Você está na página 1de 15

Patologia das Glândulas Salivares

Introdução:
 Glândulas salivares: são glândulas exócrinas
responsáveis pela produção de saliva
 Glândulas salivares maiores e menores (não são
comuns em mucosa mastigatória especializada,
ou seja, gengiva, palato duro e dorso de língua)
 Podem ser acometidas por lesões não
neoplásicas, infecções e neoplasias benignas e
malignas;
 Submandibular (mista)  ducto de Wharton
o Maior e mais tortuoso ducto;
Glândulas Salivares:
o Trajeto ascendente
 Parótida (serosa)  ducto de Stenon
o Responsável por até 60% do volume salivar
o Trajeto descendente e desemboca na mucosa
o Produção de mucinas e ácinos serosos
jugal, na altura do 1º/ 2º M – carúncula
o Responsável por no máx 30% da quantidade
de saliva
o Saliva serosa/aquosa – só contém água e
enzimas
o Ácinos fortemente corados

 Sublingual (mucosa)  ductos de Bartholin


(maior) e Rivinus (pequenos ductos ligados ao
O nervo facial passa por
essa glândula, dividindo-a soalho da boca)
em: lóbulo superficial, o o Predominantemente mucosa
que está acima do nervo, o 5% do volume final de saliva
e lóbulo profundo, o que
está abaixo.
o É um distúrbio de desenvolvimento raro que
afeta uma ou mais glândulas salivares
maiores.
o Pode ocorrer de forma isolada, embora seja
geralmente um componente de diversas
síndromes, incluindo a disostose
mandibulofacial (síndrome de Treacher
Collins;), microssomia hemifacial e síndrome
lacrimoaurículo-dento-digital (LADD).
 Glândulas salivares menores (mucosa)  estima-
se entre 600 a 1000; Síndrome LADD:
o Predominantemente mucosas Condição autossômica dominante, causada por
o Até 15% do volume final de saliva mutações no gene do fator de crescimento fibroblástico
10 (FGF10). É caracterizada pela aplasia ou hipoplasia das
 Unidade secretora: glândulas lacrimais e salivares, orelhas com inserções
o Adenômero – células epiteliais específicas que baixas, perda de pelos e anomalias dentárias e digitais.
As características dentárias podem incluir a hipodontia, a
produz e secreta a saliva
microdontia e uma moderada hipoplasia de esmalte.
o Ducto intercalar, estriado e excretor
o Células mioepiteliais:
 Localizadas ao redor dos ácinos e no ducto o Mesmo na ausência das quatro glândulas, a
intercalado face permanece com a mesma aparência,
 São células epiteliais que ganham porque os sítios são preenchidos por gordura
filamentos musculares, para que haja e tecido conjuntivo.
o Sintoma mais significante: intensa xerostomia
contração dos ácinos, impulsionando a
com seus problemas decorrentes (cáries,
saliva para o sistema de ductos; erosão dentária)
o A ausência das glândulas salivares maiores
pode ser confirmada através da cintilografia
com pertecnetato de tecnécio-99m, de
tomografia computadorizada (TC), imagem
por ressonância magnética (IRM) ou
ultrassonografia.
o Tratamento: compensação da deficiência de
saliva por substitutos salivares. Se algum
tecido glandular residual funcional estiver
presente – medicamentos sialogogos.
 Hipoplasia ou hiperplasia – glândula desenvolve
Divisão da patologia das glândulas menos ou mais;
 Atresia dos ductos – ductos não se desenvolvem
salivares: corretamente
 Ectopia – tecidos de glândulas salivares em
 Distúrbios das glândulas salivares
outras localizações ou outros tecidos em
 Distúrbios inflamatórios e infecciosos
localização de glândula salivar;
 Distúrbios imunomediados
 Depressão mandibular lingual (defeito ósseo de
 Alterações obstrutivas
Stafne – área radiolúcida em que acredita-se que
 Neoplasias
tenha rudimentos de GS que foi formado no
interior da mandíbula no processo de
1. Distúrbios de desenvolvimento:
desenvolvimento)
 Agenesia ou aplasia
2. Distúrbios infecciosos e inflamatórios
 Infecções bacterianas
o Parotidite bacteriana aguda e crônica;
o Parotidite juvenil recorrente crônica
o Sialadenite submandibular aguda suprativa
o Sialadenite submandibular cronica
 Infecções virais
o Caxumba/parotidite endêmica
o HIV/AIDS
o Citomegalovírus
 Infecções fúngicas
 Infecções micobacterianas
o Tuberculose
o Micobacteria atípica
 Infecções Parasitárias

Infecções Parasitárias, Fúngicas e


Bacterianas:
Não são comuns, a não ser que o paciente
tenha uma obstrução, traumatismo da
glândula ou imunossupressão muito forte, 3. Distúrbios imunomediados
passando a ter infecções oportunistas.
 Síndrome de Sjögren
 Lesão linfoepitelial benigna

 Inflamações relacionados a autoimunidade


4. Alterações obstrutivas
o Lúpus eritematoso sistêmico;
 Fenômeno de extravasamento de muco
o Sarcoidose
(mucocele/rânula)
o Síndrome de Sjögren
 Sialolitiase – obstrução do ducto por cálculo
 Sialometaplasia necrosante:
 Cisto do ducto salivar (raro)
o Distúrbio inflamatório que ocorre
principalmente na área de transição entre
5. Neoplasias
palato duro e mole (local onde mais tem gl.
 21 subtipos malignas
Salivares);
 11 subtipos benignas
o Ocorre quando há um trauma local que
provoca uma isquemia leva à necrose de
glândulas salivares;
o Geralmente por iatrogenia, por aplicação
rápida de injeção anestésica no palato, onde
o tecido é muito aderido e por isso líquido
não se difunde rapidamente;
o As glândulas da região passam por um
processo inflamatório, necrosam e sofrem
metaplasia (transformação das glândulas em
tecido de revestimento)
 RNA vírus que se replica em nasofaringe e
linfonodos regionais;
 Pode envolver pâncreas, plexo coroide, testículos
e ovários podem estar envolvidos;
 Altamente contagiosa - transmitido através da
saliva, urina ou gotículas respiratórias;
 Epidemiologia: Foi significativamente reduzida
após a tríplice viral (SRC). 90% dos casos em
pessoas com menos de 15 anos.
 1/3 dos casos são subclínicos
 Sinais:
o Na fase podrômica, inicial aguda –
proliferação em nasofaringe/linfonodos;
sinais inespecíficos, de virose – altamente
infeccioso;
o Dor no corpo, de cabeça, de garganta, febre;
 Mais incidentes:
o Pode evoluir para sialodenite (todas as GS)
o Adenoma pleomorfico – neoplasia benigna
meningite, infecções encefálicas, alterações
mais prevalente;
na audição, pancreatite, orquite (disseminada
o Carcinoma mucoepidermoide – neoplasia
para ovários e testículos);
maligna mais prevalente;
o Envolvimento das glândulas:
o Carcinoma cístico;
 Um dia após os sintomas inespecíficos
o Adenocarcinoma polimorfo
surgem alterações salivares significantes;
 A localização mais comum das neoplasias de
 Parótida, sublingual e submandibular;
glândula salivar é: a glândula parótida > palato >
 Desconforto e tumefação nos tecidos
submandibular > lábio > mucosa jugal;
circunjacentes à metade inferior do ouvido
 Se apresentam como nódulos, que podem ser
externo, se estendendo até a borda inferior
exofíticos ou endofíticos (sentidos apenas na
posterior da mandíbula;
palpação)
 Pico em 2 a 3 dias  dor intensa;
 Geralmente assintomáticas e indolores
 Tende a ser bilateral - envolvimento
unilateral em 25% dos pacientes;

Parotidite epidêmica (caxumba)


 Vírus da família paramixovirus, gênero
Rubulavirus  provoca uma infecção difusa nas
glândulas salivares (e outras glândulas exócrinas,
como pâncreas, e tecidos com atividades  Diagnóstico
glandulares, como ovários e testículos)
o Através das manifestações clínicas durante o Embora não seja doença hereditária há
um surto – geralmente são suficientes para evidencias de influência genética – relatos em
diagnosticar; gêmeos ou dois ou mais membros da família
o IgM específica para caxumba; ou parentes afetados por outras alterações
o Aumento de 4x dos títulos de IgG específicos autoimunes
para caxumba durante a fase aguda e após 2 o Pesquisas tem sugerido que alguns vírus
semanas; podem ter um papel na patogênese dessa
o Esfregaço das secreções do ducto da parótida síndrome (como o EBV)
para isolamento do vírus ou para realização de o Não é tão rara
PCR, via transcriptase reversa. o Prevalência de 0,5%
 Tratamento e prognóstico o Proporção mulher-homem de 9:1
o Paliativo o Adultos de meia idade
o Analgésicos e antipiréticos sem aspirina o Quando associada à outra doença do tecido
o Repouso conjuntivo, é chamada síndrome de Sjögren
o Evitar alimentos e bebidas ácidas, que secundária:
estimulam a saliva e aumentam a dor.  Cerca de 15% dos pacientes com artrite
reumatoide tem a síndrome
Síndrome de Sjögren  Cerca de 30% dos pacientes com lúpus
eritematoso sistêmico (LES) podem
 Desordem autoimune sistêmica de manifestação
desenvolver a síndrome;
crônica e progressão lenta;
 Principais manifestações clinicas orais:
 Caracterizada pela infiltração crônica de
o Xerostomia
leucócitos mononucleares (linfócitos e
o A saliva pode se apresentar espumosa
plasmócitos autoreativos que migram para as
o Dificuldade na deglutição, paladar, uso de
glândulas e passam a reconhecê-la como
próteses removíveis;
estranha) uma diminuição da secreção nas
o Língua geralmente torna-se fissurada e exibe
glândulas salivares e lacrimais
atrofia das papilas
 Fatores celulares e humorais, tais como células
o A mucosa pode se apresentar vermelha e
imunes auto-reativas e auto-anticorpos, podem
dolorida, usualmente como resultado de uma
contribuir para a expressão da doença;
candidose secundária;
 Também chamada de exocrinopatia órgão-
o São comuns ulceras e queilite angular
especifica;
o A falta de ação da saliva predispõe cáries
 Envolve principalmente:
o Cerca de metade dos pacientes apresentam
o Glândulas salivares - Xerostomia
aumento indolor, firme e difuso das glândulas
o Glândulas lacrimais – ceratoconjuntivite sicca
salivares maiores
(secura ocular)
o Aumento geralmente é bilateral;
 Manifestações sistêmicas: o Indolor ou levemente doloroso
o Articulações
o De natureza intermitente ou persistente
o Rins, fígado, tireoide o A redução do fluxo salivar aumenta o risco
o Estomago, nervos, músculos para o desenvolvimento de sialadenite
o Pulmões bacteriana retrograda (bactérias e fungos do
o Cerca de 5% dos pacientes desenvolvem meio oral colonizam o ducto, por não ter fluxo
linfomas e desses, 80% são associados a zonas
salivar limpando o ducto)
mucosas (MALT); o Manifestações oculares:
 Etiologia
o Causa desconhecida
 Ceratoconjuntivite sicca – redução de
lágrimas pelas glândulas lacrimais
 A xeroftalmia pode varia drasticamente de
um paciente para outro
 Sensação de arranhadura ou presença de
um corpo estranho nos olhos;

 Diagnóstico:
o Biopsia das glândulas salivares menores do
lábio inferior para confirmar quadro de
sialadenite crônica  se existir, todas as
glândulas são afetadas
o Presença de agregados inflamatórios crônicos
focais (50 ou mais linfócitos e plasmócitos) –
não é 100% confiável;
o Estes agregados devem estar adjacentes a
ácinos próximos as glândulas;
 Características histopatológicas: o Quanto maior o número de focos (mais de 10
o Infiltração linfocítica nas glândulas salivares ou focos confluentes) maior é a correlação
que leva a destruição dos ácinos com o diagnóstico

Embora os ácinos
sejam destruídos, o
epitélio ductal
persiste. As células
ductais e as células
mioepiteliais
circundantes se
tornam hiperplásicas,
formando grupos de
células, conhecidos
como ilhas
epimioepiteliais, ao
longo de toda a
proliferação linfoide.

Biópsia de lábio inferior. Ácinos em


degeneração e dilatados, e infiltrado linfocítico
 Tratamento e prognostico: o Séssil ou pediculada
o Tratamento de suporte o Lábio inferior > assoalho da boca > região
o Xeroftalmia  a secura ocular é tratada com o anterior do ventre da língua > mucosa jugal >
uso periódico de lagrima artificial palato > trígono retromolar
o Xerostomia  uso de saliva artificial, balas ou
gomas de mascar sem açúcar podem auxiliar
na manutenção da lubrificação oral
o Produtos de higiene oral contendo
lactoperoxidade, lisozima e lactoferrina
o Medicamentos sialogogos (pilocarpina ou
cevimelina)
o Laserterapia de baixa intensidade
o Prognostico delicado – pode ter cronicidade,
alterações sistêmicas graves ou
desenvolvimento de linfomas;
o O paciente deve ser acompanhado pelo CD,
Mucocele Superficial:
oftalmologista, reumatologista;
- Se desenvolve no palato, região retromolar e mucosa
Mucocele jugal

 Doença mais comum das glândulas salivares - Vesículas distendidas únicas ou múltiplas – 1 a 4 mm
 Ruptura de um ducto de glândula salivar e do - As lesões geralmente se rompem deixando úlceras
extravasamento de mucina para dentro dos rasas dolorosas que cicatrizam em poucos dias
tecidos moles vizinhos  a saliva extravasada
para o conjuntivo é reconhecida como estranha
e há umas resposta inflamatória
 Traumas ou obstruções
 Acúmulo de secreção salivar dentro das
glândulas/ductos (retenção) ou nos tecidos peri-
glandulares por rompimento ou obstrução dos  Histologicamente
ductos o Infiltrado inflamatório crônico, com formação
o Mucocele - GS menor > labo inferior de vasos sanguíneos
o Rânula – no assoalho (ductos Sbm e SBL) o Macrófago de aparência espumosa –
o Rânula mergulhante ou cervical – drenagem fagocitose da saliva
para o milo hioideo; o Área de mucina extravasada (saliva)
circundada por tecido de granulação reacional
 Aspectos clínicos
o Lesão comum
o Aumentos de volume mucosos arredondados
o Tamanho variando de 1 a 2mm a alguns
centímetros
o Trauma local
o > crianças e jovens
o Coloração: azulada ou normocrômicas
o Flutuante ou firmes à palpação
o Assintomática
o Exame histopatológico para confirmar o
diagnóstico e descartar neoplasia de glândula
salivar
o Prognóstico excelente

 Rânula – quando ocorre no assoalho de boca


(ductos Sublingual e Submandibular);
o Se desenvolvem como grandes massas que
preenchem o assoalho bucal e elevam a
língua, tendendo a ser maiores que as
mucoceles nas outras localizações intraorais.
o Em geral, se localiza lateralmente à linha
média, uma característica que pode auxiliar
no diagnóstico diferencial do cisto dermóide
da linha média

 Rânula mergulhante ou cervical – quando a


mucina extravasada disseca através do músculo
milo-hioide e produz aumento de volume dentro
do pescoço;
 Tratamento:
o Excisão cirúrgica local; laser cirúrgico ;
o Remover glândulas salivares menores
adjacentes à lesão
o Em casos maiores pode ser feito a
marsupialização (não remoção total, só a
superfície da lesão e sutura para que haja
recondução do ducto traumatizado)
Sialolitíase (cálculo salivar)
 Sialólitos/cálculos são massas calcificadas que se
desenvolvem dentro do sistema ductal das
glândulas salivares;
 Acredita-se que surgem pela deposição de sais de
cálcio ao redor de um ninho de debris dentro da
luz do ducto. Esses debris podem incluir muco
espesso, bactérias, células epiteliais ductais ou
corpos estranhos.
 A causa é incerta, mas sua formação pode ser
promovida pela sialoadenite crônica e pela
obstrução parcial.
 Geralmente se desenvolve no ducto da
submandibular (Wharton)  maior, mais
tortuoso, mais ascendente e sua secreção
mucoide contribui para essa maior tendência;
 Também podem se formar dentro das GS
menores:
o Mais comum nas do lábio superior e mucosa
jugal
o Geralmente assintomática
 Se o cálculo for localizado próximo à porção
terminal do ducto, uma massa endurecida pode
ser palpada abaixo da mucosa
 Massa dura, arredondada, oval ou cilíndrica;
coloração amarela, mas pode ser branca
 Fenômenos retentivos ou extravasamento
Cálculo causando obstrução salivar aumentando a
 Infecção retrograda - fluxo interrompido compressão. Há cálculos mais esféricos ou mais alongados, que
 Compressão - dor, principalmente durante as são mais fáceis de remover. Se for muito obstrutivo ele vai
interromper totalmente o fluxo e bactérias começam a entrar.
refeições
 Aumento de volume no assoalho – dor na hora
das refeições ou constante - Diminuição do fluxo
do lado aumentado  Radiografia oclusal – se
apresenta como uma massa radiopaca;

 Características histopatológicas:
o As massas calcificadas exibem laminações
concêntricas que podem circundar um ninho
amorfo de debris.
o Caso o ducto associado também seja
removido, geralmente ele irá exibir
metaplasia escamosa, oncocítica ou mucosa. o Crescimento lento e assintomático
Também é evidente a inflamação periductal. o Palato > lábio superior > mucosa jugal
o Frequentemente, a obstrução ductal está o Neoplasias de palato: geralmente na região
ligada a uma sialoadenite aguda ou crônica da
lateral posterior do palato - aumento de
glândula associada.
volume de formato arredondado e de
superfície lisa
o A maioria dos adenomas pleomórficos da
glândula parótida ocorre no lobo superficial e
se apresenta como um aumento de volume no
ramo da mandíbula, à frente da orelha.
Inicialmente, o tumor é móvel, mas se torna
menos móvel com seu crescimento. Se
negligenciada, a lesão pode crescer até atingir
proporções grotescas

O padrão celular é variável, mas raramente as células


individuais são realmente pleomórficas
Embora a neoplasia apresente um componente
“estromal” proeminente semelhante ao mesênquima,
ele não é verdadeiramente uma neoplasia mista
derivada de mais de uma camada germinativa. Análises
citogenéticas mostraram translocações em
aproximadamente 70% dos adenomas pleomórficos,
envolvendo o gene do adenoma pleomórfico 1 (PLAG1),
localizado na região cromossômica 8q12.

 Tratamento
o Tentativa de remoção conservadora –
massageando, estimulando o fluxo salivar
com medicamentos, alimentos ácidos ou
gome de mascar;
o Se for profundo  remoção cirúrgica
incluindo a glândula
o Litotripsia extracorpórea por ondas de choque
Neoplasias
 Adenoma pleomórfico (tumor misto benigno)
 Aspectos clínicos:
o Histogênese: ducto intercalar/ translocação
no gene PLAG1
o 53 a 77% dos tumores de parótida
o 33 a 43% dos tumores de GS menor
o Sexo feminino +/- 40 anos
o Aumento de volume firme e indolor
o Nódulo móvel não aderido aos tecidos
subjacentes;
o Mesma cor da mucosa
 Aspecto histológico
o Tipicamente encapsulado e bem circunscrito
o É chamado pleomorfo porque o parênquima e
estroma do tumor pode aparecer de diversas
formas estruturais;
o A capsula pode estar incompleta ou exibir
infiltração por células tumorais
o Componente epitelial composto por ductos e
cordões
 O parênquima da lesão é composto de uma
mistura de epitélio glandular e células
mioepiteliais dentro de um fundo
semelhante ao mesênquima.
o Um extenso acúmulo de material mucoide
pode ocorrer entre as células neoplásicas,
resultando em um estroma mixomatoso
 Nessas áreas, adegeneração vacuolar das
células pode produzir uma aparência
condroide
o Estruturas ductais preenchidas por material
eosinofílico
o Presença de estruturas ductais compostas por
duas camadas de células
o A morfologia das células de diferenciação
mioepitelial também varia: epitelióides,
ovoides, fusiformes, plasmocitóides e, um
espectro comum de células claras
o Intensa variedade de estroma tumoral
o As neoplasias de glândula salivar podem ser
compostas quase que exclusivamente por
células mioepiteliais, sem componentes
ductais - mioepiteliomas
Tipos de estroma: fibroso, mixoide (mais frouxo), hialino (muito
colageno condensado), condroide (áreas que se transformam
em cartilagem verdadeira), condromixoide (áreas que se mistura
cartilagem e mixoide)

 Tratamento
o Excisão cirurgica
o Parotidectomia superficial (se envolver só o
lobo superficial da parotida) ou total
(remoção de todo o tumor sem envolver o
nervo facial  pode haver lesão do nervo
facial causando paralisia)
o Prognóstico excelente  taxa de cura de 95%
o Recorrencia em ~ 5%
o Risco de transformação maligna (carcinoma
ex adenoma pleomorfico – se desenvolve no
lugar do adenoma)

 Carcinoma mucoepidermóide
 Aspectos clinicos
o Patogenese incerta  oncogenese de fusão
CRTC1-MAML2
o Neoplasia maligna das glândulas salivares
mais comum
o Sexo feminino, 2º a 7º década de vida
o Mais comum em parótida e palato
o Lábio inferior, assoalho de boca, língua e
região retromolar
o Aumento de volume assintomático, algumas
vezes flutuantes e coloração azulada ou
vermelha, podendo ser confundida
clinicamente com mucocele.
o Lesões intraósaeas podem se desenvolver nos
maxilares
o Se apresentam como: ulceração, crescimento o Células intermediárias – pequenas, achatadas,
lento mas que cresceu rapidamente menores; formam as outras células do tumor
recentemente; superfície irregular com o Espaços císticos
telangiectasia (proliferação de vasos na o Células neoplásicas
superficie) e coloração azulada; o Células neoplásicas epidermóides
intermediarias

Neoplasias de baixo grau exibem proeminente


formação cística, atipia celular mínima e uma
proporção elevada de células mucosas.

As de alto grau consistem em ilhas sólidas de células


epidermóides e intermediárias que podem
demonstrar considerável pleomorfismo e atividade
mitótica;

As neoplasias de grau intermediário exibem


características que se situam entre as de baixo grau e
as de alto grau. Ocorre formação cística, mas é menos
proeminente do que a observada nas de baixo grau

 Aspecto histológico:
o Células Mucosas (volumosa, com núcleo mais
afastado e citoplasma com muco secretado) e
epidermóides principalmente;
 Carcinoma adenoide cístico x Adenocarcinoma
polimorfo – são quase exclusivos de GS menores,
principalmente no palato. Crescimento lento e
fixo. São clinicamente parecidos, mas bem
diferentes quanto ao histopatológico e desfecho
clínico.

 Carcinoma adenoide cístico


 Nódulo firme de CRESCIMENTO LENTO E FIXO
 Muito agressivo e faz metástase distante tardia
(retirada e volta com a lesão avançada
envolvendo outros locais)
 Assintomático > invasão perineural > sintomas;
 Os pacientes geralmente se queixam de dor
incômoda, constante e de baixo grau, que
aumenta de intensidade gradativamente.
 Glândulas salivares maiores > PARÓTIDA
 Glândulas salivares menores > PALATO
 Infiltrativo e não encapsulado;
 Biópsia (GSME) – PAAF(GSM);
 Imagens (TC, ultrassonografia, ressonância);
 Metástase distante tardia – prognóstico ruim
 Curiosidade: traqueia, faringe, t. sinonasal, G.
lacrimal, mama...
 Características histológicas:
o Tende a fazer invasões mais profundas e
 Tratamento:
invadir estruturas nervosas – invasão
o Depende da localização, grau histopatológico
perineural
e estágio clínico do tumor;
o Composto por uma mistura de células
o Glândulas maiores: remoção total
mioepiteliais e células ductais que pode
o Glândulas menores: excisão cirúrgica
apresentar um arranjo variado. São
o Pode ser feito esvaziamento cervical 
reconhecidos três principais padrões
retirada de linfonodos para evitar que a
histopatológicos: (1) cribriforme, (2) tubular e
metástase se dissemine
(3) sólido.
o Radioterapia
o Usualmente, observa-se uma combinação
o Prognostico: depende do grau e estadiamento
desses padrões, e a neoplasia é classificada
o CME de alto grau: sobrevivência de 30 a 54%
com base no padrão predominante.
o Padrão cribriforme é o de aparência mais bem
reconhecida, sendo caracterizado pela
presença de ilhas de células epiteliais o Emite projeções papilares para dentro de
basaloides que contêm múltiplos espaços estruturas císticas
cilíndricos, semelhantes a espaços císticos,
lembrando um queijo suíço.

Metástases
 A maioria dos tumores emite primeiramente
metástase regional – todos os tumores malignos
de glândulas emitem primeiro metástase para os
linfonodos cervicais, com exceção do CAC;
 Fluxo de metástase desses tumores: pulmão 
ossos  fígado  Sistema nervoso
 Tumores de alto grau – metástases
 CAC – metástase ao diagnóstico ou tardia à
distância
 ACP dificilmente metastatiza – doença destrutiva
local
 Tratamento:
o Cirúrgico radical
o Cirúrgico associado com radioterapia
o Quimioterapia paliativa em casos inoperáveis.

Nódulos
 Adenocarcinoma polimorfo
 Em lábio inferior: normalmente é mucocele
 Nódulo firme de crescimento lento e fixo
 Em lábio superior: normalmente é benigno
 Assintomático
 Aumento de volume em parotida: 80% de chance
 GS menores – palato > lábio superior > mucosa
de ser benigno
jugal;
 Em outras regiões da boca: a chance de ser
 Infiltrativo e não encapsulado
maligno ou benigno é a mesma
 Biópsia (GSMe)
 Imagens (TC, ultrassonografia, ressonância);
 Clinicamente indistinto de um tumor benigno
 Prognóstico excelente
 É extremamente raro ocorrer metástase e óbito
 Controvérsia sobre baixo grau
 Histologicamente:
o Tende a fazer infiltração da mucosa

Você também pode gostar