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FAINOR – FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE

ALICE ALVES DOS SANTOS


ANNA JULIA DUTRA ROCHA
HUGO MACEDO FERREIRA
MARCO ANTÔNIO SANTOS SANDES
PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA SILVA
WERBER GUILHERME MENDES E PEREIRA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA


Tipagem Sanguínea

Vitoria da Conquista - Ba
2023
ALICE ALVES DOS SANTOS
ANNA JULIA DUTRA ROCHA
HUGO MACEDO FERREIRA
MARCO ANTÔNIO SANTOS SANDES
PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA SILVA
WERBER GUILHERME MENDES E PEREIRA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA


Tipagem Sanguínea

Relatório apresentado à Professora Dr.ª Aline


Amorim, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção de resultados;
adquiridos por meio de experimentos
realizados na aula prática laboratorial.

Orientador: Prof. Dr.ª Aline Amorim.

Vitoria da Conquista - Ba
2023
TIPAGEM SANGUÍNEA
1. INTRODUÇÃO

O sistema ABO, descoberto por Landsteiner em 1901, é representado por quatro grupos
principais, A, B, AB e O. Um dos testes mais importantes em imuno-hematologia é a tipagem
sanguínea, com pesquisa de antígenos presentes na membrana do eritrócito e anticorpos livres
no soro. O sistema ABO relaciona-se à gravidade das reações transfusionais hemolíticas e a
reações de incompatibilidade materno-fetal, que acontecem devido à presença no plasma do
receptor/mãe de anticorpos "naturais" contra os antígenos A e B.

A fenotipagem ABO baseia-se na determinação simultânea do grupo pela prova direta


e pela prova reversa. A prova direta (ou prova celular) consiste em pôr em evidência os
antigénios A e B presentes nas células da amostra (eritrócitos), por aglutinação destas células
com antissoros conhecidos anti-A, anti-B e anti-A, B (este último não é obrigatório). A prova
reversa (ou prova indireta) consiste em pôr em evidência os anticorpos anti-A e anti-B presentes
no plasma da amostra com a ajuda de células conhecidas A1, A2, B e O, não sendo obrigatória
a utilização de células A2 e O. As células A2 são habitualmente usadas na identificação do anti-
A1, no plasma de indivíduos do grupo A. As células O são utilizada para identificação de
aglutinações devido a anticorpos não ABO.

Para se pode validar o grupo a prova direta e reversa têm que ser concordantes. Em caso
de discrepância, o grupo ABO não pode ser definido, devendo realizar-se os estudos necessários
para, de forma inequívoca, esclarecer a situação.

Além do exposto, tem-se também, o antígeno D (Rh D) que é, depois do A e do B, o


antigénio eritrocitário com maior importância na prática transfusional devido à sua potente
antigenicidade. Ao contrário do que acontece no sistema ABO, os indivíduos que não possuem
o antígeno D nas suas células, não têm anticorpos anti-D no seu soro. A fenotipagem
eritrocitária Rh D consiste na pesquisa do antigénio D nos eritrócitos, utilizando soros anti-D.
A presença do antigénio D define o fenótipo Rh D positivo. A sua ausência o fenótipo Rh D
negativo. A fenotipagem eritrocitária Rh D deve ser efetuada em todas as dádivas de sangue e
em todas as amostras pré-transfusionais.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MATERIAIS UTILIZADOS

1
• Agulha;
• Seringa;
• Garrote;
• Canhão;
• Algodão;
• Curativo;
• Pinça;
• Luva;
• Álcool 70;
• Tubos de ensaio;
• Estantes;
• Pipetas automáticas;
• Ponteiras;
• Béquer para descarte;
• Amostra de sangue;
• Reagentes (Anti-A; Anti B e Anti-Rh)
2.2 MÉTODO REALIZADO

Nesta prática foi realizada a tipagem sanguínea direta e a tipagem reversa.

2.2.1 Tipagem em tubo – prova direta

1. Foram rotulados 3 tubos de ensaio: A, B, D


2. Em seguida foi preparada uma suspensão de hemácias a 5%: (Em tubo, misturou 950 µL de
salina com 50 µL (1 gota) de concentrado de hemácias e homogeneizou).
3. Posteriormente foi adicionado em cada tubo de ensaio 50 microlitros da suspensão de
hemácias.
4. Nos tubos adequadamente rotulados, colocamos uma gota dos soros anti A, anti B e anti D,
respectivamente.
5. Levamos os tubos para a centrífuga (1.000 rpm durante um minuto ou 3.400 rpm durante
15 segundos);
6. Fazer a leitura da aglutinação contra um fundo iluminado, ressuspendendo gentilmente o
botão de aglutinação.

2.2.2 Tipagem em tubo – prova reversa

2
1. Rotulamos dois tubos de ensaio com A e B;
2. Colocamos duas gotas do soro da amostra = 100 mL a testar em cada tubo;
3. Adicionar 50 microlitros no tubo A e 50 microlitros no tubo B
4. Levamos os tubos para a centrífuga a 3,5 rpm durante 8 minutos.
5. Fazer a leitura da aglutinação contra um fundo iluminado, ressuspendendo gentilmente o
botão.
3. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO

Para a determinação do tipo sanguíneo da amostra obtida utilizou-se da metodologia de


tipagem direta e reversa. A interpretação dos resultados envolveu a análise visual da aglutinação
da amostra contra um fundo iluminado, assim como demonstrado nas figuras 1 e 2. Em ambos
testes realizados não ocorreu formação de aglutinação o que indica que o sangue testado se trata
de um sangue O negativo, sendo necessário o teste de fator Rh D fraco para confirmação do Rh
negativo.

Figura 1: Sangue analisado na prova direta.

Fonte: Autores, 2023.

3
Figura 2: Sangue analisado na prova reversa.

Fonte: Autores, 2023.

4. PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Quais tipos sanguíneos são considerados doadores universais ou receptores universais?


Explique o porquê?

Existem dois tipos sanguíneos que são considerados doadores universais e receptores universais
devido às características de seus antígenos.

• Doador Universal (Grupo Sanguíneo O negativo): Indivíduos com sangue do tipo O


negativo é considerado doadores universais. Isso ocorre porque o sangue tipo O não possui
os antígenos A ou B na superfície de suas hemácias, o que o torna compatível com qualquer
tipo sanguíneo ABO. Além disso, o fator Rh negativo permite que esse sangue seja doado
para pessoas com qualquer tipo Rh (positivo ou negativo).

4
• Receptor Universal (Grupo Sanguíneo AB positivo): Indivíduos com sangue do tipo AB
positivo são considerados receptores universais. Isso ocorre porque o sangue tipo AB
contém ambos os antígenos A e B, mas não produz anticorpos contra eles. Portanto, o
sangue AB positivo pode receber sangue de qualquer tipo sanguíneo ABO, uma vez que
não reage com os antígenos presentes nos outros tipos. No entanto, quando se trata do fator
Rh, os indivíduos AB positivos só podem receber sangue Rh positivo.

1. Quais os motivos de discrepâncias na classificação ABO

As discrepâncias na classificação ABO podem ocorrer por uma variedade de motivos,


geralmente devido a complexidades dos sistemas de grupos sanguíneos e a presença de
subgrupos menos comuns. Dentre estes podemos citar:

• Subgrupos ABO: Por exemplo, existem subgrupos de sangue A (como A3 e Ax) que têm
variações na presença dos antígenos A em suas hemácias. Essas variações podem não ser
detectadas pelos testes padrão de tipagem sanguínea.
• Reações Cruzadas Incompletas: Em alguns casos, as reações cruzadas realizadas nos testes
de tipagem sanguínea podem não ser completamente distintas. Isso pode levar a resultados
ambíguos ou confusos.
• Doenças Hematológicas: Em algumas condições médicas, como anemias hemolíticas ou
mielodisplasias, as células sanguíneas podem sofrer mutações ou alterações que afetam a
expressão dos antígenos ABO.
• Transfusões Sanguíneas Prévias: Pacientes que receberam transfusões sanguíneas
anteriores podem desenvolver anticorpos contra antígenos sanguíneos que não estavam
originalmente presentes em seu sangue.
• Erros Laboratoriais: Erros laboratoriais, como etiquetagem incorreta de amostras de sangue,
contaminação cruzada de amostras ou falhas nos procedimentos de teste, podem levar a
resultados incorretos na tipagem sanguínea.
• Gravidez: Durante a gravidez, pode ocorrer sensibilização materna aos antígenos do sistema
ABO do feto.
3. Qual a importância de se averiguar se uma gestante possui realmente um fator Rh
negativo?

Averiguar corretamente se uma gestante possui o fator Rh negativo é fundamental para proteger
tanto a saúde da mãe quanto a do bebê, prevenindo a doença hemolítica do recém-nascido
5
(Quando uma gestante é Rh negativa e o pai do bebê é Rh positivo, há o risco de
incompatibilidade sanguínea. Se o sangue do bebê for Rh positivo, o sistema imunológico da
mãe pode reconhecê-lo como estranho e produzir anticorpos contra o fator Rh do bebê), e outras
complicações relacionadas à incompatibilidade Rh.

4. Caso ocorra fator Rh negativo numa pesquisa em lâmina, esse fator é decisivo para
definir que a pessoa é fator Rh negativo? Explique sua resposta.

A pesquisa em lâmina pode indicar a presença ou ausência de antígenos na superfície das


hemácias, mas isso não é suficiente para afirmar com certeza se uma pessoa é Rh negativa. Para
determinar o fator Rh de uma pessoa com precisão, os laboratórios clínicos usam sorologia
sanguínea, que envolve a mistura do sangue da pessoa com anticorpos específicos para os
antígenos A, B e RhD. Com base nas reações que ocorrem nessas misturas, podemos determinar
com precisão o tipo sanguíneo da pessoa, incluindo se ela é Rh negativa ou positiva.

5. Explique sobre os polimorfismos do antígeno RhD, e por que não se pode liberar
apenas como Rh negativo nesses casos.

Os polimorfismos do antígeno RhD referem-se a variações genéticas no gene que codifica o


antígeno RhD, que está presente na superfície das hemácias (glóbulos vermelhos) e faz parte
do sistema de grupos sanguíneos Rh. Essas variações genéticas podem resultar em diferentes
tipos de antígeno RhD com propriedades ligeiramente diferentes, o que pode complicar a
determinação precisa do tipo de sangue e da presença do antígeno RhD. Não se pode liberar
apenas como Rh negativo porque:

• Se uma pessoa com um polimorfismo do antígeno RhD é erroneamente classificada como


Rh negativa e recebe sangue Rh positivo, isso pode levar a reações transfusionais
potencialmente graves.
• Se a mãe possui um polimorfismo de RhD, isso pode afetar a decisão de administrar
imunoglobulina anti-Rh (RhoGAM) para evitar a sensibilização do sistema imunológico da
mãe contra o antígeno RhD do bebê.
• Para manter estoques seguros de sangue e garantir que os receptores de transfusões recebam
sangue compatível.
5. CONCLUSÃO

6
Com o fim da atividade prática foi possível obter um resultado satisfatório devido a boa
aplicação dos métodos e qualidade dos materiais utilizados e coletados. A realização da tipagem
sanguínea demanda extremo cuidado e atenção por parte do profissional, pois, um resultado
incorreto pode gerar grandes inconvenientes para o paciente. A realização do teste de
identificação de Rh também compõe uma etapa de grande relevância para definição do perfil
sanguíneo dos pacientes, visto que o mesmo pode estar envolvido com condições de saúde
severas como a doença hemolítica perinatal (DHP) ou complicações durante transfusões de
sangue.

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