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Aula 1
Peri= ao redor de; odonto= dente : tudo que tem ao redor do dente.
Cor: varia do rosa claro até o enegrecido, dependendo das características do paciente.
Formato: arco côncavo regular. Também chamado de festonado gengival. Possui esse formato pois a
margem gengival acompanha o colo do dente.
Margem gengival: é a " beradinha" da gengiva marginal que encosta na junção cemento esmalte, e que
forma o início do sulco gengival.
Sulco gengival: é o espaço que tem entre a gengiva marginal e o dente, onde pode haver o acúmulo de
biofilme dental que desencadeia uma possível doença periodontal.
Essa gengiva inserida é separada da mucosa alveolar por uma linha imaginária que divide essas duas
estruturas, a linha MUCOGENGIVAL.
É possivel distinguir essas estruturas visto que a gengiva inserida tem uma coloração diferente a da mucosa
alveolar. A mucosa é bem mais avermelhada, possui mais vasos visíveis.
*Uma forma de diferenciar essas estruturas é movimentar os lábios, quando se faz isso a mucosa vai junto
porque é um tecido frouxo que não está aderido ao osso, já a gengiva inserida não, pois está aderida ao
osso adjacente.
Apesar da gengiva inserida ser toda aderida ao periósteo do osso alveolar, quando ela chega próxima a
margem gengival, ela não é aderida ( *jato de ar ela da uma levantadinha), ali, internamente, fica o sulco
gengival. E do lado de fora, como ela não é aderida, se forma uma espécie de ranhura, uma marquinha na
margem gengival que é chamada de ranhura gengival que corresponde a região do sulco gengival.
*Na região palatina existe uma grande diferença anatômica, já que nessa região não se tem mucosa
alveolar, é tudo mucosa palatina, então não possuí as mesmas divisão que acontece na região vestibular.
Mas ainda assim possuí o sulco gengival, então ela é contínua, gengiva inserida, sulco gengival e mucosa
palatina. E por ser um tecido mais espesso possui uma cor mais pálida.
Papila: a papila é uma projeção da gengiva inserida na região interdental até um pouco abaixo do ponto de
contato, possui formato triangular. Quando o paciente não tem o ponto de contato ele possui uma papila
mais achatada, é o caso de pacientes com diastema.
Consistência: o tecido oferece resistência mas se deforma quando aperto com um dedo, por exemplo, é
quando eu tiro o dedo ele volta.
Textura: possui aspecto de casca de laranja, que é o granulado que tem na gengiva inserida. Encontrada
em 40% dos pacientes, e se deve a interdigitação do tecido conjuntivo com o epitélio, quanto mais
interdigitado mais pontinhos eu tenho, e isso é normal.
Sondagem: menor que 3mm e sem sangramento significa saúde, sendo que existem casos de até 3,5mm
significando saúde, isso ocorre devido a espessura da gengiva, mas sempre sem sangramento. Lembrando
que quando faço a sondagem ocorre uma isquemia da área, devido a pressão que a sonda faz contra os
vasos causando vasoconstrição.
Ponto de contato: os dentes anteriores tem um ponto de contato mais ovalado no sentido vertical e por
isso a papilas se projeta mais em formato triangular, já nos dentes posteriores o ponto de contato é mais
ovalado no sentido horizontal, então da um aspecto de triângulo mais achatado, uma papila mais
achatadinha.
Isso é importante de saber pra entendermos uma área chamada de COL, COL é a área côncava abaixo do
ponto de contato interdental onde a gengiva inserida se projeta na região da papila. Essa área não contém
queratina, é um tecido fino e não queratinizado, e como é desprotegido tem mais facilidade em inflamar
com o acúmulo de biofilme. Então isso explica um achado clínico muito frequente, que, quando achado
uma gengivite, o paciente chega relatando sangramento nos dentes posteriores quando faz o uso do fio
dental, isso porque é a região mais desprotegida do nosso periodonto e é onde justamente o nosso
paciente não faz uma higienização adequada.
*Altura da gengiva queratinizada: margem gengival até a linha mucogengival. É essa gengiva é inserida
queratinizada que da a proteção que os dentes precisam. Os pacientes que tem essa faixa muito pequena
ou não tem ela sentem incômodo à escovação, e assim fazem uma má higienização, então essa faixa
queratinizada é importante como fator preventivo da gengivite e periodontite, quanto mais espesso menor
a possibilidade dele ter dificuldade em escovar. E essa faixa é maior na região anterior e vai diminuindo em
sentido a posterior.
Sulco gengival: É uma fenda em forma de V em torno do dente, limitado de um lado pela superfície do
dente e pelo outro lado pela interna da margem gengival livre, o sulco gengival tem aproximadamente
0,79mm, e a sondagem de um paciente com saúde periodontal tem medida de mais ou menos 2mm ou
3mm.
Existe essa diferença porque a sonda vai além desse sulco, na sondagem inclui-se o epitélio juncional. O
epitélio juncional é aderido à superfície dental por hemedesmossomos, que é uma espécie de estrutura
celular que adere-se à uma estrutura inanimada, no caso o dente. E quando se coloca a sonda esses
hemedesmossomos são arrombados pela sonda e depois eles voltam quando se retira a sonda.
HISTOLOGIA
. Sulco gengival
*Onde termina o epitélio do sulco gengival começa continuamente o epitélio juncional que é aderido a
superfície do dente por hemedesmossomos, é uma camada simples de epitélio, única camada de célula. E
é nesse epitélio que passam as células para fazer a defesa do sulco gengival, juntamente com o fluido
crevicular gengival. Esse fluido é oriundo do tecido conjuntivo, ou seja, são as células do conjunto que
produzem esse fluido e ele junto com as células de defesa passam pelo epitelio juncional.
* Terminando o epitélio juncional começa o que chamamos de inserção conjuntiva, são fibras colágenas do
conjuntivo que se inserem no cemento. E são essas fibras que dão resistência à sondagem.
*Voltando - o aspecto de casca de laranja é dado pelas interdigitacoes associadas às fibras colágenas
gengivais- ou fibras de inserção gengival.
Arranjo dessas fibras: tem um arranjo de modo a apertar a gengiva ao dente. Sua confirmação entrelaça
entre os dentes.
E a nomenclatura se da " de onde vem pra onde vai " exh: fibras dento-dentais, Fibras dento-periosteais "
*( não precisa decorar todos.)
LIGAMENTO PERIODONTAL
Ligamento periodontal: O ligamento periodontal não é observado clinicamente, mas pode ser observado
radiograficamente, na qual consegue-se ver o espaço desse ligamento.
Mas clinicamente da pra imaginar a situação desse ligamento fazendo o teste de mobilidade, com o auxílio
de dois instrumentos rígidos movimentando o dente sentido v/l, depois m/d, e no sentido do longo eixo do
dente caso haja mobilidade, para verificar o quanto de mobilidade o dente tem. Até 1mm é normal, mas
mais de 2mm já indica possível perda do ligamento periodontal, e assim deve investigar. Lembrando que a
perda óssea começa sempre no ligamento periodontal.
Ele une o cemento alveolar e o osso alveolar e possibilita a distribuição das forças mastigatória ao longo
da superfície do dente. Tem uma espessura variável entre 0,15; 0, 38 mm, e é constituído por células,
fibras e matrizes intercelulares. Sendo a maior constituição as fibras, que possuem o objetivo de resitir as
forças mastigatórias.
O ligamento periodontal começa quando começa a crista óssea alveolar e vai ao longo de todo dente. E a
orientação dessas fibras também dão nomes as mesmas. Tem- se as fibras da crista alveolar, fibras
oblíquas, fibras horizontais, fibras inter-radiculares e fibras apicais.
Quais são as funções dessas fibras?
A principal é a função física, de ancoragem e distribuição de forças. E além disso elas tem função
formadora e remodeladora. São essas fibras do ligamento periodontal e os constituintes do ligamento que
possibilitam a renovação dos elementos celulares e remodelação dos tecidos periodontais. Isso é muito
nítido do tratamento ortodôntico. Do lado onde se tem pressão eu tenho umas reabsorção óssea e do lado
que tenho uma tração eu tenho umas formação ossea. Isso é dado pela "puxada" do ligamento
periodontal.
E também tem função nutricional e sensorial. Faz o transporte de nutrição, eliminação de metabólitos e
inervação.
O ligamento é inervado pelo nervo alveolar superior e inferior, sendo ele altamente vascularizado e
inervado.
Radiograficamente o ligamento é visto radiolucido, e ele tem uma conformação de ampulheta começa
fino, alarga e depois afina novamente.
CEMENTO
. É um tecido calcificado, especializado, e que recobre a raiz dos dentes. Ele é formado por cristais de
hidroxiapatita.
. o cemento tem camadas aposicionais ao longo da vida, então quanto mais idoso a pessoa é, menor o
ligamento periodontal e maior a espessura do cemento (muito devagar)
Isso porque os cementoblastos que estão na superfície do cemento voltado para o ligamento produzem a
matriz e dão um “pacinho” pra trás, e o ligamento que está atrás vai diminuindo.
OSSO ALVEOLAR
Com relação a sua anatomia ele tem o processo alveolar que é o osso alveolar propriamente dito e as
tábulas ósseas corticais, vestibular e lingual, e o osso medular.
Dependendo da posição das raízes do dente com relação ao osso alveolar, a tabula óssea vestibular ou
palatina podem ser mais espessas ou mais finas.
Ex: em um paciente com apinhamento dos incisivos, ela terá as tabulas ósseas na vestibular super finas.
(No caso de aparelho isso acontece em praticamente todos os dentes- é transitório, o osso tem
capacidade de reabsorção e formação)
AULA 2
Epidemiologia
Conceito: estudo da distribuição de uma doença ou condição fisiológica entre os povos ou fatores que
influenciam essa distribuição.
É necessário saber desse processo para que ocorra a prevenção de uma determinada doença, pois é mais
barato preveni-la e mais importante do que um tratamento de uma doença já instalada. É importante saber
do que se trata a epidemiologia para que saibamos a melhor forma de tratamento.
Epidemiologia Descritiva
Informa a severidade de uma doença, baseada em uma conta matemática, ou seja, simplesmente contar o
número de casos de uma doença e contar também a extensão dessas doenças.
Estudar essa severidade nos permite saber qual a melhor forma de tratamento a ser usada. E a extensão
nos informa o quanto essa doença está espalhada em uma determinada população ou até mesmo dentro
de uma boca. Essa extensão também nos ajuda a planejar o quanto de esforços que vai ser necessário para
o tratamento de uma doença.
Epidemiologia Etiológica
É aquela que determina os fatores causais, ou seja, ela vai determinar quais fatores causam determina
doença ou alteração. Esse estudos vai comparar o fator causador com a ausência do fator causador para
verificar se na ausência ou presença desse fator causador tem mais ou menos aquela doença.
Epidemiologia Analítica
Ela vai determinar as hipóteses de desenvolvimento de uma doença, que são estudos que determinam
como uma doença leve vai evoluindo até tornar-se uma doença com perda de função do dente por
exemplo. Ela nos auxilia em saber qual tipo de tratamento utilizar em determinada fase de uma doença.
Epidemiologia Interventiva
Determina medidas preventiva e de tratamento. Nesse estudo a comparação entre os tratamentos para
que se saiba qual o melhor tratamento e qual o tipo de intervenção a ser utilizada.
Existe uma barreira ou uma diferenciação muito importante entre os sistemas de Indexação (que usam
índices, divide em categorias) utilizados na prática clínica e na pesquisa epidemiológica que é quando você
faz um levantamento epidemiológico de base populacional, pois não dá para usar o mesmo índice em tudo.
Na prática clínica utilizamos esses índices a pacientes que estão sendo tratados naquele momento e é
específico para aquele paciente. Já na pesquisa epidemiológica utiliza outros índices menos apurados que
são mais genéricos, que são mais gerais para pegar as alterações mais importantes.
• Cor: quanto mais vermelho mais inflamado. (mas não é preciso em uma avaliação de inflamação)
• Edema: mas nem sempre a inflamação pode gerar um edema, o que ocasionaria vários falsos
positivos.
• Sondagem: verificar se ouve sangramento à sondagem e é mais real no caso de verificação de
inflamação, pois ele é visível eu consigo enxergar se sangrou ou não sangrou, ou seja, com apenas
duas possibilidades.
Para se ter um bom índice é preciso ir avaliando os pós e contras para se ter um bom resultado.
Antigamente foi usado o índice de fuccina básica com bochecho para realização desse índice. Ele é um
índice de registro parcial só nos seis dentes anteriores próprio para escolares sem a necessidade de levar
até a clínica odontológica.
0- Nenhuma placa
1- Placa corada apenas na margem gengival
2- Uma contínua linha de placa corada na margem gengival
3- 1/3 da coroa corada
4- 2/3 da coroa corada
5- Todo o dente corado
Em geral todos esses índices caíram de desuso, pois eles tinham muitos códigos e os códigos nem sempre
são muito precisos nas estatísticas. O bom é usar índices chamados dicotômicos, ou seja só duas opções 0 e
1, e você não vai ter dúvidas quanto a identificação e na hora de fazer a avaliação estatística e é mais fácil
porque você pode dar o resultado em porcentagem.
No caso do sangramento para avaliar a inflamação o índice de AINAMO & BAY 1965 é o mais usado onde:
0- Ausência de placa
1- Presença de placa
Faz da mesma forma que o anterior analisando presença ou ausência de sangramento até 15seg após a
estimulação da margem gengival.
Esses índices são usados porque conseguem avaliar bem o sangramento e o índice de placa e são
preferencialmente utilizados em estudos epidemiológicos.
Índice para avaliar a severidade de uma doença criada por Russel em 1956
Deve-se avaliar a profundidade da bolsa e com ela pode ser observado a quantidade de suporte que foi
perdido.
Ele criou códigos que vão do 0 ao 8 (como se fosse um código evolutivo) onde:
0- Saúde periodontal
1- Gengivite marginal parcial
2- Gengivite em todos os dentes
3 a 6 - Formação de bolsa
7 e 8 - perda de função
Ele é um sistema de registro reversível, porque se você tratar esse paciente ele consegue retornar aos
códigos anteriores. Mas ele não é muito preciso, porque é difícil você definir gengivite, com formação de
bolsa, o que seria uma perda de função. Mas ele foi muito utilizado até os anos 80.
Índice PSR
Ele é um índice também criado pela OMS com o mesmo objetivo do CPITN e foi criado uma sonda pra isso,
que é a sonda da OMS.
Código:
0- Saúde
1- Gengivite
2- Gengivite com periodontite leve
3- Periodontite moderada
4- Periodontite severa
Código * para presença de mobilidade, furca e problemas muco-gengivais.
Necessidades de tratamento:
Código
0- Medidas preventivas
1- Profilaxia profissional
2- Remoção de cálculos a margem desadaptadas de restaurações
3- Mapeamento periodontal completo e exame radiográfico do sextante acometido
4- Mapeamento periodontal completo e exame radiográfico de todos os dentes
Os Estados Unidos criaram uma sonda de plástico quem tinha uma faixa verde, uma laranja e uma
vermelha que era uma maneira didática do paciente entender o grau de saúde que se encontrava naquela
boca.
Prevalência da periodontite
Analisando a perda óssea, do ligamento.
Até o final dos anos 80 entendia-se que a periodontite era um grande problema de saúde pública que todo
mundo tinha e que afetava maioria da população entre 40 e 45 anos que começava na idade jovem e
evoluía para a periodontite e 90% da severidade estava atribuída a idade e higiene bucal. Entendia-se que
quanto mais velha a pessoa era maios a chance dela ter periodontite, pois dava mais tempo da doença
evoluir e quanto pior essa pessoa tivesse a higiene bucal maior chance dela ter periodontite.
Com a evolução dos estudos epidemiológicos mostrou-se tudo isso que estaca exposto.
O estudo de (?) de 1986 que comparou a periodontite em duas populações bem distintas.
O primeiro dele foi em adultos Tanzanianos de 30 a 69 anos. Na Tanzânia na década de 80 não existia
escova nem pasta de dente eles limpavam os dentes com pano eventualmente. Então esses adultos tinham
grande quantidade de placas e cálculo. As bolsas profundas maiores que 3mm e perda de inserção maiores
que 6mm estavam localizadas somente em 10% das superfícies dentárias.
75% das áreas de inserção severas maior que 7mm estavam localizados em apenas 31% dos indivíduos.
Dessa forma, não há distribuição uniforme na população como era de se esperar e pouca relação com nível
de placa supragengival. A placa ela é um fator etiológico para a doença periodontal mas evolução da
doença periodontal é uma outra história, pois é mais um fator ligado ao indivíduo do que a presença
daquela placa.
A doença periodontal avançada faz perder dente, ela afeta a minoria das populações nos países
industrializados, ou seja, é pouco prevalente de 10 a 15% somente, poucos dentes por indivíduos é difícil
uma pessoa perder todos os dentes por doença periodontal e a prevalência aumenta com a idade com pico
de 50 a 60 anos, e a distribuição é semelhante em diferentes populações a respeito da higiene horal.
O estudo de (?) de 1996 comparou diversas populações que foi um estudo multicêntrico e mostrou que era
mais ou menos similar essa questão da doença, que não era uma coisa só de um lugar que era uma questão
mundial. Então caiu por terra essa ideia de perda dental por periodontite.
Em indivíduos jovens têm menos periodontite.
Periodontite na dentição decídua
Em 159 crianças de 5 a 7 anos tinham 27% de doença periodontal
De 8 a 10 anos 25%
De 11 a 14 anos 21%
Nos índios Pima que são diabéticos eles possuem uma mutação genética que causa diabetes tipo 1 em
todos, ou seja, não produzem insulina. Então era de se esperar que eles tivessem mais doença periodontal.
Prevalência de:
7,7% em crianças de 5 a 9 anos;
6,1% de 6 a 14 anos
Periodontite não é uma coisa comum em crianças principalmente com perda de inserção.
Já em dentição permanente de indivíduos jovens chamados de PJL (Periodontite Juvenil Localizada), hoje
em dia ela é chamada de periodontite agressiva que evolui rapidamente e causa perda de inserção em um
curto período de tempo e é super pouco prevalente. É mais prevalente em mulheres caucasianas com
prevalência de 0,1% e na raça negra é mais prevalente em homens com prevalência de 1% somente.
Hoje se sabe que essa periodontite juvenil chamada hoje de periodontite agressiva que afeta os indivíduos
jovens e evolui rapidamente.
E a prevalência é de 52% em indivíduos em 1993, 31% em 1992. Se comparada as áreas afetadas com
periodontite juvenil localizada e a radiografia da dentição decídua. Se a criança teve uma alta concentração
de doença periodontal na dentição decídua ela provavelmente vai desenvolver na dentição permanente, ou
seja, deve-se sondar as crianças para um possível diagnóstico
O que mais faz perder dente, cárie, doença periodontal ou acidente automobilístico?
A primeira razão é a cárie, segundo a doença periodontal e terceiro acidente automobilístico.
Então a contribuição da periodontite para a perda dental menor do que a cárie. Só que em casos de haver
periodontite em todos os dentes ela se coloca em primeiro lugar, porque quando os dentes já estão com
mobilidade os indivíduos já procuram o dentista para extrair todos os dentes para colocar dentadura.
Patogênese das doenças periodontais – É o mecanismo pelo qual o hospedeiro responde a agressão dos
microorganismos do biofilme e as alterações patológicas resultantes nos tecidos periodontais. São os
mecanismos patológicos que ocorrem para a doença se desenvolver.
Existe uma linha do tempo que divide a doença terminal, da saúde. Um periodonto saudável é fácil de
identificar, assim como a doença terminal, com sangramento, saturação é fácil de identificar. Entretanto,
existe algumas situações muito próximas a doença ou a saúde que às vezes fica difícil discernir a real
situação.
É isso que se estudo nesta parte. O que ocorre no início até o final (evolução), quais os processos
patológicos e os fatores de risco que auxiliam no desenvolvimento da doença.
CONDIÇÃO DE SAÚDE
Cor rósea; consistência firme; sondagem 0,5 a 3mm no máximo e ausência de sangramento. Quando
sondado ele apresenta-se isquêmico e quando retirado a sonda volta ao normal.
Na radiografia
Presença de lâmina dura – linha radiopaca que acompanha todo o espaço do ligamento periodontal
2-3 mm crista óssea a cemento-esmalte
Ausência de espessamento do ligamento
Na radiografia pode-se observar um espaço radiolúcido que acompanha toda a superfície do dente,
apresentando um formato de ampulheta – mais largo na junção cemento-esmalte, depois afina-se e no
ápice da raiz fica grosso novamente – que é o ligamento periodontal. Quando ele está espessado, significa
que houve uma perda óssea, sendo este um dos primeiros passos que denota a doença periodontal.
Outra condição que indica a doença é a perda da crista óssea em altura (ela é bem próxima a junção
cementoesmalte), se ela abaixa (é perdida), na radiografia vai mostrar uma imagem radiolúcida, pois
naquela região só terá tecido mole – Existe de 2 a 3 mm de distância da crista óssea alveolar à junção
cemento-esmalte.
No histológico
Existem muitas células nos tecidos que fazem a proteção do sulco gengival. Através das células do
epitélio juncional (células mais afastadas, que selam o sulco gengival na porção mais apical) passam o
flúido crevicular gengival e células de defesa para defender o sulco gengival. Sendo assim, mesmo em
condição saudável existe infiltrado de neutrófilos no epitélio juncional e linfócitos no tecido conjuntivo,
devido a pequena porção de bactérias responsáveis pela formação do biofilme dental. Essa situação
comum no organismo é denominada inflamação subclínica e impede que ocorra a expansão das bactérias
do biofilme.
A agressão bacteriana leva a resposta do hospedeiro pelo mecanismo de defesa do sulco gengival que
inclui anticorpos, neutrófilos, macrófagos, complemento, barreira epitelial intacta – uma célula epitelial
bem justaposta a outra e sem áreas ulceradas –, fluido gengival crevicular (extravasamento de fluido e
plasma do epitélio que vai levando junto todas as bactérias que ali deposita) e a própria descamação
epitelial – na medida que as células se descamam, leva consigo o que está depositado sobre ela –, tendo
assim, uma situação de equilíbrio constante.
O sulco gengival, Epitélio Juncional, Ligamento Periodontal e Tecido conjuntivo podem ser rapidamente
perdidos se iniciar um processo patogênico devido a perda da homeostasia/equilíbrio corporal. Levando a
uma inflamação, que pode desencadear uma doença terminal com perda óssea, migração da margem
gengival (retração gengival), sangramentos, supuração (pus), mobilidade do dente devido à perda óssea e
consequentemente do Ligamento Periodontal e até perdas dentais.
# Mesmo com a perda óssea, existe tratamentos com enxerto ósseo, biomaterial que possibilita a
recuperação do periodonto em altura. Mas existe indicação para cada pessoa, ex. quando já perdeu mais
de dois terços do comprimento total do dente, pode não conseguir fazer o enxerto. Todavia, ainda existem
outros tratamentos que permitem a estagnação da perda óssea, permitindo que o dente continue
funcional ao longo da vida.
GENGIVITE
Início do processo patológico da doença periodontal. É uma doença inflamatória, onde a margem gengival
é primeiramente acometida e depois evolui para o tecido conjuntivo gengival.
3. Com a migração de células do epitélio juncional vai ter também maior produção de FCG (Fluido
Crevicular Gengival)
4. Com o tempo, o processo vai migrando apicalmente, vai formando na região do sulco, cada vez
mais próximo da junção cemento-esmalte. Nessa etapa ainda não houve perda estrutural, apenas
perda de tecido mole. Pode ocorrer aumento do volume devido ao edema que decorre pela
proliferação epitelial, proliferação do conjuntivo e pelo exsudato que extravasa dos vasos. Isso faz
com que o sulco gengival fique maior – bolsa falsa.
O sangramento que pode ocorrer é devido ao aumento da permeabilidade do tecido, assim quando o local
é manuseado por sonda, escova, fio dental ou outro material, pode sangrar.
As bolsas falsas são criadas normalmente pelo “crescimento da gengiva” fazendo a sondagem indicar uma
distância maior do que realmente é. Isso pode ser descoberto
ao identificar a presença da junção cemento-esmalte – logo
não houve perda de inserção, pode se comparar com a coroa
clínica dos dentes vizinhos ou analisar a junção cemento-
esmalte que é a principal referência. Se a gengiva estiver
abaixo da junção cemento-esmalte significa que a bolsa é
verdadeira – ouve perda de inserção do ligamento. Caso
contrário significa que a gengiva está aumentada, mostrando
assim uma bolsa que não existe.
Processo inflamatório e imunológico mais desenvolvido - alcança níveis mais profundos. E o processo
“defensivo” do corpo associado à presença do biofilme causa danos irreversíveis aos tecidos periodontais
com perda de cemento, ligamento e osso alveolar. À medida que a inflamação tenta proteger, ela acaba
criando também danos. Nesse caso, mesmo tratado o paciente, haverá sequelas.
Nessa etapa, o biofilme formou. Alcançou o tecido marginal. Chegou a margem do tecido ósseo e do
ligamento periodontal. O biofilme continuará migrando apicalmente e junto com ele o epitélio juncional
que passa a se chamar epitélio juncional novo. Ele se desenvolveu apicalmente na tentativa de proteger o
tecido lateral. E vai aumentando até que tenha uma bolsa gengival mais profunda. Junto a isso, o epitélio
gengival vai sendo acometido por células inflamatórias, chegando a destruir o ligamento periodontal e o
osso.
Então ao mesmo tempo que é destruído as fibras do ligamento periodontal e as células da crista ósseo
alveolar, tem-se o deslocamento apical do epitélio. Se tem perda dessas estruturas, tem-se realmente a
formação da bolsa periodontal – não terá mais a resistência das fibras periodontais a sondagem. A bolsa
verdadeira ocorre pela migração apical do epitélio juncional que a princípio estava próxima da junção
cemento-esmalte.
Quando tem a perda da crista óssea em altura que é chamado de perda óssea horizontal, o dente já
começa a ter mobilidade.
A perda óssea ocorre na dimensão de aproximadamente 0,05 mm ao ano, então para perder um dente
leva anos. Logo, o profissional tem tempo de sondar, descobrir e poder tratar, o que nem sempre
acontece.
# Nesse local da inflamação está ocorrendo diversos processos inflamatórios: as reações em cascata,
células inflamatórias (linfócitos, macrofagos, neutrófilos), radicais livres, prostaglandinas, leucotrienos.
Aspectos particulares
- Posição “transgengival” do dente: O dente é um órgão que uma porção está localizado dentro de outro
órgão, que é o osso alveolar e outra porção está fora, dentro da cavidade bucal. Isso facilita o processo
inflamatório e dificulta a eliminação das bactérias. Pois a parte de fora (coroa) é o alvo dos
microrganismos, mas as células de defesa se encontram dentro. Dificultando muito o sistema de defesa do
organismo.
- Epitélio juncional altamente permeável: É bom, porque deixa passar mais células de defesa, porém ruim
porque deixa passar as bactérias e seus produtos tóxicos para dentro do corpo.
- Superfície estável, não descamativa: O que se torna uma fonte perene de inflamação. Quando tem uma
inflamação dentro da pele, esta vai se descamando e levando consigo as bactérias, o que não acontece no
dente, que é uma superfície sem descamação. As bactérias são removidas apenas com a fricção e
raspagem.
- Característica polimicrobiana: Uma das poucas doenças em que tem muitos microrganismos causadores.
Logo, se der um antimicrobiano, ele não terá um espectro para tantos tipos diferentes de bactérias, não
tendo o efeito desejável.
- Microbiota muda com o tempo: Na medida que a doença se desenvolve algumas bactérias morrem,
outras de desenvolvem, outras aparecem, pois se alimentam de subprodutos que outras criaram.
É por isso que (devido aos pontos citados) não se tem êxito ao tratar a periodontite com antimicrobiano.
# Em alguns casos, existe o risco de proliferação microbiana no pós-operatório, o que é sim indicado
antimicrobiano, tendo este um largo espectro para combater o máximo de microrganismos possíveis,
como a amoxicilina. Ex. Prolapso de válvula mitral com regurgitação (sopro), para essas pessoas, todo
tratamento que pode gerar sangramento é indicado o uso de antibiótico para prevenir a endocardite
bacteriana. Quem tem Prolapso de válvula mitral sem regurgitação, não tem tanto risco.
- Sítio específico: Não ocorre em todos os dentes. E mesmo tendo em um dente, não significa que abrange
todas as faces. É importante lembrar disso para a sondagem – é preciso sondar várias regiões de um
mesmo dente para diagnosticar a doença. A doença a princípio está localizada apenas no sulco gengival,
sendo assim existe a possibilidade de ocorrer, por exemplo, apenas em uma face distal do dente
(específico daquele local), podendo não acontecer nada na mesial daquele mesmo dente. Quando a
periodontite acomete vários dentes, é porque já houve tempo da doença espalhar, mas não foi porque
contaminou outros locais. A bactéria específica que está desencadeando a periodontite na distal daquele
dente, pode chegar a saliva, a mucosa, em outro dente. Mas isso por si só, não é capaz de gerar a bolsa
periodontal, porque para isso precisa de todo um ambiente
- Grupos de risco: São situações da vida (hábitos) e do hospedeiro que propicia o maior acometimento pela
doença periodontal. Dentre eles está o fumo, Diabetes Mellitus que são situações de risco para a Doença
Periodontal (DP), tanto no início, quanto na sua progressão.
- Progressão: lenta e contínua – aproximadamente 0.05mm por ano, porém em alguns momentos ela pode
apresentar episódios de surtos (período curto de tempo que perde uma distância significativa de inserção).
Esses surtos ocorrem devido ao shift microbiano, que é a mudança microbiana, ocorrido por causa da
morte de bactérias, concorrência entre as mesmas para aumentar a população etc.
# Existe uma bactéria muito patogênica chamada Porphyromonas gingivalis que faz perda de inserção,
promove recrutamento de citocinas pró-inflamatórias e cria um grande estrago. Mas para ela aparecer
precisa de outras bactérias aparecerem previamente e produzir subprodutos que ela se alimenta. Logo
quando aparece uma bactéria periodontopatogênica ocorre um shift.
- Biofilme: agente etiológico primário da Gengivite e Periodontite. Sem ele não existe doença periodontal,
mas a presença dele não significa necessariamente que a pessoa tem DP, devido aos vários fatores para a
ocorrência da doença.
- Característica multifatorial: Precisa da existência de mais de um fator para que a doença aconteça.
BIOFILME
Fator etiológico primário, com capacidade de agressão direta (produção de toxinas pelas bactérias,
principalmente os Lipopolissacarídeos – LPS) e indireta (processo de dessa do organismo - inflamação) aos
tecidos periodontais
O biofilme ativa mecanismos de defesa do hospedeiro através do processo inflamatório, sistema imune
celular e humoral. Essa ativação que definirá como a doença vai ocorrer, influenciará mais até do que a
própria flora bacteriana. Assim, pessoas respondem diferente a agressão bacteriana. Alguns tem muito
biofilme e pode nunca apresentar uma bolsa periodontal, outros tem pouco biofilme (pode até escovar
bem os dentes) e podem ter bolsa periodontal.
# O tártaro por ser poroso agrega mais bactérias. Mas ele por si só, sem bactérias (um tártaro que foi
esterilizado, por ex.) não é capaz de produzir uma gengivite ou periodontite.
# O biofilme é formado de dentro para fora, não sendo contaminado externamente. Tem a película
adquirida, nela tem glicoproteinas salivares com receptores onde se aderem as primeiras bactérias
(streptococos, lactobacilos) – colonização primária que cresce em volume. Posteriormente chega outros
tipos de bactérias que vão produz matriz – matriz intermicrobiana. Bactérias de outras bocas ao chegar
naquele local, não vai conseguir entrar no biofilme. Sendo assim, a boca nunca é contaminada por
microrganismos vindo de um biofilme externo.
- Placa bacteriana: Termo biológico usado normalmente com os pacientes. Massa organizada de
microrganismos e seus produtos, debris alimentares, células descamadas, Ca e P, que se adere no dente,
em próteses, e nas superfícies orais, presente no sulco gengival e nas bolsas periodontais, todo lugar que a
saliva tem contato, sendo que adere melhor em superfícies não descamativos – dente, prótese.”
- Biofilme dental: Bactérias em uma matriz composta principalmente por polímeros extracelulares de
origem bacteriana (as próprias bactérias produzem a sua matriz) e produtos do sulco gengival e/ou saliva,
estabelecendo relações que facilitam seu desenvolvimento e dificultam sua eliminação, com o passar do
tempo ele vai ficando mais complexo e resistente podendo causar uma reação inflamatório aos tecidos
periodontais que é perpetuada se o biofilme não for removido – por isso dificilmente consegue remover
um biofilme com jato de ar e água, precisa de friccionar.”
Constituintes: Película Adquirida, Matriz intermicrobiana e Microrganismos
Forma física: Placa, Matéria alba (biofilme primário – primeiras bactérias, tendo consistência bem fluida) e
Cálculo (biofilme mineralizado)
Aderência bacteriana: Influenciada por interação das estruturas de superfície das bactérias (pile, fimbrias)
e das áreas colonizáveis, ex. um cálculo é mais poroso, facilitando a aderência de bactérias muito mais do
que a superfície lisa do esmalte. Atividade da saliva (ação química e mecânica), quem tem saliva mais
espessa vai ajudar na aderência microbiana, frente de quem tem saliva mais fluida. Saliva com melhor
atividade tampão também vai atrapalhar nessa aderência.
Ainda relacionado a aderência tem:
1. Características das superfícies bucais: superf. Descamativas /superf. Não-descamativas que propicia um
ambiente para formação de biofilme mais durável.
2. Características das superfícies bacterianas: glicocálice, pili ou fímbrias, polissacarídeos extracelulares
(dextranas / frutanas / mutanas = funcionam como “colas” para a bactéria aderir no substrato e inclusive
aderir em outras bactérias).
O dente é carregado negativamente, as bactérias também. Qualquer substância (dextranas, frutana e
mutana) que fique entre o dente e a bactéria, muda a tenção superficial da bactéria, fazendo com que haja
atração + com – do dente e tenha a adesão.
FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTAL
Na colonização primária (primeiras bactérias) são facultativas gram-positivas que causa pouco dano aos
tecidos periodontais. Elas utilizam como fonte de energia os carboidratos, oxigênio (aeróbias) e diminuição
do potencial de óxido-redução do substrato, produzindo no seu metabolismo lactato e formiato. Elas são,
na grande maioria, do tipo Actinomyces e Streptococcus e não são periodontopatogênicas e sim
cariogênicas.
Depois, terá uma transição do meio gram+ para gram-. No qual ocorrerá mudanças no meio ambiente,
aumento da massa do biofilme, importante para o aparecimento de algumas bactérias sem mecanismos de
adesão e que irão agregar por empilhamento, através das Interações bacterianas.
Na colonização primária quem não tem mecanismos de adesão não consegue sobreviver, já quando tem a
mudança do meio ambiente, as bactérias que não aderem, são as que conseguem sobreviver, pois o
biofilme já aumentou de volume.
# A bactéria P. gingivalis só aparece após a colonização da C. Achoracea e Campytobacter rectus, a primeira
produz succinato e a última protohemina, substâncias necessárias para a sobrevivência da P. gingivalis.
Coagregação: É o processo pelo qual duas espécies de microrganismos interagem através de mecanismos
específicos. Ex. F. Nucleatum x S anguis Prevotella loecheii x A. viscosus Capnocytophaga ochrarea x A.
viscosus F. Nucleatum x P. Gingivalis Cocóides x bacilos: espiga de milho
Inibição: Processo oposto à coagregação onde certas bactérias inibem o crescimento de outras de maneira
pouco específica, como mudança do meio do biofilme ou de maneira mais específica produzindo certas
substâncias. Ex. O Streptococcus sanguis produz H2O2 que mata o A. actinomycetmcomitans.
# Demora aproximadamente 7 dias para ter um biofilme estabelecido e 15 dias para ter uma gengivite
(bactérias da colonização secundário, já com gengiva sangrando).
Ecossistemas ou Nichos intra-orais colonizáveis: Superfícies duras supragengivais / Bolsa periodontal e
periimplantar – esses tecidos estão protegidos pelo volume da bolsa, facilitando assim a colonização/
Epitélio intra-oral / Dorso da língua / Amígdalas – algumas pessoas tem amigdala caseosa, que é um
biofilme que forma na amidala e mineraliza, a pessoa pode tirá-lo com cotonete por exemplo, ou ir em um
otorrinolaringologista. Cada tipo de ecossistema ou nicho coloniza espécies diferentes.
Espécies cariogênicas X Espécies periodontopatógenas
Existe um perfil etiopatogênico diferente entre a doença cárie e a doença periodontal. Os determinantes
ecológicos específicos para que cada doença ocorra explica o fato de pessoas que tenham muita cárie,
dificilmente terá doença periodontal e vice-versa. Embora ambas tenham o biofilme como agente
etiológico, a evolução das duas é completamente diferente
AULA 4
-Importância: trocar informações entre profissionais; referenciar pacientes a outros profissionais dizendo o
tipo da doença que o paciente tem; código internacional de doenças, que é um código numérico para
todos os tipos de doenças, inclusive as de origem odontológica (ex: colocar em um atestado).
GENGIVITE: inflamação gengival sem a perda de inserção conjuntiva (não há migração apical do epitélio
juncional). Há uma formação de uma bolsa falsa, devido ao crescimento do volume gengival. DOENÇA
PERIODONTAL MAIS PREVALENTE.
PERIODONTITE: inflamação gengival em regiões onde ocorreu migração apical do epitélio juncional sobre a
raiz dental, perda de inserção e reabsorção óssea. Há formação de bolsa periodontal verdadeira.
-Classificação 1999:
*Lesões gengivais não induzidas por placa: trauma; gonorreia; tuberculose; herpes oral recorrente;
infecções pelo vírus varicela zoster; candidose.
*Manifestação gengival de outras doenças sistêmicas: penfigoide membranoso, pênfigo vulgar, lúpus
eritematoso, psoríase.
*Reações alérgicas na gengiva: alergia a materiais restauradores, como acrílico usado nas resinas, níquel
componente do aparelho ortodôntico, mercúrio do amalgama (menos frequente hoje); alergia a pastas de
dentes ou enxaguantes bucais; alergia a aditivos de comidas, como corantes.
*Lesões traumáticas da gengiva: podem ser químicas (queimadura química) ou físicas (acidentes por
escovação, mordida de objetos, etc) ou injuria térmica (normalmente queimadura por alimentos quentes).
*GENGIVITE INDUZIDA POR PLACA: vermelhidão e edema da gengiva marginal com alteração do contorno
(perde o formato de arco côncavo regular) e consistência da gengiva (fica flácida), sangramento à
sondagem ou espontâneo. É a forma +COMUM de doença periodontal; é reversível, ou seja, quando
tratada há uma reversão do quadro sintomático e de sinais, voltando à normalidade sem nenhuma
sequela. (radiograficamente tudo está normal, porque não acomete o periodonto de sustentação).
Tratamento: remove o fator etiológico (placa) = profilaxia e polimento coronário, onde usa-se as taças de
borracha e escova de Robson e polimento da superfície do dente (dificultando a nova adesão do biofilme),
além de orientação em higiene bucal (ensino das técnicas de escovação e uso do fio dental).
*GENGIVITE INDUZIDA POR PLACA SEM MODIFICAÇÃO POR FATORES LOCAIS: quando só tem o biofilme
presente no dente e não tem outros fatores que ajudam o biofilme a agregar.
*GENGIVITE INDUZIDA POR PLACA MODIFICADA POR FATORES LOCAIS: Tratamento: remover ou alterar
o fator local (quando possível, já que em algumas situações é inviável. Por ex: dentes apinhados) de forma
que ele não mais esteja presente para favorecer o acúmulo de placa. Isso deve ser feito previamente a
profilaxia e polimento coronário.
*GENGIVITES MODIFICADAS POR MEDICAMENTOS: gengivite hiperplásica, fibrosa, onde existe um grande
aumento gengival associado ao uso de medicamentos.
Existem alguns medicamentos que podem causar aumentos gengivais, que tem sempre um componente
inflamatório e um componente de crescimento tecidual (‘fibroplasia’: os fibroblastos proliferam e
aumentam em tamanho, causando crescimento anormal da gengiva, que pode até cobrir toda a coroa). O
que fazer? Reduzir a dose do medicamento ou trocar por outro medicamento que não cause esse tipo de
efeito colateral. Assim, a gengiva para de crescer, mas não volta ao normal.
Deve-se fazer uma GENGIVECTOMIA, cirurgia de remoção do excesso de gengiva através de instrumentos
cortantes ou cauterização. A partir daí pode começar o tratamento da gengivite (profilaxia e polimento
coronário e excelente orientação a higiene bucal, já que este paciente tem predisposição ao crescimento
da gengiva e o acumulo de biofilme dental agrava o crescimento).
1- Ciclosporina A: imunossupressor
2- Fenitoína (Dilantina): anticonvulsivante
3- - Nifedipina/ Verapamil: anti-hipertensivos bloqueadores dos canais de cálcio
O que difere a periodontite da gengivite? Retração, posição do dente, presença de bolsa, perda de
inserção, perda óssea, irreversível, sangramento à sondagem, presença de supuração, mobilidade
patológica (quando o dente fica mole, mais q 1mm do esperado), migração patológica (dentes saem da
posição, mudam de lugar, abrem espaço onde não tinha), presença de cálculo. Basicamente, a
periodontite se dá pelo agravamento da gengivite que se instala mais profundamente, acometendo o
tecido de suporte do dente (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar).
PERIODONTITE CRÔNICA
Doença periodontal mais prevalente após a gengivite.
Extensão:
Localizada= acomete menos que 30% dos dentes
Generalizada= acomete mais de 30% dos dentes
Severidade:
LEVE: perda de inserção até 4mm
MODERADA: até 5mm
SEVERA: até 7mm
AVANÇADA: > 8mm
Mais prevalente em adultos e idosos, pq tem uma taxa de progressão lenta e contínua (pode ocorrer
também em crianças e adolescentes). Doença silenciosa (não apresenta dor; seu incômodo surge
quando já evoluída).
Quantidade de destruição é proporcional à quantidade de agressores locais.
+placa/+agressores = +doença
Cálculo subgengival é um achado frequente
Progressão lenta ou moderada
Pode estar associado a fatores predisponentes locais (assim como a gengivite: presença de calculo,
restaurações deficientes, próteses...).
Pode ser modificada ou associada a doenças sistêmicas (diabetes)
Pode ser modificada por outros fatores (fumo, estresse).
*Em fumantes existe uma tendência da periodontite crônica se manifestar de uma forma menos
inflamatória. O fumante costuma ter uma gengiva mais fibrótica e menos irrigada, dando um aspecto de
“saudável” mentiroso e quando faz-se a sondagem pode haver bolsa de 7mm-10mm.
*QUANDO RADIOGRAFAR? Quando o PSR der 3mm, radiografa-se o sextante em questão; 4mm faz-se a
radiografia periapical de toda a boca.
TRATAMENTO: raspagem (uso das curetas) e alisamento coronário radicular associado ao controle dos
fatores locais, onde tiver rugoso faz-se polimento; onde tiver restauração em excesso, diminui-se; onde
tiver dente muito mole indicado para extração, extrai-se; ou seja, diminui os fatores locais e orienta o
paciente a higiene bucal.
*Sempre há sequela, que será invariavelmente a retração gengival, em menor ou maior grau,
dependendo da qualidade da gengiva do paciente. (lembrar que gengivite não deixa sequelas).
*Como tratar as sequelas? Depois da gengiva e periodonto estarem saudáveis, tem-se algumas
maneiras de tratar as sequelas. Quando existe perda óssea interproximal (quando a crista óssea entre
os dentes foi perdida), dificilmente conseguimos colocar enxerto de modo a cobrir, pq a crista óssea
não esta presente para ancorar o enxerto. Dessa forma diminui-se a coroa do dente e replaneja-se toda
a oclusão do paciente.
Primeiro deve-se tratar a área supragengival e orientar o paciente a escovação. Quando o índice de
placa estiver A ou B (menos de 25% de placa), propõe-se a raspagem subgengival (anestesia o sextante
em questão; com a cureta alcança-se o cálculo debaixo da bolsa e raspa de baixo para cima, feito em
todos os dentes. Em sequencia ao tratamento, o paciente deve manter a escovação e uso do fio dental,
ocasionando o selamento bolsa). Essa cirurgia não é muito realizada e normalmente corresponde a
20% da prática do periodontista.
Radiografia: perda óssea/migração apical da crista óssea alveolar, observado em todos os dentes
(radiografias periapicais e interproximais).
Fator local: depois dos cálculos, as restaurações são o fator mais prejudicial para a evolução da
periodontite localizada (ex: dentista esquece de colocar a matriz e cunha de madeira corretamente, e o
amálgama extravasa e invade o espaço biológico/espaço do periodonto, causando uma perda óssea
nessa região pq inflama e levando aos defeitos no periodonto. Para recuperar, deve-se fazer uma
cirurgia de diminuição da crista óssea e se necessário refazer a restauração).
PERIODONTITE AGRESSIVA
Diferente da periodontite crônica, evolui rapidamente e por isso é mais comum em pacientes jovens.
As doenças periodontais necrosantes são de urgência odontológica, pois essas o paciente chega
queixando de dor e tendo limitação de função, então devem ser tratadas imediatamente pois causa
transtornos sérios e há risco de hospitalização
Nessas doenças começamos a observar na GUN alterações das pontas das papilas interdentais
(necrose) que evolui pra PUN e leva a perda do tecido ósseo interdental formando o que chamamos de
sequestro ósseo (osso necrosado que se separa do osso adjacente) isso causa muita dor ao paciente (pois
necrose causa dor).
Como característica clinica temos a necrose papilar e ulcerações das pontas das papilas
interdentais, e essas regiões ulceradas sangram espontaneamente ou com baixo estimulo. Temos também
a inversão gengival, onde as papilas invaginam e formam buracos na região interdental; na região onde
necrosou há a formação de uma pseudomembrana amarela-acinzentada que é o tecido necrosado e isso
descama á limpeza; dor intensa e hálito fétito.
A etiologia das doenças periodontais necrosantes esta relacionada com uma flora microbiana
específica de fuso-espiroqueta, anaeróbias e gram negativas, essa flora microbiana esta muito relacionada
com a baixa de imunidade e necrose. Portanto essa doença possui dois fatores de risco importantes FUMO
e ESTRESSE que associados podem levar ao paciente desenvolver esse tipo de doença caso ele tenha
aquela flora microbiana fuso-espiroquetal. Frequente em jovens, principalmente os que se encontram em
situação de estresse agudo com prevalência baixa de 12%.
Se o paciente chegar com febre mal estar, linfoadenopatia, prostração, dificuldade de alimentação ele
estará com envolvimento sistêmico. Nesses casos há dois tipos de abordagem:
Se você tem acesso direto ao paciente prescreve-se a Terapia total e reavalia de 24 a 48hrs depois; se o
quadro sistêmico estiver ok, continua com a terapia local. Se o paciente ainda estiver com sintomas de
envolvimento sistêmico prescreve-se antibióticos.
Se for um paciente que você não tem certeza se ele irá voltar no consultório (paciente de plantão) usa-
se a antibioticoterapia de inicio junto à terapia total.
O antibiótico de uso nesses casos é o metronidazol. Orientar o paciente pois não pode ser usado com
álcool pois da efeito rebote com sensação de quase morte.
Posteriormente se reavalia 7 dias depois que são geralmente suficientes para acabar com os sintomas,
e depois continua o tratamento como se fosse uma gengivite.
IMPORTANTE: A gengivite não deixa sequelas, a GUN deixa. Pois como necrosa a ponta da papila ela não
volta mais, então quando indicado pode se fazer uma cirurgia de reconstrução.
Tratamento de PUN:
Terapia praticamente igual a da GUN, a única diferença que quando na PUN tem sequestro ósseo no
debridamento remove esses sequestros ósseos com pinça e com cureta.
Porém depois de tratado o quadro agudo (praticamente igual) indica-se raspagem e alisamento
radicular.
Posterior ao tratamento dessas doenças devemos orientar os pacientes quanto aos fatores de risco
(higiene, fumo e estresse).
Abscessos do Periodonto
Abscesso: pressupõe formação de pus, que primeiro causa edema e depois fístula/drena uma
coleção purulenta.
Existem três tipos de abscessos do periodonto sendo eles situações de urgência e emergência
odontológica exigindo tratamento imediato/tratamento do quadro agudo, são eles Abscesso: Gengival,
Pericoronário e Periodontal.
Dor (Reação inflamatória, e por compressão dos nervos pelo aumento de volume)
Aumento de volume
Pode apresentar presença de supuração (o abscesso é a formação de pus, porém às vezes ele não é
detectado por estar muito no interior dos tecidos, nesses casos vê-se o aumento de volume local)
Ocorre mais frequentemente nos 3º molares inferiores ao irromper, pois geralmente possuem uma
posição um pouco mais complicada e geram a formação do capuz pericoronário (gengiva que ainda não
foi completamente suplantada pelo dente – Tampinha sobre o dente).
Pode ocorrer em outros dentes também
Acomete não só a gengiva marginal, mas toda a região do capús pericoronário. Pode acontecer de
maneira :
o CRÔNICA: inflamação que vai e volta varias vezes de forma mais branda, que podem até se
tornar agudo
o AGUDA: causa dor e o paciente pode ser até hospitalizado
É causado geralmente pela presença de um corpo estranho na bolsa periodontal (casquinha de pipoca
e/ou camarão; fio dental; ou o CD fez uma raspagem e deixou um calculo dentro da bolsa).
Tratamento:
Quando se faz a raspagem da bolsa e deixa uma região sem raspar, o epitélio pode voltar a se unir
com hemidesmossomos ao dente na região acima e deixa esse cálculo confinado que funciona como um
corpo estranho e forma um abscesso. Ou então quando não se faz a irrigação da bolsa corretamente um
pedaço de calculo pode permanecer lá dentro e com a junção do epitélio se confinar e se tornar também
um corpo estranho e formar um abscesso.
No caso de abscesso periodontal deve-se esperar dias para resondar para não descolar o epitélio
que esta se formando.
Lesão Combinada
Periodontal e Endodôntica (Lesão endo/perio)
Entre a polpa e o periodonto existem comunicações ( através de canais laterais e acessórios, do delta
apical, das foraminas na região da furca e dos canalículos dentinarios) então uma infecção na polpa pode
chegar no periodonto e vice versa.
Lesão endo/perio é a denominação para casos onde há coalescência das lesões endodônticas e
periodontais, independente da sequência em que ocorrem as lesões. O exame clínico e radiográfico não
permite a identificação da causa primária da lesão (pois quando chega a lesão combinada elas já juntaram
e você não identifica qual acometeu primeiro).
As lesões endodônticas tem um formato arredondado parecendo cisto no ápice dos dentes e a
periodontal tem perda de inserção à sondagem (ambas geram perda óssea).
Tratamento:
Primeiro trata-se o canal
Depois trata-se a lesão periodontal (Pois trata-se de dentro para fora por ser mais lógico)
Tem uma exceção:
o Quando a lesão periodontal é causada pela lesão endodôntica primaria e ainda não acometeu
todo o periodonto circundante (não comunicou com a parte externa) pois existe uma chance da
região regenerar o osso.
o Nesse caso trata-se só a parte endodôntica
Tratamento sintomático com anti-inflamatório e analgésico.
Aula 6
Terapia relacionada a causa (inicial) – visam reduzir o fator etiológico que no caso é o biofilme. Dessa
forma, tem a terapia inicial que é a adequação do meio e depois a terapia básica que é a Raspagem e
Alisamento Subgengival.
Reavaliação
Reavaliação
Terapia periodontal de suporte - com a reavaliação vê a necessidade ou não de uma terapia Periodontal
de Suporte
TERAPIA INICIAL
A adequação do meio consiste em preparar o paciente, visando propiciar um meio adequado para
tratamentos futuros, reduzindo os nichos intrabucais de difícil higienização e acesso pelo paciente. Mesmo
aqueles que tem boa higienização, pode ser difícil acessar cavidades e restaurações. Essa adequação
remove os fatores de retenção do biofilme dental, tornando a superfície dental, limpa, lisa, dura e polida.
Facilitando a remoção de placa pelo paciente na própria casa e reduzindo a quantidade de bactérias
bucais.
- Posteriormente pode ser necessário a Raspagem supra gengival: retiragem do tártaro com seguinte
polimento da superfície dental, com instrumentos manuais, instrumentos sônicos e ultrasônicos. O cálculo
é mais poroso e retém muito mais biofilme além de ter boa aderência a superfície lisa.
Em alguns casos esses dois itens supracitados já é suficiente para o tratamento do paciente.
Terapia básica - Raspagem e alisamento Radicular: Só faz a raspagem subgengival após a adequação do
meio. Apenas quando o ambiente supragengival estiver reparado, sem cálculo, o paciente higienizando
corretamente e livre de fatores de retenção de cálculo que pode ir para a terapia básica – Raspagem e o
Alisamento Radicular Subgengival – para eliminação de cálculo e placa das bolsas periodontais (feito com
anestesia). Após um período de aproximadamente de 90 dias elas já se reconstituíram e não estão mais
sangrando.
Tem a raspagem que só entra com a cureta no sulco gengival, mas também em alguns casos pode ser
necessário abrir retalho para fazer a raspagem e isso é uma terapia complementar.
Além da raspagem supra e subgengival, também faz o recontorno de restaurações e polimento coronário
para tornar as superfícies mais aptas para a técnica de escovação e o uso de fio dental. # Em restaurações,
presença de cálculo, ou ainda em casos de superfície desregular, quando se passa o fio dental, pode desfia-
lo, isso é um fator de retenção do biofilme. Assim, precisa melhorar o contorno das restaurações, tirando
as microfendas, deixando a área, limpa, lisa e polida (evitando a retenção de bactérias). # Restauração por
amalgama, só irá retirá-lo em caso de cárie recidivante. No mais, faz apenas polimento / Prótese mal
adaptada, principalmente provisória.
Apinhamento dental – É preciso consertar ortodonticamente esse paciente, para que não haja mais
acumulo de biofilme. Nesse caso, pode se dar um paliativo para melhorar as condições de higiene,
lançando mão de tratamentos químicos, ou cirurgias para remoção dos excessos de gengiva para melhorar
a higiene. Orientar ao paciente que volte ao consultório de dois em dois meses. Mas depois deve realizar o
tratamento ortodôntico.
Raspagem supra gengival, recontorno das restaurações, adaptações de próteses mal adaptadas, selamento
de cavidades abertas e por último, exodontia se for indicado (em caso, por ex., de mobilidade grau 3, dente
praticamente saindo da boca e que dificulta a limpeza pelo paciente.
Abfração – lesões não cariosas que se dá pela perda do esmalte e do cemento na região dentinária e com
isso há a quebra de parte do dente.
Depois de todo esse tratamento prévio, fica mais fácil o periodontista dar seguimento, analisando quais
procedimentos podem ser feitos para solucionar o problema.
Cálculo dental: quando o cálculo for mais duro e escuro usar o ultrassom.
Recontorno de restaurações: fazer polimento até nas restaurações que serão trocadas e
acabamento.
Próteses mal adaptadas: melhorar o contorno das próteses mesmo as provisórias tomando cuidado
com as ameias abertas.
Apinhamento dental: é um dos fatores mais difíceis de lidar com o biofilme dental. Fazer uso de
produtos auxiliares.
Selamento de cavidades com cárie: usar cimentos provisórios para facilitar a limpeza do paciente.
Exodontias indicadas: finalização da adequação + polimento.
INSTRUMENTOS: MANUAIS
SÔNICOS → ROTATÓRIOS
A raspagem supra se faz antes da profilaxia e do polimento, para remover o cálculo mineralizado.
A profilaxia é a remoção do biofilme não mineralizado, utilizando taça de borracha e escova de robson em
baixa rotação. Ou ultrasson e jato de bicabornato. Com as taças também é possível tirar as manchas
extrínsecas do dente. Polimento coronário é o acabamento da profilaxia, deixando o local liso.
A profilaxia e o polimento dental têm como objetivo deixar a superfície lisa e polida facilitando a
higienização e diminuindo a aderência do biofilme dental (ele adere mais fácil em superfície rugosa, do que
em uma lisa). São feitos no final da adequação do meio, como forma terapêutica. Entretanto, existem
casos que pode ser feito antes. Quando o paciente está com carie, por exemplo, esse procedimento é feito
na região para posteriormente fazer o tratamento, isso é importante até para ter boa visão da área.
#Se após a escovação passar a língua nos dentes e sentir que ainda está rugosa é porque tem placa e deve
repetir o processo de escovação.
Orientação de higiene bucal: O paciente precisa entender o que é o sujo e o que faz para ficar
limpo.
Remoção dos fatores de retenção
Polimento dental (profilaxia)
*A orientação dos hábitos de higiene bucal é de responsabilidade do cirurgião-dentista que deve informar,
motivar e consequentemente modificar os hábitos, para que o paciente faça o mesmo em casa. Então é
responsabilidade do paciente a higiene correta em casa e os retornos periódicos para completa efetivação
do tratamento.
A técnica fale/mostre/faça é a melhor técnica para o paciente entender qual é o objetivo terapêutico.
1. FALE: pergunte ao paciente sobre seus hábitos alimentares e de higiene bucal (se usa escova, dura,
média ou macia / se usa fio dental / quais os hábitos alimentares / informe a causa (acúmulo de
biofilme) e as consequências da doença presente ( se for um paciente fumante destacar como tal
hábito prejudica) / explique a importância do controle de placa / oriente sobre como realizar
adequadamente as medidas de controle de placa dental (escovação e fio dental).
2. MOSTRE: utilizar um espelho, se for de mão, o próprio paciente deve segurá-lo; mostrar o
biofilme/cálculos presentes (pode tirar e pedir para que ele pegue) / mostrar áreas inflamadas com
sangramento e supuração, compara-las com áreas saudáveis / localizar para o paciente áreas de difícil
acesso (interdentais, distais de molares inferiores), tirar placa daqueles locais e mostrar ao paciente. /
Utilizar fuccina base ou verde de malaquita que evidenciam o biofilme, para que o paciente veja quais
áreas não estão sendo higienizadas corretamente. Existem soluções que são para bochecho (o
paciente depois cospe), existem as soluções em forma de pastilha (coloca a pastilha na boca, mastiga e
depois cospe), também tem o de uso de cotonete (molha o cotonete em uma solução, passa nos
dentes e remove o excesso com o jato de água). Onde estiver corado é o biofiolme não mineralizado.
Quando o paciente escova com a técnica certa e faz esse procedimento novamente, consegue ver
como ela é eficaz na remoção do biofilme.
3. FAÇA: utilize um manequim para demonstrar técnicas de higienização / solicitar ao paciente para
realização das técnicas no espelho / Depois peça que o paciente faça o mesmo com a sua boca e
mostre os resultados que ele conseguiu / verificar se há dúvidas ou dificuldades no final do tratamento.
Repetição é a chave do sucesso! A responsabilidade do paciente é realizar a higiene bucal em casa e voltar
aos retornos periódicos.
ESCOVAS MANUAIS
Características desejáveis: acesso à todas as áreas – o tamanho da cabeça da escova deve ser compatível
com o tamanho da boca do paciente / a eficiência da cerda da escova está diretamente relacionada a
quantidade de tufos (as mais peludas são melhores) / Facilidade de manipulação, o cabo deve ser fácil de
pegar / Cerdas macias e arredondadas, hoje já se tem um padrão de qualidade das grandes empresas, no
qual as cerdas sempre são arredondadas, quando não é arredondado a lâmina pode machucar. As cerdas
macias, além de limpar bem, conseguirão massagear a gengiva / preferência pessoal, cada um tem um tipo
de escova que melhor lhe adapta. Em suma a boa escova deve ser de um fabricante de boa qualidade (citar
marcas como colgate, Johnson & Johnson), de cabeça pequena e cerdas macias.
Existem escovas com cerdas de diferentes alturas, sendo que são feitas de acordo com certas
necessidades, ou pelas diferentes alturas dentais. A boa escovação com a técnica correta remove até
1,5mm de do biofilme sub gengival.
ESCOVAS ELÉTRICAS
O uso de escovas elétricas é tão eficiente quanto o uso de escovas manuais. A escova elétrica é indicada
para pacientes que tenham dificuldade com a escovação normal:
As mais utilizadas são as rolantes, vibratórias e circular porque são fáceis do paciente executar e tem uma
eficácia maior.
CIRCULAR: Fones
VERTICAL: Leonard
HORIZONTAL: Esfregação
Técnica para os pacientes em geral, mas é indicado em especial para pacientes que tenham gengivite (e
quem a tem vai sangrar na hora, então já avisar o paciente e reforçar que mesmo assim ele deve
continuar). Ótima para limpar o sulco gengival que é onde começa a formação do biofilme. É uma técnica
vibratória. Orienta-se para que o paciente faça a técnica na frente do espelho para ter boa visualização.
Utilizar escova de cerdas macias e pequena. A quantidade de creme dental é a porção de uma ervilha para
adultos e um grão de arroz para crianças, porque se em grande quantidade pode começar arder e a pessoa
não fazer a técnica corretamente.
A ponta da cerda da escova será voltada para a região cervical, para dentro do sulco gengival. Para isso
inclina a escova cerca de 45° em relação a superfície do dente e vai fazer o movimento de vibrar a escova
(para distal e mesial alcançando no máximo dois dentes). Fazer esse movimento aproximadamente 10
segundos a cada dois dentes. Deve seguir também uma orientação, começando dos últimos dentes a
direita, indo para a esquerda. Nos dentes anteriores, pela dificuldade em deixar a escova deitada, faz com
ela em pé. Terminou essa técnica pode utilizar a técnica de Leonard, que é a vertical, apenas nas oclusais
dos dentes (molares e pré-molares). Após fazer nos dentes superiores, passa para os inferiores.
Tem alguns pacientes que faz essa escovação muito forte, ou tem a gengiva fina e podem sentir
desconfortáveis. Assim, existe outra técnica que é a de Stilmann modificado.
É uma mistura da técnica de Stilmann – apenas varredura de cervical para oclusal –, com a de Bass. Deixa a
escova na posição de 45°, faz a vibração e depois varre com a escova de cervical para oclusal.
A técnica de Stilmann é boa para pacientes com retração gengival e dentes sensíveis. Já as duas
combinadas funcionam bem, principalmente para quem tem a gengiva fina.
Para quando o paciente não pode escovar a cervical. Ex. Fez cirurgia na gengiva. Nesse caso, a escovação é
feita ao contrário, fugindo do sulco gengival. A escova fica voltada para oclusal 45°, escovando apenas a
parte V/L e oclusal do dente, com a técnica de vaivém, contínuo e sem sair do lugar
Muito utilizada na odontopediatria (bolinha, bolinha, trenzinho, trenzinho). Por a criança ter trespasse
vertical pequeno (distância entre a superfície dos incisivos no plano oclusal), quando o paciente oclui,
todas as superfícies vestibulares ficaram expostas, podendo com o dente em oclusão escovar ao mesmo
tempo os dentes superiores e inferiores na forma de bolinha. Terminou passa para a faze oclusal, com
escovação vertical (trenzinho). Devido o dente ser curto, na escovação vertical, já abrange também a face
lingual. # É pedido para que a mãe faça esse procedimento na boca da criança.
Para escovar a língua, a escova deve ser sem pasta, para não arder e o paciente não conseguir fazer o
procedimento. De dentro para fora.
LIMPEZA INTERPROXIMAL
Fio dental: utilizado para limpeza interproximal entrando no sulco entre 2 a 3,5mm. A escovação remove
1.5 mm do biofilme subgengival, mas entre os dentes ela não chega, sendo necessário usar o fio dental.
A técnica mais eficaz é a pressão interdigital. Pega aproximadamente 40 cm de fio dental, enrola entre os
anelares e utiliza o indicador e o polegar como pinça. Não precisa utilizar em cada dente uma parte do fio
dental, a doença periodontal é sítio específico, portanto não vai transmitir a doença em outro dente. Deve
colocar o fio dental nas faces proximais de todos os dentes (dente de trás e da frente) e mover para
vestibular e lingual, ou para cervical e oclusal/incisal. Começa a passar do último dente, englobando o
dente em forma de C.
Uma técnica auxiliar para quem tem dificuldade é a técnica circular. Amarra uma ponta do fio dental na
outra e faz o mesmo movimento de passagem pelos dentes. Outra técnica é o passador de fio, um objeto
como fosse um garfo que é interessante para quem só pode utilizar apenas uma mão.
O guia usado para pessoas que tem aparelho ortodôntico é passado debaixo do fio, e o resto do
procedimento é feito igual.
O fio dental consegue limpar de dois a três milímetros abaixo da gengiva, sendo bom para limpar o sulco
gengival. Deve ser feito esse procedimento 1 vez ao dia. Já a escovação pode ser feita 3 vezes ao dia, ou 1
vez bem feita (o que obviamente não falamos). Dentre as três vezes que escovar no dia, fazer uma bem
detalhada e de preferência antes de dormir
AUXILIARES
Escovas interdentais – Utilizadas para espaços interdentais amplos; superfícies côncavas e sulcos
radiculares / defeitos de bifurcação / transporte de antimicrobianos – pode molhar com antimicrobiano e
aplicar em uma superfície específica da boca. Cola ela nos espaços interdentais mais amplos e faz
movimento de vaivém. Ela limpa melhor em locais que houve perda de papila do que o fio dental. Não
pode ficar cutucando a gengiva com essas escovas para não traumatizar. Então precisa de um espaço
adequado para ela passar.
Escovas de tufos – Chamadas também de bitufo ou unitufo. Tem vários formatos (pincel, cônica,
cilíndrica). Utilizadas para faces livres / áreas de furca / superfícies distais dos molares / área com
rizectomia (quando tira um pedaço da raiz do dente) / retração gengiva / áreas de apinhamento dental /
mesial e distal de dentes isolados / implantes.
Outros acessórios – palitos interdentais foram substituídos pelas escovas interdentais. Ele tem formato
triangular (parece cunha de madeira), porém provoca uma reação de atrito na papila, não sendo usado
mais / limpadores linguais, opcionalmente para pacientes que tenham anciã de vômito ao escovar a língua,
pode utiliza-lo fazendo o movimento de dentro para fora, ou quando o paciente tem preferência por tal
equipamento / irrigadores subgengivais (jato de ar e água), funciona bem para regiões de implantes, pois é
mais acessível que a escova e fio dental. Útil para pacientes com paralisia cerebral. Tem um preço alto,
nome comercial é Waterpik.
Existem vários no mercado e deve ser analisado quando que pode ser usado. A escovação e o uso do fio
dental são eficazes na prevenção da gengivite e periodontite, sendo assim, são utilizados por pessoas que
fizeram cirurgia, entre outros motivos que não podem fazer a escoação. Usados também para áreas menos
acessíveis. O rompimento do biofilme pode ser feito de forma mecânica ou química.
A maioria dos produtos existentes agem paralisando ou diminuindo a proliferação bacteriana (bactericidas
e bacteriostáticos)
Um antisséptico é um agente empregado nos tecidos vivos que previne ou detém o crescimento ou ação
dos microrganismos.
DENTIFRÍCIOS
Eles podem ser na forma de Pós, pastas e géis / A remoção do biofilme se dá pela ação mecânica da
escovação, junto com agente abrasivo, mas existem os agentes terapêuticos ou preventivos que são
adicionados a composição dos dentifrícios que auxiliam em termo de agente antiplaca, anti-inflamatório e
anti-agregação de placa, por exemplo.
Componentes dos dentifrícios: abrasivos (auxiliam na disrupção mecânica do biofilme, sendo normalmente
sílica ou fosfato de cálcio), detergentes (destroem a matriz antimicrobiana e facilita a ação do agente
abrasivo), corantes, água, flavorizantes, umectante (para manter a umidade do dentifrício na embalagem,
sem que ele resseque), aglutinantes (torna os dentifrícios homogêneos), dessensibilizantes (para evitar a
sensibilidade dentinária), controladores de cálcio (↓ a velocidade da formação do cálculo), fluoretos
(importantes para prevenção da doença cárie).
1. TRICLOSAN: É o principal, tem amplo espectro de ação (ação contra bactérias gram positivas e
negativas), características anti-inflamatórias (age diminuindo a síntese de PG e leucotrienos, evitando
uma resposta muito exacerbada), sinergismo (ação potencializada) quando aplicado com citrato de
zinco ou copolímero (gantrez), ação anti-placa.
Medicamentos que normalmente tem o triclosan tem no nome “ação total, total doze”. Triclosan +
Gantrez: Colgate total 12 (tem ação até doze horas depois da utilização do dentifrício). O triclosan é o
agente mais eficaz na prevenção da gengivite.
3. FLUORETO ESTANHOSO: Agente antinflamatório, pois tem efeito anti-placa e anti-gengivite, mas pode
causar pigmentação dentária (coloração acastanhada) então foi tirado do mercado.
4. SANGUINARINA, ENZIMAS E ERVAS: não demonstram efeitos clínicos satisfatórios, superior ao creme
dental convencional. Pode ser utilizado, mas não atuam comprovadamente no controle de placa e
gengivite.
BOCHECHOS
Existem também vasta gama no mercado. Um bochecho considerado ideal deve ter: Substantividade boa:
tempo de efeito máximo, é a duração de ação de um medicamento;
Gosto agradável.
1. CLOREXIDINA (periogard):
O que é? Bisguanidina dicatiônica (tem dois cátions) fazendo com que ela se ligue nas bactérias da placa do
biofilme (ótima absorção e, portanto, alta substântividade);
Amplo espectro de ação, logo age em bactérias G+ e G- gerando ruptura da parede celular e precipitação
citoplasmática, causando a morte devido a ligação do cátion. / Faz adesão aos tecidos duros e moles da
cavidade bucal / Alta substantividade (duração do tempo de efeito) supra gengival, sendo este de até 12
horas. Ele é liberado aos poucos / De uso terapêutico, sendo assim, não pode usar descontroladamente.
Clorexidina com dentifrícios – Se usado substâncias não iônicas com a clorexidina, ou seja, dentifrícios que
tenham lauril sulfato de sódio (LSS) e flúor... que são carregados negativamente, podem reduzir a ação
bacteriana do bochecho. Dessa forma, ele deve ser feito depois da escovação, ou que não use dentifrício
para escovar, podendo utilizar a própria substância do bochecho. Isso para evitar a redução da sua ação.
Ele é chamado padrão de ouro por conseguir reduzir de 50 a 55% o biofilme dental. Podendo substituir a
escovação. Além de reduzir a gengivite em 45%.
Efeitos colaterais: alteração do paladar (pode começar a sentir gosto metálico) / pigmentação extrínseca
de dentes e língua, o que é temporário. A língua vai descamando e nos dentes podem ser feito profilaxia e
polimento coronário / Formação de cálculo supra gengival / descamação da mucosa oral / reações
alérgicas eventualmente / e causa resistência das bactérias, quando em uso prolongado.
Utilizado no máximo por 14 dias, não devendo ser feito uso contínuo e prolongado. Em caso de paciente
que por algum motivo (pacientes incubados, inconsciente) não possa parar a utilização do medicamento,
deve ser manejado os efeitos colaterais. Por exemplo, suspender o medicamento por pouco tempo e voltar
o uso novamente.
2. TRICLOSAN:
O que é? Bisfenol lipossolúvel com ação antimicrobiana, anti-inflamatória e analgésica;
Funcionam bem para pacientes com gengivite, com sensibilidade ao escovar ou ao passar o fio dental,
sangramento evidente.
Absorvido no biofilme dental e substantividade moderada, porém baixa se comparado a clorexidina, por
ser um agente lipossolúvel, tendo mais dificuldade de dissolver na cavidade bucal. Bioatividade é limitada
por sua baixa hidrossolubilidade (1 a 5ppm);
Não tem contraindicação. Assim, quando precisa de bochecho para uso contínuo, se indica tal químico.
Como esse medicamento tem baixa substantividade, acaba não tendo seleção de bactérias resistentes,
sendo mais seguro para uso contínuo.
Mais efetivo quando usado junto com o Gantrez /Reduz até 30% o acumulo de biofilme e reduz gengivite
variando de 20 a 75% / Não possui efeitos colaterais / Indicado para gengivite.
# As principais formulações disponíveis são o plax e noplax. Existem um plax que é apenas flúor
3. ÓLEOS ESSENCIAIS:
São substâncias descobertas por um americano chamado Joseph Listerin que o patenteou. São essências
naturais de óleos presentes na natureza advindo de plantas.
Listerine
Possui mecanismo de ação antimicrobiano, provável extração de LPS das bactérias G- com ruptura da
parede celular e inibição das enzimas bacterianas (agente antibacteriano);
Baixa substantividade (dura cerca de 5 horas e reduz a placa entre 20-34%) sendo menor que clorexidina e
triclosan, porém, apresentam potencial antibacteriano e anti-inflamatório;
O uso prolongado do listerine pode provocar descamação da mucosa bucal, da língua, devido ao alcool.
Mas agora existe a versão sem, apesar da eficácia deste ser menor. Reduz o índice de placa entre 30 e 34%
e da gengivite entre 28 a 34%
Uso: 2x ao dia após a escovação, 30 mL por 1 minuto (tampa do listerine cheia – arde muito e poucos
conseguem faze-lo;
COSMÉTICOS
Sanguinarina, própolis e estrato de ervas não mostram resultados satisfatórios anti-placa e anti-gengivite
comparado ao placebo (substância sem propriedades farmacológicas, administrada a pessoas ou grupo de
pessoas como se tivesse propriedades terapêuticas). Ou seja, não são contra-indicados, mas não
funcionam como terapêuticos e sim como cosméticos.
Esses produtos mencionados são utilizados para auxiliar no manejo clínico quanto da impossibilidade ou
redução da escovação e uso do fio dental. Mas deve orientar muito bem o paciente e deve ser usado de
forma racional. Lembrando que alguns enxaguantes podem ser usados todos os dias, enquanto outros não
podem.
Podem ser feito com seus nomes comerciais, através de um catálogo, por exemplo. Mas considerando o
local que vivemos e que quando prescrito deve ser o mais eficaz e menos caro, pode-se pedir para
manipular o medicamento.
Nome do paciente, idade, endereço e se é de uso interno/externo (no caso aqui é externo).
Remoção de cálculo
Alisamento radicular
Curetagem gengival
o Manuais
o Ser delicado
Tipos de empunhadura:
o Palmar
Grosseira
o Caneta
Delicada
o Caneta modificada
o Na maioria das vezes os instrumentais de perio são de aço inox temperado (tem resistência
ao calor). Mas podiam ser de aço carbide ou aço carbono porem não são usados mais pois
não podem ser esterilizados na autoclave
Partes do instrumental:
o Cabo
o Haste
o Ponta ativa
Sonda exploradora
o Todas as sondas de perio tem uma característica em comum que é a ponta ser romba para
não produzir dano ou perfuração à sondagem.
o Na universidade usamos:
Sonda Nabers
Sonda entra na furca não mais do que 1/3 da largura do dente (GRAU 1);
entra mais do que 1/3 da largura do dente mas não sai do outro lado (GRAU
2); sai de lado a lado da bifurcação (GRAU 3).
Usada em pesquisa clinica para aferição das bolsas com a pressão constante de
sondagem (2N) e registra no computador
Instrumentais de raspagem
o Instrumentos Manuais
Curetas
Foice
Limas
Cinzel
Enxada
Pode ser no dente vizinho ao que esta sendo raspado, ou na própria oclusal
do dente a ser raspado, ou apoio no próprio dedo da mão vizinha (apoio
digital), ou apoiar no meio extrabucal como por exemplo no mento, região de
zigomático
Movimentos de trabalho:
Pressão de trabalho:
FOICES
o Possuímos:
Haste mais dobrada (quanto mais posterior o dente mais dobrada a haste)
o Por ter uma ponta ativa com extremidade muito afiada é indicado somente para raspagem
supra gengival
o Não serve para aplainamento radicular, pois é um instrumento reto na sua borda e não se
adapta na superfície arredondada
o Para raspar apoia-se a parte lateral da ponta ativa num ângulo menor que 90° e maior que
45° com o dente e faz o movimento ápico-coronal. O cabo do instrumento tem que estar
paralelo ao longo eixo do dente e então faz-se o movimento de tração no sentido ápico-
coronal.
o Tomar cuidado com a quantidade e a força do movimento pois como a lateral é reta pode-
se desgastar as “curvas” do dente.
ENXADA
o Possuímos
Usadas na V e L de anteriores
Usadas V e L de posteriores
o Limitações:
Ângulo de corte é reto, portanto não deve ser realizados movimentos oblíquos para
não arranhar a superfície da raiz e nem dilaceração tecidual
LIMAS
o Possui degraus que são as laminas de corte (Como se fossem varias enxadas empilhadas)
Oval
Lima 5-11
o Movimento utilizado é o de tração vertical (do mesmo modo que na enxada, evitar
movimentos oblíquos)
o Funciona da mesma maneira que a enxada, porém por ser menor se adapta menor nas faces
inacessíveis
o Outra utilidade é para a remoção do tecido de granulação (tec. mole inflamado) e para limar
osso (algumas, não a que nós temos)
o Limitações:
Tamanho da lâmina (por ser robusto pode não conseguir acessar algumas partes da
bolsa)
CURETAS
o São instrumentos mais delicados, precisos e versáteis para o aplainamento radicular, pois
são instrumentos curvos
o Tipos:
Universais
Toda lateral da colher é cortante
Angulação da lamina 90°° com a parte inferior da haste (você tem que
angula-la)
o Ponta ativa é caída para um dos lados para poder raspar e levar o
cálculo lá pra cima sem vazar para os lados
o Como só um lado corta ela pode ser usada sub gengival pois o outro
lado não vai cortar a gengiva
Um próximo a haste
o Podem variar:
Rigidez da haste (deve ser rígida o suficiente para não quebrar e não defletir)
Angulação da lâmina em relação a haste (pode ser de 90° ou não ter uma angulação
* ESSA PARTE NÃO DA PRA TER CERTEZA SE FOI ISSO QUE ELA FALOU)
o Variações:
Largas e espessas
Estreitas e pequenas
o Cureta 5-6
Das quatro curetas ela é a que tem a haste mais longa e menos angulada
o Cureta 7-8
o Cureta 11-12
É angulada
o Cureta 13-14
After five
Mine five
Vision gracey
Cureta Langer
Pois podemos ter perioimplantite, porem não podemos usar as mesmas curetas pois
o inox risca o titânio, por isso usamos curetas com pontas de plástico ou polietileno
o Curetas de Tremer
Instrumentos Ultra-sônicos
o Empregados para raspagem dental, mas não são substitutos da raspagem manual, pois
produzem irregularidades na superfície radicular
o Contra indicado para pacientes com marca-passo cardíaco pois a vibração pode interferir na
vibração do marca-passo
o Limitações:
Tem que ser alisada a superfície após o uso por causa da presença das cavitações em
superfície radicular
Aula 8 de Periodontia
Introdução:
Doenças Periodontais são oriundas de desordens multifatoriais, não só da presença do biofilme. A genética
por si só não é suficiente para a expressão destas doenças, elas se dão devido a interação dos fatores ambientais e
geneticos.
DP tem susceptibilidade variável e individual (RISCO INDIVIDUAL). Isso foi baseado no fato de somente 8 a
13% da população mundial apresentar quadros generalizados e severos da DP.
RISCO – uma situação iminente de acontecer mas ela não determina o desfecho completamente. Ele tem
que ser avaliado frente a uma situação iminente, não em uma situação já existente.
Causa Necessária: qualquer condição, característica ou exposição cuja presença não implica necessariamente (mas
pode implicar) na manifestação de uma doença. Ex: Mycobacterium Tuberculosis (algumas pessoas apresentarem a
tuberculose de forma sub clinica); biofilme.
Fator de Risco: qualquer condição, característica ou exposição ambiental com alguma associação com uma doença
em particular, entretanto sem associação casual direta com a doença. Necessita estar junto com o fator etiológico
para causar a doença Ex: Fumo (fumar é suficiente para ter DP? Não, então ela é um fator de risco).
Fator etiológico: da DP é o biofilme bacteriano, pois não existe DP sem biofilme. Entao o biofime é um fator
etiológico do tipo causa necessária.
Terminologia
Fator de risco: aquele fator cuja associação com uma determinada doença tem sido verificada através de estudos
longitudinais. Ex: Fumo, Diabetes Mellitus.
Determinantes de Risco: qualquer fator de risco que não pode ser modificado. Ex: Idade, Raça, Sexo.
Indicadores de risco: um possível fator de risco associado a uma doença, identificado em casos controles ou em
estudos transversais EX: Osteoporose/Osteopenia, Estresse com relação a DP.
Idade:
- Maior idade, maior prevalência, incidência e severidade da DP em grupos idosos
- Efeito cumulativo da DP X Processo fisiológico (a pessoa mais idosa apresenta maiores
problemas periodontais porque viveu mais, e ficou mais tempo exposta a outros fatores de risco
que não a idade em si).
- Efeitos da idade são quase desconsiderados quando uma boa higiene oral é mantida.
-Relação idade-associada/ consequência da idade em si/ fator antecedente
Raça:
- Negros tem maior prevalência de DP que Brancos: Sem ajuste do status socioeconômico.
- Com ajuste socioeconômico, sem diferenças no status periodontal entre ambos.
- Diferenças raciais de certos fatores de risco genéticos que são mais presentes em pessoas da
raça negra – diferenças na prevalência e severidade da DP entre os grupos raciais.
Sexo:
-Após ajustes para higiene oral, status socioeconômico e idade, os homens apresentaram DP
mais severa com maior perda óssea e de inserção.
- Diferença: papel protetor dos hormônios femininos.
Fatores de Risco :
FUMO
Diminuição do sangramento --> Indivíduos fumantes têm uma vaso constrição periférica, isso causa alteração na
proporção entre os vasos sanguíneos pequenos e grandes. Em fumantes pode ficar gengiva cianótica, o que pode
mascarar os sinais precoces das DP.
Perda óssea e perda do aparato da inserção periodontal --> Depende da dose e da duração do hábito
Mecanismo de Toxicidade
Riscos locais: inerentes a sua boca. Ex: dentes apinhados, tártaro, aparelho, restaurações
Após analisar os três tipos de riscos deve-se traçar um gráfico em teia de aranha. Classificando os riscos e
colocando no gráfico pontinhos que no final vão se ligar e formar uma teia. O risco do individuo é a área da
figura formada.
DIABETES
Defeito na produção ou não produção de insulina Tipo I. Tipo II você tem uma resistência periférica a ação da
insulina que resulta na dificuldade de metabolização da glicose.
Complicações clássicas:
Microvasculares
o Periférica
o Cardiovascular -> coronariana (infarto)
o Cerebrovascular -> AVC
Doença periodontal
DP – sexta complicação do DM
Individuos diabéticos - maior severidade e extensão da DP, com risco de 2,8 a 3,4 vezes mais
Pobre controle glicêmico – resulta em uma maior severidade da DP
Fatores importantes – idade de instalação e duração do DM influenciam diretamente na apresentação da DP
Tratamento periodontal – facilita o maior controle metabólico do DM
Mecanismos de interação
O diabetes causa:
Ação AGES/RAGES (produtos finais da quebra da glicose), elas funcionam como radicais livres especificas
para o reparo tecidual, há alteração no reparo tecidual e na resposta imune do hospedeiro pois existem mais
delas acumuladas nos tecidos do diabético do que de um indivíduo normal, pois como há a diminuição do
turnover celular há o acumulo de radicais livres no tecido.
Indivíduos controlados
Genes polimórficos – são genes que carregam pequenas alterações nas sequencias de bases,
levando a existência de varias formas desses genes, com uma frequência maior que 1% na
população, caracterizam variações genéticas biológicas consideradas normais
Eles regulam a liberação de citocinas pró-inflamatórias (diferenças interindividuais)
Polimorfismos Associados
Genótipos positivos para IL-1 possuem risco 2.7 vezes para perda dental. Combinado ao fumo,
risco de 7.7 vezes
Não específicos para a DP
Variabilidade com raça
Polimorfismo na IL-1a e IL-1b é um indicador de risco, mas não é essencial para a progressão da
DP, pois tem gente que apresenta o polimorfismo e não apresenta a DP.