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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

AMANDA ELLEN ARENHART


ANA CARLA DE OLIVEIRA DE MATOS
ISABELA SANT’ANA GUARIENTE
JOÃO VITOR DE SOUZA PAZ
VINÍCIUS EDUARDO DE BRITO PEREIRA

EQUILÍBRIO DE FASES LÍQUIDO-LÍQUIDO (ELL)

RELATÓRIO DA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE ENGENHARIA


QUÍMICA B

APUCARANA
2021
AMANDA ELLEN ARENHART
ANA CARLA DE OLIVEIRA DE MATOS
ISABELA SANT’ANA GUARIENTE
JOÃO VITOR DE SOUZA PAZ
VINÍCIUS EDUARDO DE BRITO PEREIRA

EQUILÍBRIO DE FASES LÍQUIDO-LÍQUIDO (ELL)

Relatório apresentado como requisito para


obtenção de nota parcial da disciplina de
Laboratório de Engenharia Química B, do
curso de Engenharia Química da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

Profª. Drª. Juliana Guerra Sgorlon

APUCARANA
2021
RESUMO

O equilíbrio de fases líquido-líquido, tem como principal objetivo estudar o


equilíbrio de fase entre líquidos miscíveis, e através desse equilíbrio de fase, é
possível construir o diagrama ternário, curva binodal e as tie-lines (linhas de
amarração). A primeira parte do experimento foi realizado através de um módulo
termodinâmico, constituído por um banho termostático com seis extratores, a partir
dos dados obtidos foi feito a curva binodal, que é a região de imiscibilidade das três
substâncias estudas. A segunda parte da prática foi realizada em extratores de
bancada, e com os dados obtidos foi realizado as linhas tie lines, no qual, estão no
interior da região de imiscibilidade.
Palavra-chave: extração líquido-líquido, diagrama ternário, tie-lines.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Exemplo de Diagrama Ternário....................................................................8


Figura 2 – Módulo Experimental de termodinâmica....................................................11
Figura 3 – Curva Binodal.............................................................................................15
Figura 4 – Cuva Binodal com as 3 Tie-lines.................................................................19
Figura 5 – Diagrama ternário teórico...........................................................................21
Figura 6 – Coeficiente de distribuição experimental....................................................23
Figura 7 – Coeficiente de distribuição teórico..............................................................24
Figura 8 – Extração de solução aquosa 35% de ácido acético com butanol
puro............................................................................................................................26
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados experimentais..................................................................................14


Tabela 2 – Massa obtidas...........................................................................................14
Tabela 3 – Relação entre as massas das fases aquosa e orgânica.............................15
Tabela 4 – Volumes de NaOH necessário para a neutralização..................................16
Tabela 5 – Número de mols de NaOH utilizados na titulação....................................17
Tabela 6 – Massa de ácido acético em cada alíquota...............................................17
Tabela 7 – Massa de ácido acético em cada fase.....................................................18
Tabela 8 – Frações mássicas.....................................................................................19
Tabela 9 – Frações mássicas teóricas.......................................................................20
Tabela 10 – Frações mássicas das Tie-lines.............................................................20
Tabela 11 – Coeficientes de distribuição experimental..............................................22
Tabela 12 – Coeficientes de distribuição teórico........................................................23
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 9
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 10
3.1 MATERIAIS E REAGENTES .............................................................................. 10
3.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 12
3.2.1 PRIMEIRA PARTE ........................................................................................... 12
3.2.2 SEGUNDA PARTE ........................................................................................... 12
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 14
4.1 CURVA BINODAL ............................................................................................... 14
4.2 DETERMINAÇÃO DAS LINHAS TIE-LINE.......................................................... 15
4.3 COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................... 22
4.3.1 COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO TEÓRICO ................................................ 23
4.4 PRATOS TEÓRICOS DE UMA COLUNA DE EXTRAÇÃO................................. 24
4.5 ESCOLHA DO SOLVENTE ................................................................................. 26
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28
7

1 INTRODUÇÃO

Ao se colocar duas fases de composições diferentes em contato pode ocorrer


a transferência de componentes de uma fase para a outra, ou vice-versa. Quando as
duas fases permanecem em contato durante um intervalo de tempo suficiente atingem
o equilíbrio e daí por diante não haverá transferência líquida entre elas. Para realizar
a separação dos constituintes dessa mistura homogênea utiliza-se as diferenças de
propriedades dos componentes da mistura (FOUST, 1982).
Existem diversos métodos de separação baseado na diferença de
composição das fases em equilíbrio, entre eles a extração líquido-líquido. Uma mistura
líquida pode ser separada pelo contato com um segundo solvente líquido. Os
componentes da mistura são solúveis, em diferentes graus, no solvente. Em caso
ideal, o componente a ser extraído deve solúvel no solvente, enquanto os outros
componentes são insolúveis. Na prática, todos os componentes são, possivelmente,
solúveis num certo grau uns nos outros, tornando a separação viável somente quando
as solubilidades são suficientemente diferentes. Em qualquer caso, o componente não
extraído deve ser suficientemente insolúvel para se formarem duas fases que possam
ser extraídas (FOUST, 1982).
Existem diversas aplicações para a extração líquido-líquido, podendo ser
utilizada para a substituição de métodos diretos de separação, como a evaporação e
a destilação, quando a pressão de vapor das substâncias for muito próxima tornando
muito difícil separar através do ponto de fusão, quando a concentração desejada as
substâncias formam azeótropos e/ou o calor latente de vaporização das mesmas for
muito alto implicando em uma demanda energética elevada. (TREYBAL, 1951).
A extração é uma alternativa de separação é comumente utilizada quando a
destilação é ineficiente ou muito difícil, ou quando, a substância ou mistura possui um
ponto de ebulição que não suporta a temperatura da destilação, mesmo submetida a
vácuo, pode ser separada por meio da aplicação de tal metodologia, que utiliza
diferenças químicas em vez de diferenças de pressão-vapor (MACCABE; SMITH;
HARRIOT, 1993).
A leitura dos resultados somente é possível com a utilização de diagramas
ternários. Esses diagramas são formulados a temperatura constante e representados
por um triangulo equilátero, com cada vértice deste triângulo representando um
componente puro, sendo a quantidade de cada componente expressa em fração
8

molar. A curva que separa a região monofásica da bifásica chama-se curva binodal e
as linhas que representam o equilíbrio de duas fases líquidas são denominadas linhas
de amarração. Na prática determinaram-se a curva binodal e as tie-lines em duas
temperaturas distintas (SORENSEN et al., 1979).

Figura 1 - Exemplo de Diagrama Ternário

Fonte: Treybal, 1951.


9

2 OBJETIVO

Estudar o equilíbrio de fases em líquidos parcialmente miscíveis e construir o


diagrama de fases líquido-líquido: curva binodal e linhas de amarração (tie-line), para
uma mistura ternária.
10

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS E REAGENTES

Nesta prática, utilizou-se o Módulo experimental, mostrado na Figura 2, contendo:

 Painel de controle, constituído por uma chave geral para ligação do


equipamento, chave que habilita o aquecimento dos extratores, controle de
agitação das pás de cada um dos extratores e o leitor onde mostra a
temperatura no qual o banho deve estar, que é de 25°C;
 Conjunto com seis extratores de mistura de 250 mL em banho termostático em
acrílico;
 Um conjunto de dez picnômetros de 25 mL aplicados para um volume molar
parcial em banho termostático;
 Uma célula modular para volume constante e variável de 250 mL em inox, para
equilíbrio L-V e solubilidade de gases em líquidos (SGL) para pressões até 20
20 bar;
 Manômetro Bourdon e de Tubo em U;
 Um banho termostático com agitação magnética acoplada;
 Uma placa aquecedora com agitação magnética;
 Galão para descarte.
11

Figura 2 - Módulo experimental de termodinâmica

Fonte: Manual de Laboratório B de Engenharia Química.

Além do módulo de Termodinâmica, utilizaram-se os seguintes materiais e


regentes:

 Ácido acético;
 Butanol;
 Água destilada;
 3 Provetas de 100 mL;
 3 Provetas de 10 mL;
 10 Béqueres de 50 mL;
 1 Béquer de um litro;
 Água deionizada;
 12 Elermneyers de 150 mL;
 Solução de hidróxido de sódio 0,5 mol/L.
 Indicador fenolftaleina;
 3 funis de decantação com suporte;
12

 Bureta de 50 mL, com suporte universal;


 Balança analítica.

3.2 MÉTODOS
3.2.1 PRIMEIRA PARTE
Ao iniciar a prática, no painel de controle, ligou-se o equipamento através da chave
geral, a seguir, habilitou o aquecedor dos extratores, quando atingiu a temperatura de
25°C no leitor, desabilitou a chave do aquecedor, com isso habilitou o controle de
agitação dos extratores, para que ocorra uma melhor homogeneização da solução.
Em seguida, no primeiro extrator adicionou-se 20 mL de água destilada e esperou 15
min, deixando a água em agitação constante no banho termostático até atingir o
equilíbrio térmico e a temperatura de 25 °C. Após adicionou 80 mL de butanol e
verificou que a solução ficou turva, devido a água e butanol serem imiscíveis.
Posteriormente repetiu o procedimento para os outros extratores utilizando 30 mL, 50
mL, 60 mL, 70 mL e 85 mL de água destilada e 70 mL, 50 mL, 40 mL, 30 mL e 20 mL
de butanol. Para último passo, com o auxílio da pipeta de 10 mL com a pera para
sucção, pipetou uma quantidade conhecida de ácido acético, e foi adicionando
vagarosamente ao primeiro extrator, até que a solução ficou translucida, ao atingir
esse ponto foi anotado o volume de ácido acético adicionado, e assim repetiu o
procedimento novamente para os outros valores de água destilado e butanol e em
seguida anotando os valores de ácido acético.

3.2.2 SEGUNDA PARTE


Com o auxílio da proveta adicionou-se 50 mL de água deionizada no primeiro,
segundo e terceiro funil de decantação, em seguida 40 mL, 34 mL e 30 mL de butanol,
e 1,5 mL, 6,0 mL, 10 mL de ácido acético nos três funis, respectivamente, após agitou
e esperou 30 min. Ao aguardar o tempo estabelecido, foi observado a partição das
fases nos funis, onde a fase superior é a fase orgânica, contendo butanol e ácido
acético, e a fase inferior é a aquosa, com água e ácido acético. Após pegou-se dois
béqueres de 50 mL, primeiramente pesou um béquer vazio e posteriormente pesou o
outro com a solução da fase aquosa que estava contida dentro do primeiro funil,
anotando os valores. Como o principal objetivo da prática é descobrir a quantidade de
ácido acético na fase orgânica e aquosa, pegou-se uma alíquota de 10 mL da fase
13

aquosa, e colocou dentro de um Erlenmeyer e pingou cinco gotas de fenolftaleina,


com solução de hidróxido de sódio, com isso, foi feito a titulação, após anotou os
valores de volumes, realizando o procedimento em duplicata tanto para o primeiro
funil, quanto para os outros dois. Após realizar o procedimento com a fase aquosa,
realizou com a fase orgânica, seguindo os mesmos passos feito anteriormente, para
todos os béqueres e em duplicata.
14

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CURVA BINODAL


Com os dados obtidos, sendo eles apresentados na tabela a seguir.

Tabela 1 – Dados Experimentais

Fonte: Autoria própria (2021)


Foi possível calcular a massa de cada componente presente na solução e a
massa total da mesma para cada extrator.

m = ρV (1)

A massa foi calculada usando a relação de densidade e volume, e os valores


obtidos estão apresentados na tabela abaixo:

Tabela 2 – Massa obtidas

Extrator Água (g) Butanol (g) Ac. Acético (g) Total (g)

1 19,94 64,8 5,3214 90,0614

2 29,91 56,7 14,5524 101,1624

3 49,85 40,5 19,1136 109,4636

4 59,82 32,4 17,7018 109,9218

5 69,79 24,3 17,5932 111,6832

6 89,73 12,15 14,661 116,541


Fonte: Autoria própria (2021)
15

Com as massas foi possível calcular a as frações de cada componente da


solução e utilizando o programa Origen, foi possível plotar a curva binodal
apresentada abaixo.

Figura 3 – Curva Binodal

Fonte: Autoria própria (2021).

4.2 DETERMINAÇÃO DAS LINHAS TIE-LINE


Com a separação dos solventes em um funil, foram pesadas a fase aquosa (A) e
fase orgânica (B). Os valores obtidos são apresentados na Tabela 3

Tabela 3 – Relação entre as massas das fases aquosa e orgânica

Extrator M bequer fase A M total fase A M fase A M bequer fase B M total fase B M fase B

1 51,52 94,77 43,25 51,01 96,51 45,5

2 47,24 121,67 74,43 46,88 65,35 18,47

3 53,61 61,77 8,16 52,58 131,21 78,63

Fonte: Autoria Própria (2021).

Os volumes de NaOH necessário para a neutralizar as soluções em cada


alíquota.
16

Tabela 4 – Volumes de NaOH necessário para a neutralização

Fase V1 (mL) V2 (mL) V médio

1A 37 36,5 36,75

1B 41,9 42,3 42,1

2A 19,4 19,1 19,25

2B 23,4 23,3 23,35

3A 13,7 13,7 13,7

3B 39,1 39,3 39,2


Fonte: Autoria Própria (2021)

Sendo a reação de neutralização, dada a seguir, é possível relacionar o número


de mol utilizado na neutralização de cada amostras.

Como a relação estequiométrica é 1:1 em relação ao NaOH e o ácido acético.


η NaOH =η Áci acético (2)

Sabendo dessa relação é possível calcular o número de mol necessário em


cada titulação, sendo a concentração de NaOH utiliza é de 0,0005 mol/mL. Os
números de mol são apresentados na Tabela 5.
17

Tabela 5 – Número de mols de NaOH utilizados na titulação

Fase nNaOH

1A 0,018375

1B 0,02105

2A 0,009625

2B 0,011675

3A 0,00685

3B 0,0196
Fonte: Autoria Própria (2021)

Com o número de mols é possível calcular a massa de ácido acético em cada


alíquota, pela relação:
M ácid =η ácid MM (3)

Onde MM é a massa molar do ácido acético, sendo o valor dessa 60,052 g/mol.

Tabela 6 – Massa de ácido acético em cada alíquota

Fase NNaOH Nac. Acético M ác. Acético ali Mfase (g)

1A 0,018375 0,018375 1,1034555 43,25

1B 0,02105 0,02105 1,2640946 45,5

2A 0,009625 0,009625 0,5780005 74,43

2B 0,011675 0,011675 0,7011071 65,35

3A 0,00685 0,00685 0,4113562 8,16

3B 0,0196 0,0196 1,1770192 78,63


Fonte: Autoria própria (2021)

Supondo que a fase A seja somente água e ácido e a fase B seja apenas
butanol e ácido, e que em ambos a maior quantidade seja de água e butanol é possível
calcular o volume de cada fase, sendo esse calculado pela relação dada por:
18

M
V fase= ρfase
(4)

A massa de ácido acético é possível obter relacionando o número de mols


encontrados na Tabela 6 com o volume da alíquota que foi de 10 ml, e o volume da
fase. Os valores obtidos são apresentados na tabela a seguir.

Tabela 7 – Massa de ácido acético em cada fase.

Vfase (mL) Mac. Acético


Fase
43,380 4,787
1A
56,173 7,101
1B
74,654 4,315
2A
80,679 5,656
2B
8,185 0,337
3A
97,074 11,426
3B
Fonte: Autoria própria (2021)

Com as massas de ácido calculadas é possível calcular as frações de ácido


em cada fase, sendo ela dada pela relação:
M ácid
x ácid = (5)
M fase

É possível relacionar a fração de ácido com a fração de água e butanol das


fases, sabendo que a fração nunca é maior que um, a relação pode ser dada como:
x água=1−xácid (6)
x butanol=1−x ácid (7)

Os dados obtidos são apresentados na Tabela 8.


19

Tabela 8 – Frações mássicas

Xácido Xagua Xbutanol


Fase
0,11 0,89 0,00
1A
0,16 0,00 0,84
1B
0,06 0,94 0,00
2A
0,09 0,00 0,91
2B
0,04 0,96 0,00
3A
0,15 0,00 0,85
3B
Fonte: Autoria própria (2021).

Com os dados da Tabela 8, é possível determinar as linhas Tie-lines, sendo


essas apresentadas na figura a seguir

Figura 4 - Curva Binoidal com as 3 Tie-lines.

Fonte: Autoria própria (2021).


Segundo Skrzec e Murphy (1954), a curva sobre a extração líquido líquido entre
água, butano e ácido acético é dada pelas frações mássicas apresentadas abaixo.
20

Tabela 9 – Frações mássicas téoricas

w agua w butanol w ac. acético

0,9270 0,0730 0,0000

0,9000 0,0713 0,0315

0,8650 0,0804 0,0011

0,7300 0,1425 0,1275

0,7170 0,1520 0,1310

0,5400 0,3090 0,1510

0,3650 0,4935 0,1415

0,3170 0,5616 0,1214

0,2416 0,6982 0,0602

0,2050 0,7950 0,0000


Fonte: Adaptada de Skrzec e Murphy (1954)

As tie-line são obtidas partindo dos dados da Tabela 10.

Tabela 10 – Frações mássicas das Tie-line

X água X ácid

0,9912 0,0088

0,9818 0,0182

0,9737 0,0263

0,9636 0,0364

0,9563 0,0437

0,9365 0,0635

0,9180 0,0820

0,8800 0,1200
Fonte: Adaptada de Skrzec e Murphy (1954)
21

Com os dados das Tabelas 9 e 10, é possível plotar a curva binodal teórica.

Figura 5 – Diagrama ternário teórico.

Fonte: Autoria própria (2021).

Ao observarmos as duas curvas binodais, é possível perceber suas


semelhanças, como, por exemplo, o formato das curvas e as tie-line. Entretanto, como
está comparando um método teórico com o experimental, ainda é possível perceber
alguns pequenos desvios entre elas. Esses desvios, já são esperados, pois quando
trabalhamos com métodos experimentais, não é possível replicar todas as
características que foram utilizadas no método teórico.
Alguns dos desvios da tie-line, pode ter ocorrido devido as mudanças de
temperatura, isso pois as curvas foram determinadas com a temperatura controlada
quando as soluções estavam no extrator, enquanto as titulações para a determinação
das mesmas foi feito sem esse controle.
Outro fator que pode acarretar desvios do esperado, pode estar relacionado ao
operador, isso porque, nos extratores, quando adicionado ácido a mistura para tirar a
turbidez da mistura, pode ocorrer erros na quantidade utilizada, já que a análise da
turbidez é visual.
22

As curvas binodais, podem ser caracterizadas por alguns tipo, a obtida nesse
relatório, segundo Sorensen (1979), é característico de um sistema ternário tipo 1.
Isso, pois água e butanol são imissiveis quando juntos em um sistema, porém ambos
apresentam missividade quando postos em contato com ácido acético.
Em relação a temperatura, podemos relacionar que com o aumento da
temperatura se tem uma maior agitação das moléculas, além de diminuir sua
densidade, fazendo assim com que a solubilidade dos compostos aumentem.

4.3 COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO


A partir das frações mássicas do ácido nas fases A e B é possível calcular o
coeficiente de distribuição que é dado pela equação a seguir.

D = Xca/Xcb (8)

Com os dados que estão na tabela 8 foram calculados os coeficientes de


distribuição que estão a seguir na tabela 9.

Tabela 11– Coeficientes de distribuição experimental.


Solução Xácido em A Xácido em B D
1 0,110677583 0,156061062 1,41005123
2 0,057973972 0,086556432 1,493022286
3 0,041259398 0,145311012 3,521888799
Média 2,141654105
Desvio Padrão 1,196038004
Fonte: Autoria própria (2021).

Com os valores de Xca e Xcb foi plotado um gráfico dos coeficientes de


distribuição.
23

Figura 6 – Coeficiente de distribuição experimental

Fonte: Autoria própria (2021).

4.3.1 COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO TEÓRICO


Partindo dos dados téoricos, obtidos em Skrzec e Murphy (1954), aplicando a
relação dada pela equação 8, temos a Tabela 12, e seu gráfico correspondente dado
pela Figura 7.
Tabela 12 – Coeficientes de distribuição teórico.

Xca Xcb D

0,0088 0,0142 1,6136

0,0182 0,0250 1,3736

0,0263 0,0368 1,3992

0,0364 0,0490 1,3462

0,0437 0,0604 1,3822

0,0635 0,0849 1,3370

0,0820 0,1070 1,3049

0,1200 0,1500 1,2500

Média 1,3758

Desvio Padrão 0,1072


Fonte: Skrzec e Murphy (1954).
24

Figura 7 - Coeficiente de distribuição teórico

Fonte: Autoria própria (2021).

Ao compararmos os valores do coeficiente de distribuição teórico e


experimental é possível perceber uma diferença entre eles, ao analisarmos os dados
experimentais percebe-se a presença de um dado anômalo que é referente a solução
do separador 3 e devido a esse valor o desvio padrão do experimento foi relativamente
alto, mas ao analisarmos os valores do coeficiente de distribuição para as soluções 1
e 2 (dados da tabela 11) com os valores do coeficiente da tabela 12 pode-se notar que
os mesmo tem valores semelhantes. Agora analisando pelo lado analítico é possível
perceber que em ambos os casos (teórico e experimental), os dados estão dispostos
acima da reta x=y que está inclusa nas figuras 6 e 7.

4.4 PRATOS TEÓRICOS DE UMA COLUNA DE EXTRAÇÃO


Butanol puro a uma vazão de 400 kg/h foi utilizado para fazer um processo de
extração. O objetivo é extrair uma solução aquosa de ácido acético a 35% e 200 kg/h,
em extração multiestágio em contracorrente.
Com os dados experimentais obtidos neste relatório, pode-se realizar cálculos
e definir a composição da mistura.
Pelo balanço de massa global na coluna de extração:
𝐹+𝑆 =𝑀
Sabendo que:
𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝑆 = 400 , 𝑥𝐴,𝐹 = 0,35, 𝑥𝐷,𝐹 = 0,65 e 𝑆 = 200 ,
ℎ ℎ
25

tem-se que:
𝑘𝑔
𝑀 = 600

 Composição da mistura M para o diluente:
𝐹. 𝑥𝐷,𝑀 = 𝑀. 𝑥𝐷,𝑀
𝑘𝑔 𝑘𝑔
400 . 0,65 = 600 .𝑥
ℎ ℎ 𝐷,𝑀
𝑥𝐷,𝑀 = 0,433

 Composição da mistura M para o soluto:


𝐹. 𝑥𝐴,𝑀 = 𝑀. 𝑥𝐴,𝑀
400𝑘𝑔 600𝑘𝑔
. 0,35 = . 𝑥𝐴,𝑀
ℎ ℎ
𝑥𝐴,𝑀 = 0,233

 Composição da mistura M para o solvente:


𝑥𝐴,𝑀 + 𝑥𝐷,𝑀 + 𝑥𝑆,𝑀 = 1
𝑥𝑆,𝑀 = 0,334

Assim, pode-se concluir que a composição da mistura é:


𝑥á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑎𝑐é𝑡𝑖𝑐𝑜 = 0,233
𝑥á𝑔𝑢𝑎 = 0,433
𝑥𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 0,334

Com os dados retirados de Shrzed & Murphy (1954), é possível avaliar o


número de estágios teóricos neste processo de extração, mostrado graficamente na
figura 8.
26

Figura 8 - Extração de solução aquosa 35% de ácido acético com butanol puro

Fonte: Autoria própria (2021).

Pelo gráfico, pode-se observar que há apenas um estágio teórico, uma vez que
o ponto M (representado pelo ponto amarelo) estar fora da área bifásica da curva
feita pelos dados de Shrzed & Murphy.

4.5 ESCOLHA DO SOLVENTE


Segundo Treybal (1951), para a escolha do solvente deve-se analisar os
seguintes parâmetros:
I. Seletividade: é a efetividade com a qual o solvente separa a solução inicial.
Para uma substância ser utilizada como solvente a seletividade deve ser maior
que 1, quanto maior a seletividade, melhor o solvente.
II. Coeficiente de distribuição: é desejável que seja o maior possível, uma vez que
quanto maior, menos solvente é necessário para extrair o soluto.
III. Insolubilidade do solvente: recomenda-se que o solvente seja o mais solúvel
possível no soluto e o menos solúvel possível no outro componente, dessa
forma a extração torna-se mais eficiente
IV. Recuperação do solvente: é desejável que o solvente seja fácil de recuperar,
geralmente para esse processo utilização a operação de destilação, por isso é
27

importante que a mistura solvente-soluto não forme azeótropos. O solvente


deve ser relativamente volátil e possuir baixo calor latente para reduzir os
custos da destilação.
V. Densidade: é desejável que as fases formadas apresentem uma diferença de
densidade tão grande quanto possível para facilitar o processo de extração.
VI. Reatividade: o solvente deve ser quimicamente estável e inerte em relação às
outras substâncias e a aos materiais dos equipamentos utilizados no processo.
VII. Viscosidade, pressão de vapor e ponto de fusão: devem ser baixos para facilitar
o armazenamento.
O solvente também não deve ser tóxico e inflamável e, além disso, ele deve ser
barato.
28

5 CONCLUSÃO

Durante a prática, verificou-se que as curvas binodais e as tie-lines obtidas se


assemelham entre si. Entretanto, quando comparado o método experimental com o
teórico, foi possível perceber pequenos desvios entre elas. Tais desvios das tie-lines
podem ter ocorrido devido a mudança de temperatura durante o período do
experimento.
No presente trabalho, fica evidente que o equilíbrio líquido líquido é do tipo 1.
Isso porque água e butanol são imissíveis quando juntos em um sistema, porém
ambos apresentam missividade quando colocados em contato com ácido acético.
29

REFERÊNCIAS

INCROPERA, Frank P. et al. Fundamentos de transferência de calor e de massa.


8ª ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2019.

MACCABE, Warren L.; SMITH, Julian C.; HARRIOTT, Peter. Unit Operations of
Chemical Engineering. 4. ed. [S.l.]: McGraw-Hill, 1993. 1154 p. v. único.

Portal Laboratórios Virtuais de Processos Químicos. Extracção. Disponível


em:<http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&
id=150&Itemid=303>. Acesso em 22 de jul. de 2021.

SKRZEC E. ADAM e MURPHY F. NELSON. Liquid-Liquid Equilibria ACETIC ACID


IN WATER, WITH 1-BUTANOL, METHYL ETHYL KETONE, FURFURAL,
CYCLOHEXANOL, AND NITROMETHANE. Virginia Polytechnic Institute, pg. 2245,
out. 1954.

Sorensen, J.M., Magnussen, T., Rasmussen, P. and Fredenslund, A., 1979. Liquid
liquid equilibrium data: their retrieval, correlation and prediction. Part I: Retrieval.
Fluid Phase Equilibria, 2: 297-308.

TREYBAL, R. Mass Transfer Operations. McGraw Hill Chemical Engineering Series,


1981.

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