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24/09/2018

Imunohematologia

O INICIO DE TUDO

 O sistema ABO, o primeiro dos grupos sanguíneos a ser descoberto (1900 -


1901), no Início do século XX, foi o marco para um período científico em busca
de respostas para os insucessos relacionados a medicina transfusional até 1900.
Para o experimento karl Landsteiner - pai da imunohematologia como foi
chamado, utilizou seu próprio sangue e amostras de seus colaboradores para
fazer diferentes combinações. Utilizando a técnica em lâmina observou que as
hemácias de uns reagiam, (apresentavam aglutinação) com soro de outros e
que algumas não apresentavam reação de aglutinação.
24/09/2018

SISTEMA RHESUS

Em 1940 foi descoberto por landsteiner e wiener o segundo sistema de grupo sanguíneo mais importante.
No experimento foi injetado sangue de macaco rhesus em cobaias e coelhos que produziram um
anticorpo capaz de aglutinar 85% das hemácias humanas e foi chamado de "rh". Mais tarde levine e al.
Demonstrou que a aglutinina que causou uma reação transfusional hemolítica e o anticorpo descrito por
landsteiner e wiener parecia definir o mesmo grupo sanguíneo. Muitos anos mais tarde foi determinado
que tratava-se de dois anticorpos diferentes. No entanto foi mantida a denominação rh para o anticorpo
produzido pelo homem e o anti-rhesus formado pelos animais foi renomeado para anti-lw, em
homenagem aos autores que o descreveram pela primeira vez, landsteiner e wiener. Esses achados foram
apenas o início do período científico que avançaria rapidamente para descoberta de outros sistemas e
desenvolvimento de técnicas com maior especificidade e sensibilidade, tornando a imuno-hematologia
uma especialidade em busca de medidas preventivas visando cada vez mais segurança na medicina
transfusional.

HERANÇA DOS GRUPOS


SANGÜÍNEOS ABO
 Descrita pela primeira vez por bernstein em 1924. Demonstrou que cada
indivíduo herda um gene ABO de cada genitor (pai e mãe) e que estes dois
genes determinam quais antígenos ABO estarão presentes na membrana da
hemácia.
 Sua posição, ou locus, está no cromossoma 9. O gene O é considerado
amorfo, pois nenhum antígeno detectável é produzido em resposta à herança
deste gene. As designações A e B se referem a fenótipos, enquanto que AA, BB
e OO referem-se a genótipos.
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Formação dos antígenos ABO


 Os genes ABO não codificam a produção de antígenos ABH, mas produzem glicosil-transferases específicas que acrescentam

açúcares (monossacarídeos) a uma substância precursora básica na hemácia. A ação do gene H está intimamente relacionada

com a formação dos antígenos ABO. A herança do gene H é independente da herança dos genes ABO, mas os antígenos A, B e H

são todo formados a partir da mesma substância básica. A enzima fucosil-transferase adiciona uma fucose, dando origem ao

chamado antígeno H. A substância básica tem um arcabouço protéico ou lipídico ao qual se fixam açúcares. Cada um dos genes

H, A e B controlam a fixação de um açúcar diferente. O gene A produz uma alfa-n-acetilgalactosaminiltransferase, adiciona o

monossacarídeo n-acetilgalactosamina ao antígeno H, formando o antígeno A. O gene B produz uma alfa-d-galactosiltransferase,

que transporta uma d-galactose ao antígeno H, formando o antígeno B . conforme descrito acima, esses açúcares representam as

partes terminais de glicolipídios e glicoproteínas da membrana eritrocitária, formando assim o antígeno (GENE-ENZIMA-AÇÚCAR). O

gene O é amorfo, não produzindo transferase, não acrescenta açúcar à substância H e apresenta a mais elevada concentração

de antígeno H.

 A substância h deve ser formada em primeiro lugar pela herança, a fim de se ligar a outros açúcares em resposta a um gene abo

herdado. Os antígenos ABH podem ser encontrados na saliva e líquidos biológicos. São encontrados na maioria das células

epiteliais e endoteliais (transplante de rim e pulmão). Todos esses antígenos estão expressos a partir do 37º dia de vida fetal. Além

da idade, a expressão fenotípica dos antígenos ABH pode variar com raça, interação genética e os estadospatológicos.

Formação do antígeno abh


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SISTEMA ABO

A classificação do sistema ABO tem como princípio a pesquisa dos antígenos


ABO fixados na membrana da hemácia e anticorpos Anti-ABO presentes no soro
do paciente. Esta classificação define o grupo sanguíneo de um indivíduo, e se
dá por 2 provas:
 Prova Direta (ou Beth-Vincent): pesquisa dos antígenos fixados nas hemácias
do paciente. Deve ser feita com soros Anti-A, Anti-B e Anti-A,B.
 Prova Reversa (ou prova de Simonin): pesquisa do anticorpo no soro do
paciente. Deve ser feita com hemácias tipadas A e B, com atenção para o
fato de que o anticorpo B costuma ser mais fraco (título fraco) que os demais
anticorpos. A prova reversa é uma contra-prova fundamental para a
conclusão do exame.

CLASSIFICAÇÃO DIRETA E REVERSA


 Embora inadvertidamente, Landsteiner foi o primeiro a realizar a classificação direta e reversa, que são definidas como:

 Classificação direta - utilização de reagentes conhecidos, anti-soros com especificidade definida (anti-A e anti-B) para

detectar antígenos nas hemácias de um indivíduo.

 Classificação reversa - utilização de hemácias reagentes com antígenos conhecidos (A1 e B) para detectar

anticorpo(s), relacionados ao sistema ABO, no soro e/ou plasma de um indivíduo.

 A partir das reações observadas, Landsteiner concluiu que os indivíduos possuíam 'anticorpos naturais' contra o

antígeno ABO que faltava na superfície de suas hemácias. No entanto, o termo 'natural' é indevido. Evidências

substanciais sugerem que a produção de anti-A e anti-B é estimulada por substâncias presentes na natureza. As

bactérias mostram-se quimicamente similar aos antígenos ABO e podem atuar como fonte de estímulo para formação

de anticorpos. A produção desses anticorpos é iniciada ao nascimento, mas geralmente só são detectáveis entre os

três e seis meses de vida, com total produção dos 5 a 10 anos de idade. Em sangue de cordão umbilical e de recém-

natos realizar somente a classificação direta. A classificação reversa não é indicada, uma vez que, os anticorpos do

sistema ABO não estão presentes ao nascimento e quando encontrados são de origem materna.
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Discrepâncias entre as classificações


direta e reversa

Discrepâncias entre as classificações direta e


reversa
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O grupo ABO só pode ser definido se existir concordância


entre os resultados destas duas provas, que devem ser
interpretados da seguinte forma:

SUBGRUPOS DO GRUPO A

 Os subgrupos do Grupo A apresentam diferenças antigênicas quantitativas e qualitativas,


embora sejam formados pelo mesmo açúcar do componente antigênico. Sabe-se que o
gene A1 difere do gene A2 por uma deleção de base na região C-terminal, além de uma
mutação que determinará uma substituição de aminoácidos (prolina para leucina) na
glicosiltransferase resultante.
 Fenotipagem de A: realizada para a determinação dos subgrupos de A. Tem como princípio
a interação antígenoanticorpo visualizada pela reação de aglutinação das hemácias em
presença de lecitinas ou anti-soros monoclonais com especificidades anti-A1 e anti-H. A
reação indicará presença ou ausência de algutinação entre esses anticorpos e os antígenos
presentes na membrana da hemácia do paciente.
 Como existem vários subgrupos de A, a ausência de aglutinação no tubo A1 poderá ser
interpretada como subgrupo A2 ou outro subgrupo (A3, A4, etc.); Para estes outros
subgrupos devem ser utilizadas técnicas mais sofisticadas para a sua caracterização.
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Fenótipo Bombay (Oh)

 É muito raro e está diretamente relacionado com a presença do alelo h e não


produz alfa-2-L-fucosiltransferase necessária para a formação da estrutura H. O
genótipo hh ou Hnullo é extremamente raro e é conhecido como fenótipo
Bombay ou Oh. As hemácias desses indivíduos não reagem com soros anti-A,
anti-B, ou anti-H e seu soro contém anti- A, anti-B, anti-AB e anti-H. Os indivíduos
Bombay são incompatíveis com todos os grupos ABO e só apresentam
compatibilidade com sangue de indivíduos Bombay. Na tipagem sangüínea,
apresenta classificação direta com O e na reversa, reage com as hemácias
ABO devido ao genótipo homozigoto para hh e como conseqüência, a
produção do anti- H que reage com as hemácias A, B, AB e O.
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SISTEMA RHESUS – RH (D)

 A classificação do sistema Rh tem como princípio a pesquisa do antígeno D


fixado na membrana da hemácia do paciente. Esta classificação define o
fator Rh de um indivíduo, e se dá por:
 Determinação Rh: determinação do antígeno D do Sistema Rhesus nas
hemácias do paciente.
 Controle Rh: é um reativo controle com ausência de anticorpo Anti-D e de
qualquer outro tipo de anticorpo para todos os sistemas eritrocitários. Este
reativo controle tem por finalidade detectar erros ou patogenias existentes no
paciente que resulte numa reação positiva do controle. (Exemplo: casos de
hiperproteinemia).
 Contudo, diversos laboratórios não fazem uso deste controle em sua rotina ou
não valorizam resultados positivos obtidos com o mesmo, arriscando assim a
confiabilidade dos seus resultados finais.

FATOR RH

IMPORTÂNCIA CLÍNICA
 Depois dos antígenos A e B o antígeno D é o que tem maior importância na
prática transfusional;
 A maioria dos anticorpos Rh é formada por imunoglobulinas IgG e reage
melhor a 37ºC ou por teste de antiglobulina-humana;
 O antígeno D é altamente imunogênico;
 Mais de 80% das pessoas D negativas que receberam uma só unidade de
sangue D positivo podem desenvolver um anti-(D);
 Mulheres Rh D negativo que tem gestações (feto Rh D positivo) podem
desenvolver anti-D.
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SISTEMA RH CRUZAMENTO GENÓTIPO E


FENÓTIPO DA PROLE

GENTIPAGEM DA PROLE
CRUZAMENTO DD Dd dd
GENÓTIPOS FENÓTIPOS
DD X DD 100 % --------- ---------
DD Rh +
DD X Dd 50 % 50 % ---------
Dd
DD X dd --------- 100 % ---------
dd Rh -
Dd X Dd 25 % 50 % 25 %
Dd X dd --------- 50 % 50 %
dd X dd --------- --------- 100 %

O principal antígeno do Sistema Rh é o D, que


pode se manifestar de diversas formas:

 • D positivo: possui o antígeno D completo na sua estrutura, tanto quantitativo


como qualitativo;
 • D fraco: é uma variante de D que apresenta reação mais fraca, possuindo
alteração no ponto de vista quantitativo;
 • D mosaico: falta um ou mais determinantes do mosaico que constitui o
antígeno D. Possui alteração qualitativa;
 • D categoria: falta um ou alguns dos aminoácidos que formam a molécula do
antígeno D e poderá ser também imunogênico e se apresentar como D
positivo. Possui alterações qualitativas. Atualmente existem kits para
caracterizar as categorias de D.
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VARIAÇÕES DO ANTÍGENO Rh(D)

EXPRESSÃO FRACA QUANTITATIVA


DO ANTÍGENO D
 D Fraco
Na grande maioria dos casos ocorre devido à codificação de uma proteína associada ao antígeno D, com A
localização alternada de aminoácidos é a responsável pelo enfraquecimento da reatividade, não há falta de epítopos
do antígeno. Isto explica porque estes indivíduos não formam aloanti-d. É mais frequente em negros, no passado
chamávamos de variante DU , atualmente denominado como D fraco, somente detectado na fase de antiglobulina-
humana.
 C TRANS
Pode resultar numa expressão mais fraca do antígeno D, é descrito como efeito de posição ou efeito de interação
genética. Não é possível distinguir o D fraco genético do efeito da posição D fraco sorologicamente. Em termos práticos,
isso não é necessário porque o antígeno D é estruturalmente completo.
 D PARCIAL
O antígeno D é composto por vários constituintes (epítopos). Os indivíduos que apresentam ausência de um ou mais
epítopos do antígeno D, podem produzir aloanti-d. O aloanti-d produzido pode reagir com a maioria das hemácias D
positivo, mas não reagem com suas próprias hemácias. No passado eram chamados de D mosaico ou D variante,
atualmente é chamado de D parcial.

 Nota: A utilização de anticorpos monoclonais anti-d com várias células de diferentes categorias já sugeriam que o
antígeno D é constituído de múltiplos epítopos. A categoria do D parcial pode ser definida pela biologia molecular
de acordo com os epítopos encontrados.
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LAMINAS X TUBOS

 descoberta dos principais Sistemas de Grupos Sanguíneos minimizou os problemas


relacionados as incompatibilidades ABO e Rh na medicina transfusional. Mas os
Serviços de Hemoterapia (Bancos de Sangue) continuavam com uma diversidade
de problemas como, divergência de resultados dos doadores de sangue e
acidentes transfusionais. Surgiu então a técnica em tubo considerada mais
especifica e segura para os exames imunohematológicos capaz de produzir
resultados mais precisos, tornando a técnica em lâmina obsoleta. Mesmo com o
avanço tecnológico, a técnica em tubo é utilizada até os dias de hoje para
realizar prova cruzada em meio salino nos atendimentos transfusionais de urgência
absoluta e eliminar o risco de uma transfusão ABO incompatível e também como
outra opção para confirmação de resultados e em alguns serviços como técnica
principal por ter um menor custo.
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O Gel Teste

 O Gel Teste é um cartão composto por microtubos que substitui os tubos de


ensaio, com uma câmara de reação na parte superior e mais larga que o
microtubo. Os microtubos contém gel preparado com solução apropriada e
reagentes específicos para cada teste (anti-soros para tipagem ABO/ Rh/
antiglobulina humana para prova cruzada, pesquisa de anticorpos irregulares
e outros). A técnica em Gel permite que após a centrifugação somente as
hemácias que não estão cobertas por anticorpos (não ocorreu reação
antígeno x anticorpo) desçam para o fundo do microtubo o que caracteriza
uma reação negativa, as hemácias cobertas com anticorpos ficam na
superfície ou ao longo do microtubo com grau de reação variando entre +1
ou 4 +

Vantagens

 Padronização - cartelas prontas com quantidades de reagente padronizada; Permitir que


seja feita uma dupla checagem dos resultados sem interferência do profissional, da
homogeneização para leitura e outros fatores que podem interferir na interpretação dos
resultados; Permite resolução de casos com pouco volume de amostra; A cartela e a
estabilidade da reação permitem armazenar, fotografar e tirar cópia dos resultados
contribuindo com o processo de rastreabilidade; Não é necessário lavar as hemácias para
os testes de antiglobulina humana; Cartões com diversidade de perfis e combinações para
cada situação; Sistema semi-automatizado ou totalmente automatizado com possibilidade
de interface, otimiza o tempo, minimiza ou elimina os erros de transcrição; Todas as cartelas
são descartadas após procedimento que contribui para melhoria no processo de
Biossegurança;
 A amostra deve ser colhida em EDTA e ser bem homogeneizada para evitar fibrina ou micro
coágulos que podem causar reação falso positiva; Amostras hemolisadas podem dificultar a
interpretação de alguns resultados;
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TÉCNICA EM TUBO

 A técnica em lâmina não é permitida, hoje a lâmina é utilizada em situações específicas; Controle
de qualidade de reagentes para verificar a avidez; Triagem ABO em doadores de sangue pode
ser realizada como vínculo de segurança (dupla checagem) entre o doador atendido na triagem
Clínica e o resultado da amostra que chega ao laboratório de imunohematologia; Resultado
divergente entre a amostra e a triagem clínica, o teste tem que ser repetido na amostra e por
outra técnica; Pesquisa de Rouleaux ao microscópio; Testes de triagem realizados em lâmina não
podem ser liberados; A técnica em Gel apesar de sua excelência, sua alta de sensibilidade pode
produzir reações inespecíficas, nestes casos podemos utilizar a técnica em tubo; A técnica em
tubo é uma técnica com boa especificidade mais pode não detectar anticorpos com título
indetectáveis; Biologia Molecular é a melhor alternativa para resolução de casos que não foram
concluídos por técnicas sorológicas disponíveis, embora seja uma técnica de rotina e ainda com
alto custo.
Conclusão
 A melhor técnica é aquela que temos disponível em nosso serviço desde que seja utilizada com
comprometimento e responsabilidade seguindo corretamente o manual de instrução do
fabricante e reconhecer as limitações de cada técnica. Fazer parcerias com outros serviços é
fundamental para solicitar ajuda quando esgotamos nossos recursos.

MICROPLACA

Microplaca: Técnica indicada para tipagem


sanguínea ABO e Rh em amostras de
doadores de sangue.
Vantagens: Padronização, otimização da
mão de obra e o tempo de liberação dos
resultados, processando 12 amostras de uma
só vez, possibilita imprimir ou arquivar online os
resultados com garantia da rastreabilidade
pelo código de barras, pode ser semi-
automatizado ou automatizado com
interfaceamento, eliminando o erro de
transcrição.
Desvantagens: Apesar da excelência a
microplaca não é indicada para amostras de
pacientes que precisam de técnicas de maior
sensibilidade pela diversidade de resultados
que podem ser encontrados.
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Sub – grupos

Na metade da década de 1940 já se conheciam mais quatro antígenos que


compunham o sistema Rh. Hoje, o Sistema de grupo sangüíneo Rh é formado por
mais de 50 especificidades diferentes. Deve-se levar em consideração que
embora descritos todos esses antígenos, os cincos principais São (D, C, E, c, e) e
seus respectivos anticorpos que são responsáveis pelo maior percentual de
problemas clínicos envolvendo o Sistema Rh.

TESTE DE ANTIGLOBULINA

 O teste de antiglobulina humana (AGH), foi descrito em 1945 por Coombs e


colaboradores. Em 1946 Coombs e colaboradores descreveram o uso de
antiglobulina humana para detectar in vivo a sensibilização de hemácias por
anticorpos, tornando possível o diagnóstico da Doença Hemolítica Perinatal
(DHPN). Com a descoberta do teste de AGH, outros anticorpos IgG foram
detectados com seus respectivos antígenos, levando a descorberta e à
caracterização de muitos sistemas de grupos sangüíneos. Foi encontrado o
primeiro anticorpo do sistema Kell e seu respectivo antígeno.
 O uso da antiglobulina humana para detectar a sensibilização de hemácias in
vitro é uma técnica de duas fases chamada Teste de Antiglobulina Indireta
(TAI), também conhecida como Teste de Coombs Indireto.
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TESTE DE COOMBS

 O Teste de Coombs é baseado no principio de que as globulinas anti-humanas obtidas de


espécies não humanas imunizadas ligam-se a globulinas humanas como IgG ou
complemento, livres no soro ou fixas a antígenos em hemácias.
Os principais anticorpos de grupo sangüíneo são IgM (chamados de completos) e IgG
(chamados de incompletos).
Os anticorpos IgM se ligam facilmente ao antígenos correspondentes devido a sua estrutura
pentâmera que favorece a aglutinação direta das hemácias em suspensas em salina (soro
fisiológico).
Os anticorpos IgG são chamados não aglutinantes pois sua estrutura monômera é muito
pequena, esses anticorpos são capazes de sensibilizar as hemácias que tenham antígenos
correspondentes mas não promovem a aglutinação diretamente. As hemácias sensibilizadas
por anticorpos IgG necessitam da adição do soro antiglobulina humana para aglutinarem.

TESTE DE ANTIGLOBULINA DIRETO


(TAD)

O TAD, também conhecido como Teste de Coombs Direto é um método simples que
permite detectar in vivo a sensibilização das hemácias com anticorpos, IgG e ou
componentes de complemento.
Método em tubo
Preparar para teste uma suspensão à 5% de hemácias em solução salina, transferir
para um tubo uma gota da suspensão de hemácias e lavar três vezes com solução
salina. Pingar uma gota do soro antiglobulina humana (preferencialmente
poliespecífico) nas hemácias lavadas, ou de acordo com a rotina estabelecida pelo
serviço, homogeneizar, centrifugar e ler observando a presença ou ausência de
aglutinação.
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TESTE DE ANTIGLOBULINA DIRETO


(TAD)
 Resultados Negativos: pingar uma gota de hemácias sensibilizadas (reagente comercial -
hemácias previamente sensibilizadas de rotina para validação dos testes com antiglobulina
humana pelo método em tubo), homogeneizar, centrifugar e fazer a leitura. O resultado
deste controle tem que ser positivo (presença de aglutinação), para que o teste seja
validado. Se o resultado do controle for negativo o teste é inválido, portanto deve ser
repetido.
Resultados Positivos: indica presença de anticorpos na superfície da hemácia (sensibilização
in vivo). Devem ser avaliados e relacionados com o diagnóstico do paciente, com a terapia
medicamentosa do momento e com a história transfusional. Nos pacientes que apresentam
resultado positivo é importante investigar sinais de hemólise in vivo, transfusão de sangue
recente, fazer um teste de antiglobulina indireta (TAI) para investigar anticorpos no soro do
paciente, verificar uso de medicamento e que medicamento está usando, verificar se
recebeu transfusão de componentes plasmáticos ABO incompatível e outros fatores que
possam ser relevantes para o diagnostico associado ao resultado encontrado.

TESTE DE ANTIGLOBULINA DIRETO


(TAD)
O teste de antiglobulina direto (TAD) está indicado para investigação de:
 Anemias Hemolíticas Autoimunes;
 Anemias Hemolíticas Induzidas por Drogas;
 Doença Hemolítica Perinatal;
 Reações Hemolíticas Transfusionais;
 Transfusão de sangue ou componentes contendo plasma ABO-incompatível;
 E outras situações mais específicas que são detectadas após criteriosa
avaliação clínica para identificar a causa do TAD positivo.
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TESTE DE ANTIGLOBULINA INDIRETO


(TAI)
 O TAI, também conhecido como Teste de Coombs Indireto, é capaz de detectar a presença de anticorpo
irregular no soro (do tipo IgG). Este teste é muito utilizado em laboratórios Clínicos principalmente para monitorar
mulheres Rh negativo em período gestacional.

 Método em tubo
Para realizar este teste é necessário um conjunto de células (hemácias comerciais em suspensão à 5%) com perfil
antigênico conhecido e capaz de detectar a maioria dos anticorpos de importância clínica.
A técnica consiste em colocar uma ou duas gotas do soro a ser investigado junto com uma gota da suspensão
das hemácias comerciais (conforme orientação do fabricante). O período de incubação à 37ºC pode variar
conforme reagentes utilizados, é importante seguir sempre a técnica recomendada na instrução de uso do
fabricante. Após o período de incubação lavar três vezes com solução salina e pingar uma ou duas gotas do
reagente antiglobulina humana (conforme instrução do fabricante). O tipo de antiglobulina, se poliespecífica ou
monoespecífica, deve ser definida pelo Serviço de acordo com as características dos pacientes atendidos no
serviço.

TESTE DE ANTIGLOBULINA INDIRETO


(TAI)
 Resultados Negativos: pingar uma gota de hemácias previamente sensibilizadas (reagente comercial) usadas na
rotina para validação dos testes com antiglobulina humana pelo método em tubo, homogeneizar, centrifugar e
fazer a leitura. O resultado deste controle tem que ser positivo (presença de aglutinação), para que o teste seja
válido. Se o resultado do controle for negativo invalida o teste, portanto, deve ser repetido.
 Resultados Positivos: indica a presença de anticorpo irregular (tipo IgG) e/ou fração de complemento na
amostra-teste. Todos os resultados positivos devem ser informados por escrito:
 · Ao médico solicitante (do paciente ou da gestante);
 · Ao doador de sangue, juntamente com os resultados de sorologia;
 · Mulher em idade fértil que, independente do Fator Rh, deve receber esclarecimento para que, em possíveis
gestações, possa informar imediatamente ao médico que vai acompanhar o pré- natal.
 Principais causas de resultados positivos:
 · Transfusões de sangue e/ou hemocomponentes;
 · Gestação .
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TESTE DE ANTIGLOBULINA INDIRETO


(TAI)
 O teste de antiglobulina Indireto (TAI) é utilizado para:
 Pesquisa de Anticorpos Irregulares (P.A.I.) em doadores de sangue e/ou pacientes,
utilizando um conjunto de hemácias comerciais com perfil antigênico conhecido;
 Prova de compatibilidade (prova cruzada) em teste pré- transfusional;
 Titulação de anticorpos tipo IgG;
 Identificação de Anticorpos Irregulares (IAI) utilizando um painel de hemácias com
perfil antigênico conhecido;
 · Fenotipagem de hemácias utilizando anti-soros comerciais com especificidade
definida.

TESTE DE
ANTIGLOBULINA

O esquema , mostra as
hemácias sensibilizadas por
imunoglobulinas IgG e
sendo ligadas pela
antiglobulina humana
promovendo a reação de
aglutinação.
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Fenotipagem dos Sistemas


Rh e Kell
 A fenotipagem dos Sistemas Rh e Kell tem como principio a interação antígeno-
anticorpo visualizada pela reação de aglutinação das hemácias estudadas em
presença dos Anti-soros específicos. Tem como objetivo a pesquisa de antígenos do
sistema Rh e Kell fixados na hemácia pesquisada.
 O uso da fenotipagem na Hemoterapia é muito importante para a escolha do
concentrado de hemácia mais compatível para o paciente quando este apresenta
anticorpos de significado clínico importante. A fenotipagem também caracteriza o
genótipo Rh mais provável dos concentrados usados na clínica hemoterápica.
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PRINCIPAIS SISTEMAS
SANGÜINEOS

Quando um anticorpo
presente não é identificado,
deve-se verificar a
funcionalidade das
hemácias usadas na
realização das provas.
Lembrando que as
hemácias, comerciais ou
preparadas pelo laboratório,
devem ser fenotipadas para
os principais sistemas
sangüíneos (ABO, Rh, Kell,
Duffy, Kidd, Lewis, P, MNS,
Luth e Xg).
Imunogenicidade do
antígeno
D > K > c > E > Fya > Jka

ASPECTOS LABORATORIAIS NO MONITORAMENTO DA


DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM NASCIDO
OU PERINATAL
Anemias hemolíticas são causadas por um aumento da destruição de glóbulos vermelhos. As anemias

hemolíticas podem resultar de diferentes causas, entre elas causas imunológicas decorrentes de

incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Durante a gestação, a exposição a antígenos

eritrocitários fetais herdados do pai pode fazer com que o sistema imune da mãe reconheça-os como

não próprios ao seu organismo, com consequente formação de anticorpos irregulares. Geralmente

trata-se de anticorpos do sistema Rh, mas pode ocorrer com outros sistemas de grupo sanguíneo.

Pode ainda ocorrer incompatibilidade pelos antígenos ABO. Neste caso, mães do grupo sanguíneo O

produzem anticorpos naturais IgG de especificidade anti-AB que podem atravessar a barreira

placentária e recobrir os eritrócitos fetais de grupos sanguíneos A ou B, resultando em destruição

desses eritrócitos fetais antes e depois do nascimento. Essas causas de destruição caracterizam a

Doença hemolítica perinatal.


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HEMOLÍTICA DO
RECÉM NASCIDO
01) Mãe Rh- e Filho Rh+.
02) Mãe Sensibilizada pelo
sangue Rh+ do filho
produzindo anticorpos anti-Rh
(anti-D).
03) Passagem do anti-Rh da
mãe para o feto.
04) Anticorpos da mãe Rh-
(anti-Rh) atacando as
Hemácias (DHPN) .

PACIENTES OBSTÉTRICAS

 Deve-se estabelecer uma rotina para determinação do fator Rh(D) da


gestante; todas as gestantes Rh negativo, D fraco negativo que tenham filhos
Rh D positivo, são candidatas à imunoglobulina Rh - produto comercial que
contém anticorpos Anti-Rh(D);
 A imunoglobulina tem como objetivo retirar da circulação materna hemácias
rh(d) positivas liberadas pelo feto evitando que ocorra imunização e produção
de um aloanti-d podendo causar DHPN na próxima gestação;
 Determinar o fator Rh(D) do pai pode orientar e ajudar na prevenção de uma
aloimunização.

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