Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Evitar tossir, cuspir, espirrar, tomar líquidos com canudo, fumar e ingerir
bebidas alcoólicas: deve-se evitar o ato de fumar e tomar líquidos com canudo,
principalmente nos primeiros dias de pós-operatório, pois a pressão negativa criada
dentro da boca devido à sucção pode promover sangramento. Já a tosse, o cuspe e
o espirro pode fazer com que o coágulo formado na ferida cirúrgica seja
desorganizado;
Realizar higiene bucal normalmente: realizá-la de forma cuidadosa. Esta
orientação objetiva prevenir a ocorrência de infecção. Alguns pacientes, pela
própria dificuldade em abrir a boca no período pós-operatório, ficam receosos em
realizar a higienização bucal. O acúmulo exagerado de restos alimentares sobre a
região operada propicia condições favoráveis para proliferação microbiana e, em
consequência, infecções pós-operatórias podem ocorrer. É visto frequentemente em
áreas de terceiros molares superiores, onde o acesso para higienização está mais
dificultado após a cirurgia. A escovação deve ser menos vigorosa diretamente na
zona operada, porém jamais ausente;
Iniciar o uso do enxaguante bucal somente após as primeiras 24 horas: o uso
de enxaguantes bucais no período pós-operatório contribui para manutenção da
higiene bucal, controlando a microbiota normal da boca e aquela decorrente da
cirurgia, pois todas as zonas onde há formação de coágulos são locais propícios
para proliferação microbiana. Em pacientes que fazem uso de aparelho ortodôntico
essa orientação é muito importante, visto que a escovação está ainda mais
dificultada. É bastante comum após a exodontia a cicatrização por segunda intenção
devido à impossibilidade de se realizar sutura “bordo a bordo”, tornando a região
bastante propícia para a penetração e acúmulo de restos alimentares e,
consequentemente, mais vulnerável à infecção. Devido à orientação de não se
escovar diretamente sobre a zona operada, torna-se importante a realização dos
bochechos pós-operatórios. Preconiza-se o uso de soluções a base de clorexidina
0,12%. Para prevenir problemas hemorrágicos os bochechos devem ser iniciados
somente 24 horas após a cirurgia, visto que antes disso pode haver desorganização
do coágulo formado. Recomenda-se que eles sejam realizados de forma passiva,
com o paciente movendo levemente a cabeça de um lado para o outro em vez de
movimentos rápidos da musculatura facial;
Tomar as medicações conforme a prescrição medicamentosa, seguindo
rigorosamente os horários: o não seguimento desta orientação pode prejudicar os
efeitos benéficos da medicação utilizada e, ao contrário, trazer problemas ao
paciente, desde a ineficácia do medicamento, desenvolvimento de colônias
microbianas resistentes aos antibióticos (subdoses ou uso por um período curto) até
a superdosagem (uso exagerado de analgésicos por exemplo). O profissional deve
selecionar drogas que, além de eficazes, estejam ao alcance do paciente do ponto
de vista financeiro (evitar a prescrição de medicamentos caros, cefalosporinas de
última geração, por exemplo, para pacientes carentes). A escolha de drogas que
possam ser administradas em horários coincidentes facilitará o cumprimento da
pauta medicamentosa. Desde que seja possível, evitar a necessidade do paciente
acordar durante a madrugada para tomar o medicamento. Evitar associar
medicamentos que sejam tomados, por exemplo, um de 4/4h e o outro de 6/6h. Isso
levaria a dificuldades e induziria o uso em horários incorretos;
Em caso de dor, sangramento exagerado, dificuldade de abrir a boca, febre
alta ou inchaço por mais de três dias, entrar imediatamente em contato: a febre,
edema e dificuldade de abrir a boca podem indicar a ocorrência de infecção pós-
operatória. Nessas situações deve o cirurgião avaliar imediatamente o paciente,
mesmo que não esteja ainda no período previsto para remoção de suturas. Febre
discreta, em torno de 37,5°C, nas primeiras 24 a 48 horas pode ocorrer, sem
significado com relação à infecção pós-operatória, sendo decorrente da reabsorção
do hematoma e dos tecidos necróticos;
Orientações adicionais: a ficha de orientações pós-operatórias não deve ser
extensa, pois fica cansativa para a leitura e de difícil seguimento. Deve haver um
espaço para as orientações adicionais, que será preenchido de acordo com a
necessidade e o tipo de cirurgia realizada.
Em relação às suturas, a sua remoção deve ser realizada entre 5 a 7 dias pós-
operatórios. Após esse período perdem a função de coaptação de bordos e proteção da
ferida cirúrgica e, ao contrário, agem dificultando a higienização, contribuindo para o
acúmulo de restos alimentares na área operada.
INFECÇÃO ODONTOGÊNICA
O melhor e mais fácil caminho para controlar uma complicação cirúrgica é prevenir
que ela ocorra. Isso é possível através de uma minuciosa avaliação, amplo plano de
tratamento e cuidadosa e correta execução do procedimento cirúrgico.
As lesões dos tecidos moles são quase sempre resultado da falha de atenção do
cirurgião, acesso inadequado ou uso excessivo de força. São exemplo dessas lesões:
Laceração do retalho mucoso: é a mais comum durante a extração cirúrgica de
um dente;
Feridas perfurantes: é a segunda lesão mais comum dos tecidos moles;
Laceração do tecido mole: mais comumente da ação de alavancas quando
aplicadas forças excessivas ou por mal conhecimento da técnica;
Esgarçamento ou abrasão: decorrente do atrito da haste rotatória da broca nos
tecidos moles ou do afastador;
As complicações com um dente durante sua extração podem ser:
Fratura da raiz: acidente muito comum que pode acontecer durante a extração
com o fórceps. Raízes longas, curvas e divergentes que se encontram em osso denso
são mais prováveis de serem fraturadas;
Deslocamento da raiz: ocorre com mais frequência com a raiz do molar superior
deslocada para o seio maxilar, devido a força apical realizada;
Dente perdido na faringe: perda do dente inteiro ou da coroa do dente na faringe;
As lesões a dentes adjacentes ocorrem quando a atenção do cirurgião é focada para o
dente a ser removido, aumentando a probabilidade de lesoa aos dentes adjacentes.
Podem ser:
Fratura ou deslocamento de uma restauração adjacente: é a lesão mais comum
em dentes adjacentes;
Luxação do dente adjacente e extração de dentes errados: ocorre quando no
emprego do extrator for utilizado um dente vizinho como ponto de apoio, dentes
com hipercementose, manejo defeituoso do fórceps.
As lesões as estruturas ósseas podem ser:
Fratura do processo alveolar: muito comum a fratura de pequenas partes do
processo alveolar que bem aderida junto ao dente, devido ao uso de força excessiva
com o fórceps;
Fratura da tuberosidade maxilar: muitas vezes ocorre inesperadamente pelo fato
de nessa região o tecido ósseo ser bastante delgado. Ocorre com maior frequência
em segundo ou terceiro molar com raízes divergentes;
TÉCNICA DE CALDWELL-LUC
NERVOS E ANESTESIA
O nervo trigêmeo é responsável pela inervação dos nossos dentes. Esse se ramifica
em ramo oftálmico, maxilar e mandibular:
Maxilar: passa pelo forame redondo do osso esfenoide. Suas ramificações são:
→ Nervo alveolar superior posterior: inerva região de 3ºM, 2ºM, 1ºM (exceto
raiz médio-vestibular) e gengiva vestibular dessa região;
→ Nervo alveolar superior médio: inerva região de 2ºPM, 1ºPM, raiz médio-
vestibular do 1ºM e gengiva vestibular dessa região;
Mandibular: passa pelo forame oval do osso esfenoide. Suas ramificações são:
→ Nervo alveolar inferior: inerva todos os dentes do hemiarco;
→ Nervo bucal: inerva região dos tecidos moles e periósteo bucal dos dentes
molares mandibulares na região vestibular;
→ Nervo mentual ou mentoniano: inerva região do mucoperiósteo bucal,
membrana mucosa anteriormente ao forame mentual;
Contra-indicação:
Diabéticos: não pode usar epinefrina. Em procedimentos curtos recomenda-se o
uso de mepvacaína com levonordefrina. Em procedimentos longos recomenda-se o
uso de prilocaína com felipressina;
Hipertireoidismo: não usar vasos adrenérgicos. Preferencialmente usar prilocaína
com felipressina;
Hemopatias e anemias: não usar prolocaína nem articaína;
Insuficiência renal crônica: recomenda-se uso de articaína com epinefrina;
Cardiopatas: para procedimentos curtos recomenda-se o uso de até 2 tubetes com
vasoconstritor ou mepvacaína sem vaso. Para procedimentos longos recomenda-se
o uso de prilocaína com felipressina. Não usar vaso em pacientes que fazem uso de
beta-bloqueadores. Pessoas com angina de pectoris, evitar uso de felipressina;
Gestantes: recomenda-se não usar vaso nos dois primeiros trimestres. Não usar
prilocaína e mepivacaína. Recomenda-se lidocaína comepinefrina.
PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA
Antibiótico:
Amoxicilina 500mg de 08/08h durante 7 dias;
Clindamicina 300mg de 08/08h durante 7 dias (se o paciente for alérgico à
penicilina).
Anti-inflamatório:
Diclofenaco de sódico 50mg de 08/08h durante 3 dias;
Nimesulida 100mg de 12/12h durante 3 dias;
Analgésico:
Dipirona sódica 500mg de 06/06h durante 24 h;
Paracetamol 750 mg de 06/06h durante 24h;
Ibuprofeno 300mg de 06/06h durante 24h (tem ação de analgésico e anti-
inflamatório);
OBS: repetir o analgésico no segundo dia somente em casa de dor.
ODONTOSECÇÃO
Como o próprio nome diz, odontosecção é a secção (corte) do dente realizado durante
os procedimentos cirúrgicos para remoção de dentes multirradiculares. Vale tanto para
o dente inteiro (coroa e raiz) ou somente raiz.
A odontosecção pode ser realizada utilizando alta rotação e baixa rotação. No caso de
utilizar a turbina de alta rotação utiliza-se as brocas carbide 701, 702 ou 703 de haste
longa (multilaminadas). Ou então uma broca zekrya de haste longa, o que está super
indicada para cortar principalmente a coroa dos dentes a serem removidos.
OBS: a broca 703 tem um calibre muito espesso, o que pode fazer com que se perca
aquele ponto de apoio que precisa para elevar o dente do alvéolo. Por este motivo
evita-se utilizar a broca 703 para odontosecção, a menos que o dente a ser removido
seja grande o suficiente para permitir seu uso.
No caso de preferir utilizar a baixa rotação, ou então o uso dela se tornar necessário,
como por exemplo em casos de fratura de ápice radicular, utilize a peça reta. Esta
poderá ser conectada tanto no micromotor acoplado no equipo da cadeira ou
micromotor de implante. As brocas para uso em peça reta devem ser também brocas
701, 702 e 703 carbide. A grande diferença é que sua haste é bem mais longa que a
haste da broca de alta rotação, além do calibre da haste também ser mais espesso.
A broca quando em movimento, ou seja, quando acionada, não pode ficar parada na
superfície do dente, pois ela perde eficiência. É necessário que se faça movimentos
súpero-inferior e antero-posterior, ou seja, para cima e para baixo e para frente e para
trás, respectivamente. Esse último é muito utilizado principalmente para cortar o
esmalte do dente que apresenta a coroa de uma certa forma hígida. Já os movimentos
para cima e para baixo é para aprofundar sua odontosecção.
No sentido vertical, o objetivo é seccionar as raízes ao nível da FURCA. Precisa
romper não somente o assoalho da câmara pulpar como também ultrapassar o assoalho
e romper a furca.
No sentido horizontal é feito da seguinte forma:
Odontosecção para pré-molar: no caso de você precisar separar as raízes
vestibular e lingual de um primeiro pré-molar superior por exemplo, o corte precisa
ser no sentido mesio-distal, para ocorrer a separação das duas raízes e você ficar
com apenas dois remanescentes unirradiculares para remover;