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 Normalmente o potencial de ação não

O CORAÇÃ O COMO atravessa a barreira fibrosa, sendo conduzido


para o ventrículo por meio do feixe A-V.
UMA BOMBA E A Potenciais de ação no músculo cardíaco
FUNÇÃ O DAS VALVAS  Após o potencial em ponta (spike) inicial, a
membrana permanece despolarizada durante
cerca de 0,2 segundos, exibindo um platô. A
CARDÍACAS presença disso faz a contração muscular
ventricular durar até 15x mais que as contrações
observadas no músculo esquelético.
Giordana Urbanin Machado – turma XXX  O potencial de ação é originado pela abertura dos
canais rápidos de sódio e pelos canais lentos de
 O coração é formado por duas bombas distintas:
cálcio.
 Coração direito: bombeia sangue para os
 Canais de cálcio: ficam abertos por mais
pulmões;
tempo, mantendo o prolongado período de
 Coração esquerdo: bombeia o sangue para os
despolarização, causando o platô.
órgãos periféricos.
 Imediatamente após o inicio do potencial de ação
 Cada bomba é composta por duas câmeras
a permeabilidade da membrana celular miocárdica
pulsátil (átrio e ventrículo).
aos íons potássios diminui aproximadamente 5x.
 Período refratário do miocárdio: tem o absoluto (as
fibras não são excitadas de jeito nenhum) e o
FISIOLOGIA DO MÚSCULO CARDÍACO relativo (as fibras podem ser excitadas
 O coração é composto por três tipos principais de novamente, mas é com dificuldade).
músculo:  O período refratário do músculo atrial é bem
 Músculo atrial: contrai quase igual o músculo mais curto que o dos ventrículos.
esquelético, porém a contração tem maior  Acoplamento excitação-contração = mecanismo
duração; pelo qual o potencial de ação provoca a contração
 Músculo ventricular: contrai quase igual o das miofibrilas.
músculo esquelético, porém a contração tem  Quando o potencial de ação cursa pela
maior duração; membrana do miocárdio, o potencial de ação
 Fibras especializadas excitatórias e se difunde para o interior da fibra muscular,
condutoras: se contraem fracamente, mas passando ao longo das membranas dos
apresentam descargas elétricas rítmicas e túbulos T. O potencial dos túbulos T, por sua
automáticas, na forma de potencial de ação, vez, age nas membranas dos túbulos
ou fazem a condução desses potenciais de sarcoplasmáticos longitudinais para causar a
ação pelo coração. liberação de íons cálcio pelo reticulo
 O músculo cardíaco contém miofibrilas típicas, sarcoplasmático no sarcoplasma muscular.
com filamento de actina e miosina. Esses íons cálcio se dispersam para as
 O miocárdio como um sincício: os discos miofibrilas, quando catalisam as reações
intercalados separam as células miocárdicas uma químicas que promovem deslizamento dos
das outras. filamentos de actina e miosina, produzindo
 Em cada disco intercalado, as membranas assim contração muscular;
celulares se fundem entre si, de modo a  Há entrada de íons cálcios pelo túbulos T
formarem junções comunicantes permeáveis também, o que é importante pois o reticulo
que permitem rápida difusão, quase sarcoplasmático do miocárdio é menos
totalmente livre, dos íons; desenvolvido que o do músculo esquelético e
 O coração é composto pelo sincício atrial e não armazena cálcio o suficiente para produzir
pelo sincício ventricular. Isso é importante contração completa.
para que o átrio contraia antes do ventrículo.  A força da contração cardíaca depende muito da
concentração de íons cálcio no líquido
Observação: sincício = massa multinucleada de
extracelular.
citoplasma formada pela fusão de células
originalmente separadas.

 Os átrios são separados dos ventrículos por tecido O CICLO CARDÍACO


fibroso.  Conjunto de eventos cardíacos que ocorrem entre
o inicio de um batimento e o inicio do próximo.
 Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de e maior será a quantidade de sangue
potencial de ação no nodo sinusal. bombeada para a aorta.
 Parede lateral superior do átrio direito.  O músculo se contrai com força
 Os átrios se contraem antes dos ventrículos, pois aumentada, pois os filamentos de miosina
o potencial de ação tem que passar pelo feixe A-V e actina ficam dispostos em ponto mais
para chegar nos ventrículos. próximo do grau ideal de superposição
 Diástole: relaxamento → enche de sangue. para geração de força.
 Sístole: contração.  A distensão das paredes do átrio esquerdo
 Quando a frequência cardíaca aumenta, a aumenta diretamente a frequência cardíaca
duração de cada ciclo cardíaco diminui. por 10% a 20%; isso também ajuda a
 A diástole é o período que mais diminui seu aumentar a quantidade de sangue bombeada
tempo → não ocorre enchimento completo das a cada minuto.
câmaras cardíacas.  Controle do coração pela inervação simpática e
 Curva da pressão aórtica: parassimpática:
 Quando o ventrículo esquerdo se contrai, a  Estímulos simpáticos potentes podem
pressão ventricular aumenta rapidamente até aumentar a frequência cardíaca até o dobro
que a valva aórtica se abra. Então, após sua da normal, aumentando desse medo o volume
abertura, a pressão do ventrículo se eleva bombeado de sangue e aumentando sua
bem mais lentamente, pois o sangue já flui de pressão de ejeção.
imediato do ventrículo para a aorta e de lá  A forte estimulação das fibras nervosas
para as artérias sistêmicas de distribuição. parassimpáticas dos nervos vagos do coração
 A chamada incisura ocorre na curva de podem chegar a parar os batimentos por
pressão aórtica no momento em que a valva alguns segundos, mas então o coração
aórtica se fecha. Ela é causada pelo breve usualmente “escapa” e volta a bater entre 20 e
período de fluxo sanguíneo retrógado, 40 vezes por minuto, enquanto e estimulo
imediatamente antes do fechamento valvar, parassimpático continuar
seguido pela cessação abrupta desse refluxo.  Efeitos dos íons potássio no funcionamento
 Quando a valva aórtica está aberta, a pressão cardíaco: o excesso de potássio nos líquidos
na aorta é de aproximadamente 120 mmHg, extracelulares podem fazer com que o coração se
porém quando fecha essa pressão chega a dilate e fique flácido, além de diminuir a frequência
mais ou menos 80 mmHg. dos batimentos. Grandes quantidades podem vir a
 Pré-carga: pressão diastólica final quando o bloquear a condução do impulso cardíaco dos
ventrículo está cheio. átrios para os ventrículos pelo feixe
 Pós-carga: pressão na aorta à saída do ventrículo atrioventricular.
→ resistência da circulação → pressão arterial  A alta concentração de potássio, no fluido
contra a qual o ventrículo deve exercer a extracelular, despolariza parcialmente a
contração. membrana celular, deixando o potencial de
 Eficiência da contração cardíaca: é a proporção membrana menos negativo. À medida que o
entre a produção de trabalho e a energia química potencial de membrana diminui, a intensidade
total. do potencial de ação também diminui, o que
 A eficiência máxima para o coração normal faz as contrações do coração serem
oscila entre 20% e 25%. progressivamente mais fracas.
 Efeitos do íon cálcio no funcionamento cardíaco:
induz o coração a produzir contrações espásticas.
REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO A causa disso é o efeito dos íons cálcio na
deflagração do processo contrátil cardíaco.
CARDÍACO  A deficiência dos íons cálcio causa flacidez
 Quando a pessoa se encontra em repouso, o cardíaca.
coração bombeia apenas 4 a 6 litros de sangue  Efeitos da temperatura no funcionamento
por minuto. Durante o exercício intenso, pode ser cardíaco: a temperatura corporal aumentada,
necessário que esse coração bombeie de 4 a 7 aumenta a frequência cardíaca, já a diminuição da
vezes essa quantidade. temperatura corporal diminui a frequência
 Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco: cardíaca. Provavelmente isso decorre do fato de o
 Capacidade do coração de se adaptar a calor aumentar a permeabilidade das membranas
volumes crescentes de afluxo sanguíneo. do músculo cardíaco aos íons que controlam a
 Quanto mais o miocárdio se distender durante frequência cardíaca.
o enchimento, maior será a força da contração  O aumento da pressão arterial (até certo limite)
não reduz o débito cardíaco.

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