio pela urina, aumentando, assim, suas
absorções.
*Transpiração: volume de líquido perdido sai do extracelular para recompor o volume (diminui a excreção de
sódio e de água).
(IV)Queda do volume extracelular: cai a pressão arterial, barorreceptores deixam de ser ativados, ocorre
vasoconstrição renal, aumenta a liberação de renina e de angiotensina ll, aumenta a absorção de sódio e de água.
(V)Aumento do volume extracelular: o controle se dá através do sistema peptídeo atrial natriurético, o qual é
secretado pelos átrios e aumenta a excreção de sódio e água, fazendo com que o conteúdo extracelular diminua. Há
formação de NO (aumenta o fluxo sanguíneo renal, aumenta a excreção de sódio e de água).
● Pressão Arterial no Exercício Físico
Ao final de exercícios físicos ocorre aumento do suor e da vontade de beber água, a qual é controlada pela
angiotensina ll, com o intuito de repor o volume extracelular.
- Exercício aeróbico: é quando ocorre ativação de grandes massas musculares (por exemplo, corrida e natação).
A vasodilatação medida por fatores locais se contrapõem ao aumento da resistência periférica decorrente do
aumento do simpático.
- Exercício localizado: para este tipo de exercício, utiliza-se poucos agrupamentos musculares. O aumento do
simpático se dá no corpo todo, mas a vasodilatação, por fatores locais, ocorre apenas nos músculos ativos.
Ausculta Cardíaca
Ausculta ou Auscultação Cardíaca é a parte da Semiologia médica que estuda os sons gerados pelo ciclo cardíaco e
seu significado.
Escuta as Bulhas explicadas anteriormente.

Deformação do Pulso na Circulação Arterial


Como as paredes arteriais são estruturas elásticas, o aumento da pressão na artéria pulmonar e na aorta (devido a
ejeção de sangue durante a sístole ventricular) provoca uma deformação que se propaga como uma onda ao longo
de toda a árvore arterial, inclusive das arteríolas.

Velocidade do Pulso Sanguíneo em Diferentes Regiões


A Velocidade do sangue nos vasos também varia dependendo do diâmetro do vaso: Quanto maior o diâmetro de um
vaso, menor será a velocidade do sangue para que um mesmo fluxo ocorra através deste vaso.

Pressão Sanguínea
É a força que faz o sangue fluir pela circulação.
É a relação da pressão com o fluxo sanguíneo
A intensidade do fluxo sanguíneo é diretamente proporcional a diferença das pressões vigentes das duas
extremidades.

Resistência do Fluxo Sanguíneo


É diretamente proporcional ao comprimento do vaso.
Quanto mais viscoso for o liquido que tentar fluir por um vaso, maior será seu atrito com a parede desse vaso, e
consequentemente, maior será sua resistência

Interrelações entre pressão, fluxo e resistência


● Pressão atua no sentido de aumentar o fluxo
● Resistencia tende a diminuir o fluxo
Fluxo Sanguíneo = Pressão/Resistência

Condutância
Fluxo de sangue para uma determinada diferença de pressão

Arteríolas
São responsáveis por controlar a quantidade de fluxo sanguíneo em um determinado tecido.
Tem paredes resistentes

Força de Starling
● Contribui para a saída e entrada de água nos capilares
- Pressão intersticial negativa contribui para a saída de água; pressão coloidosmótica negativa contribui para a saída
de água; pressão coloidosmótica do interstício contribui com a saída de água e sais; pressão coloidosmótica do
plasma faz com que a água volte
- A água não se acumula no interstício porque é drenada pelo sistema linfático
- Edema: acúmulo de líquido no capilar – extravasamento de líquido

Circulação Venosa
A veia comporta mais sangue que as artérias, devido terem uma maior distensão

Circulação nos Diferentes Territórios Vasculares


Controle do fluxo sanguíneo
● Fatores intrínsecos (do local):
- Controle intrínseco:
(I) Teoria vasodilatadora: quanto menor a disponibilidade de O2 maior a velocidade de formação de vasodilatadores
(adenosina) pelas células teciduais, provocando a vasodilatação.
(II) Mecanismo miogênico: auto- regulação
● Fatores Extrínsecos (fora do local):
- Controle extrínseco:
(I) Simpático: Adrenalina (atua em vasos com receptores α- diminuem o fluxo) e noradrenalina (atua em vasos com
receptores β- diminuem o fluxo)
(II) Hormônios: vasoconstritores ( angiotensiona II, vasopressina – diminuem o fluxo) e vasodilatadores (serotonina,
histamina, prostaglandinas)

Circulação coronária
● Fluxo maior na diástole do que na sístole
- Fatores físicos, metabólicos e neurais influenciam nessa circulação
(I) Físicos: Contração- diminui o fluxo sanguíneo
(II)Relaxamento – aumenta o fluxo sanguíneo
* Auto regulação
(III) Metabólicos: Quanto maior a atividade metabólica, maior o consumo de O2, maior o fluxo sanguíneo
OBS: quando a necessidade metabólica de nutrientes (O2) fica maior que a quantidade que suprida, as arteríolas
dilatam; fluxo do sangue aumenta até que a intensidade de nutrição do coração fique ajustada.
(IV) Neurais: Atividade simpática aumentada provoca a intensificação do fluxo, enquanto que a diminuição reduz o
fluxo

Circulação na musculatura esquelética


● Durante o exercício físico ocorre: vasodilatação e abertura dos capilares
- 3 efeitos principais que ocorrem durante o exercício físico, que são essenciais para o sistema circulatório suprir a
necessidade do fluxo sanguíneo para os músculos
(I) Descarga simpática em massa: aumenta a frequência cardíaca e vasoconstrição, exceto os vasos dos músculos em
atividade, que ficam muito dilatados pelos efeitos locais produzidos por esses mesmos músculos
(II) Aumento do débito cardíaco: vasodilatação local dos músculo ativo, aumenta o ritmo venoso do sangue para o
coração, esse sangue adicional é bombeado e retorna imediatamente para os músculos, por meio das arteríolas
(III) Aumento da pressão arterial:
Obs1: Exercícios físicos sob muita tensão utilizam apenas alguns músculos; a reposta simpática ocorre em todo o
corpo. Efeito final é em sua maior parte de vasoconstrição, muitas vezes aumentando a pressão arterial média até
valores de 180mmhg
Obs2: Exercícios físicos que envolvem todo o corpo, aumento da pressão arterial fica em torno de 20 e 40mmhg
(grau extremo de vasodilatação)

Circulação cerebral
● Mecanismo de auto regulação do fluxo sanguíneo: são muito eficientes, pois diminuem a tensão na parede dos
vãos cerebrais, aumentando o fluxo. (fluxo no cérebro é fundamental para manter as funções)
● Fatores metabólicos: aumento na tensão do CO2 – vasodilatação – aumento do fluxo (muito sensíveis ao CO2)
- Dinâmica venosa: não são colapsáveis (veias)
- Inervação simpática: ativada em situações extremas

Circulação sanguínea no tubo gastrointestinal e fígado


Duas funções do tubo gastrointestinal exigem muita intensidade do fluxo sanguíneo: contrações do músculo liso da
parede do tubo gastrointestinal e formação das secreções gastrointestinais.
● Fluxo sanguíneo no tubo gastrointestinal é auto regulado de acordo com as necessidades dos tecidos, como
ocorre na maioria dos setores do corpo.
● Metabólicos e mecânicos
● Hormonais: angiotensina II, vasopressina, neurotensina
● SNS: vasoconstrição
Circulação cutânea
Troca de calor com o ambiente através de capilares (nesse nível que interagimos com o ambiente)
● Fatores físicos:
- Vasodilatação: difusão de água para o exterior (calor) – aumenta o fluxo
- Vasoconstrição: não perde calor (frio) – diminui o fluxo
● Fatores neurais:
- Simpático adrenérgico: vasoconstrição; diminui a temperatura ambiente (frio)
- Simpático colinérgico: vasodilatação; saída de água pela epiderme; maior temperatura ambiente (calor)

Mecanismo de Regulação da Pressão Arterial


Regulação nervosa
Bulbo – centro vaso motor (grau de vasoconstrição; frequência cardíaca)
● Controle simpático:
- Medula espinhal: cadeias simpáticas
- Aumentam frequência cardíaca e a força de contração do coração (aumenta pressão arterial)
- Produzem vasoconstrição das arteríolas de o corpo (aumentam a pressão arterial)
● Controle parassimpático:
- Via nervo vago
- Diminuição da atividade cardíaca
- Sensores localizados em áreas específicas do sistema central:
Barorreceptores
● São receptores de pressão
● Aórticos e carotídeos (localizados na aorta e na carótida)
● O número de impulsos transmitidos por eles aumentam com a elevação da pressão arterial
● Quando chegam ao cérebro os impulsos inibem o centro vasomotor, produzindo a dilatação dos vasos
sanguíneos e reduzindo a atividade cardíaca (diminuindo a pressão arterial)
● Quando a pressão arterial está baixa os barorreceptores param de ser estimulados, de modo que o centro
vasomotor fica muito excitado, o que leva a pressão arterial voltar ao normal
● Regulação da pressão arterial momento a momento, logo a cada batimento cardíaco os barorreceptores são
ativados
● Força gravitacional produz variação de pressão no nosso corpo, os barorreceptores são quem estabilizam nossa
pressão, independente da força gravitacional
● Mesmo quando a pressão arterial estiver baixa, e os barorreceptores não estiverem sendo estimulado, o sistema
nervoso percebe e ajusta esse desfalque, aumentando a pressão arterial

Quimiorreceptores carotídeos
● Sensíveis à circulação de substâncias, principalmente o oxigênio.
● Avisam a quantidade de oxigênio no sangue
● Só despolarizam com pouco oxigênio

Quimiorreflexo
● Pressão arterial:
- Baixa: número de pressão gerado na aorta é baixo (nervo depressor aórtico)
- Alta: número de pressão arterial sofre aumento progressivo

Atividade eferente vagal


● Nível normal de frequência cardíaca
- Nível baixo: SN parassimpático diminui frequência cardíaca
- Nível alto: SNC deve diminuir frequência cardíaca

Atividade simpática
● Nas arteríolas controlam a resistência vascular periférica
- Nível baixo: aumentam a atividade simpática - vasoconstrição
- Nível alto: diminui a atividade simpática – vasodilatação

SNC
Participa dos reflexos cardiovasculares, sem ele a pressão cairia, pois o sistema ficaria sem inervação simpática das
arteríolas

Neurônios com atividade marcapasso


● Atividade de auto despolarização
● Localizado na região ventral e rostral do bulbo
● Ativam atividades simpáticas: mantém um tônus de atividade basal
● Frequência de despolarização não é a máxima porque os barorreceptores modulam a frequência de
despolarização dos mesmos

Parassimpático
● Apenas o coração recebe
● Neurônios parassimpáticos localizados no núcleo ambíguo (não tem características de marcapasso, não se auto
despolarizam)
-Pressão arterial aumenta – núcleo ambíguo estimulado – gânglio do coração estimulado – libera acetilcolina –
diminui a atividade do coração
-Pressão arterial diminui – atividade parassimpática do coração será menor

Regulação da Pressão a Longo Prazo


Rins
Regulam o conteúdo de líquido na circulação e controlam volume extracelular
● Sistema renina angiotensina:
- Mecanismo hormonal: diminuem a pressão arterial nos rins - renina é secretada, atua sobre o angiotensinogênio -
produz angiotensina I – angiotensina II – vasoconstrição nas arteríolas( aumentam absorção de água e sódio) -
aumentam a pressão arterial

Aldosterona
● Secretada pelo córtex suprarrenal
● Controlada o débito renal de água e sódio
● Pressão arterial diminui – aldosterona – redução de excreção de água e sódio pela urina (maior absorção de
água e sódio)

Queda do volume extracelular


Diminui a pressão arterial – barorreceptores deixam de ser ativados – vasoconstrição renal – aumenta renina –
aumenta angiotensinaII – aumenta absorção de Na e água

Aumento do volume extracelular


● Sistema peptídeo atrial natriurético: secretado pelos átrios e aumenta a excreção de Na e água, fazendo com
que o extracelular diminua
● Há a formação de NO – aumento do fluxo sanguíneo renal – aumentam excreção de Na e água
● Ao final do exercício físico: muito suor, vontade de beber água (angiotensina II) para repor volumes
extracelulares

Exercício físico aeróbico


Ativação de grandes massas musculares. A vasodilatação se contrapõe ao aumento da resistência periférica
decorrente do aumento do simpático.

Exercício físico localizado


Poucos agrupamentos musculares, o aumento do simpático se dá no corpo todo, mas a vasodilatação por fatores
locais ocorre apenas nos músculos ativos.
Fisiologia Respiratória
Introdução
Músculos Respiratórios
● Músculos inspiratórios: diafragma, intercostais externos, esternocleidomastóideos (aumento vertical e diâmetro
ântero posterior da caixa).
● Músculos expiratórios: abdominais e intercostais internos.

Zona de Condutância
Traqueia, brônquio, bronquíolos, bronquíolos terminais. São revestidos por cartilagem.

Zona de transição
Bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares. Possuem menos cartilagem.

Transição entre vias aéreas e periféricas


A via aérea central não realiza trocas gasosas, apenas a periférica (entre alvéolos e capilares). Por isso, esta possui
musculatura lisa.

Espaço próprio
O ar inspirado não tem contato com os capilares da circulação pulmonar.

Pressões pulmonares
● Pressão alveolar: durante a inspiração a caixa torácica é expandida, expandindo também os pulmões. A pressão
interna será negativa, já que é menor que a pressão atmosférica, facilitando a entrada de ar para os alvéolos. Já
na expiração, ocorre a compressão da caixa torácica, comprimindo também os pulmões. A pressão interna passa
a ser positiva (maior que a pressão atmosférica), empurrando o ar para fora dos alvéolos.
● Pressão interpleural: os pulmões tendem a se afastarem da caixa torácica já que tal órgão possui uma força
retrátil e a caixa torácica tende a se expandir. Essas duas forças criam um espaço virtual com uma força negativa,
ou seja, a pressão interpleural também será negativa.

Pneumatórax
Abertura da parede torácica.

Lei de Laplace
Se duas bolhas, uma maior que a outra, com a mesma tensão superficial estiverem conectadas por um mesmo tubo,
o ar encontrado dentro da bolha menor irá passar para a bolha maior. Como P=tensão/raio, a bolha menor possui
maior pressão, enquanto a maior é o oposto (por isso, o ar da menor passa para a maior). Como na natureza existem
alvéolos de tamanhos distintos conectados pela mesma traqueia, não podem possuir a mesma tensão superficial.
Para solucionar isso, o organismo produz sulfactante pulmonar, que faz os alvéolos menores possuírem maior tensão
superficial, equilibrando-se com os maiores.
Obs: crianças que não possuem tal substância podem chegar ao óbito se o médico não injeta-la no pulmão.

Alvéolo-capilar
Os alvéolos entram em contato com os capilares através de uma membrana, para que possam realizar o princípio da
respiração (troca de gases). A troca gasosa se deve da seguinte maneira: o PCO2 encontra-se em maior quantidade
nos capilares do que nos alvéolos, logo, o gás é difundido para os alvéolos. Já o PO2 encontra-se em maior
quantidade nos alvéolos, ou seja, o gás é difundo para os capilares.

Transporte de gases no sangue


Através do seguinte trajeto: sangue → hemácias → hemoglobina. O oxigênio é desligado com facilidade da
hemoglobina, e o gás carbônico encontrado nos tecidos é dissolvido e transportado até a hemoglobina.
Oxigênio do ar atmosférico para as mitocôndrias: há diferença de pressão do oxigênio no sangue arterial (95mmHg)
e na célula (40mmHg) visto que há difusão de oxigênio das hemácias para as células e mitocôndrias onde será
consumido.

Etapas essenciais para o transporte dos gases do ar para as células:


● Ventilação pulmonar: processo ativo e sob o controle neural, no qual ocorre contração da musculatura
diafragmática e intercostal.
● Difusão entre o ar alveolar e os capilares pulmonares: é um processo passivo.
● Transporte de gases no sangue: processo ativo sob o controle neural.
● Difusão entre os capilares e as células na circulação sistêmica: é um processo passivo no qual ocorre diferença de
pressão.

Lei de Fick
A difusão de um gás através de uma camada de tecido está diretamente relacionada com a área de superfície do
tecido, a constante de difusão do gás específico e a diferença de pressão parcial do alvéolo e do capilar. Além de
relacionar-se de modo inverso com a espessura do tecido. Como pode ser observado na seguinte fórmula:
Vgás= (α.A.D(P1-P2))/T

Difusão dos gases


Um gás difunde na proporção inversa da raiz quadrada de seu peso molecular.
● Quanto maior for a diferença de pressão entre uma face da membrana e outra, maior será a intensidade da
difusão.
● Quanto maior for a área da membrana respiratória, maior será a intensidade de difusão do gás.
● Quanto maior for a solubilidade do gás na membrana respiratória, maior será a velocidade do gás em se difundir.

Espessamento das membranas basais
As hemácias demoram para saturar o O2 fazendo com que o indivíduo se sinta cansado.

Curva de saturação de O2 das hemácias

O aumento da temperatura facilita a dissociação de O2, deslocando a curva para a direita;


A diminuição do pH provoca maior liberação de O2, deslocando a curva para a direita;
O aumento da pressão de CO2 permite o desligamento mais fácil de O2, deslocando a curva para a direita;
2,3 DPG (atividade metabólica das hemácias) diminui a afinidade de O2, deslocando a curva para a direita.

Efeito Bohr, CO2 e pH


O CO2 altera a afinidade da hemoglobina pelo O2, aumentando a liberação de O2 para os tecidos e também a
captação de O2 nos capilares pulmonares. Quanto mais CO2 produzido, mais eficiente será o sistema de transporte.

Transporte de CO2
O CO2 é dissolvido no sangue na forma de bicarbonato formando compostos carbônicos ligados a hemoglobina.

Efeito Haldane
Queda de saturação de O2 no sangue aumenta a capacidade da hemácia de carregar CO2 (exercício físico). Enquanto
o aumento de saturação de O2 no sangue reduz a capacidade da hemácia em carregar CO2.

Regulação Neural e Química da Respiração


Introdução
Gera um padrão rítmico da contração do diafragma, o qual é inervado pelo nervo frênico. Vale lembrar que a
pressão interpleural é negativa na inspiração (ATIVO, porque há contração muscular e gasto energético! Depende da
inervação do diafragma e dos intercostais) e positiva na expiração (PASSIVA, porque há retenção elástica dos
músculos, só se torna ativa em exercício físico).
Controle da respiração
A atividade respiratória é uma atividade neural.
Sensores
● Quimiorreceptores centrais e periféricos: informam as variações ao SNC
● Mecanorreceptores: receptores de estiramento, de irritação, parênquimas, dos músculos, dos tendões e das
articulações.
Geração e modulação: grupo respiratório dorsal, grupo respiratório ventral e grupo respiratório pontino.
Efetores: onde a resposta ocorre, participam da atividade respiratória. São os seguintes músculos: diafragma,
intercostais, acessórios e toda a musculatura da boca e da garganta.
Os sensores mandam a informação para os grupos respiratórios que, por sua vez, mandam as informações para o
grupo dos efetores.

Localização dos neurônios responsáveis pela respiração


Ponte, bulbo e medula espinal.

“Centro” respiratório bulbar


● Grupo respiratório dorsal (GRD): localizado na região dorsal do bulbo, bilateralmente. Possui núcleo trato
solitário ventro-lateral. Os neurônios são envolvidos na inspiração, recebe informações aferente provenientes de
receptores. Reflexo de Hering-Breuer: limita a duração da inspiração. Durante a mesma, há ativação de
mecanorreceptores que informam o grau de distensão da caixa torácica e se o limite está sendo atingido. A
informação se deve através do nervo vago.
● Grupo respiratório ventral (GRV): localizado na região dorsal e lateral do bulbo. Os neurônios estão envolvidos
com a inspiração e com a expiração. Possui núcleo retro-ambíguo (neurônios da inspiração), núcleo ambíguo
(são motores vagais e controlam a inspiração) e núcleo retrofacial (neurônios inibitórios da expiração). O
complexo Bot C é responsável pelo controle da atividade expiratória enquanto o complexo pré-Botzinger é
reponsável por gerar o ritmo respiratório, despolarizar espontaneamente, determinar a frequência da respiração
basal e pelo marca-passo.

Grupo respiratório pontinho


Localizado na região dorsal e lateral da ponte. Envolvidos tanto na inspiração como na expiração. Modulam a
transição entre as fases inspiratórias e expiratórias do ciclo respiratório. Incluem neurônios dos grupos K-F e
Parabraquial (limitam a duração da inspiração).

Centro aprêutico
Prolongam a inspiração.

Quimiorreceptores centrais
São muito sensíveis ao aumento de CO2 no sangue arterial (se não está conseguindo expulsar o gás carbônico, ativa-
se os neurônios para melhorar o sistema e, assim, expulsá-lo). Localizam-se na superfície ventral do bulbo e possuem
estímulos ao aumento de PaCO2 e à diminuição do pH (acidose metabólica). Caso altere o pH no sangue, há uma
leve alteração na ventilação já que o hidrogênio não atravessa facilmente as paredes dos capilares. Já pequenas
alterações de CO2 promovem elevadas alterações na ventilação já que CO2 é muito difusível nos capilares (cerca de
3x). Caso o CO2 esteja constante e o O2 diminua, também haverá estímulos ao SNC para que ele aumente a
ventilação pulmonar.

Quimiorreceptores periféricos
São sensores de O2, são localizados na bifurcação das duas artérias carótidas, ou seja, não estão localizados no SNC.
Se faltar oxigênio no sangue arterial, a célula glomo libera neurotransmissores quem mandam a informação ao SNC,
o qual aumenta a ventilação pulmonar para tentar captar mais oxigênio da atmosfera.

Hipóxia e ativação dos quimiorreceptores carotídeos


Hipóxia se deve a problemas respiratórios que trazem como consequência a alcalose respiratória (↓ CO2). Se não
fosse pelos quimiorreceptores, todos morreriam. A resposta máxima se deve somente quando PaO2 cai abaixo de
50mmHg. Caso o pO2 diminua, a atividade celular se eleva abruptamente. Quando o O2 diminui o CO2 aumenta
promovendo maior ventilação (quando aumenta a ventilação, aumenta também o CO2 para o ar atmosférico
diminuindo, assim, o CO2 no sangue arterial). Em casos de asfixia, ocorre uma queda do O2 e um aumento do CO2,
eleva-se o número de neurônios respiratórios que tentam reestabelecer a pressão normal. Se não houver troca
gasosa o indivíduo morrerá. O nervo frênico é responsável pela contração do músculo diafragma e possui receptores
de estiramento da caixa torácica e dos pulmões. As aferências vagais promovem a inibição do grupo respiratório
dorsal.

Ventilação alveolar e exercício físico


Não tem grandes alterações químicas. A ventilação aumenta por mecanismos neurais (aumenta o consumo de
oxigênio). A expiração permanece constante enquanto a inspiração aumenta com o intuito de capturar mais
oxigênio.

Mecanismos neurais e exercício físico


Existem sensores nas articulações, músculos e tendões, não ocorre alteração química no sangue. Há uma influência
de centros corticais superiores (“comando central”). Antes de realizar o exercício já há um aumento da atividade
respiratória, o córtex sabe que mais O2 será consumido, esse aumento inicial da ventilação reduz o CO2 nos alvéolos
e aumenta a pO2. Ao longo do exercício físico, a ventilação continua se elevando, mas pCO2 volta aos níveis normais.

Regiões de elevadas altitudes


Nesses lugares há uma redução do oxigênio no ar atmosférico. A pO2 alveolar é menor do que ao nível do mar,
causando um desconforto.
Obs1: Situação de baixo O2 (hipóxia) → difusão menor → ↓saturação de O2 na hemoglobina
Se houver o dobro de aumento na ventilação, a pCO2 diminuirá para 20mmHg, fazendo com que a pO2 aumente.
Os quimiorreceptores periféricos são os responsáveis pela hiperventilação devido a queda da pO2 arterial.
Obs2: Hipóxia = hiperventilação → ↓ pCO2 alveolar e arterial → ↑pH
↑pH = alcalose (causa mal estar) → será compensada pela excreção renal de HCO3 e, consequentemente, ↓pH

Volumes e Capacidades Pulmonares


Volumes Pulmonares
● Volume corrente: volume de ar inspirado e expirado a cada respiração normal.
● Volume de reserva expiratório: volume de ar que pode ser expirado após o final da expiração do volume
corrente.
● Volume de reserva inspiratório: volume de ar que pode ser inspirado acima e além do volume corrente.
● Volume residual: volume de ar que permanece no pulmão após a expiração máxima.

Capacidades Pulmonares
● Capacidade inspiratória: volume máximo de ar que pode ser inspirado a partir da posição expiratória de repouso.
É o volume corrente + volume de reserva inspiratório.
● Capacidade residual funcional: volume de ar que permanece no pulmão ao final de uma expiração normal.
● Capacidade vital: volume expirado durante uma expiração forçada, após uma inspiração máxima. É o volume
corrente + volume de reserva inspiratório + volume de reserva expiratório.
● Capacidade pulmonar total: volume máximo que os pulmões comportam após o maior esforço respiratório
possível.
Espaço Morto
É o espaço nas vias aéreas onde não ocorrem trocas gasosas (nariz, faringe e traqueia). É o volume de ar inalado
durante a respiração que permanece nas vias aéreas condutoras e não participa das trocas gasosas.

Você também pode gostar