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AULA 7

Materiais de Construção

1. METAL COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

1.1 Metais Diversos


1.2 Metais Ferrosos
1.3 Metais Não-Ferrosos
1. Metais Diversos
Metais – consideram-se substâncias químicas simples que se distinguem por
um brilho vivo, condutibilidade térmica e eléctrica, dureza, forjabilidade,
opacidade, fusibilidade, etc.
Os metais aparecem na natureza em estado livre ou composto e, para serem
explorados economicamente devem estar concentrados em jazigos (massa de
substâncias minerais ou fósseis, existentes na superfície ou no interior da
terra), que constituem uma mina quando definida a sua extensão.
Dificilmente as substâncias se encontram puras, estando misturadas com
impurezas denominadas gangas e, o conjunto, tal como é encontrado o metal,
denomina-se minério.
1.1. Propriedades Gerais dos Metais
a) Propriedades Gerais
Os metais são utilizados pela sua capacidade de executar determinadas
funções. São largamente utilizados em edifícios como suporte estrutural, para
conter e levar líquidos quentes e frios, conduzir electricidade, excluir o
ambiente externo (e conter alguns ambientes internos) e para providenciar
uma aparência agradável.
 Material dúctil é aquele que apresenta grandes deformações antes da
rotura (como o aço, o alumínio, o cobre, etc.).

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 Material frágil é aquele que se deforma pouco antes da rotura (caso do
ferro fundido, do betão, das pedras, do vidro, dos materiais cerâmicos,
etc.), ou seja, é um material que fractura praticamente sem previamente
sofrer alterações geométricas e superficiais visíveis, tendo como
característica o facto de a rotura em tracção se dar com um valor de
tensão mais baixo que na compressão.
 Material tenaz (tenacidade) é aquele que apresenta admite
deformações em regime plástico (deformações permanentes),
absorvendo energia de deformação, permitindo dissipação e energia e
redistribuição de tensões, pelo que se opõe à propagação de fissuras
(como o aço, etc.);
b) Propriedades Físicas dos Metais
 Cor (sua capacidade de reflectir raios de luz incidentes)
 Densidade
 Fusão
 Condutibilidade Térmica
 Dilatação Térmica
 Calor Específico
 Condutibilidade Eléctrica
 Resistividade Eléctrica
c) Propriedades Químicas dos Metais
Baseadas na capacidade de resistência à oxidação e a destruição quando
expostos aos efeitos do meio ambiente.
1) Corrosão Química - em meios não condutores de corrente eléctrica;
2) Corrosão Electroquímica - ataque químico por electrólitos.
d) Propriedades Mecânicas dos Metais
Baseadas na capacidade de resistência às forças externas (cargas):
 Cargas Estáticas - permanentes ou muito poucas variáveis.
 Cargas Dinâmicas - de actuação instantânea (golpes).
 Cargas Cíclicas - variam de intensidade e sentido;
Tenacidade (resistência mecânica) - capacidade dum metal resistir à rotura
ou deformação residual depois de suprimida a causa da deformação;

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Dureza - capacidade que os metais têm de resistir a deformação superficial
causada pela acção de um sólido mais duro;
Elasticidade - capacidade que um metal tem de retomar a sua forma inicial
depois de suprimida a força de deformação;
Resiliência - capacidade de um metal resistir às cargas de deformação
dinâmica.
Tensão - À grandeza mecânica ou energia que causa ou produz deformação
ou fractura de um material dá-se o nome de tensão (σ).
Deformação - Todos os materiais, sem excepção, deformam-se quando
sujeitos a cargas ou forças mecânicas.
d) Propriedades Tecnológicas dos Metais
Soldabilidade - propriedades que os metais têm de se unirem quando
aquecidos até ao seu estado plástico ou líquido;
O aço é mais soldável que o ferro fundido. A soldadura é tanto mais fácil
quanto menor for o teor de carbono.
Maleabilidade - capacidade que os metais têm de serem trabalhados pela forja
ou laminagem, isto é, de tomarem uma forma desejada com martelagem ou
compressão quer aquecidos quer quando arrefecidos.
Em resumo as Propriedades são:
 Tensão;
 Deformação;
 Falha (1 - Por fractura/rotura do material; 2 - Por encurvadura ou
colapso; 3 -Por deformação plástica excessiva);
 Resistência mecânica;
 Ductilidade;
 Tenacidade;
 Fragilidade;
 Elasticidade;
 Deformação plástica;
 Flexibilidade/deformabilidade;
 Maleabilidade/trabalhabilidade – oposto a friabilidade;
 Fusibilidade/soldabilidade;

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 Fadiga;
 Relaxação;
 Fluência;
 Dureza;
 Desgaste/abrasão.
Os metais dividem-se em dois grandes grupos, mais precisamente em:
1) Metais ferrosos;
2) Metais não-ferrosos.
Do primeiro grupo fazem parte os ferros e os aços, enquanto que o segundo é
formado pelos restantes metais, como o cobre, o zinco, o alumínio e o chumbo,
entre outros.
Da união de metais entre si, ou destes com outros elementos, obtêm-se as
ligas. Também elas podendo ser ferrosas ou não ferrosas, consoante a
presença ou não de metais ferrosos nas suas composições. Entre os metais
não ferrosos, os que mais se utilizam isolados e em ligas são:
 Cobre e ligas de cobre;
 Zinco e ligas de zinco;
 Níquel e ligas de níquel;
 Alumínio e ligas de alumínio;
 Magnésio e ligas de magnésio;
 Titânio e ligas de titânio.

1.2. Metais ferrosos

Os metais conhecidos sob as designações de ferros e aços são produzidos a


partir de minérios onde o elemento químico “ferro” se encontra combinado
especialmente com oxigénio.

1.2.1 O Ferro
Em 1879, Sidney Gilchrist Thomas e Percy Lyle Gilchrist, descobriram um
processo para remover o elemento fósforo (P) do ferro fundido (lingote).

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A partir do XIX ganha enorme importância no contexto do fabrico de
estruturas de Engenharia Civil, sendo o concorrente da pedra e da madeira
na construção do esqueleto de edificações, pontes e outras estruturas.
Constitui aproximadamente 5% da crosta terrestre, sendo o quarto elemento
mais abundante e o segundo metal mais profuso.
É um elemento relativamente abundante no universo, encontrado no Sol e
noutras estrelas. Os minerais mais importantes são: Magnetite (Fe3O4):
72,4% de ferro Hematite (Fe2O3): 70% de ferro; Limonite (2Fe2O3.3H2O):
59,9% de ferro; Siderite (FeCO3): 48,3% de ferro.

I. Propriedades Químicas

O ferro, quimicamente, é um metal simples, maleável a quente, dúctil, duro,


tenaz e quando puro altamente reactivo (embora dificilmente se apresente na
forma pura).
Oxida-se rapidamente ao ar húmido, produzindo a ferrugem ou óxido de ferro
hidratado, Fe2O3.xH2O (ferrugem).
É um agente redutor e o único metal que pode ser temperado.
Dissolve-se facilmente em ácidos minerais diluídos, reage com ácidos não
oxidantes e em ausência de ar, produzindo compostos de ferro. Responde,
ainda, com ácido nítrico (HNO3) a quente, em presença de ar.
É um componente vital para animais e plantas e componente importante na
hemoglobina.
Pode ser classificado segundo o seu teor em carbono. Assim, o ferro macio é
aquele cujo teor em carbono não excede 0,0015 em peso, é maleável e não
adquire têmpera. O ferro forjado é o ferro macio obtido sem ser por fusão. O
ferro macio obtido por fusão chama-se ferro maleável e o seu teor em carbono
fica compreendido entre 0,0015 e 0,003, que é o teor de carbono presente no
aço.
A cor do ferro macio é cinzenta-azulada. A densidade do ferro macio é de 7,78
e a do ferro forjado 7,84. O ferro funde a 1500ºC, tomando a cor do rubro
branco. Entre 1300 e 1400ºC, solda-se autogeneamente, podendo ser
trabalhado com facilidade ao martelo, forjando-o. Os Ferros Fundidos são

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todas as ligas de ferro e carbono em que o teor deste último se situa entre
2,5 e 3,5%.
Distinguem-se os ferros fundidos cinzentos (carbono sob a forma de grafite)
e os ferros fundidos brancos (grafite sob a forma de cementite), sendo a
diferença visível estabelecida pela cor da sua fractura.
Têm, em geral, reduzida ductilidade e boa resistência à compressão. A
soldabilidade é fraca, usando-se normalmente apenas na recuperação de
peças fendidas ou rachadas. Os ferros fundidos brancos não são soldáveis.

II. Usos e Aplicações - Ferro

O ferro fundido é usado como material


para:

• Caixilharias;
• Portões;
• Grades;
• Guardas;
• Postes de iluminação.
Em produtos de inúmeras aplicações:

• Ferramentas;
• Pregos;
• Parafusos;
• Roscas e afins.

No fabrico de equipamentos e máquinas,


como:

• Recuperadores de Calor;
• Radiadores;
• Tornos mecânicos;
• Peças variadas;
• Máquinas e acessórios;
• Etc.

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1.2.2. O Aço
Como derivado/familiar do ferro, o aço é, simplificadamente, um resultado
de uma alteração (para menos) da percentagem em carbono no primeiro. Dai
que a sua história e origem se misture e acompanhe a deste.

I. Fabrico do aço

A classificação do aço é feita tendo em conta, fundamentalmente, a sua


percentagem em carbono, assim:
 O aço macio tem uma percentagem entre 0.2% e 0.3% de carbono;
 O aço duro até 1.5% de carbono;
 Para percentagens superiores encontramos o ferro fundido ou gusa.

II. Tratamentos mecânicos

Os tratamentos mecânicos, também designados por tratamentos a frio,


são os processos mais empregados para modificar as propriedades
mecânicas do aço, nomeadamente:
 As tensões limite de cedência;
 Alongamento de rotura;
 Aumento da resistência;
 Aumento da ductilidade.

a) Aços endurecidos

O processo de endurecimento de um aço consiste em aumentar o seu limite


de elasticidade e, consequentemente, o seu limite de proporcionalidade,
aumentando-se, assim, o valor de cálculo da sua tensão admissível.
Dois processos de endurecimento do aço são normalmente usados, processos
esses designados por endurecimento a frio e por endurecimento natural.

III. Tipos de Aços


Como já se disse, o mais importante elemento de liga no aço é o carbono.
Este elemento influi poderosamente nas propriedades do mesmo, de modo
que poucos aços necessitam mais que 1% de carbono.

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Como já se adiantou, consoante a percentagem de carbono, e a maior ou
menor importância doutros elementos, assim se podem classificar os aços
em:
 Aços-Carbono – Aços nos quais o carbono é o único elemento de
liga significativo (desprezando as pequenas quantidades de silício e
manganês existentes em todos os aços); alguns tipos de aço
considerados aço-carbono: Manganês – teor abaixo de 1,65%; Cobre
– teor entre 40% e 60%; Silício – teor abaixo de 60%.
 Aços-Ligas – Contém pequenas ou grandes quantidades de outros
elementos de liga, tais como: Alumínio (Al), Crômio (Cr), Níquel (Ni),
Molibdênio (Mo), Vanádio (V), Boro (B), Cobalto (Co), Titânio,
Tungstênio (W), Vanádio, Zircônio e outros, com teores
especificados de acordo com a liga desejada. Alguns tipos de aço,
classificados como aço-ligas: Manganês – teor acima de 1,65%;
Cobre – teor acima de 60%; Silício – teor acima de 60%.

a) Aços-Carbono

Entre os Aços-Carbono podemos distinguir os seguintes grupos mais


importantes:
 Aços com baixo teor de carbono – São os denominados aços
macios e são produzidos em maior quantidade que todos os outros
tipos. São notavelmente dúcteis e facilmente moldáveis. Outra
característica é a sua boa capacidade de soldagem que os torna
muito adequados à construção quando esta característica é
distintiva (exemplo: A235). Estes aços podem ser tratados (térmica
e/ou mecanicamente) o que lhes proporciona um acréscimo
significativo de resistência, embora com alguma eventual perda de
ductilidade;
 Aços com teor médio de carbono – Usados em elementos de
máquinas, precisam às vezes de ser temperados para resistirem ao
desgaste;

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 Aços com alto teor de carbono (aços para ferramentas) – São
aços extremamente duros, concebidos para apresentarem o
máximo teor útil de carbono;
 Ferros fundidos – São também compostos de ferro e carbono, mas
como não necessitam de ser conformados por laminação não
precisam de conter magnésio.
Os lingotes de aço fundido laminados em perfis estruturais e placas são um
metal totalmente diferente dos ferros fundidos, os quais se assemelham ao
metal fundido ou ferro gusa produzido no alto-forno.

b) Aços-Ligas

Entre os Aços-Carbono podemos distinguir os seguintes grupos mais


importantes:
 Aços fracamente ligados ou aços de liga fraca – São os que
contém um total de 2 a 3% de elementos de liga, tais com níquel ou
cobre. Estes aços são aplicados onde se exija superior dureza ou
maior resistência ao limite convencional de elasticidade;
 Aços (normalmente) ligados – Contém de 2 a 5% de elementos de
liga;
 Aços altamente ligados – Contém 5% ou mais de elementos de liga.
Estes aços são empregados em condições de serviço nas quais haja
desgaste, calor ou corrosão.
 Aços inoxidáveis - São aços que apresentam altas resistências, boa
ductilidade e absoluta resistência a qualquer tipo de corrosão
atmosférica. São aços de baixíssimo teor de carbono contendo um
mínimo de 12% de Crômio

1) Aços inoxidáveis
a) Principais Atributos do Aço Inox

Os principais atributos do Aço Inox são:

 Resistência à corrosão;
 Resistência mecânica superior aos aços de baixo carbono;

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 Facilidade de limpeza / baixa rugosidade superficial;
 Aparência higiénica;
 Material inerte: não modifica cor, sabor ou aroma dos alimentos;
 Facilidade de conformação;
 Facilidade de soldagem / união;
 Mantém suas propriedades numa faixa muito ampla de temperatura,
inclusive muito baixas (criogénicas);
 Acabamentos superficiais variados;
 Forte apelo visual (modernidade, leveza e prestígio);
 Relação custo/benefício favorável;
 Baixo custo de manutenção;
 Material 100% reciclável.

2) Aço “corten” ou patinados


Os aços “corten” são aços estruturais de alta resistência mecânica e baixa
capacidade de ligação com outro metal, têm uma boa capacidade de
soldadura e uma boa resistência à corrosão atmosférica, o que exige a
pintura em vários ambientes.

IV. Protecção dos aços contra a corrosão


a) Pinturas
 Metalização
Consiste na protecção do aço/ferro recobrindo-o com delgadas capas de
outros metais, mais nobres. Um dos processos de metalização é a
galvanização com obtenção do aço ou ferro galvanizado. Executa-se por
imersão de peças em banhos de zinco fundido (galvanização) ou por
processos de electrólise (galvanoplastia), sendo o cátodo a peça a revestir e o
ânodo o metal de recobrimento puro. Outra possibilidade é ainda a
pulverização. Estes revestimentos também podem ser em níquel, crómio,
estanho, chumbo ou cobre.

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 Oxidação artificial
Provoca-se a formação de uma película envolvente de óxido ferroso, que não
deixa a oxidação progredir, porque é muito compacto. É muito utilizado em
determinados objectos de ferro, mas raramente na construção metálica.
 Encamisamentos
O inconveniente das camadas delgadas é que têm de ser retocadas em
intervalos mais ou menos frequentes, para nos assegurarmos de uma
protecção permanente ou quase permanente. Devem fazer-se
encamisamentos completos com betão, leitadas de cimento, material
plástico, ou por meio de metais não ferrosos ou outros produtos inalteráveis.
Assim:
b) Protecção catódica
A corrosão em meio aquoso ou húmido é de natureza essencialmente
electroquímica.
É causada por uma corrente que vindo de zonas anódicas passa através da
solução atingindo o aço nas zonas catódicas. Este tipo de corrosão pode ser
evitado fazendo passar no metal uma corrente eléctrica com o sinal contrário
e suficientemente forte para neutralizar as correntes parasitas. A protecção
catódica consiste em ligar à obra que se quer proteger um ânodo que
transporta metal, neutraliza as correntes parasitas e forma camadas de
compostos não solúveis sobre as novas superfícies catódicas.
Isto justifica-se no caso de:
 Aço enterrado;
 Canalizações;
 Estacas;
 Peças submersas de instalações marítimas;
 Portas de eclusas;
 Interior de cisternas;
 Exterior de reservatórios enterrados.

c) Protecção dos aços contra o fogo


Pode existir necessidade de se realizar esta protecção, dado que no aço para
temperaturas da ordem dos 300ºC vê o seu módulo de elasticidade diminuir
bruscamente, bem como as estruturas se dilatam enormemente.

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Quando a temperatura atinge estes valores o aço começa a perder a sua
resistência e deforma-se arrastando consigo as paredes.
As protecções contra o fogo consistem em revestimentos à base de placas de
gesso (porque parte das calorias são gastas na desidratação do gesso),
paredes de tijolo refractário, ou camadas de betão com 4 a 5 cm de espessura
(no betão há sempre uma zona de 4 a 5 cm de betão exterior e só depois é
que aparecem as armaduras). É um problema deveras delicado, com que os
projectistas e construtores se debatem, quando da realização de estruturas
de aço, dado a sua deformação quando expostas ao fogo.
Dentre os materiais mais comummente utilizados, podemos citar:
 Argamassa de Asbesto: constituída de fibras de amianto com
cimento. Aplicação por spray (embora dado o amianto tenha caído
em desuso por ser considerado cancerígeno);
 Argamassa de Vermiculita: argamassa de agregado leve, à base de
vermiculita. Aplicação por spray ou com o uso de espátulas;
 Mantas de fibras cerâmicas: utilizada como revestimento tipo
contorno ou como revestimento tipo caixão;
 Mantas de lã de rocha: utilizada como revestimento tipo contorno
ou como revestimento tipo caixão;
 Argamassa composta de gesso e fibras: aplicação por spray;
 Betão/Alvenaria: revestimento ou encapsulamento da estrutura
metálica com betão ou alvenaria;
 Tinta intumescente: revestimento fogo-retardante, que submetido
ao incêndio transforma-se em volumosa camada, parecida com uma
esponja. É a solução ideal quando há intenção de se deixar a
estrutura aparente. Aplicação por pintura.

V. Tipos de ligações nas peças de aço


Há sistemas de ligação fixos (rebites e soldadura) e amovíveis (parafusos e
colas).
a) Rebitagem
Nas estruturas metálicas a rebitagem foi o primeiro processo utilizado na
união das diferentes peças ou elementos. Nos últimos anos tem sido

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preterida face ao aperfeiçoamento e domínio dos restantes processos de
ligação, sobretudo a soldadura e os parafusos, bem como mais recentemente
as colas (que são, nos casos correntes, meios mais eficazes).

Figura 1 – Pormenor de ligação de peça metálica por rebitagem.

b) Ligações aparafusadas de peças metálicas

Estes elementos de ligação têm a vantagem de permitirem a desmontagem


parcial ou total dos trabalhos, facilitando as operações de reparação,
inspecção, movimentação e substituição de componentes nos mesmos. As
diferenças destes elementos baseiam-se fundamentalmente na rosca, sendo
a escolha dos mesmos feita segundo a função requerida como: resistência à
união.
c) Ligações soldadas

São produzidas duas variantes de arame, um deles proporciona capacidade


para todas as posições e o outro para maior deposição em aplicações de
soldagem plana.
É possível obter maiores taxas de deposição da solda do que com o processo
MMA ou MIG/MAG. É possível também uma significativa redução na limpeza
e esmerilamento após solda.

1.3 METAIS NÃO FERROSOS

I. Alumínio

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a) Características

Relativamente às suas características, o alumínio é um metal de fraca


densidade (2.7), o seu aspecto é brilhante, resultado de um poder reflector
bem elevado. A fusão deste metal dá-se à temperatura de 658ºC, não é
magnético, e ambos, o calor especifico e o coeficiente de dilatação linear, são
elevados.
II. Cobre

Depois do ferro é o cobre o metal que maior emprego encontra na indústria,


quer no estado metálico, mais ou menos puro, quer em ligas, como o bronze
e o latão. É conhecido o cobre desde a mais remota antiguidade devido, sem
dúvida, à sua abundância no estado nativo, com a sua bela cor vermelha,
brilho e maleabilidade. A descoberta do estanho e a propriedade que possui
de formar com o cobre a liga do bronze, alargou muito o emprego destes dois
materiais, visto que o bronze, pela sua dureza e resistência, se prestava
admiravelmente ao fabrico das armas. O bronze foi conhecido dos mais
velhos povos da Ásia, os Árias. A cor do cobre é avermelhada, e vai do
vermelho rosado ao amarelado e purpurino.
A densidade do cobre é 8.85, sendo um metal muito duro e tenaz, ao mesmo
tempo que tem uma grande ductilidade e é extremamente maleável, podendo
reduzir-se a lâminas ténues e a fios de extrema finura. Funde a 1080ºC,
começa a volatilizar-se à temperatura de 1900ºC, entrando em ebulição total
a 2100ºC e ardendo com chama de tom esverdeado.
Oxida-se em presença do ar atmosférico, formando-se na sua superfície uma
camada de óxido cúprico, designada por verdete. Tem um activo e
desagradável cheiro quando esfregado com os dedos; é bastante venenoso
pela camada de óxido e de carbonato que se instala à superfície, o que limita
a sua aplicação a certas indústrias.
Para a obtenção do cobre utilizam-se vários processos, dependendo da
natureza do minério a processar. Assim:

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 Por VIA Seca - tratam-se os minérios sulfurados em fornos, para
que se volatilizem o enxofre e o arsénio, restando assim uma
mistura de sulfuretos;
 Por Via Húmida - obtém-se o cobre a partir de pirites pobres,
expostas ao ar húmido para que se oxidem, originando assim cobre
sob uma forma pulvurenta.
O cobre pode-se forjar, laminar e prensar a frio ou a quente, martelar, etc.
Aplica-se em construção civil como cabos condutores de energia eléctrica,
tubagem para águas, chapas de revestimento (decoração), etc.
III. Zinco

Supõe-se que os povos da antiguidade conheceram a existência do zinco, pois


o célebre metal por eles denominado auricalco, e que era um composto
metálico semelhante ao ouro, devia ser o latão, em cujo preparo entra o zinco.
O zinco é um metal branco azulado, susceptível de tomar uma bela coloração
quando polido, e que se obtém dos minérios apropriados por redução pelo
carvão, a 900ºC, após o que sai em forma de vapor, o qual é reduzido,
destilado, condensado, dando assim origem ao zinco.
É um metal extremamente maleável, de boa tenacidade e quatro vezes mais
resistente que o chumbo. O seu coeficiente de dilatação linear é de 0,029
mm/ m e ºC, o que se traduz (para o nosso clima) numa variação de
aproximadamente 2mm/ m entre as temperaturas extremas de Verão e
Inverno.
O zinco é muito utilizado em construção civil, sobretudo na sua forma
laminada (em chapa) para a execução de caleiras, tubos de queda, algerozes,
remates, capeamentos, coberturas, revestimentos de paredes, fraldas,
remates de chaminés, etc. .

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Figura 2 - Chapa de aço zincada de perfil sinusoidal
IV. Chumbo

O chumbo é um dos metais mais conhecidos desde a mais alta antiguidade,


tanto na Índia, China e Assíria, como na Fenícia, Egipto e Síria. Empregava-
se em delgadas lâminas para se escrever sobre elas, para ornamentar
monumentos, etc. Era também utilizado para purificar o ouro e a prata, como
o indicam algumas passagens dos livros santos dos judeus.
Prepara-se a partir da galena das pirites (seu principal minério), por
USTULAÇÂO, passando o chumbo a óxido, que após a extracção será fervido
e afinado para retirar impurezas. É um metal não ferroso, branco azulado,
de intenso brilho metálico quando recém cortado. É muito maleável e
facilmente soldável, funde a 327" C, começando a amolecer um pouco acima
dos 100ºC e classifica-se como o mais macio dos metais pesados, sendo
riscado com a unha, cortado à faca e sujando o papel.
Ao ar seco, o chumbo não é sensivelmente alterado, mas no ar húmido é
oxidado lentamente, formando-se uma ligeira camada de hidrocarbonato de
chumbo, devido ao ácido carbónico existente na atmosfera. É um metal
muito abundante na Natureza, sendo a galenite ou sulfureto de chumbo o
seu principal minério, cuja redução se faz em fomos especiais.
Foi muito usado no passado como material de união de materiais diferentes
(a acção de “chumbar” ou ligar) e também como tubagem para a canalização
de águas, aplicação em desuso nos nossos dias. Actualmente usa-se apenas
em partes de canalização de gás, como componente da tinta de protecção
anti-corrosiva denominado “zarcão”, como liga para soldas e como elemento
construtivo protector de radiações ionizantes.

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Os compostos deste metal têm aplicação em pintura: o zarcão ou mímio, de
cor vermelha, empregado especialmente como tinta de aparelho dos ferros
para os preservar da ferrugem; o litargírio, usado como secante; o alvaiade,
branco, que tende hoje a ser substituído pelo zinco, que não é tóxico, nem
enegrece pelas emanações de gás sulfídrico. Emprega-se a chapa de chumbo
para forrar trapeiras, rincões de telhado e algerozes, entre outras coisas.
V. Estanho

O estanho é um dos metais que o homem conhece de remotos tempos. Este


metal é muito abundante nas Índias, na China, na Pérsia e nas regiões
asiáticas, em aluviões donde facilmente se extrai por lavagem. No México,
aquando da conquista pelos Espanhóis. Era já conhecido e utilizado como
moeda pelos povos indígenas.
É muito raro encontrar-se estanho no estado nativo, sendo o seu minério de
extracção mais comum a cassiterite originária sobretudo da Ásia (China,
Malásia) e da América do Sul (Bolívia).
O estanho puro é um metal não ferroso, de cor branca prateada que, tal como
a prata, tem reflexos amarelados.
É dificilmente oxidável ao ar e, mesmo assim, apenas superficialmente. É
macio, muito maleável, pouco dúctil. Pouco tenaz e muito flexível.
A sua densidade é de 7,29 e funde a 232ºC, sendo o seu ponto de ebulição a
2170ºC. Entre os 400ºC e os 500ºC, começa a oxidar-se ao ar, cobrindo-se
com uma camada de óxido.
Produz-se em fomos de cuba ou eléctricos, por fusão redutora da cassiterite,
após o que é afinado, purificado, lingotado, laminado, extrudido ou trefilado.
Usa-se sobretudo em liga, formando soldas fusíveis, embora também se
possa utilizar como protecção anticorrosiva de outros metais (estanhagem).
VI. Cádmio

Trata-se de um material natural, um metal nobre, com origem no minério de


zinco (até ao máximo de 3%), sendo os EUA o principal produtor (2/3 da
produção mundial). A sua descoberta ocorreu em 1817 e extrai-se do minério
de zinco associando-se ao carbono.

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É um metal branco, um tanto azulado, não ferroso, bastante maleável, dúctil,
flexível, e bastante elástico quando em fios. O seu peso específico é 8,6.
Funde a 320ºC e ferve a 772ºC.
Utiliza-se em operações de cadmiagem (protecção anti-corrosiva) de
superfícies metálicas (parafusos), operações que se realizam em banho
electrolítico, funcionando o cádmio como cátodo. Também se utiliza em liga
com outros metais, para lhes aumentar a soldabilidade. É tóxico e poluente,
tanto no estado líquido como em vapor. É eventualmente radioactivo.
VII. Prata

A prata era um metal já conhecido de grande parte das civilizações da


antiguidade, encontrando-se citada em antigos documentos de povos como
os Chineses, os Assírios, os Caldeus, os Índios, os Egípcios.
É um metal branco, bastante brilhante e polível. É extremamente maleável,
muito tenaz e o mais dúctil de todos os metais conhecidos. A sua densidade
é 10,5. Funde a 942ºC e emite vapores esverdeados a alta temperatura. O
seu ponto de ebulição é a 1850ºC. A prata em fusão absorve o oxigénio na
proporção de 22 vezes o seu volume. Este metal não sofre alterações quando
exposto ao ar seco ou húmido, a qualquer temperatura.

VIII. Ouro

O ouro, considerado desde sempre como o rei dos metais e símbolo de


riqueza, além da sua raridade, apresenta qualidades que só o tornam
excepcionalmente precioso.
Tem cor amarela, e brilho intenso quando polido. É inalterável ao ar, à
humidade e à maioria dos agentes químicos. É maleável e altamente dúctil,
podendo adquirir formas complexas e laminar-se em folhas extremamente
finas. A sua densidade é 19,5. Funde a 1064ºC e começa a volatilizar-se
parcialmente a 1400ºC, fervendo a 2800ºC.
Não se combina com os metalóides, à excepção do cloro. Também se pode
combinar com o arsénico e o fósforo, a quente.
IX. Titânio

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Metal de extrema durabilidade e insensibilidade à corrosão, brilho e
resistência.
Cite-se a sua aplicação no revestimento exterior do Museu Guggenheim em
Bilbau. Este edifício é composto de uma série de volumes inter-conectados,
uns de forma ortogonal recobertos de pedra e outros curvados e retorcidos,
cobertos por uma pele metálica de titânio. Estes volumes se combinam com
muros em cortina de vidro que dotam de transparência todo o edifício. Devido
a sua complexidade matemática, as sinuosas curvas de pedra, cristal e
titânio forma desenhadas por computador.

Figura 3 - Museu Guggenheim em Bilbau.

1.3.1 Ligas metálicas

Define-se como uma substância com propriedades metálicas e composta por


dois ou mais elementos químicos, dos quais pelo menos um deles é um
metal. O método mais comum para produzir uma liga consiste na
solidificação dos seus elementos derretidos. A distinção entre metais e ligas
não é totalmente clara, dado que mesmo os metais mais puros contêm
impurezas. Contudo, o termo liga costuma aplicar-se aos materiais
fabricados intencionalmente mediante mistura por adição. Estas constituem
a maioria dos metais utilizados comercialmente. A maior parte da guza
produzida destina-se ao fabrico de aços, ligas de aço e ferro fundido.
a) Latão

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É uma liga de cobre e zinco, na proporção aproximada de 2 para 1, variando
as quantidades segundo o fim a que se destina. Tem 8,6 de densidade média
e em construção civil aplica-se essencialmente em decoração (chapa) e como
estrutura de mobiliário (perfis tubulares).
O latão resiste muito bem à oxidação, não passando apenas de uma fina
camada superficial. É muito maleável e dúctil, e recebe muito bem o
polimento, adquirindo aspecto brilhante como o ouro.
A adição de pequenas quantidades de chumbo torna a liga mais maleável,
embora menos resistente. A adição de estanho aumenta-lhe a tenacidade,
mas diminui-lhe o alongamento. A adição de ferro aumenta-lhe a elasticidade
e a adição de pequenas quantidades de níquel, manganés ou alumínio
aumenta-lhe a dureza.
b) Bronze

É uma liga de cobre e estanho, pouco oxidável, muito rija e fusível,


prestando-se bem à moldagem. As proporções dos dois metais que entram
na composição da liga variam conforme o destino ou aplicação do bronze,
sendo vulgar a adição de pequenas quantidades de zinco e de chumbo.
A sua cor varia do vermelho amarelado ao branco, conforme o teor de cobre
diminui. A sua densidade varia de 7,3 a 8,8, e é tanto mais duro o bronze,
quanto maior é a percentagem de cobre. O bronze funde entre 900ºC e 950ºC.
Dentro do âmbito desta liga existem ainda vários subtipos de bronze, como
é o caso do bronze de alumínio, de cor amarelado, muito duro, maleável e de
tenacidade superior ao ferro; o bronze fosforoso e o bronze silicioso, ambos
de características bastante parecidas, muito duros e tenazes; o bronze
manganesífero, liga muito dura e elástica.
Os bronzes-alumínio usam-se na produção de ferramentas que não chispam
(para usos em ambientes “exproof” ou anti-deflagrantes). As propriedades
mecânicas do bronze também melhoram com a adição de até 1% de fósforo.
De aplicação restrita em construção civil (torneiras e candeeiros, por
exemplo), o bronze utiliza-se principalmente em aprestos marítimos (peças
para barcos).

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