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Joana Bernardo
ATENÇAO BASICA
NACALA PORTO
OUTUBRO DE 2022
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Índice
Introdução………………………………………………………………………………………………...................................
Definição da HTA……………………………………………..………………………………………...................................
Epidemiologia…………………………………………………………………………………………...................................
Factores de risco………………………………………………..……………………………………...................................
Fisiopatologia…………………………………………………………………………………………...................................
Orgãos Alvos……………………………………………………………………………..……………...................................
Classificação……………………………………………………………………………………………...................................
Quadro clinico…………………………………………………………………………………...................................
Complicações …………………………………………………………………..……………………...................................
Tratamento medicamentoso……………………………………………………………..……...................................
Critérios de referencia……………………………………………………………………….........................................
Hipertensão na gravidez………………………………………………….……………………...................................
Abordagem geral………………………………………………………………………..……………...................................
Prevenção.……………………………………………………………………………………………...................................
Conclusão………………………………………………………………………………………………...................................
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Introdução
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Pressão Arterial
Pressão Arterial: é a força exercida sobre a parede das artérias pela passagem do sangue.
Sendo medida em milímetros de mercúrio (mmhg). Ao se Medir a pressão Arterial se
determinam duas pressões, sendo máxima (quando o coração se contrai, é chamado de
sístole) e mínima (quando o coração se dilata é chamada de diástole).
O coração trabalha em dois momentos, sendo que quando contrai (sístole) enche se de sangue
e quando se dilata (diástole) bombeia o sangue para as diversas partes. Graças ao movimento
de contração e dilatação do coração o sangue circula de forma permanente pelos vasos
sanguíneo (veias, capilares e artérias).
Hipertensão Arterial
1.Definição:
HTA é a elevação cronica da pressão arterial, para valores de maior ou igual a 140mmhg sístole
e maior ou igual a 90mmhg diástole. É uma doença silenciosa, pois na maior parte das pessoas
não apresenta sintomatologia (assintomático).
Epidemiologia
Etiologia: dos 90-95% dos pacientes, a etiologia é desconhecida sendo que é chamada de
Hipertensão Arterial Primaria ou essencial, e em 5-10% dos pacientes tem a causas conhecidas,
sendo chamada de Hipertensão Arterial Secundaria.
Factores de risco
• Idade avançada
• Tabagismo
• Diabetes Melitus
• Hipercolesterolemia
• Sedentarismo
• Obesidade
• Alcoolismo
• Dislipidemia
• Género e etnia
1.3.Fisiopatologia
A pressão arterial depende do debito cardíaco e da resistência vascular. Quanto maior for o
debito cardíaco maior será a pressão arterial, e quanto maior for a resistência vascular
periférica (vasoconstrição) maior será a pressão arterial.
A ingestão de sal (Nacl) aumenta o volume vascular que perante a uma deficiências de
excreção de sódio pelos rins (por doença renal ou por aumento da produção de hormônios
que retém o sal (Nacl), iria promover o aumento da pressão arterial.
• O rim: originando insuficiência renal (porém lembrar que uma doença renal pode levar a
hipertensão arterial, dai será difícil determinar o que começou primeiro: a doença renal ou a
hipertensão arterial.
1.4. Classificação
Quanto a causa
Classificação da pressão Valor da Pressão arterial sístole Valor da Pressão arterial diástole
arterial em mmhg em mmhg
Normal < 120 < 80
Pre hipertensão 120-139 80-89
Hipertensão de estagio I 140-159
Hipertensão de estagio II >,= 160 >,= 110
Hipertensão sistólica >140 <90
isolada
Hipertensão maligna: é uma síndrome associada a elevação súbita da pressão arterial com
lesão dos orgãos alvos e apresenta a seguinte sintomatologia:
• Insuficiência renal
Tratamento e conduta
O tratamento da hipertensão maligna deve ter em consideração duas fases que são a fase
aguda considerando se emergencia hipertensiva esta quando o pacientes é muito sintomatico
ou ou Como urgencia hipertensiva quando é pouco sintomatico ou assintomático, e a de
manuteção). Durante a fase aguda é necessario internar o doente e medidas terapêuticas
intensivas, objectivando fundamentalmente o controlo pressorico, que deve ser feito
preferencialmente com medicações vasodilatadoras de acção Imediata, o fármaco mais usado
é o Dihidralazina, .
Cefaleia é um dos sintoma mais comuns, que pode estar associado a palpitações, desconforto
torácico ou dor torácica.
1.7.Complicações
Bioquímica sanguinea: ureia, creatinina, sódio e potássio- para detectar uma insuficiência
renal e alterações hidro-eletrolítico, colesterol, glicérido e glicemia, para rastrear factores de
risco ou detectar uma hipercolesterolemia ou diabetes.
Para iniciar o tratamento medicamentoso da HTA é preciso avaliar sobre o risco cardiovascular
(risco de ter trombose ou ataque cardíaco nos próximos 10 anos). Assim mediante o
conhecimentos de certos parâmetros como a idade, sexo, ou se é ou não fumador, diabético,
o valor da pressão arterial sistólica e colesterol, podem determinar o risco cardiovascular.
Assim uma uma pessoa diabética de 40 anos, sexo masculino, não fumador, com pressão
arterial sistólica de 1600mmhg, e colesterol 4mmol/l, tem risco cardiovascular de 10%. Uma
pessoa não diabética, de 50 anos, sexo feminino, fumador, com PA sistólica 160mmhg,
colesterol 7mmol/l, tem risco cardiovascular entre 20 a 30%.
Por outro lado, como na maioria das unidades sanitárias não é possível determinar o
colesterol. Perante a este cenário são apresentadas as seguintes opções:
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• Doente com menos de 40 anos- não de avalia o risco cardiovascular, deve se submeter ao
tratamento medicamentoso se a PAS estiver sistematicamente acima de 160mmhg, ou seja,
avaliada por pelo menos dois dias diferentes;
1º cenário: risco menor ou igual a 10%, aplicar medidas não farmacológicas, não sendo
candidato para o tratamento medicamentoso.
• A todos os doentes deve ser recomendado o tratamento não medicamentoso com medidas
para diminuir o risco cardiovascular:
• Parar de fumar, praticar exercícios físicos (40 minutos, 4 vezes por semana), aumentar o
consumo de frutas e vegetais, caso seja obeso diminuir o peso, diminuir o consumo de
gorduras saturadas (óleos vegetais, frituras, mariscos, carne vermelha, leite gordo, manteiga,
ovos, natas, etc), reduzir o consumo de sal.
No entanto antes de medicar, deve se procurar saber se o paciente, toma medicamentos que
podem influenciar a PA, como: AINES (diclofenac, indometacina, ibuprofeno, etc) e
contraceptivos orais com estrogénio. Assim a PA de pacientes que estejam a tomar estes
fármacos, ou que tenha tomado recentemente, estão artificialmente elevada, e não devem ser
rotulados para pacientes hipertensos.
• Fazer uma breve historia clinica, perguntando sobre hábitos tabágicos, alcoólicos, praticar de
exercícios físicos, consumo de sal, consumo de AINES, colher uma breve historia familiar sobre
doenças cronicas.
• Medir a PA
• Exame físico objetivos, com particular atenção a auscultação cardíaca e a palpação de pulsos
periféricos
• Diuréticos
Acção
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Acção
Agem reduzindo a resistência vascular por diminuição da concentração de cálcio nas células
musculares lisas vasculares. Apesar do mecanismo final comum. São anti hipertensivos eficazes
e reduzem a morbimortalidade cardiovascular, sendo que a preferência é dada para os
bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração, seja por meia-vida ou liberação
controlada.
Beta Bloqueadores
Acção
O mecanismo anti hipertensivo desta classes esta relacionadas com a redução inicial do debito
cardíaco, com redução do secreção da renina, readaptação dos borroreceptores e diminuição
das catecolaminas nas sinapses nervosas.
1ª Linha
• Hidroclorotiazida cp 50 mg ½ cp + amilorido cp 5 mg ½ cp
Diuréticos de Alça
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• Em pacientes com HTA e insuficiência renal, insuficiência cardíaca com edemas, ou ainda se
suspeitar que a terapêutica anti hipertensiva provoca uma retenção de líquidos.
2ª Linha
Amlodipina ou Nifedipina
• Amlodipina cp 10 mg: iniciar com 5 mg/dia via oral, aumentar apos 10-14 dias para um
máximo de 10 mg/dia (dose única)
• Nifedipina cp de acção prolongada cp 30 mg via oral, iniciar com 1 cp (30 mg), podendo
aumentar em caso de não controlo da PA para 2 cp (60 mg), em dose única diárias.
° Efeitos Secundários: cefaleia, tontura, rubor, edema nos tornozelos, fraqueza, palpitações e
hipotensão.
° Contra indicações: doença hepática ativa, historia de anemia hemolítica, depressão e doença
de Parkinson.
3ª Linha
• Propanolol, cp 40 mg: 20-40 mg 12/12h por via oral, podendo aumentar se paulatinamente
ate 360 mg/dia divididos em duas ou três tomas.
° Efeitos Secundários: sendo o principal a bradicardia (que deve ser monitorada e evitar o uso
em pacientes hipertensos com bradicardia, já estabelecida ou em diabéticos, pois mascara os
efeitos da hipoglicemia) e broncospasmo em doentes com asma e outras doenças pulmonares
obstrutivas (neste caso deve se preferir o uso de atenolol)
4ª Linha
Critérios de referencia
• Não tenham controlado a PA mesmo apos ter tomado 3 drogas sistematicamente anti
hipertensivas (diuréticos + bloqueadores dos canais de cálcio + betabloqueadores)
• Tenha alguma complicação ou factores de risco maiores, como insuficiência cardíaca, infarto
do miocárdio, AVC, diabetes, insuficiência renal (estes podem ser acompanhados de 4 a 4
meses na US devendo ser vistos anualmente numa unidade sanitária de referencia).
A próxima consulta devera ser marcada de acordo com a fase de diagnostico em que nos
encontramos, o risco do doente e o grão de controlo da PA.
Uma vez controlada, o doente de medico risco (20-<30%) deve ser controlado de 6 em 6
meses, e os doentes de risco elevado ou muito elevado, devem ser controlados de 4 em 4
meses.
Doentes pouco cumpridores ou que sejam encontrados com uma PA mais elevada poderão vir
antes de um prazo. O doente pode ate pedir para antecipar a consulta se sentir o
aparecimento de sintomas.
• Perguntar se tem feito a terapêutica não medicamentosa e motiva-lo para a fazer com
regularidade;
• Caso a PA esteja controlada (<140/90 mmhg), passar a nova receita em principio para 2
meses e marcar o regresso do doente, voltando a frisar a necessidade de cumprir com a
terapêutica não medicamentosa e medicamentosa.
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• Caso a PA não esteja controlada, e o doente tenha tomado a medicação e não esteja a fazer
anti-inflamatórios (diclofenac, ibuprofeno, indometacina, etc), acrescentar um novo fármaco
em doses adequadas.
Hipertensão na gravidez
Existem quatro principais síndromes hipertensivas que podem ocorrer nas mulheres gravidas:
Pré-eclampsia ou eclampsia
• Hipertensão gestacional: refere-se ao aumento da pressão arterial pela primeira vez depois
da 20 semana de gestação na ausencia de proteinuria ou outros sintomas Diagnósticos da pre
eclampsia.
Abordagem geral
Todos anti hipertensivos atravessam a placenta. Não existem dados de ensaios clínicos
randomizados grandes e bem desenhados, o suficiente para formulação de forte
recomendação para uso de um medicamentos em detrimento do outro.
• Metildopa: é amplamente usado em mulheres gravidas, e sua segurança a longo para o feto
tem sido demostrada, porém trata se de um fármaco de baixa potencia, com inicio da acção
(3-6h).
• Beta bloqueadores: o uso deste deve ser restrito apenas aos casos onde os outros não são
tolerados, e o risco beneficio deve ser sempre considerados.
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• Bloqueadores dos canais de cálcio: são seguros para uma mulher gravida.
Deve se evitar o uso de inibidores da enzima de conversão, devido ao efeito destes sobre o
feto (efeito teratogénico) relativo aos modulares do sistema angiotensina e risco de
intoxicação por cianeto (metabólitos) nitroprussiato.
Prevenção
• Alimentação saudável
• Eliminação do sedentarismo
• Controlo do peso
Conclusão
A hipertensão arterial pode ser primária ou essencial (90-95% dos casos) ou secundária (5-10%
dos casos). Os principais factores de risco da HTA são: idade avançada, diabetes,
hipercolesterolemia, tabagismo. Os órgãos alvo da hipertensão arterial são: coração, cérebro,
olhos, rim e artérias periféricas.
Bibliografia