Você está na página 1de 13

o Retículo endoplasmático: serve como depósito

citoplasmático de cálcio (contração)


o Mitocôndrias: serve como produtor de ATP
o Tanto na membrana do REG, quanto na membrana da
célula cardíaca há muitas bombas de cálcio

William Harvey (1578-1657) – primeiro cientista que demonstrou o Nó sinoatrial/nó sinusal: principal marcapasso do
a existência de circulação (uso de garrote para sentir as veias) coração (geram o próprio potencial de forma
Stephen Hales (1677 – 1761) – cientista que inseriu uma cânula espontânea)
na carótida de um cavalo e mediu a altura do sangue que subia o Essas células são células modificadas e se assemelham
dessa cânula. Foi ele que descobriu que existia uma pressão no à função dos neurônios
sistema cardiovascular o O segundo marcapasso é o nó atrioventricular
o Feixes intermodais: conectam os dois marcapassos
o Feixe de Hiss (AV bundle): entre o ventrículo direito e
→ Grande circulação: circulação sistêmica – movimento do esquerdo
sangue do ventrículo esquerdo para o corpo pela aorta
e o retorno do sangue ao átrio direito pelas veias cavas
(coração – corpo – coração)
→ Pequena circulação: circulação pulmonar – movimento
do sangue do ventrículo direito para o pulmão através
da artéria pulmonar e para o átrio esquerdo pela veia
pulmonar (coração – pulmão – coração)

Tudo o que chega é veia, tudo o que vai é artéria


Artéria pulmonar: rico em oxigênio e pobre em CO2

Sangue arterial: rico em oxigênio é levado para os pulmões pela


veia pulmonar

o Músculo estriado cardíaco


o Trabalha como sincício (todas as células trabalham em
conjunto): zonas intercalares permitem o fluxo de íons
de uma célula para outra (gap junctions – zona da baixa
resistência elétrica). Quando essas células recebem
esse estímulo elétrico, parece que todos os
componentes se contraem junto
o A atividade elétrica atinge todas as células miocárdicas
o Débito cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado do
coração por minuto

o Válvulas semilunares e átrio ventriculares – se


abrem/fecham por diferença de pressão; esse
mecanismo ocorre para evitar que o sangue retorne do
átrio para o ventrículo ou dos vasos para o átrio
o As válvulas podem dar defeito ao longo da vida (sofrem Condutilidade (dromotropismo): refere-se a
calcificação – estenose), perdendo a sua maleabilidade, condução da atividade elétrica por todo o miocárdio, numa
havendo refluxo da aorta para o coração, da mitral sequência sistematicamente estabelecida, à qual se segue a
havendo o sopro na ausculta, entre outros problemas contração do coração como um todo
dependendo da válvula • Caminho do estímulo elétrico gerado no nodo sinusal:
segue pela musculatura atrial, feixes internodais, nodo
átrio-ventricular, feixe de His e pelas fibras de Purkinje.
Automatismo (cronotropismo): tem a ver com Este complexo morfo-funcional gerador e condutor do
frequência cardíaca (número de batimentos cardíacos por estímulo elétrico cardíaco é denominado tecido excito-
minuto) condutor
• Refere-se à capacidade de o coração gerar seus
próprios estímulos elétricos, independentemente de Distensibilidade (lusitropismo): capacidade de
influências extrínsecas ao órgão relaxamento global do coração ao ser cessada sua estimulação
• Pode ser modificado por diversos fatores, adaptando a elétrica e, em decorrência, terminado o processo de contração, o
frequência de contração do coração às necessidades que determina o fenômeno do relaxamento diastólico
fisiológicas ou alterando-se em situações patológicas • O relaxamento do coração também é um processo
• Fatores que influenciam o automotismo: sistema ativo, dependente de gasto energético, de ações iônicas
nervoso autônomo, íons plasmáticas e enzimáticas específicas
(hiper/hipocalcemia), temperatura (pode causar
desnaturação de bombas iônicas) e irrigação
coronariana o São estruturas bastantes distintas
o Tem características estruturais distintas adequadas à
Contratilidade (inotropismo): é a propriedade pressão, ao volume de sangue conduzido e outras
que o miocárdio tem de contrair, o que faz com que o coração particularidades do fluxo sanguíneo
funcione como um sincício o Tipos: artérias (elásticas e musculares), arteríolas,
• Ele responde segundo a lei do tudo ou nada, ou capilares, vênulas e veias
responde com uma contração total ou não responde o O caminho do sangue é artérias → arteríolas →
• Pode ser influenciado por fatores intrínsecos e capilares → vênulas → veias. Na região das arteríolas
extrínsecos ao coração, promovendo efeito inotrópico ocorre queda na pressão e diminuição da característica
positivo (aumento da força contrátil) ou efeito pulsátil (ponto de maior resistência à passagem do
inotrópico negativo (diminuição da força contrátil do sangue do sistema circulatório).
coração)

Camadas dos vasos sanguíneos


Excitabilidade (batmotropismo): é a
propriedade que o miocárdio tem de reagir (potencial de ação e • Túnica interna: membrana elástica interna + endotélio
contração) quando estimulado • Túnica média: músculo liso + membrana elástica externa
• Cada uma das respostas às ativações regulares do • Túnica externa ou adventícia
marcapasso produz uma sístole cardíaca o As arteríolas tem grande quantidade de
• Quando qualquer outro ponto, que não o marcapasso músculo liso, são os vasos com maior
natural, excita o coração, gera-se uma resposta extra resistência à passagem de sangue
chamada de extrassístole o As vênulas tem menos músculo liso, mais

• A ocorrência de extrassístoles demonstra a capacidade camadas endoteliais


de excitação do miocárdio, que pode ser um fenômeno o As veias possuem as três camadas, assim

puramente fisiológico ou uma manifestação patológica como as artérias, porém, com menos camada
que acomete o coração muscular
o Vasaa-vasorum: vasos que irrigam o próprio
vaso
Artérias elásticas: são vasos de condutância Veias: possuem válvulas para manter o retorno venoso
• Diâmetro >2,5cm adequado, a musculatura também ajuda no bombeamento do
• Transportam grandes volumes de sangue sangue

Funções dos vasos


I. Função de condução do sangue: transporte de gases
(O2 e CO2) e distribuição de nutrientes e produtos de
metabolismo e forma um estoque sanguíneo
II. Formação e amortecimento de ondas de fluxo
III. Adaptação biomecânica: mudanças de calibre,
remodelamento a longo prazo (adaptações da estrutura
da parede ao volume/fluxo sanguíneo ou densidade dos
capilares) – um dos exemplos é em condições de
• Ex: tronco pulmonar e artéria aorta, artéria pulmonar,
exercício físico intenso
carótidas comuns, subclávia e ilíacas
IV. Função sensor: receptores nas paredes dos vasos
(barorreceptores)
V. Atividade biossintética das células endoteliais e
Artérias musculares: são distributivas
musculares: NO, CO (ajustes de fluxo sanguíneo para
• Distribuem sangue para a musculatura esquelética e manter perfusão e funcionamento dos vasos
órgãos viscerais sanguíneos), endotelina (vasoconstritor - tecido
• Ex: carótida externa, braquial, mesentéricas e femorais endotelial); eicosanoides (prostaglandinas)
NO e prostaglandinas são vasodilatadores; endotelina
causa vasoconstrição; CO pode causar vasodilatação ou
vasoconstrição
Fatores de crescimento (das próprias células
musculares lisa, acontece em situações fisiopatológicas,
como formação de placas de ateroma), imunomodulares,
constituintes da matriz (colágeno, elastina,
glicosaminoglicanos)
VI. Funções hemostáticas: biomecânica e química
VII. Transporte capilar de materiais: ultrafiltração, difusão,
pinocitose
VIII. Filtração particulada
IX. Funções regionais específicas: circulação portal (fígado,
Capilares sanguíneos: são de dois tipos – contínuos glândula hipófise), marginalização e rolamento de
(muscular, nervoso, conjuntivo e glandulas exócrinas) e monócitos
frenestrados (rim, intestino, glândulas endócrinas)
• Capilares sinusoides: endotélio descontínuo, grandes
poros no citoplasma, membrana basal descontínua,
trajeto tortuoso, calibre maior (fígado e órgãos
linfoides)
• Capilares contínuos: possuem apenas células endoteliais e
não há espaços entre elas. A substância tem que ser Ciclo cardíaco é um conjunto de eventos observado quando
lipossolúvel para atravessá-los. Estão presentes no SNC. ocorre o fluxo de sangue pelo coração, se repete ritmicamente a
• Capilares fenestrados: possuem “poros” entre as células cada batimento cardíaco
endoteliais que permitem a passagem de substâncias. o Diástole é o período de relaxamento, o coração se
Estão presentes nos rins.
enche de sangue
o Sístole é o período de contração (do átrio e do
ventrículo)
As valvas se abrem por diferença de pressão, logo, parte do refluxo fechando as valvas semilunares aórtica e pulmonar,
sangue que chega nos átrios, já passam pelos ventrículos. Na relaxamento isovolumétrico dos ventrículos, ventrículos ficam
contração, ocorre o enchimento completo dos ventrículos totalmente fechados novamente → início de um novo ciclo
O ventrículo direito contrai um pouco antes do que o ventrículo
esquerdo devido o sistema de condução do coração começar
Uso do estetoscópio, ocorre SEMPRE por fechamento de valvas
nessa região (nó sinusal se encontra nessa região)
I. Primeira bulha: som é mais prolongado; fechamento das
O átrio entra primeiro em sístole
valvas AV (som de “tum”), mais facilmente perceptível
no ápice do coração
II. Segunda bulha: som mais curto; fechamento das valvas
I. Enchimento ventricular aórtica e pulmonar/semilunares (som de “tá”), mais
II. Sístole ventricular facilmente perceptível na base do coração
III. Relaxamento isovolumétrico

Enchimento ventricular: enchimento diastólico o Nas doenças valvares, é comum observar os sopros ou
→ O sangue flui passivamente pelo átrio (pelas veias ruídos (sons anormais, evidenciados com o
pulmonares no átrio esquerdo; pelas veias cavas no estetoscópio), ocorre por fluxo turbulento e acelerado
átrio direito), pelas valvas AV abertas em direção aos de sangue pela dificuldade de passagem pelo orifício
ventrículos, onde a pressão é menor
estreitado (válvulas estenóticas) ou fluxo sanguíneo
→ Contração atrial: força o sangue remanescente nos
retrógrado pela incompetência da válvula em fechar
átrios dirigir-se aos ventrículos. Durante esse período,
(válvulas insuficientes)
as valvas AV estão abertas e as semilunares fechadas
(aórtica e pulmonar)
a contração dos átrios impulsiona algum
sangue adicional para os ventrículos (30%) para acabar
de encher os ventrículos. Parte do sangue fica no Incisura dicrótica
ventrículo e não vai para o átrio
→ Durante a contração atrial, o ventrículo direito está
com pressão 4 a 6 mmHg e o ventrículo esquerdo está
com pressão 7 a 8 mmHg. No átrio varia de 1 a 3
mmHg (por isso o sangue retorna rapidamente)
→ O sangue retorna ao coração por diferença de pressão
→ O sangue não retorna pro membro inferior devido a
presença das válvulas venosas e a contração do
músculo esquelético. Na região torácica o diafragma na
expiração faz com que o sangue retorne dos membros
inferiores para a região torácica, na inspiração o
sangue volta da cavidade torácica para o coração Incisura dicrótica: oscilação de pressão que a artéria aorta tem
Sístole ventricular: • Onda P: momento de despolarização atrial, precede o
→ Contração isovolumétrica: ventrículos contraem, momento de aumento da pressão atrial
pressão intraventricular aumenta (até 80 mmHg no VE • Complexo PQRS: momento de despolarização
e 10 mmHg no VD), as valvas AV fecham e ainda não há ventricular, precede o início do momento que tem
esvaziamento ventricular aumento da pressão ventricular
→ Ejeção ventricular: aumento da pressão intraventricular
• Onda T: momento de repolarização ventricular, precede
força abertura das valvas semilunares, o sangue é
ejetado dos ventrículos (ejeção rápida e ejeção lenta) o momento que o ventrículo relaxa, diminui a pressão
Início da contração ventricular: ligeiro refluxo de sangue, Quando a pressão atrial diminui, o ventrículo começa a encher de
fechamento das valvas AV (abaulamento para trás) sangue. A pressão atrial aumenta para que termine o enchimento
Final da contração ventricular: lento fluxo de sangue das veias do ventrículo, fechamento das valvas atrioventriculares. A
para os átrios pressão no ventrículo aumenta, no momento que sua pressão
Relaxamento isovolumétrico: ventrículos relaxam, fica maior que a da aorta, o ventrículo começa a ejetar o sangue
diminuição rápida da pressão ventricular, sangue sofre pequeno (ejeção rápida). Na fase de ejeção lenta ocorre quando a pressão
começa a cair nos ventrículos. O sangue passa para a aorta, o Aumento do retorno venoso: acontece em exercícios
fechando as valvas semilunares localizados nos membros inferiores, há aumento do
bombeamento do sangue para o coração. O débito cardíaco
aumenta, pois o volume sistólico aumenta (a entrada de
o Volume diastólico final (VDF): enchimento normal dos mais sangue faz com que seja necessário sair mais
ventrículos (110 a 120 mL) – pode ficar maior quando sangue) – chamado de mecanismo de Frank-Starling
há aumento do retorno venoso (150/180 mL), isso o Diminuição da frequência cardíaca: ocorre em atletas bem
pode ocorrer quando o indivíduo pratica atividade física treinados, pressão arterial normal, débito cardíaco normal,
o Volume sistólico (VS): o sangue que é ejetado é de cerca frequência cardíaca baixa. Há um remodelamento do
de 70 mL coração (no VE), causa uma hipertrofia excêntrica, o que
o Volume sistólico final (VSF): quantidade restante de 40 a aumenta o volume suportado no VE
50 mL depois da sístole – em uma forte contração o Exercício físico do não treinado: libera muita noradrenalina
pode chegar a 20 mL (justifica o volume de sangue que no coração, aumenta o débito cardíaco, aumento da
fica no coração depois da sístole, serve de reserva frequência cardíaca e aumento da pressão arterial
para momentos que o coração precisa bombear uma o Aumento da pressão sanguínea: barorreceptores (estão
quantidade de sangue maior) na parede da aorta e da carótida) agem no bulbo, reduz
atividade do sistema simpático e aumenta o
parassimpático, reduz a frequência cardíaca, diminuição do
volume sistólico, reduz o débito cardíaco para assim,
diminuir a pressão
o Diminuição da pressão sanguínea: recebem menos pressão
• É o volume de sangue ejetado pelo coração a cada minuto das paredes da aorta e da carótida e com isso, os
• Depende de outras variáveis (frequência cardíaca e barorreceptores agem no bulbo e o simpático é
volume sistólico) estimulado, diminuindo a atividade do parassimpático. Gera
• Determinante da pressão arterial, por isso, não pode cair aumento da FC e queda no VS, portanto, o DC se mantém
nem subir com frequência o mesmo.
Pressão arterial: PA = DC x RP – débito cardíaco X resistência o Queda brusca do volume sanguíneo: há diminuição do
periférica volume sistólico, com isso, há aumento da estimulação do
Débito cardíaco: DC = FC x VS – frequência cardíaca X volume simpático, causa aumento da frequência cardíaca e
sistólico mantém o DC

o Maior estimulação do simpático (fuga, raiva, estresse) – o Hipertrofia excêntrica (atleta): aumento do ventrículo
inervam as células miocárdicas, nó sinoatrial, nó esquerdo por espessamento de parede devido a prática
atrioventricular e os vasos sanguíneos (artérias e intensa de atividade física, não tem diminuição da câmara
arteríolas). Adrenalina e noradrenalina, se cai na corrente cardíaca, consegue suportar maior volume de sangue.
sanguínea pode agir nos vasos sanguíneos e no coração. Baixa frequência cardíaca, débito cardíaco normal. O
Aumenta a pressão arterial, aumenta o débito cardíaco indivíduo que é sedentário tem muita ativação simpática, o
→ Adrenalina se liga a receptores alfa1-adrenérgicos que faz aumentar muito a frequência cardíaca com
dos vasos sanguíneos– causa vasoconstrição aumento do débito cardíaco
→ No coração noradrenalina se liga a receptores o Hipertrofia concêntrica (patológica): há espessamento de
beta1-adrenérgicos das células marcapasso e das parede, mas o tamanho da câmara diminui. A causa do
células do miocárdio– aumento de força contrátil aumento pode se dar por causa de hipertensão arterial
do coração, aumento da frequência cardíaca
o Aumento da estimulação do parassimpático: age para
reverter o quadro do simpático. Age de forma contrária
ao do simpático, diminuindo o débito cardíaco
• Nó sinoatrial: o valor mínimo de potencial é de -60mV. Logo
que há repolarização, ele já despolariza – gap junctions
são zonas de baixa resistência que permite que o potencial
se transfira de uma célula para outra
→ Fase 4 e 0: membrana da célula marcapasso está
despolarizando.
o Essa fase não depende só de sódio, depende
Potenciais de ação em células marcapasso e em células de cálcio também. Conforme a célula vai
miocárdicas despolarizando (próximo de -60mV), começa
a abrir canais de cálcio voltagem-
dependentes (canais do tipo T – “transient”).
Conforme chega em -40mV, canais de cálcio
tipo T se fecham e abrem canais de cálcio do
tipo L (“low”), ficando com mais carga
positiva dentro da célula, até ficar positivo
(+10mV), abertura de canais de potássio
voltagem-dependente, perdendo carga
positiva dentro da célula, tornando o meio
menos positivo, o potencial cai. Há abertura
de canais de sódio do tipo “funny”
• Potencial elétrico em neurônio: em repouso, o neurônio o Fase 4 se inicia quando terminou a
não está alterado (-70 mV); quando estimulado, há repolarização e começou a abrir os canais de
abertura de canais de sódio mecanodependentes ou sódio do tipo “funny” e os canais de cálcio do
canais quimiodependentes (sódio entra na célula, pois tipo T
tem maior concentração no meio extracelular), fazendo o A fase 0 é a partir dos -40mV, quando se
com que o potencial aumente (despolarização); há fecham canais de tipo T e abrem os canais
abertura de canais de sódio voltagem dependentes de cálcio do tipo L
quando ultrapassa o limiar de excitação; quando atinge o → Fase 3: repolarização das células marcapasso
pico de excitação, há abertura de canais de potássio o Abertura de canais iônicos que normalmente não
(sai potássio, pois sua concentração é maior dentro da abriria nesse final – abertura de canais de sódio do
célula), ocorre diminuição do potencial (repolarização); na tipo “funny”, carga positiva entra dentro da célula e o
hiperpolarização ocorre maior extravasamento de potencial começa a subir (final da repolarização e início
potássio, há fechamento dos canais, fazendo com que o da despolarização) – transição entre a fase 3 e a
potencial de repouso retorne ao normal fase 4
• No coração, esse processo é diferente. O potencial de
ação das células marcapasso demora mais para ser
disparado para que dê tempo necessário desse
potencial chegar no miocárdio e dar tempo para que ele
espalhe esse potencial para outras células para
contrair e relaxar
• Além disso, há diferença do potencial de repouso (-
60mV nas células marcapasso e -85 mV nas células
miocárdicas)
• Neurônios pós-ganglionares do simpático libera
adrenalina e se liga a receptores adrenérgicos (beta1-
adrenérgicos) do coração
• Neuronios pós-ganglionares do parassimpático libera
acetilcolina e se liga a receptores muscarínicos (M2) do
coração

Parassimpático: quando a acetilcolina se liga a


receptores muscarínicos (metabotrópico, associados à proteína
Gi), nas células marcapasso do coração, ativa a proteína Gi. Sua
ativação inibe a adenilato ciclase, diminuindo a produção de AMPc,
• O nó sinusal tem predomínio sobre o disparo de potencial causando a não fosforilação da proteína quinase. O efeito do
fenômeno da hiperpolarização das células marcapasso ocorre
do que o nó atrioventricular. O AV só funciona se o sinusal
devido à deslocação da subunidade beta-gama da proteína Gi, vai
falhar até o canal de potássio com o intuito de sinalizar que é necessária
a sua abertura por mais tempo, saindo mais potássio e causando
a hiperpolarização das células marcapasso. O parassimpático
reduz a frequência cardíaca (bradicardia), pois demora para que
• Tem potencial de repouso, diferente das células o potencial da ação seja dado, demora mais tempo entre um
marcapasso potencial e outro
• É pelo gap junction que vem o potencial de ação das células
marcapasso para as células miocárdicas (íons atravessam Simpático: neurônio pós-ganglionar que libera noradrenalina
essa região)
nos receptores beta1-adrenérgicos, ligado na proteína Gs. Essa
→ Fase 4: fase de repouso. Começam entrar cargas
proteína fosforilada ativa PKA, fosforilando os canais de cálcio do
positivas pelas gap junctions, pula para -80mV,
tipo L, mantendo-os abertos. Isso resulta no aumento de números
abrindo canais de sódio voltagem-dependentes
de potenciais de ação (acelera os potenciais de ação), devido à
→ Fase 0: entra tanto sódio que chega em -20mV
aceleração da despolarização das células marcapasso. O efeito da
→ Fase 1: o potencial está +20mV, abertura de canais
taquicardia é exatamente devido a esse aumento do tempo de
potássio voltagem-dependentes, saindo potássio de
despolarização
dentro da célula. ficam abertos por um curto tempo.
Há perda de cargas positivas, o meio intracelular fica
um pouco menos positivo
→ Fase 2: fase de plateau (+10mV), abertura de canais
de cálcio, entrando cálcio dentro da célula, por isso,
essa fase sofre pouca variação
→ Fase 3: fase da repolarização, aberturas de canais
de potássio denominado retificadores de potássio. Há
saída maior de potássio, repolarizando e chegando ao
repouso
o Atua como bomba para prover adequado fluxo
sanguíneo a todos os tecidos do organismo (precisa de
diferenças de pressão para impulsionar o sangue aos
tecidos)
o Depende das propriedades mecanicas cíclicas de
contração e relaxamento
o Coração cheio de sangue → contração do miocárdio
→ gênese do gradiante de pressão → fluxo
sanguíneo para tecidos e órgão
o Relaxamento do miocárdio → permite aporte de
sangue das veias ao coração
o Gera o gradiente de pressão do sistema cardiovascular. que entrou pelo canal da membrana plasmática entra
Só consegue fazer isso por ser um músculo estriado no retículo sarcoplasmático e na membrana do retículo
esquelético existem proteínas que são canais de cálcio (RyR –
receptor de rianodina), que só se abrem se forem
Estruturas importantes do músculo ativados por cálcio que vem do meio extracelular. Sai
cardíaco mais cálcio para o citoplasma (cálcio extracelular + cálcio
do retículo sarcoplasmático) e daí, começa a cascata de
o Membrana do músculo esquelético cardíaco, chamado
sinalização para ativar o processo de contração
de sarcolema, possui invaginações chamadas de túbulos
T, adentram na célula, chegando ao retículo
sarcoplasmático (local que fica estocado cálcio no meio
intracelular). Há alto gasto de ATP
o Proteínas contráteis organizadas em sarcômeros
(troponina, tropomiosina e actina – filamento fino;
miosina – filamento grosso)

Mecanismo de contração: o cálcio se liga na


troponina, promovendo um deslocamento da tropomiosina, o que
expõe os sítios ativos da actina, isso faz com que haja maior
afinidade da cabeça da miosina com o sítio da actina, formando a
ponte cruzada. Conforme a cabeça de miosina desliza sobre os
sítios ativos da actina, isso faz com que haja encurtamento dos
sarcômeros, há contração do cardiomiócito

• Depende do rompimento das pontes cruzadas (a quebra


do ATP na cabeça da miosina ajuda nesse rompimento,
são ligações de baixa energia) e também da redução da
• O potencial de ação começa na célula marcapasso,
concentração de cálcio no citosol
espalhando para as células miocárdicas vizinhas – o
✓ Recaptação de cálcio para o retículo
potencial de ação da célula marcapasso é maior do que
sarcoplasmático com a ajuda da bomba de
a das células miocárdicas
cálcio
✓ Saída de cálcio pelo sarcolema com a ajuda da
cálcio-ATPase (bomba de cálcio do retículo
sarcoplasmático, também chamado de
SERCA), levando cálcio para o meio extra
celular – PLB proteína chamada de
fosfolambam, ajuda a inibir a bomba de cálcio
para que não fique eternamente ativada
✓ Saída de cálcio pelo sarcolema com a ajuda do
• O potencial de ação nas células miocárdicas é gerado na trocador Na+-Ca++ (entra 3 sódio e sai 1
membrana através dos canais de sódio, potássio e de cálcio) – não gasta energia. Só consegue
cálcio, íons vindos através das gap junctions. A entrada fazer esse mecanismo só existe por causa da
de cálcio é o que causa a despolarização das células bomba de sódio-potássio no sarcolema,
miocárdicas. Depois abrem-se canais de sódio que causa garante um gradiente que permite a entrada
a despolarização rápida. Depois, abrem-se canais de de sódio. É como se fosse um transporte
potássio para ocorrer a repolarização. ativo secundário
• Parte do cálcio que entra na célula pelos canais de
cálcio voltagem-dependentes (-35/-55 mV) não é o
suficiente ainda para ter o mecanismo contrátil . O cálcio
o O simpático serve para aumentar a força contrátil do
coração!
o Para ocorrer o relaxamento, a proteína quinase A
fosforila a fosfolambam, isso faz com que iniba a
atividade que ela tem de frear a atividade da bomba
cálcio ATPase. A bomba começa a levar mais
rapidamente cálcio para o retículo sarcoplasmático e
isso faz com que as pontes cruzadas se desfaçam e
ocorre o relaxamento das fibras miocárdicas
o O simpático também causa relaxamento das fibras
miocárdicas!

o O SNA parassimpático libera acetilcolina, se liga a


receptores M2 e fosforila proteína Gi que inibe a
adenilato ciclase, não fosforila a fosfolambam. Inerva
as células marcapasso, se originam do núcleo dorsal
motor do vago (bulbo) e se projetam para células
• Desencadeia uma onda de contração miocárdicas, principalmente a região do ventrículo
• Linha azulada: tensão – força contrátil da célula esquerdo – diminui a força contráril porque ativa mais
miocárdica. Essa força só aumenta depois que entra mecanismo de relaxamento, porém é muito pouco,
cálcio na célula (despolarização) quem predomina é o simpático
• Na repolarização, ocorre o relaxamento da célula
miocárdica

o A pré-carga (volume de sangue que chega ao coração e


provoca estiramento e tensão da parede ventricular) é
a tensão exercida na parede do ventrículo após a
contração atrial – quanto maior a pré-carga maior será
a força de estiramento do coração
o Quanto maior o volume de sangue que está chegando ao
coração, menor a força contrátil do coração
o No exercício físico, por exemplo, há contração da
musculatura esquelética inferior, isso faz com que haja
aumento do retorno venoso (aumento da pré-carga)
o Determina o grau de estiramento do sarcômero no final
da diástole e, segundo o mecanismo de Frank-Starling,
quanto maior o estiramento da fibra/maior o retorno
venoso, maior a força de contração (força diastólica)
Essa lei define que o aumento do retorno venoso do coração
o O SNA simpático libera noradrenalina e estas são (aumento da pré-carga) determina o aumento do volume
capazes de ativar receptores beta1-adrenergicos das diastólico final, levando o estiramento das fibras e aumento da
células miocárdicas, acopladas à proteína Gs força contrátil
o Quando a noradrenalina se liga a esse receptor,
estimula a proteína Gs, estimula a enzima adenilato
ciclase, formando AMPc. Este, estimula a proteína
quinase A, que fosforila canais de cálcio voltagem-
dependentes da membrana das células miocárdicas,
permitindo um maior tempo de abertura desses canais.
Como entra mais cálcio, consegue se ligar com a
rianodina, começa a sair cálcio do retículo
sarcoplasmático, o cálcio se liga na troponina, desloca a
tropomiosina liberando o sítio da actina, a cabeça da
miosina se liga nesse sítio formando pontes cruzadas.
o Um dos mecanismos que atrapalha o mecanismo de • Os quadradinhos permitem a medição do batimento
Frank-Starling é a pós-carga cardíaco
o Quanto maior a pós-carga (grau de resistência vascular • Os picos permitem a identificação das ondas R
periférica, é a resistência pela qual o sangue é expelido) • Depende das despolarizações e repolarizações que
menor o volume sistólico ocorrem no potencial de ação para que apareça a
o A pré-carga é a força que se opõe à ejeção separação de cargas elétricas na superfície
ventricular que é constituída pela resistência vascular (membrana) das células cardíacas
periférica (RVP) e pela complacência arterial. A RVP é a • A separação de cargas entre área ativada
resistência vascular na periferia à passagem de um (despolarizada) e área inativa (ainda não atinginda pelo
líquido, neste caso o sangue potencial de ação) formam dipolos (dois pontos próximos
com cargas elétricas opostas e de mesmo módulo) –
formação de campo elétrico

o Dipolo num meio condutor cria um campo elétrico


o O corpo humano é um meio condutor não homogêneo,
porém, pode conduzir correntes até a superfície da
pele
o Portanto, estando o coração imerso no volume condutor
do corpo, pode-se detectar na superfície corporal os
potenciais gerados pela série de dipolos que se
deslocam na superfície do coração durante a
propagação do potencial de ação
Eixo X: comprimento do sarcômero Willem Einthoven: desenvolveu o galvanômetro de corda. Captava
Eixo Y: força contrátil as flutuações do campo elétrico cardíaco na superfície corporal,
• Limite da contração do sarcômero – há diminuição da que eram transformadas em ondas do eletrocardiograma
força contrátil do coração → Usou a teoria do dipolo para padronizar registros
• O limite do estiramento se dá pelo distanciamento dos – qualquer diferença de potencial num meio
sarcômeros, isso faz com que a miosina e a actina não condutor pode ser representado por um vetor
consiga formar a ponte cruzada que aponta para o lado do potencial mais alto e
cujo comprimento é proporcional à intensidade do
dipolo

o Meio condutor que envolve o coração é homogêneo.


Como consequência, o dipolo elétrico gerado pela
• É um registro indireto da atividade elétrica do coração ativação cardíaca propaga-se igualmente por toda a
• Não é potencial de ação superfície corporal
• Há doze tipos de variações que podem ocorrer no o O campo elétrico a cada instante é representado por
registro (D1, D2, D3,.. .) um dipolo único, resultante da atividade sincronizada de
um grande número de células no coração
o Os dipolos instantâneos tem um ponto de aplicação
comum, representado pelo centro elétrico do coração
o Os pontos da superfície corporal (braço esquerdo,
perna esquerda, braço direito) escolhidos para o
registro do campo elétrico cardíaco formam um
triângulo equilátero, cujo centro corresponde ao centro
elétrico cardíaco
o Rigorosamente, nenhum desses princípios são validos!
→ Quando determinava a DDP entre o braço direito
e o esquerdo fazia registro da D1
→ Quando determinava a DDP do braço direito para
a perna esquerda fazia registro da D2
→ Quando determinava a DDP entre o braço
esquerdo e a perna esquerda fazia registro de
Intervalo PR: vai do início da onda P ao começo do complexo QRS
D3
Intervalo QT: vai do início do complexo QRS ao término da onda T
Segmento PR: vai do final da onda P ao começo do complexo QRS
(repolarização atrial) – se o segmento fica muito aumentado,
pode significar bloqueio átrio ventricular (BAV), dado por estimulo
vagal muito intenso
Segmento ST: vai do final do complexo QRS ao começo da onda T
(começo da despolarização e repolarização do ventrículo)

Medida a → A onda de D1 percebeu que era a onda R e que → Se as ondas ficam muito grandes, com maior espaço
partir do media 5mm entre si, pode ocorrer em patologias como hipertrofia
centro do → A onda R do D2 dava 15mm do coração
triangulo → A onda R do D3 dava 10mm → Se a derivação da onda T for para baixo, pode indicar
uma isquemia miocárdica, o paciente pode estar
→ O indivíduo que tem a anatomia normal do infartando
coração tem 60º em relação ao eixo elétrico do
coração Ativação ventricular e geração do complexo QRS: o potencial
chega no septo ventricular, primeiro no direito, depois pro
esquerdo. A despolarização começa no endocárdio e vai depois
Onda P: despolarização atrial para o epicárdio
Complexo QRS: despolarização ventricular
Onda T: repolarização ventricular

O eletrodo não consegue detectar a repolarização atrial, devido


ao posicionamento do eletrodo e o início depois do evento
seguinte, não consegue captar o início da repolarização
→ No ECG normal o complexo QRS é
predominantemente negativo nas derivações
V1 e V2 e positivo nas derivações V4, V5 e
V6
• Uma das formas de ver se o eletrodo está colocado no
lugar errado é ver se a onda R em D2 é a somatória da
onda que vejo em D1 e D3

• Cada quadrado mede 5mm, deve-se ver um período


entre duas ondas R, isso indica um ciclo cardíaco

• Permite reconstruir os passos do processo de ativação


das câmaras cardíacas no domínio do tempo (por
medidas de duração das ondas, dos intervalos e dos
segmentos) e no espaço (pelo cálculo de vetores de
ativação das câmaras cardíacas)
• Atividade elétrica cardíaca é registrada por eletrodos
que “enxergam” o coração de diferentes ângulos
• Os eletrodos captam diferentes ângulos dos ventrículos
– por isso existem diversas derivações

Derivações unipolares dos membros: medem a


diferença de potencial entre um ponto da superfície corporal e
outro ponto de potencial nulo – derivações aVL (ponto positivo
braço esquerdo e pontos negativos braço direito e perna
esquerda), aVR e aVF (positivo no pé)

• Existem 12 variações ao total


• Podem ser frontais ou horizontais
• Frontais: bipolares (D1, D2, D3) e unipolares (aVR –
eletrodo explorador do braço direito, aVL – eletrodo
explorador no braço esquerdo, aVF – eletrodo
explorador do pé)
• Horizontais: unipolares (V1, V2, V3, V4, V5, V6)
Derivações unipolares precordiais: vão de V1 a
V6. Cada derivação vê um ângulo diferente do coração. Medidas a
partir da clavícula

Você também pode gostar