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BUCO 1 – AULA 07 (19/10/17) – Bianca Bravim

Isadora Oliveira Corrêa

Emergências médicas na prática odontológica: como evitar e como


resolvê-las
 Qual a principal diferença entre urgência odontológica x emergência médica?

Urgências odontológicas:

 Traumatismos dentários acidentais


 Pulpites
 Abcessos
 Fraturas faciais sem sangramento e sem comprometimento da vida

Emergências médicas:
 Como o próprio nome diz “emergem”, surgem de forma inesperada, sem obedecer a regras ou
padrões definidos;
 Acontecimento perigoso que não deixa tempo para o cirurgião dentista rever conceitos ou
aguardar o preparo da bandeja pela auxiliar;
 A seqüência de manobras de pronto atendimento deverá estar memorizada e protocolada pelo
profissional, para que ele possa instituí-la imediatamente.

1) COMO EVITAR X 2) COMO RESOLVÊ-LAS

Alguns fatores contribuem para aumentar a incidência das emergências médicas na clínica odontológica:

O aumento no número de idosos que procuram tratamento, a tendência de se prolongar a duração das
sessões de atendimento e até mesmo os avanços da terapêutica médica. Além disso indivíduos
diabéticos, hipertensos, coronariopatas, ou portadores de desordens renais, ou hepáticas, entre outros,
são, nos dias de hoje, pacientes regulares dos cirurgiões dentistas, tanto nos serviços públicos de saúde
quanto nas clínicas privadas.

Envelhecimento: 30% 3 em 4 idosos possuem alguma doença crônica

Aumento da expectatica de vida!

Maior causa de óbito no consultório odontológico: erros anestésicos.

Responsabilidade civil:

o Diante de uma emergência que surja no decorrer do tratamento, o CD deverá empregar na sua solução
todos os meios que estiverem o seu alcance, afastando de si a possibilidade de responsabilização
judicial.
o Daí a necessidade de preparo da equipe para lidar com as emergências.
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PREVENÇÃO:
o Ter equipamentos e drogas adequadas
o Anamnese documentada e assinada
o Presença de pessoal auxiliar qualificado

*Aqui ela fala de um artigo que tem como título “Mortalidade relacionada ao uso de anestésicos locais em
odontologia” e relata alguns casos.*

Recomendações básicas nas situações de emergência:

 Manter a calma
 Saber quando e a quem pedir socorro
 Estar treinado para executar as manobras de suporte básico de vida e de ressuscitação cardiopulmonar
 Saber lidar com o equipamento de emergência

1) COMO EVITAR

A. Anamnese

Documento assinado pelo próprio paciente atestando o quadro de saúde dele. Dois motivos principais do
porquê devemos focar na anamnese: somos os profissionais que mais injetamos drogas nos nossos
pacientes, e porque queremos que o paciente goste do nosso trabalho, e isso nos levará ao sucesso e
satisfação profissional.

 Conhecer nosso paciente


 Saber o que ele “esconde”

Histórico de saúde x Tratamento médico atualmente x Alergias x Sangramento

o Classificação do estado físico segundo a ASA:

ASA I: paciente saudável.


ASA II: paciente com doença sistêmica leve.
ASA III: paciente com doença sistêmica grave.
ASA IV: paciente com doença sistêmica grave, que é uma ameaça constante à vida.
ASA V: paciente moribundo com menos de 24 hrs de vida.
ASA VI: paciente com morte cerebral e doador de órgãos.

Avaliação de sinais vitais: em artigos mostram que precisamos de 6 minutos para avaliar todos os sinais
vitais do paciente.

- Contagem de pulso: realizar a contagem por 1 minuto ou 30 segundos e multiplicar por 2.


- Pressão arterial

Conhecer o procedimento: Frenectomia em um paciente de 4 anos, o que fazer????


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B. Controle de comportamento

Dor e ansiedade
o Taquicardia
o Sudorese excessiva
o Tensão muscular
o Boca seca
o Sensação de alerta

Causado por:
 Dificuldade na realização do procedimento;
 Alterações na condição sistêmica do paciente
 Idade do paciente
 Experiências ruins prévias

Importância do controle da dor e ansiedade:


o Manter a cooperação do paciente
o Redução de reflexos indesejáveis
o Potencialização do efeito anestésico
o Execução do procedimento com maior previsibilidade de resultados satisfatórios

Protocolo de redução de ansiedade:

Métodos não farmacológicos:

 Conversação e distração
 Evitar surpresas
 Evitar barulho desnecessário
 Manter instrumental cirúrgico fora da vista do paciente
 Anestesia de intenidade e duração suficiente

Métodos farmacológicos:
 Sedação oral
 Sedação venosa

Sedação Oral

Fármacos mais utilizados:


 Atualmente os fármacos mais utilizados são: diazepam e midazolam.
 A grande diferença é baseada na meia-vida de eliminação: DIAZEPAM de 20 a 40h e MIDAZOLAM
de 1 a 4h, o que torna esse último a escolha em procedimentos de curta duração.
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Sedação venosa
Para um procedimento seguro:
 Necessária presença de um médico anestesista
 Presença de equipamentos de monitorização e reversão do paciente
 Indicações precisas e cuidadosas

2) COMO RESOLVÊ-LAS

S.B.V - Principais emergências

O cirurgião dentista, como profissional de saúde tem que estar preparado para prestar os primeiros
socorros em situações de emergências. Deve, no mínimo, estar treinado para instituir procedimentos que
garantam a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea, o que é chamado de SUPORTE BÁSICO DE VIDA
(S.B.V), até que a vítima possa receber cuidados médicos intensivos.
“Suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que objetivam o suporte
de vida à vítima. O SBV é vital até a chegada do SIV (Suporte intermediário de vida - transporte até o
hospital)”

- Hiperestender o pescoço do paciente para desobstruir as vias aéreas.

- Ouvir a respiração e olhar se o tórax está elevando ou não.


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Se tiver obstruído, colocar o paciente de lado, faz uma


aspiração com uma bomba a vácuo, e iniciar as manobras.

PRINCIPAIS EMERGÊNCIAS

a. Alteração e perda de consciência


1. LIPOTÍMIA

Definição:
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 Mal estar passageiro, caracterizado por sensação angustiante e iminente de desfalecimento.
 Palidez
 Sudorese
 Zumbidos auditivos
 Visão turva
 Raramente leva a perda de consciência

2. SÍNCOPE
 Perda repentina e momentânea da consciência
 Súbita diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação cerebral
 Causas neurológicas
 Causas metabólicas

Sudorese, palidez, hipotensão arterial, perda de consciência, hipotonia muscular.

LIPOTÍMIA/SÍNCOPE: como prevenir?


 Avalie o grau de ansiedade do paciente, condicionando-o ao tratamento
 Avaliação cuidadosa da anamnese
 Avaliação cuidadosa dos pacientes com cardiopatias
 Evite estímulos visuais
 Evite expressões que aumentem a ansiedade
 Orientar o não jejum antes da consulta
 Protocolo de redução de ansiedade
 Anestesia local atraumática
 Escolha adequadamente a droga anestésica indicada para o procedimento
 Evite hiperextensão da cabeça em idosos
 Evite compressão na região do pescoço

Protocolo de tratamento:
 Interrompa o tratamento
 Avalie o grau de consciência
 Converse ativamente com o paciente
 Coloque o paciente em posição supina com as pernas elevadas 10 a 15º
 Proporcione oxigenação adequada
 Avalie o pulso carotídeo
 Na presença de sinais vitais, aguarde 2 a 3 minutos a recuperação

 Se a recuperação não for imediata, solicite SME


 Oxigene mecanicamente 3 a 4 L/min
 Monitorize pulso, ventilação e pressão arterial

3. HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
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Queda brusca e excessiva da PA. Quando o paciente está horas sentado na cadeira em tratamento e
decide levantar de repente para ir ao banheiro, e não espera o CD levantar a cadeira, podendo levar a
hipotensão ortostática. O sangue que está acumulado nas pernas e braços não consegue retornar pros
membros superiores, falta oxigenação cerebral e o paciente desmaia.
Segunda maior causa de perda da consciência no consultório.

Tratamento:
 Avaliar o estado de consciência
 Colocar o paciente em posição supina com as pernas elevadas 10 a 15º
 Monitorizar sinais vitais e comparar com os valores basais.

b. Alterações endócrinas

4. HIPOGLICEMIA AGUDA

 Nível anormal de glicose sanguinea


 Apresenta-se por quadro grave
 Pode ocorrer em qualquer paciente
 Apresenta-se mais comumente em diabéticos

Causas:

 Jejum prolongado
 Refeição inadequada
 Esforço físico em demasia
 Sobredose de insulina
 Sobredose de drogas hipoglicemiantes orais
 Ingestão de álcool

Sinais e sintomas:

 Estágio precoce: náusea, sensação de fome e diminuição da função cerebral (alterações no humor
ou temperamento e da espontaneidade).
 Estágio avançado: sudorese, taquicardia, piloereção, aumento da ansiedade, alteração de
comportamento (não compreensão e agressividade).
 Estágio tardio: inconsciência, convulsão, hipotensão e hipotermia.

Devemos ter o aparelho “Hemogluco teste” em nosso consultório!!!

Prevenção:

 Na anamnese investigue história prévia de hipoglicemia, mesmo não sendo diabético.


 Em diabéticos avalie o controle da doença atual
 Protocolo de redução de ansiedade
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 Conversar com o medico responsável do paciente, pois se for insulino dependende, a gente pede
para usar meia dose de insulina em vez da dose inteira, pois o estresse causado pelo procedimento
já causa uma hipoglicemia
 Quando o tratamento trouxer limitação da função mastigatória, avalie com o médico possíveis
alterações na dieta alimentar ou doses de medicamentos.
 Durante o atendimento de diabéticos, mantenha uma solução açucarada a disposição.

Paciente consciente e alerta:

 Interromper o tratamento, colocar o paciente em posição supina e confortável.


 Administrar carboidratos via oral (água com açúcar, suco de laranja, refrigerantes), a cada 5 minutos,
até os sintomas desaparecerem.
 Manter em observação por 30 minutos
 Investigue as causas de hipoglicemia para prevenir sua recorrência.

Paciente consciente e não responsivo:

 Interromper o tratamento, colocar o paciente em posição supina e confortável.


 Administrar carboidratos via oral
 Caso os sintomas não desapareçam, acionar SME
 Administrar solução de glicose 25% (ampola de 10 ml IV- lento)
 Monitorize os sinais vitais a cada 5 minutos.

Paciente inconsciente:

 Interromper o tratamento, olocar o paciente em posição supina e pernas elevadas


 Avalie respiração e pulso
 Acionar SME
 Administrar sol. de glicose 25% (ampola de 10 ml IV – lento). Na impossibilidade de administração da
solução de glicose IV, coloque uma colher (sopa) de DEXTROSOL em meio copo com água. Em seguida,
pegue uma gaze, prenda-a a um fio de sutura, mergulhe na solução e coloque entre os incisivos e o
lábio inferior do paciente, permitindo que o açúcar seja absorvido por via sublingual.
 Avaliar sinais vitais a cada 5 minutos.

c. Dificuldade respiratória

5. HIPERVENTILAÇÃO

Estímulo de centros respiratórios provocados pela ansiedade. Incidência em pacientes entre 15 e 45 anos,
de ambos os sexos. (comum em criança)

Quadro caracterizado pela ventilação excessiva, aumento do ar inspirado, acarretando diminuição do teor
de CO2 no sangue arterial (diminui PCO2) e conseqüente alcalose respiratória (diminuição da reserva
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alcalina). A hipocapnia reduz o fluxo sanguíneo cerebral podendo provocar alterações ou perda de
consciência.

Sinais e sintomas

 Aumento da freqüência respiratória para 25 a 30 mov.resp/min


 Aumento da profundidade respiratória
 Sensação de sufocamento
 Distúrbios visuais, tontura, vertigem
 Taquicardia
 Boca seca e dor abdominal
 Formigamento das extremidades
 Alteração ou perda de consciência (raro)

Como prevenir?? Protocolo de redução de ansiedade.

Protocolo de atendimento:

 Interrompa o atendimento, posição supina e confortável.


 Tranqüilize o paciente
 Para corrigir alcalose respiratória, faça-o respirar ar enriquecido de CO2, por meio de um saco de
papel ou com as mãos em forma de concha, cobrindo a boca e o nariz do paciente (10
mov.resp/min).
 Aguardar remissão dos sintomas
 Não havendo melhora, administrar diazepan 10mg VO, IM ou IV.

6. CRISE AGUDA DE ASMA


o Ama brônquica: é uma doença pulmonar obstrutiva, caracterizada por aumento da reatividade da
traquéia e brônquios a vários estímulos, que se manifesta por estreitamento das vias aéreas.
o Crise aguda de asma: é caracterizada pelo estreitamento das grandes e pequenas vias aéreas devido
ao espasmo da musculatura lisa dos brônquios, edema e inflamação de suas paredes, e hiperprodução
de muco aderente.

Quando pode ocorrer?


A alteração básica de asma é a hiper-reatividade brônquica, que pode ser precipitada por vários agentes
desencadeantes, alérgenos ou não, em qualquer paciente.
A absorção do antígeno se dá através das vias respiratórias, membranas mucosas do intestino e pela pele.

Os estímulos mais desencadeadores do broncoespasmo em asmáticos são:

 Poluentes e irritantes ambientais (poeira, fungos, pólen, fumaça de cigarro)


 Estresse físico ou emocional
 Refluxo gastroesofágico
 Ar frio
 Drogas como AAS e AINES
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 Substancias antioxidantes do grupo dos sulfitos (como o bi ou metabissulfito de sódio) – usar
anestésicos sem vaso!

Como prevenir?

 Mantenha uma relação de confiança com o paciente, empregando meios de condicionamento


psicológico para o controle de ansiedade e apreensão.
 Oriente o paciente a trazer o broncodilatador (bombinha) em toda consulta.
 Evite prescrever AAS e AINES
 Em pacientes asmáticos sob tratamento com corticóides e historia de alergia aos sulfitos, não use
soluções anestésicas que contenham vasoconstritores adrenérgicos.

Protocolo de atendimento:

 Interrompa o tratamento e levante o encosto da cadeira


 Coloque o paciente numa posição confortável (sentado contra o encosto de uma maneira comum,
com os braços lançados para frente).
 Peça para que ele faca uma auto administração de um broncodilatador em aerossol porém se isso não
for possível, insufle 5 aplicações num saco de papel, adapte-o a boca/nariz do paciente e peça pra que
ele inspire lenta e profundamente.
 Administre O2 usando uma máscara facial ou cânula nasal e mantendo um fluxo de 5 a 7 litros/minuto.
 Não havendo regressão do episódio, administre por via SC 0,3 ml de uma solução de adrenalina 1:1000,
que possui uma potente ação broncodilatadora, controlando o broncoespasmo alguns minutos após
sua administração.

7. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS

Complicações: abscessos peritoneais, perfurações e até mesmo peritonite.

Quando pequenos objetos são aspirados para o interior dos brônquios, podem produzir infecção, abscesso
pulmonar, pneumonia e atelectasia (contração e ausência da aeração de parte ou de todo o pulmão).
Em ambas as situações, o exame radiográfico e a avaliação médica serão imprescindíveis para se
estabelecer o diagnóstico e plano de tratamento.

Obstrução total aguda:

Pacientes de maior risco:

 Bebês, crianças e idosos


 Obesos e gestantes
 Indivíduos sob sedação
 Alcoólatras crônicos
 Portadores de desordens convulsivas ou doença de Parkinson
 Psicóticos
 Deficientes mentais
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 Indivíduos co limitação de abertura bucal ou macroglossia

Como prevenir???
o Identificar os pacientes de risco
o Usar lençol de borracha nos procedimentos endodônticos e restauradores
o Colocar gaze com anteparo – presa a um fio dental – para proteção da orofaringe, especialmente em
pacientes sedados.
o Pequenos objetos como lima endodôntica, componentes de implantes, grampos para isolamento
absoluto, etc, devem estar amarrados a um fio dental
o No atendimento de pacientes cuja coordenação da deglutição ou reflexo da tosse estão afetados, ou
com a pressão intra-abdominal aumentada, colocar a cadeira odontológica na posição reclinada.
o Usar sugador de saliva de sangue de alta potência.

Procedimentos manuais indicados quando ocorrer Obstrução aguda (parcial) das vias aéreas:

 Golpes (tapas) nas costas


 Inspeção (varredura) com os dedos
 Compressões manuais: Manobra de Heimlich, compressões torácicas.

Compressões manuais:

Consiste de uma série de 6 a 10 compressões na parte superior do abdome ou da parte inferior do tórax,
com o objetivo de aumentar a pressão intra abdominal, produzindo-se uma “tosse artificial” que pode
deslocar o corpo estranho.

Manobra de Heimlich:

- Técnica universal para a remoção de corpos estranhos das vias aéreas em adultos e crianças.
- Consta de uma série de compressões abdominais subdiafragmáticas
- É recomendada nos idosos, por diminuir o risco de fratura das costelas.

Paciente consciente:

 Fique atrás do paciente e coloque seus braços ao redor da cintura e sob os braços do mesmo.
 Feche uma das mãos, com o polegar voltado para o abdome da vítima, e posicione levemente acima do
umbigo e um pouco abaixo da extremidade do processo xifóide. Coloque a outra mão por cima.
 Faça algumas compressões, com decisão, para dentro e para cima, até o socorrido expelir o objeto
estranho.

Paciente inconsciente:
 Coloque-o na posição supina (deitado de costas), preferencialmente numa superfície rígida.
 Proporcione a abertura das vias aéreas (cabeça e queixo levantados), colocando a cabeça do socorrido
na posição chamada “neutra”.
 Sente-se, com as pernas abertas, sobre as pernas ou coxas do socorrido.
 Coloque a porção tênar de uma das mãos contra o abdome do socorrido, na linha média, um pouco
acima do umbigo e um pouco abaixo da extremidade do processo xifóide, coloque a outra mão
diretamente em cima da primeira mão, entrelaçando os dedos.
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 Pressione o abdome do socorrido, fazendo força para frente e para cima, evitando direcionar essa
pressão no sentido lateral.
 Faça 6 a 10 compressões abdominais.
 Abra a boca do socorrido e faça uma inspeção com os dedos.

Técnica de compressões torácicas

Manobra recomendada em estados avançados da gravidez e em indivíduos excessivamente obesos, assim


como em bebês de até 1 ano de idade.

Paciente consciente
 Posicione-se atrás da vítima e coloque seus braços diretamente sob as axilas do socorrido,
circundando-lhe o tórax; (na altura dos mamilos)
 Feche uma das mãos, com o polegar posicionado contra o abdome da vítima, e posicione-se no terço
médio do osso esterno.
 Faça algumas compressões para trás, até o socorrido expelir o corpo estranho ou perder a
consciência.
 Se for criança, hiperestendemos o pescoço dela com esta deitada nos braços, e dá os tapinhas nas
costas para tentar desobstruir.

d. Emergências cardiovasculares

8. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Tipos:
- Isquêmicos: interrupção do fluxo sanguíneo (insuficiência vascular cerebral, trombose, embolia).
- Hemorrágicos: más formações de vasos sanguíneos, aterosclerose, HAS, que causam destruição da
substância cerebral. (acontece em segundos)

Fatores de risco:
o Diabetes
o Aumento dos níveis sanguineos de colesterol
o Uso de contraceptivos orais
o Tabagismo

 Avaliar história de AVE:


 Sinais e sintomas variáveis: se a causa do AVE for infarto cerebral, as manifestações clínicas se instalam
gradativamente, levando minutos, horas ou dias. Se a causa for uma embolia ou se o AVE for
hemorrágico, o início ocorre em segundos.
 Cefaléia moderada a intensa de instalação súbita.
 Avaliar sinais neurológicos:

- Paralisia de um dos lados do corpo


- Dificuldade em respirar ou deglutir
- Perda ou dificuldade na fala
- Perda do controle urinário e intestinal
- Assimetria das pupilas

Prevenção:
 Anamnese
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 Avaliação dos sinais vitais antes de cada sessão de atendimento
 Marcar consultas pela manhã e de curta duração (40 a 50 minutos)
 Redução do estresse
 Controle da dor trans e pós operatória

O que fazer quando ocorre o episódio isquêmico transitório:


 Interromper o atendimento e colocar numa posição confortável
 Manter vias aéreas livres
 Monitorizar sinais vitais
 Encaminhar para avaliação médica

AVE- paciente consciente:


 Interromper o atendimento e por numa posição confortável
 Manter vias aéreas livres e avaliar respiração
 Solicitar SME
 Monitorizar sinais vitais a cada 5 minutos
 Não administre O2 (pode agravar a vasoconstrição cerebral) ou ansiolíticos (pode agravar a
depressão do SNC).

9. DOR NO PEITO (angina)


Sintoma característico de alteração cardiovascular.

Diagnóstico diferencial:
- Úlcera péptica
- Hérnia de hiato
- Problemas músculo-esqueléticos
- Hiperventilação

Angina do peito
Angere = apertar + sufocar pectoris = peito

Conceito: dor torácica característica, geralmente abaixo do osso esterno, resultante de uma diminuição
temporária do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias.
Ocorre quando o trabalho cardíaco e a demanda miocárdica de O2 excedem a capacidade do sistema
arterial coronário de fornecer sangue oxigenado.

Fatores predisponentes: exercício físico, estresse, temperaturas muito baixas, alimentação excessiva,
ingestão de cafeína e tabagismo.

Crises podem ser identificadas:


 Início súbito

 Apreensão
 Sudorese
 Dor subesternal ou pré cordial (“queimação” e “esmagamento”)
 Dispinéia (movimentos respiratórios não intensificam a dor)
 Aumento da FC e PA

Como previnir?
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 Identifique paciente com risco para angina (doença nas artérias coronárias, especialmente aqueles
submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio)
 Identificar medicamentos utilizados
 Identificar precipitadores da crise
 Solicitar parecer médico

Recomendações:
 Peça opinião do médico sobre a necessidade de se empregar um vasodilatador coronariano, de forma
profilática (5 min antes da intervenção). Pode-se optar pelo uso de um ansiolítico como medicação
pré-anestésica.
 Avalie os sinais vitais antes e após cada sessão de atendimento
 Evitar sessões muito longas
 Interrompa o procedimento se o paciente apresentar sinais de fadiga
 Empregue soluções anestésicas locais com vasoconstrictor
 Mantenha um vasodilatador coronariano a disposição no estojo de emergência
 Permita ao paciente um breve repouso antes de dispensá-lo

Protocolo de atendimento:
 Interrompa o tratamento
 Posição supina semi-inclinada
 Administre vasodilatador coronarianos – dinitrato de isossorbida 5 mg ou propatilnitrato (sustrate)
10 mg, via sublingual.
 Fornecer O2 por cânula nasal ou máscara
 Encaminha imediatamente para avaliação médica

10. INFARTO DO MIOCÁRDIO

Conceito: síndrome clínica resultante da deficiência do suprimento sanguíneo das artérias coronárias para
uma região do miocárdio, resultando em MORTE CELULAR E NECROSE.

Causa: é a formação de um trombo agudo que oclui uma artéria parcialmente obstruída por uma placa
aterosclerótica (ateroma).

Clinicamente: é caracterizado pela dor substernal – similar a da angina do peito, porém muito mais severa
e prolongada. As complicações clínicas mais observadas são as arritmias, a insuficiência ou parada cardíaca.

Fatores predisponentes:
 História familiar de doença cardiovascular
 ECG anormal
 Hipertensão arterial
 Obesidade e tabagismo

 Níveis elevados de colesterol

Sinais e sintomas:
 Dor aguda de instalação repentina (80%), geralmente localizada no terço médio ou superior do osso
esterno (sinal de dor isquêmica).
 Dor irradiada para ombro, braço e mão esquerda. Pode se expandir para mandíbula de dentes.
 Dispnéia (movimentos respiratórios não intensificam a dor)
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 Paciente fica extremamente apreensivo, com a sudorese aumentada, demonstrando estar sentindo a
morte iminente.
 Náusea e vômito são freqüentes, especialmente se a dor for muito severa.
 Dor não melhora com o repouso ou com uso de vasodilatadores coronarianos, como a isossorbida ou
propatilnitrato.

Prevenção:
 Anamnese
 Nunca atender o paciente que infartou com menos de 6 meses.
 Protocolo de redução de ansiedade
 Avaliação dos sinais vitais antes de cada sessão de atendimento
 Marcar consultas de curta duração (40 a 50 minutos)
 Uso de anestésicos locais que não tenham adrenalina (usar felipressina) ou mepivacaína sem vaso.
 Controle da dor trans e pós operatória

Protocolo de atendimento do IAM:


1. Interrompa o tratamento
2. Posição supina semi-inclinada
3. Solicite SME:
4. Administre 3 comprimidos de AAS 100mg (para diminuir agregação plaquetária e formação de
novos coágulos nas artérias coronárias)
5. Faça injeção IM de Dormonid 5mg
6. Fornecer O2 por cânula nasal ou máscara
7. Enquanto aguarda o socorro, monitore os sinais vitais
8. Em caso de parada respiratória institua as manobras de RCP

11. ARRITMIAS CARDÍACAS

O ritmo sinusal normal se origina de células marcapasso do nódulo sinoatrial (na junção da veia cava
superior com o átrio direito). Estas células representam o gerador elétrico principal (marcapasso) para o
coração humano, produzindo uma freqüência média normal entre 72 e 78 bpm, variando de 60 a 100
bpm.

Apresenta-se clinicamente com sintomas clínicos e pela presença de alterações na freqüência e ritmo
cardíaco e alterações no ECG.

Condições caracterizadas como emergências cardiovasculares


 Bradicardia sinusal
 Taquicardia ou palpitações

BRADICARDIA SINUSAL

 Ritmo sinusal lento, caracterizado ao ECG por freqüência cardíaca menor que 60 bpm e por sequencia
de despolarização atrial.

 Bradicardia sinusal entre 40 a 60 bpm geralmente são assintomáticos.

 Freqüência abaixo de 30 bpm pode necessitar de tratamento de emergência  síncope, convulsão e


morte (raro na clínica odontológica).
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Quando pode ocorrer?


o É comum em atletas e indivíduos jovens saudáveis ou pode estar relacionada a condições não-cardíacas,
aumento do tônus vagal por distúrbios gastrintestinais, períodos de convalescença, etc.

Protocolo de bradicardia sinusal (menor que 40 bpm):


 Interromper o tratamento
 Colocar o paciente em posição supina
 Monitorizar sinais vitais
 Solicitar SME

O tratamento consta de injeção de atropina IV ou passagem de marca passo percutâneo  apenas sob
supervisão médica e ambiente hospitalar.

TAQUICARDIA

Conceito: caracterizada pela medida da freqüência cardíaca que deve estar acima de 100 bpm, no adulto.

Etiologia: - Idiopática
- Mecanismos neurais que afetam o automatismo do nodo sinoatrial
- Resultante do ICC
- Resultante de infarto do miocárdio

Como prevenir?
 Identifique pacientes cardiopatas
 Obter informações detalhadas sobre o controle da doença atual
 Redução do estresse (uso de ansiolíticos!)
 Evite soluções anestésicas com adrenalina
 Técnica anestésica adequada: TRATAMENTO SEM DOR.

Protocolo de atendimento:
 Interrompe o tratamento e avalie a FC
 Se o pulso estiver IRREGULAR, encaminhe imediatamente para avaliação médica.
 Se o pulso estiver REGULAR, provavelmente a taquicardia será benigna (sinusal)  institua
estimulação do tônus vagal.
 Expirar o ar de forma forçada com a boca e nariz tapados (manobra de vasalva)
 Beber água gelada
 Estimular orofaringe (provocar vômito)
 Estar apto para realizar SBV

12. CRISE HIPERTENSIVA

Conceito: caracteriza-se pelo aumento súbito das pressões diastólicas e sistólicas.

Alterações clínicas:
o Dor de cabeça, vertigem, mal estar
o Sangramento gengival excessivo após manipulação odontológica
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o Epistaxe
o Confusão mental
o Agitação
o Convulsão
o AVE

Quando pode ocorrer?


o Estresse ao tratamento odontológico
o Dor inesperada
o Ansiedade
o Injeção acidental IV de solução anestésica com vasoconstrictor adrenérgico
o Não utilização da medicação anti-hipertensiva
o Pacientes não compensados

Como previnir?

 Paciente hipertenso compensado: PA situada nos limites de até 160/100 mm Hg, avaliada no dia do
atendimento:
 Estabeleça sessões curtas
 Prescreva ansiolítico como medicação pré anestésica
 Escolha soluções anestésicas que contenham felipressina como vasoconstrictor

 Paciente hipertenso não compensado: PA não controlada, atingindo níveis mais altos do que 160/100
mm Hg.
 Os procedimentos odontológicos de rotina estão contra indicados, o paciente deve ser
encaminhado para avaliação médica e controle da PA.

Protocolo na crise hipertensiva:


 Interromper o tratamento
 Colocar o paciente em posição supina (não abaixar a cabeça!)
 Monitorizar os sinais vitais
 Administrar oxigênio
 Solicitar SME
 Uso de captopril – VO: 12,5 ; 25 ou 50 mg
 Se necessário institua SBV

e. Emergências neurológicas

13. CONVULSÃO
Alteração da função cerebral, caracterizada por crise envolvendo mudanças na consciência, atividade
motora e fenômenos sensoriais. Esperar pelo menos 40 minutos pós convulsão, pois pode ocorrer uma
depressão cardiorrespiratória.

Convulsão tônico-clônicas: contração muscular sustentada, o paciente apresenta-se rígido durante a fase
tônica da convulsão.

Convulsão idiopática  65% dos casos


 Trauma físico
 Estresse emocional
 Febre alta
BUCO 1 – AULA 07 (19/10/17) – Bianca Bravim
Isadora Oliveira Corrêa
 Desordens metabólicas
 Lipotímia
 Abstinência de drogas e psicotrópicos
 Doses tóxicas de anestésicos locais
 Lesões intracranianas e AVE

Prevenção
 Realizar anamnese dirigida
 Avaliar medicamentos realizados
 Verificar o uso regular do medicamento
 Perguntar quando foi a ultima crise
 Avaliar se existem fatores que precipitam as crises
 Avaliar sinais de alerta
 Qual a duração do período pós convulsivo?
 Verificar se o paciente tomou a medicação no dia do atendimento
 Solicitar parecer do médico responsável
 Evitar jejum alimentar (prevenir hipoglicemia)
 Protocolo de redução da ansiedade

Tratamento
 Interrompa o tratamento e remover instrumentais que estiverem na boca do paciente
 Mantenha o paciente em posição de recuperação
 Mantenha vias aéreas livres
 Remova campos e/ou desaperte roupas para melhorar ventilação
 Contenha o paciente para evitar lesões físicas
 Administração de diazepan 10 mg IV ou IM
 Cessado a convulsão, administre O2 3L/min por 5 a 10 min e acompanhar por mais 40 minutos.

Equipamentos e drogas de emergência:


BUCO 1 – AULA 07 (19/10/17) – Bianca Bravim
Isadora Oliveira Corrêa

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