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Manual de Química para o curso preparatório 1

CAPÍTULO I - CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA

Química: é a ciência que estuda a matéria, suas transformações e as energias


envolvidas nesses processos.

Matéria: é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço, apresentando volume e


massa. Pode ser de origem natural ou manufacturada (sintetizado). A matéria tanto é
aquilo que podemos ver, tocar e sentir (tais como a água, a terra, as árvores, o nosso
proprio corpo, a terra), bem como coisas que não vemos (como o ar). Assim tudo no
universo tem uma relação química, isto é, tudo o que vemos ou usamos tem sempre algo
de “químico”.

Massa é uma propriedade geral da matéria que indica a quantidade de matéria


que existe em um corpo e tem como unidade padrão o quilograma (Kg). Para medir esta
propriedade utiliza-se a balança.

Volume é extensão de espaço ocupado por um corpo e tem como unidade


padrão o metro cubico (m3). Para medir esta propriedade utiliza-se diferentes aparelhos
graduados, como a proveta, a pipeta, bureta entre outros.

Em toda a reacção química a transformação de uma substância noutra é


geralmente acompanhada por uma troca de energia, onde pode ocorrer uma absorção ou
libertação de energia.

Reacção química é uma transformação da matéria na qual ocorrem mudanças


qualitativas na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em
um ou mais produtos, o que consistem na separação, combinação ou rearranjo de átomos
mas nunca na criação ou destruição destes.

Energia química é a energia que tem como base a força de atracção e repulsão
nas ligações químicas, presente na formação da matéria..

Reacção exotérmica quando há libertação de energia

Reacção endotérmica quando há absorção de energia.

A quantidade de calor libertada ou absorvida pode ser determinada por meio de


um dispositivo chamado calorímetro.

Transformação ou fenómeno é qualquer mudança que ocorre em um material.


Podem ser classificados de dois tipos: fenómenos físicos e fenómenos químicos

Fenómenos físicos – são aqueles que não alteram a constituição da matéria. É


uma transformação passageira e reversível, pois apesar de o material sofrer alterações na
sua forma, tamanho, aparência ou estado físico, ele continua sendo constituído da mesma
substância química. A maioria de fenómenos físicos corresponde a mudança de estado
físico.

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Ex: A água no estado sólido (gelo), a águas no estado líquido e a águas no estado de
vapor; Corte do bolo, dilatação de um metal por calor, corte de um papel, etc.

Fenómenos químicos – são aqueles em que a constituição do material muda.


São considerados permanentes e irreversíveis. O material ou os materiais presente
inicialmente são transformados em outra ou outras substâncias. A formação de uma nova
substância pode ser identificada por: mudança de cor, surgimento de uma chama,
libertação de gás e formação de sólido.

Ex: O amadurecimento das frutas, cozimento dos alimentos, o enferrujamento do ferro, a


queima de um papel, etc.

1.1 Estados físicos da Matéria

Todas as substâncias podem existir em três estados: sólido, líquido e gasoso. Os


três estados da matéria podem converter-se uns aos outros por aquecimento ou
arrefecimento sem alterar a composição da substância:

Fusão - passagem do estado sólido ao líquido. E a temperatura que esta


transição ocorre chama-se temperatura ou ponto de fusão

Vaporização - passagem do estado líquido ao gasoso. E a temperatura que esta


transição ocorre chama-se temperatura ou ponto de ebulição.

Condensação - passagem do estado gasoso ao líquido. E a temperatura que esta


transição ocorre chama-se temperatura ou ponto de fusão

Solidificação - passagem do estado líquido ao sólido. E a temperatura que esta transição


ocorre chama-se temperatura ou ponto de solidificação.

Sublimação – passagem do estado sólido para o gasoso sem passar pelo estado
intermediário líquido. O processo inverso chama-se Resublimação ou sublimação inversa
E o ponto em que esta transformação ocorre chama-se temperatura ou ponto de
sublimação.

1.2 Classificação da matéria

Matéria

Misturas Substâncias Puras

Misturas Misturas Compostos Elementos


Homogéneas Heterogéneas

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Substância pura ou simplesmente substância: é uma forma de matéria com


composição e propriedades definidas (constante).

Ex: A água, o amoníaco (amónia), o açúcar (sacarose), o ouro, oxigénio, etc.

As substâncias podem ser simples ou compostas

Substâncias simples, também chamadas substâncias elementares ou


simplesmente elemento – são substâncias formadas por átomos de uma só espécie.

Ex: gás oxigénio (02), gás hidrogénio (H2), ferro (Fe), gás hélio (He), alumínio
(Al), etc.

Substâncias compostas ou simplesmente composto – são substâncias formadas


por átomos de dois ou mais elementos diferentes.

Ex: água (H2O), tetracloreto de carbono (CCl4), dióxido de carbono (CO2),


metano (CH4), etc.

Mistura: é uma combinação de duas ou mais substâncias. As misturas


classificam-se em:

Misturas homogéneas: são aquelas que apresentam uma única fase, isto é,
aspecto totalmente uniforme, neste caso também recebe o nome solução.

Ex: quando se dissolve o sal na água, mistura de água e álcool.

Misturas heterogéneas: são aquelas que apresentam mais de uma fase, isto é,
separação e distinção de fases (composição não uniforme).

Ex: mistura de areia com limalha de ferro, mistura de água e óleo


(petróleo).

1.3 Constituição da matéria

Existem três tipos de unidades estruturais que podem constituir a matéria que
são os átomos, as moléculas e os iões. Destes, o principal constituinte da mesma é a
partícula mais pequena a que chamamos de átomo.

O átomo, é uma unidade básica da matéria e a menor fracção capaz de identificar


um elemento químico no espaço, e que apresenta uma forma esférica.

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O termo átomo deriva do grego e significa indivisível, e o mesmo é constituído


por partículas subatómicas, nomeadamente um núcleo central onde encontramos os
protões (carga eléctrica positiva) e os neutrões, rodeados por uma nuvem (envoltório) de
electrões (carga negativa).

Para que um átomo seja electricamente neutro, o número total de protões


existentes no núcleo deve ser igual ao número total de electrões existentes no envoltório.
No entanto, a quantidade de neutrões pode ser igual ou maior.

Para além das partículas subatómicas acima citadas, existem ainda no interior do
átomo partículas que caracterizam um átomo ao contrário de outras espécies químicas.
Essas partículas são nomeadamente:

Número atómico (Z): consiste na quantidade de protões existentes no núcleo

Número de massa (A): consiste na resultante da soma das quantidades de


protões e neutrões existentes no núcleo (A = p + n).

Os elementos químicos são definidos como o conjunto de átomos com o mesmo


número atómico. Foi descoberto posteriormente que os átomos de um mesmo elemento
não são exactamente os mesmos, uma vez que podem apresentar massas ligeiramente
diferentes. Esses átomos ficaram conhecidos como:

Isótopos são átomos com o mesmo número atómico e massa diferentes.

Ex: 6C12 e 6C
14
8O
15
e 8O16 1H
1
1H
2
1H
3

Hidrogênio Deutério Trítio

Isóbaros são átomos com o mesmo número de massa.

Ex: 18Ar40 e 20Ca


40
21Sc
42
e 22Ti
42

Isótonos são átomos com o mesmo número de neutrões

Ex: 15P31 e 16S


32
18Kr
38
e 20Ca
40

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Isoeletrônicos são espécies químicas que apresentam o mesmo número de


electrões.
23(+1) 16(-2) 19(-1)
Ex: 11Na 8O e 9F

Grande parte dos átomos, quando isolados, não são estáveis e, por isso, têm
tendência a unir-se a outros átomos devido a transferência (perda ou ganho) de electrões,
convertendo o átomo num ião.
Os iões são as únicas unidades estruturais da matéria que apresentam carga
eléctrica, ou seja, não são neutros. Estes formam-se quando os átomos (ou algumas
moléculas) sofrem um ganho (anião) ou uma perda (catião) de electrões, para que
consigam ficar com uma maior estabilidade.

Catiões (+) ião com carga positiva devido a perda de electrões P > e-

Aniões (-) ião com carga negativa devido ao ganho de electrões P < e-

1.4 Distribuição electrónica. Camadas electrónicas e subcamadas


electrónicas de energia

Os electrões em torno do núcleo não se encontram distribuídos aleatoriamente


mas sim, encontram-se distribuídos em camadas que recebem o nome de camadas
electrónicas e, o conjunto delas formam o envoltório do núcleo. Cada um destes níveis
recebe um limite máximo de electrões. Nas camadas encontram-se as subcamadas ou
subníveis de energia e nelas, encontramos os orbitais. Os orbitais correspondem a regiões
do átomo com maior probabilidade de se encontrar determinado elétron (maior
manifestação eletrônica). Cada orbital acomoda no máximo dois elétrons e, quando os
elétrons ocupam um mesmo orbital, são ditos emparelhados e devem possuir sentidos de
rotação (spins) contrários.

Também foi possível aprovar a seguinte regra de prática da distribuição:

1º O número máximo de electrões na ultima camada é 8;

2º O número máximo de electrões na penúltima camada é 18

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Tendo em conta essa configuração, os elementos podem ser classificados com


base na quantidade de electrões na camada de valência:

1 à 3 : Metais; 4 : Semi-metais ; 5 à 7 : não-metais ; 8 : gás nobre

Para determinar o nível, o subnível e o orbital na qual está localizado um


electrão, recorremos aos números quânticos, que são parâmetros matemáticos utilizados
para determinar a posição de um electrão no átomo.

a) N º Quântico Principal (n): Indica a camada.

b) N º Quântico secundário ou Azimutal (l): Indica o subnível.

c) N º Quântico Magnético (m): Indica a orbital.

d) N º Quântico Spin (s): Indica a rotação de electrões

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Desta forma, o conjunto dos números quânticos para dois átomos diferentes
pode ser igual se e somente se eles forem os mesmos, caso contrário serão sempre
diferentes. Este é o enunciado de exclusão de Pauli em que, o número de electrões em
cada subnível é dado na tabela seguinte:

Exercícios do primeiro capítulo

1. O átomo X tem 18 partículas neutras e é isótopo do átomo K que tem 20


partículas neutras. K é isóbaro do átomo Y cujo número atómico é 10 que é isótono de P
que tem 16 partículas positivas e número de massa 47. Determine o número atómico do
átomo X.

2. O átomo A com 15 partículas neutras é isótopo do átomo B com 20 partículas


neutras que é isóbaro do átomo C com número atómico 12. C é isótono de D com 37
neutrões:

a) Faça a distribuição electrónica dos átomos;

b) Classifique os elementos com base na configuração da última camada.

3. O átomo X é isótono do átomo 25Mn55 e isoeletrônico do ião 60 2+


28 Ni . Com
base nisso, calcule o número de massa do átomo X.

4. São dados 3 átomos 40Ax, yB95 e 93Cz. Sabendo que A e B são isótopos, B e C
são isóbaros e A e C são isótonos, determine os valores de x, y e z.

5. Com base nos dados indicados abaixo, determine os números atómico e de


massa e verifique quais os isótopos

ÁTOMO NÚMERO NÚMERO DE NÚMERO DE


ÁTOMICO MASSA NEUTRÕES

R 3x – 1 5x + 4 15

S X–2 2x – 3 4

T 2x + 4 6x 16

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6. Temos três átomos genéricos A, B e C. O átomo A tem número


atómico 70 e número de massa 160. O átomo C tem 94 neutrões e é isótopo do átomo
A. O átomo B é isóbaro de C e isótono de A. Determine o número de electrões do átomo
B.
41 41
7. O átomo X é isótopo de 20Ca e é isótono de 19K . Qual deve ser o seu
número de massa?

8. Se um átomo A( 59;115) é isótopo de outro átomo B( 48+x; 48 + x; 8x + 4).


Em quanto deve ser acrescido ou diminuído o valor de x para que os mesmos átomos
sejam isóbaros.

9. Qual a diferença no número de electrões entre um catião X2+(24; 50) e um


átomo Y(3; 2; +2; -1/2) com os seus electrões emparelhados?

11. Determine a diferença no número de camadas energéticas entre os átomos Z


(30; 30; 61) e 49W com seus iões correspondentes Z4+ e W2-

12. Determine o conjunto de números quânticos do átomo C sabendo que o


átomo A com 19 protões e 36 neutrões é isóbaro de B com 2x + 5 neutrões e 2x + 6
electrões que é isótono de C com massa 55.

13. Determine o conjunto de números quânticos do átomo W sabendo que o


átomo Y com 29 protões e 26 neutrões é isóbaro de E com 4x protões e 2x + 1 neutrões
que é isótono de W com massa 34.

14. Dados 2 átomos A e B com as seguintes configurações: A (4x; 4x; 34) e B


(2x + 17; 2x + 17; 21). Determine completamente a estrutura dos átomos para que os iões
A2- e B3+ sejam isóbaros.

15. Determine completamente a estrutura de um átomo B com o conjunto de


números quânticos (3; 2; +2; -1/2) que tem os seus orbitais emparelhados e possui 25
neutrões.

16. O átomo R de massa 60 é isótopo de P com 24 protões. P é isóbaro de T com


46 protões. Sabendo que T é isótono de Y (26; 50), classifique o elemento R com base no
número de electrões na última camada e determine o conjunto dos números quânticos.

17. O átomo D tem 19 partículas positivas é isótono do átomo O que tem 20


partículas positivas. O é isóbaro de K cujo número de massa é 41 que é isótopo de I com
50 partículas neutras e 36 partículas positivas. Qual é o índice de massa do átomo D.

18. O elemento T é isótopo de J que é isóbaro de K com 28 partículas positivas e


26 neutras. Sabendo que J tem 26 partículas neutras, qual é o número atómico do átomo
Z?

19. Considere as seguintes informações sobre os átomos X, Y e Z: X e Z são


isótopos, X e Y são isótonos e X e Z são isóbaros. Sabendo-se que o numero de massa de
X é 70, o numero atómico de Z é 35 e seu numero neutrões é 33, determine os números
atómico e de massa de todos os elementos.

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20. Os átomos A7x + 10 e 3x + 4B são isótopos. O átomo A tem 66 neutrões. Qual é


o número de massa de A.

21 Os átomos A9x + 10 e B (4;1;-1;-1/2) são isótopos. O átomo A tem 66 neutrões.


Qual é o número de massa de A.

22. O elemento químico B possui 20 neutrões, é isótopo do elemento químico A,


que possui 18 protões, e isóbaro do elemento químico C, que tem 16 neutrões. Com base
nessas informações, pede-se determinar os números atómico dos elementos químicos A,
B e C.

23. Considere três átomos A, B e C. Os átomos A e C são isótopos, B e C são


isóbaros e A e B são isótonos. Sabendo-se que A tem 20 protões e número de massa 41 e
que o átomo C tem 22 neutrões. Qual o conjunto de números quânticos do electrão mais
energético do átomo B?

24. O último electrão distribuído na configuração electrónica de um átomo


neutro, no estado fundamental, possui o seguinte conjunto de números quânticos: 4, 1, +1
e +1/2. Sabendo-se que esse átomo possui número de massa igual a 84, determine o
número de neutrões existentes no núcleo desse átomo.

25. O subnível mais energético do átomo de um elemento apresenta os seguintes


números quânticos (3; 2; 0; -1/2). Determine o número atómico deste elemento químico

26. Determine o número de orbitais na antepenúltima camada do átomo de um


elemento químico C (31;64)

27. Se o subnível de maior energia para o átomo Q é 5 e contém 12 electrões,


qual o número de electrões e orbitais desse átomo?

28. Considere os átomos X, Y e Z. X e Z são isótopos, X e Y são isótonos e X e


Z são isóbaros. Sabendo-se que o número de massa de x é 70, o numero atómico de z é 35
e seu numero neutrões é 33, determine os números atómicos e de massa de todos os
elementos.

29. São dados 3 átomos: A, B e C. O átomo A apresenta (x+6) protões e é


isótopo de C, o qual possui (4x) protões e numero de massa 18. O átomo C é isótono do
átomo B, cujo número de massa é 19. Calcule o número de protões do átomo B.

30. O elemento químico B possui 20 neutrões, é isótopo do elemento químico A,


que possui 18prótons, e isóbaro do elemento químico C, que tem 16 neutrões. Com base
nessas informações, pode-se afirmar que os elementos A, B e C apresentam,
respectivamente, números atómicos.

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CAPITULO II - TABELA PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS QUÍMICOS

A tabela periódica dos elementos químicos é a disposição sistemática dos


elementos, na forma de uma tabela, em função de suas propriedades. Permite prever o
comportamento de átomos e das moléculas por eles formadas e também, as propriedades
como electronegatividade, raio iónico e energia de ionização.

A tabela periódica relaciona os elementos em linhas denominadas períodos e


colunas chamadas grupos ou famílias, em ordem crescente de seus números atómicos
(Z).

Os elementos de um mesmo período têm o mesmo número de camadas


electrónicas, que corresponde ao período ou também de acordo com o número quântico
principal- n.

Os grupos antigamente chamavam-se "famílias". Os elementos do mesmo grupo


têm o mesmo número de electrões na camada de valência (camada mais externa).
Assim, os elementos do mesmo grupo possuem comportamento químico semelhante.

Dentro da tabela periódica, os elementos químicos também podem ser


classificados em conjuntos de acordo com sua configuração electrónica:

Elementos representativos: pertencentes aos grupos 1, 2 e de 13 a 18;

Elementos (ou metais) de transição: pertencentes aos grupos de 3 a 12.

2.1 Elementos representativos

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Uma outra classificação pode ser feita relacionando o subnível mais energético
de cada elemento. Assim temos:

Elementos Subnível mais energético Localização

Representativos s ou p Subgrupo A e gases nobres

Transição externa d Subgrupo B

Transição interna f Lantanídeos e Actinídeos

Para localizarmos a posição de um elemento representativo na tabela periódica


temos os seguintes critérios:

1º Pela notação nlx: o valor de n indica-nos o período e o valor indica-nos o


grupo;

2º Pela distribuição por camadas: o número de camadas electrónicas indica-


nos o período e o número de electrões na camada de Valencia indica-nos o grupo.

Para localizarmos a posição de um elemento de transição externa na tabela


periódica também seguimos a notação nlx em que:

n + 1: período e x + 2: grupo

2.2 Propriedades da tabela periódica

Propriedade dos elementos na tabela periódica são propriedades que variam em


função dos números atómicos dos elementos. Elas podem ser:

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Periódicas (as de maior realce): são as propriedades cujos valores aumentam


ou diminuem continuamente com o aumento do número atômico (Raio atómico, Energia
de ionização, Afinidade electrónica, Electropositividade e Electronegatividade).

Não periódicas: são as propriedades que oscilam em valores mínimos e


máximos, repetidos regularmente com o aumento do número atômico (Densidade
atómica, Volume atómico, Temperatura ou ponto de fusão e Temperatura ou de ebulição)

Raio atómico (tamanho do átomo): é a distancia média entre o núcleo e o nível


de energia mais externo.

Energia de ionização (potencial de ionização): é a energia mínima necessária


para remover um electrão de um átomo ou ião no estado gasoso.

Afinidade electrónica (electroafinidade): é a energia que se liberta quando um


átomo no estado gasoso recebe um electrão.

Electronegatividade é a capacidade que um átomo possui de atrair (receber) os


electrões.

Exercícios do segundo capítulo

1. Onde está localizado na tabela periódica o elemento de número atómico 31?

2. Um determinado elemento químico está localizado no quarto período e


pertence a família dos calcogénios. Qual é o seu número atómico?

3. Um átomo tem A = 81 e 46 neutrões apresenta x electrões e está localizado


no grupo y da tabela periódica. Qual o valor de x e y respectivamente?

4. Resolve a questão com base na analise das afirmações a seguir:

4.I. Em um mesmo período, os elementos apresentam o mesmo número de


níveis;

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4.II. Os elementos da família IIA apresentam na última camada a configuração


2
ns ;

4.III. Quando o subnível mais energético é do tipo s ou p, o elemento é de


transição;

4.IV. Em um mesmo grupo, os elementos apresentam o mesmo número de


camadas electrónicas.

Quantas afirmativas estão correctas?

5. Considere um elemento R, cujo subnível mais energético é 4p3. Qual o


período e subgrupo da tabela periódica está localizado?

6. O átomo do elemento X localizado na família dos calcogénios e no 4º período


da tabela periódica, tem 45 neutrões. Determine o seu número de massa.

7. Considere o elemento 25X. De acordo com a estrutura electrónica, como pode


ele ser classificado?

8. Um certo átomo X é isóbaro de 20Ca40 e isótono de 19K41. Qual o grupo a que


pertence o elemento X?

9. Um certo átomo do elemento E, apresenta o electrão mais energético no


subnível 4p5. A que o período e família encontrámos o elemento E?

10. Um certo átomo do elemento E, apresenta o electrão mais energético no


subnível 4p5. Qual o número atómico dos elementos que antecedem e sucedem o
elemento E na mesma família da tabela periódica?

11. Considere os elementos 18A, 15B, 13C, 12D e 11E. Qual o elemento que
apresenta maior energia de ionização?

12. Em relação aos átomos 11X, 17Y e 18Z, no estado fundamental são feitas as
afirmações:

12.I - Pertencem ao mesmo período da tabela periódica;

12.II - Pertencem ao mesmo grupo da tabela periódica;

12.III – X possui maior electropositividade e raio atómico que Y e Z

12.IV – X tem menor energia de ionização que os demais elementos;

12.V – X é alcalino, Y é halogénio e Z é gás nobre

Quantas afirmações estão correctas?

13. Os elementos 20Ca, 23V, 28Co, 30Zn e 33As, pertencem ao quarto período da
tabela periódica. Dentre eles quantos apresentam electrões desemparelhados em sua
configuração electrónica e podem ser classificados como de transição?

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14. Um elemento que tem raio atómico grande e pequena energia de ionização,
como o podemos classificar?

15. Em relação aos elementos 20A, 22B, 32C e 58D no estado fundamental são
feitas as seguintes afirmações:

15.I – C e D estão no mesmo período da tabela periódica;

15.II – A e C pertencem ao mesmo grupo mas em períodos diferentes;

15.III – A, B, C e D são metais alcalinos terrosos;

15.IV – B e D são elementos de transição;

15.V – C é mais electropositivo que A.

Quantas afirmações estão correctas?

16. Considere as afirmações:

16.I – Nos metais alcalinos o raio atómico aumenta com o aumento do número
atómico;

16.II – A afinidade electrónica do 35Br é maior que a do 56Ba e menor que a do


9F;

16.III – Os elementos do subgrupo IIA possuem menor energia de ionização do


que os do subgrupo VIIA.

Quantas afirmações estão correctas?

17. Considere que um anel, um pneu e uma roda gigante, representam átomos
que ocupam um mesmo período da tabela periódica. Qual é a ordem crescente de seus
números atómicos?

18. Considere que um anel, um pneu e uma roda gigante, representam átomos
que ocupam um mesmo período da tabela periódica. Qual é a ordem crescente de suas
electronegatividades?

19. Em relação aos elementos 11A, 17B e 19C, no estado fundamental são feitas as
afirmações:

19.I – O elemento B tem maior raio atómico que o elemento A;

19.II – O elemento A tem maior potencial de ionização que o elemento C;

19.III – O elemento C tem maior afinidade electrónica que o elemento B;

19.IV – Os elementos A e B são metais e o elemento C é não-metal;

19.V – O elemento C e os iões B1- e A1+ são isoelectrónicos

Quantas afirmações estão correctas?

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20. Um átomo de um elemento químico apresenta 2 electrões na primeira


camada, 8 electrões na segunda, 18 electrões na terceira e 7 na quarta. Qual a família e
período em que está localizado o elemento?

21. Considere um átomo que apresenta os seguintes números quânticos para o


electrão de valência: n = 4, ℓ = 1, m =+1 e ms=-0,5. Com relação a este átomo, é correto
afirmar que: a) pode ser um metal de transição. b) Pode possuir no máximo 20 electrões.
c) Possui raio atómico menor do que o carbono. d) Possui menor electronegatividade do
que o cálcio. e) possui primeira energia de ionização maior do que a do bário.

22. Considere um átomo representado pelo seu número atómico Z = 58 e em seu


estado normal. É CORRETO afirmar que:

22.I – O mesmo possui um total de 20 electrões em subnível f.

22.II – O primeiro nível de energia com electrões em orbitais d é o n = 4.

22.III – Se um de seus isótopos tiver número de massa 142, o número de


neutrões desse isótopo é 82.

22.IV – Os subníveis 5s 4d 5p 6s 4f não estão escritos na sua ordem crescente de


energia.

22.V – Sua última camada contém 2 electrões no total.

22.VI – Um de seus electrões pode apresentar o seguinte conjunto de números


quânticos: n=2, ℓ =0, m=+1, s=+1/2.

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CAPÍTULO III – LIGAÇÕES QUÍMICAS

Ligações químicas são uniões estabelecidas entre átomos para


formarem moléculas ou, aglomerados atómicos organizados de forma a constituírem a
estrutura básica de uma substância ou composto.

As ligações químicas podem ocorrer através da doação e recepção


de electrões entre os átomos, que se transformam em iões ou ainda através da partilha de
electrões. Há regras físico-químicas a serem obedecidas, e a união estabelecida
entre átomos não ocorre de qualquer forma, devendo haver condições apropriadas para
que a ligação entre os átomos ocorra, tais como: afinidade, electronegatividade,
electropositividade, etc.

3.1 Regra de octeto e regra do dueto

Um certo número de elementos adquire estabilidade electrónica quando seus


átomos apresentam oito electrões na sua camada mais externa, e usualmente, esses se
ligam de forma a buscarem completar esses oito electrões, especificamente ao completar
suas camadas externas.

Dadas as variações na distribuição electrónica, existem muitas excepções para


essa regra, a exemplo do Hidrogénio (H) que se estabiliza com dois electrões na última
camada. De fato, a regra do octeto vale somente para os elementos representativos do
nível dois, como o Carbono, o Nitrogénio e o Oxigénio (que são alguns dos elementos
mais utilizados no ensino de química). Ao descer para o nível três, porém, os átomos já
tendem a adquirir uma configuração estável com 18 electrões, e para outros níveis já se
torna difícil estabelecer um padrão para as distribuições electrónicas, devidos às
variações citadas anteriormente.

3.2 Tipos de Ligações Químicas

A estrutura electrónica dos átomos e a forma de distribuição dos electrões de


valência é que determina o tipo de ligação que se produz e as propriedades das novas
moléculas que se formam. Há dois tipos extremos de ligação química:

Ligações Iónicas são as ligações baseada na atracção entre


dois iões carregados com cargas opostas. Na formação da ligação iónica, um metal tem
uma grande tendência a perder electrão (s), formando um ião positivo ou catião. Isso
ocorre devido à baixa energia de ionização de um metal, isto é, é necessário pouca
energia para remover um electrão de um metal.

16
Manual de Química para o curso preparatório 17

Características dos compostos iónicos

 Apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambientes;


 Possuem altos ponto de fusão e ponto de ebulição;
 Conduzem corrente eléctrica quando dissolvidos em água ou fundidos.

OBS.: O hidrogénio faz ligação iónica com metais também. Embora possua um
electrão, não é metal, logo, não tende a perder esse electrão. Na verdade, o hidrogénio
tende a receber um electrão ficando com configuração electrónica igual à do gás hélio.
Ligação covalente ou molecular é aquela onde os átomos possuem a tendência
de compartilhar os electrões (não metais) de sua camada de valência.
Ligação covalente polar: ocorre entre átomos não metais de diferentes
electronegatividades. Este tipo de ligação ocorre em moléculas como o cloreto de
hidrogénio (HCl), água (H2O) e amoníaco (NH3), em que o par de electrões da ligação é
compartilhado pelos átomos envolvidos formando-se de igual modo compostos estáveis.
Neste tipo de ligação não há a formação de iões, pois as estruturas formadas são
electronicamente neutras, como o exemplo abaixo, da água. Ele necessita de dois
electrões para ficar estável e o H irá compartilhar seu electrão com o O. Sendo assim o O
ainda necessita de um electrão para se estabilizar, então é preciso de mais um H e esse H
compartilha seu electrão com o O, estabilizando-o.

Ligação covalente apolar: ocorre entre átomos não metais de iguais


electronegatividades, afinidade electrónica e energia de ionização.
Ligação dactiva ou coordenada: Este tipo de ligação ocorre quando os átomos
envolvidos já atingiram a estabilidade com os oito ou dois electrões na camada de
valência. Sendo assim eles compartilham seus electrões disponíveis, como se fosse um
empréstimo para satisfazer a necessidade de oito electrões do elemento com o qual está se
ligando.

17
Manual de Química para o curso preparatório 18

Na ligação covalente é suposto que a partilha de electrões se produz como


consequência dos emparelhamento de spins opostos dos orbitais dos átomos que se ligam,
justificando assim a diminuição de energia pelas forças de atracção devido ao campo
magnético dos electrões em cada átomo com spins opostos. Logo, o factor determinante
para a produção da ligação é a existência de spins opostos.

3.3 Teoria da nuvem electrónica


Essa teoria foi estabelecida como resultado da interacção dos átomos e, nela
enuncia-se que os orbitais atómicos dispõem de seus electrões com spin antiparalelo,
ficando parelhados e formando-se em consequência a ligação. Logo, qualquer teoria que
pretenda descrever com detalhe a ligação covalente, deverá explicar tanto a geometria da
molécula, bem como a energia de formação dessas ligações e outras propriedades
moleculares.
3.4 Hibridação. Tipos de hibridação
Hibridização ou hibridação é o processo de formação de orbitais
electrónicos híbridos. Em alguns átomos, os orbitais dos subníveis atómicos s e p se
misturam, dando origem a orbitais híbridos sp, sp² e sp³.

18
Manual de Química para o curso preparatório 19

Segundo a teoria das ligações covalentes, uma ligação desse tipo se efectua pela
sobreposição de orbitais semi-preenchidos (com apenas um electrão). A hibridação
explica a formação de algumas ligações que seriam impossíveis por aquela teoria, bem
como a disposição geométrica de algumas moléculas.
3.5 Geometria Molecular
A geometria molecular baseia-se na forma espacial que as moléculas assumem
pelo arranjo dos átomos ligados. Assim, cada molécula apresenta uma forma geométrica
característica da natureza das ligações (iónicas ou covalentes) e dos constituintes (como
electrões de valência e electronegatividade).
A teoria da repulsão dos pares electrónicos de valência (TRPEV) aponta que os
pares electrónicos (electrões de valência, ligantes ou não) do átomo central se comportam
como nuvens electrónicas que se repelem e, portanto, tendem a manter a maior distância
possível entre si. Para que se torne mais fácil a determinação da geometria (e estrutura)
de uma molécula, deve-se seguir os seguintes passos:

Contagem do número total de electrões de valência (levando em consideração a


carga, se for um ião);

Determinação do átomo central (geralmente, o menos electronegativo);

Contagem do número de electrões de valência dos átomos ligantes;

Cálculo do número de electrões não ligantes (diferença entre número total e o


número de electrões dos átomos ligantes com a camada de valência totalmente completa);

Desse modo, as geometrias mais comuns obtidas (observando-se,


principalmente, os pares electrónicos não ligantes) são:

19
Manual de Química para o curso preparatório 20

Exercícios do terceiro capítulo

1. Com base na regra de octeto, escreve as fórmulas electrónicas e estruturais das


seguintes espécies:

a) CO2 b) CH4 c) NH3

2. No total, quantos pares de electrões encontram-se compartilhados entre os


átomos na molécula de BCl3?

3. Para os seguintes elementos A(Z=11), B(Z=12), C(Z=7), D(Z=16) e E(Z=9)


responda:

a) Quantos electrões de valência existem em cada um dos átomos desses


elementos?

b) Quantos electrões emparelhados e desemparelhados existem na camada de


valência de cada um desses átomos?

c) Quantas ligações covalentes cada um dos átomos pode efectuar? Justifique.

4. Monte as fórmulas electrónicas e estruturais (se existir) para os seguintes


pares de elementos:

a) Na e S b) Ba e N c) K e O d) Al e O e) Cl e P

5. Considere os elementos X, Y, Z e W, cujas configurações electrónicas são


indicadas:

X – 1s1 Y – 1s2 2s1 Z – 1s22s22p4 W – 1s22s22p5

5.I – O composto formado por X e W é covalente polar;

20
Manual de Química para o curso preparatório 21

5.II – O composto formado por Y e Z é iónico;

5.III – O composto formado por X e Z tem a fórmula X2Z.

6. A camada mais externa de um elemento X apresenta 3 electrões, enquanto a


camada mais externa do elemento Y apresenta 7 electrões. Apresente a fórmula do
composto formado por esses dois elementos.

7. Um elemento X cujo nº atómico é 12, combina-se com um elemento Y situado


na subgrupo VA da tabela periódica. Que fórmula vai apresentar o produto por eles
formado?

8. Dois átomos P e Q com os seus subníveis mais energéticos 2p5 e 2p4


respectivamente, que fórmulas devem apresentar e qual o tipo de ligação a se formar?

9. Dados os números atómicos de C(Z=6), O(Z=8) e Cl(Z=17), determine o


número total de electrões na estrutura de Lewis da molécula COCl2

10. O BeH2 é uma molécula que apresenta:

a) geometria linear b) hibridação sp2

11. Para as moléculas SiF4 e de etino(C2H2) represente:

a) estruturas de Lewis; b) tipos de ligações c) hibridação

12. Em qual das seguintes moléculas a ligação é tripla?

a) HCl b) Cl2 c) N2 d) O2

21
Manual de Química para o curso preparatório 22

CAPÍTULO IV – NÚMERO DE OXIDAÇÃO

Durante a formação de uma ligação química, os elementos tendem a transferir os


electrões para os átomos a fim de se estabilizarem e, assim formarem moléculas estáveis.
Durante essa transferência, os elementos sofrem algumas variações nos seus valores de
cargas. Essas cargas indicam os possíveis valores de numero de oxidação que os
elementos apresentam.

O número de oxidação (nox) é definido como a carga eléctrica que um átomo


adquire ao formar um ligação, ou ainda, a carga real que nos informa a quantidade de
electrões envolvidos nas ligações que o átomo realiza.

Por essa razão, a maioria dos elementos químicos apresenta diversos números de
oxidação, dependendo do composto que ele forma.

4.1 Regras de determinação do número de oxidação

Para entendermos os números de oxidação, devemos conhecer as seguintes


regras:

- Em substâncias simples, o número de oxidação é zero (0);

- Em iões monoatómicos, o nox é igual a sua carga;

- Em moléculas, a soma total dos nox é nula (0);

- Em iões-compostos, a soma total dos nox é igual a sua carga

4.2 Elementos com nox fixo

Elemento Nox Observações

Metais alcalinos e Ag +1 Constantemente

Metais alcalinos terrosos, Zn e Cd +2 Constantemente

Alumínio e Boro +3 Constantemente

Oxigénio -2 na maioria

-1 nos peróxidos (H2O2, Na2O2, CaO2, MgO)

Halogénios -1 em moléculas sem oxigénio

Hidrogénio -1 em hidretos metálicos(NaH, CaH2, AlH3)

+1 em compostos moleculares

22
Manual de Química para o curso preparatório 23

Exemplo: Determine o nox das seguintes espécies químicas.

a) KClO2 b) MnO42- c) MgC2O4

Resolução: Sendo o cloro o elemento com nox não tabelado então teremos:

+1·1 + 1·X + 2·(-2) = 0 → X = +3

4.2 Processos (reacções) de oxidação e redução

Existem reacções em que o número de oxidação dos elementos sofre alterações.


A essas reacções chamamos de reacções de oxidação-redução (oxi-redução ou redox).

Um elemento sofre oxidação quando em uma reacção o mesmo sofre um


aumento no seu nox devido a perda de electrões e, sofre redução quando sofre uma
diminuição no seu nox devido a recepção de electrões.

O elemento que sofre oxidação é chamado agente reductor e, o elemento que


sofre redução é chamado de agente oxidante.

4.3 Ajuste de coeficientes em uma equação de oxidação – redução

Em uma equação teremos sempre dois membros. Esquerdo e direito. No lado


esquerdo temos os reagentes e do lado direito temos os produtos de uma reacção. Uma
substância em uma equação deve apresentar sempre coeficientes e índices.

aA + bB + ... → cC + dD + ...

Para acertarmos uma reacção redox, temos alguns métodos a seguir:

4.3.1 Método das tentativas

O método das tentativas consiste em adicionar coeficientes estequiométricos as


espécies presentes na reacção de modo a acertar as quantidades de átomos dos elementos
na equação química em estudo, cumprindo assim a lei de Lavoisier.

Numa reação química, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das
massas dos produtos. Por este motivo, esta lei ficou conhecida como Lei de Lavoisier ou
Lei da Conservação da Massa.

4.3.2 Método ião – electrão

- Calcular os nox dos elementos presentes nas moléculas, comparar e fixar os


que sofreram alterações;

- Identificar os agentes oxidante e reductor e escrever as semireacções de


oxidação e de redução;

- Acertar as quantidades de átomos dos agentes oxidante e redutor nas semi


reacções e, multiplicar essas quantidades pelas quantidades de electrões perdidas ou
recebidas;

23
Manual de Química para o curso preparatório 24

- Acertar a quantidade de átomos de oxigénio em função do meio

· Se o meio da reacção for ácido adiciona-se moles de água ao lado deficiente


em oxigénio e, adiciona-se moles de ião hidrogénio ao lado deficiente em hidrogénio;

· Se o meio da reacção for básico (alcalino) adiciona-se moles de ião hidroxilo


ao lado deficiente em oxigénio e, adiciona-se moles de água ao lado deficiente em
hidrogénio;

- Justificar a quantidade de cargas em ambos membros e multiplicar ambas


semi-reacções por um factor apropriado (geralmente são utilizadas as quantidades de
electrões cedidas/recebidas) que nos permite eliminar as quantidades de electrões
presentes;

- Somar as semireacções e justificar a igualdades das espécies presentes e das


cargas existentes.

Exercícios do quarto capítulo

1. Calcule o nox das dos átomos sublinhados das seguintes espécies:

a) K2CO3 b) K2C2O4 c) H2SO3 d) H4P2O7

e) NaMnO4 f) H3PO4 g) HIO4 h) BrO3-

i) IO2- j) Cr2O72- k) AsO33- l) NO2-

m) Bi2O3 n) MnO2 o) HCO3- p) CrCl3

2. Acerte as seguintes reacções pelo método conveniente

a) MnO + PbO2 + HNO3 → HMnO4 + Pb(NO3)2 + H2O

b) Cr2O3 + Na2CO3 + KNO3 → Na2CrO4 + CO2 + KNO2

c) Ca3(PO4)2 + SiO2 + C → CaSiO3 + P4 + CO

d) KMnO4 + HCl → KCl + MnCl2 + H2O + Cl2

d) I- + NO2- → I2 + NO

e) Zn + NO3- → Zn2+ + N2

f) Br- + MnO4- → BrO3- + MnO2

g) CrO42- + Br- → Cr3+ + Br2

24
Manual de Química para o curso preparatório 25

h) MnO4- + H2O2 → Mn2+ + O2

i) MnO42- + H2O2 → MnO2 + O2

j) Cu + NO3- → Cu2+ + NO

k) S2- + NO2- → SO32- + N2

l) Zn + NO3- → ZnO22- + NH3

m) Cr2O72- + Cℓ2 → Cr3+ + CℓO3-

n) C2O42- + MnO4- → Mn + CO2

o) Cr3+ + S2O82- → Cr2O72- + SO42-

25
Manual de Química para o curso preparatório 26

CAPÍTULO V – NOMENCLATURA DOS


COMPOSTOS INORGÂNICOS
Para entendermos as nomenclaturas dos compostos químicos, sejam eles
inorgânicos ou orgânicos, o primeiro passo é conhecermos os elementos químicos que
formam esses compostos.

5.1 As funções inorgânicas

Uma função química é um conjunto de compostos diferentes, que possuem


semelhanças estruturais e apresentam as mesmas propriedades químicas. Os compostos
inorgânicos, de forma geral, são formados basicamente pela combinação entre catiões e
aniões.

5.1.1 Estudo dos catiões

Catiões são espécies químicas que apresentam cargas positivas e, para dar nome
a um catião temos a seguinte regra (geral): Catião + nome do metal.

Carga Catião
+1 H, Li, Na, K, Rb, Cs, Fr, Ag, NH4+
+2 Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra, Zn, Cd
+3 B, Al

Se o elemento forma mais de um catião então, adiciona-se ao nome do elemento


os sufixos oso e ico onde, oso para o catião de menor carga e iço para o catião de maior
carga, ou ainda, atribuímos a nomenclatura de Stocks onde, o valor da carga é indicado
por números romanos.

Elemento Catião
Cobre Cu+: cuproso/cobre (I) Cu2+: cúprico/cobre (II)
Ferro Fe2+: ferroso/ferro (II) Fe3+: férrico/ferro (III)
Niquel Ni2+: niqueloso/níquel (II) Ni3+: niquélico/níquel (III)

26
Manual de Química para o curso preparatório 27

Chumbo Pb2+: plumboso/chumbo (II) Pb4+: plúmbico/chumbo (IV)

5.1.2 Nomenclatura dos aniões

Aniões são espécies químicas que apresentam cargas negativas. Para dar nome á
um anião temos a seguinte regra: Anião + nome do elemento/não metal + sufixo. O
sufixo é empegue de acordo ao tipo de anião em estudo.

5.1.2.1 Aniões simples (não oxigenados)

Aniões que não apresentam átomos de oxigênio na sua constituição. A regra de


nomenclatura é: Anião + não metal + sufixo ``eto``

Anião Nome do anião


F- Fluoreto
Cl- Cloreto
Br- Brometo
I- Iodeto
CN- / NC- Cianeto / Isocianeto
S2- Sulfureto ou sulfeto
[Fe(CN)6] 3- Ferricianeto
[Fe(CN)6] 4- Ferrocianeto

5.1.2.2 Aniões oxigenados (Oxi-aniões)

Aniões que apresentam átomos de oxigênio na sua constituição. A regra de


nomenclatura é: Anião + nome do elemento/não metal + sufixo ``ito / ato``

27
Manual de Química para o curso preparatório 28

Prefixo Nox Sufixo


Hipo +1

á ito

+4
+5

à ato

Per +7

5.1.2.3 Aniões mais importantes e de nomenclatura fixa

Os aniões mais importantes encontrados na maior parte das moléculas são:


NO31- - nitrato, SO42- - sulfato/sulfurato, ClO31- - clorato, PO43- - fosfato e CO32- -
carbonato. Para os aniões sulfato, fosfato e carbonato, podemos ainda empregar o prefixo
``bi`` adicionando átomo de hidrogênio e diminuir a carga desses aniões.

Exemplo: XO42- então, HXO41-. CO32-: carbonato; HCO31-: bicarbonato

Quando aparece o prefixo ISO, deve-se inverter a posição do C e do N.


Exemplo: CNO1-: cianato; NCO1-: isocianato

Quando aparece o prefixo TIO, deve-se substituir um átomo de O por um átomo


de S. Exemplo: SO42- - sulfato; S2O32-- tiosulfato; CNS1-: tiocianato; NCO1-:
isotiocianato.

Anião Nome Anião Nome


MnO41- permanganato CH3COO1- acetato
MnO42- manganato ZnO22- zincato
2- 1-
CrO4 cromato AlO2 aluminato
Cr2O72- dicromato C2O42- oxalato
N3-/ P3- nitreto / fosfeto SiO44- silicato

5.1.3 Nomenclatura das bases

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Manual de Química para o curso preparatório 29

Bases são compostos que, apresentam na sua constituição o anião hidroxónio,


oxidrilo ou hidroxilo ( OH1- ). Bases = Cátião + OH1-. A nomenclatura das bases é
feita pela seguinte regra: Hidróxido + de + nome do catião.

Exemplos: NaOH: hidróxido de sódio; Ca(OH)2: hidróxido de cálcio;


Fe(OH)3: Pb(OH)2, Ni(OH)2, Cu(OH)2.

5.1.4 Nomenclatura dos sais

Sais são compostos que possuem apresentam na sua constituição um catião


diferente de H+ e um anião diferente de OH–. Sais = Catião + Anião. A sua
nomenclatura é dada pela seguinte regra: nome do anião + de + nome do catião.

Exemplos: NaCℓ: cloreto de sódio; CaCO3: carbonato de cálcio; Aℓ2(SO4)3,


Ca(CℓO)2, KHSO4.

5.1.5 Nomenclatura dos ácidos

Ácidos são substâncias que apresentam na sua constituição o ião hidrogênio


+
(H ), ou ainda, são compostos que em solução aquosa se ionizam, produzindo catião
hidrogênio. Ácidos = H+ + Ânion. Para dar nome aos ácidos temos a seguinte regra:
ácido + nome do anião + sufixo. O sufixo é empregue tendo em conta o tipo de ácido.
Nessa classe de compostos, são substituídos os sufixos dos respectivos aniões.

Exemplos: HCℓ ↔ H+(aq) + Cℓ–(aq); HCN ↔ H+(aq) + CN–(aq)

5.1.5.1 Hidrácidos

Hidrácidos são ácidos que não apresentam átomos de oxigênio na sua


constituição. A regra de nomenclatura dos hidrácidos é: ácido + nome do anião + sufixo
``idrico``.

Exemplos: HBr: ácido bromídrico; HCℓ: ácido clorídrico; HCN, H2S, HI,
H3[Fe(CN)6].

5.1.5.2 Oxoácidos

Oxioácidos são ácidos que apresentam átomos de oxigênio na sua constituição.


A regra de nomenclatura dos oxi-ácidos é: ácido + nome do anião + sufixo ``oso ou
ico``.

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Manual de Química para o curso preparatório 30

Exemplos: HNO3: Ácido nítrico; H2CO3: Ácido carbônico; H2SO4, HNO2,


HCℓO, HMnO4.

5.1.6 Nomenclatura dos óxidos

São compostos binários em que o oxigênio é a espécie mais electronegativa e


está ligada á outra espécie menos electronegativa (metal ou não-metal). Óxidos =
Elemento + O2-. A nomenclatura dos óxidos é feita tendo em conta o tipo de óxido em
ánalise.

5.1.6.1 Óxidos iônicos (metálicos)

São óxidos em que o oxigênio encontra-se ligado á um metal. A sua regra de


nomenclatura é: óxido + de + nome do catião

CaO: Óxido de cálcio; Aℓ2O3: Óxido de alumínio; Na2O: óxido de sódio

5.1.6.2 Óxidos moleculares

São óxidos em que o oxigênio encontra-se ligado à um elemento diferente de


metal (não-metal ou semi-metal). A nomenclatura dos óxidos moleculares é dada pela
seguinte regra: prefixo + óxido + de + ``prefixo`` + nome do elemento.

Exemplos: CO2: dióxido de carbono; SO3: trióxido de carbono; P2O5: pentóxido


de difósforo.

5.1.7 Nomenclatura dos hidretos

Hidretos são compostos onde o hidrogênio apresenta carga negativa e, está


ligado à metais. Hidreto = Metal+ + H–. A regra de nomenclatura dos hidretos é: hidreto
+ de + nome do metal.

Exemplos: CaH2: Hidreto de cálcio; NaH: Hidreto de sódio.

Exercícios do quinto capítulo

1. Escreve o nome (ou fórmula) dos seguintes compostos orgânicos:

a) KMnO4 b) Hidróxido plúmbico c) KCNS d) ácido dicrómico

e) Na2CrO4 f) manganato de lítio g) CH3COONa h) sulfato mercuroso

i) K2Cr2O7 j) óxido niquélico k) Cu(OH)2 l) ácido hipofosforoso

m) Cu2O n) tioisocianato de cálcio o) NaHSO4 p) zincato de sódio

q) ácido ferrocianídrico r) Ca3[Fe(CN)6]2 s) bicarbonato de magnésio

t) NH4CNO u) fosfeto de cálcio v) AgBrO4 w) óxido mercúrico

30
Manual de Química para o curso preparatório 31

x) H2MnO4 y) hidróxido niqueloso z) ZnC2O4

2. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda

3. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda

31
Manual de Química para o curso preparatório 32

CAPÍTULO VI – ESTEQUIOMETRIA

Uma reacção química significa uma transformação de substâncias em outras. Os


elementos químicos não são modificados mas sim, as substâncias. Num processo nuclear,
os elementos são transformados em outros. Num processo físico, nem os elementos, nem
as substâncias são transformados.

As substâncias que iniciam uma reacção química são chamados de reagentes,


enquanto que aquelas que são obtidas são chamadas de produtos. Diz-se então que os
reagentes são transformados em produtos.

Todas as substâncias envolvidas na reacção química, apresentam as suas


respectivas quantidades (número de moles, massa, volume, etc.) e, ao cálculo dessas
quantidades envolvidas numa reacção química é denominado estequiometria.

Uma equação química, é a descrição global da reacção química. Nela, constam


as fórmulas das substâncias reagentes e dos produtos.

Reagentes → Produtos

6.1 Tipos de reacções químicas

As reacções químicas podem ser classificadas em vários tipos que são:

SÍNTESE OU ADIÇÃO: é a reacção onde duas ou mais substâncias reagem


para se transformar em uma.

Exemplo:
Cao + H2O → Ca(OH)2

ANÁLISE OU DECOMPOSIÇÃO: é a reação onde uma substância se divide


em duas ou mais substâncias de estrutura mais simples.
Exemplo:
2Cu(NO3)2 → 2CuO + 4NO2 + O2

SIMPLES TROCA OU DESLOCAMENTO: é a reacção onde uma substância


simples troca de lugar com um elemento de uma substância composta, se transformando
em uma nova substância simples.
Exemplo:
Fe + CuSO4 → FeSO4 + Cu

DUPLA TROCA: é a reacção onde duas substâncias compostas reagem e


trocam seus elementos, se transformando em duas substâncias também compostas.
Exemplos:
FeS + 2HCl → FeCl2 + H2S

32
Manual de Química para o curso preparatório 33

NEUTRALIZAÇÃO: Uma reação de neutralização é caracterizada pela


interacção química entre um ácido e uma base, resultando como produtos um sal e água.
6.2 Cálculos estequiométricos

As relações de cálculos estequiometricos são feitas em função de alguns


parâmetros: massa de uma substância, nº de moles e até o volume de uma substância
gasosa.

Para que esses cálculos sejam realizados, devemos seguir os respectivos passos:

1ª Regra: Escreva correctamente a equação química mencionada no problema (caso


ela não tenha sido fornecida);

2ª Regra: As reacções devem ser balanceadas correctamente (tentativa ou oxi-


redução), lembrando que os coeficientes indicam as proporções em moles dos
reagentes e produtos;

3ª Regra: Caso o problema envolva pureza de reagentes, fazer a correcção dos


valores, trabalhando somente com a parte pura que efectivamente irá reagir;

4ª Regra: Caso o problema envolva reagentes em excesso – e isso percebemos quando


são citados dados relativos a mais de um reagente – devemos verificar qual deles está
correto. O outro, que está em excesso, deve ser descartado para efeito de cálculos.

5ª Regra: Relacione, por meio de uma regra de três simples os dados e a pergunta do
problema, escrevendo correctamente as informações em massa, volume, moles,
moléculas, átomos, etc. Lembre-se de que não podemos esquecer a relação:

1 mol ↔ massa (n × M) ↔ volume CNTP (22,4 L/mol) ↔ NA = 6,02·1023 (moléculas,


átomos)

6.3 Cálculos envolvendo reagentes limitante e em excesso

Para garantir que a reacção ocorra e para ocorrer mais rápido, é adicionado,
geralmente, um excesso de reagente. Apenas um dos reagentes estará em excesso. O
outro reagente será o limitante.

Estes cálculos podem ser identificados quando o problema apresenta dois


valores de reagentes. É necessário calcular qual destes reagentes é o limitante e qual deles
é o que está em excesso. Depois de descobrir o reagente limitante e em excesso, utiliza-se
apenas o limitante como base para os cálculos estequiométricos.

Exemplos:
1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a
seguinte reacção:

Reagiu 30g de zinco e 36g de enxofre. Qual é o regente em excesso?

Balancear a reacção química:


Dados:
Zn = 30g

33
Manual de Química para o curso preparatório 34

S = 36g

Transformar a massa em gramas para mol:

Pela proporção da reacção 1mol de Zn reage com 1mol de S. Então 0,46mol de


Zn reage com quantos moles de S? Pode ser feita uma regra de três para verificar qual
regente está em excesso:

x = 0,46mol de S
Então 1 mol de Zn precisa de 1 mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn,
precisamos de 0,46mol de S, mas temos 1,12mol de S. Concluímos que o S está em
excesso e, portanto o Zn é o regente limitante.
2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima?
Para resolver esta pergunta, utiliza-se somente o valor do reagente limitante.

x = 44,68g de ZnS
6.4 Cálculos de rendimento e de pureza das substâncias em uma reacção
O cálculo da pureza é feito para determinar as quantidade de impurezas que
existem nas substâncias. Estes cálculos são muito utilizados, já que nem todas as
substâncias são puras.

Exemplo:
Uma amostra de calcita, contendo 80% de carbonato de cálcio, sofre
decomposição quando submetida a aquecimento, de acordo com a reacção:

Qual massa de óxido de cálcio obtida a partir da queima de 800g de calcita?

34
Manual de Química para o curso preparatório 35

x = 640g de CaCO3
Para o restante do cálculo, utiliza-se somente o valor de CaCO3 puro, ou seja,
640g.

x = 358,4g de CaO
É comum, nas reacções químicas, a quantidade de produto ser inferior ao valor
esperado. Neste caso, o rendimento não foi total. Isto pode acontecer por várias razões,
como por exemplo, má qualidade dos aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do
operador...
O cálculo de rendimento de uma reacção química é feito a partir da quantidade
obtida de produto e a quantidade teórica ( que deveria ser obtida). Quando não houver
referência ao rendimento de reacção envolvida, supõe-se que ele tenha sido de 100%.
Qobtida
n  100%
Qteórica

Exemplo:
Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hematita (Fe2O3),

Utilizando–se 480g do minério e admitindo-se um rendimento de 80% na reação, a


quantidade de ferro produzida será de:

Equação Balanceada:

Dados: 1Fe2O3 = 480g


2Fe = x (m) com 80% de rendimento
MM Fe2O3 = 160g/mol
MM Fe = 56g/mol

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Manual de Química para o curso preparatório 36

x = 336g de Fe
Cálculo de Rendimento:

x = 268,8g de Fe

Exercícios do sexto capítulo

1º Qual é o número de moles de zinco que reagem com 20 moles de ácido


clorídrico, segundo a reacção: Zn + HCℓ → ZnCℓ2 + H2 R: 20 mol
2º A combustão completa do metano (CH4) produz dióxido de carbono (CO2) e
água. Quantas moles de CO2 são produzidas durante a reacção de 0,3 moles de gás
oxigénio com metano? R: 0,15 moles

3º Quando se utilizam 0,25 moles de metanol (CH3OH) na reacção com


oxigénio, quantos moles de CO2 são produzidos segundo a reacção: CH3OH + O2 →
CO2 + H2O. R: 0,25 moles.

4º Na reacção do óxido de alumínio (Al2O3) com ácido sulfúrico (H2SO4) forma-


se sulfato de alumínio [Aℓ2(SO4)3] Quantos moles de ácido são necessários para produzir
6 moles desse sulfato? Al2O3 + H2SO4 → Aℓ2(SO4)3 + H2O. R: 18 moles.

5º O hidróxido de alumínio é preparado pela adição de hidróxido de cálcio ao


sulfato de alumínio. Que número de moles do sulfato reagem com suficiente hidróxido de
cálcio para formar 10 moles de hidróxido de alumínio. Aℓ2(SO4)3 + Ca(OH)2 →
Aℓ(OH)3 + CaSO4. R: 5 moles

6º Que quantidade de moles de água são produzidas durante a combustão


completa de 40 gramas de hidrogênio (H = 1): H2 + O2 → H2O. R: 20 moles

7º Que massa de carbonato de sódio reage completamente com 0,25 moles de


ácido clorídrico (Na = 23; C = 12; O = 16). Na2CO3 + HCℓ → NaCℓ + H2O + CO2
R: 13,25 gramas

8º Qual deverá ser a quantidade de moles de água que se formam durante a


combustão de 138 gramas etanol: C2H6O + O2 → CO2 + H2O. R: 9 moles

9º Quantas moles de ácido fosfórico podem ser produzidos pela reacção de


18,375 gramas de ácido sulfúrico com fosfato? (S = 32). Ca3(PO4)2 + H2SO4 → H3PO4
+ CaSO4. R: 0,125 moles

10º O alumínio é obtido pela electrólise da bauxita (Al2O3). Nessa electrólise,


ocorre a formação de oxigénio que reage com os eléctrodos de carbono utilizados no

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Manual de Química para o curso preparatório 37

processo. Que massa de bauxita se consome para obtermos 54 gramas de alumínio? (Al =
27). R: 102 gramas

11º Partindo de 62 gramas de Ca3(PO4)2 e usando quantidade suficiente de


H2SO4, que massa de H3PO4 pode ser obtida?(Equação do 9º; P = 31). R: 39,2 gramas

12º A corrosão de um metal consiste na sua destruição ou deterioração, devido à


reacção com meio ambiente. Que massa de ferrugem (óxido férrico) pode ser formada
quando 1 grama de ferro reage com oxigênio (Fe = 56). Fe + O2 → Fe2O3. R: 14,28
~14,30 gramas

13º Considere que 9,5 gramas de TiCℓ4 reagem com magnésio e que a reacção se
tenha completado, que massa de titânio pode ser obtida? (Ti = 48; Cℓ = 35,5; Mg = 24).
TiCℓ4 + Mg → Ti + MgCℓ2. R: 2,4 gramas

14º Que volume de gás carbônico é libertado quando 6 gramas de carbonato de


amônio reagem com excesso de ácido fosfórico? (N = 14). (NH4)2CO3 + H3PO4 →
(NH4)3PO4 + CO2 + H2O. R: 1,4 litros

15º O enxofre queima com uma chama azul característica, produzindo o gás
dióxido de enxofre. (SO2) de acordo com a equação S + O2 →SO2. Se queimarmos 64
gramas de enxofre, que volume de dióxido de enxofre é produzido nas CNTP? R: 44,8
litros.

16º Conhecendo a reacção N2 + H2 → NH3, que volume de gás hidrogênio


será necessário para obtenção de 6 litros de gás amoníaco. R: 9 litros

17º Sabendo que 10,8 gramas de alumínio reagiram completamente com ácido
sulfúrico, conforme a reacção: Al + H2SO4  Al2(SO4)3 + H2. Calcule volume de gás
hidrogénio liberado, medido nas CNTP. R: 13,44 litros

18º 5 kg de CaCO3 são totalmente decompostos, conforme a reação química:


CaCO3  CaO + CO2 . Calcule o volume de gás carbônico obtido a 25ºC e 1 atm,
considerando que o volume molar é de 25 L/mol. R: 1250 litros

19º Um funileiro usa um maçarico de acetileno para soldar uma panela. O gás
acetileno (C2H2) é obtido na hora, através da seguinte reacção química:
CaC2 + H2O  Ca(OH)2 + C2H2. Qual a massa aproximada de carbureto de cálcio (CaC2)
que será necessária para se obter 50 litros de acetileno nas CNTP?
R:142,8 gramas

20º Realizando-se a reacção entre 18 gramas de alumínio e 462 gramas de gás


cloro, segundo a equação química: Al + Cl2  AlCl3 , obtém-se qual quantidade máxima
de cloreto de alumínio? R: 89 gramas

21º 400 gramas de hidróxido de sódio (NaOH) são adicionados a 504 gramas de
ácido nítrico (HNO3), produzindo nitrato de sódio (NaNO3) e água. Calcule a massa de
nitrato de sódio obtida. R: 680 gramas

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Manual de Química para o curso preparatório 38

22º Qual a quantidade máxima de NH3, em gramas, que pode ser obtida a partir
de uma mistura de 140 gramas de gás nitrogénio com 18 gramas de gás hidrogénio?
R: 102 gramas

23º Qual a quantidade máxima, em gramas, de carbonato de cálcio que pode ser
preparada misturando-se 2 moles de carbonato de sódio com 3 moles de cloreto de cálcio,
conforme a equação: Na2CO3 + CaCl2  CaCO3 + NaCl. R: 200 gramas

24º Misturam-se 147 gramas de ácido sulfúrico e 100 gramas de hidróxido de


sódio que se reajam segundo a reacção: H2SO4 + NaOH  Na2SO4 + H2O. Qual a massa
de sulfato de sódio formada? Qual a massa do reagente que sobra em excesso após a
reacção? R:177,5 e 24,5

25º O H2S reage com o SO2 segundo a reacção: H2S + SO2  S + H2O. Qual o
número máximo de mols de enxofre que pode ser formado quando se faz reagir 5 mols de
H2S com 2 moles de SO2? R: 6 moles

26º Uma amostra de calcita, contendo 80% de pureza de carbonato de cálcio


(CaCO3), sofre decomposição quando submetida a aquecimento, segundo a reacção:
CaCO3  CaO + CO2. Qual a massa de óxido de cálcio obtida a partir da queima de 800
gramas de calcita? R:358,4 gramas

27º A equação de ustulação da pirita (FeS) é: FeS + O2  SO2 + Fe2O3. Qual a


massa de óxido de ferro III obtida, em kg, a partir de 300 kg de pirita, que apresenta 20%
de impurezas? R:218,18 gramas

28º Para a produção de soda cáustica (NaOH), uma indústria reage carbonato de
sódio com hidróxido de cálcio segundo a equação: Na2CO3 + Ca(OH)2  CaCO3 +
NaOH. Ao reagirmos 265 gramas de carbonato de sódio com 80% de pureza, devemos
obter que massa em gramas de soda cáustica? R:160 gramas

29º 8 gramas de carbono contendo 60% de pureza é colocado a reagir com gás
oxigénio produzindo gás carbónico. Qual é a massa de gás carbónico obtida segundo a
reacção: C(carvão) + O2  CO2. R: 17,6 gramas

30º 32,70g de zinco metálico (Zn) reagem com uma solução concentrada de
hidróxido de sódio (NaOH), produzindo 64,53g de zincato de sódio (Na2ZnO2). Qual o
rendimento dessa reacção? R:89,69%

31º O etanol pode ser produzido pela fermentação da glicose (C6H12O6)


conforme a reacção: C6H12O6  C2H6O + CO2. Se 360 gramas de glicose produzem 92
gramas de etanol, qual será o rendimento da reacção? R: 50%

32º Com 40 gramas de enxofre são obtidos 55 gramas de sulfureto ferroso.


Determine o rendimento da reacção que se obtém.

33º 65 kg de zinco em pó foram atacados por ácido clorídrico produzindo um sal


e libertando gás hidrogénio. Determine o rendimento dessa reacção sabendo que a massa
de gás hidrogénio obtida foi de 1,5 kg. R: 75%

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34º A ureia CO(NH2)2, substância utilizada como fertilizante, é obtida pela


reacção entre o CO2 e o NH3 conforme a reacção CO2 + NH3  CO(NH2)2 + H2O. Se
340 toneladas de amónio produzem 540 toneladas de ureia, que rendimento de reacção
teremos? R: 90%

35º O ácido sulfúrico de larga utilização e fator determinante do índice de


desenvolvimento de um país, é obtido pela reação SO3 + H2O  H2SO4.
Reagimos 80 gramas de trióxido de enxofre (SO3) com água em excesso e condições
necessárias. Qual a massa de ácido sulfúrico obtida nessa reação que tem rendimento
igual a 75%? R:73,5 gramas

36º Qual a quantidade de água formada a partir de 10g de gás hidrogénio,


sabendo-se que o rendimento da reacção é de 80%? R: 72 gramas

37º Ao reagirmos propeno com ácido clorídrico, obtemos 2-cloro-propano,


segundo a reacção que segue. C3H6 + HCl  C3H7Cl. Se reagirmos 84 gramas de
propeno (C3H6), qual a massa de 2-cloro-propano obtida, se o rendimento da reacção é de
60%?
R: 94,2 gramas

38º O salitre do Chile (NaNO3) é utilizado como conservante em embutidos


como o presunto, mortadela, etc. Esse composto pode ser obtido pela reacção:
HNO3 + NaOH  NaNO3 + H2O. Sendo a massa de ácido nítrico (HNO3) utilizada igual
a 126 gramas, qual a massa de salitre do Chile que obtemos se o rendimento dessa reação
é de 95%? R:161,5 gramas

39º Encontrou-se uma amostra de mármore (CaCO3), cuja pureza era de 60%.
Decompondo-se 50 gramas dessa amostra, obteve-se cal virgem (CaO) e gás carbónico
(CO2). Admitindo-se um rendimento de 70% para essa reacção, quantos moles de gás
carbónico foram conseguidos? R: 0,21 moles

40º O nitrato de potássio (KNO3) é conhecido pelas suas propriedades diuréticas.


Uma das reacções em que podemos obter este composto é dada a seguir:
AgNO3 + KCl  KNO3 + AgCl. Dispondo de 425 gramas de nitrato de prata com 80% de
pureza, qual a massa de nitrato de potássio que obtemos se o rendimento da reacção é de
60%? R:121,2 gramas.

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