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RESINA ACRÍLICA ATIVADA QUIMICAMENTE E ​RESINA 

COMPOSTA  
Propriedades mecânicas - c​ omparação da qualidade do material  
Resistência à compressão A resistência à compressão não é referência
absoluta para comparar resistência do material
a fratura. Há que se levar em conta a
resistência de tração. Assim como o teste de
tração isolado não é o melhor para verificar
resistência à fratura. Os mais indicados seriam
resistência a flexão ou o módulo de
elasticidade.

Resistência à flexão e ao módulo de No teste de resistência à flexão, são produzidas


elasticidade tensões tais como:
tração, compressão e cisalhamento.
Sendo a propriedade mais empregada para
análise comparativa.
O módulo de elasticidade está relacionado a
rigidez. Baixo módulo representa uma
possibilidade de fratura e deformação. No
entanto, materiais com rigidez excessiva
tendem a não absorver as forças e transmiti-las
a interface de união do dente.

Dureza superficial das resinas Relacionada a acabamento e polimento


composta

 
História 
A alta contração de polimerização da resina acrílica juntamente com a
demora de polimerização da resina epóxica, levaram ao estudo de um novo
monômero chamado ​bisfenol glicidil metacrilato (BisGMA), ​apresentando
alto peso molecular, menor contração de polimerização e rápida reação de
presa.
A resina composta se trata de um ​compósito (​produto resultante da mistura
de dois componentes quimicamente diferentes resultando em propriedades
intermediárias) formado por ​matriz orgânica​ e ​inorgânica​ e um ​agente de
união.

Compósito da resina acrílica e composta

Agentes de união Matriz orgânica Compostos


inorgânicos

Organosilano - Monômeros Alto peso Quartzo


se liga a porção molecular:
metacrilato da
matriz orgânica e BisEMA -
ao silício/silica da BisGMA - ​alto
matriz inorgânica peso molecular,
alta viscosidade
e baixas
flexibilidade
-Possui baixo
grau de
conversão
(reatividade),
menor transf. de
monômero e
polímero e
menor contração
de polimerização
UDMA -
viscosidade
menor que​ ​o
BisGMA

Baixo peso
molecular:

TEGDMA -
diminui com o
EDGMA a
viscosidade
doBisGMA
-aumenta a
contração de
polimerização
sozinho
-Possui baixo
grau de
conversão
(reatividade),
menor transf. de
monômero e
polímero e
menor contração
de polimerização
EDGMA

Iniciadores/ativad Fotoativados: Silica


ores CQ

Quimicamente
ativados:
Base iniciador
peróxido de
benzoíla +
Pasta
catalisadora
ativadora de
amina terciária

Modificadores de Composto de Vidro


cor óxidos metálicos

Inibidores Usados para


parar a
polimerização
espontânea do
monômero:
Hidroquinona
BHT

TIPOS DE MATRIZES 
Matriz orgânica  
A matriz orgânica é formada por monômeros, Inibidores, modificadores de cor e
iniciadores/ativadores.  
1. Monômeros 
Compõem-se de ​dimetacrilatos​ ​alifáticos​ ou ​aromáticos​. O mais utilizado é o
BisGMA​, e ​UDMA​ - uretano dimetacrilato
- (ambos de alto peso molecular).

Há ainda ​TEGMA​ e ​EGDMA​ - de baixo peso


molecular.

O ​UDMA​ pode servir para base da resina assim como o ​BisGMA​, porém tem
menor viscosidade.
A ​BisGMA​ é caracterizada por ter alto peso molecular, alta viscosidade e
baixa flexibilidade, tendo os monômeros de baixa viscosidade geralmente
adicionados a ele, visando redução da viscosidade da massa.
A redução da viscosidade, que pode ser obtida pela adição desses
monômeros diluentes ao ​BisGMA​, promove maior quantidade de carga
incorporada, que se traduz em aumento de propriedades como rigidez e
resistência mecânica e diminuição de outras como coeficiente de expansão
térmica linear. (Com diminuição da viscosidade e aumento de incorporação
de carga são melhoradas as propriedades mecânicas e é transformado mais
monômero em polímero).

​ ontração de polimerização: ​resultante da aproximação de várias pequenas


** C
moléculas (monômeros) de baixo peso molecular. Quanto maior a ​massa
molecular​, menor será a contração.

2. Inibidores 
Usados para parar a polimerização espontânea do monômero. Por serem
muito reativos, quando a resina entra acidentalmente em contato com a luz,
ele se liga aos radicais livres da resina e impede sua polimerização.

3. Modificadores de cor 
Adição de pigmentos inorgânicos de óxidos metálicos permite que o material
tenha diferentes cores. As mais opacas, com mais óxidos, são pra dentina,
assim como as mais translúcidas, com menos, são para esmalte.

4. Iniciadores/ativadores  
Os dimetacrilatos citados se polimerizam por reação de adição, que é iniciada
pela formação de radicais livres.
Esses radicais livres podem ser gerado por calor, quimicamente ou
fotoativadamente, dividindo-os em ​ativados quimicamente e ​ ​fotoativados.
Ativadas quimicamente
São formadas por base e pasta catalisadora. A
base ​é iniciadora, formada por peróxido de
benzoíla.
A pasta catalisadora é ativadora, formada por
amina terciária (dimetil - p - toluidina). Quando
ambas entram em contato, há formação de
radicais livres. As desvantagens dessa resina é que, na junção das
duas pastas, há formação de bolhas, tornando-a inferior a fotoativada
mecanicamente. Além disso, a velocidade de polimerização é menor
que a fotoativada uma vez que a escultura foi feita.
Fotoativadas
O sistema fotoativado consiste em uma amina
alifatica e a canforoquinona. A CQ, quando é
incidida por uma luz azul de espectro entre 400 -
ideal (468) - 500 nm, se excita, libera um elétron
para a amina e forma um radical livre. Por serem
fotoativadas, permite que o CD coloque um incremento relativamente
pequeno, diminuindo e efeito da contração de polimerização, além de
admitir um tempo de trabalho mais longo.
A luz emitida por diodo (led) pode ser tanto poliwave quanto
monowave led. A primeira emite azul e violeta, porém o violeta tem um
princípio de ativação só nas primeiras camadas. A segunda da conta
de polimerizar camadas mais profundas.
Quanto a distância, maior sendo ela, menos a capacidade de
polimerização. Entre 3 a 5 mm de distância, a radiação diminui 50%.
Matriz inorgânica 
Tem função de aumentar as propriedades mecânicas do material, como ​reduzir
contração de polimerização,​ ​coeficiente de expansão térmica​, e ​diminuir
sorção de água​.  
1. Quartzo 
Primeiras incorporadas na matriz de resina. Tem dificuldade para ser cortada
e por isso dificultou o processo de polimento e alisamento da restauração.  
2. Sílica coloidal 
Também não presta  
3. Partículas de vidro 
Dão radiopacidade a resina e podem ser cortadas em tamanho menor.

Agente de união 
É necessário que os dois tipos de matrizes da resina sejam unidas entre si por
agentes de união. Tem-se necessidade de uso de moléculas bifuncionais para
estabelecerem ligação tanto com a matriz resinosa orgânica ​grupamentos
metacrilatos ​e matriz inorgânica de carga através de grupamentos ​silânicos.
Matrizes bem aderidas distribuem posterior distribuição de cargas, evitando que a
resina perca propriedades mecânicas e fique frágil.

CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS PELO TAMANHO 


DAS PARTÍCULAS INORGÂNICAS 
 
Macroparticuladas - 8 a 15 micrômetros​ -​ relacionada às partículas de
quartzo ​que eram ​micrométricas. ​A quantidade de partículas no material varia de
60 a 65% em ​volume. ​O tamanho grande das partículas não ofereciam bom
polimento, diminuindo a lisura da superfície e retendo corantes.

Microparticuladas - 0,04 a 0,4 micrômetros - ​relacionada às partículas de


sílica coloidal​. Apesar de terem lisura superficial, são menos resistentes
mecanicamente (apresentam expansão térmica linear considerável e maior
susceptibilidade a sorção de água) sendo reduzidas a locais com pouco impacto.
 
Partículas pequenas - 1 a 5 micrômetros - ​feita para melhorar propriedades
mecânicas que não tem nas microparticuladas e manter a mesma lisura. São
partículas de ​vidro​. A melhor trituração permitiu melhora da compactação,
aumentando percentual de carga 65 a 77%.

Partículas híbridas​ - 1 a 5 micrômetros - ​feita por partículas de ​sílica​ e


vidro​. Propriedades mecânicas iguais, porém a lisura se equipara a de partículas
pequenas. Clínica: precisam de polimento de 6 em 6 meses.

Nanoparticuladas​ - 0,005 a 0,07 micrômetros​ ​sílica, zircônio. ​.

CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS QUANTO A 


VISCOSIDADE 
 
 
Baixa viscosidade Resina flow - < módulo de elasticidade (maior
absorção das tensões mastigatórias)
- < quantidade de carga
- > Resistência à compressão

Alta viscosidade   Resina compactada - > módulo de elasticidade


(menor absorção das tensões mastigatórias)
- > quantidade de carga
- < resistência à compressão
- O alto módulo de elasticidade geram
altas tensões durante a polimerização

 
Há tanto as de ​alta viscosidade​, que grudam menos no instrumental e facilitam a
escultura, quanto as de ​baixa viscosidade ou “flow​”, que permitem que o material se
difunda mais facilmente em regiões de difícil acesso do preparo cavitário, sem haver
incorporação de bolhas de ar. Isso ocorre pela baixa quantidade de carga que essas
resinas possuem, cerca de 48% contra 60/66% - resulta em ​menor módulo de
elasticidade - ​absorvendo as tensões mastigatórias e ​resistência à compressão​.
Pode haver uma associação entre as ​resinas de baixa viscosidade ​com ​resinas de
alta viscosidade. ​ A primeira por ter menor porcentagem de carga e baixo módulo de
elasticidade, conseguindo absorver as fortes tensões da resina de alta.
Definição 
 
Resina Acrílica:​ Plásticos resilientes formados pela união de múltiplas
moléculas de ​metilmetacrilato.

Monômero: c​ omposto químico capaz de reagir e formar um polímero

Polímero: c​ omposto químico de cadeias unido pela união de vários


monômeros

Polimerização: ​reação química em que monômeros de baixo peso molecular


são convertidos em cadeias de polímeros com alto peso molecular

Transformação de metilmetacrilato em polimetilmetacrilato.

** ​Contração de polimerização: ​resultante da aproximação de várias pequenas


moléculas (monômeros) de baixo peso molecular. Quanto maior a proporção de
monômeros na massa final, maior é a contração.

Classificação quanto a: 


➔ Ativação
◆ Térmica:
◆ Química​: próteses provisórias, próteses parciais
◆ Luz visível:

Indicação 
Próteses provisórias

Dispositivos interoclusais

Moldeiras individuais
Reembasamento de próteses

Reparo em próteses
Aparelhos ortodônticos

 
Apresentação comercial 
Composição do pó
Resina pré-polimerizada de polimetilmetacrilato

Iniciador pó: ​peróxido de benzoíla


Ativador líquido: ​(amina terciária) - dimetil-p-toluidina

Pigmentos e opacificadores
Plastificador: butilmetacrilato (pode gerar em forma residual pode gerar redução da
resistência mecânica e dureza)
Monômero: metametilmetacrilato
Agente de ligação cruzada: glicoldimetacrilato
Inibidor: hidroquinona

Proporção polímero : monômero 


Em peso: ​2:1
Em volume: ​3 pó para 1 líquido

➔ Líquido em excesso - amina: maior alteração dimensional


Maior quantidade de monômero residual, altamente irritante, com biocompatibilidade
afetada e possíveis reações alérgicas.
Maior probabilidade de surgimento de poros
➔ Pó em excesso - polímero: reação insuficiente entre monômero e polímero
Menor resistência mecânica (polimerização não homogênea)
Porosidades e maior rugosidade superficial

Contração de polimerização 
A transformação do metilmetacrilato em polimetilmetacrilato gera uma contração de
polimerização de 21% de contração volumétrica, sendo que o pó (polímero)
pré-polimerizado não contrai, somente o líquido (monômero).
Proporção de pó: 3
Proporção de líquido: 1
A soma dos três volumes de pó com o volume de líquido ocupa só o volume do pó: 3.
A contração total de 21% é dividida pelo volume de 3= 7%.
 
Manipulação  
1 pote de vidro com tampa
Pote para dosagem para proporcionamento
Espátula n°36

● Fases de manipulação​ convencional


○ 1. ​Arenoso: p​ ouca ou nenhuma
alteração ocorre no âmbito molecular. As pérolas
do polímero permanecem inalteradas e a
consistência da mistura é descrita como granular.
Deve-se fechar o pote para evitar volatização dos
monômeros (líquidos) e redução da formação de
bolhas.

○ 2. ​Fibrilar: ​o monômero (líquido -


amina) reage na superfície das pérolas de
polímero. Ocorre aumento da viscosidade da
mistura. Há formação de fibrilas a tocar ou
separar a massa.

○ 3. Plástica​: aumento do
número de cadeias poliméricas, ​consistência da massa pronta para
​ reduzida aderência da massa a superfície do pote ou da
modelagem, e
espátula​.
○ 4. Borrachoide: ​o monômero é dissipado
por evaporação e a massa recupera o formato inicial quando comprimida ou
estirada.

○ 5. Densa​: após aquecimento (reação exotérmica), a massa torna-se rígida e


resistente a tensões mecânicas. Passível apenas de ajuste com brocas.

● Fases de manipulação​ de Nealon - técnica de manipulação com pincel


Umedecer o pincel com o monômero líquido e tocar na superfície do pó de polímero,
há formação de uma bolinha na ponta.

Considerações técnicas  
● Quando alterada a proporção pó sobre líquido, há alteração na contração de
polimerização.
● A refrigeração do líquido promove estágio plástico por mais tempo
● A umidade compromete propriedades físicas e estéticas
● A armazenagem deve seguir orientações do fabricante

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