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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE OURINHOS

IMUNOLOGIA CLÍNICA
IMUNOHEMATOLOGIA

Teoria & Prática


IMUNOHEMATOLOGIA
Teoria e Prática
AULA 02
Sistema ABO
• Os sistemas ABO e Rh são importantes do ponto de vista das transfusões sanguíneas, o que os tornam muito
utilizados nas seleções de doadores.

• O sistema ABO foi descoberto em 1900 e permanece até hoje como sendo o sistema mais importante dentro
da prática transfusional. A transfusão ABO incorreta pode resultar na morte do paciente, com uma reação
hemolítica intravascular, seguida de alterações imunológicas e bioquímicas.

• Os anticorpos ABO estão presentes nos soros dos indivíduos, dirigidos contra os antígenos A e/ou
B ausentes nas hemácias. Esse sistema é representado por quatro grupos principais A, B, AB e O e
relaciona-se à gravidade das reações transfusionais hemolíticas e a reações de incompatibilidade
materno-fetal, que acontecem devido à presença no plasma do receptor/mãe de anticorpos
"naturais" contra os antígenos A e B.

• Quanto ao sistema Rh, este é o segundo mais importante e o mais complexo dos sistemas de
grupos sanguíneos. Assim como o sistema ABO, o Rh é muito importante na área transfusional,
bem como na prevenção da doença hemolítica do recém-nascido.
Sistema ABO
• No sistema ABO, os indivíduos por volta dos 6 meses de idade produzem anticorpos contra
os antígenos de que estão isentos.

• Como consequência a determinação deste grupo sanguíneo deve ser realizada nos
eritrócitos e no plasma. Os anticorpos do sistema ABO são principalmente da classe IgM.

• Nesse sistema, existem quatro tipos de sangue: A, B, AB e O. Estes tipos são


caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias - os
aglutinogênios ou aglutinógenos - ou pela presença ou ausência de outras substâncias - as
aglutininas - no plasma sanguíneo.

• Existem dois tipos de aglutinógenos ou antígeno - A e B - e dois tipos de aglutininas ou


anticorpos - anti -A e anti- B.
Sistema ABO
• Pessoas do grupo sanguíneo A possuem
aglutinogênio A nas hemácias e aglutininas
anti- B no plasma;

• Pessoas do grupo sanguíneo B possuem


aglutinogênio B nas hemácias e aglutininas
anti-A no plasma;

• Pessoas do grupo sanguíneo AB possuem


aglutinogênio A e B nas hemácias e não
tem aglutininas no plasma; e

• Pessoas do grupo O não possuem


aglutinogênios, mas possuem os dois
anticorpos anti - A e anti- B no Plasma.
Sistema ABO
Sistema ABO
• Os anticorpos ABO estão presentes no soro dos indivíduos, dirigidos contra os antígenos A e/ou B ausentes nas hemácias.
Existem dois tipos de anticorpos no sistema sanguíneo ABO: os de ocorrência natural e os imunes.

• Os anticorpos de ocorrência natural começam a aparecer no soro cerca de três a seis meses após o
nascimento. Esses anticorpos naturais representam uma mistura com maior quantidade de imunoglobulinas
da classe M (IgM) do que imunoglobulinas da classe G (IgG).

• Sua produção máxima se dá entre cinco a dez anos, sendo que após os 65 anos o título desses anticorpos diminui. O
surgimento aparentemente natural desses anticorpos pode ser explicado por estímulos passivos, particularmente da flora
bacteriana intestinal, onde as bactérias saprófitas possuem em suas membranas celulares açúcares semelhantes aos açúcares
imunodominantes dos antígenos A e B.

• Essas bactérias, assim como outras substâncias presentes na natureza (poeira, pólen, alimento, etc), vão estimular a formação
dos anticorpos anti-A e/ou anti-B, que passam a ser classificados, portanto, como naturais e regulares. São anticorpos ativos a
4ºC, não atravessam a barreira placentária e são hábeis em ativar o sistema complemento.
Sistema ABO
• Em relação aos anticorpos ABO imunes, estes são evocados por aloimunização prévia, que
podem ocorrer através de hetero imunização por substâncias de origem animal ou
bacteriana, ou por aloimunização por gestação ou transfusão ABO incompatível. Esses
anticorpos são usualmente referido como hemolisinas, sendo a maioria da classe IgG.

• Esses anticorpos são usualmente referidos como hemolisinas. A maioria das hemolisinas é
da classe IgG, sendo ativas à 37ºC. Têm capacidade de ativar o sistema complemento e
atravessar a placenta, portanto, podem causar a doença hemolítica do recém-nascido
(DHRN).

• No estudo para a determinação dos grupos sanguíneos (hemaglutinação in vitro),


anticorpos específicos (produzidos em cobaias sensibilizadas com os antígenos do sistema
ABO e Rh) são capazes de se ligar e aglutinar apenas as hemácias que apresentam o
correspondente antígeno em sua superfície.
Sistema ABO
Sistema RH
• O sistema Rh é o segundo mais importante e o mais complexo dos sistemas de
grupos sanguíneos. Assim como o sistema ABO, o Rh tem grande importância na área
transfusional, bem como na prevenção da doença hemolítica do recém-nascido.

• Os aloanticorpos do sistema Rh, ao contrário do que ocorre com os do sistema ABO,


não existem de forma natural no soro. São predominantemente IgG e não fixam
complemento. Esses anticorpos são encontrados em casos de imunização com
antígenos do sistema Rh (em casos de transfusões incompatíveis e em multíparas
cujos fetos apresentem especificidade Rh diferente da mãe).

• No sistema Rh já foram identificados mais de 50 antígenos e seus respectivos


anticorpos. O primeiro antígeno descrito foi o antígeno D ou Rho, cuja presença ou a
ausência determina o fenótipo conhecido como Rh positivo e Rh negativo,
respectivamente, que tem sido atualmente bastante estudado em associação com o
sistema ABO.
Sistema RH
Sistema RH
• Testando por hemaglutinação in vitro o sangue
de muitos indivíduos da espécie humana,
Landsteiner verificou que, ao misturar gotas de
sangue dos indivíduos com o soro contendo
anti-Rh, cerca de 85% dos indivíduos testados
apresentavam aglutinação e 15% não
apresentavam.

• Dessa forma, o estudo do sistema Rh tem


grande importância, pois apresenta um grande
interesse clínico por seus anticorpos estarem
envolvidos em destruição eritrocitária
imunomediadas, isto é, reação transfusional
hemolítica e doença hemolítica perinatal.
DÚVIDAS
Referências
BARJAS-CASTRO, M. L. Aplicações do teste de antiglobulina direta. In: BORDIN, J. O.; COVAS, D. T.; LANGHI, D.
Fundamentos em Hemoterapia. São Paulo: Atheneu, 2006.

BARROS, C. et al. Avaliação de Reagentes Anti-D na detecção dos antígenos D fraco e parcial. Res. Bras.
hematol. Hemoter., São Paulo, v. 28, n. 4, p. 269-274, 2006.

BCSH BLOOD TRANSFUSION TASK FORCE. Guidelines for compatibility procedures in blood transfusion
laboratories. Transfusion medicine, Oxford, v. 14, p. 59-73, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 57,
de 16 de dezembro de 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/
fd337280474597529fcbdf3fbc4c6735/RDC_n%C2%BA_57.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 1 nov. 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.712, de 12 de novembro de 2013. Diário Oficial da Uniao, Poder
Executivo, Brasília, DF, 13 nov.2013. Seção1.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução de problemas nos testes pre-transfusionais: controle de qualidade
dos reagentes. Brasília, 2001.

DURAN J. A.; RODRIGUES, M. J. Teste de antiglobulina direto: ausência de significado clínico como teste
prétransfusional. Revista ABO, v. 1, p. 9-15, mar. 2000.

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