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MEDICINA

UNIFUNEC
T5

RESUMO DE FISIOLOGIA CARDÍACA

DIOGO C.R.M BENTO


CAPÍTULO 9

Anatomia e Estrutura do Coração:


O coração é um órgão muscular oco localizado no centro do peito, atrás do esterno
e entre os pulmões. Ele tem aproximadamente o tamanho de um punho fechado. A
anatomia do coração é composta por várias partes principais:
Átrios: São duas cavidades superiores do coração, o átrio direito e o átrio esquer-
do. Os átrios funcionam como câmaras de recepção de sangue que chega ao coração.
O átrio direito recebe sangue venoso (pobre em oxigênio) do corpo, enquanto o átrio
esquerdo recebe sangue arterial (rico em oxigênio) dos pulmões.

Ventrículos: Também são duas cavidades, o ventrículo direito e o ventrículo es-


querdo. Os ventrículos são as câmaras de bombeamento do coração. O ventrículo di-
reito bombeia sangue para os pulmões para oxigenação, enquanto o ventrículo esquer-
do bombeia sangue oxigenado para todo o corpo.

Válvulas Cardíacas: Existem quatro válvulas principais no coração:


Válvula Tricúspide: Entre o átrio direito e o ventrículo direito.
Válvula Pulmonar: Entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar.
Válvula Mitral (ou Bicúspide): Entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.
Válvula Aórtica: Entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta. Essas válvulas garan-
tem que o sangue flua em uma única direção, impedindo o refluxo.

Artérias e Veias Coronárias: O coração tem suas próprias artérias coronárias que
fornecem sangue rico em oxigênio às suas células. As veias coronárias coletam o san-
gue desoxigenado e o devolvem ao átrio direito.

Ciclo Cardíaco:
O ciclo cardíaco é o processo contínuo de contração e relaxamento do coração, que
permite que ele bombeie o sangue. Ele inclui as seguintes fases:
Sístole Atrial: Os átrios se contraem, forçando o sangue para os ventrículos.
Sístole Ventricular: Os ventrículos se contraem, bombeando o sangue para as arté-
rias pulmonares e aorta.
Diástole: As câmaras cardíacas relaxam e se enchem de sangue.
Essa sequência de eventos é fundamental para garantir que o sangue seja bombeado
eficazmente para os pulmões e para todo o corpo.

Eletrofisiologia Cardíaca:
A eletrofisiologia cardíaca envolve a geração e condução de impulsos elétricos que
controlam os batimentos cardíacos. Os principais componentes incluem:
Nodo Sinusal (NS): É uma coleção de células no átrio direito que age como marca-
passo natural, gerando impulsos elétricos regulares para iniciar os batimentos cardía-
cos.
Nodo Atrioventricular (NAV): Situa-se entre os átrios e os ventrículos e atrasa a
condução do impulso elétrico, permitindo que os átrios se contraiam antes dos ventrí-
culos.

Fibras de Purkinje: São responsáveis por transmitir o impulso elétrico rapidamente


pelos ventrículos, fazendo com que eles se contraiam em sincronia.

Controle da Frequência Cardíaca:


A frequência cardíaca é regulada pelo sistema nervoso autônomo. O sistema simpáti-
co acelera a frequência cardíaca em resposta ao estresse ou atividade física, enquanto
o sistema parassimpático a diminui em momentos de repouso. Hormônios como a
adrenalina também podem afetar a frequência cardíaca.

Hemodinâmica:
A hemodinâmica estuda o movimento do sangue no sistema circulatório. Principais
conceitos incluem:
Pressão Arterial: É a força que o sangue exerce nas paredes das artérias. Ela é essen-
cial para a circulação do sangue.

Débito Cardíaco: É a quantidade de sangue bombeada pelo coração por minuto. Cal-
cula-se multiplicando o volume sistólico (quantidade de sangue bombeada a cada ba-
timento) pela frequência cardíaca.

Resistência Vascular: Refere-se à resistência que os vasos sanguíneos oferecem ao


fluxo sanguíneo. A resistência pode ser regulada pelos vasos para controlar o fluxo de
sangue.

Distribuição de Sangue: O sistema circulatório distribui sangue para os órgãos e te-


cidos com base em suas necessidades metabólicas.

Regulação da Pressão Arterial:


A pressão arterial é regulada por meio de mecanismos de retroalimentação, como os
barorreceptores nas artérias, que detectam mudanças na pressão arterial e ajustam a
frequência cardíaca e a resistência vascular para mantê-la dentro de limites normais.
Hormônios como a aldosterona e a angiotensina também influenciam a pressão arteri-
al.

Ciclo Cardíaco: Pressões e Fluxos:


Durante o ciclo cardíaco, as pressões e volumes intracardíacos mudam. A pressão
ventricular aumenta durante a sístole ventricular e diminui durante a diástole ventricu-
lar. O volume sanguíneo nos átrios e ventrículos também varia durante o ciclo.
CAPÍTULO 10
A excitação rítmica do coração e a condução elétrica no músculo cardíaco são proces-
sos fundamentais para o funcionamento adequado do coração. Vou explicar esses pro-
cessos em detalhes:
1. Excitação Rítmica do Coração: A excitação rítmica do coração é controlada
por um grupo especializado de células cardíacas que geram e propagam impulsos
elétricos. Este processo é crucial para coordenar as contrações do coração e manter
um ritmo cardíaco constante.
Nódulo Sinusal (NS): A excitação cardíaca começa no nódulo sinusal (também cha-
mado de "marcapasso natural"), localizado na parede do átrio direito. O NS gera im-
pulsos elétricos espontâneos a intervalos regulares, iniciando a excitação do coração.

Propagação para os Átrios: Os impulsos elétricos gerados pelo NS se propagam pe-


los átrios, causando a contração das paredes atriais, que empurram o sangue para os
ventrículos.

Atraso no Nódulo Atrioventricular (NAV): Os impulsos elétricos são retardados no


nódulo atrioventricular (NAV) antes de passarem para os ventrículos. Esse atraso per-
mite que os ventrículos se encham completamente antes de se contraírem.

**Feixe de His e Ramos: ** Após o NAV, os impulsos elétricos passam pelo feixe de
His e se dividem em ramos direito e esquerdo, que se estendem ao longo do septo in-
terventricular.

Fibras de Purkinje: Os ramos se dividem em fibras de Purkinje, que se ramificam


pelo músculo cardíaco dos ventrículos. Essas fibras conduzem rapidamente o estímu-
lo elétrico e causam a contração coordenada dos ventrículos.

2. Sistema Excitatório e Condutor Especializado do Coração: O sistema excita-


tório e condutor especializado do coração é composto pelas estruturas mencionadas
acima, incluindo o nódulo sinusal, o nódulo atrioventricular, o feixe de His, os ramos
e as fibras de Purkinje. Cada um desempenha um papel específico na geração, condu-
ção e coordenação dos impulsos elétricos no coração.
O nódulo sinusal inicia a excitação elétrica.
O nódulo atrioventricular retarda a condução para permitir o enchimento ventricu-
lar.
O feixe de His e os ramos dividem o estímulo para os ventrículos.
As fibras de Purkinje distribuem o estímulo para todas as partes dos ventrículos,
garantindo uma contração sincronizada.

3. Controle da Excitação e Condução no Coração: O controle da excitação e


condução no coração é altamente regulado pelo sistema nervoso autônomo e por
substâncias químicas circulantes. Os principais pontos a serem observados incluem:
Sistema Nervoso Autônomo: O coração é inervado pelos ramos simpáticos e paras-
simpáticos do sistema nervoso autônomo. O sistema simpático acelera a frequência
cardíaca e aumenta a força das contrações, enquanto o sistema parassimpático desace-
lera o ritmo cardíaco e reduz a força das contrações.

Hormônios: Substâncias como a epinefrina (adrenalina) e a noradrenalina, liberadas


pela glândula adrenal em resposta ao estresse ou à excitação, podem afetar a frequên-
cia cardíaca e a contratilidade.

Ions: Os níveis de íons como cálcio e potássio desempenham um papel importante na


excitabilidade das células cardíacas. Alterações nesses íons podem afetar a condução
elétrica e o ritmo cardíaco.
CAPÍTULO 11
Eletrocardiograma Normal:
O eletrocardiograma (ECG ou EKG) é um teste que registra a atividade elétrica do
coração ao longo do tempo. Um ECG normal é caracterizado por várias ondas, seg-
mentos e intervalos que representam diferentes eventos no ciclo cardíaco. Aqui estão
as principais características de um ECG normal:
Onda P: Representa a despolarização dos átrios, indicando a contração atrial. É uma
pequena onda positiva.

Complexo QRS: Representa a despolarização dos ventrículos, indicando a contração


ventricular. É composto por uma onda Q (negativa), uma onda R (positiva) e uma on-
da S (negativa).

Intervalo PR: É o tempo entre o início da onda P e o início do complexo QRS. Re-
flete o atraso no nódulo atrioventricular (NAV), permitindo que os ventrículos se en-
cham antes da contração.

Segmento ST: É a linha reta entre o final do complexo QRS e o início da onda T. Re-
presenta o período em que os ventrículos estão totalmente despolarizados.

Onda T: Representa a repolarização ventricular, indicando a recuperação elétrica dos


ventrículos.

Intervalo QT: É o tempo desde o início do complexo QRS até o final da onda T. Re-
flete o período completo de despolarização e repolarização ventricular.

Fluxo da Corrente ao Redor do Coração durante o Ciclo Cardíaco:


O ECG normal reflete o fluxo da corrente elétrica através do coração durante o ciclo
cardíaco. A despolarização começa nos átrios (onda P) e se espalha para os ventrícu-
los (complexo QRS), permitindo sua contração. A repolarização ventricular é repre-
sentada pela onda T.
Durante a despolarização ventricular (complexo QRS), a corrente flui dos átrios para
os ventrículos, seguindo um caminho específico através do sistema de condução car-
díaca, incluindo o feixe de His e as fibras de Purkinje.

A repolarização ventricular (onda T) ocorre à medida que os ventrículos se recuperam


eletricamente, retornando ao estado de repouso elétrico.

Derivações Eletrocardiográficas:
Para capturar a atividade elétrica do coração a partir de diferentes perspectivas, são
utilizadas derivações eletrocardiográficas. Existem várias derivações, incluindo as de-
rivações padrão, precordiais (ou derivadas precordiais) e derivações aumentadas. Ca-
da uma delas oferece uma visão única da atividade elétrica do coração.
Derivações Padrão: São as derivações I, II e III, que olham para o coração em um
plano frontal.

Derivações Precordiais: São as derivações V1 a V6, que olham para o coração a par-
tir de diferentes posições no peito, permitindo uma visão mais detalhada da atividade
elétrica no ventrículo esquerdo.

Derivações Aumentadas: Incluem as derivações aVR, aVL e aVF, que oferecem


uma perspectiva axial do coração.

Essas derivações fornecem informações adicionais sobre a atividade elétrica do co-


ração a partir de diferentes ângulos e são usadas para avaliar a presença de arritmias,
isquemia cardíaca, aumento das câmaras cardíacas e outros problemas cardíacos. Jun-
tas, as derivações formam um ECG completo que ajuda os médicos a avaliar a saúde
cardíaca de um paciente.

CAPÍTULO 12
Princípios da Análise Vetorial dos Eletrocardiogramas:
A análise vetorial dos eletrocardiogramas (ECG) é uma técnica avançada que permite
uma compreensão tridimensional da atividade elétrica do coração. Ela se baseia nos
seguintes princípios:
Origem Tridimensional da Atividade Elétrica: O coração gera correntes elétricas
tridimensionais durante cada ciclo cardíaco, devido à complexa anatomia cardíaca. A
análise vetorial leva em consideração a magnitude e a direção dessas correntes.

Registro Bidimensional Convencional: O ECG convencional registra apenas duas


dimensões da atividade elétrica, com as derivações padrão (I, II, III, aVR, aVL, aVF,
V1-V6). Isso oferece uma visão limitada da atividade elétrica do coração.

Utilização de Vetores: A análise vetorial utiliza vetores (setas) para representar a di-
reção e a magnitude da corrente elétrica em diferentes momentos do ciclo cardíaco.

Informações Complementares: A análise vetorial fornece informações complemen-


tares ao ECG convencional, o que pode ajudar a identificar distúrbios elétricos cardía-
cos de forma mais precisa.

Análise Vetorial do Eletrocardiograma Normal:


Em um ECG normal, os seguintes aspectos da análise vetorial são observados:

Onda P: A onda P, que representa a despolarização atrial, é positiva nas derivações


em que a atividade elétrica atrial se dirige (tipicamente, derivação II). Isso indica que
a corrente flui em direção a essas derivações durante a despolarização atrial.

Complexo QRS: O complexo QRS, representando a despolarização ventricular, se-


gue uma trajetória descendente e esquerda, indicando que a corrente flui dessa manei-
ra durante a despolarização ventricular. A magnitude do vetor QRS varia de acordo
com a direção e o tamanho das câmaras ventriculares.

Onda T: A onda T, que representa a repolarização ventricular, normalmente segue a


mesma direção que o complexo QRS, pois a repolarização segue a despolarização. A
análise vetorial permite avaliar a simetria e a magnitude dessa onda em diferentes de-
rivações.

Eixo Elétrico Médio do QRS Ventricular e seu Significado:

O eixo elétrico médio do QRS ventricular é uma medida da direção média da des-
polarização ventricular durante o complexo QRS. Ele é expresso em graus e oferece
informações importantes sobre a anatomia e a função cardíaca:

Eixo Normal (0° a +90°): Um eixo elétrico médio normal sugere que a despolariza-
ção ventricular ocorre da esquerda para a direita e de cima para baixo, seguindo a
anatomia cardíaca padrão.

Desvio para a Esquerda (-30° a -90°): Indica que a despolarização ventricular está
ocorrendo mais à esquerda do que o normal, possivelmente devido a hipertrofia ou di-
latação do ventrículo esquerdo.

Desvio para a Direita (+90° a +180°): Indica que a despolarização ventricular está
ocorrendo mais à direita do que o normal, o que pode ser causado por hipertrofia ou
dilatação do ventrículo direito.

Condições que Causam Voltagens Anormais do Complexo QRS:


Voltagens anormais no complexo QRS podem indicar várias condições cardíacas:

Hipertrofia Ventricular: Aumento da espessura muscular das paredes ventriculares,


como na hipertrofia ventricular esquerda (HVE) ou direita (HVD), pode resultar em
voltagens anormais.

Dilatação Ventricular: A expansão das câmaras cardíacas, como na cardiomiopatia


dilatada, pode levar a voltagens atenuadas.

Bloqueio de Ramo: O bloqueio de ramo esquerdo ou direito pode causar alargamen-


to e alteração na morfologia do complexo QRS.

Infarto do Miocárdio: Um infarto pode levar a áreas de necrose muscular que alte-
ram as voltagens no ECG.
Padrões Prolongados e Bizarros do Complexo QRS:
Padrões prolongados e bizarros do complexo QRS podem ser observados em condi-
ções como:
Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE): Isso resulta em alargamento do complexo
QRS e uma morfologia característica, geralmente em V1-V2.

Bloqueio de Ramo Direito (BRD): Semelhante ao BRE, mas com uma morfologia
diferente, geralmente em V1-V2.

**Taquicardia Ventricular: ** Durante taquicardias ventriculares, o complexo QRS é


bizarro e alargado, com morfologia que pode variar.

Corrente de Lesão:
A corrente de lesão é uma área do músculo cardíaco que não está funcionando ade-
quadamente devido à falta de oxigênio (isquemia) ou danos (infarto). Ela é observada
no ECG como elevação ou depressão do segmento ST. Essas alterações podem indi-
car:
Elevação do ST: Pode ser um sinal de infarto agudo do miocárdio (IAM).

Depressão do ST: Geralmente está associada a isquemia cardíaca e pode indicar an-
gina.

Anormalidades da Onda T:
Anormalidades da onda T podem incluir:
Inversão da Onda T: Isso pode ser causado por isquemia, lesão miocárdica ou dis-
túrbios eletrolíticos.

T-Wave Peaking: Pode ser observado em hipercalemia (alto nível de potássio no san-
gue).

T-Wave Flattening: Pode ser visto em distúrbios metabólicos e algumas drogas.


CAPÍTULO 13
Arritmias Cardíacas:
As arritmias cardíacas são distúrbios do ritmo cardíaco, que envolvem batimentos
cardíacos irregulares, muito rápidos (taquicardia) ou muito lentos (bradicardia). Elas
podem ser causadas por diversos fatores, como problemas estruturais no coração, de-
sequilíbrios eletrolíticos, distúrbios hormonais, estresse, estimulantes ou lesões cardí-
acas prévias.
Interpretação Eletrocardiográfica das Arritmias Cardíacas:
A interpretação de arritmias cardíacas é uma parte crítica da avaliação clínica de um
paciente. O Eletrocardiograma (ECG) é uma ferramenta essencial para diagnosticar e
classificar essas arritmias. Aqui estão algumas arritmias comuns e como são interpre-
tadas no ECG:

Ritmos Sinusais Anormais:

Taquicardia Sinusal: O ritmo sinusal é mantido, mas a frequência cardíaca é maior


que o normal (geralmente acima de 100 batimentos por minuto em adultos). Pode ser
causada por estresse, febre, exercício ou estimulantes.

Bradicardia Sinusal: O ritmo sinusal é mantido, mas a frequência cardíaca é mais


lenta que o normal (geralmente abaixo de 60 batimentos por minuto em adultos). Po-
de ser fisiológica em atletas ou indicar disfunção do nó sinusal.

Ritmos Anormais que Decorrem de Bloqueio dos Sinais Cardíacos nas Vias
de Condução Intracardíacas:

Bloqueio Atrioventricular (AV) de Primeiro Grau: Pode ser identificado pela pro-
longação do intervalo PR no ECG, indicando retardo na condução do impulso elétrico
do átrio para os ventrículos.

Bloqueio AV de Segundo Grau (Tipo I e II): Caracterizado por episódios intermi-


tentes de falha na condução dos impulsos do átrio para o ventrículo. O Tipo I
(Wenckebach) mostra prolongamento progressivo dos intervalos PR até uma pausa,
enquanto o Tipo II apresenta bloqueios intermitentes sem prolongamento PR prévio.

Bloqueio AV de Terceiro Grau (Bloqueio Completo de AV): Nenhuma condução


do impulso do átrio para o ventrículo ocorre. Ocorrem dois ritmos separados, o átrio
segue seu ritmo normal, enquanto os ventrículos têm um ritmo mais lento e indepen-
dente.
Contrações Prematuras:
Ectopias Atrial e Ventricular: São batimentos prematuros que ocorrem fora do rit-
mo regular do coração. O ECG mostrará complexos QRS anormalmente configurados
e desencadeados antes do esperado.

Taquicardia Paroxística:

Taquicardia Supraventricular (TSV): É uma taquicardia que se origina acima dos


ventrículos. O ECG mostra ritmo regular com complexos QRS estreitos. Pode ser de-
vida a múltiplos mecanismos, incluindo reentrada atrioventricular, taquicardia atrial e
outras causas.

Taquicardia Ventricular (TV): Originada nos ventrículos, a TV é caracterizada por


complexos QRS alargados e regulares no ECG. É mais grave e pode ser potencial-
mente fatal se não tratada prontamente.

Fibrilação Ventricular:

Fibrilação Ventricular (FV): É uma arritmia grave em que os ventrículos tremem in-
controlavelmente, não conseguindo bombear sangue. No ECG, não há complexos
QRS discerníveis, apenas uma onda caótica conhecida como "linha fina".

Fibrilação Atrial:

Fibrilação Atrial (FA): É uma arritmia comum que afeta os átrios. O ECG mostra a
ausência de ondas P e um ritmo irregular e caótico das ondas R-R.

Flutter Atrial:
Flutter Atrial (FA): É caracterizado por ritmo atrial regular e rápido, geralmente en-
tre 250-350 batimentos por minuto. No ECG, aparecem ondas de "serra" ou "dente de
serra" (ondas atriais).

Parada Cardíaca:

Parada Cardíaca: É uma situação em que o coração para de bater efetivamente, le-
vando à cessação do fluxo sanguíneo. No ECG, isso pode ser visto como uma linha
reta (assístole) ou atividade elétrica caótica (FV).
CAPÍTULO 14
Visão Geral da Circulação:
A circulação sanguínea é o processo pelo qual o sangue é bombeado pelo coração e
distribuído pelo corpo, fornecendo oxigênio, nutrientes e removendo produtos de resí-
duos metabólicos. Ela é dividida em duas circulações principais: a circulação pulmo-
nar (pequena circulação) e a circulação sistêmica (grande circulação).

Circulação Pulmonar: Leva o sangue do coração aos pulmões para oxigenação e re-
torna ao coração.

Circulação Sistêmica: Transporta o sangue oxigenado do coração para todos os ór-


gãos e tecidos do corpo e, em seguida, retorna o sangue desoxigenado ao coração pa-
ra ser bombeado novamente aos pulmões.

Biofísica de Pressão, Fluxo e Resistência:

Pressão: A pressão é a força exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos san-
guíneos. Ela é criada pela contração do coração e é essencial para mover o sangue
através dos vasos.

Fluxo Sanguíneo: O fluxo sanguíneo é a quantidade de sangue que passa por um


ponto em um vaso sanguíneo em um determinado período de tempo. É diretamente
proporcional à pressão e inversamente proporcional à resistência.

Resistência: A resistência vascular é a oposição ao fluxo sanguíneo nas paredes dos


vasos. Ela é influenciada pelo diâmetro dos vasos, viscosidade do sangue e compri-
mento dos vasos. A Lei de Poiseuille descreve a relação entre esses fatores.

Características Físicas da Circulação:

Vasos Sanguíneos: A circulação envolve artérias, arteríolas, capilares, vênulas e vei-


as. As artérias têm paredes espessas e elásticas que suportam a pressão sanguínea. Os
capilares são finos, permitindo a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos. As
veias têm paredes mais finas e atuam como reservatórios de sangue.

Coração: O coração é um órgão muscular que age como uma bomba, impulsionando
o sangue através do sistema circulatório. Tem quatro câmaras: átrio direito, ventrículo
direito, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo.
Princípios Básicos da Função Circulatória:

Ciclo Cardíaco: O ciclo cardíaco consiste em sístole (contração) e diástole (relaxa-


mento) das câmaras cardíacas. Durante a sístole ventricular, o sangue é ejetado nas ar-
térias principais (sístole ventricular). Durante a diástole, o coração se enche de sangue
(diástole ventricular).

Pressão Arterial: A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue nas paredes das
artérias. Ela é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é representada por duas
medidas: pressão sistólica (quando o coração se contrai) e pressão diastólica (quando
o coração relaxa).

Inter-relações da Pressão, Fluxo e Resistência:

A equação de continuidade de fluxo sanguíneo estabelece a inter-relação entre pres-


são, fluxo e resistência:

Fluxo (F) = Pressão (P) / Resistência (R)

Isso significa que o fluxo sanguíneo é diretamente proporcional à pressão e inversa-


mente proporcional à resistência. Mudanças na pressão ou resistência afetam o fluxo

sanguíneo:

Aumento na Pressão: Aumenta o fluxo, desde que a resistência permaneça constan-


te.

Aumento na Resistência: Diminui o fluxo, desde que a pressão permaneça constan-


te.

Regulação: O sistema nervoso autônomo e substâncias como hormônios e vasodilata-


dores/constritores locais regulam a pressão arterial e a resistência vascular para aten-
der às demandas do corpo.

Hipertensão: Aumento crônico da pressão arterial pode levar a problemas de saúde,


incluindo doenças cardiovasculares.

Vasodilatação: A dilatação dos vasos sanguíneos reduz a resistência e aumenta o flu-


xo.

Vasoconstrição: A constrição dos vasos sanguíneos aumenta a resistência e diminui


o fluxo.
Compreender esses princípios é crucial para entender a fisiologia da circulação san-
guínea e como os desequilíbrios podem levar a condições médicas, como hipertensão,
insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana. O sistema circulatório é essencial
para fornecer oxigênio e nutrientes a todas as células do corpo e remover produtos de
resíduos, mantendo a homeostase e a saúde geral.

CAPÍTULO 16
Distensibilidade Vascular:

A distensibilidade vascular refere-se à capacidade dos vasos sanguíneos de se expan-


direm e contraírem em resposta às mudanças na pressão sanguínea. A distensibilidade
é uma característica importante dos vasos, pois permite a regulação precisa do fluxo
sanguíneo e da pressão arterial. Abaixo estão alguns aspectos-chave relacionados à
distensibilidade vascular:

Arteriolas: As arteriolas são os vasos de resistência no sistema circulatório, e sua dis-


tensibilidade afeta a resistência vascular periférica. Quando esses vasos se contraem
(vasoconstrição), a resistência aumenta e a pressão arterial também aumenta. Quando
relaxam (vasodilatação), a resistência diminui e a pressão arterial cai.

Compliance Arterial: A compliance arterial refere-se à capacidade das artérias de se


expandirem para acomodar o volume de sangue bombeado pelo coração durante a sís-
tole (contração) e de retornarem ao tamanho normal durante a diástole (relaxamento).
Artérias mais complacentes podem armazenar mais sangue durante a sístole, ajudan-
do a amortecer as pulsações da pressão arterial.

Elasticidade: A elasticidade arterial é a capacidade de as artérias retornarem ao seu


tamanho original após a distensão. As artérias elásticas, como a aorta, têm uma gran-
de quantidade de elastina em suas paredes, o que lhes confere alta elasticidade. Isso
permite que elas absorvam a energia da sístole ventricular e liberem essa energia du-
rante a diástole, mantendo o fluxo sanguíneo contínuo.

Pulsações da Pressão Arterial:


As pulsações da pressão arterial são as variações rítmicas na pressão sanguínea que
ocorrem durante o ciclo cardíaco. Essas pulsações são causadas pelo bombeamento
do coração e pela distensão das artérias durante a sístole e a diástole. Aqui estão os
principais pontos relacionados às pulsações da pressão arterial:

Pressão Sistólica: É a pressão arterial máxima alcançada durante a sístole ventricu-


lar, quando o coração está se contraindo e bombeando sangue para as artérias.

Pressão Diastólica: É a pressão arterial mínima durante a diástole, quando o coração


está relaxado entre as contrações.
Pulso: O pulso é a expansão rítmica das artérias, que pode ser palpada em locais co-
mo o pulso radial, carotídeo ou femoral. Ele corresponde à sístole ventricular e é usa-
do para avaliar a frequência cardíaca.

Pressão de Pulso: É a diferença entre a pressão sistólica e diastólica. Reflete a força


das pulsações do coração e pode ser um indicador de rigidez arterial.

Veias e suas Funções:


As veias são vasos sanguíneos que transportam o sangue de volta ao coração. Elas
têm várias funções essenciais no sistema circulatório:

Transporte de Sangue Desoxigenado: As veias transportam o sangue desoxigenado,


que foi usado pelos tecidos e precisa ser devolvido ao coração para ser oxigenado no-
vamente nos pulmões.

Reservatório de Sangue: As veias atuam como reservatórios de sangue. A maior


parte do sangue do corpo está nas veias em repouso, e essas veias podem expandir e
contrair para ajustar o volume sanguíneo circulante.

Valvas Venosas: A maioria das veias, especialmente nas extremidades, possui válvu-
las unidirecionais que impedem que o sangue flua de volta na direção errada. Isso é
crucial para o retorno venoso eficiente.

Colaboração com a Musculatura Esquelética: As veias são ajudadas no retorno ve-


noso pela ação da musculatura esquelética. A contração muscular comprime as veias
adjacentes, empurrando o sangue de volta ao coração (efeito da bomba muscular).

Drenagem de Produtos de Resíduos: Além do transporte de sangue, as veias tam-


bém auxiliam na drenagem de produtos de resíduos e metabólitos dos tecidos para se-
rem eliminados pelos órgãos excretores, como o fígado e os rins.

As veias desempenham um papel crítico na circulação sanguínea, permitindo o re-


torno eficiente do sangue ao coração, contribuindo para a homeostase e garantindo a
perfusão adequada dos tecidos. Sua capacidade de expandir e contrair é vital para
manter a pressão arterial e a circulação sanguínea adequada.
CAPÍTULO 17
Controle Local e Humoral do Fluxo Sanguíneo nos Tecidos:
O controle local e humoral do fluxo sanguíneo nos tecidos é uma parte fundamental
da regulação do sistema circulatório, garantindo que os tecidos recebam a quantidade
adequada de sangue e nutrientes. Esses mecanismos permitem a adaptação do fluxo
sanguíneo às necessidades específicas dos tecidos em diferentes situações.

Controle Local do Fluxo Sanguíneo em Resposta às Necessidades Teciduais:

Metabolismo Tecidual: Quando os tecidos têm um aumento no metabolismo, como


durante o exercício, produzem produtos metabólicos, como adenosina e íons de hidro-
gênio (acidose). Esses produtos sinalizam para os vasos sanguíneos locais se dilata-
rem (vasodilatação) para aumentar o fluxo de sangue e fornecer mais oxigênio e nutri-
entes.

Hipóxia Tecidual: Se os tecidos não estão recebendo oxigênio suficiente, eles libe-
ram substâncias vasodilatadoras, como o óxido nítrico, para aumentar o fluxo sanguí-
neo.

Autoregulação: Os órgãos e tecidos têm a capacidade de manter um fluxo sanguíneo


constante dentro de uma faixa específica de pressão arterial, mesmo quando a pressão
sistêmica varia. Isso é chamado de autoregulação. Os mecanismos envolvem a respos-
ta a mudanças na pressão arterial localmente, como a alteração do diâmetro dos va-
sos.

Resposta Inflamatória: Durante processos inflamatórios, como uma infecção, subs-


tâncias liberadas pelos tecidos danificados ou células inflamatórias podem causar va-
sodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo para a área afetada.

Mecanismos de Controle do Fluxo Sanguíneo:

Além do controle local, o fluxo sanguíneo é regulado por mecanismos de controle


humoral que envolvem hormônios e substâncias químicas circulantes. Os principais
mecanismos de controle incluem:
Sistema Nervoso Autônomo: O sistema nervoso autônomo, composto pelos siste-
mas simpático e parassimpático, controla a contração e relaxamento dos vasos sanguí-
neos. A estimulação simpática leva à vasoconstrição, enquanto a estimulação paras-
simpática causa vasodilatação.

Hormônios: Hormônios como a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina (noradrena-


lina), liberados pela glândula adrenal em resposta ao estresse ou excitação, podem
causar vasoconstrição em alguns vasos e vasodilatação em outros, dependendo dos re-
ceptores.
Renina-Angiotensina-Aldosterona (RAA): Esse sistema é ativado em resposta à
baixa pressão sanguínea ou desequilíbrios eletrolíticos. Ele leva à vasoconstrição e à
retenção de água e sal para aumentar a pressão arterial.

Peptídeo Natriurético Atrial (PNA): É liberado pelo átrio do coração quando este é
estirado devido ao aumento do volume sanguíneo. O PNA leva à vasodilatação e à ex-
creção de água e sal pelos rins, reduzindo a pressão arterial.

Vasopressina (Hormônio Antidiurético - ADH): A vasopressina é liberada pela


glândula pituitária posterior em resposta à desidratação ou concentração de solutos no
sangue. Ela promove a vasoconstrição e a reabsorção de água pelos rins, aumentando
a pressão arterial.

Esses mecanismos de controle, tanto locais quanto humorais, trabalham em conjun-


to para regular o fluxo sanguíneo em todo o corpo, mantendo a perfusão tecidual ade-
quada e a homeostase do sistema circulatório. A regulação precisa do fluxo sanguíneo
é essencial para garantir que os órgãos e tecidos recebam os nutrientes e o oxigênio
necessários para funcionar corretamente.
CAPÍTULO 18
Regulação Nervosa da Circulação:

A regulação nervosa da circulação é uma parte fundamental do sistema cardiovascu-


lar que ajuda a manter a pressão arterial e o fluxo sanguíneo adequados para atender
às necessidades metabólicas dos tecidos. O sistema nervoso autônomo, que inclui o
sistema simpático e parassimpático, desempenha um papel crucial nessa regulação.

Sistema Simpático: O sistema simpático é ativado em resposta a estímulos de "luta


ou fuga", como o estresse. Ele libera a norepinefrina (noradrenalina), que age sobre
os receptores alfa-adrenérgicos nas arteríolas, causando vasoconstrição. Isso aumenta
a resistência vascular periférica e, portanto, a pressão arterial. Além disso, o sistema
simpático estimula o coração, aumentando a frequência cardíaca e o débito cardíaco.

Sistema Parassimpático: O sistema parassimpático age em oposição ao sistema sim-


pático. Ele é ativado durante o repouso e a recuperação, liberando a acetilcolina, que
age sobre os receptores muscarínicos nas arteríolas e no coração. Isso leva à vasodila-
tação e à redução da frequência cardíaca, resultando na diminuição da pressão arteri-
al.

Características Especiais do Controle Nervoso da Pressão Arterial:

Barorreceptores: Os barorreceptores são sensores de pressão localizados nas paredes


das artérias, especialmente nas artérias carótidas e aorta. Eles detectam mudanças na
pressão arterial e enviam sinais ao sistema nervoso central.

Reflexo Barorreceptor: Quando os barorreceptores detectam um aumento na pres-


são arterial, eles ativam o reflexo barorreceptor. Isso resulta na inibição do centro va-
somotor no tronco encefálico e na estimulação do centro cardíaco parassimpático. A
inibição do centro vasomotor causa vasodilatação arteriolar e venosa, reduzindo a re-
sistência vascular periférica. A estimulação do centro cardíaco parassimpático dimi-
nui a frequência cardíaca. Essas respostas combinadas diminuem a pressão arterial.

Resposta Cardíaca: Além da vasodilatação, a resposta rápida à pressão arterial ele-


vada envolve uma diminuição imediata na frequência cardíaca e na força das contra-
ções cardíacas, controladas pelo sistema parassimpático. Isso reduz o débito cardíaco
e, consequentemente, a pressão arterial.

Pressão Sanguínea Baixa: Se a pressão arterial cair repentinamente, os barorrecepto-


res detectam essa queda e ativam o sistema simpático. Isso causa vasoconstrição, au-
mento da frequência cardíaca e força das contrações para elevar rapidamente a pres-
são arterial.
Regulação de Curto Prazo: Esse controle rápido é eficaz para compensar alterações
na pressão arterial em curtos períodos de tempo, como mudanças de posição, exercí-
cio físico intenso ou situações estressantes. É uma resposta automática e rápida que
visa manter a homeostase da pressão arterial.

Adaptação: Embora esses mecanismos sejam altamente eficazes em situações agu-


das, eles podem se adaptar a pressões elevadas crônicas ou cronicamente baixas, o
que pode afetar a capacidade do corpo de regular a pressão arterial em longo prazo.
CAPÍTULO 20
Débito Cardíaco, Retorno Venoso e Suas Regulações:

Débito Cardíaco (DC): O débito cardíaco é a quantidade de sangue que o coração


bombeia a cada minuto e é um indicador da eficiência do sistema cardiovascular em
atender às demandas do corpo. É calculado multiplicando-se a frequência cardíaca
(número de batimentos cardíacos por minuto) pelo volume sistólico (a quantidade de
sangue bombeada pelo ventrículo esquerdo a cada batimento). A fórmula é: DC =
Frequência Cardíaca x Volume Sistólico.

Retorno Venoso: O retorno venoso é o fluxo de sangue que retorna das veias sistêmi-
cas (vena cava superior e inferior) para o átrio direito do coração. O retorno venoso é
influenciado por fatores como a pressão venosa, a atividade muscular esquelética, a
respiração e a capacidade de expansão das veias.

Regulação do Débito Cardíaco: O débito cardíaco é regulado para atender às neces-


sidades metabólicas do corpo. Isso é alcançado por meio de mecanismos que ajustam
tanto a frequência cardíaca quanto o volume sistólico. O sistema nervoso autônomo
(simpático e parassimpático) e hormônios como a epinefrina influenciam a frequência
cardíaca, enquanto o volume sistólico é regulado principalmente pelo mecanismo de
Frank-Starling.

Valores Normais para o Débito Cardíaco:

Em repouso, o débito cardíaco normal em adultos é aproximadamente de 4,5 a 6 litros


por minuto (L/min).

Durante atividades físicas leves a moderadas, o débito cardíaco pode aumentar signi-
ficativamente. Em atletas treinados, o débito cardíaco pode chegar a 30-40 L/min du-
rante exercícios intensos.

Controle do Débito Cardíaco pelo Mecanismo de Frank-Starling:

O mecanismo de Frank-Starling, também conhecido como lei do coração, descreve a


relação entre o volume diastólico final (pré-carga) e a força de contração do músculo
cardíaco. De acordo com esse princípio:

Quando o volume de sangue que retorna ao coração (pré-carga) aumenta, as fibras


musculares do ventrículo se esticam mais durante a diástole.

Isso resulta em uma maior sobreposição de filamentos de actina e miosina no múscu-


lo cardíaco, o que leva a uma contração mais vigorosa durante a sístole.
Como resultado, um maior volume sistólico é bombeado para aorta, aumentando o
débito cardíaco.

Esse mecanismo permite que o coração ajuste automaticamente seu desempenho em


resposta às variações nas condições de enchimento ventricular, garantindo que o débi-
to cardíaco seja adequado para as necessidades metabólicas do corpo.

Métodos de Medida do Débito Cardíaco:

Termodiluição: Este método envolve a injeção de uma solução de temperatura co-


nhecida em uma veia central, seguida pela medição da temperatura do sangue à medi-
da que ele passa pela artéria pulmonar. A taxa de mudança de temperatura é usada pa-
ra calcular o débito cardíaco.

Doppler Ultrassônico: Usando o efeito Doppler, esse método mede o fluxo sanguí-
neo em um vaso, geralmente a artéria carótida ou aorta, para calcular o débito cardía-
co.

Bioimpedância: Este método mede a resistência elétrica do corpo à passagem de


uma corrente elétrica alternada. O débito cardíaco é calculado com base nas mudan-
ças na impedância relacionadas ao volume de sangue circulante.

Eletrocardiografia de Impedância (ICG): Este método usa a variação da resistência


elétrica durante o ciclo cardíaco para estimar o débito cardíaco.

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