Você está na página 1de 69

CISTOS & TUMORES

ODONTOGÊNICOS

P RO F ª . M S C . NAYA R A C A R N E I RO
CIRURGIÃ E TRAUMATOLOGISTA BUCOMAXILOFACIAL - HUJBB
MESTRE EM CTBMF – UFPA
DOUTORANDA EM CTBMF - UFPA
Introdução
◦ Definição: cavidade patológica revestida por epitélio, cujo conteúdo é líquido ou semissólido.
◦ Kystis: bexiga;
◦ É uma lesão que difere das neoplasias, merecendo uma classificação separada;
◦ Foi a partir da classificação de 1945 por patologistas que os cistos foram divididos em dois
grupos considerando a origem do epitélio cístico: cistos odontogênicos e cistos não
odontogênicos.

Extraída de Salim e Prado, 2018


Introdução
◦ Todos os cistos odontogênicos apresentam
referência à sua localização anatômica, exceto o
cisto odontogênico glandular;
◦ Radiograficamente, a maioria dos cistos
odontogênicos se apresenta como uma lesão
radiolúcida unilocular de limites bem definidos,
de forma arredondada ou ovóide;
◦ Cistos que podem apresentar imagem
multiloculada: ceratocisto odontogênico, cisto
odontogênico glandular e o cisto periodontal
lateral do tipo botrióide;

Salim e Prado, 2018


TIPOS DE CISTOS
ODONTOGÊNICOS
Cisto Dentígero (Cisto Folicular)
◦ É um cisto que se desenvolve associado à coroa de um dente incluso. É raro na dentição decídua;
◦ É o 2º cisto odontogênico mais comum;
◦ 3º MI é o dente mais envolvido (75% dos casos);
◦ Outros locais: CS, 3ºMS, PMI.

◦ Desenvolvimento: após o término da


formação do esmalte ocorre acúmulo de
líquido que separa o epitélio da coroa do dente
por um mecanismo ainda desconhecido com
crescimento por osmose..

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


Cisto Dentígero (Cisto Folicular)
◦ Normalmente ssintomático (sem infecção associada);
◦ Aumento de volume na região com expansão óssea;
◦ Reabsorção radicular;
◦ Coroa do dente no centro da área radiolúcida;

◦ Diagnóstico diferencial: ameloblastoma unicístico, tumor


odontogênico adenomatóide, fibroma ameloblástico e ceratocisto
odontogênico. Neville et al, 2016
Cisto Dentígero (Cisto Folicular)
◦ Características radiográficas: A principal diferença deve ser feita com o folículo dentário
normal (o diâmetro da área radiolúcida ao redor da coroa deve ter pelo menos 3 mm).
◦ Tratamento: Enucleação com remoção do elemento dentário ou descompressão seguida de
enucleação.
◦ Prognóstico excelente.

Folículo normal
Neville et al, 2016
Ceratocisto Odontogênico
◦ Apresenta comportamento clínico distinto com alto índice de recidiva;
◦ Nova classificação da OMS (2017): retorno da denominação de ceratocisto odontogênico e sua
reinclusão dentro do grupo dos cistos odontogênicos de desenvolvimento;
◦ 3º tipo mais comum;
◦ Origem nos restos da lâmina dentária;
◦ Pico de incidência entre a 2º e a 3º década de vida;
◦ A mandíbula posterior é o local mais afetado.
Ceratocisto Odontogênico
◦ Normalmente é assintomático, porém grandes lesões podem estar associadas com dor, tumefação
e drenagem;
◦ Tendência em crescer no sentido anteroposterior.
◦ Características radiográficas: imagens radiolúcidas, uni ou multiloculares (em região posterior de
mandíbula), bem definidas, regulares ou festonadas.

Arquivo pessoal
Ceratocisto Odontogênico
◦ Em geral, não produzem reabsorção radicular.

◦ Deslocam o feixe neurovascular;

◦ Diagnóstico diferencial: ameloblastoma;

◦ A cavidade cística é preenchida por um líquido


esbranquiçado com aspecto de “cera derretida”, que
consiste em queratina e a cápsula fibrosa não apresenta
inflamação;

◦ Tratamento conservador x radical.


Arquivo pessoal
Ceratocisto Odontogênico
◦ Esta lesão pode aparecer como múltiplos cistos, sendo necessária a investigação da síndrome do
carcinoma nevóide basocelular (síndrome de Gorlin ou síndrome de Gorlin-Goltz);
◦ Condição hereditária autossômica dominante que exibe alta penetrância e expressividade variada;

Arquivo pessoal
Síndrome de Gorlin-Goltz
◦ Carcinomas basocelulares nevóides na pele;
◦ Defeitos congênitos esqueléticos, como costela bífida;
◦ Calcificação da foice cerebral;
◦ Depressões plantares e palmares;
◦ Lesões oculares e no SNC;
◦ Protuberância frontal;
◦ Hipertelorismo ocular;

Google Imagens
Cisto Odontogênico Ortoceratinizado
◦ Originalmente considerada uma variante ortoceratinizada do ceratocisto odontogênico;
◦ Atualmente, é considerada uma lesão diferente, um cisto odontogênico de desenvolvimento,
inclusive com uma taxa de recorrência menor do que a do ceratocisto;
◦ Incidência incerta (1% de todos os cistos odontogênicos);
◦ Região posterior de mandíbula como localização mais
acometida;
◦ Assintomáticos, podendo apresentar aumento de volume;
◦ Radiograficamente, apresenta-se com imagem radiolúcida
bem definida, unilocular, com margem esclerótica;
◦ Tratamento: enucleação

Extraída de revistacirurgiabmf.com
Cisto Odontogênico Ortoceratinizado
X
Ceratocisto
Diferenças histopatológicas
Cisto Odontogênico Calcificante
(Cisto de Gorlin)
◦ É uma lesão odontogênica extremamente
controvertida por apresentar grande variação no
seu aspecto histológico, embora em todas as
variantes ocorra a presença das denominadas
“células fantasmas”;
◦ OMS(2005) a categorizou como tumor
odontogênico calcificante.
◦ OMS(2017) retornou a classificação da variante
cística como cisto odontogênico de
desenvolvimento com o nome antigo;
◦ Lesão rara (1%), com origem na lâmina dentária;
Cisto Odontogênico Calcificante
(Cisto de Gorlin)
◦ Ampla faixa etária, com média de idade em torno dos 30 anos;
◦ Pode aparecer associado a um odontoma;
◦ Crescimento lento e indolor;
◦ Mais comum na região de incisivos e caninos.

Características radiográficas:
- Lesão radiolúcida unilocular ou multilocular;
- Presença de imagens radiopacas;
- Pode apresentar afastamento ou reabsorção radicular.

Extraída de raiosxis.com
Cisto de Erupção

◦ Variante do cisto dentígero (correspondente


extraósseo);
◦ Possibilidade de ser rompida durante a mastigação;
◦ Primeira década de vida;
◦ Tumefação mole, flutuante, indolor, localizado na
mucosa alveolar, com cor normal ou azulada
(hematoma de erupção);
◦ Tratamento: marsupialização com exposição clínica da
Salim e Prado, 2018
coroa.
Cisto Odontogênico Glandular

◦ É um tipo de cisto odontogênico de desenvolvimento


incomum (menos de 0.5%) e localmente agressiva;
◦ Mais comum em adultos de meia idade (com pico de
ocorrência da 5º e 7º década de vida);
◦ Area mais afetada: região anterior da mandíbula.
◦ Crescimento lento e indolor (se não houver
compressão de feixes nervosos);
◦ Características histopatológicas:
Cisto Odontogênico Glandular
◦ Radiograficamente, apresenta-se como uma lesão radiolúcida unilocular ou multilocular, com bordas
bem definidas, podendo variar de uma pequena lesão (menos de 1cm) até grandes lesões destrutivas;
◦ Pode apresentar reabsorção ou deslocamento radicular e perda da integridade das corticais ósseas;

◦ Tratamento:
◦ Ressecção marginal;
◦ Enucleação e curetagem.

Salim e Prado, 2018


CISTOS NÃO
ODONTOGÊNICOS
Cisto do Ducto Nasopalatino
(Cisto do Canal Incisivo)
◦ É o cisto não odontogênico mais comum da cavidade oral, ocorrendo em 1% de toda a
população;
◦ Origem relacionada com a degeneração cística espontânea dos remanescentes do ducto
nasopalatino (estrutura que conecta a cavidade oral e a cavidade nasal na região do canal incisivo);
◦ Mais comum na 4º e 6º década da vida;
◦ Lesões assintomáticas, descobertas em radiografias de rotina ou após a dificuldade em usar
prótese dentária;
◦ Aumento de volume na região anterior do palato, flutuação, drenagem e dor;
Cisto do Ducto Nasopalatino

◦ Radiograficamente, é evidenciado uma lesão radiolúcida bem


circunscrita, redondas ou ovais, com bordas escleróticas;
◦ Localizada na região anterior da maxila, próximo ou na linha média,
entre os incisivos centrais superiores;
◦ Forma de “pera invertida” ou de “coração”;
◦ Diâmetro de 1 a 2.5 cm;
◦ Teste de vitalidade pulpar: dentes vitais, com lâmina dura íntegra;
◦ Tratamento: enucleação.

Salim e Prado, 2018


Cisto Nasolabial
◦ É um cisto não odontogênico de desenvolvimento raro;
◦ Ocorre no lábio superior, lateral à linha média;
◦ Constitui em um cisto de tecido mole;
◦ Origem no epitélio ectópico do ducto nasolacrimal;
◦ Clinicamente, se manifesta como um aumento de volume de evolução
lenta, geralmente flutuante à palpação;
◦ Resulta na elevação da asa do nariz, da mucosa do vestíbulo nasal
◦ Tratamento: enucleação
Extraída de Salim e Prado, 2018
Cirurgia dos Cistos
Odontogênicos
Tratamentos dos cistos odontogênicos
◦ As principais formas de tratamento cirúrgico dos cistos odontogênicos são:
◦ Marsupialização (descompressão);
◦ Enucleação;
◦ Marsupialização com enucleação posterior;
◦ Enucleação com curetagem;
◦ Enucleação com curetagem agressiva + crioterapia;
◦ Enucleação com curetagem agressiva + aplicação de solução de Carnoy + fechamento
primário;
◦ Ressecção em bloco (mandibulectomias ou maxilectomias parciais).
MARSUPIALIZAÇÃO
◦ Técnica na qual o cisto é exposto através de uma abertura, comunicando a cavidade cística com o
meio bucal, criando condições para que haja neoformação óssea e consequente diminuição do
cisto;
◦ Remove-se um fragmento do cisto contendo mucosa bucal, periósteo, osso e cápsula.

Google Imagens
MARSUPIALIZAÇÃO
◦ Dependendo da localização, instala-se um obturador para impedir a cicatrização do cisto e seu
contínuo desenvolvimento;
◦ Curativos com gaze vaselinada ou embebida em antissépticos são realizados e trocados
periodicamente até a epitelização da cavidade cirúrgica.

Caso cedido pelo Dr Thiago Ramos Google Imagens Google Imagens


ENUCLEAÇÃO
◦ Consiste na remoção total da lesão em um único tempo cirúrgico. Pode ser realizada por
dissecção ou por curetagem;

Salim e Prado, 2018


ENUCLEAÇÃO + CURETAGEM + CRIOTERAPIA

Caso do Hospital Universitário João de Salim e Prado, 2018


Barros Barreto/UFPA
RESSECÇÃO EM BLOCO
◦ Consiste na remoção da lesão com margem de
tecido ósseo sadio de 0.5 até 1.5 cm, incluindo
parte da mucosa de recobrimento da lesão;
◦ Excisão em bloco ou excisão marginal;
◦ O exame histopatológico irá determinar se os
limites ósseos estão livres da lesão;
◦ A basilar é preservada, dando continuidade ao
osso;
◦ Técnica radical: ceratocistos que acometeram
tecidos moles (menor índice de recorrência –
8.4%)
Google Imagens
FIM DA PRIMEIRA PARTE.
VAMOS A AULA DE TUMORES
ODONTOGÊNICOS!
Tumores Odontogênicos Benignos
Introdução
◦ Neoplasias benignas assintomáticas e de crescimento lento, que
podem ser localmente expansivas;
◦ Necessitam de diferentes tipos de tratamento cirúrgico;
◦ Thoma e Goldman (1946) formularam uma classificação dos
tumores odontogênicos a partir de sua origem embrionária
(epiteliais, mesenquimais e mistos);
◦ OMS (2017) classificou os tumores odontogênicos em
benignas e malignas além da presença de epitélio
odontogênico, mesênquima e ectomesênquima odontogênico.
◦ Simplificou o termo ameloblastoma.

Salim e Prado, 2018


Introdução
◦ Os tumores odontogênicos também possuem uma classificação considerando seu aspecto
radiográfico:
◦ Radiolúcidos;
◦ Radiopacos;
◦ Mistos.
◦ A imagem radiográfica , a faixa etária do paciente e a localização podem contribuir para o
diagnóstico da neoplasia;
◦ O diagnóstico definitivo deve ser feito por meio de biópsia incisional ou excisional;
◦ Frequência: Odontoma (65%); Ameloblastoma (11%); Tumor Odontogênico Adenomatóide (TOA),
Mixoma e Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante (1%).
AMELOBLASTOMA
◦ Tumor odontogênico de origem epitelial;
◦ Crescimento localmente invasivo e um alto índice de recidiva.
◦ Há 03 aspectos clinicorradiográficos que apresentam tratamento e prognóstico diferentes:
◦ Sólido/Multicístico (85%);
◦ Unicístico (14%);
◦ Extraósseo/periférico (1%);

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


AMELOBLASTOMA
Sólido Convencional/ Multicístico
◦ Lesão assintomática, de crescimento lento, que pode
atingir tamanho acentuado;
◦ Mandíbula posterior é o local mais afetado;
◦ Expansão da cortical óssea;
◦ Clinicamente, são duros à palpação;
◦ Ocorre deslocamento dentário e reabsorção radicular nos
dentes adjacentes ao tumor;
◦ Dor e parestesia incomuns;

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


Ameloblastoma Sólido/ Multicístico

◦ Radiograficamente, apresenta-se como imagem radiolúcida


unilocular ou multilocular (mais comum);
◦ Aspecto de “bolhas de sabão ou “favos de mel” quando as
locuções são pequenas;
◦ As lesões uniloculares apresentam halo esclerótico.
◦ A reabsorção das raízes dos dentes adjacentes é comum.

Caso do Hospital Universitário


João de Barros Barreto/UFPA
Extraída de Neville et al, 2016
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
◦ Folicular (mais frequente);
◦ Plexiforme;
◦ Acantomatoso;
◦ De células granulares;
◦ De células basais;
◦ Desmoplásico
◦ O subtipo histológico não determina o
seu comportamento biológico ou
prognóstico;
◦ Tratamento: ressecção
AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO
◦ É uma variante que ocorre como uma cavidade cística, com ou sem proliferação luminal;
◦ Aproximadamente 50% dos casos ocorrem
em pacientes mais jovens (2º década de
vida);
◦ Região posterior de mandíbula;
◦ Associada à dentes inclusos;
◦ Luminal e intraluminal;
◦ Tratamento: marsupialização + enucleação
◦ Acompanhamento de 10 anos ou mais

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO
◦ Características histopatológicas:

LUMINAL INTRALUMINAL MURAL


Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA
Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA
AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO
◦ Muito raro e provavelmente se origina de restos de epitélio odontogênico abaixo da mucosa oral ou
de células epiteliais da camada basal do epitélio da mucosa;
◦ Clinicamente, aparecem como um aumento de volume pedunculado ou séssil, indolor e não
ulcerado;
◦ Preferencialmente localizado no rebordo alveolar ou na gengiva (regiões retromandibular e
tuberosidade maxilar) parecendo uma lesão reacional;
◦ Pacientes na faixa etária em torno dos 50 anos de idade;
◦ Radiograficamente, apresenta uma reabsorção óssea superficial;
◦ Tratamento conservador.

Neville et al, 2016


TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE
◦ É um tumor epitelial benigno que apresenta microscopicamente estruturas semelhantes a
ductos e mostra potencial de crescimento limitado;
◦ Acomete em sua maioria pacientes jovens com menos de 20 anos de idade;
◦ Localização mais comum: região anterior de maxila;
◦ Lesão indolor, de crescimento lento, causando algumas vezes aumento de volume na
região;
◦ Em 75% dos casos está relacionado com a coroa de um dente incluso, principalmente o
canino permanente;
TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE
◦ Radiograficamente, se apresenta como uma lesão radiolúcida unilocular bem definida, que pode
apresentar pequenos focos radiopacos, indicando a formação de material calcificado;
◦ Pode ser confundido com cisto dentígero, se estiver relacionado a um dente incluso, contudo no
cisto dentígero não há extensão da lesão além da junção coroa-raiz e não há formação de “flocos
de neve”;

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE
Características histopatológicas: presença de células que lembram ducto salivares.
TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE
◦ Tratamento: enucleação
◦ Prognóstico: bom. Raramente recidiva.

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
(Tumor de Pindborg)
◦ Tumor de origem epitelial que produz proteína amiloide e tem tendência a calcificar;
◦ Tumor relativamente raro, com forma intraóssea e extraóssea, sendo a forma intraóssea a mais
observada (94%), afetando mais a mandíbula (75%) em região posterior;
◦ Assintomáticos;
◦ Crescimento lento com aumento de
volume na região;
◦ Pode estar relacionado a um dente
incluso em 50% dos casos;
Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
(Tumor de Pindborg)
◦ Radiograficamente, pode apresentar aspecto radiolúcido unilocular ou multilocular;
◦ Quando multilocular, apresenta aspecto semelhante a “favos de mel”, podendo ser
confundido com o ameloblastoma;
Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
(Tumor de Pindborg)

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
(Tumor de Pindborg)
◦ Menos agressivo que o ameloblastoma
◦ Tratamento: ressecção marginal com pequena margem de osso adjacente.

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


ODONTOMA
◦ Tumores odontogênicos mais comuns;
◦ Hamartoma (anomalia de desenvolvimento) e não verdadeiras neoplasias;
◦ Composto por tecido epitelial e mesenquimal que formam material semelhante a esmalte,
dentina, cemento e polpa;
◦ Tipicamente diagnosticados em pacientes nas duas primeiras décadas de vida;
◦ Classificado em composto e complexo:
◦ Odontoma composto: Estruturas semelhantes a dentes conóides
◦ Odontoma complexo: Esmalte, dentina e cemento formam uma massa que não lembra a
morfologia dentária.
ODONTOMA COMPOSTO
◦ Na grande maioria dos casos está associado
a um dente permanente não irrompido,
sendo mais frequente na maxila;
◦ Assintomáticos;
◦ Diagnosticados em exame radiográfico
quando se procura identificar a causa de um
dente permanente não ter feito sua erupção;
◦ Radiograficamente, visualiza-se diversos
dentículos agrupados, com superposição das
imagens.

Salim e Prado, 2018


ODONTOMA COMPLEXO
◦ Mais comum na região posterior da mandíbula;
◦ Assintomático;
◦ Pode atingir tamanho maior que o odontoma composto;
◦ Apresenta-se como massa calcificada circundada por estreita
linha radiolúcida;
◦ A imagem pode variar dependendo do seu estágio de
desenvolvimento de radiolúcida, radiolúcida e radiopaca e,
finalmente, radiopaca.
◦ Tratamento: enucleação

Salim e Prado, 2018


FIBROMA AMELOBLÁSTICO
◦ Tumor odontogênico raro, misto (mesênquima semelhante à papila dentária e ninhos de epitélio
ameloblástico.
◦ Acomete preferencialmente a região posterior da mandíbula de pacientes com média de idade de
15 anos;
◦ Clinicamente, se apresenta como um aumento de volume de crescimento lento e assintomático;
◦ Pode causar expansão das corticais ósseas e deformidade facial;
◦ Radiograficamente, se apresenta como uma lesão radiolúcida unilocular, bem delimitada e em 80%
dos casos existe associação com um dente impactado.

◦ Tratamento: conservador em lesões pequenas.

Salim e Prado, 2018


FIBROMA ODONTOGÊNICO
◦ Tumor raro de tecido conjuntivo fibroso maduro.
◦ Fibroma odontogênico central ou intraósseo:
◦ Frequência similar entre maxila e mandíbula;
◦ Assintomáticos (quando em tamanhos menores);
◦ Podem apresentar expansão da cortical óssea, reabsorção
de raízes e deslocamento dentário;
◦ Lesões radiolúcidas uniloculares ou multiloculares
◦ Fibroma odontogênico periférico ou extraósseo:
◦ Mais comum;
◦ Observados principalmente na região anterior.
◦ Tratamento: enucleação com extração dos dentes
adjacentes.
Neville et al, 2015
MIXOMA ODONTOGÊNICO

◦ Tumor relativamente raro com origem atribuída ao


mesênquima odontogênico da papila dentária;
◦ Diagnosticados na 2º e 3º década de vida;
◦ Mais frequente na mandíbula em região posterior;
◦ Crescimento lento e sem sintomatologia;
◦ Pode ter crescimento rápido relacionado ao acúmulo de
substância mixóide no tumor;
◦ Lesões maiores podem causar expansão e perfuração de
cortical óssea;
◦ Deslocamento dentário e reabsorção radicular;

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


MIXOMA ODONTOGÊNICO
Características radiográficas: lesão radiolúcida uni ou multilocular (mais frequente);

◦ As trabéculas ósseas tendem a se arranjar em


ângulos retos (“raquete de tênis”);
◦ Também pode apresentar “bolhas de sabão”
semelhante ao ameloblastoma;
◦ Macroscopicamente, o material apresenta
aspecto gelatinoso, superfície homogênea e
translucidez.

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


MIXOMA ODONTOGÊNICO
◦ Tratamento cirúrgico: pode variar?
◦ Taxas de recidiva podem chegar a 25%.

Salim e Prado, 2018 Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


CEMENTOBLASTOMA
◦ Tumor odontogênico caracterizado pela formação de tecido
semelhante a cemento que é depositado em íntima relação com a raiz
de um dente ( mais comuns em molares e pré-molares
mandibulares);
◦ Pacientes com menos de 30 anos de idade;
◦ Expansão das corticais ósseas vestibular e lingual e deslocamento das
raízes;
◦ Presença de dor (semelhante à dor de dente);
◦ Crescimento lento mas pode atingir grandes dimensões;
◦ Tratamento: extração do dente afetado (a raiz está em continuidade
direta com o tumor;
Extraídas de Salim e Prado, 2018
Tratamento dos Principais
Tumores Odontogênicos Benignos
Tratamento Cirúrgico Conservador
x
Tratamento Cirúrgico Radical
Cirurgia conservadora: procedimentos em que se obtém a remoção da lesão no limite com o
tecido ósseo sadio, preservando-se ou não possíveis dentes envolvidos;
Cirurgia radical: todos os procedimentos cirúrgicos realizados visando-se remover a lesão com
tecidos sadios em toda sua periferia;
◦ A cirurgia radical pode incluir a remoção dos tecidos moles adjacentes e a dissecção dos
linfonodos;
Tratamento Conservador
◦ Enucleação por dissecção: bom comportamento biológico em relação a recidiva.

Extraída de Salim e Prado, 2018


Tratamento Conservador

◦ Enucleação por curetagem: quando não é


possível a dissecção do tumor no seu plano de
clivagem. Indicada quando ocorre ruptura da
cápsula;
◦ Enucleação por dissecção e curetagem óssea:
quando o cirurgião suspeita que sua dissecção não
foi perfeita ou quando a lesão apresenta um
potencial maior para recidiva. São utilizadas
brocas cirúrgicas para remover de 1 a 2 mm de
osso em torno da periferia da lesão.

Salim e Prado, 2018


Tratamento Radical
◦ Lesão agressiva por determinação histopatológica,
comportamento clínico ou consistência.
◦ A remoção pode ser facilitada pela ressecção da lesão
com margens ósseas adequadas;
◦ A lesão ressecada deve incluir em torno de 1 cm de
margens ósseas saudáveis.
◦ Quando se mantém intacta a margem inferior da
mandíbula, a ressecção marginal ou segmentar ou em
bloco é o método de preferência (a reconstrução se
limita à substituição da estrutura óssea perdida);

Extraída de Salim e Prado, 2018


Tratamento Radical

◦ Quando a lesão estiver envolvendo a margem


inferior da mandíbula é necessário incluir toda a
espessura da mandíbula.

◦ A utilização de placas de reconstrução mandibular


está indicada nestes casos como forma de
restaurar os limites e favorecer a reconstrução do
osso.

Caso do Hospital Universitário João de Barros Barreto/UFPA


Tratamento Radical

◦ A reconstrução imediata pode ser difícil, pois pode não haver


tecido mole remanescente suficiente para fazer o fechamento
sobre os enxertos ósseos.
◦ O objetivo do tratamento cirúrgico dos tumores não se restringe
a apenas a remover a lesão patológica e erradicação da doença,
mas também a sua reconstrução e restauração funcional;
◦ Procedimentos devem ser planejados e previstos antes da
realização da cirurgia.
Caso do Hospital Universitário João de
Barros Barreto/UFPA
FIM

Você também pode gostar