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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PREPARO DE 

CAVIDADES  
O princípio é baseado segundo Black. Com a mudança dos tipos de materiais, ocorreram
determinadas modificações, principalmente no conceito de Black de "extensão para
prevenção", que hoje consiste em "prevenção da extensão". Promove a racionalização dos
preparos cavitários, a fim de receber uma restauração direta, preservando e devolvendo ao
dente integridade estrutural, funcional e estética.

1. Forma de contorno​: ​define a área de superfície do dente a ser incluída no


preparo cavitário
2. Forma de resistência​: ​características dadas a cavidade para que estruturas
adjacentes a restauração sejam capazes de resistir às forças mastigatórias
3. Forma de retenção:​ ​forma da cavidade de modo que ela mantenha o material
e impeça seu deslocamento
4. Forma de conveniência: ​etapa que visa possibilitar a instrumentação
adequada da cavidade e a inserção de material restaurador
5. Remoção da dentina cariada remanescente​: ​fase de remoção da
dentina cariada que permaneça após etapas prévias do preparo permanece após as
fases prévias do preparo
6. Acabamento de paredes e margens de esmalte:​ ​consiste na
remoção dos prismas de esmalte fragilizados, pelo alisamento das paredes internas
de esmalte da cavidade, ou no acabamento adequado do ângulo cavo-superficial.
7. Limpeza da cavidade​: ​remoção de partículas remanescentes das paredes
cavitárias, possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade
completamente limpa.

Guia de procedimentos para realização do preparo cavitário  


Princípio de extensão para prevenção  
Uma vez que há cárie em uma região, mesmo que mínima de fóssulas,
fissuras e cicatrículas (áreas de risco de desenvolvimento), estas devem ser abertas e
preparadas - ​Ideia errônea

Princípios
1. Forma de contorno  
Os seguintes princípios devem ser considerados a se realizar a forma de contorno:
● Todo esmalte friável sem suporte dentinário deve ser removido ou quando apoiado
sobre resina ou CIV
● O ângulo cavo superficial deve se localizar em áreas que não sejam susceptíveis a
cárie
● A forma de contorno deve considerar que a cárie se propaga
em direção a junção amelodentinária em dois cones opostos pelas
bases, devendo ser removida toda essa extensão.
● Cristas marginais, pontes de esmalte, vertentes de cúspide devem ser mantidas, já
que são estruturas de reforço e caso não tenham sido acometidas pela cárie.
Regiões com fóssulas e fissuras, sulcos profundos ou cavidades adjacentes que
tenham menos de 1 mm entre si devem ser removidas.

● A ​idade ​do paciente influência visto que as estruturas do dente estariam


desgastadas e, portanto, a remoção pode se limitar somente a regiões acometidas
por cárie
● Black preconiza a extensão para porção
subgengival para melhor acabamento e
continuidade da restauração. Sendo sub em
pacientes jovens e supra em idosos, devido a
retração gengival.

2. Forma de resistência  
● A forma de resistência para restaurações em amálgama
pode ser com paredes circundantes paralelas entre si, porém
isso pode comprometer resistência dos prismas na margem.
Dessa forma, é preferível uma margem com angulação de 70°
em relação a parede pulpar,
Tanto para manter mais tecido, quanto para evitar forças
mastigatórias sobre a extensão da restauração e se tornar uma
cavidade retentiva no sentido vestíbulo lingual.

● Deve ser feita a ​curva reversa de hollenback​ para


que não haja prismas de esmalte fragilizados na região
interproximais das classes II. Deve ser formado um ângulo
de 90° com a superfície do dente, de forma a gerar uma
cavidade expulsiva na região interproximal.

 
 
 
 
● Em casos de ​esmalte socavado, ​deve ser colocado
material sob o esmalte, seja resina ou cimento (como base), de
modo a preencher o espaço de tecido fragilizado, simulando a
dentina. Se não for possível, o esmalte deve ser removido para
colocação de amálgama.
● O ângulo axio pulpar deve ser arredondado para
evitar fraturas nessa região

1. Forma de contorno​: remoção de fissulas e fissuras.


Na porção gengival, extender até subgengival ou próximo da junção
amelo-dentinária.
2. Forma de resistência:​ parede retentiva oclusão (ângulo de 70°), curva reversa de
hollenback, preenchimento de esmalte socavado e bordas axio-pulpar
arredondadas.
3.

3. Forma de retenção  
Pode ser conseguida pela característica mecânica das paredes (e está relacionado com a
forma de resistência).
➔ Inclinação e profundidade das paredes: ​indicada para cavidades simples

Paredes que possuem profundidade maior que


largura são auto-retentivas, mesmo que com paredes
paralelas entre si (esquerda).

Se a profundidade for menor ou igual a largura (extensão


vestíbulo-lingual), ,tem-se a necessidade de fazer uma cavidade retentiva ou então
retenções adicionais na porção de dentina, na base das cúspides.

◆ Retenções adicionais: ​indicadas para cavidades complexas


● Sulcos:
● Orifícios:
● Canaletas: ​Evita deslocamento lateral em restaurações MO e MOD

● Pin: ​Em cavidades mais extensas, colocados


na dentina
◆ Atrito ficcional:
◆ Micro Adesão mecânica: ​ocorre em resina composta, pela micro adesão
mecânica do esmalte, formada pela camada híbrida.

4. Forma de conveniência  
São formas de conveniência etapas como isolamento do campo operatório ou até mesmo
abertura da cavidade além da porção de tecido cariado (como classes III com acesso pela
oclusal),
Inclinação da parede pulpar em segundo molar inferior em direção a lingual e convexidade
da parede da classe V são formas de convivência para evitar lesão ao tecido pulpar.

A ​FORMA DE CONVENIÊNCIA ​também consiste em um meio para criar um bom acesso


para expor a lesão de cárie. Seja principalmente pela remoção de esmalte superficial à
lesão ou extração de um lateral para se ter acesso. Isolamento absoluto e cunhas de
madeira também são formas de conveniência.

5. Lesão de cárie inicial​ : instrumentos rotatórios em alta


rotação, de preferência com pontas diamantadas. Pontas
carbide são instrumentos de corte, não de desgaste para
promover acesso à lesão.

6. Lesão em cáries amplas: ​acesso livre, realizado em


instrumentos rotatórios em baixa rotação - brocas carbide
esféricas nº 2 / instrumentos manuais.

7. Remoção do tecido cariado  


Se após o preparo feito ainda houver dentina cariada, deve ser removida, diferenciado
dentina afetada de dentina infectada, com preenchimento da parede de fundo com material
de base protetor - tratamento expectante.

8. Acabamento das margens  


Feita com brocas F e FF. Deve ser finalizado de modo a deixar a parede circundante e
ângulo cavo superficial lisos, para promover o melhor selamento de margem possível e
remoção de esmalte friável. Podendo ser biselado ou não. Pode ser feito com instrumentos
manuais cortantes ou rotatórios.

9. Limpeza da cavidade  
Uso de hipoclorito de sódio e aviso fosfórico. Não necessária a remoção da lama dentinária,
pois ela promove proteção do complexo dentino-pulpar.
Atualmente, o
1 (forma de
contorno)
consiste no 5
(remoção de
tecido
cariado) e o 2
consiste no 1.  

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