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Físico-química - Tec.

Farmácia

APOSTILA FISICO-QUÍMICA – TÉCNICO DE FARMÁCIA

1. Definição da Química:
Química a ciência que estuda os elementos químicos, a matéria formada por eles e as trans-
formações sofridas pela matéria, a química está muito ligada ao nosso dia a dia, está presente
nos alimentos, medicamentos, construções, nas plantas, no vestuário, nos combustíveis. Tudo
o que existe no universo é formado por química. No nosso organismo, também ocorrem diver-
sas transformações químicas.

2. Constituição da matéria:
ÁTOMO: É a menor partícula indivisível da matéria. O átomo é uma estrutura (composta por
próton, nêutron, elétron, núcleo, níveis, subníveis e orbitais) que forma a matéria. Ex.: Carbono
(C), Hidrogênio (H), Oxigênio (O), Sódio (Na).
MOLÉCULA: É formada pela união de dois ou mais átomos, são mais estáveis do que os
átomos. Ex.: Água (H2O), Gás carbônico – dióxido de carbono (CO2), Sal de cozinha – cloreto
de sódio (NaCl), Hidrogênio (H2).
SUBSTÂNCIA: É a representação química de uma determinada matéria – Podem ser classifi-
cadas como substâncias simples e compostas. Ex.: Água (H2O), Gás carbônico – dióxido de
carbono (CO2), Sal de cozinha – cloreto de sódio (NaCl), Hidrogênio (H2).
MATÉRIA: É tudo que tem massa, ocupa lugar no espaço e pode, portanto, de alguma forma,
ser medido. Ex.: Madeira, Alumínio, Ferro, Ar, Água
CORPO: É uma porção limitada da matéria. Ex.: 1 Kg de madeira, 300 g de ferro, 1L de água
OBJETO: É um corpo fabricado para um determinado fim, com uma determinada função.
Ex.: Copo de vidro, Portão de ferro, Mesa, Cadeiras.

3. Átomos e modelos atômicos


Hoje é consensual que a ideia de átomo surgiu na civilização grega. Demócrito, filósofo
grego cujas obras demonstram interesse em história, linguística meteorologia, astronomia,
entre outros assuntos, sugeriu que o universo tem uma constituição elementar única que é o
átomo. A própria palavra ÁTOMO vem do grego:

Á = PARTÍCULA DE NEGAÇÃO TOMO = CORTAR

Os conceitos de átomo e molécula, porém, só começaram a ser aceitos no final do século


XVlll e início do século XlX, em função dos trabalhos de cientistas como o francês Antoine
Lavoisier (1743-1794), o inglês John Dalton (1766-1844) e o russo Dmitri Mendeleyev
(1834-1907).
Em 1860, porém, a questão ainda era polêmica, como revelam os registros do Congresso
de Química realizado em Karlsruhe na Alemanha, provavelmente a primeira conferência
científica internacional da história. O átomo era representado por uma esferinha tão pequena
que não podia ser dividida. Daí o termo átomo = indivisível.
A descoberta do elétron (1897) e a ideia de que o átomo podia ser dividido, a partir
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dos estudos do físico inglês Joseph Thomson (1856-1940), aliadas à observação dos
fenômenos radioativos, consolidaram os conceitos de átomo e molécula.

• Hoje se aceita a ideia de que um átomo é dividido em:


» Núcleo. » Eletrosfera.
• O núcleo atômico é constituído de prótons e nêutrons e a eletrosfera é a região onde
giram os elétrons.

4. Conceitos fundamentais sobre átomos


• Prótons (P): O próton ou protão é uma partícula subatômica, de símbolo P ou P⁺, com uma
carga elétrica positiva de +1 e massa 1.
• Nêutrons (N): Um nêutron ou neutrão é um bárion eletricamente neutro. Forma o núcleo
atômico juntamente com o próton e, assim como o próton, possui massa igual a 1.
• Elétrons (E): O elétron ou eletrão é uma partícula subatômica, de símbolo e− ou β− , com
carga elétrica negativa. Os elétrons possuem carga negativa e seu valor de massa é quase 2
mil vezes menor que a massa dos prótons e nêutrons 1/1840.
• Número atômico (Z): O número atômico é o que determina as diferenças entre os tipos
de elementos e é representado pela letra Z, que corresponde ao número total de prótons do
átomo. Isso determina o elemento atômico.
• Massa atômica (A): Massa é a formação do núcleo de um átomo. É formada por prótons
(carga positiva) e nêutrons (carga neutra) e representada pela letra A.

5. Elementos e símbolos químicos:


Os elementos químicos correspondem ao agrupamento de átomos que apresentam a mesma
quantidade de prótons, ou seja, mesmo número atômico (Z). Atualmente, existem 118 elemen-
tos químicos, sendo que 92 são naturais (encontrados na natureza) e 26 são artificiais e produ-
zidos de maneira artificial. Todos os elementos químicos conhecidos estão presentes na tabela
periódica. Eles são representados por uma sigla, onde a primeira letra é maiúscula. Se essa sigla
tiver duas letras, a segunda será minúscula, por exemplo:
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Elemento Ferro – sigla Fe

Além disso, na tabela periódica são indica-


das algumas informações importantes sobre o ele-
mento. As principais são: nome, símbolo, número
atômico, massa atômica e distribuição eletrônica.

6. Mudanças de estado físico da matéria:

Toda matéria pode ser encontrada em três estados: sólido, líquido e gasoso. O que determina o
estado em que encontraremos a matéria é a temperatura e pressão do meio.
• Quando uma substância muda de estado fí-
sico, ela não muda sua composição.
• Durante as passagens de estado não há va-
riação de temperatura.
• O grau de agitação das moléculas deter-
mina o estado físico da matéria.
• As mudanças de estado físico representam
os cinco processos de mudança de um estado
para outro.

PONTO DE FUSÃO (PF): Temperatura


que a substância precisa para passar de só-
lido para líquido
PONTO DE EBULIÇÃO (PE): Tempera-
tura que a substância precisa para passar de
líquido para gasoso

7. Gráfico de passagem de estado físico de substâncias puras:


O diagrama de mudança de estado físico de substâncias puras sempre apresenta dois pata-
mares, que são os pontos de fusão e ebulição em que as temperaturas permanecem fixas.
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8. Classificação de substâncias:
Substância é a representação de uma determinada matéria. Substância pura é uma matéria
isenta de outras matérias. Ex.: água destilada
• As substâncias podem ser classificadas em Substâncias Simples e Compostas:
* Substâncias simples: São formadas por átomos do mesmo elemento
* Substâncias compostas: formadas por átomos de 2 ou mais átomos de elementos di-
ferentes
Substâncias Simples Substâncias Compostas
Nitrogênio (N2) Água (H2O)
Fósforo (P4) Amônia (NH3)
Ozônio (O3) Ácido Clorídrico (HCl)
Enxofre (S8) Ácido Sulfúrico (H2SO4)

9. Classificação das misturas:


Mistura é uma porção da matéria que possui 2 ou mais substâncias. Ex.: álcool 70% (água +
álcool), Soro fisiológico (H2O + NaCl)
• As misturas podem ser classificadas em Misturas Homogêneas e Heterogêneas:
* Misturas Homogêneas: São aquelas aonde todos os componentes se misturam por com-
pleto. Ex.: soro fisiológico.
* Misturas Heterogêneas: São aquelas aonde pelo menos dois componentes não se mistu-
ram por completo. Ex.: água e óleo.

10. Métodos de separação de misturas:


O processo de separação de misturas é muito relevante, pois a maioria dos materiais encon-
trados na natureza não são substâncias puras, ou seja, não é constituída de um único tipo de
partículas ou moléculas; mas, na verdade, trata-se de misturas compostas de duas ou mais subs-
tâncias diferentes.
Os componentes das misturas podem ser separados. Há algumas técnicas para realizar a
separação de misturas. O tipo de separação depende do tipo de mistura.
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• Separação Sólido – Sólido:


a) CATAÇÃO: Método manual de separação, consiste basicamente em recolher com as mãos
ou uma pinça um dos componentes da mistura. Ex.: Catar feijão.
b) VENTILAÇÃO: Usado para separar dois componentes sólidos com densidades diferentes.
É aplicado um jato de ar sobre a mistura. Ex.: separar o amendoim torrado da sua casca já
solta.
c) LEVIGAÇÃO: Separa substâncias mais densas das menos densas usando água corrente.
Ex.: processo usado por garimpeiros para separar ouro (mais denso) da areia (menos
densa).
d) PENEIRAÇÃO OU TAMISAÇÃO: É usada para separar sólidos de diferentes tama-
nhos, geralmente passando por uma peneira, sendo que os sólidos menores passam por sua
malha, sendo separados dos maiores. Ex.: Em construções para separar a areia do cascalho.
e) SEPARAÇÃO MAGNÉTICA: Usado quando um dos componentes da mistura é um ma-
terial magnético. Com um ímã ou eletroímã, o material é retirado. Ex.: limalha de ferro +
enxofre; areia + ferro
f) DISSOLUÇÃO OU FLOCULAÇÃO: Consiste em dissolver a mistura em solvente com
densidade intermediária entre as densidades dos componentes das misturas. Ex.: serragem
+ areia. Adiciona-se água na mistura. A areia fica no fundo e a serragem flutua na água
g) DISSOLUÇÃO FRACIONADA: Consiste em separar dois componentes sólidos utili-
zando um líquido que dissolva apenas um deles. Ex.: sal + areia. Dissolve-se o sal em água.
A areia não se dissolve na água. Pode-se filtrar a mistura separando a areia, que fica retida
no filtro da água salgada. Pode-se evaporar a água, separando a água do sal.

• Separação Sólido – Líquido (Misturas Heterogêneas):


a) DECANTAÇÃO: é o processo no qual a fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-se no
fundo do recipiente, de modo que é possível entornar-se a mistura para outro frasco, sepa-
rando-se o líquido sobrenadante. Ex.: Separar água de cascalho.
b) SIFONAÇÃO: Consiste em usar um sifão para auxiliar a separação do sedimentado no
fundo do recipiente, transferindo-se a fase líquida superior para outro frasco. Ex.: Separar
água de cascalho com a ajuda de um sifão.
c) CENTRIFUGAÇÃO: É o processo pelo qual pode-se acelerar uma decantação ou sedi-
mentação, descrito anteriormente, por meio de um instrumento denominado centrífuga.
Neste, devido ao seu movimento de rotação (força centrífuga, que tende a orientar as par-
tículas do centro para a borda da curva), as partículas que apresentam uma densidade maior
são arremessadas para o fundo do recipiente, de modo acelerado. Ex.: Separar o soro do
sangue.
d) FILTRAÇÃO SIMPLES: Nesse processo, a fase sólida é geralmente separada da líquida
com o auxílio de papéis de filtro. Ex: Água e areia.
e) FILTRAÇÃO À VÁCUO: Nesse processo a filtração simples é acelerada com auxílio de
um instrumento conhecido como trompa de vácuo, o qual "suga" o ar existente na parte
interior do kitassato, o que então permite um mais rápido escoamento do líquido e acelera
o processo como um todo. Ex.: Água e enxofre.
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• Separação Sólido – Líquido (Misturas Homogêneas):


Nas misturas homogêneas sólido-líquido (soluções), o componente sólido encontra-se to-
talmente dissolvido no líquido, o que impede a sua separação por filtração simples à vácuo. A
maneira mais comum de separar os componentes desse tipo de mistura está relacionada com as
diferenças nos seus pontos de ebulição (P.E.).
a) EVAPORAÇÃO: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o líquido (componente
mais volátil) sofra evaporação. Esse processo, além de ocorrer de forma muito lenta, apre-
senta como principal inconveniente a perda do componente líquido. Ex.: água e sal (água
do mar)
b) DESTILAÇÃO SIMPLES: A mistura é aquecida em uma aparelhagem apropriada, de tal
maneira que o componente líquido inicialmente evapora e, a seguir, sofre condensação em
um condensador apropriado, o qual será mais eficiente quanto maior for a sua dimensão,
sendo recolhido em outro frasco. A entrada de água corrente no condensador deve ser feita
pela parte inferior do aparelho, em sentido contrário ao da corrente do vapor, e ainda para
permitir que seu tubo externo esteja sempre completamente preenchido por água fria, que
então irá sair pela parte superior.

OBS. 1: Tratamento de água: Em uma estação de tratamento de água ocorrem 4 processos


de separação de misturas: A Flotação, Floculação, Decantação e Filtração. A flotação é a sepa-
ração de substâncias sólidas e substâncias líquidas, o que é feito através da adição de substân-
cias na água que propiciam a formação de bolhas. As bolhas formam, então, uma espuma,
separando as substâncias. A floculação consiste na adição de substâncias coagulantes, como o
sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), adicionado a água juntamente com óxido de cálcio (CaO). A
reação entre essas duas substâncias origina o hidróxido de alumínio (Al(OH) 3). As partículas
pequenas em suspensão na água se agregam e unem-se ao hidróxido de alumínio, formando
flóculos/flocos maiores, o que permite a decantação. Esse processo é uma das etapas do trata-
mento da água. Ele é extremamente importante pois partículas muito pequenas não se sedimen-
tam e ficam em suspensão na água, o que dificulta a retirada.

OBS. 2: água destilada: É a água obtida por meio do processo de destilação. A destilação
consiste na evaporação seguida pela condensação (fazer voltar ao estado líquido) da água. Esse
processo proporciona a separação de uma quantidade dos sais presentes na água comum, tam-
bém chamada de água mineral. Entretanto, a água destilada não é totalmente pura (livre de
sais minerais), pois a destilação não é suficiente para fazer a separação completa desses sais.

• Separação Líquido – Liquido (Misturas Heterogêneas):


a) DECANTAÇÃO: Para separar os componentes de misturas heterogêneas formadas por
líquidos imiscíveis, como água e o óleo, por exemplo, a decantação também pode ser usada.
No entanto, em laboratório, ocorre um tipo de decantação especial que utiliza uma vidraria
chamada de funil de bromo ou funil de separação.
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• Separação Líquido – Liquido (Misturas Homogêneas)


a) DESTILAÇÃO SIMPLES: Mesmo processo realizado na separação de líquidos e sólidos
homogêneos, porém é útil somente para separação de líquidos voláteis misturados com não
voláteis ou para separações de líquidos com separações de líquidos com pontos de ebulição
que difiram em mais de 20ºC.
b) DESTILAÇÃO FRACIONADA: O processo de destilação fracionada compreende o
aquecimento de uma mistura de mais de dois líquidos que possuem pontos de ebulição não
muito próximos. Assim, a solução é aquecida e separa-se, inicialmente, o líquido com me-
nor ponto de ebulição. Em seguida, a solução é aquecida até separar o líquido com o ponto
de ebulição acima do primeiro líquido separado, e assim, sucessivamente, até a separação
do líquido com maior ponto de ebulição. A coluna de destilação é preenchida com materiais
de grandes áreas superficiais (esponja de aço ou gota de vidro), com isso, o líquido de maior
PE terá dificuldade para atravessar a coluna, resultando na separação.

OBS.: Extração: Também conhecida como extração por solvente ou partição, é um mé-
todo para separar um componente ou componentes específicos de uma mistura heterogênea de
líquidos baseado em suas diferentes solubilidades em dois líquidos diferentes imiscíveis, nor-
malmente água e um solvente orgânico

11. Revisões matemáticas – Regra de Três:


A regra de três é um método que utilizamos para encontrar valores desconhecidos quando
estamos trabalhando com grandezas direta ou inversamente proporcionais. Esse método de re-
solução tem bastante aplicação não só na matemática, como na física, química e em situações
constantes do dia a dia. O trabalho com grandezas é fundamental em várias áreas do conheci-
mento, e, na regra de três, é importante conseguir-se identificar grandezas que se relacionam
de forma direta e grandezas que se relacionam de forma inversa.
• A comparação entre duas grandezas é bastante comum e necessária no cotidiano, e quando
comparamos e verificamos sua proporção, podemos separá-las em dois casos importantes:
grandezas diretamente proporcionais ou grandezas inversamente proporcionais.
Diretamente proporcionais: à medida que uma dessas grandezas aumenta, a outra também
aumenta e na mesma proporção. Existem várias situações no nosso cotidiano que envolvem
grandezas diretamente proporcionais, um exemplo seria a relação preço e peso na compra de
uma determinada verdura, quanto menor a quantidade, menor o preço, e quanto maior a quan-
tidade, maior o preço.
Inversamente proporcionais: à medida que uma dessas grandezas aumenta, a outra grandeza
diminui na mesma proporção. Um exemplo dessa situação no cotidiano é a relação entre velo-
cidade e tempo. Quanto maior a velocidade para percorrer-se determinado percurso, menor será
o tempo.
• COMO RESOLVER UMA REGRA DE TRÊS SIMPLES?
Para resolver-se situações utilizando a regra de três, é fundamental que exista a proporcionali-
dade, além disso, é de grande importância a identificação da relação entre as grandezas.
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Os problemas que envolvem regra de três simples podem ser separados em dois casos, quando
as grandezas são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais. Ao deparar-se com
qualquer questão que possa ser resolvida com regra de três, seguimos os seguintes passos:
• 1º passo – Identificar as grandezas e construção da tabela.
• 2º passo – Analisar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.
• 3º passo – Aplicar o método de resolução correto para cada um dos casos, e, por fim, re-
solver a equação.

Regra de três simples e composta: Existem duas formas de aplicar-se a regra de três,
a regra de três simples, quando o problema envolve duas grandezas, e a regra de três composta,
quando o problema envolve mais grandezas. Então a regra de três composta nada mais é que
uma extensão da regra de três simples quando há um número maior de grandezas, e, para com-
preendê-la, a regra de três simples é fundamental.

12. Equação do primeiro grau:


As equações de primeiro grau são sentenças matemáticas que estabelecem relações de igual-
dade entre termos conhecidos e desconhecidos, representadas sob a forma:
ax+b = 0
Donde a e b são números reais, sendo a um valor diferente de zero (a ≠ 0) e x representa o valor
desconhecido.
O valor desconhecido é chamado de incógnita que significa "termo a determinar". As equações
do 1º grau podem apresentar uma ou mais incógnitas.
As incógnitas são expressas por uma letra qualquer, sendo que as mais utilizadas são x, y, z.
Nas equações do primeiro grau, o expoente das incógnitas é sempre igual a 1.

As igualdades:
2.x = 4 9x + 3 y = 2 e 5 = 20a + b
são exemplos de equações do 1º grau.

O lado esquerdo de uma igualdade é chamado de 1º membro da equação e o lado direito é


chamado de 2º membro.

• COMO RESOLVER UMA EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU?


O objetivo de resolver uma equação de primeiro grau é descobrir o valor desconhecido, ou seja,
encontrar o valor da incógnita que torna a igualdade verdadeira.
Para isso, deve-se isolar os elementos desconhecidos em um dos lados do sinal de igual e
os valores constantes do outro lado.
Contudo, é importante observar que a mudança de posição desses elementos deve ser feita de
forma que a igualdade continue sendo verdadeira.
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Quando um termo da equação mudar de lado do sinal de igual, devemos inverter a operação.
Assim, se tiver multiplicando, passará dividindo, se tiver somando, passará subtraindo e vice-
versa.
Ex.: Qual o valor da incógnita x que torna a igualdade 8x - 3 = 5 verdadeira?
• Para resolver a equação, devemos isolar o x. Para isso, vamos primeiro passar o 3 para o
outro lado do sinal de igual. Como ele está subtraindo, passará somando. Assim:
8x = 5 + 3
8x = 8
Agora podemos passar o 8, que está multiplicando o x, para o outro lado dividindo:
x = 8/8
x=1
Outra regra básica para o desenvolvimento das equações de primeiro grau determina o seguinte:
Se a parte da variável ou a incógnita da equação for negativa, devemos multiplicar todos os
membros da equação por –1. Por exemplo:
– 9x = – 90 . (-1)
9x = 90
x = 10

13. Unidades de medidas:


As unidades de medida são representações das grandezas físicas utilizadas em diversas áreas
do conhecimento com o intuito de quantificar uma matéria, uma sensação, o tempo ou o tama-
nho de algo, por exemplo.
Em todo o mundo as unidades de medida seguem um padrão determinado pelo Sistema Inter-
nacional de Unidades (SI). A partir da unidade-padrão estabelecida pelo Sistema Internacional,
podemos ainda utilizar outras unidades derivadas dela, o que permite compararmos e ampliar-
mos a noção quantitativa da grandeza.
O Sistema Internacional adota a unidade kelvin, por exemplo, como padrão para a grandeza
temperatura. Essa unidade é muito utilizada em experimentos laboratoriais, mas, no dia a dia,
a maioria dos países utiliza a unidade graus Celsius, que é derivada da unidade kelvin.

• Unidades de massa
As unidades mais utilizadas para o trabalho com a massa de uma matéria são:
Tonelada (t);
Quilograma (kg) [unidade-padrão de massa segundo o SI];
Grama (g);
Miligrama (mg).
Para converter uma unidade em outra, basta seguir estas relações:
1 t = 1000 Kg
1 kg = 1000 g
1 g = 1000 mg
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• Unidades de volume
Metro cúbico (m3) [unidade-padrão de volume segundo o SI];
Litro (L) ou decímetro cúbico (dm3);
Mililitro (mL) ou centímetro cúbico (cm3).
Para converter uma unidade na outra, basta seguir estas relações:
1 m3 = 1000 L
1L = 1 dm3
1L = 1000 mL
1dm3 = 1000 cm3
1cm3 = 1mL

• Unidades de temperatura
As unidades mais utilizadas para o trabalho com temperatura são:
Graus Celsius (oC);
Graus Fahrenheit (oF);
Kelvin (K) [unidade-padrão de temperatura segundo o SI].
Para converter uma unidade de temperatura em outra, podemos utilizar as fórmulas a seguir:
De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273
De graus Celsius para Fahrenheit: ToC/5 = ToF-32/9

14. Soluções:
Soluções são sistemas homogêneos for-
mados pela mistura de duas ou mais substân-
cias. As soluções são constituídas de dois
componentes: o soluto, que é o que se dis-
solve e se encontra em menor quantidade, e o
solvente, que é o componente em maior
quantidade e que atua dissolvendo o soluto.

Devido à sua capacidade de dissolver uma grande quantidade de substâncias, a água é de-
nominada de solvente universal.
A principal característica das soluções é serem homogêneas, pois isso significa que o soluto
está dissolvido de modo uniforme por toda a sua extensão. Isso é importante porque mostra
que as soluções possuem propriedades iguais em todos os seus pontos. Se um técnico colher
várias amostras de determinada solução, todas terão as mesmas propriedades, pontos de fusão
e ebulição, densidade e composição.

15. Concentração de soluções:


A concentração de uma solução deve ser expressa em unidades quantitativas. São usadas
as chamadas unidades de concentração que são medidas quantitativas da afinidade de soluto
que se dissolve. A quantidade relativa de uma substância é conhecida como concentração e é
expressa em diferentes unidades.
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Concentração Comum (C):


Também chamada concentração em g/L (grama por litro),
relaciona a massa do soluto em gramas com o volume da
solução em litros.

Densidade (d):
Relaciona a massa e o volume da solução, geralmente, as unidades usadas
são g/mL ou g/cm3. Devemos tomar cuidado pois a concentração comum
relaciona a massa de soluto com o volume da solução e densidade, a massa
de solução com o volume da solução.

Concentração molar – Molaridade (M):


Cientificamente, é mais usual esta concentração, que
relaciona a quantidade de soluto (mol) com o volume
da solução, geralmente em litros.
Sua unidade é mol/L:

16. Diluição de soluções


A diluição consiste em adicionar solvente a uma solução, sem modificar a quantidade de
soluto. Em uma diluição, a quantidade de solvente e o volume da solução aumentam, enquanto
a quantidade de soluto permanece igual. Como resultado, a concentração da solução diminui.

• Lembre-se que a solução é uma mistura homogênea formada por solvente e soluto.

A diluição é um processo comum no dia a dia. Por exemplo, ao adicionarmos água a algum
produto de limpeza, como desinfetantes, para torná-lo menos concentrado.
Outro exemplo é a preparação de sucos a partir de concentrados industrializados. É indicado
no rótulo do produto a quantidade de água que deve ser adicionada, tornando o suco menos
concentrado.
Para entender o processo de diluição devemos conhecer a solução em seu momento inicial e
após a adição de solvente:

Concentração inicial: Ci = m1 / Vi
Concentração final: Cf = m1 / Vf
Onde:
Ci / Cf = concentração inicial / concentração final
m1 = massa de soluto
Vi / Vf = volume inicial / volume final

Considerando que a massa de soluto não é alterada durante a diluição,


temos a seguinte equação: Ci . Vi = Cf . Vf
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É importante ressaltar ainda que, quando evaporamos parte do solvente de uma solução, tam-
bém estamos efetuando um procedimento de diluição, já que quem sofrerá a evaporação será o
solvente, e a quantidade de soluto ficará exatamente igual a antes. A diferença é que, ao eva-
porar a água, passamos a ter o soluto em uma quantidade menor de solvente, o que aumenta a
concentração da solução.
17. Tabela Periódica:
Na tabela periódica os elementos são organizados de maneira crescente em relação ao número
atômico. Eles são agrupados em:
• Períodos: são as sete linhas horizontais da tabela periódica, onde os elementos possuem o
mesmo número de camadas eletrônicas:
1º Período: 2 elementos
2º Período: 8 elementos
3º Período: 8 elementos
4º Período: 18 elementos
5º Período: 18 elementos
6º Período: 32 elementos
7º Período: 32 elementos
O 6º e o 7º período apresentam uma particularidade: Neles estão inseridas as séries dos lanta-
nídeos e actinídeos. Entretanto, é comum encontrarmos os elementos desses grupos abaixo da
tabela para otimizar o espaço.

• Colunas: as colunas, grupos ou famílias, são as 18 linhas verticais que aparecem na tabela
periódica. As famílias A e B possuem 8 grupos cada uma:
Família 1A: Metais Alcalinos (lítio, sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio).
Família 2A: Metais Alcalinos -Terrosos (berílio, magnésio, cálcio, estrôncio, bário e rádio).
Família 3A: Família do Boro (boro, alumínio, gálio, índio, tálio e nihônio).
Família 4A: Família do Carbono (carbono, silício, germânio, estanho, chumbo e fleróvio).
Família 5A: Família do Nitrogênio (nitrogênio, fósforo, arsênio, antimônio, bismuto e moscó-
vio).
Família 6A: Calcogênios (oxigênio, enxofre, selênio, telúrio, polônio, livermório).
Família 7A: Halogênios (flúor, cloro, bromo, iodo, astato e tenessino).´-
Família 8A: Gases Nobres (hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio, radônio e oganessônio).

Família 1B: cobre, prata, ouro e roentgênio.


Família 2B: zinco, cádmio, mercúrio e copernício.
Família 3B: escândio, ítrio e sério de lantanídios (15 elementos) e actinídeos (15 elementos).
Família 4B: titânio, zircônio, háfnio e rutherfórdio.
Família 5B: vanádio, nióbio, tântalo e dúbnio.
Família 6B: cromo, molibdênio, tungstênio e seabórgio.
Família 7B: manganês, tecnécio, rênio e bóhrio.
Família 8B: ferro, rutênio, ósmio, hássio, cobalto, ródio, irídio, meitnério, níquel, paládio, pla-
tina, darmstádio.
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Os elementos de transição (metais de transição) representam as 8 famílias da série B:

18. Distribuição eletrônica


A distribuição eletrônica ou configuração eletrônica a forma como os elementos químicos
são ordenados considerando o número de elétrons que eles possuem e a sua proximidade do
núcleo atômico. Os elétrons se organizam e distribuem-se pelas camadas eletrônicas, estando
uns mais próximos do núcleo e outros mais distantes.
Então, surgiram as 7 camadas eletrônicas (K, L, M,
N, O, P e Q), as quais são representadas pelas linhas
horizontais numeradas de 1 a 7 na tabela periódica.
Os elementos que constam nas mesmas linhas
apresentam o mesmo número máximo de elétrons e
também os mesmos níveis de energia. Com isso, é pos-
sível observar que os elétrons se encontram em níveis
e subníveis de energia. Assim, cada um possui uma de-
terminada quantidade de energia.

Nível de Camada Nº Máximo


A camada de valência é a última camada eletrô-
Energia Eletrônica de Elétrons
nica, ou seja, a camada mais externa do átomo.
1° K 2 Segundo a Regra do Octeto, os átomos possuem
a tendência de se estabilizarem e ficarem neu-
2° L 8
tros. Isso acontece quando eles apresentam a
3° M 18 mesma quantidade de prótons e nêutrons, com
oito elétrons na última camada eletrônica.
4° N 32
Posteriormente, surgiram os subníveis de ener-
5° O 32 gia, representados pelas letras minúsculas s, p,
d, f. Cada subnível suporta um número máximo
6° P 18
de elétrons:
7° Q 8
Número má-
Isso acontece quando eles apresentam a mesma quanti- Subníveis
ximo de elétrons
dade de prótons e nêutrons, com oito elétrons na última
camada eletrônica. s 2
Posteriormente, surgiram os subníveis de energia, repre-
p 6
sentados pelas letras minúsculas s, p, d, f. Cada subnível
suporta um número máximo de elétrons: d 10

f 14
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• Diagrama de Pauling
O químico estadunidense Linus Carl Pauling
(1901-1994) estudou as estruturas atômicas e ela-
borou um esquema até hoje utilizado.
Pauling descobriu uma forma de colocar todos os
subníveis de energia em ordem crescente, usando
para tanto o sentido diagonal. O esquema ficou
conhecido como o Diagrama de Pauling.

Ordem crescente:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7p6
Observe que o número indicado à frente do subnível de energia corresponde ao nível de ener-
gia.
Por exemplo, em 1s2:
“S” indica o subnível energético
“1” indica o primeiro nível, localizado na camada K
expoente 2 indica o número de elétrons existentes nesse subnível

• Como fazer a distribuição eletrônica:


Para entender melhor o processo de distribuição eletrônica, observe abaixo o exercício resol-
vido: Faça a distribuição eletrônica do elemento Ferro (Fe) que apresenta número atômico 26
(Z = 26):
Ao aplicar o Diagrama de Linus Pauling, percorre-se as diagonais no sentido indicado no mo-
delo. Preenche-se os subníveis de energia com os números máximos de elétrons por camada
eletrônica, até completar os 26 elétrons do elemento.
Para fazer a distribuição, esteja atento ao número total de elétrons em cada subnível e nas res-
pectivas camadas eletrônicas:
K - s2
L - 2s2 2p6
M - 3s2 3p6 3d6
N - 4s2
Observe que não foi necessário fazer a distribuição eletrônica em todas as camadas, visto que
o número atômico do Ferro é 26.
Se a distribuição eletrônica for indicada por camadas representa-se da seguinte maneira:
K = 2; L = 8; M = 14; N = 2.

19. Ligações químicas:


Ligações químicas são feitas por átomos para terem maior estabilidade e assim formarem di-
versos compostos. Essas ligações podem ser iônicas, covalentes ou metálicas.
As ligações químicas são feitas pelos átomos para que estes possam se tornar estáveis.
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• Para que os átomos possam se ligar, é necessário que eles envolvam seus elétrons da ca-
mada de valência, seja doando-os para outro átomo, como no caso da ligação iônica, seja
compartilhando-os com outro átomo, como no caso da ligação covalente.
• Há também uma terceira modalidade de ligação química, específica para os átomos metá-
licos, cujo nome é ligação metálica.
De acordo com a ligação química realizada é que podemos classificar as substâncias:
Os compostos iônicos são formados pelas ligações iônicas, as moléculas são formadas pelas
ligações covalentes e os metais são formados pelas ligações metálicas. Elas também diferem
quanto à força: a ligação metálica é mais forte, sendo sucedida pela ligação iônica e então a
covalente.
a) Ligações iônicas: A ligação iônica ocorre quando um átomo doa elétrons para outro
átomo. O átomo que doa é sempre uma espécie de baixa energia de ionização, ou seja, perde
elétrons com mais facilidade; já o átomo que recebe é sempre uma espécie de alta afinidade
eletrônica, ou seja, tem mais facilidade em receber elétrons. Os elétrons doados e recebidos
são sempre os da camada de valência, que, por ser a camada mais externa, é a que sofre
menos atração pelo núcleo atômico. Por causa dessa harmonia é que a ligação iônica é
considerada uma ligação forte. Como, em geral, os metais são espécies de baixa energia de
ionização e os ametais são espécies de alta afinidade eletrônica, muitos identificam que a
ligação iônica ocorre sempre entre um metal e um ametal.

Ex.: sódio (Na) e o cloro (Cl):


O átomo de sódio possui número atômico igual a 11, logo, possui 11 prótons. Como todo átomo
é uma espécie eletricamente neutra, o átomo de sódio também possui 11 elétrons, assim,
sua distribuição eletrônica é: 1s2 2s2 2p6 3s1.
A camada de valência do sódio é a que contém o subnível 3s 1, e, caso ele perca esse elétron,
terá uma nova camada de valência — 2s2 2p6 —, que já possui oito elétrons e, por isso, o tor-
naria estável. Já o cloro é um átomo que possui número atômico igual a 17, logo, possui 17
prótons. Mais uma vez, por ser uma espécie eletricamente neutra, o átomo de cloro também
possui 17 elétrons. Sua distribuição eletrônica é, então: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5.
Como se vê, a camada de valência do cloro é a que contém os subníveis 3s 2 e 3p5 (com sete
elétrons), e, nesse caso, o cloro precisa de
apenas um elétron a mais nessa camada
para adquirir oito elétrons nela e então se
estabilizar. Por isso, sódio e cloro se ligam,
pois o sódio doa o elétron para o cloro.

b) Ligação covalente
Ligação covalente é aquela em que os átomos dos elementos químicos compartilham seus elé-
trons a fim de ficarem estáveis. A ligação covalente é um tipo de ligação química que ocorre
entre átomos de Hidrogênio, ametais e semimetais, com a finalidade de ficarem estáveis. A
estabilidade eletrônica é alcançada quando o átomo fica com oito elétrons na sua camada de
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valência (última camada eletrônica), ficando com a configuração de um gás nobre, sendo que
a única exceção é o hidrogênio, que fica estável com apenas dois elétrons.
Portanto, todos os átomos dos elementos
mencionados (hidrogênio, ametais e semi-
metais) possuem a tendência de receber
elétrons para ficarem estáveis. Visto que
não é possível que todos recebam elétrons,
senão pelo menos um não ficaria estável,
então os átomos envolvidos na ligação co-
valente compartilham um ou mais pares de
elétrons.
Ex.: Uma molécula de cloreto de hidrogê-
nio (HCl) é formada por uma ligação covalente entre um átomo de hidrogênio e um átomo de
cloro. O átomo do hidrogênio possui somente um elétron na sua camada eletrônica, precisando
receber mais um elétron para ficar estável: Por outro lado, o cloro possui 17 elétrons no estado
fundamental, sendo que, na sua camada de valência, ele tem sete elétrons. Isso significa que
ele precisa receber mais um elétron para ficar estável. Assim, visto que tanto o hidrogênio
quanto o cloro precisam receber um elétron, eles compartilham um par de elétrons, ficando
ambos estáveis.

c) Ligação metálica
Os átomos dos elementos metálicos agrupam-se de modo a formar arranjos cristalinos defini-
dos, que são chamados de células, ou grades, ou retículos, ou, ainda, reticulados cristalinos
Os átomos dos metais geralmente possuem poucos elétrons na camada eletrônica mais externa,
que também se apresenta bem afastada do núcleo atômico. Isso significa que eles são muito
eletropositivos, ou seja, possuem uma forte tendência de perder esses elétrons, e é exatamente
isso o que acontece, sendo que esses elétrons liberados são chamados de semi-livres ou livres.
Os átomos que perdem os elétrons transformam-se em cátions, sendo que os elétrons ficam de
uma forma que tenham certa mobilidade ou movimentação na estrutura cristalina, mas não se
desprendem, pois são atraídos por esses cátions. Alguns cátions, inclusive, recebem os elétrons
e voltam a ficar neutros, e o processo conti-
nua acontecendo.
Assim, os metais são formados por aglome-
rados de átomos neutros e cátions, que estão
circundados por uma “nuvem” ou “mar” de
elétrons, que funciona como a ligação metá-
lica que mantém os átomos do metal unidos.
Diferentemente das ligações iônicas e covalentes, a ligação metálica não tem uma representa-
ção eletrônica. Visto que é formada por um número muito grande e indeterminado de átomos,
a substância metálica é simbolizada somente pelo símbolo do elemento químico que, na ver-
dade, não existe na natureza na sua forma isolada. Esse modelo para a ligação metálica explica
as três principais propriedades dos metais. Eles são bons condutores de corrente elétrica e de
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calor, porque a corrente elétrica nada mais é do que o movimento ordenado dos elétrons em
uma direção. Visto que os metais possuem um “mar” de elétrons livres em sua estrutura cris-
talina, basta aplicar uma certa voltagem externa para que esses elétrons se dirijam ao polo po-
sitivo dessa fonte, formando a corrente elétrica. Tais elétrons também permitem a transmissão
rápida de calor. Já a maleabilidade e a ductibilidade vêm do fato de que os átomos dos metais
podem “escorregar” uns sobre os outros.
Ex.: uma lâmina de zinco é formada por inúmeros átomos de zinco, bem como por seus cátions
circundados por um mar de elétrons, mas é representado somente por Zn (s).

20. Funções Inorgânicas:


Como existe uma quantidade muito grande de substâncias inorgânicas, elas passaram a ser
divididas em grupos para facilitar seus estudos. Esses grupos são chamados de funções inorgâ-
nicas. Existem quatro funções inorgânicas: ácidos, bases, sais e óxidos. Cada função dessas é
composta por substâncias que apresentam propriedades químicas semelhantes, isto é, que pos-
suem o mesmo comportamento diante de determinados compostos químicos. Isso ocorre em
virtude das semelhanças em suas fórmulas químicas (na sua composição). A teoria mais usada
para diferenciar as funções inorgânicas é a Teoria da dissociação iônica de Arrhenius (com
exceção dos óxidos). Essa teoria considera o comportamento das substâncias inorgânicas em
meio aquoso.

a) ÁCIDOS
Teoricamente, Arrhenius definiu os ácidos da seguinte forma:
“Ácidos são substâncias que ionizam em solução e produzem um íon com carga positiva,
o cátion hidrogênio (H+)”.
Para o químico, liberar íons H+ em solução seria uma propriedade comum a todos os ácidos.
Ex.:

b) BASES
Arrhenius constatou que as bases eram caracterizadas por outras espécies químicas, conforme
a definição a seguir:
“Bases são substâncias que dissociam em solução e produzem um íon com carga
negativa, o ânion hidróxido (OH-)”.
De acordo com essa definição, a hidroxila (OH-) seria uma propriedade comum a todas as ba-
ses.
Ex.:
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c) SAIS
Outra definição proposta por Arrhenius são para substâncias denominadas sais.
“Sais são compostos que em solução liberam pelo menos um cátion diferente de (H+) e
um ânion diferente de (OH-)”.
Ex.:

A reação entre um ácido e uma base de Arrhenius tem como produto sal e água. Esse tipo de
reação química é chamada neutralização.

d) ÓXIDOS
Os óxidos são compostos bivalentes (formados por dois elementos) em que o elemento mais
eletronegativo é o oxigênio. Isso significa que os óxidos não podem conter o elemento flúor,
pois ele é mais eletronegativo que o oxigênio. Desse modo, compostos tais como OF2 e
O2F2 não são considerados óxidos, mas sim fluoretos de oxigênio.
Alguns exemplos de óxidos presentes em nosso cotidiano são: CO2 (Dióxido de carbono), CO
(monóxido de carbono), CaO (óxido de cálcio), H2O2 (Peróxido de hidrogênio – Água oxige-
nada) e H2O (água – o óxido mais importante do planeta terra).

Os óxidos geralmente são classificados da seguinte forma:


ÓXIDOS ÁCIDOS: geram um ácido na água, ou quando reagem com uma base, geram sal e
água. Exemplos: CO2, SO2, SO3, P2O5, Cl2O6, NO2, N2O4 e N2O5;
OXIDOS BÁSICOS: geram uma base na água, ou quando reagem com um ácido, geram sal
e água. Exemplos: Na2O, K2O, CaO e MgO;
ÓXIDOS NEUTROS: não reagem com água, nem com ácidos e nem com bases. Exemplos:
CO, N2O e NO;
ÓXIDOS ANFÓTEROS: Na presença de um ácido, comportam-se como uma base; e na pre-
sença de uma base, comportam-se como um ácido. Exemplos: ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO,
PbO2, As2O3, As2O5, Sb2O3 e Sb2O3;
ÓXIDOS DUPLOS OU MISTOS: comportam-se como se fossem resultado da combinação
de dois óxidos de um mesmo elemento químico. Exemplos: Fe3O4 (FeO + Fe2O3) e Pb3O4 (2
PbO + PbO2);
PERÓXIDOS: São compostos que apresentam em sua estrutura o grupo (O2)2- e que, ao rea-
girem com água ou com ácidos diluídos, produzem água oxigenada (H2O2). Exemplos: Li2O2,
Na2O2, K2O2, MgO2, CaO2 e BaO2.
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21. Mistura de soluções


Misturar duas soluções é o ato de colocar duas ou mais soluções em um mesmo recipiente, po-
demos classificar as misturas de soluções das seguintes formas:

a) Mistura de soluções de mesmo soluto:


A mistura de soluções de mesmo soluto é caracterizada pelo aumento da quantidade de
solvente e soma da quantidade de soluto das soluções misturadas após o procedimento.
É muito comum prepararmos soluções no dia a dia, bem como realizarmos a mistura de
uma com outra. Misturar duas soluções é o ato de colocar duas ou mais soluções em um mesmo
recipiente. Se essa mistura envolver soluções que apresentam o mesmo solvente e o mesmo
soluto, a realização desse procedimento será chamada de mistura de soluções de mesmo soluto.

b) Mistura de soluções de solutos diferentes sem reação química:


Uma mistura de soluções de mesmo soluto sem reação química nada mais é do que a mistura
de soluções com solventes iguais e solutos diferentes, mas que não reagem entre si. Quando
dois solutos diferentes entram em contato, existe a possibilidade de haver ou não uma reação
química. Para saber se haverá ou não reação, basta conhecer os solutos de cada solução que
está sendo misturada. Se eles apresentarem o mesmo cátion ou o mesmo ânion, não haverá
reação química, caso contrário, haverá.
Veja algumas combinações para exemplificar a ocorrência ou não de reação química:
NaCl + Na2SO4 = não haverá reação por apresentarem o mesmo cátion (Na);
HCl + NaOH = haverá reação porque apresentam cátions (H e Na) e ânions (Cl e OH) diferen-
tes;
KBr + FeBr3 = não haverá reação por apresentarem o mesmo ânion (Br);
AuNO3 + CaS = haverá reação porque apresentam cátions (Au e Ca) e ânions (NO 3 e S) dife-
rentes.
O resultado esperado quando uma mistura de soluções de solutos diferentes sem reação química
é realizada é a diminuição da concentração de cada um dos solutos.

c) Mistura de soluções de solutos diferentes com reação química:


A mistura de soluções com reação química ocorre quando os solutos misturados são totalmente
diferentes, o que origina novos materiais. Para saber se uma reação química acontecerá durante
uma mistura de soluções, basta termos atenção nos solutos dessas misturas. Se eles apresenta-
rem cátions e ânions diferentes entre si, a reação certamente acontecerá. Veja alguns exemplos:
1º) Solução de NaCl com solução de KOH = haverá reação porque os cátions Na+ e K+ são
diferentes, assim como os ânions Cl- e OH- também são diferentes.
2º) Solução de CrSO4 com solução de H2CO3 = haverá reação porque os cátions Cr+2 e H+ são
diferentes, assim como os ânions SO4-2 e CO3-2 também são diferentes.
Em uma reação química, sempre temos uma proporção estequiométrica (relacionada com o
balanceamento da equação) e uma relação importante entre os números de mols dos partici-
pantes. Veja a equação a seguir:
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1 NaCl(aq) + 1 KOH(aq) → 1 NaOH(aq) + 1 KCl(aq)

Como a equação está balanceada, a proporção estequiométrica de todos os participantes é a de


1:1, o que significa que todos eles apresentam o mesmo número de mols.

22. Balanceamento de equações


O balanceamento de equações químicas é um recurso muito utilizado na Química, por inter-
médio do balanceamento, temos uma noção sobre a quantidade de matéria de cada um dos
componentes da equação.
De forma prática, realizar o balanceamento de uma equação química é igualar a quantidade dos
átomos dos elementos presentes nos reagentes com a quantidade desses mesmos átomos dos
elementos presentes nos produtos.
O recurso que utilizamos para realizar o balanceamento de uma equação química é a utilização
de números inteiros, denominados de coeficientes, posicionados sempre à esquerda da fórmula
da substância, seja ela do produto, seja do reagente. Convencionalmente, sempre utilizamos os
menores números inteiros possíveis. Veja a representação a seguir:

aA + bB → cC
As letras a, b e c representam os números (coeficientes) que tornam a equação balanceada.

Como o balanceamento de equações é feito sempre por tentativa, não existem regras específi-
cas que nos ajudem. Todavia, algumas orientações podem ser úteis:

ORIENTAÇÕES PARA O BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES:


• Sempre iniciar o balanceamento pela maior fórmula. Entende-se como maior fórmula
aquela que apresenta a maior quantidade de átomos. Por exemplo, na fórmula da água
(H2O), temos a presença de três átomos;
• Colocar o coeficiente 1 na maior fórmula encontrada;
• Observar a quantidade de átomos de um elemento específico nessa fórmula utilizada como
ponto de partida e posicionar o coeficiente que deixa a mesma quantidade dele no produto;
• Todo coeficiente multiplica todas as quantidades de átomos presentes na fórmula.

Ex.: Vamos fazer juntos:


A) C2H6O + O2 → CO2 + H2O

B) Na2CO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2

C) Fe2(CO3)3 + H2SO4 → Fe2(SO4)3 + H2O + CO2

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