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Transfusão de Sangue

WELES CARLOS SEBASTIÃO


LICENCIADO EM ENFERMAGEM
Sangue
É um tecido conjuntivo especializado pois apresenta sua matriz
extracelular totalmente fluida.

O sangue é um fluido vermelho viscoso, com temperatura de


38ºC e pH entre 7,35 e 7,45, com concentração de NaCl de
0,9%. Corresponde a 8% do peso corporal.
Componentes do Sangue
Líquidos corporais
8% Sangue
92% outros fluidos e tecidos
Sangue
55% Plasma
45% Elementos Figurados
Plasma
7% Proteínas
91,5% Água
1,5% Outros solutos
Eritrócitos

São células com especto de discos bicôncavos, anucleadas, não


tendo portanto capacidade de divisão. Seu citoplasma é
preenchido por um pigmento proteico a hemoglobina.
Essa proteína transporta o oxigênio dentro dos vasos
sanguíneos para as células do corpo e é responsável pela cor
vermelha do sangue.
Eritrócitos

Seu citoplasma possui ainda uma enzima denominada anidrase
carbônica que é responsável pela conversão de cerca de 70% do
CO2 em bicarbonato uma forma solúvel em água para esse gás.
Sua produção acontece na medula óssea sob controle de um
hormônio denominado eritropoetina. Tem vida média de 120
dias, sendo destruída no baço ou no fígado.
Leucócitos
Apresentam núcleo e são divididos em dois grupos os:
Granulares
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Agrumulares
▫Linfócitos
Monócitos
Apresentam função de defesa do organismo a invasões de bactérias e antígenos.
Neutrófilos
São polimorfonucleares, com núcleos formados por 2 a 5 lóbulos.
Arredondados na corrente sanguínea.
A célula jovem tem o núcleo não-segmentado, chamado de bastonete, possui granulações
Vivem 1 a 4 dias após deixarem a corrente circulatória.
Representam a primeira linha de defesa (leucócitos mais ativos na fagocitose- ação primordial
nos estágios iniciais da resposta inflamatória aguda à lesão tecidual)
Eosinófilos
Possuem núcleo bilobulado, grânulos acidófilos.
Possuem ação semelhante a dos neutrófilos.
Respondem à estímulos quimiotáticos.
Fagocitam e eliminam complexos de antígenos -anticorpos.
Destroem larvas de helmintos (infestação parasitária) por fagocitose e por
desgranulação no meio extracelular.
Produzem enzimas que são capazes de neutralizar a histamina e também
produzem um fator que inibe a desgranulação dos mastócitos e basófilos.
Basófilos

Citoplasma carregado de grânulos, constituem < de 1% dos


leucócitos, sobrevida de 1 a 2 anos. Pouco fagocíticos, Sua
degranulação provoca resposta alérgica sistêmica
Monócitos

Monócitos são móveis e são precursores dos macrófagos;


Permanecem pouco tempo na circulação, Respondem à
estímulos quimiotáticos.
Linfócitos
São células esféricas, possuem de 8 a 18 m de diâmetro, Citoplasma azul
pálido, núcleo ocupa quase toda a célula., São as principais células do
sistema imunológico, Atuam em infeções virais.
Plaquetas
As plaquetas são também chamadas de Trombócitos.
As plaquetas não são células, mas fragmentos de células originados da fragmentação
dos Megacariócitos da medula óssea vermelha;
Existem cerca de 250.000 a 300.000 por mm3 de sangue numa pessoa normal.
FUNÇÃO : Desempenham importante papel no mecanismo da coagulação sanguínea
produzindo a TROMBOPLASTINA ou TROMBOQUINASE.
Armazenam serotonina em grânulos densos (absorvida do plasma)que atua como
vasoconstritor.
Solicitação de Transfusão
Nome completo do paciente
Peso
Número de registro do paciente
Localização (internado ,ambulatório)
Hemocomponente solicitado (com o respectivo volume ou quantidade)
Solicitação de Transfusão
Tipo da transfusão
Diagnóstico
Resultados laboratoriais que justifiquem a indicação do
hemocomponente
Data
Assinatura e o número do Médico solicitante.
Sistema ABO
os seres humanos possuem três grupos sanguíneos:
A, B e O

Assim, foi explicado por que tantas pessoas morriam depois


de transfusão sanguínea.
O sangue AB, mais raro, foi descoberto anos depois por
colaboradores de Landsteiner.
Qual a diferença entre o sangue A, B, AB ou O?

O sangue humano possui uma parte líquida chamada de


plasma, nela são encontradas as aglutininas (anti-A e anti-
B), que atuam como anticorpos e reagem contra os
aglutinogênios (A e B), presentes nas hemácias sanguíneas.
Sistema ABO
Sangue Aglutinogênio Aglutinina

A A Anti-B

B B Anti-A

AB AeB Nenhum

O Nenhum Anti-B e Anti-A


Sistema ABO
uma pessoa de sangue B apresenta aglutinogênio B e
aglutinina anti-A.
Significa que seu sangue irá reagir (aglutinar) na presença
de aglutinogênio A.
Sistema ABO
Uma pessoa de sangue O não tem aglutinogênio, sendo
aceito em sangues A, B e AB.

Mas ele reage na presença dos aglutinogênios A e B, por


ter aglutininas anti-A e anti-B.
Fator Rh

Fator Rh
Continuando seu estudo sobre o sangue humano, Landsteiner e
colaboradores descobriram que, além de aglutinogênios A e B, o
sangue possuía também outros anticorpos que faziam reagir um tipo
sanguíneo contra ele mesmo.
Esses anticorpos foram chamados de Rh em alusão ao animal que
fora estudado na experiência – o macaco rhesus -.
Fator Rh

Uma pessoa portadora do anticorpo Rh foi classificada como


positivo (Rh+). Uma pessoa que não apresenta esses
anticorpos em sua circulação sanguínea é classificada como
negativa (Rh-).
Desse modo, os tipos sanguíneos humanos são:
A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-.
Fator Rh

Compatibilidade sanguínea
A doação de sangue é determinada pelos aglutinogênios (e
respectivas aglutininas), além do fator Rh.

Uma pessoa com um tipo de aglutinina não pode receber o


aglutinogênio correspondente.
Compatibilidade sanguínea

Exemplo 1: João possui sangue A (ele tem aglutinina anti-B),


portanto, não pode doar sangue para Carolina, que tem
sangue B, nem esta doar sangue para ele.

Exemplo 2: Carlos possui sangue AB. Ele pode receber


sangue A, B, AB e O, mas só pode doar para quem tem
sangue AB.
Compatibilidade sanguínea

O sangue com Rh negativo não pode receber sangue com


Rh positivo, mas pode doar para sangue positivo.

Rh - Rh +
Compatibilidade sanguínea

Portador Recebe de Doa para

A+ A+, A- , O+ e O- A+ e AB+
A- A- e O- A-, A+, AB+ e AB-
B+ B+, B-, O- e O+ B-, B+, AB+ e AB-
B- B- e O- B -, B+, AB+ e AB-
AB+ A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e AB+ Receptor universal
O-
AB- A-, B-, AB- e O- AB-
O+ O+ e O- A+, B+, AB+ e O+
O- O- A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O- Doador universal
Transfusão de Sangue
A reposição ou transfusão sanguínea é a administração endovenosa de
sangue total ou de seus componentes, tal como o plasma, concentrado
de hemácias ou plaquetas (POTTER, 2001). prescrição médica, a qual
deve especificar o componente a ser transfundido e o tempo de
infusão.
Transfusão de Sangue
A hemoterapia moderna tem por objetivo transfundir somente o componente que
o paciente necessita, em vez do sangue total.
As indicações básicas para transfusões são: restaurar volume sangüíneo após uma
cirurgia, trauma ou hemorragia; aumentar o número de CVSs (células vermelhas
do sangue), manter os níveis de hemoglobina nos clientes com anemia grave,
proporcionar componentes celulares selecionados como terapia de reposição,
manter a capacidade de transporte de oxigênio e a hemostasia (CARVALHO,
2001; BORDIN, 2000).
Transfusão de Sangue
Durante ou após a infusão de sangue e hemocomponentes, podem acontecer incidentes
transfusionais, que são classificados em imediatos ou tardios de acordo com o tempo decorrido
entre a transfusão e a ocorrência do incidente.

Os sinais e sintomas mais frequentes são; mal estar, tremores, calafrios, febre, sudorese, palidez
cutânea, mialgia, taquicardia, cianose, náuseas e vômito (CARVALHO, 2001; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002).
Transfusão de Sangue
Durante a administração de sangue e hemocomponentes, os sinais vitais devem ser verificados ao
término dos 15 minutos iniciais, e, depois, periodicamente, durante a transfusão.

A bolsa de hemocomponentes deve permanecer a uma altura próxima de 1 metro acima da


venóclise, a fim de permitir uma velocidade e fluxo adequado nas vias infundidas. O gotejamento
nos primeiros 15 minutos deve ficar lento e, posteriormente, pode ser aumentado gradativamente.
Drogas e medicações não devem ser administradas ou adicionadas aos hemocomponentes.
Transfusão de Sangue
Drogas e medicações não devem ser administradas ou adicionadas aos hemocomponentes.
A etiqueta de identificação de Hemo derivados e do seu receptor deve permanecer fixado na bolsa até o
término da sua administração. Quanto ao tempo de infusão, o sangue total não deve ultrapassar quatro horas,
o concentrado de plaquetas e plasma fresco não deve ultrapassar 20 minutos (CARVALHO;
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE; PHILLIPS, 2001).
Na terapia transfusional, o enfermeiro deve prestar assistência aos pacientes durante o período pré, inter e
pós-tranfusional, uma vez que, nestes períodos, podem acontecer intercorrências significativas que devem
ser detectadas (LIMA, 1997). Além disso, o atendimento a esta terapia deverá ser feito em condições
seguras, com assistência de enfermagem específica e recursos necessários para atender às reações que
possam advir (MARTON, 1996).
Transfusão de Sangue
As transfusões devem ser classificadas como:
• Programada (determinado dia e horário);
• Não urgente (deve ocorrer entre as próximas 24
horas);
• Urgente (deve ocorrer entre as próximas 3 horas);
Reação Transfusional
É definida como sendo qualquer evento desfavorável decorrente da administração
de sangue ou hemocomponentes.

Seu reconhecimento adequado é obrigatório para uma terapêutica e prev enção


adequadas. De acordo com o momento de aparecimento, pode ser classificada em:
Imediata: Ocorre durante ou em até 24 horas após o início da transfusão;
Tardia: Ocorre após 24 horas do início da transfusão.
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
IMEDIATAS
Reação febril não hemolítica (RFNH)
Reação alérgica/anafilática
Reação por contaminação bacteriana
Reação hemolítica aguda
Lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI)
Reação hipotensiva relacionada à transfusão
Dispneia associada à transfusão
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
TARDIAS
Reação hemolítica tardia
Transmissão de doenças infeciosas
Transfusão de Sangue
Os efeitos adversos das transfusões de sangue e hemoderivados são inevitáveis, porém os benefícios deste
procedimento devem superar os riscos. Frente a esses efeitos, condutas são tomadas para identificar a causa
da reação transfusional, bem como detetar as possíveis repercussões clínicas no paciente e a futura conduta
transfusional (CARVALHO, 2001). Incidentes transfusionais são agravos ocorridos durante ou após a
transfusão sanguínea e a ela relacionados.
Os incidentes transfusionais podem ser classificados em imediatos ou tardios, de acordo com o tempo
decorrido entre a transfusão e a ocorrência do incidente.
O incidente transfusional imediato é aquele que ocorre durante a transfusão ou em até 24 horas após, e o
tardio é aquele que ocorre após 24 h da transfusão realizada.
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Os incidentes transfusionais imediatos que devem ser notificados são: reação hemolítica aguda,
reação febril não hemolítica, reações alérgicas (leve, moderada, grave), sobrecarga volêmica,
contaminação bacteriana, edema pulmonar não cardiogênico, reação hipotensiva, hemólise não imune
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Sabe-se que a reação hemolítica aguda é a mais séria e com um
potencial risco de vida.
Este tipo de reação ocorre após a infusão de sangue com CVSs incompatíveis.

Existem dois tipos de destruição dessas células, que é a hemólise intravascular e extravascular
observadas na incompatibilidade ABO e RH, respetivamente (PHILLIPS, 2001).
Transfusão de Sangue
Segundo o Ministério da Saúde (2002), a reação hemolítica intravascular resulta quase sempre de erros
humanos, tais como troca da amostra e/ou bolsa, provocados por identificações incorretas da amostra, da
bolsa ou do paciente ou, ainda, por falta de conferência e supervisão dos procedimentos executados. Já
na hemólise extravascular, as células são captadas por anticorpos e removidas pelo sistema
radiculoendotelial, observadando-se na incompatibilidade Rh. O primeiro sintoma inclui uma sensação
de queimação ao longo da veia seguido de dor lombar e dorsal, hiperemia de face.
Para prevenir, deve-se ter extrema cautela durante o processo de identificação, a transfusão deve ser
iniciada lentamente, e o enfermeiro deve permanecer com o paciente durante os primeiros 15 min
(PHILLIPS, 2001).
Transfusão de Sangue
Febris: é a reação transfusional mais frequente, ocorrendo em 3-4% de todas as transfusões de componentes
celulares e em até 10% das transfusões de pacientes politransfundidos (CARVALHO, 2001).
São definidas como aumento de temperatura em 1ºC ou mais, ocorrendo em associação com a transfusão.
Estas são reações usuais diretas de anticorpos contra leucócitos e plaquetas. Os sinais e sintomas são febre,
calafrios, dor de cabeça, náusea, vômito, hipotensão, dor torácica, mal estar. As intervenções recomendadas
são: parar a transfusão, manter a veia aberta com soro fisiológico, notificar ao médico, monitorar sinais vitais
e prescrever, por decisão do médico, antipiréticos. Este tipo de reação pode ser prevenido ou reduzido pelo
uso de hemocomponentes com poucos leucócitos. Produtos HLA compatíveis também podem ser indicados
(PHILLIPS, 2001).
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A febre que não está relacionada com hemólise é a mais comum reação transfusional aguda,
aparecendo em aproximadamente 1% das transfusões . Esta reação é resultado da presença de
anticorpos no receptor contra leucócitos do sangue do doador.
Os anticorpos antileucócitos são produzidos em resposta a transfusões prévias ou gestações
anteriores, portanto este tipo de resposta é usualmente visto em mulheres multíparas ou em
pacientes com história de transfusões anteriores (MARINO, 2000).
O Ministério da Saúde (2002) afirma que a elevação de temperatura, durante uma transfusão de
sangue, pode ser um sinal de reação mais grave, como hemólise ou contaminação bacteriana.
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Reação Urticariformes: é a segunda reação transfusional mais freqüente. Ocorre por presença de
anticorpos contra produtos solúveis do plasma dos componentes (principalmente proteínas). Os
sintomas podem ser localizados na região da infusão, ou generalizados.
Caracterizam-se pela presença de edema palpebral e/ou labial e eritema, porém frequentemente
sem febre. (CARVALHO, 2001).
Transfusão de Sangue
Contaminação Microbiana: é uma reação transfusional extremamente rara, em transfusões de
concentrado de plaquetas. Alguns fatores críticos estão envolvidos, como: antecedentes do doador
(bacteremia), assepsia da flebotomia, manipulação e armazenamento dos componentes. O quadro
clínico é muito grave, predominando hipertermia (temperaturas corporais superiores a 39ºC),
podendo evoluir para choque, insuficiência renal aguda, coagulopatia intravascular disseminada e
até óbito.
Antibiótico, terapia de largo espectro e suporte intensivo são as condutas necessárias
(CARVALHO, 2001).
Transfusão de Sangue
Edema Pulmonar não Cardiogênico: é uma reação transfusional dependente da presença de
leucoaglutininas potentes no plasma de doadores contra antígenos dos leucócitos dos preceptores.
A infusão destes componentes leva à formação de leuco agregados que se depositam
principalmente em microcirculação pulmonar, com ativação do complemento 4 (liberação das
frações C3a e C5a do complemento), levando a lesão endotelial com alteração de permeabilidade
capilar e edema pulmonar intersticial, comprometendo deste modo as trocas gasosas no pulmão.
A insuficiência respiratória aguda ocorre precocemente e não se observa sinal de sobrecarga
volêmica. A manifestação clínica é freqüentemente dramática, porém autolimitada. É necessário o
suporte respiratório intensivo (CARVALHO, 2001)
Transfusão de Sangue
Reação Anafilática: é desencadeada pela presença de anticorpos contra drogas presentes no
plasma do doador ou anti-IgA em receptores deficientes dessa classe de imuglobulina
(aproximadamente 1:1000-1:8000 população). Em ambos os casos, é necessária exposição
prévia. O quadro clínico é dramático e de início precoce. Os sintomas incluem náuseas, vômitos,
diarreia, hipotensão e até choque. Nestes casos, é necessário o uso de componentes lavados ou
obtidos de doadores deficientes de IgA (CARVALHO, 2001).
Quanto às reações transfusionais tardias, não serão abordadas nesta revisão, pelo fato de este
estudo limitar-se ao período transfusional. Sabendo-se, então, das reações que o paciente pode
apresentar durante o período transfusional, o Ministério da Saúde (2002) recomenda os seguintes
cuidados: a) Deve-se permanecer próximo ao leito do paciente durante os primeiros 15 min,
observando rigorosamente o comportamento do paciente e possível modificação; b) Em crianças
é recomendada a infusão de um quinto do volume total a ser administrado nos primeiros 15 min.
Reação hemolítica aguda (RHA)

A RHA ocorre por hemólise intravascular das hemácias (doador) incompatíveis transfundidas
devido a presença de anticorpos pré-formados na circulação do paciente (receptor). Geralmente
ocorre à infusão de concentrado de hemácias ABO incompatíveis, devido a erros de
identificação de amostras e de pacientes.

Sua incidência estimada é de 1/38.000 – 1/70.000 transfusões, sendo o número de mortes


relacionadas a este tipo de reação de 1 por 100.000 unidades transfundidas. Sua principal causa
deve-se a erros de identificação do receptor ou das amostras coletadas para o testes pré-
transfusionais
Reação Alérgica (RALG)
A RALG pode ser dividida em três estágios, conforme a gravidade das
manifestações clínicas28:
Reação leve: prurido, máculas ou pápulas eritematosas, urticária.
Reação moderada: além das manifestações apresentadas na reação
leve, pode ocorrer tosse, rouquidão, dispneia sibilos, náuseas e
vômitos.
Reação grave: além das manifestações apresentadas nas Reações
leves e moderadas, pode ocorrer hipotensão e choque.
Reação Alérgica (RALG
é definida como o aparecimento de reação de hipersensibilidade
(alergia) em decorrência da transfusão de sangue.
É resultante da reação antígeno-anticorpo, sendo os antígenos
representados por substâncias solúveis no plasma da unidade
doadora contra os quais o preceptor tenha sido sensibilizado
previamente.
A incidência da reação alérgica é 1% - 3% (1/33 - 1/100) das reações
transfusionais. A manifestação de uma simples urticária pode ser
estimada em 1/250 unidades transfundidas25
Reação Alérgica (RALG
Na RALG grave também chamada de Reação Anafilática ocorre quando um
componente antigênico contido no plasma é transfundido para um paciente que
já apresenta um anticorpo contra um epítopo do componente antigênico
contido no plasma do doador.
Essa reação resulta na formação do complexo antígeno anticorpo e posterior
processo de desgranulação dos mastócitos e/ou outros mecanismos de
anafilaxia . Estima-se que a incidência de anafilaxia como reação transfusional,
está por volta de 1/20.000 a 1/47.000 unidades transfundidas.
Reação Alérgica (RALG
O quadro clínico RALG leve e moderada é comumente caracterizado por pápulas
pruriginosas e/ou vermelhidão da pele. Geralmente, apresenta boa evolução.
A transfusão deve ser interrompida, o paciente medicado com anti-histamínico
(preferencialmente via parenteral - IV). A RALG grave – Anafilática, pode
começar após infusão de poucos mililitros do componente, com sintomas
sistêmicos discretos no início, podendo progredir com perda de consciência,
choque e, em casos raros, morte.
Os sintomas iniciais, geralmente, são náuseas, vômitos, cólicas abdominais e
diarreia. Hipertensão transitória é seguida de profunda hipotensão. Rubor
generalizado e, ocasionalmente, calafrios, podem estar presentes, mas febre
não é um sinal encontrado.
Indicação
Hemorragia
Doenças Cronica
Malaria
Sepse
Hemofilia
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
observar se a etiqueta de identificação do hemoderivado e seu recetor permanecem afixados à
bolsa até o término de sua administração;
Drogas e medicamentos não devem ser administrados ou adicionados aos hemocomponentes
durante a transfusão;
Durante a administração de hemocomponentes, deve permanecer de aproximadamente 1 metro em
cima da venóclise, o que permitirá uma velocidade em um fluxo adequado nas vias infusoras.
Verificar todos os registros, formulários e identificação do receptor e do hemocomponente;
Verificar, à beira do leito, se o hemocomponente foi corretamente administrado ao paciente desejado;
Avaliar se ocorreu uma reação e procurar classificá-la para adequar a melhor conduta terapêutica;
Notificar o serviço de hemoterapia; Manter equipo, filtro de macroagregados e bolsa intactos e encaminhar esse material
de volta ao serviço de hemoterapia;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Frente a qualquer sinal ou sintoma diretamente relacionado com a transfusão de sangue ou hemocomponente: Interromper
imediatamente a transfusão e comunicar o médico responsável pelo paciente;
Manter acesso venoso com solução salina (0,9%);
Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório;
Avaliar a possibilidade de reação hemolítica, anafilaxia e sepse relacionada à transfusão, situações nas quais são necessárias
condutas específicas de urgência;
Se existir a possibilidade de algumas destas reações supracitadas, coletar e enviar uma amostra pós-transfusional junto com
a bolsa e os equipos (garantir que não haja contaminação bacteriana dos equipos) ao serviço de hemoterapia, assim como
amostra de sangue e/ou urina para o laboratório clínico, quando indicado pelo médico; e Registrar as ações no prontuário do
paciente.
Prevenção das Reações Transfusionais
Treinamento dos profissionais da saúde quanto às normas de coleta e identificação amostras e do
paciente;
Avaliação criteriosa da indicação transfusional;
Avaliar transfusões consideradas “de urgência”;
Realizar uma história pré-transfusional detalhada, incluindo história gestacional, transfusional,
diagnóstico e tratamentos anteriores
Atenção em todas as etapas relacionadas à transfusão;
Atenção redobrada na conferência da bolsa e do paciente à beira do leito; Infundir lentamente os
primeiros 50 mL da unidade; Conforme o tipo e a frequência da reação transfusional, usar pré-
medicações, hemocomponente leucorreduzido, irradiado ou lavado.

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