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ETEI – Escola Técnica de Enfermagem de

Itabuna

Estudo de caso de paciente com HAS


(Hipertensão Arterial Sistêmica)

Itabuna – BA
2023
Daniel Vieira dos Santos

Estudo de caso de paciente com HAS


(Hipertensão Arterial Sistêmica)

Prof.: Maria Vitória Ramos

Itabuna – BA
2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Definição
2.2 Etiologia
2.3 Manifestações clínicas
2.4 Diagnóstico
2.5 Tratamento
2.6 Assistência de Enfermagem
3. SÍNTESE DE CASO CLÍNICO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir trata-se de um estudo de caso de uma paciente acometida da


patologia HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), tendo sido realizado na própria
residência da paciente, no município de Itabuna-BA no dia 31 de março de 2023 no
período da noite.
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos
níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das
pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A
pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal
para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. A pressão alta é
um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral,
infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Definição
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se
frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração,
encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento
do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais.
A pressão é apresentada em milímetros de mercúrio (mmHg). O indivíduo é
considerado hipertenso quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte
do tempo. A partir desse limite, o risco de ocorrerem doenças cardiovasculares e renais
é significativamente maior.

2.2 Etiologia
Na maioria das vezes (95% a 97%) a causa da Hipertensão Arterial Sistêmica é
desconhecida e denominada idiopática ou primária. Nas situações restantes, em que se
pode identificar uma etiologia (3% a 5%), a HAS é conhecida como secundária
causadas por, apneia do sono, distúrbios renais, hipertireoidismo, hipotireoidismo, etc.
Apesar de percentualmente essa prevalência secundária ser pouco expressiva, em
termos absolutos, esse valor é significativo.
A ingestão excessiva de álcool e o uso de contraceptivos orais são causas
comuns de hipertensão curável. O uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),
corticoides, cocaína ou alcaçuz geralmente contribui para piorar o controle da pressão
arterial.
Embora a hipertensão seja comum em pacientes diabéticos, o diabetes não é
considerado uma causa.

2.3 Manifestações clínicas


A HAS costuma ser assintomática e seu diagnóstico é estabelecido através de
medidas rotineiras de pressão arterial. Em muitos casos, pacientes que nunca tiveram
diagnóstico de HAS, estabelecem o diagnóstico a partir de uma urgência ou emergência
hipertensiva.
Definido pela persistência de pressão arterial sistólica acima de 135 mmHg e
diastólica acima de 85 mmHg, os sintomas, geralmente, aparecem quando a pressão
arterial excede muito o padrão da normalidade. O paciente pode apresentar: dor
anginosa, cefaléia, vertigens, zumbido no ouvido, astenia, visão embaçada e epistaxe.
Quando a pressão fica descontrolada, o coração é o órgão mais afetado. Como a
circulação está prejudicada pelo aperto nas artérias coronárias, ele não recebe sangue e
oxigenação suficientes – um quadro que leva ao sofrimento do músculo cardíaco,
podendo ocasionar o infarto. O acidente vascular cerebral (AVC), o popular
derrame, é outra consequência frequente da hipertensão. Com as constantes
agressões da pressão, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e ficam
suscetíveis a entupimentos. Os picos hipertensivos acabam servindo de estopim
para um vaso ficar completamente obstruído ou então se romper.

2.4 Diagnóstico
Diagnostica-se a hipertensão por esfigmomanometria, história, exame físico e
outros exames que auxiliam na identificação da etiologia e na determinação da
existência de lesão em órgãos-alvo.
Para confirmar se uma pessoa possui pressão alta, a medição tem que ser feita
em três dias diferentes. Antes de cada uma, o paciente deve seguir orientações como
evitar tomar café ou bebidas estimulantes, descansar bem e relaxar. Na hora do exame,
não se deve conversar nem ficar se mexendo. Esses cuidados são importantes para que o
resultado seja o mais confiável possível. Se ainda assim restar alguma dúvida, o
especialista (cardiologista) solicita um exame chamado MAPA que vigia a pressão ao
longo de 24 horas para confirmar o diagnóstico.
Uma das únicas formas de diagnosticar a hipertensão é fazendo aferições
regulares nas consultas médicas de rotina. É de suma importância que se faça uma visita
periódica ao médico especialista (cardiologista), que será responsável por solicitar os
exames de rotina como hemograma completo, glicemia em jejum e os ajustes/controle
dos fatores de risco.

2.5 Tratamento
O tratamento da hipertensão é baseado em três pilares principais, além do
controle de fatores de risco, como: Dieta adequada e pobre em sal, atividade física
regular recomendada idealmente de 150 a 300 minutos por semana de atividade leve a
moderada aeróbica (treinos de 30 a 60 minutos) e medicamentos.
Vale ressaltar que existem diversos medicamentos para controle de pressão e a
escolha deve ser feita com base no perfil clinico, laboratorial e doenças associadas de
cada paciente. Ou seja, não existe um medicamento melhor, mas uma melhor escolha
pra cada indivíduo.
Os medicamentos devem ser tomados regularmente e nunca interrompidos sem
discussão prévia com seu médico.
Controle de fatores de risco:
 Controle de peso;
 Abandono de tabagismo;
 Redução do consumo de álcool;
 Combate ao estresse;
 Combate ao sedentarismo.
2.6 Assistência de enfermagem
Monitorização da Pressão Arterial:
A monitorização da pressão arterial em pacientes hipertensos deve ser realizada
em intervalos rotineiros e frequentes. Este monitoramento deve ser feito em intervalos
menores em pacientes que fazem uso endovenoso de medicação anti-hipertensiva, além
de gestantes, emergências hipertensivas e pré-operatórios.

Monitorização dos Sinais e Sintomas:


Deve-se perceber sinais e/ou sintomas que possam indicar lesão em outros
órgãos, como perguntar ao paciente sobre o aparecimento de sangramentos nasais, dor
anginosa, falta de ar, alterações na visão, vertigens, dores de cabeça ou nictúria (volume
de secreção urinária noturna maior do que o diurno).

Monitorização dos pulsos:


Ao realizar o monitoramento da pressão arterial do paciente, deve-se também
verificar os pulsos apical e periférico (frequência, ritmo e características) para detectar
possíveis efeitos da hipertensão sobre o coração e vasos periféricos.

Educação do paciente para o autocuidado:


O objetivo do tratamento da hipertensão é a manutenção de uma pressão arterial
adequada que não cause danos para o paciente. O tratamento inclui ações de mudança
nos estilos de vida e a prescrição de medicamentos.

Monitorização no uso de medicamentos:


Nos programas de saúde pública de atenção a pacientes hipertensos, as
medicações protocoladas são distribuídas gratuitamente para quem faz uso contínuo. O
profissional de enfermagem realiza juntamente com o farmacêutico o controle adequado
dos remédios distribuídos. Outra questão é o aparecimento de sinais ou sintomas que
podem estar associados ao uso da medicação anti-hipertensiva, como por exemplo,
tonturas ao ficar em pé. Todas essas informações devem sempre ficar registradas.

Monitorização das complicações potenciais:


A elevação prolongada da pressão arterial afeta os vasos sanguíneos,
principalmente o coração, os rins, o cérebro e os olhos, além de provocar o
espessamento e a perda de elasticidade das paredes arteriais, com o aumento da
resistência vascular periférica nos vasos acometidos. As principais consequências da
hipertensão descontrolada prolongada são: infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e
renal, acidentes vasculares cerebrais e visão prejudicada.

Verificação do peso e altura:


importante mensuração que a enfermagem contribui realizando para verificar o
IMC do paciente e assim, acompanhar o seu ganho ou perda de massa corporal.
Cuidados Hospitalares:
É importante que ao paciente hospitalizado seja realizado o questionamento
sobre a medicação domiciliar de uso contínuo ou não no momento da internação, antes
da realização de exames diagnósticos, incluindo os contrastados, e antes da realização
de intervenções cirúrgicas.

3. SÍNTESE DO CASO CLÍNICO


M.L.S, 87 anos, viúva, 1 filha e dois netos, analfabeta, aposentada, evangélica
praticante, natural do município de Buerarema-BA, residente no bairro Conceição
Itabuna-BA, onde mora em casa própria, a água consumida é tratada, o lixo é
descarregado próximo a moradia, possui dois cachorros e 4 gatos como animais de
estimação, não desenvolve atividades físicas por conta da idade, tem bom
relacionamento familiar e com a vizinhança, ex tabagista, ex etilista, tendo deixado
ambos os vícios após se tornar evangélica há 26 anos, relata que sua mãe faleceu devido
a um IAM (Infanto Agudo do Miocárdio) e desconhece outras doenças em seus
antecedentes familiares, relata não ter alergia a algum medicamento, relata que procurou
o serviço de saúde de sua cidade quando tinha 55 anos, quando passou a sentir os
primeiros sintomas como visão turva, vertigem, astenia e cefaléia, tendo sido
diagnosticada com HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) após ter realizado hemograma
completo e MAPA, foi diagnosticada com Diabetes Mellitus tipo II a 4 anos atrás após
apresentar poliúria, visão turva persistente e perda de peso excessiva, faz
acompanhamento medico uma vez por mês, relata seguir as recomendações dadas pelo
médico que são: reduzir o consumo de sal, evitar alimentos enlatados, evitar alimentos
gordurosos, tomar as medicações prescritas no horário correto, faz uso das seguintes
medicações: hidroclorotiazida, losartana potássica, metformina e digoxina.
No exame físico apresenta estar consciente, orientada, calma, otimista com o
tratamento após sentir melhora dos sintomas relatados anteriormente, sono e repouso
preservados, deambula sem auxílio, acuidade visual diminuída, acuidade auditiva sem
alterações, cavidade oral com prótese dentária removível, higiene oral e corporal
satisfatória, hidratada, pele íntegra, afebril (37,3C), anictérica, acianótica, emagrecida,
tórax sem alterações anatômicas, taquipneica (23irpm), normotensa (120x60 MmHg),
normosfigmica (58 pbm), mensurado HGT (163MgDL), eliminações intestinais
ausentes há 1 dia, diurese ausente até o momento, apresenta resfriado com presença de
tosse, cefaléia e congestão nasal.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho apresentado me proporcionou o conhecimento aprofundado e preciso
à pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica para ter uma melhor abordagem e conduta
nos cuidados de enfermagem.
A hipertensão arterial sistêmica, tem um grande impacto na morbidade e na
mortalidade da população do Brasil e do mundo, deve ser corretamente diagnosticada e
tratada. Com a Estratégia de Saúde da Família, é mais fácil alcançar essa meta, pois
facilita o acesso da população aos recursos de saúde disponíveis. Com a
disponibilização de Unidades Básicas de Saúde próximo às comunidades, onde há
equipes multidisciplinares, as ações de prevenção, promoção, acompanhamento e
reabilitação são fundamentais no diagnóstico e tratamento precoce e adequado da
hipertensão.
O tratamento da hipertensão baseia-se não só na diminuição dos níveis
pressóricos, mas também na diminuição do risco cardiovascular sendo assim, a
assistência de enfermagem apresentada certamente facilitará e otimizará o tratamento da
hipertensão arterial sistêmica da paciente voluntária desse trabalho e também de outros
pacientes acometidos dessa doença, com isso melhorando a qualidade de vida e
consequentemente, diminuindo a incidência de eventos cardiovasculares na população e
também em outras comunidades cuja equipe de saúde esteja preparada e respaldada para
um atendimento efetivo.
BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da saúde. Hipertensão Arterial. Biblioteca Virtual em Saúde,


Abril de 2004

CAMPOS, J. L. O.; DIAS, R.; SILVA, A. C. S. Medicina em Desenho: Hipertensão


Arterial Sistêmica, 1. ed. Belo Horizonte, MG, Medpencil, 2020

NETO, L. B.; Hipertensão Arterial, Piauí, Conselho Regional de Medicina do Estado


do Piauí.: Abril 2009

https://saude.abril.com.br/medicina/hipertensao-causas-sintomas-diagnostico-e-como-
baixar-a-pressao/ - acessado em 25/03/2023

https://pebmed.com.br/cuidados-de-enfermagem-ao-paciente-hipertenso/ - acessado em
25/03/2023

https://www.sanarmed.com/hipertensao-arterial-sistemica-resumo-completo-mapa-
mental - acessado em 26/03/2023

https://sergiofranco.com.br/saude/hipertensao-arterial-sistemica - acessado em
26/03/2023

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