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Hipertensão Arterial

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Objectivos de Aprendizam
Definir, classificar e distinguir a hipertensão primária

da hipertensão secundária.
Definir a hipertensão maligna.

Listar as causas possíveis de hipertensão secundária,

incluindo a doença renal crónica, doenças endócrinas e


medicamentos.
Enumerar os factores de risco da hipertensão primária.

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Descrever o tratamento farmacológico e não

farmacológico da hipertensão.
Identificar as classes de medicamentos anti-

hipertensivos de escolha para as diferentes


condições concomitantes com a hipertensão;
Listar as mudanças no estilo de vida, que podem

minimizar o risco de desenvolver a hipertensão ou


podem ajudar a controlar a hipertensão e reduzir as
complicações
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Introdução à Hipertensão Arterial
A Hipertensão arterial (HTA) significa a elevação da

pressão arterial.
 Ela é a causa directa ou indirecta de elevado número

de óbitos decorrentes de acidentes vasculares


cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e
infarto do miocárdio.
Frequentemente, doentes hipertensos são observados

nas consultas ambulatórias. Nos serviços de


emergências aparecem doentes com sintomas de
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hipertensão graves.
Causas
Segundo as causas de surgimento, a hipertensão

arterial classifica-se em:


Primária ou essencial. É assim chamada quando não

se consegue caracterizar sua etiologia, sendo


dependente de diversos factores, tais como traço
hereditário, ingestão excessiva de sal, obesidade, stress
e uso de bebidas alcoólicas.

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Secundária. É assim chamada quando provem de

outra doença ou condição. Destaque para:


Doenças renais: gluomerulonefrite aguda e crónica,

insuficiência renal, piolonefrites, rim policístico.


Doenças endócrinas: doença de cushing (desordem

endócrina causada por níveis elevados de cortisol no


sangue), acromegalia (síndrome causada pelo
aumento da secreção do hormônio de crescimento
“GH e IGF”, no adulto).
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Toxemia gravídica (doença hipertensiva
específica da gravidez).
Doenças vasculares: coarctação da aorta
(estreitamento que ocorre na aorta), estenose da
artéria renal.
Medicamentos: anticoncepcionais hormonais,
anti-inflamatórios esteróides e não esteróides.
Outras causas: hipertensão intracraneana,
intoxicações, etc.
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Definição
 Denomina-se crise hipertensiva a elevação repentina da

pressão arterial em geral, pressão diastólica acima de 120 mm


Hg acompanhada de cefaleias, tonturas, palpitações e
perturbações visuais.
Uma crise hipertensiva pode acometer uma pessoa
normotensa ou hipertensa. As crises hipertensivas ocorrem
com frequência nos pacientes com hipertensão arterial
essencial (primária), ao que se deve a distúrbios emocionais,
ingestão de bebidas alcoólicas ou alimentos excessivamente
salgados, supressão súbita de alguns medicamentos anti-
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hipertensivos.
 Uma HTA maligna apresenta muitas vezes valores

iguais ou superiores a 200/140 mm Hg e sinais de


gravidade; é provocada em geral por um rápido
aumento de HTA moderada. Como consequência, é
frequente o doente apresentar:
Alterações da visão por edema da papila;

Manifestações de encefalopatia hipertensiva - cefaleia

severa, vómito, convulsões, paralisias transitórias, até


estupor e coma.

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Descompensação cardíaca.

Insuficiência renal. As lesões das pequenas artérias e

arteriolas responsáveis da sintomatologia podem ser


curadas por uma terapia eficaz.

Quando o Enfermeiro suspeitar e /ou diagnosticar

uma HTA maligna, será necessário referir o paciente


para o médico.

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Factores de Risco

São factores de risco associado com a hipertensão

primária (essencial):
História familiar de HTA ou doenças

cardiovasculares;
Dieta rica em sódio (isto é, sal);

Obesidade;

Fumo de cigarro;
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Idade (a tensão arterial tende espontaneamente a

elevar-se com idade);


Hipercolesterolemia;

Diabetes;

Alcoolismo. O álcool actuando como um


vasoconstritor no tecido muscular, a sua acção
geral é de aumentar as resistências periféricas.

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Complicações da Hipertensão
A HTA afecta alguns órgãos mais do que os outros e

as complicações mais comuns por órgão são:


Sistema Nervoso Central com o aparecimento da

hemorragia cerebral como sendo a complicação mais


comum e uma das causas mais frequentes de paralisia
e mortalidade entre os adultos em Moçambique.
Olho: a hipertensão causa lesões na retina (o doente

apresenta visão turva), escotomas (manchas no campo


visual) e pode levar até a cegueira.
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Rins: a HTA provoca dano renal que a longo prazo

evolui para insuficiência renal.


Coração: a HTA provoca frequentemente
insuficiência cardíaca (por vezes com edema
pulmonar).
Portanto, tratar HTA significa reduzir o risco destas

e de outras complicações.

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DIAGNÓSTICO DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL
 A fim de diagnosticar uma HTA, é necessário certificar durante

uma série de medições (pelo menos 2-3, com uma semana de


intervalo) se a TA mantém-se elevada. A tensão arterial varia em
cada indivíduo de momento em momento. A actividade física,
ansiedade e outro stress podem causar aumento da tensão arterial
(TA).
 A pressão deve ser tomada quando a pessoa está em repouso. Se a

pessoa faz exercícios (correr, andar ou trabalhar), se está


preocupada, angustiada, zangada, a pressão pode subir e a leitura
resulta falsa e elevada.
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 Nota: Nunca diagnosticar HTA na base duma simples medição!
A Medição da Pressão Arterial

De acordo com os limites de normalidade, a tensão arterial


(TA) classifica se em:
Normal: _________________ TA < 120/80
Pré-hipertensão:___________TA 120-139/80-89
Hipertensão – grau 1:_______ TA 140-159/90-99
Hipertensão – grau 2:_______TA >160/100

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São considerados portadores de hipertensão arterial

aqueles indivíduos que apresentam pressão diastólica


acima de 90 mm Hg e sistólica acima de 140 mm Hg
(acima de 18 anos).
Por outro lado são considerados portadores de hipertensão

arterial sistólica isolada, aqueles que apresentam níveis de


pressão diastólica abaixo de 90 mm Hg e pressão sistólica
igual ou superior a 140 mm Hg. A HTA sistólica é mais
comum nos idosos, com diminuição da elasticidade da
aorta e das grandes artérias.
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A HTA diastólica é sempre um factor de risco para o

desenvolvimento da arteriosclerose.
Os doentes com elevação da tensão arterial são

geralmente assintomáticos (não apresentam queixas).


O diagnóstico é feito durante uma visita médica por

outras razoes, por vezes porém, o doente refere


cefaleias, sobretudo no período de manhã e na região
occipital. A cefaleia é mais frequente nos doentes com
hipertensão grave.
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Prevenção da Hipertensão
1. Hábitos Saudáveis
 Entre os hábitos de vida saudáveis sublinha-se a

importância de:
 Redução do consumo de sal;

 Abandono do fumo de cigarro;

 Diminuição do álcool até ao máximo de 2 copos de

vinho (ou quatro copos de cerveja) por dia;


 Prática da actividade física;
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Adopção de hábitos alimentares mais saudáveis

compatíveis com a realidade da população (p. ex.


modificar a dieta nas pessoas obesas);
Bom relacionamento interpessoal no local de trabalho

e não só, a fim de prevenir emoções negativas;


Acompanhamento da pressão arterial e controlo dos

principais factores de risco.

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Estratégias para Redução da HTA
Incorporação das acções de prevenção, detecção e controle

da hipertensão arterial nos programas de atenção primária à


saúde, incluindo também crianças e adolescentes.
Implementação de programas de assistência
multiprofissional.
Estabelecimento de normas governamentais para reduzir o

conteúdo de sódio e gorduras saturadas dos alimentos


industrializados.
Monitorizar as acções de prevenção e controle da

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hipertensão arterial e suas consequências por meio de
uma vez identificados os subgrupos populacionais com

risco mais elevado, devem ser beneficiados de


intervenções específicas com baixo custo, incluindo:
 Triagem e tratamento da hipertensão arterial e da

hipercolesterolemia;
 Todos os adultos, em particular os obesos,

Os diabéticos e os fumadores ou com história de

doença cardiovascular na família, devem medir a sua


pressão arterial pelo menos uma vez por ano.
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TRATAMENTO DE PACIENTES
COM HTA
 O tratamento da HTA deve ser combinado, variando
de medicamentoso (farmacológico) ao não
medicamentoso (não farmacológico).
Tratamento Não Medicamentoso
O tratamento não medicamentoso é na base de
conselhos e educação e inclui:
1.Abstenção absoluta do fumo de cigarro. Se o doente
é fumador, o abandono deste hábito resulta mais eficaz
comparado com qualquer esquema terapêutico
acompanhado com fumo.

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2.Abstenção das bebidas alcoólicas. Redução do
consumo de álcool nos casos de HTA bordeline.

3.Dieta hipocalórica até conseguir um peso em


conformidade com altura e idade (para os pacientes
com sobrepeso).

4.Restrição de sal. O consumo de sal deve ser


gradualmente reduzido até a metade daquele
consumido normalmente. Esta medida dá efeito,
diminuindo a TA diastólica em cerca de 50% dos
24 doentes.
Tratamento Medicamentoso
 A terapia farmacológica está reservada para aqueles

doentes que não respondem à terapia não


farmacológica tendo como objectivo alcançar uma TA
inferior a 90 mm Hg.
 HTA – grau 1 (leve – moderada) (TA sistólica 140 a

159, a diastólica 90 a 99)


Diuréticos:

 Hidroclorotiazida comp. 50mg, ¼ a ½ comp/d. Nos

idosos iniciar com ¼ comp./d.


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 Furosemida Cp. 40mg

Adulto, inicia com ½ Cp., e ir aumentando até 4cp 2xd

Crianças, 1-3 mg/kg (máximo 40 mg/d);

 Furosemida inj. 20mg/2ml- amp:

1 a 5 amp EV lenta a repetir se necessário com

intervalo não inferior a 1h.

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 HTA grau 2 (grave) (TA sistólica ≥160, a diastólica

≥100)
 Diurético (ver acima) + β bloqueador:

Propranolol, comp de 40 mg. 20 a 40 mg 12/12h

podendo aumentar se paulatinamente até 360mg/d


divididos em duas ou três tomas.

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Outros anti – hipertensivos:

Metildopa 250 mg comp. De 125 mg de 12/12h até

dose máxima de 1g de 8/8h.


Reserpina, comp. 0,25mg, ½ a 1 comp./d em toma

única .

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SEGUIMENTO DO PACIENTE
COM HTA
Hipertensão é uma doença crónica e precisa
seguimento regular com o clínico.
Como no tratamento para HIV, diabetes, ou outra

doença crónica, a aderência aos medicamentos é um


aspecto muito importante para o tratamento.
 O seguimento (o controlo da adesão) dos doentes

hipertensos é garantido mantendo um ficheiro.

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O ficheiro será organizado por mês, pondo as fichas no
espaço do mês em que os doentes devem ser vistos.
No fim do mês, as fichas que ficaram mostram que o
doente faltou ao controlo.
Se o doente for transferido, deverá entregá-lo a sua
ficha. Registe em cada ficha:
Identificação do doente; valores de TA; peso do
doente; sintomas e outras patologias identificadas; o
resultado da terapêutica através das medições mensais ,
as análises (creatinina e glicemia) e os resultados da
consulta médica.
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RESUMO
São considerados portadores de hipertensão arterial
aqueles indivíduos que apresentam pressão diastólica
acima de 90 mm Hg e sistólica acima de 140 mmHg
(acima de 18 anos).
A Hipertensão Arterial é a causa directa ou indirecta de
elevado número de óbitos decorrentes de acidentes
vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca, insuficiência
renal e infarto do miocárdio.
Um dos grandes problemas da hipertensão arterial é o
facto desta ser assintomática até fases avançadas.
Um erro comum no diagnóstico da hipertensão arterial é
avaliar a pressão arterial com apenas uma aferição isolada.
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Uma vez feito o diagnóstico, todos os doentes devem se

submeter a mudanças de estilo de vida antes de se iniciar a


terapia com medicamentos.
A mudança de estilo de vida relaciona-se com acções

educativas e a necessidade imperiosa de cada indivíduo


perante os seus problemas de saúde querer atingir seu
nível funcional óptimo.
O rastreio rotineiro para detecção da hipertensão em

pacientes com factores de risco, é importante para a


32 redução da morbimortalidade.
O tratamento de hipertensão depende do grau, mas
pode incluir diuréticos, betabloqueadores, e
vasodilatadores.

A adesão aos medicamentos e o seguimento é


importante na gestão de longo prazo da hipertensão
para evitar complicações como cardiomiopatia, doença
renal, ou acidente vascular cerebral

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