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CARDÍACOS
SUMARIO
1. Introdução...................................................................... 3
2. Sistema Elétrico Cardíaco........................................ 3
3. Arritmias Cardíacas.................................................... 9
4. Dispositivos Eletrônicos Cardíacos....................12
Referências Bibliograficas..........................................29
DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS CARDÍACOS 3
TRATAMENTO DE
DISFUNÇÕES ELÉTRICAS
DO CORAÇÃO
DISPOSITIVOS
MARCA-PASSO ELETRÔNICOS DESFIBRILADOR
CARDÍACOS
TERAPIA DE
CARDIODESFIBRILADOR
RESSINCRONIZAÇÃO
IMPLANTÁVEL
CARDÍACA
SAIBA MAIS!
O complexo QRS no ECG representa a despolarização dos ramos do sistema especializado
de condução e do miocárdio ventricular, ou seja, despolarização desde o miocárdio, através
das fibras de Purkinje, até o epicárdio. A estimulação dos átrios é representada pela onda P.
CANAIS DE SÓDIO
CANAIS DE
SÍSTOLE DOS ÁTRIOS NÓ SA
POTÁSSIO
RETARDO DO PULSO NÓ AV
SISTEMA
HIS-PURKINJE
SÍSTOLE DOS
VENTRÍCULOS
ARRITMIAS
BRADIARRITMIAS TAQUIARRITMIAS
4. DISPOSITIVOS
ELETRÔNICOS SE LIGA! Os sintomas de bradicardia
CARDÍACOS mais comuns são tonturas e sensação
de “vertigem”, síncope e pré-síncope,
Marca-passo intolerância ao exercício e sintomas de
insuficiência cardíaca (dispneia, dispneia
Os marca-passos são dispositivos paroxística noturna, edema de membros
eletrônicos que previnem a ocorrên- inferiores).
cia de bradicardias, sendo indicados
para pacientes que já apresentam sin- Os marca-passos podem ser tempo-
tomas de bradicardia ou aqueles com rários ou definitivos. Os marca-passo
risco de desenvolver bradicardia sin- temporários podem ser importantes
tomática. Como os sintomas de bra- em emergências com parada cardíaca
dicardia são inespecíficos, a indicação sistólica, sendo utilizado um disposi-
do marca-passo como terapia precisa tivo transcutâneo com pás de eletro-
da confirmação da bradicardia. dos aplicados à parede torácica. Há
Os casos de bradicardia persistentes, ainda um tipo de marca-passo tem-
como bloqueio AV completo, serão porário que é inserido pela veia jugu-
facilmente identificados pelo ECG. lar interna ou subclávia e posicionado
Se a bradicardia for intermitente, será no ápice ventricular direito, indicado
necessária provavelmente outros tes- normalmente para pacientes com in-
tes, como o monitoramento ambula- dicação de marca-passo definitivo e
torial de 24h. Além disso, a correção estão aguardando o procedimento.
da causa base da bradicardia, quando O marca-passo temporário também
possível, deve ser a primeira escolha é indicado para pacientes com bra-
antes da indicação do marca-passo. dicardia transitória, como a provoca-
Causas corrigíveis para as bradicar- da por toxicidade a fármacos ou para
dias sintomáticas incluem hipotireoi- manter uma frequência de 85 a 100
dismo, superdosagem de medica- bpm de modo a suprimir torsades de
mentos (digitálicos, β-bloqueadores, pointes até que o medicamento tenha
bloqueadores de cálcio). sido eliminado, ou outro fator causal.
Em casos especiais, o marca-passo Além disso, os marca-passos tem-
pode ser associado a um tratamen- porários podem ser uma opção para
to farmacológico, como em pacien- pacientes com bloqueio atrioventricu-
tes de bradicardia sinusal sintomática lar de alto grau no quadro de infarto
por conta do uso de fármacos blo- agudo do miocárdio e em pacientes
queadores β-adrenérgicos para a fi- que estão em risco elevado de de-
brilação atrial paroxística associada a senvolver bradicardia durante algum
uma resposta ventricular rápida. procedimento cirúrgico cardíaco. A
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SAIBA MAIS!
Torsades de pointes é uma forma específica de taquicardia ventricular polimórfica em pacien-
tes com intervalo QT longo. Esse tipo de arritmia é caracterizado por complexos QRS irregula-
res rápidos, que parecem estar se torcendo em torno da linha de base do ECG. Essa condição
pode ser resolvida espontaneamente ou degenerar em fibrilação ventricular.
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uma quinta letra pode estar presente, caracterizada por sintomas de fra-
sendo usada para designar a capaci- queza, tonturas, intolerância ao exer-
dade do marca-passo de estimulação cício ou palpitações em resposta à
antitaquicardia (P), liberação de cho- ausência de sincronia AV durante a
ques (S) ou ambos (D). estimulação ventricular.
Em pacientes com disfunção do nó Nos pacientes com FA paroxística e
sinusal, o marca-passo atrial ou de marca-passo de dupla câmara, a fre-
câmara dupla reduz de maneira ex- quência ventricular tentará acompa-
pressiva o risco de FA e melhora a nhar as frequências atriais rápidas
qualidade de vida, quando compa- durante a arritmia. Já pacientes com
rado ao marca-passo ventricular. Em FA persistente de longa data, e nos
pacientes com bloqueio AV, a esti- quais não são planejadas tentativas
mulação de dupla câmara melhora a para restaurar o ritmo sinusal, não é
qualidade de vida, reduz o risco de FA indicado estimulação atrial ou coloca-
e evita cerca de 25% do risco de de- ção de eletrodo atrial.
senvolver síndrome do marca-passo,
SAIBA MAIS!
A síndrome do marca-passo pode ser manejada restaurando a sincronia AV com modos de
estimulação baseados no átrio, o que necessita de um procedimento para inserção de um
eletrodo atrial, caso um marca-passo de câmara dupla não tenha sido inserido no primeiro
procedimento. Por isso que a recomendação é que a maioria dos pacientes com disfunção do
nó sinusal ou bloqueio AV utilizem estimulação de câmara dupla.
MARCA-PASSO
(COMPLICAÇÕES
TEMPORÁRIO DEFINITIVO
PERFURAÇÃO DO
ÁTRIO OU VENTRÍCULO
PNEUMOTÓRAX
DESLOCAMENTO DO ELETRODO
INFECÇÃO
Figura 7. exemplo de ECG obtidos várias horas depois de três pacientes receberem uma rajada de choques de um
CDI, mostrando o ritmo registrado pelo aparelho imediatamente antes do choque. No paciente A, o ECG demonstra
taquicardia ventricular com frequência de 300 bpm, indicando que o choque foi apropriado. Em B, o paciente recebeu
choques por conta de taquicardia supraventricular paroxística a uma frequência de 206 bpm, o que excedia a fre-
quência de corte programada de 170 bpm. Este paciente foi submetido à ablação por radiofrequência da TSP e não
recebeu mais choques inapropriados. Em C, os eletrogramas armazenados indicam que o paciente recebeu choques
inapropriados que foram desencadeados por FA com frequência de 180 bpm. Este paciente foi tratado com β-blo-
queadores para manter a frequência ventricular abaixo de 150 bpm durante FA. Fonte: GOLDMAN, Lee, SCHAFER,
Andrew L, et al. Goldman-Cecil. Medicina. 25ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2018
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CDI
• Cardiomiopatia dilatada
não isquêmica, disfunção
VE significativa e síncope
• Sobrevivente de parada • TV sustentada e função
cardíaca (FV ou TV • IAM prévio (≥ 40 dias), ventricular normal ou
sustentada instável não FEVE < 35%, classe II quase normal
associada a uma causa ou III NYHA
• Cardiomiopatia hipertrófica
completamente reversível) • IAM prévio (≥ 40 dias), e um ou mais fatores de
• TV sustentada espontânea FEVE < 30%, classe I NYHA risco de morte súbita
e doença cardíaca estrutural • Cardiomiopatia dilatada não • Cardiomiopatia ventricular
• Síncope de origem isquêmica, FEVE ≤ 35%, direita arritmogênica e um
desconhecida, associada classe II ou III NYHA ou mais fatores de risco
a TV sustentada para morte súbita
• IAM prévio, FEVE < 40%,
clinicamente relevante TVNS espontânea, TV • Síndrome do QT longo com
ou hemodinamicamente sustentada induzível ou FV síncope ou TV apesar de
significativa ou TV induzida em testes eletrofisiológicos terapia com β-bloqueador
em teste eletrofisiológico
• Sarcoidose cardíaca,
miocardite de células
gigantes ou doença
de Chagas
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Figura 8. Posição típica de eletrodo de estimulação ventricular esquerda em um ramo posterolateral do seio coronário,
em um paciente com dispositivo de ressincronização cardíaca. A bombina desfibriladora no eletrodo ventricular direito
indica que o dispositivo também é capaz de desfibrilação (TRC-D). Fonte: GOLDMAN, Lee, SCHAFER, Andrew L, et al.
Goldman-Cecil. Medicina. 25ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2018
TERAPIA DE
RESSINCRONIZAÇÃO
CARDÍACA
(INDICAÇÕES)
DESPOLARIZAÇÃO EM
SINCRONIZAÇÃO
GRANDES PORÇÕES DOS
COM O COMPLEXO QRS
ÁTRIOS E VENTRÍCULOS
TAQUICARDIA
FIBRILAÇÃO ATRIAL
SUPRAVENTRICULAR
TAQUICARDIA VENTRICULAR
FLUTTER ATRIAL
TEMPORÁRIO
GERAR PULSOS
MARCA-PASSO
CARDÍACOS
DEFINITIVO
DESFIBRILAÇÃO
PARADA CARDÍACA/
DESFIBRILADOR TSV/ TV/ FV/ FA/
FLUTTER ATRIAL
CARDIOVERSÃO
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
GOLDMAN, Lee, SCHAFER, Andrew L, et al. Goldman-Cecil. Medicina. 25ª ed.
Rio de Janeiro. Elsevier, 2018
Fuganti CJ, Melo CS, Moraes Jr AV, Pachon-Mateos JC, Pereira WL, Galvão Filho
SS, et al. Diretrizes Brasileiras de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis
do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) da Sociedade Bra-
sileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). Relampa. 2015;28(2 Supl):S1-S62.
Priori SG, Blonstrom-Lundqvist C, Mazzanti A et al. 2015 ESC guidelines for
the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of
sudden cardiac death. Europace 2015;17:1601-87
DUBLIN. Interpretação fácil do ECG. 6ª ed. Rio de Janeiro. Editora Revinter, 1999.
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