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CAPÍTULO 01 – PLANOS E MOVIMENTOS ANATÔMICOS

1 Posição anatômica
A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais
utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo.
Na posição anatômica o corpo está numa postura ereta em pé, com os membros superiores
estendidos ao lado do tronco e as palmas das mãos voltadas para frente. A cabeça e pés também estão
apontados para frente e o olhar para o horizonte.

2 Planos anatômicos: separam o corpo nas dimensões de


estudo.
 Plano Mediano: plano vertical que passa longitudinal-
mente através do corpo, dividindo-o em metades direita
e esquerda. Plano sagital é qualquer plano paralelo ao
plano mediano.
 Planos Frontais (Coronais): são planos verticais que
passam através do corpo em ângulos retos com o plano
mediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e poste-
rior (de trás).
 Planos Transversos (Horizontais): são planos que
passam através do corpo em ângulos retos com os pla-
nos coronais e medianos. Divide o corpo em partes su-
perior e inferior.

3 Movimentos anatômicos
 Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo.
 Extensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo.
 Adução: movimento na direção do plano mediano em um plano coronal.
 Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal.
 Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano.
 Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano.

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CAPÍTULO 02 – CONSTITUIÇÃO DO CORPO HUMANO

Da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização são relevantes
para a compreensão da anatomia e fisiologia: os níveis químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e
organísmico.

 Nível Químico: inclui os átomos (menores unidades de matéria) e as moléculas (dois ou mais átomos
ligados entre si).
 Nível Celular: a união das moléculas formam as células. As células são as unidades básicas, estrutu-
rais e funcionais do corpo humano.
 Nível Tecidual: os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que trabalham juntos
para realizar uma determinada função celular. Existem quatro tipos básicos de tecidos, em seu corpo:
tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
 Nível Orgânico: os órgãos são estruturas compostas por dois ou mais tipos de tecido diferentes. Eles
têm funções específicas e, usualmente, têm formas reconhecíveis.
 Nível Sistêmico: um sistema consiste em órgãos relacionados que têm a mesma função.
 Nível Organísmico: é o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo vivo. Todas as par-
tes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o organismo total – uma pessoa viva.

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CAPÍTULO 03 – AS CÉLULAS E A FORMAÇÃO DOS TECIDOS

Todas as células do corpo humano originam-se de uma única célula, a célula-ovo (zigoto), formada
na fecundação pela união dos gametas masculino e feminino (espermatozoide e óvulo) após a fecunda-
ção.

1 Diferenciação celular
Processo pelo qual as células originadas após sucessivas divisões mitóticas vão se diferenciando e
adquirindo características e funções especificas no organismo adulto. É um processo que torna as célu-
las especializadas.
Células semelhantes desempenham as mesmas funções podem atuar em conjunto, organizando-
se em quatro tipos de tecidos.

2 Tipos de tecidos celular

- Tecido Epitelial: é o tecido de revestimento e proteção dos órgãos (revestindo interna e externamente)
e do corpo, sensibilidade e secreção de substâncias.
Exemplos: pele, mucosa da boca e parede do estomago.

- Tecido Conjuntivo: O tecido conjuntivo possui as funções de sustentação, preenchimento e o trans-


porte de substâncias; suas fibras são formadas por dois tipos de proteínas (colágeno e elastina). O teci-
do econjuntivo e subdividido em quatro grupos:
 Tecido Adiposo: Composto de células adiposas que acumulam gordura (adipócitos), esse tipo de
tecido tem como principal função o isolamento térmico do corpo, sendo assim, o maior depósito cor-
poral de energia. A partir disso, basta notar que uma pessoa magra sente mais frio que uma pessoa
gorda, uma vez que esta possui mais tecido adiposo que a outra (magra).
 Tecido Cartilaginoso: Possui consistência firme, contudo flexível; sua função é de sustentação e
revestimento, por exemplo, a orelha, o nariz, a traqueia. Além disso, a cartilagem amortece o impac-
to dos movimentos na coluna vertebral.
 Tecido Ósseo: Tecido rígido, rico em sais minerais, cálcio e colágeno o que torna os ossos rígidos
e resistentes. Além disso, é inervado e irrigado por sangue, sendo sua principal função a sustenta-
ção do corpo, uma vez que compõe o esqueleto humano.
 Tecido Sanguíneo: Formado por diversos tipos de células, esse tecido possui as funções de defesa
do organismo e transporte de nutrientes.

- Tecido Muscular: O tecido muscular é formado por células alongadas e especializadas em contração
e relaxamento sem sofrer danos, gerando os movimentos.
Exemplo: coração

- Tecido Nervoso: O tecido nervoso é formado principalmente por células nervosas denomina-
das neurônios. Apresenta células longas e estreladas que possuem a capacidade de transmitir impulsos
nervosos.
Exemplos: os nervos, o cérebro e a medula espinhal.

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CAPÍTULO 04 – SISTEMA ÓSSEO

O sistema ósseo ou esquelético corresponde ao conjunto dos ossos (206) e cartilagens, além dos
ligamentos e tendões permitem a união entre os ossos formando o esqueleto. É formado por uma forma
especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz
óssea (fibras colágenas).
O maior osso do corpo humano é o fêmur e os menores ossos do corpo humano estão dentro do
ouvido (martelo, bigorna e estribo).

1 Funções
 Sustentação do corpo;
 Proteção de órgão;
 Postura;
 Movimento (atua em conjunto com músculos e articulações);
 Armazenamento de minerais (cálcio e fosfato);
 Produção de células sanguíneas.

2 Formação dos ossos


Os ossos são estruturas mais duras, possuem certa elasticidade. Apresentam coloração branca ex-
teriormente e vermelha interiormente. São porosos, formados por dois tipos de tecidos o externo com-
pacto e rígido e no interior um tecido macio denominado medular.
O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática.
-Tecido ósseo: O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo
denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.

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- Periósteo: membrana que envolve os ossos, onde se encontram os vasos sanguíneos, vasos linfáticos
e nervos. É responsável pela defesa, nutrição e sensibilidade dos ossos. O periósteo contém células que
se multiplicam participando do crescimento e reconstituição de fraturas.

- Medula óssea: encontrada no interior dos ossos, composta por gordura e responsável pela produção
das células sanguíneas.
 Ossificações: processo pelo qual algumas cartilagens são substituídas por ossos durante o desen-
volvimento. Ocorre na moleira (crânio) e alguns ossos das extremidades.

3 Classificações dos ossos


 Ossos longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Encontrados nos mem-
bros. São os ossos da clavícula, úmero, fêmur, tíbia, rádio, ulna, fíbula, metacárpicos, e falanges.
 Ossos curtos: compactos, têm equivalência em todas as suas dimensões. São os ossos do carpo,
do tarso e patela.
 Ossos chatos: tem forma achatada e função de proteção. Encontrados no crânio e escapula. São
os ossos occipital, parietal, frontal, nasal, lacrimal, escápula, esterno e costelas.
 Ossos irregulares: não têm equivalência em nenhuma de suas dimensões, não tem formato regu-
lar. São as vértebras, sacro, cóccix, maxila e mandíbula.

4 Coluna vertebral
Flexível, formada pelas vértebras ligadas por articulações denominadas discos intervertebrais que
dão mobilidade e absorvem impactos. A coluna vertebral sustenta o peso dos membros superiores, da
cabeça e tronco e protege a medula.

 Vértebras: são 33, divididas em cervicais, torácicas, lombares, sacral e coccígea. Dividida em corpo
e aro. Estão sobrepostas formando um aro.
 Canal vertebral: O canal vertebral segue as diferentes curvas da coluna vertebral. É grande e trian-
gular nas regiões onde a coluna possui maior mobilidade (cervical e lombar) e é pequeno e redondo
na região que não possui muita mobilidade (torácica).
 Medula espinhal: fica protegida dentro do canal vertebral e faz parte do Sistema Nervoso.
 Forames invertebrados: pequenas aberturas que permitem a comunicação dos nervos com a me-
dula.

5.1 Curvaturas da coluna vertebral


Vista de perfil a coluna apresenta 4 curvas:
 2 Lordoses: concavidades viradas para trás.
 2 Cifoses: concavidades viradas para frente.

O aumento dessas curvaturas são patologias como a hiperlordose e hipercifose. E a envergadura


lateral é denominada escoliose.

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- Região Sacrococcígea: parte da bacia composta pelo osso sacro,


que vem da fusão de cinco vértebras e articula com os ossos ilíacos do
quadril e pelo osso cóccix que é formado pela fusão das 4 ultimas vér-
tebras.

- Cintura Pélvica: região formada pelos ossos ilíacos, sacro e cóccix.

- Tórax : é uma caixa osteocartilagínea que contém os principais ór-


gãos da respiração e circulação e cobre parte dos órgãos abdominais.
 Caixa torácica: formada pelas vértebras torácicas, osso esterno e costelas. Participa da respiração,
pois junto com os músculos possibilitando os movimentos de inspiração e expiração.
 Esterno: osso chato localizado na parte anterior do tórax. Esse osso sustenta as costelas e a claví-
cula.
 Costelas: ossos longos, em forma de arco, que vão da coluna ao esterno, unidos por cartilagens.
São doze pares:
- Verdadeiras: 7 primeiras que se unem ao esterno.
- Falsas: 3 seguintes, que se juntam primeiro e depois se unem ao esterno.
- Flutuantes: são as 2 últimas, não se unem ao esterno.
 Cartilagens: feitas de hialina, confere elasticidade a caixa torácica.

7 Crânio
O crânio possui formato oval, sustentado pela coluna, formado por ossos chatos e irregulares. É
dividido em 2 grupos:

 Caixa craniana (neurocrânio): formado por 8 ossos: occipital, parietais, frontal, temporais, esfe-
noide e etmoide.
 Ossos da Face: formado por 14 ossos: Mandíbula, Vômer, Zigomático, Maxila, Palatino, Nasal,
Lacrimal, Concha Nasal Inferior.

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Doenças do Sistema Ósseo e Cartilaginoso

- Fraturas: são lesões que causam rompimento ou trincamento de um osso. Elas podem ser fechadas,
quando o osso não é exposto, ou abertas, quando há rompimento da pele.
- Artrite: é a inflamação das articulações, em sentido amplo: é conjunto de sintomas e sinais resultantes
de lesões articulares produzidas por diversos motivos e causas. As artrites são um tipo de reumatismo,
portanto é estudado pela reumatologia. Raramente tem uma origem conhecida, mas todas envolvem fa-
tores genéticos, orgânicos, ocupacionais e ambientais. São mais comuns em adultos e idosos.
- Artrose: é uma doença crônica das articulações e dos elementos periarticulares caracterizada pela de-
generação da cartilagem e do osso subcondral, que pode causar dor articular e rigidez e redução da fun-
cionalidade articular. A artrose, a perturbação articular mais frequente, afeta em algum grau muitas pes-
soas por volta dos 70 anos de idade, tanto homens como mulheres. Contudo, a doença tende a desen-
volver-se nos homens numa idade mais precoce.
- Raquitismo: é uma calcificação incorreta da matriz óssea que leva a deformação nos ossos e atraso
no crescimento. Está entre as doenças mais frequentes da infância em muitos países em desenvolvi-
mento. A causa predominante é a deficiência de vitamina D, seja por exposição insuficiente à luz solar
ou baixa ingestão através da dieta; mas a deficiência de cálcio na dieta também pode gerar um quadro
de raquitismo.
- Reumatismo: é o termo genérico usado para designar um grupo de doenças que afeta articulações,
músculos e esqueleto, caracterizado por dores e restrições dos movimentos. Portanto, reumatismo não
se refere a nenhuma doença específica e sim a um grupo de doenças com as características acima cita-
das.
- Osteoporose: é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza pela diminuição de massa óssea de-
senvolvendo ossos ocos, finos e sensíveis, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de
envelhecimento, e é mais comum em mulheres do que em homens. Se não forem feitos exames diag-
nósticos preventivos a osteoporose pode passar despercebida, até que tenha gravidade maior. A osteo-
porose pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas.

CAPÍTULO 05 – SISTEMA CARTILAGINOSO

São as cartilagens, formada um tipo de tecido conjuntivo elástico, flexível, branco ou acinzentados
composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz extracelular. O tecido carti-
laginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida.
Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve
choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. En-
contrados na orelha e nariz e não possui vasos sanguíneos ou nervos.

1 Função das cartilagens


 Revestimento de superfícies;
 Proteção (evitar atritos entre os ossos);
 Modelar (dar forma);
 Sustentação;
 Absorve choques e impactos.

2 Cartilagens
 Cartilagem hialina: Possui moderada quantidade de fibras colágenas. Forma o primeiro esqueleto
do embrião, que, depois, é substituído por osso. Mesmo assim, alguns locais dos ossos ainda man-
têm esse tipo de cartilagem. Ela é a mais abundante do corpo humano. São encontradas no disco
epifisário, fossas nasais, brônquios e na traqueia.
 Cartilagem fibrosa: Apresenta abundante quantidade de fibras colágenas. São encontradas nos
chamados discos intervertebrais e na sínfise púbica. Suporta altas pressões.
 Cartilagem elástica: Possuem pequena quantidade de colágeno e grande quantidade de fibras
elásticas. É encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na epiglote, na tuba audi-
tiva e na laringe.

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3 Articulações: articulações são uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São divididas
nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade:
 Articulações Fibrosas (fixas): imóveis, união direta de ossos dá proteção aos órgãos internos. Ex:
ossos do crânio e da face.
 Articulações Cartilagíneas (semimóveis): movimentos limitados. Ossos ligados por cartilagens
deformam produzindo algum movimento. Ex: vértebras, sínfise púbica (dilatação pra passagem do
feto).
 Articulações Sinoviais (moveis): movimentos amplos, revestida de um líquido lubrificante (sinovi-
al) evitando o atrito e o desgaste dos ossos. Ex: ombro, cotovelo, joelho.

4 formatos das articulações


- Enartrose (bola-soquete): é formada por um segmento ósseo esférico que encaixa no interior de uma
cavidade, podendo mover-se em todos os sentidos. Um exemplo é a articulação do ombro.
- Condilartrose (dobradiça): corresponde ao encaixe de um segmento ósseo com uma forma arredon-
dada ou elíptica noutro que apresente uma concavidade, na qual se encaixa o primeiro. Um bom exem-
plo é a articulação do rádio com o côndilo umeral.
- Trocleartrose (pivô): corresponde à união de um segmento ósseo com a forma de uma roldana, com
uma depressão no centro, e outro segmento ósseo composto por uma crista que deve encaixar no canal
da roldana. O melhor exemplo corresponde à articulação do cúbito com o úmero.
- Artrodias (sela): neste caso, as faces da articulação são lisas e planas, o que lhes permite deslizar en-
tre si, como acontece, por exemplo, com a articulação atlantoaxial (entre as duas primeiras vértebras
cervicais) e com as articulações dos ossos do punho e do tarso.

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CAPÍTULO 06 – SISTEMA MUSCULAR

O sistema esquelético é responsável pela sustentação do nosso corpo, porém se não houvesse a
ação dos mais de 650 músculos, o esqueleto desabaria, pois, os músculos são responsáveis pela sus-
tentação e movimento do corpo. A coordenada ação desses dois sistemas é o que nos possibilita realizar
movimentos essenciais.
Enquanto um músculo se contra outra se relaxa produzindo os movimentos. Isso se deve a sua al-
ta capacidade de contratilidade (contração e distensão sem sofrer danos).
Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. Os músculos têm
a capacidade de contração e distensão sem sofrer danos.
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande
quantidade de sangue nas fibras musculares. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.
Os músculos se inserem nos ossos ou nos outros órgãos por meio de um tendão que é uma fita ou
cordão fibroso, com a função de manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão
do exercício muscular aos ossos e articulações.

1 Função dos Músculos


 Produção dos movimentos corporais: Movimentos do corpo, como andar e correr.
 Estabilização das posições corporais: As contrações dos músculos esqueléticos estabilizam as ar-
ticulações e participam da manutenção das posições corporais.
 Regulação do volume dos órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos
(esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
 Movimento de substâncias dentro do corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos
sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, uri-
na e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retor-
no do sangue para o coração.
 Produção de calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse ca-
lor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal.

2 Tecidos Musculares
 Músculos Estriados Esqueléticos: Formado por fibras musculares finas e lisas. Inseridos nos ossos
e cartilagens são responsáveis pelos movimentos voluntários. O tecido muscular esquelético é cha-
mado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estricções) podem ser vistas no micros-
cópio óptico.
 Músculo Estriado Cardíaco: Forma a parede do coração. É um músculo estriado, porém involuntá-
rio.
 Músculos Lisos: Suas células são lisas, Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria
dos órgãos. Sua ação é lenta e involuntária. Ex: movimentos peristálticos e dilatação das pupilas.

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CAPÍTULO 07 – SISTEMA CARDIOVASCULAR

O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que
põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pe-
las contrações rítmicas do coração.
O sistema cardiovascular é constituído pelo coração e vasos sanguíneos (artérias, veias e capila-
res).

1 Funções
 Transporte substâncias pelo organismo (sangue, nutrientes, hormônios etc.);
 Defesa do organismo;
 Termo regulação;

2 Vasos Sanguíneos
As estruturas que transportam o sangue podem ser de três tipos:
 Artérias: são vasos que saem do coração levando sangue para os órgãos e tecidos do corpo. Sua
parede é espessa.
 Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. Sua parede e
menos espessa e possuem válvulas em seu interior que impedem o refluxo do sangue e garantindo
sua circulação em um único sentido.
 Capilares: são vasos de pequeno calibre, estreitamento das veias e artérias que chegam aos teci-
dos levando o sangue arterial e recolhendo o sangue venoso.

 Sangue arterial é o sangue rico em gás oxigênio, circula pelas veias pulmonares e pelas artérias.
O termo sangue arterial não significa sangue que circula nas artérias, mas sim sangue rico em
oxigênio.
 Sangue venoso é o sangue rico em gás carbônico e pobre em gás oxigênio, circula nas artérias
pulmonares e veias.

3 Pressão Arterial
A expressão pressão arterial refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna
das artérias. É medida de acordo com a pressão máxima ou sistólica (durante a sístole) e a mínima ou
diastólica (durante a diástole). A variação da pressão sanguínea durante os batimentos cardíacos é co-
nhecida como pulsação. A pressão arterial pode ser medida pelo esfignomanômetro.

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4 O coração
O coração é formado pelo músculo miocárdio, um mús-
culo oco e recoberto externamente por uma membrana de-
nominada pericárdio. Possui o tamanho aproximado do pu-
nho fechado e pesa cerca de 400g.
Localizado no interior da caixa torácica, ligeiramente
deslocado para esquerda. O coração bombeia sangue para
todo o corpo e começa a bater iniciando a circulação por vol-
ta do 22o dia de vida.
É constituído por quatro cavidades: átrio direita, átrio
esquerda, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. O lado di-
reito do coração bombeia o sangue venoso (rico em CO2) dos
tecidos para o pulmão. O lado esquerdo recebe dos pulmões
o sangue arterial (rico em O2) e o bombeia para os órgãos e
tecidos.

5 Circulação
É responsável pelo transporte de sangue para órgãos e tecidos. Apesar de ser indiretamente liga-
das à circulação é dividida em duas:

- Circulação Pulmonar ou Pequena Circulação:


Circulação Pulmonar ou Pequena circulação é a de-
signação dada à parte da circulação sanguínea na
qual o sangue é bombeado para os pulmões e retor-
na rico em oxigênio de volta ao coração. Síntetizan-
do é uma circulação coração-pulmão-coração.
Inicia-se no ventrículo direito e termina na au-
rícula esquerda do coração. O sangue, pobre em
oxigênio e rico em gás carbônico, entra no ventrículo
direito e é bombeado para as artérias pulmonares di-
rigindo-se para os pulmões. Nestes, percorre as arte-
ríolas pulmonares e capilares pulmonares, onde se
realiza a hematose pulmonar, processo de trocas
gasosas que eliminam o gás carbônico do sangue e
o torna rico em oxigênio. O sangue rico em oxigênio,
passa pelas vênulas pulmonares, para as veias pul-
monares e retorna para o coração entrando na aurí-
cula esquerda.

- Circulação Sistêmica ou Grande Circulação: é


circulação sanguínea na qual o sangue do ventrículo
esquerdo vai para todo o organismo, pela artéria aor-
ta, e do organismo até o átrio direito, pela veia cava.
Inicia com a saída do sangue arterial do ventrí-
culo esquerdo pela artéria aorta que através das ar-
térias, arteríolas e capilares faz com que este sangue
chegue aos tecidos levando oxigênio, nutrientes,
hormônios etc. Após a troca gasosa o sangue veno-
so retorna através de capilares, veias até as veias
cava inferior e veia cava superior, chegando ao átrio
direito.

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4 Sangue
O sangue tem por função o transporte de
alimentos, sais minerais, oxigênio, água, células
de defesa e hormônios até os tecidos e excretas
(restos metabólicos) como ureia e gás carbônico
até os órgãos responsáveis pela eliminação; con-
trola a temperatura corporal (homeostasia) e
mantém os tecidos hidratados.
É formado por tecido conjuntivo, com uma
fase liquida chamada de plasmada (proteínas,
albumina, anticorpos etc.) e uma fase sólida on-
de encontramos os elementos figurados. São va-
rias as células sanguíneas e cada uma tem sua
função:
 Eritrócitos ou glóbulos vermelhos: as he-
mácias possuem uma proteína denominada hemoglobina que se liga ao oxigênio e ao gás carbônico
realizando o transporte dos mesmos
 Leucócitos ou glóbulos brancos: células de defesa.
 Plaquetas ou trombócitos: participam do processo de coagulação do sangue.

5 O Sangue Humano
O sangue humano é classificado em grupos de acordo com as proteínas encontradas em suas
hemácias:
 Sistema ABO: se caracteriza pela presença ou ausência dos antígenos aglutinogênios A e B. Algu-
mas pessoas possuem anticorpos denominados aglutininas contra os aglutinogênios.
Genótipos Grupos Aglutinogênio Aglutinina Doa Recebe
(proteína) (anticorpo)
IAIA, IAi A A Anti-B A e AB AeO
IBIB, IBi B B Anti-A B e AB BeO
I AI B AB AeB Nenhum AB A, B, AB e O.
ii O Nenhum Anti-A e Anti-B A, B, AB e O. O

 Fator Rh: outro antígeno encontrado nas hemácias humanas é o antígeno Rh. Sua presença ou au-
sência determina o fator Rh da pessoa.
Genótipos Fator Rh Antígeno H
RR, Rr Positivo ( + ) Presente
rr Negativo ( - ) Ausente

6 Doença Ligada ao sangue


A eritroblastose fetal ou doença hemolítica por incompatibilidade Rh ou doença hemolítica do re-
cém-nascido ocorre quando uma mãe de Rh- que já tenha tido uma criança com Rh+ (ou que tenha tido
contato com sangue Rh+, numa transfusão de sangue que não tenha respeitado as regras devidas) dá à
luz uma criança com Rh+. Depois do primeiro parto, ou da transfusão acidental, o sangue da mãe entra
em contato com o sangue do feto e cria anticorpos contra os antígenos presentes nas hemácias caracte-
rizadas pelo Rh+. Durante a segunda gravidez, esses anticorpos podem atravessar a placenta e provo-
car a hemólise do sangue da segunda criança. Esta reação nem sempre ocorre e é menos provável se a
criança tiver os antígenos A ou B e a mãe não os tiver.
Os anticorpos anti-Rh não existem naturalmente no sangue das pessoas, sendo fabricados apenas
por indivíduos Rh-, quando estes recebem transfusões de sangue Rh+. Pessoas Rh+ nunca produzem
anticorpos anti-Rh, pois se o fizessem provocariam a destruição de suas próprias hemácias. Quando
uma mulher Rh + dá à luz ao primeiro filho e o mesmo é Rh - é indicado que ela tome uma vacina cha-
mada de imunoglobulina anti-D até 72 horas após o parto para prevenir problemas na próxima gestação.
A imunoglobulina anti-D que destrói o anticorpo anti-H até 72 horas após.

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CAPÍTULO 08 – SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático auxilia o sistema circulatório na remoção do excesso de líquidos e de resíduos;


absorve e auxilia na distribuição de substâncias resultantes. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfá-
ticos. É um importante componente do sistema imunológico, pois colaboram com os glóbulos brancos
para proteção contra bactérias e vírus invasores.

1 Funções
 Produção e transporte da linfa (drenando o excesso de líquido que sai do sangue);
 Absorção e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório;
 Produção de células imunes (linfócitos, monócitos e células produtoras de anticorpos conhecidas
como plasmócitos).

2 Circulação Linfática
A circulação linfática é responsável pela absorção de
detritos e macromoléculas que as células produzem durante
seu metabolismo, ou que não conseguem ser captadas pelo
sistema sanguíneo.
Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos
vasos através da força do coração, o sistema linfático não é
um sistema fechado e não tem uma bomba central. A linfa
depende exclusivamente da ação de agentes externos para
poder circular.
A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão devida
principalmente à compressão provocada pelos movimentos
dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido através de-
le. A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda
o fluido através dos capilares linfáticos. Este fluido é então
transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores
acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte
direita superior do corpo) e no duto torácico (para o resto do
corpo); estes dutos desembocam no sistema circulatório na
veia subclaviana esquerda e a direita. A linfa segue desta
forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará
as toxinas com a urina e fezes.
Ao caminharmos, os músculos da perna comprimem os
vasos linfáticos, deslocando a linfa em seu interior. Outros
movimentos corporais também deslocam a linfa, tais como a
respiração, atividade intestinal e compressões externas, como
a massagem. Permanecer por longos tempos parado em uma
só posição faz com que a linfa tenha a tendência a se acumu-
lar nos pés, por influência da gravidade, causando inchaço.

3 Transporte de ácidos graxos


Os vasos linfáticos estão presentes no revestimento do trato gastrintestinal. Enquanto a maioria
dos outros nutrientes absorvidos pelo intestino delgado é conduzida para serem processadas pelo fíga-
do, as gorduras passam pelo sistema linfático, para serem transportadas para a circulação sanguínea via
ducto torácico (canal linfático que se estende do abdome até o pescoço). O enriquecimento da linfa ori-
ginada nos vasos linfáticos do intestino delgado é chamado de quimo. Os nutrientes que são recupera-
dos pelo sistema circulatório são processados pelo fígado.

4 Linfa
A linfa é um líquido transparente e esbranquiçado, levemente amarelado ou rosado, alcalino e de
sabor salgado, constituído essencialmente pelo plasma sanguíneo, proteínas e por glóbulos brancos. A
linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também co-

Anatomia e Fisiologia Humana 13


Tec. Enfermagem
nhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no sangue, desem-
bocando nas grandes veias torácicas.
É produzida pelo excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos ao espaço intersticial ou in-
tercelular, sendo recolhidas pelos capilares linfáticos que drenam aos vasos linfáticos mais grossos até
convergir em condutos que se esvaziam nas veias subclávias.
Percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das artérias
próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na
zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema.
A linfa é composta por um líquido claro pobre em proteínas e rico em lipídios, parecido com o san-
gue, mas com a diferença de que as únicas células que contém são os glóbulos brancos que migram dos
capilares sanguíneos. A linfa é mais abundante do que o sangue.
Este fluido é responsável pela eliminação de impurezas que as células produzem durante seu me-
tabolismo. Pode conter microrganismos que, ao passar pelos filtros dos gânglios linfáticos e baço são
eliminados. Por isso, durante certas infecções pode-se sentir dor e inchaço nos gânglios linfáticos do
pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como "íngua".

5 Órgãos linfáticos
 Linfonodos: órgãos linfáticos mais numero-
sos do organismo. Atuam na defesa do orga-
nismo humano e produzem anticorpos. Sua
função principal é a de filtrar a linfa e eliminar
corpos estranhos como vírus e bactérias.
Quando o corpo é invadido por microrganis-
mos, os linfócitos dos linfonodos, próximos ao
local da invasão, começam a se multiplicar
ativamente para dar combate aos invasores.
Com isso, os linfonodos incham, formando as
ínguas. É possível, muitas vezes, detectar um
processo infeccioso pela existência de linfo-
nodos inchados.
 Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos (anticorpos).
 Timo: É vital contra a autoimunidade (combater células do próprio organismo). Ao longo da vida, o
timo involui (diminui de tamanho) e é substituído por tecido adiposo nos idosos, o que acarreta na
diminuição da produção de linfócitos.
 Baço: órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sanguínea e cuja dre-
nagem venosa passa pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagoci-
tose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em circulação
já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, fun-
cionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta
imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande
nódulo linfático.

6 Patologias
 Celulite: é uma patologia relacionada ao sistema linfático devido a uma má circulação. Muitas vezes
tratada com drenagens linfáticas e outros métodos que estimulam a circulação da linfa.
 Elefantíase: é a infecção dos vasos linfáticos causa um endurecimento da pele e aumento dos teci-
dos abaixo da pele, especialmente nas pernas e órgãos genitais.
 Linfedema: também causa inchaço anormal, especialmente nos membros (embora possa ocorrer
na face, pescoço e abdômen). Ocorre se o sistema linfático está lesionado ou subdesenvolvido de
alguma forma.
 Linfomas: são cânceres (tumores malignos) do sistema linfático, que pode atacar outros órgãos. A
doença surge quando linfócitos agrupados nos gânglios linfáticos começam a multiplicar-se e cres-
cer de forma desordenada. O sistema linfático transporta um tipo especializado de leucócitos deno-
minados linfócitos através dos vasos linfáticos para todas as partes do corpo, inclusive a medula ós-
sea. Dispersos em toda essa rede encontram-se acúmulos de linfócitos nos linfonodos. Os linfócitos
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cancerosos (células linfomatosas) podem estar confinados num único linfonodo ou podem dissemi-
nar por todo o corpo, para quase todos os órgãos. Os dois tipos principais de linfoma são o linfoma
de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin. O sistema linfático também pode estar envolvido na metástase
tumoral.
 Esplenectômia: O baço não é um órgão essencial, embora muito importante. Com a esplenectomia
(retirada cirúrgica do baço, muitas vezes necessária em pessoas que sofrem traumatismos abdomi-
nais), sofreremos uma anemia, nos recuperando após algum tempo por haver outras partes do or-
ganismo com condições de assumir as funções que ele desempenha. É necessário, porém que te-
nhamos atenção médica especial sempre que se apresente qualquer sinal de infecção (ex: febre) já
que o indivíduo fica mais predisposto a infecções graves.
 Lúpus: é uma doença autoimune, ou seja, em que o próprio sistema imunológico causa danos ao
organismo, e atinge 1 a cada 194 pessoas (0,51%). [1] É mais comum em mulheres, adultos, latinos
e negros. É sempre limitado à pele. É identificado por lesões cutâneas que aparecem na face (60%)
ou outras áreas expostas à luz solar (40%). Aproximadamente 10% das pessoas Lúpus Discoide
podem evoluir para o Lúpus Sistêmico, o qual pode afetar quase todos os órgãos ou sistemas do
corpo. Também pode se formar semelhante a uma verruga (8% dos casos) ou a uma queimadura
(2%).
CAPÍTULO 09 – SISTEMA RESPIRATÓRIO

Sistema respiratório é o conjunto de órgãos res-


ponsáveis pelas trocas gasosas do organismo com
o ambiente, ou seja, a hematose pulmonar, possibili-
tando a respiração celular.
Os órgãos do sistema respiratório são vias respi-
ratórias ou vias áreas:
 Fossas nasais
 Faringe
 Laringe
 Traqueia
 Pulmão
 Brônquios
 Bronquíolos
 Alvéolos pulmonares (formando os sacos
alveolares).

1 Funções
Para realizar as trocas gasosas o sistema respiratório é responsável pela:
 Entrada;
 Filtração;
 Aquecimento;
 Umidificação;
 E saída do ar.

2 Vias Áreas

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2.1 Fossas Nasais


Ou cavidades nasais, são duas cavidades paralelas que vão das narinas até a faringe e estão se-
paradas uma da outra por uma parede cartilaginosa, terminando na faringe. Em seu interior existem do-
bras chamadas conchas nasais, que forçam o ar a turbilhonar. No teto das fossas nasais existem células
sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato.
As fossas nasais têm a função de filtrar, umedecer e aquecer o ar que é inspirado para os pul-
mões, tornando-o mais propício para o seu devido processamento. A mucosa tem, também, pequenos
pelos e produz uma substância viscosa, levemente amarelada, denominada muco. Além de lubrificar a
mucosa, junto com os pelos, retêm micróbios e partículas de poeira do ar, funcionando como um filtro.

2.2 Laringe
Órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua.
Consiste em uma série de cartilagens, todas elas revestidas de membrana
mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. A abertura superior é
denominada glote, a inferior epiglote impede a entrada de alimento nas vias
aéreas.
As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais; as de
cima, falsas; as de baixo, verdadeiras.

2.3 Traqueia
É o tubo formado por anéis cartilaginosos em forma de “C”. Bifurca-se
no seu interior, ligando a laringe aos brônquios, para levar o ar aos pulmões
durante a respiração. A traqueia é constituída por músculo liso, revestida in-
ternamente por um epitélio ciliado e externamente encontra-se reforçada por
anéis de cartilagem. Esse muco ciliar adere partículas de poeira e bactérias
presentes no ar inalado, e que graças ao movimento dos cílios são varridas
para fora e expelidas ou engolidas.

2.4 Pulmões
Órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. Tem forma piramidal, e
consistência esponjosa medindo mais ou menos 25 cm de comprimento. Os pulmões são compostos de
brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares.
Os pulmões humanos são divididos em dois (direito e esquerdo). O pulmão esquerdo possui dois
lobos e o direito possui três. Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana chamada
pleura.

2.5 Brônquios, bronquíolos e alvéolos


Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusa-
mente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os
bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bron-
quíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas for-
madas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial
pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, de-
nominadas alvéolos pulmonares.
Os alvéolos totalizam-se em um total de 350 mi-
lhões e são estruturas saculares (semelhantes a sacos)
que se formam no final de cada bronquíolo e têm em sua
volta os chamados capilares pulmonares. Nos alvéolos
se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o
meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na
hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e
saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem
da célula como carboemoglobina) com dos capilares pa-
ra o alvéolo.

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2.6 Diafragma
A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão musculomembranoso que separa o tórax do
abdome, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os
movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos
do diafragma.
O movimento do diafragma é importante para a tose, o espirro, a defecação e o parto. O soluço
são espasmos involuntários do diafragma proveniente de desordens respiratórias.

3 Respiração
A inspiração e a expiração são processos passivos do pulmão já que ele não se movimenta isso fi-
ca a cargo do diafragma, dos músculos intercostais e da expansibilidade da caixa torácica, que garante a
consequente expansão do pulmão graças à coesão entre a pleura parietal (fixa na caixa torácica) e a
pleura visceral (fixa no pulmão).
O ar inspirado, rico em oxigênio, passa pelas vias respiratórias, sendo filtrado, umedecido, aqueci-
do e levado aos pulmões. No íntimo pulmonar o oxigênio do ar inspirado entra na circulação sanguínea e
o dióxido de carbono do sangue venoso são liberados nos alvéolos para que seja eliminado com o ar ex-
pirado. O ar expirado é pobre em oxigênio, rico em dióxido de carbono e segue caminho oposto pelo tra-
to respiratório.
A respiração, ou melhor, dizendo, a ventilação pulmonar, é um processo "semiautomático", que
permite a intervenção do sistema nervoso central, mas normalmente é controlado pelo bulbo (que contro-
la a amplitude e frequência da respiração), o diafragma é controlado pelo nervo frênico. O bulbo é sensí-
vel às variações de pH do sangue. Ao faltar oxigênio na corrente sanguínea, ocorre um aumento da con-
centração do íon bicarbonato (HCO3, forma na qual ocorre à maior parte do transporte de gás carbônico
no sangue) de caráter ácido, acarretando uma redução do pH e a consequente resposta do bulbo a esta
variação, que consiste em aumentar a frequência respiratória.

4 Patologias
 Adenoide é o nome dado à hiperplasia (aumento de tamanho) das tonsilas faríngeas. A tonsila
faríngea faz parte do chamado Anel Linfático de Waldeyer. É uma formação linfoide que cerca as
cavidades nasais e bucais para a garganta, estando localizada na parede posterior da nasofarin-
ge, região que serve como passagem do fluxo aéreo nasal, caixa de ressonância na fala e é o lo-
cal de abertura das tubas auditivas. Ela normalmente aumenta de tamanho (junto com aumento
das amígdalas) durante a infância em resposta a estímulos antigênicos, tais como infecções vi-
rais e bacterianas, alimentos, alérgicos e irritantes ambientais, sendo que, na maioria das pesso-
as, involui durante a adolescência.
 Laringite é a inflamação do laringe (onde estão as cordas vocais) e as áreas próximas. Ela pode
ser sintoma de resfriado, bronquite, ou até mesmo pneumonia (dentre outras infecções respirató-
rias). Se não cuidada pode ocasionar problemas sérios como tumor maligno que atinge as cordas
vocais ou a parte superior às cordas.
 Bronquite é a inflamação dos brônquios, canais pelos quais o ar chega até alvéolos. A bronquite
aguda geralmente é causada por vírus ou bactérias dura diversos dias até semanas, e a bronqui-
te crônica com duração de anos, não necessariamente causada por uma infecção, e geralmente
faz parte de uma síndrome chamada DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Em pessoas
com bronquite crônica, as vias aéreas estão estreitas, tensas e muitas vezes cheias de muco, re-
sultando na redução da passagem do ar.
A bronquite aguda ou crônica é caracterizada por tosse e expectoração (que expulsa, por
meio da tosse, secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões) e sintomas relaciona-
dos à obstrução das vias aéreas pela inflamação e pelo expectorado, como dificuldade de respi-
ração e chiados. O tratamento pode ser realizado com antibióticos, broncodilatadores, entre ou-
tros.

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CAPÍTULO 10 – SISTEMA DIGESTÓRIO

O trato digestório e os órgãos anexos constituem


o sistema digestório. O trato digestório é um tubo oco
que se estende da cavidade bucal ao ânus, também
chamado de trato gastrintestinal.
O aparelho digestório ou digestivo é composto pe-
lo conjunto de órgãos responsável pela digestão, que
tem como objetivo extrair os nutrientes dos alimentos
ingeridos e eliminar os resíduos.
As estruturas do trato digestório incluem: boca, fa-
ringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, reto e ânus.
Os órgãos digestório acessórios são os dentes, a
língua, as glândulas salivares, o fígado, vesícula biliar e
o pâncreas.

1. Funções
 Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos,
processo mecânico e químico.
 Deglutição: Condução dos alimentos através da fa-
ringe para o esôfago.
 Ingestão: Introdução do alimento no estômago.
 Digestão: Desdobramento do alimento em molécu-
las mais simples.
 Absorção: Processo realizado pelos intestinos.
 Defecação: Eliminação de substâncias não digeri-
das do trato gastrointestinal.

2. Trato Gastrointestinal Superior

2.1 Boca
Boca ou cavidade oral, local onde o alimento
é ingerido e preparado para a digestão no estôma-
go e intestino delgado. É constituída pela cavidade
oral, dentes e língua. Na boca ocorrem os proces-
sos de salivação e mastigação. A boca é recoberta
pela mucosa oral, a língua possui papilas gustativas
e terminações nervosas responsável pelo paladar e
os dentes mastigam os alimentos. Os alimentos tri-
turados envolvem se na saliva formando o bolo ali-
mentar que passa pela faringe num processo de-
nominado deglutição.
A boca é o local do corpo humano mais rico
em microrganismos (flora bacteriana bucal).

2.2 Glândulas Salivares


As glândulas salivares localizam-se no interior e também em torno da cavidade bucal tendo como
objetivo principal a produção e secreção da saliva que inicia o processo de digestão e auxilia na higiene
oral e defesa do organismo (enzimas bactericidas e anticorpos).
A secreção de saliva é estimulada pela presença se alimento na boca e estímulos olfativos e vi-
suais

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.
 Glândula parótida: é a maior glândula salivar. Loca-
liza-se anteriormente à orelha e atrás da mandíbula.
 Glândula submandibular: localizada no assoalho da
boca, apresentando um ducto excretor que se abra
na boca, abaixo da língua.
 Glândula sublingual: é a menor das glândulas sali-
vares maiores, entre a porção lateral da língua e os
dentes.
 Glândula salivar menor: Numerosas glândulas sali-
vares menores (estima-se entre 600 a 1000) existem
como pequenas massas discretas que ocupam a
submucosa na maior parte da cavidade oral.

2.3 Faringe
Porção que conecta A faringe é porção
da anatomia que conecta o nariz e a boca, à laringe e ao esôfago. É um canal comum ao aparelho diges-
tivo e ao aparelho respiratório. Na faringe ocorre a deglutição, quando a epiglote fecha a laringe e o bolo
alimentar passa da boca para o esôfago. Possui uma forma de funil, e se estreita à medida que chega ao
esôfago.

2.4 Esôfago
Canal de passagem do bolo alimentar, empurrado por movimentos peristálticos (contrações mus-
culares) ate atingir o esôfago. É dividido em três partes: proximal, medial e distal conforme a proximidade
do estômago.
Movimentos peristálticos: movimento que empurram o bolo alimentar, quimo e quilo através do
aparelho digestório. É impulsionado pela musculatura lisa e pelo sistema nervoso autônomo.

2.5 Estômago
O estômago é um órgão situado logo abaixo
do diafragma, entre o esôfago e o duodeno. Nele, os
alimentos são pré-digeridos e esterilizados, a fim de se-
guirem para o intestino, onde são absorvidos.
É no interior do estômago se encontram
as glândulas gástricas que produzem o suco gástrico
tornando o bolo alimentar mais liquido, transformando o
mesmo em quimo. Inicia-se aí a digestão das proteínas,
pois esse suco contém muitas enzimas, dentre essas
está a pepsina, que é responsável pela digestão das
proteínas.
Para impedir o refluxo do alimento para o esôfa-
go, existe uma valva a cárdia (entrada), situada logo
acima da curvatura menor do estômago.
Para impedir que o bolo alimentar passe ao intes-
tino delgado prematuramente, o estômago é dotado de
uma poderosa válvula muscular, um esfíncter chamado
piloro (saída).

Funções Digestivas
 Digestão do alimento
 Secreção do suco gástrico, que inclui enzimas digestórias e ácido hidroclorídrico como substâncias
mais importantes.
 Secreção de hormônio gástrico.
 Regulação a digestão parcial do alimento que é entregue ao intestino delgado.
 Absorção de pequenas quantidades de água e substâncias dissolvidas.
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3. Trato Gastrointestinal Inferior

3.1 Intestino Delgado


A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado. É subdividido em 3 partes: Duodeno, je-
juno e íleo. O duodeno está separado do estômago pelo piloro, enquanto a válvula ileocecal sapara o
íleo do intestino grosso. A mucosa intestinal apresenta vilosidades intestinais, que irão aumentar a área
de absorção do intestino.
Apos serem absorvidos pelas vilosidades in-
testinais os nutrientes chegam à corrente sanguínea
e são distribuídos para as células do corpo.
 Duodeno: recebe a bile produzida no fígado e
armazena na vesícula biliar (quebra as gordu-
ras). Recebe o suco pancreático que contem
enzimas digestivas. Recebe o suco intestinal
produzidas nas paredes do intestino. Formação
do quilo (quimo + enzimas).
 Jejuno: inicio da absorção dos nutrientes. Ter-
mina na válvula íleo cecal.
 Íleo: absorção de nutrientes presentes.

3.2 Intestino Grosso


No intestino grosso ocorre a absorção de água dos alimentos e das secreções digestivas. É divi-
dido em apêndice, ceco, cólon e reto. Apresenta muco e auxilia a evacuação do bolo fecal (eliminação
das fezes).
 Apêndice: pequena extensão localizada no ceco.
Função desconhecida, mas estudos apontam re-
servatório de bactérias.
 Ceco: presença da válvula ileocecal. Inicio da
absorção de água.
 Colón: reabsorve água é dividido em ascenden-
te, transversal descendente e sigmoide porção
que transforma o bolo fecal em fezes.
 Reto: porção final do intestino local que armaze-
na as fezes ate a eliminação.
 Ânus: área muscular que controla a evacuação.

4 Glândulas acessórias
Auxiliam no processo de digestão.
 Pâncreas: localizado no abdômen produz o suco pancreático, reduz a acidez do quimo e contem
enzimas digestivas como a insulina.
 Vesícula biliar: conectada ao fígado e ao duodeno armazena a bile.
 Fígado: é a maior glândula do corpo humano. Apresenta um alto poder regenerativo, porem le-
sões no fígado são perigosas devido ao grande numero de vasos sanguíneos e ao seu enorme
grupo de funções. Suas principais funções são principais são: produção da Bile; armazena e libe-
ra glicose; produz proteínas do plasma (plaquetas); produz colesterol; conversão de amônia em
ureia; desintoxicação; armazenamento de ferro e vitaminas etc.

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CAPÍTULO 11 – SISTEMA EXÓCRINO

O sistema exócrino ou urinário é responsável por elaborar, armazená-la e eliminar a urina. Na urina
encontramos restos metabólicos, sustâncias tóxicas e em excesso como ácido úrico, ureia, sódio, potás-
sio, bicarbonato, etc. Junto com as excretas também é eliminado água. Os resíduos celulares (excretas)
podem ser eliminas de três formas:
 Sistema urinário através da urina
 Pele através do suor
 Sistema respiratório (gás carbônico)

Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem a urina, os ureteres (2) ou ductos,
que transportam a urina para a bexiga (1), onde fica retida por algum tempo, e a uretra (1), através da
qual é expelida do corpo.

1 Rins
Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, de coloração vermelha e localizada logo
acima da cintura. Acima de cada rim está uma glândula suprarrenal. Os rins filtram o sangue e elimena
excretas junto com água (urina).

Funções
 Eliminar substancia tóxicas produzidas pelas células como a ureia ou ingeridas como antibióticos.
 Manter o equilíbrio dos eletrólitos: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, bicarbonatos, hidro-
gênio, cloro etc.
 Equilíbrio osmótico.
 Produzir alguns hormônios (renina elevação da pressão arterial).
 Modificar a vitamina D para que o fígado possa transformá-la em hormônio (controle do cálcio).
 Reabsorção de água.
 Em caso de infecções alguns microrganismos são eliminados pela urina.
 Regulação do volume sanguíneo;
 Regulação do nível de glicose no sangue;

2 Ureter
São dois tubos que ligam os rins a bexiga, com
função de transportar a urina por meios de contrações in-
voluntárias para a bexiga.

3 Bexiga urinária
É um órgão oco, com capacidade elástica de dila-
tação, responsável pelo armazenamento da urina. A von-
tade de urinar é controlada pelo sistema nervoso autôno-
mo, que controla a ação da musculatura. A bexiga de um
adulto tem a capacidade de armazenar cerca de 800 ml
de urina.

4 Uretra
Ë o canal que conduz a urina até a cavidade cor-
poral que elimina a urina (pênis ou vulva). Na extremida-
de da uretra encontra-se um esfíncter que permite o con-
trole consciente da liberação da urina.

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CAPÍTULO 12 – SISTEMA REPRODUTOR

O sistema reprodutor ou sistema genital é um sistema de órgãos dentro de um organismo que tra-
balha em conjunto com a função de reprodução. Nos seres humanos o aparelho reprodutor é induzido
através de estímulos físicos e nervosos (visual tato e etc.).

I Sistema Reprodutor Masculino


A principal função do sistema reprodutivo masculino é proporcionar que o gameta ou espermato-
zoide masculino fecunde o óvulo.
O aparelho reprodutor masculino é formado por:
 Testículos
 Epidídimo
 Canal deferente
 Escroto
 Pênis
 Uretra
 Glândulas acessórias:
 Próstata
 Vesícula seminal
 Glândula bulbouretral

1 Genitália Interna
- Testículos: é um órgão par situado numa bolsa músculo-cutânea, denominada escroto. O testículo é a
gônada sexual masculina e produz os espermatozoides (gametas masculinos). Tem função de glândula
produzindo hormônios masculinos como a testosterona.
- Epidídimo: é um pequeno ducto que coleta e armazena os espermatozoides produzidos pelo testículo.
Localiza-se atrás do testículo, no saco escrotal.
- Canal Deferente: canal que conduz os espermatozoides até a próstata.
- Próstata: a próstata humana é produzir e armazenar um fluido incolor e ligeiramente alcalino, o liquido
prostático que neutraliza o pH da vagina e ativa os espermatozoides.
- Vesícula Seminal: são duas glândulas que produzem um líquido viscoso, o líquido seminal, que vai se
misturar à secreção prostática e aos espermatozoides vindos do duto ejaculador, para formar o sêmen. É
o local onde se produz a maior quantidade (80%) do líquido seminal. Esse líquido nutre os espermato-
zoides e facilita sua mobilidade.
- Glândula Bulbo Uretral: conhecida como Glândula de Cowper, responsável pela secreção do fluido
pré-ejaculatório que limpa a uretra antes da passagem do sêmen e lubrifica o pênis durante o ato sexual.

2 Genitália externa
- Pênis: órgão com função de depositar o gameta
masculino no interior do aparelho reprodutor femini-
no. É formado por:
 Corpo cavernoso: enche de sangue durante a
ereção.
 Corpo esponjoso: envolve e protege a uretra.
 Glande: extremidade do pênis, local da abertura
da uretra.
 Prepúcio: pele que envolve o pênis.

- Uretra: canal comum ao aparelho urinário por onde o sêmen é liberado. Durante o ato sexual a muscu-
latura da bexiga contrai para que não haja contato da urina com sêmen.

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- Bolsa Escrotal: local de alojamento dos testículos. Possui a temperatura ideal para o desenvolvimento
dos espermatozoides, 1oC menor que a temperatura do corpo. Um espermatozoide leva cerca de 70 dias
para seu desenvolvimento e quando não ejaculados são reabsorvidos pelo organismo.

II Sistema Reprodutor Feminino

Sistema de órgãos femininos envolvidos na repro-


dução. É também o local onde acontece a fecundação
(união dos gametas masculinos e femininos).
É formado por:
 Mamas
 Ovários
 Tropas
 Útero
 Vagina
 Vulva

1 Genitália Interna
- Ovários: órgãos do aparelho reprodutor feminino que contém os gametas femininos que foram produ-
zidos durante o desenvolvimento embrionário (ovócitos primários) sistema de órgãos da mulher envolvi-
dos na reprodução.
A cada mês durante ovulação que acontece por ação dos hormônios femininos se completa a
maturação do ovócito secundário. Os hormônios femininos estrogênio e progesterona (também produzi-
dos no ovário) preparam o útero para uma eventual gravidez.
- Tubas Uterinas: também denominadas como trompas de falópio são dois canais extremamente finos
que ligam os ovários ao útero das fêmeas. As paredes das tubas uterinas são dotadas de células ricas
em cílios, que impulsionam a célula já formada vinda do ovário em direção ao útero. Também é o local
da fecundação.
- Útero: órgão oco de parede muscular espessa a principal função do útero é receber embriões que se
implantam no endométrio (porção interna) que ocorre cerca de sete dias após a fecundação. Se o ovóci-
to secundário não for fecundado a camada formada no endométrio para a implantação do embrião de
desfaz em um processo denominado menstruarão.
- Vagina: canal do órgão sexual feminino dos mamíferos, parte do aparelho reprodutor, que se estende
do colo do útero à vulva. É o local onde os espermatozoides são depositados pelo pênis, passagem dos
bebês no parto normal e eliminação do fluxo menstrual.

2 Genitália externa
- Mamas: as mamas (conhecidas popularmente também como
seios ou peitos) são a parte do corpo feminino de um mamífe-
ro que é responsável pela produção de leite para os bebês em
seus primeiros meses de vida.
São formadas por tecido conjuntivo, adiposo e glându-
las mamárias, responsável pela lactação.

- Vulva: parte externa do órgão genital feminino.


Externamente pode ser revestida por pêlos púbicos. É
constituída pelos grandes lábios (labia majora), revestidos
internamente por tecido muscular. Em seguida há um par de
pregas mais finas, os pequenos lábios (labia minora), que
podem ou não estar inclusos nos grandes lábios. No interior
dos lábios encontram-se o clítoris, o orifício urinário (abertura
da uretra) e o orifício genital (abertura da vagina).

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CAPÍTULO 13 – SISTEMA ENDÓCRINO

Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade carac-
terística a produção de secreções denominadas hormônios.
Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos re-
guladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao sistema endócrino informações sobre
o meio externo, enquanto que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta infor-
mação. Dessa forma, o sistema endócrino em conjunto com o sistema nervoso atua na coordenação e
regulação das funções corporais.
Alguns dos principais órgãos que constituem o sistema endócrino são: a hipófise, o hipotálamo, a
tireoide, as suprarrenais, o pâncreas, as gônadas (os ovários e os testículos) e o tecido adiposo.
O sistema endócrino produz seus efeitos por meio da secreção de hormônios. Os hormônios são
mensageiros químicos que influenciam ou controlam as atividades de outros tecidos ou órgãos. A maio-
ria dos hormônios é transportada pelo sangue a outras partes do corpo, exercendo efeitos em tecidos
mais distantes.

1. Glândulas Endócrinas e Glândulas Exócrinas


 Glândulas endócrinas: Há no organismo algumas glândulas das qual a função é essencial para a
vida às substâncias por elas elaboradas passam diretamente para o sangue. São conhecidas pelo 
nome de "glândulas endócrinas" ou de secreção interna, porque as hipófise, ovário, testículo.
 Glândulas exócrinas: secretam substâncias para fora do corpo ou para dentro de uma cavidade
corporal. Ex: glândula mamária, glândulas salivares, sudoríparas.
 Mistas: secretam tanto para dentro quanto para fora do corpo. Ex: pâncreas, testículos e ovários.
2. Classificação dos homônimos
Os hormônios agem especificamente sobre a atividade de determinadas células, órgãos ou sis-
temas e desempenham a função de controlar processos do organismo como o crescimento, o metabo-
lismo, a reprodução, circulação sanguínea, respiração e manutenção térmica do corpo. Atuam em pe-
quenas concentrações, oferecem resposta a estímulos e podem ter ação inibidora ou excitadora. Geral-
mente apresentam vida média curta. Quanto à natureza química, são classificados em três grupos:
 Proteínas: hormônios produzidos pela hipófise (hormônios de crescimento, TSH, FSH, prolactina,
LH), paratireoides (PTH) e pâncreas (insulina e glucagon).
 Derivados fenólicos: hormônios produzidos pela medula, pela suprarrenal (adrenalina, cortisol) e
pela tireoide (T3, T4).
 Esteroides: hormônios do córtex, da suprarrenal e das gônadas.

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3. As funções desempenhadas pelos hormônios podem ser agrupadas em:


 Metabólicas: controlam a velocidade das reações químicas celulares.
 Morfogenéticas: regulam o crescimento e o desenvolvimento de certos órgãos e de indivíduos
como um todo.
 Sexuais e reprodutivas: controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais no âmbito morfo-
lógico, fisiológico e psicológico.
 Nervosas e mentais: influem sobre a formação do caráter e da personalidade.

4. Glândulas Endócrinas e Hormônios

Glândula Tecidos/Órgãos Al-


Hormônio Ação Principal do Hormônio
Endócrina vo
Liberadores e inibi- Liberadores: estimulam a secreção hormonal
Hipotálamo Adenohipófise
dores Inibidores: inibem a secreção hormonal.
Crescimento (GH)
Prolactina (PRL) Ossos e tecidos mo- Promove crescimento de todos os tecidos,
Tireoestimulante les Estimula a produção de leite, T3 e T4,
(TSH e Tireotropi- Glândulas mamárias Estimula a secreção de hormônios do córtex da
Adenohipó- na) Glândula tireóide suprarrenal, principalmente o cortisol,
fise Adrenocorticotrópi- Córtex da suprarre- Estimula o desenvolvimento dos óvu-
co (ACTH) nal los/espermatozoides e estrógeno nas mulheres,
- Folículo- Ovários e testículos Provoca a ovulação; estimula secreção de proges-
estimulante (FSH) Ovários e testículos terona na mulher e testosterona nos homens.
- Luteinizante (LH)
Estimula reabsorção da água pelos rins e a cons-
Rins e vasos sanguí-
Neurohipófi- Antidiurético (ADH) trição dos vasos sanguíneos,
neos
se Ocitocina Contração da musculatura uterina no parto e libe-
Útero e mamas
ração do leite das glândulas mamárias.
Estimulam o padrão metabólico e regulam o cres-
Glândula Ti- T3 e T4 Todos os tecidos cimento e o desenvolvimento,
reóide Calcitocina Ossos e rins Favorece a formação de osso e diminui os níveis
de cálcio.
Determina a reabsorção óssea, aumenta os níveis
Glândulas
Ossos, rins e intesti- de cálcio, estimula a absorção de cálcio pelos rins
Paratireoi- Paratireóideo (PTH)
nos. e intestinos e estimula a excreção de fosfato pelos
des
rins.
Glândula Epinefrina (em pe- Diversos tecidos, es-
Estimula na elevação dos níveis de glicose e par-
Suprarrenal quena quantidade a pecialmente coração
ticipa da resposta ao estresse.
Medula norefinefrina) e vasos sanguíneos.
Regulação do metabolismo de proteínas, carboi-
Glicocorticoides Todos os tecidos dratos e gorduras, elevam os níveis de glicose no
Glândula (cortisol) Rins sangue e participam na resposta ao estresse, Es-
Suprarrenal Mineralocorticoides Órgãos sexuais, os- timulam os rins a reabsorver sódio e excretar po-
Córtex (aldolterona) sos, músculos e pe- tássio e auxiliam a regular o equilíbrio hídrico e
Hormônios sexuais le. eletrolítico, Estimula o desenvolvimento das carac-
terísticas sexuais secundárias.
Pâncreas Fígado, músculos e
Glucagon Eleva níveis de glicose no sangue.
tecido adiposo.
Pâncreas Fígado, músculos e Regula o metabolismo de carboidratos, gorduras,
Insulina
tecido adiposo. proteínas. Diminui os níveis de glicose no sangue.
Gônadas Estrógenos e pro- Órgãos sexuais, pe- Estimulam o desenvolvimento dos óvulos e das
(Ovários) gesterona le, ossos e músculos. características sexuais femininas.
Gônadas Andrógenos (tes- Órgãos sexuais, pele Estimulam o desenvolvimento dos espermatozoi-
(Testículos) tosterona) e músculos. des e das características sexuais masculinas.
Timo Timosina Linfócitos T Estimula a maturação dos linfócitos T.
G.Pineal Melatonina Diversos tecidos Auxilia a ajustar o biorritmo e controla o sono.

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CAPÍTULO 14 – SISTEMA NERVOSO

O sistema sensorial ou nervoso, monitora e coordena todos os outros sistemas. Os neurônios e os


nervos são integrantes do sistema nervoso, e desempenham papéis importantes na coordenação moto-
ra. Todas as partes do sistema sensorial de um animal são feitas de tecido nervoso e seus estímulos são
dependentes do meio (adapta o organismo ao ambiente). O tecido nervoso é formado pelos neurônios e
células da neuroglia ou glia.
O sistema nervoso é dividido em Sistema Ner-
voso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico
(SNP).

- Neurônios: célula altamente especializada em


transmitir as mensagens (estímulos) recebidas do am-
biente. Por exemplo, uma imagem de televisão ou da
página de um livro, o sabor de um alimento ou som
emitido por um avião que decola. Essas mensagens
são captadas pela rede de neurônios, distribuídas pelo
corpo e vão formar os impulsos nervosos.

- Estruturas do neurônio: um neurônio é formado, geralmente, por corpo celular, dendritos e um axô-
nio. O impulso nervoso percorre o neurônio sempre no mesmo sentido: dendritos, corpo celular e axônio.
 Corpo celular - Contem a maior parte do citoplasma e o núcleo da célula.
 Dendritos - são prolongamentos numerosos e curtos do corpo celular, receptores de mensagens.
 Axônio - é um prolongamento que transmite o impulso nervoso vindo do corpo celular. Propagam
mensagens.

- Tipos de neurônios: dependendo da forma como atuam no organismo, os neurônios podem ser clas-
sificados em sensoriais, motores e associativos.
 Sensoriais - levam as informações dos órgãos dos sentidos (olhos, orelhas, receptores do paladar,
tato e olfato) até o sistema nervoso central.
 Motores - levam as mensagens de ação (sentar, correr, pular, andar, escrever etc.) do sistema ner-
voso central até as glândulas e músculos.
 Associativos - Ligam os neurônios sensoriais aos neurônios motores.

- Sinapses: passagem do impulso nervoso de um neurônio para o outro. Ocorre entre o axônio de um
neurônio e dendritos de outro onde o impulso nervoso é transmitido. As sinapses podem ser:
 Química: Existe uma fenda sináptica (pequeno espaço que separa a célula que transmite a informa-
ção - célula pré-sináptica - da célula que recebe a informação - célula pós-sináptica). Quando o im-
pulso nervoso atinge as extremidades do axônio, libertam-se para a fenda sináptica os neurotrans-
missores, que se ligam os receptores da membrana da célula seguinte, desencadeando o impulso
nervoso, que, assim, continua a sua propagação.
 Elétrica: Permitem que o impulso nervoso se propague muito rapidamente de um neurônio para o
outro. Não há intervenção de neurotransmissores, porque nestas existem pontos de contato entre as
membranas das duas células (pré-sináptica e pós-sináptica), permitindo que a despolarização se
propague de forma contínua.
- Neurotransmissores: são substâncias químicas produzidas pelos neurônios. Por meio delas, podem
enviar informações a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar
a reação final no órgão ou músculo alvo.
- Neuroglias ou Glia: são células do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos
neurônios. Formado por quatro tipos celulares:
- Astrócitos: estão associados à sustentação e à nutrição dos neurônios. Preenchem os espaços entre
os neurônios, regulam a concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções
neuronais e regulam os neurotransmissores. Podem ativar a maturação e a proliferação de células-

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tronco nervosas adultas e ainda, que fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos podem ser críti-
cos na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou enfermidades.
- Oligodendrócitos: encontrados apenas no sistema nervoso central (SNC). Ajuda na manutenção dos
neurônios, responsável pela formação da bainha de mielina.
- Micróglia: É constituída por células fagocitárias que participam da defesa do sistema nervoso.
- Células ependimárias: revestem a cavidade do encéfalo e da medula e auxilia no movimento do líqui-
do cefalorraquidiano.

2 Sistema Nervoso Central (SNC)


Formado pelo encéfalo e pela medula espinhal.

- Encéfalo: local para onde vão os impulsos nervosos. Separado em dois hemisférios (direito e esquer-
do) cortados pela fissura sagital.
Formado pelo cérebro, encéfalo e tronco encefálico. A cavidade interna do encéfalo é irrigada pelo
liquido cefalorraquidiano que flui para a medula espinhal.

- Cérebro: parte mais interna de encéfalo, constituído pela massa


branca e pela massa cinzenta.
 Córtex cerebral: camada mais externa do cérebro, rica em
neurônios, área responsável pela memória, atenção, lingua-
gem, consciência, percepção e pensamento.
 Corpo caloso: formado de massa branca, conduz as infor-
mações entre os hemisférios direito e esquerdo.
 Tálamo (diencéfalo): Massas cinzentas que reorganiza as
sinapses do córtex cerebral enviando os estímulos para os
órgãos efetores.
 Hipotálamo: controla a temperatura corporal, a fome, a pro-
dução de urina, a sede, a liberação dos hormônios, emoção,
humor, lactação e atividade sexual.

- Cerebelo: responsável pela manutenção do equilíbrio, postura


corporal, tônus muscular, movimentos voluntários e aprendizagem
motora.
- Tronco encefálico
 Bulbo: região que liga o encéfalo a medula, responsável pela
frequência cardíaca, respiração, pressão arterial e reflexos co-
mo mastigação a fala e fechar os olhos.
 Ponte: continuação do bulbo.
 Mesencéfalo: processamento das informações visuais e audi-
tivas.

- Medula Espinhal
Prolongamento do SNC localizada no interior da colu-
na vertebral. O cordão medular é formado por um núcleo
central de substancia cinzenta em forma de X envolto por
uma massa cilíndrica de substancia branca. A substancia
cinzenta é protegida pelas meninges.
Ao longo da medula originam-se os nervos cranianos
e raquidianos que irão constituir o Sistema Nervoso Perifé-
rico.

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- Meninges
Membrana que recobre o encéfalo e a medula, entre
elas circula o líquido cefalorraquidiano (LCR), que protege o
SNC.
 Dura-máter: meninge mais externa, espessa e fibrosa,
tem função de proteger o SNC de choques mecânicos.
 Aracnoide: meninge intermediaria responsável pela
produção do LCR.
 Pia-máter: meninge mais interna, vascularizada, fina
adere às voltas do SNC. Responsável pela barreira
hematoencefálica (membrana que protege o SNC).

3 Sistema Nervoso Periférico (SNP)


O sistema nervoso periférico, chamado simplesmente de SNP, é a parte do sistema nervoso que
se encontra fora do sistema nervoso central (SNC). Os nervos se dividem em três tipos:
 Nervos Sensitivos: são os nervos que tem o papel de transmitir os impulsos nervosos do órgão re-
ceptor até ao SNC;
 Nervos Motores: conduzem o impulso codificado no encéfalo (SNC), até ao órgão efetor;
 Nervos Mistos: tem o mesmo papel que os nervos sensitivos e motores ao mesmo tempo.
Os órgãos receptores são os órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e corpúsculos tá-
teis) com conexões nervosas adaptada à transdução dos diferentes tipos de estímulos captados no
mundo exterior (ver relação de receptores abaixo discriminados). Já os órgãos efetores são basicamente
as glândulas e os músculos lisos e estriados.
Diferentemente do sistema nervoso central, o sistema nervoso periférico não se encontra protegido
pela barreira hematoencefálica.
É graças a este sistema que o cérebro e a medula espinhal recebem e enviam as informações
permitindo-nos reagir às diferentes situações que têm origem no meio externo ou interno.

- Nervos Cranianos: fazem conexão com o encéfalo. Na espécie humana, os nervos cranianos agru-
pam-se em doze pares. Os pares de nervos cranianos I e II (nervo olfatório/olfativo e nervo óptico, res-
pectivamente), embora classificados como nervos cranianos, não são tecnicamente considerados ner-
vos, mas sim prolongamentos do sistema nervoso central.

- Nervos Raquidianos: o nervo espinhal é a porção que passa para fora


das vértebras através do forame intervertebral.
São os nervos que ligam a medula espinhal aos músculos esqueléti-
cos do corpo humano. Juntamente com os nervos cranianos, formam o sis-
tema nervoso periférico responsável pelas funções de relação do organismo,
como a locomoção, a fala e os sentidos.
Os 31 pares de nervos raquidianos estão distribuídos em:
 Oito pares de nervos cervicais;
 Doze pares de nervos dorsais ou torácicos;
 Cinco pares de nervos lombares;
 Seis pares de nervos sacrais ou sagrados.

O sistema Nervoso Periférico é subdividido em Somático e autônomo.


- Sistema Nervoso Somático: responsável pela coordenação dos movimentos do corpo e os controles
consciente.
- Sistema nervoso Autônomo: é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao controle da vida
vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e
digestão.
É também o principal responsável pelo controle automático do corpo frente às modificações do
ambiente. Por exemplo, quando o indivíduo entra em uma sala com um ar-condicionado que lhe dá frio,
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o sistema nervoso autônomo começa a agir, tentando impedir uma queda de temperatura corporal. Des-
sa maneira, seus pelos se arrepiam (devido à contração do músculo pilo - eretor) e ele começa a tremer
para gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas extremidades para impedir a dissipação do
calor para o meio. Dessa maneira, pode-se perceber que o organismo possui um mecanismo que permi-
te ajustes corporais, mantendo assim o equilíbrio do corpo: a homeostasia.
 Sistema Nervoso Simpático: estimula ações que permitem ao organismo responder a situações de
estresse, como a reação de lutar, fugir ou uma discussão. Essas ações são: a aceleração dos bati-
mentos cardíacos, aumento da pressão arterial, o aumento da adrenalina, a concentração de açúcar
no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo e processam-se de forma automática, in-
dependentemente da nossa vontade.
 Sistema Nervoso Parassimpático: é o responsável por estimular ações que permitem ao organis-
mo responder a situações de calma, como fazer yoga ou dormir. Essas ações são: a desaceleração
dos batimentos cardíacos, diminuição da pressão arterial, a diminuição da adrenalina e a diminuição
do açúcar no sangue.
 Sistema Nervoso Entérico: rede de neurônios que integram o sistema digestivo (trato gastrointesti-
nal, pâncreas, e vesícula biliar).
 Arco Reflexo: é a resposta involuntária rápida, consciente ou não, que visa uma proteção ou adap-
tação do organismo sendo originado de um estímulo externo antes mesmo do cérebro tomar conhe-
cimento do estímulo periférico.

4 Patologias
 Acidente Vascular Cerebral (AVC): É um distúrbio grave do sistema nervoso. Pode ser causado tanto pela
obstrução de uma artéria, que leva à isquemia de uma área do cérebro, como por uma ruptura arterial seguida
de derrame. Os neurônios alimentados pela artéria atingida ficam sem oxigenação e morrem, estabelecendo-
se uma lesão neurológica irreversível. A percentagem de óbitos entre as pessoas atingidas por AVC é de 20 a
30% e, dos sobreviventes, muitos passam a apresentar problemas motores e de fala. Algum dos fatores que
favorecem o AVC são as hipertensões arteriais, a elevada taxa de colesterol no sangue, a obesidade, o diabe-
tes, o uso de pílulas anticoncepcionais e o hábito de fumar.
 Ataques Epilépticos: não é uma doença, mas sim um sintoma que pode ocorrer em diferentes formas clíni-
cas. As epilepsias aparecem, na maioria dos casos, antes dos 18 anos de idade e podem ter várias causas,
tais como anomalias congênitas, doenças degenerativas do sistema nervoso, infecções, lesões decorrentes de
traumatismo craniano, tumores cerebrais, etc.
 Cefaleias: são dores de cabeça que se podem propagar pela face, atingindo os dentes e o pescoço. A sua
origem está associada a diversos fatores como tensão emocional, distúrbios visuais e hormonais, hipertensão
arterial, infecções, sinusites, etc. A enxaqueca é um tipo de doença que ataca periodicamente a pessoa e se
caracteriza por uma dor latejante, que geralmente afeta metade da cabeça. As enxaquecas são freqüentemen-
te acompanhadas de foto fobia (aversão à luz), distúrbios visuais, náuseas, vômitos, dificuldades em se con-
centrar, etc. As crises de enxaqueca podem ser desencadeadas por diversos fatores, tais como tensão emoci-
onal, tensão pré-menstrual, fadiga, atividade física excessiva, jejum, etc.
 Doenças degenerativas do sistema nervoso: Existem vários fatores que podem causar morte celular e de-
generação. Esses fatores podem ser mutações genéticas, infecções virais, drogas psicotrópicas, intoxicação
por metais, poluição, etc. As doenças nervosas degenerativas mais conhecidas são a esclerose múltipla, a do-
ença de Parkinson, a doença de Huntington e a doença de Alzheimer.
 Esclerose Múltipla (ELA): Manifesta-se por volta dos 25 a 30 anos de idade e é mais freqüente nas mulhe-
res. Os primeiros sintomas são alterações da sensibilidade e fraqueza muscular. Pode ocorrer perda da capa-
cidade de andar, distúrbios emocionais, incontinência urinária, quedas de pressão, sudorese intensa, etc.
Quando o nervo óptico é atingido, pode ocorrer diplopia (visão dupla).
 Doenças infecciosas do sistema nervoso: Vírus, bactérias, protozoários e vermes podem parasitar o siste-
ma nervoso, causando doenças de gravidade que depende do tipo de agente infeccioso, do seu estado físico
e da idade da pessoa afetada.
Existem diversos tipos de vírus podem atingir as meninges (membranas que envolvem o sistema nervoso
central), causando as meningites virais. Se o encéfalo for afetado, fala-se de encefalites. Se a medula espinal
for afetada, fala-se de poliomielite. Infecções bacterianas também podem causar meningites.
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