Você está na página 1de 32

Microbiologia

Estudo dos organismos exógenos vivos ou não (vírus) capazes de alterar a


homeostase do corpo. De modo geral, são microrganismos invisíveis a olho nu,
capazes de gerar em doenças infecciosas.

Diferença de colônia

 Colônia: grupo de células que podem ser visualizadas sem microscópio;


 Estirpe: linhagem de um microrganismo específico.

Fatores de crescimento

 Químicos: CHONPS, Oligoelementos e fatores orgânicos de crescimento;


 Físicos: Temperatura, Ph e Pressão osmótica.

Micobactérias  bacilos aeróbios (microaeróbios) resistentes a álcool ácido, não


formam endósporos. O nome “mico” significa semelhante ao fungo devido ao
crescimento filamentoso (corda)

 Espécies: M. tuberculosis e M. leprae – Hanseníase;


 Meios de cultura: padrão ouro para identificação;
 Similar as bactérias gram (-): a camada externa de LPS é trocada pelos ácidos
micólicos (camada serosa e resistente a água);
 Ac. Micóticos + Micosídeos: formam o fator corda, encontrados em espécies
virulentas de bacilo de Koch (Tuberculose);
 Dificulta a entrada de antibióticos.

Grupos de Fungos

 Filamentosos: “Bolor” são multinucleados, vivem em Ph elevado e tem


características pulverulentas, aveludadas ou algodonosas.
 Leveduriformes: eucariontes, possuem um único núcleo, com aspecto pastoso
ou cremoso, sendo formada por organismos unicelulares de funções
reprodutivas e vegetativas. Não toleram Ph alcalino.

Bacilos gram negativos (BGN)

 Morfologia: Bacilos isolados, Diplobacilos e Entreptobacilos;


 Gram: negativos, camada fina ’delgada;
 Gram +: Lactobacilos;
 Parede celular: pouco peptideoglicano, membrana externa composta por LPS
(função estrutural e defesa química)
 Divisão: 2 Grupos (fermentadores de glicose e não fermentadores), seguido do
teste de citocromooxidadase para definição (oxidase + ou -);
 Enterobactérias (grupo): A principal é a E. coli.
Cocos gram positivos (CGP)

 Arranjos: Staphylococcus (Cachos), Streptococcus (corrente) e Enterococcus


(corrente);
 Morfologia: Diplococos, estafilo e estrepto;
 Gram: positivo, camada mais espessa ’rígida;
 Parede celular: muito peptideoglicano e possuí ac. teicóico (estabilidade);
 Encontrados: naturalmente na pele e nas mucosas;
 Grande quantidade: podem causar diversas doenças;
 Características: esféricos, assumem aspecto de cachos, são imóveis (não
possuem flagelos) e são anaeróbios facultativos (com ou sem oxigênio)
 Identificação: uma série de testes diferentes, a Catálise diferencia Stafilo. de
Strepto;
 Principal: Staphylococcus Aureaus.

Staphylococcus

 Gêneros: Staphylococcus, Micrococcus, Stomatococcus e Planococcus;


 Gram +: habitam pele e mucosas;
 Grandes quantidades: geram doenças;
 Morfologia: esféricos medem 1 micrômero;
 Imóveis: não possuem flagelo;
 Fimbrias: não possuem esta estrutura de aderência;
 Anaeróbias facultativas: com ou sem oxigênio;
 Infecções comuns: pneumonias, bacteremias, infecções de pele e tecidos
moles, infecções de prótese e meningites;
 Divisão das principais espécies:
- Estafilococcus coagulase + (EPC): S. aureaus
- Estafilococcus coagulase – (ENPC): S. epidermides, S. saprophyticus, S.
haemolyticus e S. hominis.

S. aureaus

 Relacionados a assistência a saúde: resistente a maioria dos antimicrobianos;


 Microbiota natural: pele e mucosas;
 Única espécie: Coagulase + em humanos;
 MRSA: resistentes a Meticilina;
 Cápsula: impede a fagocitose;
 Produz fibrinolisia: dissolve coágulos facilitando a disseminação pelos tecidos;
 Receptores de membrana específicas;
 Possuem toxinas: atuam por diferentes mecanismos (efeitos no organismo);
 Diagnósticos: característica de crescimento, gram, catálise e coagulase,
DNAse, Manitol salgado e teste de Novobiocina.
 Doenças causadas: impetigo, pele escaldada, foliculites, furúnculo, carbúnculo
e síndrome do choque toxico.
Streptococcus

 Família: Streptococcacea;
 Gêneros: Streptococcus e Enterococcus;
 Principais espécies: S. pyogenes, S. agalactiae, S. pneumoniae, S. bovis e do
grupo viridans;
 Catálise: negativa, é analisado os padrões hemolíticos em ágar sangue;
 Sensibilidade: a antimicrobianos;
 Anaeróbios facultativos;
 Produtores de Hemolisina: provocam a lise do eritrócito
 Hemólise:
- Alfa: parcial – S. pneumoniae;
- Beta: total – S. pyogenes; S. agalactiae (Camp test);
- Gama: ausência – Enterococos e viridans.

Exemplo de práticas clínicas


Material: Swab de secreção de ferida em joelho esquerdo no meio Stuart
1. Deve-se analisar os dados como (nome, data e hora de coleta, material),
observar se está no meio correto, tubo e etiquetação.
2. Utilizar meio de cultura: Sangue, Maconkey (BGN) ou Choco.
3. Semeadura: Qualitativa.
4. Armazenar em estufa, em até 72 horas em 36-37 oC.
5. Caso haja crescimento, é preciso analisar características da amostra como
aspecto cor, odor e hemólise.
6. Em seguida realizar a coloração de gram pra identificar de é BGN OU CPG 
CGP+
7. Quando se encontra CGP, realiza-se o teste de Catálise para diferenciar
Stafilo. De Estrepto.  Stafilo. +
8. Em seguida realiza-se o teste de Coagulase ou Dnase (24hrs), caso sejam
positivas  S. aureaus (gera transparência em volta)
9. Para confirmar realiza-se o Manitol salgado: S. aureaus resiste a alta
salinidade e muda a coloração do meio (amarelo)
10. Teste de Novobiocina – S. saprophyticos resiste a novobiocina (não gera halo
de ação do antibiótico), por outro lado o S. epidermides é sensível.

Material: Urina para a realização de cultura bacterina


1. Primeiro avalia-se os dados (nome, data e horário), fraco correto e quantia
suficiente de amostra. Em casos de não conformidade solicita-se uma nova
amostra e passa-se as instruções.
2. Utilizar meio de cultura: Kled, CromoAgar, Sangue ou Maconkey.
3. Semeadura: Quantitativa;
4. Armazenar em Estufa, por 24 horas 36-37 oC.
5. Caso haja crescimento, é preciso analisar as características da colónia como
aspecto, cor, odor e tipo de hemólise (alfa, beta ou gama).
6. Em seguida realiza-se a coloração de gram para ver se se trata de BGN OU
CGP  CGP +
7. Quando se encontra CGP é feito o teste de Catálise  negativa é Strepto.
8. Por fim realiza-se o teste de Coagulase ou Dnase que precisam resultar
negativo, ou seja, não geram reação (coagulação ou transparência ao entorno).
9. Para conclusão análise é observada as formas de hemólise

Estreptococo/
Enterococo

-hemólise β-hemólise -hemólise

BE+/MTS+
Optoquina Bacitracina
Enterococo

R S S BE+/MTS-
R
Outros S. pneumoniae S. pyogenes Grupo D

BE-/MTS-
CAMP
BE/MTS “viridans”
test

(+) (-)
S.agalactiae Outros (aglutinação)
Identificação de BGN Fermentadores de Glicose
Levando em consideração as 2 amostras utilizadas como exemplo no CGP, utilizaria-
se os mesmos meio em caso de BGN, bem como os mesmos meio de cultura e forma
de semeadura (Quali ou Quanti). Dito isso, é feito:
1. Exame macroscópico (análise do aspecto, cor e odor); não hemólise
2. Coloração de Gram: identidicar BGN+ neste caso;
3. Fermentação da Glicose: água peptonada (A fermentação da glicose é
verificado com a alteração da cor para a cor amarela): resultado positivo
4. Teste de Citocromooxidadase: O desenvolvimento de coloração azul em 15
seg indica reação positiva; As enterobactérias (grupo, não define gênero nem
espécie) são oxidase -
5. Identificação a partir da Lactose: Meio Makonkey é seletivo para BGN, e são
diferenciais por conterem a lactose, quando trata-se uma bacteria Lactose
positiva o meio fica rosa
6. Partindo do principio que estamos no grupo da Enterobactérias, fermentadoras
de glicose, oxidase negativa, lactose (positivo ou negativo), faz-se a
Identificação Bioquímica Kit RB

 Tubo EPM (sólido): Ápice - LTD ( verde musgo); Base - Glicose (amarelo), H2S
(cor negra) e Gás (bolhas ou rachaduras)
 Tubo Lisina (líquido): Positiva (quando não muda de cor – permanece roxa),
quando fica amarelo = negativo;
 Tubo MIO (sólido): Motilidade (turvação +); Indol (Halo vermelho +); Ornitina
(positivo quando não muda de cor);
 Tubo Rhamnose (líquido): açucar de metabolismo bacteriano (positivo quando
não muda de cor (Verde), quando muda a cor é negativo (amarelo);
 Tubo Citrato: Algumas bacterias utilizam o Citrato como fonte de Carbono
(Alteração da cor do meio indica positivo: Azul), negativo permanece Verde.

7. Após estes processos aplica-se a Tabela de Resultados (somando-se os


resultados presentes nos tubos e do meio Lactose) para obter gênero e
espécie.

Em casos de BGN não fermentadores de Glicose

1. Exame Macroscópico (Aspecto, cor e odor)


2. Coloração de Gram
3. Análise das vias de metabolismos (Inerte, fermentativa ou oxidativa)
 Fermentativo: processo anaeróbio
 Oxidativo: processo aeróbio
4. Inoculação do isolado em dois tubos OF Glicose
5. Prova de Citocromooxidase
6. Motilidade: sememia em caldo TSB (Turvação indica – positivo)
7. Agar Cetrimide: Inocular o isolado estriando em toda a superfície do ágar
inclinado ou na placa – formação de pigmentos verdes (P. aeruginosa), não
formação (A. baumannii).

Parasitologia – Helmintos

Helmintos (Vermes)  Dividimos em Platelmintos e Nematelmintos

 Platelmintos: Vermes achatados


- Trematódeos: achatados com formato de folha, possui 2 ventosas na parte ventral e
têm tubo digestivo incompleto; Ex. S. mansoni
- Cestódeos: corpo multissegmentado (proglotes), desprovido de tubo digestivo e são
hermafroditas; Ex. T. solium

 Nematelmintos: Vermes cilíndricos, possuem corpo alongado, sexo definido,


tubo digestivo completo e são classificados conforme formato do esôfago; Ex:
A. lumbrecoides.

Características gerais dos Helmintos: causa não só infecções gastrointestinais


como pode gerar problemas sistêmicos, o diagnóstico é feito por meio da visualização
de ovos e larvas com auxílio do microscópio, tratamento utiliza-se de drogas anti-
helmínticas e processos cirúrgicos e a profilaxia está relacionada com conhecimento
do ciclo do parasito e saneamento básico.

- PLATELMINTOS
- ESQUISTOSSOMOSE
1- Como ocorre a transmissão do Schistosoma mansoni?
R. É transmitido por água doce contaminada, através da penetração de larvas do
parasita na pele humana. Os caramujos são hospedeiros intermediários do parasita,
liberando as larvas na água. Uma vez no corpo humano, as larvas migram para o
fígado e intestino, onde se desenvolvem em vermes adultos e se reproduzem,
gerando ovos que serão eliminados nas fezes. A infecção pode causar graves
problemas de saúde, como anemia e distúrbios hepáticos.
Observação: Trata-se de uma doença de países tropicais, no Brasil é uma doença
endêmica, popularmente conhecida como barrida d’água, possui ciclo heteróxeno e
afeta o trato gastrointestinal e pode complicar outros sistemas e tecidos.

2- Explique o ciclo do S. mansoni e as formas adquiridas pelo parasita (verme


adulto, ovo, miracídio, esporocisto e cercária)
R. O ciclo começa quando ovos do parasita são eliminados nas fezes humanas e
chegam à água doce. Na água, os ovos liberam miracídios, que são formas livres do
parasita, capazes de infectar o caramujo que é o hospedeiro intermediário. Dentro do
caramujo, os miracídios se desenvolvem em esporocistos, que por sua vez geram
cercarias. As cercarias são formas infectantes do parasita, que deixam o caramujo e
penetram na pele humana durante o contato com a água contaminada. Uma vez
dentro do corpo humano, as cercarias migram para o fígado e o intestino, onde se
desenvolvem em vermes adultos. Os vermes adultos são hermafroditas e produzem
ovos que são eliminados nas fezes humanas, completando o ciclo de vida. Os ovos
eliminados nas fezes podem infectar outros indivíduos ou, em contato com a água
doce, dar origem a novas formas do parasita.
Em resumo: Verme adulto (nos vasos sanguíneos e no fígado); Ovos (fezes e urina);
Miracídeo (água doce- infectante ao caramujo); Esporocisto (dentro do caramujo);
Cercaria (água doce- infectante ao humano)

3- Por que alguns indivíduos com esquistossomose podem apresentar ascite?


R. Devido ao Desenvolvimento de fibrose hepática e hipertensão portal (aumento
da pressão dentro dos vasos sanguíneos do fígado, geralmente causado por uma
obstrução ou resistência ao fluxo sanguíneo que passa pelo órgão) causadas pela
doença, e consequente acumulação anormal de líquido dentro do abdômen. A
esquistossomose também pode causar danos renais, que podem contribuir para o
desenvolvimento da ascite. A ascite em indivíduos com esquistossomose é um sinal
de complicação da doença e deve ser monitorada por um profissional de saúde.

- CESTÓDEOS
TENÍASE E CISTICERCOSE
4- Quais são as diferenças morfológicas e infectivas da Taenia solium e Taenia
saginata?
1. Tamanho: A Taenia solium < Taenia saginata;
2. Número de proglotes grávidas: A Taenia saginata possui um número maior de
proglotes grávidas (que contêm ovos);
3. Número de ganchos: A Taenia solium possui ganchos no escólex (a cabeça da
tênia) que são mais numerosos;
4. Localização geográfica: A Taenia solium é mais comum em criação de porcos,
enquanto a Taenia saginata é mais comum em áreas onde há criação de gado;
5. Infecção em humanos: A Taenia solium pode causar cisticercose (invadem o
tecido humano e formam cistos, principalmente no cérebro, músculos e olhos),
uma infecção que ocorre quando as larvas da tênia infectam o tecido muscular
humano e formam cistos. A ingestão de ovos de Taenia solium pode levar à
infecção tanto pela forma adulta como pela larval. Já a Taenia saginata não causa
cisticercose, uma vez que as larvas não infectam os seres humanos (porque a
Taenia saginata não forma cisticercos no tecido humano, mas sim no trato
gastrointestinal do hospedeiro intermediário, que no caso é o boi).
Observação: Ambos podem causar infecção pela ingestão de ovos, embora não seja
a forma mais comum de contaminação.

5- Como ocorre a transmissão e ciclo dos parasitas Taenia solium e Taenia


saginata?
R. Tanto a Taenia solium quanto a Taenia saginata têm um ciclo de vida semelhante,
que envolve a infecção de seres humanos como hospedeiros definitivos e animais
como hospedeiros intermediários. A transmissão dessas tênias ocorre quando as
pessoas consomem carne crua ou mal cozida que contém cisticercos, que são as
formas larvais das tênias. Os cisticercos podem se desenvolver em diferentes
órgãos dos animais, como músculos, fígado ou pulmões, e são visíveis a olho nu.
Uma vez ingeridos pelos seres humanos, os cisticercos são liberados e se
transformam em vermes adultos no intestino delgado, onde se fixam à parede
intestinal e começam a se reproduzir. Cada verme adulto pode produzir milhares de
ovos, que são liberados nas fezes e podem contaminar o meio ambiente.

6- Há diferença na enfermidade adquirida quando ocorre a ingestão do


cisticerco e do ovo da T. solium? Se sim, qual?
R. Quando as pessoas ingerem os ovos da Taenia solium, elas podem desenvolver a
teníase, que é uma infecção pelo verme adulto no intestino delgado humano. Os
sintomas mais comuns da teníase incluem diarreia, náusea, dor abdominal e perda de
peso. Por outro lado, quando as pessoas ingerem os cisticercos da Taenia solium,
eles podem se alojar em diferentes tecidos do corpo humano, incluindo músculos,
cérebro e olhos, causando a cisticercose (mais grave). A cisticercose pode levar a
uma ampla variedade de sintomas, dependendo da localização dos cisticercos no
corpo. Alguns sintomas incluem convulsões, dor de cabeça, perda de visão, fraqueza
muscular, confusão e alterações de comportamento.

7- Explique como ocorre a neurocisticercose e como pode ser diagnosticada e


tratada.
R. A Neurocisticercose é uma infecção causada pela presença de cisticercos de
Taenia solium no sistema nervoso central, principalmente no cérebro, podendo causar
uma série de sintomas neurológicos e até mesmo levar à morte. A infecção ocorre
quando os cisticercos são ingeridos e se alojam no cérebro, onde podem causar
inflamação e reação imunológica do organismo, o que leva à formação de lesões no
tecido cerebral.
Sintomas: variam dependendo do local em que os cisticercos se alojaram no cérebro,
e podem incluir convulsões, dores de cabeça, problemas de visão, alterações do
comportamento, entre outros.
Diagnóstico: são feitos exames de imagem (tomografia computadorizada ou
ressonância magnética do cérebro – identificam as lesões causadas pelos cisticercos)
e exames sorológicos (detectam anticorpos específicos contra Taenia solium no
sangue)
Tratamento: o uso de medicamentos antiparasitários (matar cisticercos), corticoides
(reduzir inflamação) e cirurgia (remover os cisticercos e tratar as lesões cerebrais)

HIMENOLEPÍASE
8- Qual é a diferença entre o ciclo monóxeno e heteróxeno de infecção da
Hymenolepis nana?
 Ciclo monoxênico: é o ciclo mais comum e tem início com a ingestão
acidental de ovos do parasita presentes em água ou alimentos contaminados.
Os ovos ingeridos chegam ao intestino, onde eclodem e liberam a oncosfera,
que penetra nas vilosidades do intestino e se desenvolve em larva
cisticercoide, que se fixa na mucosa intestinal. Essa larva se desenvolve em
verme adulto e coloca ovos, que são eliminados nas fezes, dando origem a um
novo ciclo.
 Ciclo heteroxênico: esse ciclo ocorre a partir do desenvolvimento do parasita
dentro do intestino do hospedeiro intermediário, como ratos e pulgas, que
ingerem os ovos liberados no ambiente. O homem adquire a infecção por meio
do contato com esses animais, principalmente, ou pelo consumo de alimentos
ou água contaminados pelas fezes desses hospedeiros, dando início ao ciclo
monoxênico.

HIDATIDOSE
9- Qual é o ciclo biológico da hidatidose?
R. O ciclo biológico da hidatidose envolve dois hospedeiros principais, o hospedeiro
intermediário e o hospedeiro definitivo:
Hospedeiro intermediário (ovos): é geralmente um animal herbívoro, como ovelhas,
cabras e bois, que consome alimentos contaminados com ovos do parasita. Dentro do
hospedeiro intermediário, os ovos se desenvolvem em cistos, principalmente no
fígado e nos pulmões, e esses cistos podem crescer e causar danos aos órgãos e ao
sistema imunológico do animal. Quando um hospedeiro intermediário é abatido e sua
carne é consumida por um hospedeiro definitivo, o ciclo de vida do parasita é
completado.

Hospedeiro definitivo (larvas): é geralmente um animal carnívoro, como cães,


raposas e lobos, que se infecta ao ingerir a carne crua ou mal cozida de um
hospedeiro intermediário infectado. Dentro do hospedeiro definitivo, o parasita cresce
e se reproduz, produzindo ovos que são eliminados nas fezes do animal.
Ser humano: a hidatidose infecta o hospedeiro intermediário, causando o
desenvolvimento de cistos nos órgãos, como o fígado e os pulmões. Os humanos não
são hospedeiros definitivos do parasita e não eliminam ovos nas fezes.

10- Como ocorre a transmissão do Echinococcus granulosus ao homem?


R. Ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos do parasita.
Os ovos podem ser encontrados em fezes de animais infectados, especialmente
cães, que são os hospedeiros definitivos do parasita. Ao ingerir os ovos, pode-se
desenvolver cisticercos, que são a forma larval que se desenvolvem principalmente
no fígado e nos pulmões dos humanos, mas também podem afetar outros órgãos,
como o cérebro e o coração.
Observação: Hidaditose é uma doença zoonótica, ou seja, é transmitida entre
animais e seres humanos. A prevenção envolve o controle da população de cães
infectados, o tratamento de animais domésticos, a higiene pessoal e ambiental, e o
cozimento adequado dos alimentos.

11- Como é realizado o diagnóstico da hidatidose?


R. Pode ser feito com base nos sintomas clínicos do paciente, exames de imagem
(ultrassonografia, tomografia computadorizada e a ressonância magnética), e exames
laboratoriais.
Na ultrassonografia: as lesões hidáticas geralmente aparecem como cistos bem
definidos com conteúdo líquido e uma parede espessa. A TC e a RM podem fornecer
uma imagem mais detalhada das lesões, permitindo determinar o tamanho, a
localização e as características das lesões.
Os exames laboratoriais: podem ajudar a confirmar o diagnóstico da hidatidose e
avaliar a extensão da infecção. O teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent
Assay) pode detectar anticorpos contra o Echinococcus granulosus no sangue do
paciente, indicando a presença de infecção. Também é possível realizar exames
parasitológicos para detectar a presença de cistos e/ou ganchos do parasita em
amostras de líquido aspirado do cisto ou em tecidos infectados.
*Lembrar: na maioria dos casos ocorre a formação do cisto hidático, por esse motivo
homem não libera ovos e diagnóstico é realizado por exames de imagem e
investigação clínica.

- NEMATELMINTOS
ASCARIDÍASE
12- Como ocorre a infecção pelo A. lumbricoides?
R. Ocorre pela ingestão de ovos infectantes presentes no solo contaminado com
fezes humanas contendo ovos do parasita. Os podem permanecer viáveis no solo por
um período de vários anos. Quando as condições ambientais são favoráveis, os ovos
podem se desenvolver em larvas infectantes que penetram no corpo humano por
meio da ingestão de alimentos ou água contaminados.

13- Descreva o ciclo da ascaridíase e explique o que é e como ocorre o ciclo de


Loss.
R. O ciclo inicia com a ingestão dos ovos infectantes do parasita, que estão presentes
no solo contaminado com fezes humanas. No intestino delgado, as larvas eclodem
dos ovos e penetram na parede intestinal, alcançando a corrente sanguínea e
podendo se espalhar para outros órgãos, como o fígado e os pulmões. No pulmão,
as larvas penetram nos alvéolos e migram até a traqueia, onde são engolidas e
retornam ao intestino delgado. No intestino, as larvas se transformam em vermes
adultos, que podem atingir até 30 centímetros de comprimento, vivendo por vários
anos no hospedeiro humano. Os vermes adultos se reproduzem e liberam ovos que
são eliminados nas fezes humanas. Os ovos, então, se desenvolvem em larvas
infectantes no solo, completando o ciclo biológico do parasita.
O ciclo de pulmonar ou ciclo de Loss acontece em alguns parasitas que têm em
seu ciclo de vida a necessidade de maturação das larvas no pulmão. Durante o ciclo
de Loss, o paciente pode apresentar tosse seca, febre e perda de peso, o que define
a síndrome de Loeffler.

*Ciclo de Loss - para lembrar quais parasitas realizam o ciclo de Loss pensar em
NASA.
Necator americanus;
Ancylostoma duodenale;
Strongyloides stercoralis;
Ascaris lumbricoides.

TRICURÍASE
14- Como ocorre o ciclo do Trichuris Trichiura?
R. O ciclo do Trichuris trichiura, popularmente conhecido como "verme do chicote", é
caracterizado por ser direto, ou seja, não requer hospedeiros intermediários. O ciclo
tem início quando ovos do parasita são eliminados nas fezes do hospedeiro infectado.
Quando ingeridos, os ovos eclodem no intestino delgado, liberando larvas que
penetram nas vilosidades intestinais e migram para o ceco e cólon. Lá, as larvas se
fixam na mucosa intestinal e se desenvolvem em vermes adultos, que possuem a
forma de um "chicote" e se alimentam do sangue e nutrientes do hospedeiro. Os
vermes adultos acasalam e a fêmea começa a produzir ovos cerca de dois meses
após a infecção. Os ovos são liberados nas fezes do hospedeiro e o ciclo se
completa.
A infecção por Trichuris trichiura é comum em áreas com más condições de higiene e
saneamento básico, sendo mais prevalente em regiões tropicais e subtropicais. Os
sintomas podem variar de leves a graves, dependendo da intensidade da infecção, e
incluem diarreia, dor abdominal, perda de peso, prolapso retal e anemia.
*Lembrar: parasito tem ação hematófaga então pode gerar anemia; no quadro
clínico pode ser visto o prolapso retal, principalmente em crianças.

ANCILOSTOMÍASE
15- O que difere na infecção por Ancylostoma duodenale e Necator americanus?
R. A Principal Diferença está relacionada à forma como as larvas infectantes
penetram no organismo humano.
 Ancylostoma duodenale: as larvas infectantes penetram no corpo humano
por meio da pele, geralmente através dos pés, ao andar descalço em solo
contaminado.
 Necator americanos: ocorre por meio da ingestão das larvas infectantes, que
estão presentes no solo contaminado e se fixam na parede intestinal do
hospedeiro.
Carga parasitária e sintomas: Ancylostoma duodenale > Necator americanus
O diagnóstico e tratamento de ambos: parasitológico (identificação dos ovos do
parasita) e o uso de medicamentos antiparasitários, como albendazol ou mebendazol.

ESTRONGILOIDÍASE
16- Diferencie o ciclo biológico do Strongyloides stercoralis no solo e no
hospedeiro.
1. Larvas rabditiformes são excretadas nas fezes e no solo.
2. Lá, as larvas rabditiformes podem tornar-se adultos de vida livre ou tornarem-se
larvas filariformes infecciosas que penetram a pele humana.
3. Os vermes adultos se acasalam, e as fêmeas produzem ovos.
4. Larvas rabditiformes eclodem dos ovos.
5. Essas larvas podem se transformar em adultos de vida livre ou em larvas filiformes
infecciosas.
6. As larvas filariformes penetram a pele humana.
7. As larvas migram por várias vias até o intestino delgado, onde se transformam em
adultos.
8. No intestino delgado, as fêmeas adultas produzem ovos.
9. Os ovos eclodem em larvas rabditiformes. A maioria dessas larvas é excretada nas
fezes.
10. Algumas larvas rabditóides tornam-se larvas filariformes no intestino grosso,
penetram na parede intestinal (autoinfecção interna) ou na pele perianal devido à má
higiene larvas rabditóides tornam-se filarióide e penetram novamente (autoinfecção
externa) e seguem o ciclo infeccioso normal.

ENTEROBIOSE
17- Como ocorre a transmissão do Enterobius vermicularis/Oxyurus
vermicularis?
R. A transmissão do Enterobius vermicularis, também conhecido como Oxyurus
vermicularis, ocorre pela ingestão de ovos infectantes presentes em alimentos
contaminados, água ou objetos pessoais (como roupas de cama, toalhas e escovas
de dentes) de indivíduos infectados. Os ovos eclodem no intestino delgado, liberando
larvas que amadurecem em vermes adultos no intestino grosso. As fêmeas adultas se
movem para a região perianal durante a noite para depositar seus ovos, o que pode
causar coceira e irritação. O indivíduo infectado pode acidentalmente coçar a região
perianal e transferir os ovos para suas mãos ou outras superfícies, o que perpetua o
ciclo de transmissão.
*Lembrar: o exame de fezes não é eficaz para esse parasita. Exame mais indicado é
o da fita adesiva / método de Graham

HEMATOLOGIA

1. Assinale a alternativa correta. Qual o nome dado às alterações morfológicas


das hemácias?

a) Anisocitose. (alteração no volume e tamanho)

b) Poiquilocitose. (alteração na forma incluí a Anisocitose)

c) Trombocitopoese.

d) Talassemia.

1. Assinale a alternativa que corresponde a imagem abaixo. imagem


a) 1-Esquizócito,2-Drepanócito,3-Estomatócito,4-Equinócito,5-Eliptócito,6-
Acantocito,7 -Rouleaux,8-Codócito,9-Dacriócito,10-Esferócito.
b) 1-Estomatócito,2-Drepanócito,3-Esquizócito,4-Acantocito,5-Eliptócito,6-
Equinócito,7-Rouleaux,8-Codócito,9-Dacriócito,10-Esferócito.
c) 1-Esquizócito,2-Drepanócito,3-Estomatócito,4-Acantocito,5-Ovalácito,6-
Equinócito,7-Rouleaux,8-Codócito,9-Dacriócito,10-Esferócito.
d) 1-Esquizócito,2-Dacriócito,3-Estomatócito,4-Acantocito,5-Ovalácito,6-
Equinócito,7-Rouleaux,8-Codócito,9-Drepanócito,10-Esferócito.

2. É correto afirmar que a vitamina B12 e o ácido fólico são importantes na


proliferação, divisão e multiplicação dos eritrócitos.

- Verdadeiro

- Falso
Vitamina B12 + Ac. fólico  associados a proliferação celular (Síntese de DNA)
Vitamina B6 + Ferro  Maturação celular (sintetizam hemoglobina)

3. Assinale a alternativa correta.


a) O valor de referência do VCM é de 85 a 305. (80 e 100 Fl)
b) O valor de referência do Hematócrito é de 39,9 a 100. (40 a 45%)
c) O valor de referência da Hemoglobina é de 11,5 a 14,9. (abaixo de 6
é incompatível com a vida)
d) O valor de referência do RDW é de 150 a 450. (11,5% e 14,5%)
4. Assinale a aternativa correta.
a) Eritropoese consiste no processo de produção e maturação das células
brancas. (células vermelhas)
b) A Granulopoiese consiste no processo de formação de plaquetas.
(granulócito – leucócitos)
c) A Trombopoiese consiste no processo de maturação das hemácias.
(plaquetas)
d) A Hematopoese consiste na formação de células sanguíneas.

5. Quando ocorre o fenômeno denominado Rouleaux?


a) Ocorre quando a PPT está aumentada. (Tempo de Tromboplastina
Parcial". É um teste de coagulação do sangue que avalia a via
intrínseca da coagulação, que envolve a ativação de fatores de
coagulação presentes no próprio sangue) Proteína alta (IGG, IGM e
IGA - Processos infecciosos)
b) Ocorre quando o esfregaço é feito de forma inadequada. (dificulta a
avaliação)
c) Ocorre quando a hemoglobina está aumentada. (Quando as hemácias
se aglutinam)
d) Ocorre apenas em esfregaços de recém nascidos. (Não é exclusivo)
Observação: A principal causa do fenômeno de Rouleaux é o aumento na
concentração de proteínas plasmáticas, especialmente as globulinas, que fazem com
que as hemácias se aglutinem e se empilhem. Esse aumento na concentração de
proteínas pode ocorrer em várias condições, como inflamações, infecções, mieloma
múltiplo, entre outras.

6. Descreva a diferença entre Anemia verdadeira e Anemia relativa.

 Anemia verdadeira: redução da massa eritrocitária, ou seja, do volume total de


hemácias no organismo;

 Anemia relativa ou por diluição: aumento do volume plasmático, sem


correspondente aumento das hemácias (gravidez).

7. Assinale Verdadeiro ou Falso em relação a Anemia Hemolítica.


(F) Ocorre quando a sobrevida do eritrócito é diminuída. (Às vezes pode ser por conta
de microrganismos)
(V) Geralmente acompanha com a elevação de bilirrubina não conjugada (indireta) no
soro.
(F) Geralmente acompanha com a elevação da bilirrubina urinária.
(V) Na esferocitose hereditária a hemólise é predominantemente extravascular.
8. Relativo às alterações das hemácias, explique os termos abaixo:
a) Microcitose: VCM baixo, eritrócitos anormalmente pequenos no
sangue.
b) Macrocitose: VCM alto, glóbulos vermelhos anormalmente grandes no
sangue.
c) Hipocromia: Hemoglobina baixa, glóbulos vermelhos com baixo teor de
hemoglobina no sangue.
d) Normocromia: Parâmetros normais, glóbulos vermelhos com uma
quantidade normal de hemoglobina no sangue.
e) Hipercromia: Hemoglobina alta, glóbulos vermelhos com um alto teor
de hemoglobina no sangue.
 Anemia microcítica e hipocrômica: VCM, HCM e CHCM diminuídos;

 Anemia macrocitica normocrômica: VCM aumentado;

 Anemia normocítica e normocrômica: Índices normais

9. O Hemograma é composto de vários parâmetros, dentre eles há os


índices hematimétricos que são:
a) Índices que avaliam indiretamente os eritrócitos quanto ao volume
e ao conteúdo da hemoglobina.
b) índices que avaliam as características das plaquetas.
c) índices que avaliam apenas o RDW e a série branca.
d) índices que avaliam indiretamente os leucócitos quanto a suas
características e granulação.

10. Qual a ordem correta da coleta dos tubos?


a) Citrato de sódio, tubo seco/ gel separador com ativador de coágulo,
heparina, EDTA, fluoreto de sódio, hemocultura;
b) Hemocultura, fluoreto de sódio, tubo seco/ gel separador com ativador
de coágulo, EDTA, citrato de sódio;
c) EDTA, heparina, citrato de sódio, fluoreto de sódio e ubo seco/ gel
separador com ativador de coágulo;
d) Hemocultura, citrato de sódio, tubo seco/ gel separador com
ativador de coágulo, heparina, EDTA, fluoreto de sódio;
Observação: a cultura é geralmente a primeira técnica utilizada em amostras
biológicas em um laboratório para evitar a contaminação de outras amostras e
minimizar a chance de resultados falso-positivos.

11. Descreva o processo de Eritropoese, compreende os processos de


reprodução e amadurecimento da linhagem vermelha.

 Reprodução: proliferação celular, Proeritroblasto, Eritoblasto basofilico,


Eitroblasto policromático.
 Maturação: Perda do núcleo (material genético), Eritroblasto ortocromático,
reticulócito, eritrócito.

ESTUDO DIRIGIDO DA PROF

1 - Defina o que é sangue e seus principais componentes.


R. O sangue é um tecido fluido circulante, formado por uma fase sólida de células
diferenciadas e por uma fase líquida denominada plasma. Os principais componentes
do sangue incluem:

 Glóbulos vermelhos ou eritrócitos (45%): transportam oxigênio dos pulmões


para os tecidos do corpo e dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões.

 Glóbulos brancos ou leucócitos (1%): células do sistema imunológico que


protegem o corpo contra infecções e doenças.

 Plaquetas ou trombócitos: células que ajudam a coagular o sangue para


prevenir sangramento excessivo.

 Plasma (54%): composta principalmente por água, proteínas, eletrólitos,


hormônios e nutrientes. O plasma transporta os componentes do sangue.

2 - Sabe-se que o processo de hematopoese é essencial para manutenção das


células sanguíneas. Sobre esse processo:
a. Descreva o processo de hematopoese, suas células envolvidas e seus
estímulos.

R. A hematopoese (produção, diferenciação e maturação) é um processo complexo


que envolve a regulação cuidadosa das células tronco hematopoiéticas (células
precursoras) e a produção coordenada de diferentes linhagens de células
sanguíneas. A atividade da hematopoese é regulada por fatores, incluindo citocinas,
hormônios (ex: Eritropoetina) e sinais do ambiente local da medula óssea. A partir das
células tronco, a hematopoese segue diferentes vias para produzir as diferentes
linhagens de células sanguíneas. Em resumo, as células progenitoras linfoides dão
origem aos linfócitos, que são células envolvidas na resposta imune. As células
progenitoras mieloides dão origem aos eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
Eritroblastos: células precursoras dos eritrócitos, passam por uma série de
transformações para se tornarem células maduras, como a perda do núcleo e a
síntese de hemoglobina.
Leucócitos: incluem várias subpopulações, como os neutrófilos, eosinófilos, basófilos,
monócitos e linfócitos. Cada uma dessas subpopulações tem uma função específica
no sistema imunológico.
Plaquetas: são fragmentos citoplasmáticos de células megacariocíticas e têm um
papel importante na coagulação do sangue. Elas são produzidas a partir de células
progenitoras megacariocíticas, que passam por um processo de diferenciação e
fragmentação para produzir as plaquetas.

Observação: Hipóxia Renal  Produção de Eritropoetina

b. Identifique as fases da hematopoese.

 Fase de proliferação ou expansão celular: as células tronco hematopoiéticas


se dividem para formar uma população de células progenitoras mieloides e
linfoides
 Fase de maturação ou diferenciação: as células progenitoras mieloides e
linfoides passam por um processo de diferenciação em células sanguíneas
maduras, como os eritrócitos, leucócitos e plaquetas (adquirem características
morfológicas e funcionais específicas)
 Fase de liberação ou egresso: as células sanguíneas maduras são liberadas
da medula óssea para a corrente sanguínea e distribuídas pelo corpo (funções
específicas).

1. Fase pré-hepática (primeiras semanas): ocorre nas ilhotas sanguíneas na


parede do saco vitelínico e no fígado fetal.
2. Fase hepatoesplênica (sexto mês): produção de células sanguíneas no
fígado e no baço.
3. Fase esplenomieloide (nascimento): na medula óssea e resquícios no fígado
e baço.
4. Fase mieloide (adulto produção de células sanguíneas na medula óssea.

c. Descreva as fases da eritropoese, suas células e seus estímulos.


R. Igual a 12 do estudo da Monitora. As hemácias se originam na medula óssea
pela maturação do eritoblasto, sendo a eritropoetina um fator de crescimento
essencial durante este processo. BFU-E  CFU-E  Pró eritoblasto  Eritoblasto
basofílico (intensa basofilia devido à grande quantia de RNA)  Eritoblasto
policromático  Eritoblasto ortocromático (sofre enucleação)  Reticulócito (ainda
contém RNA podendo realizar síntese proteica, possui volume de 20% a mais que a
hemácia, basofilico, pode ser sequestrado pelo baço)  Hemácia (perde o RNA, é
incapaz de sintetizar hemoglobina, meia vida de 120 dias)
Observações: alteração morfológica (tamanho), nuclear e reticulócito.

d. O que são reticulócitos?


R. São células imaturas da série vermelha, que se originam da eritropoese na medula
óssea. São assim chamados porque apresentam um retículo de RNA residual em
seu citoplasma, que pode ser visualizado com coloração especial no microscópio
óptico. São produzidos a partir dos pronormoblastos, passando pelas mesmas fases
da eritropoese, exceto que eles são células imaturas que ainda retêm um pouco de
RNA e outras organelas. Os reticulócitos possuem uma sobrevida muito curta na
circulação (1 a 2 dias), antes de se transformarem em eritrócitos maduros.

 Reticulócitos elevados: indicam um aumento na taxa de eritropoese;


 Reticulócitos baixos: disfunção medular ou uma condição que reduz a
produção de eritrócitos.
Observação: A contagem de reticulócitos também é útil no monitoramento da
resposta ao tratamento de condições que afetam a produção de eritrócitos, como
anemia ferropriva, anemia falciforme e outras formas de anemia.

3. O que são índices hematimétricos e quais suas possíveis interpretações?


R. Os índices hematimétricos são parâmetros que fornecem informações sobre o
tamanho e conteúdo de hemoglobina das hemácias presentes no sangue, e são
utilizados para ajudar no diagnóstico e monitoramento de diversas doenças. Os
principais índices hematimétricos são:

1. Volume corpuscular médio (VCM): É a medida do tamanho médio das


hemácias. É calculado pela divisão do hematócrito pelo número de hemácias e
expresso em femtolitros (fL). Valores elevados indicam a presença de
hemácias maiores que o normal (macrocitose), enquanto valores baixos
indicam hemácias menores que o normal (microcitose).
2. Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): É a medida da
concentração média de hemoglobina dentro das hemácias. É calculado
pela divisão da concentração de hemoglobina pelo hematócrito e expresso em
gramas por decilitro (g/dL). Valores elevados indicam que as hemácias têm
mais hemoglobina do que o normal (hipercromia), enquanto valores baixos
indicam que as hemácias têm menos hemoglobina do que o normal
(hipocromia).
3. Hemoglobina corpuscular média (HCM): É a medida da quantidade de
hemoglobina presente em cada hemácia. É calculado pela divisão da
concentração de hemoglobina pelo número de hemácias e expresso em
picogramas (pg). Valores elevados indicam que cada hemácia contém mais
hemoglobina do que o normal (hipercromia), enquanto valores baixos indicam
que cada hemácia contém menos hemoglobina do que o normal (hipocromia).

Com base nesses índices hematimétricos, é possível realizar algumas interpretações,


tais como:
 Anemia ferropriva: Os índices hematimétricos apresentam-se diminuídos,
com VCM, HCM e CHCM baixos;
 Anemia megaloblástica ou perniciosa (deficiência de B12): O VCM encontra-
se elevado;
 Anemia falciforme: O VCM pode estar elevado ou normal, enquanto a CHCM
está diminuída;
 Talassemia: O VCM encontra-se diminuído.

4. O que define uma anemia? Quais são anemias carenciais? Qual a importância
do Ferro e da Vit B12?
R. Uma anemia é definida como uma diminuição na quantidade de hemoglobina
presente no sangue, resultando em uma redução na capacidade de transporte de
oxigênio pelo organismo. A hemoglobina é a proteína presente nas hemácias
responsável por se ligar ao oxigênio e transportá-lo para os tecidos.
As anemias carenciais são aquelas causadas por uma deficiência nutricional de
determinados nutrientes essenciais para a produção de hemácias, tais como o ferro,
a vitamina B12 e o ácido fólico. Dentre elas, as mais comuns são:
 Anemia ferropriva: causada pela deficiência de ferro. É a forma mais comum
de anemia em todo o mundo, principalmente em crianças e mulheres em idade
fértil. A deficiência de ferro pode ocorrer devido a uma ingestão insuficiente
desse mineral, má absorção intestinal, perda sanguínea crônica, entre outros
fatores.
 Anemia megaloblástica: causada pela deficiência de vitamina B12 ou ácido
fólico. A vitamina B12 e o ácido fólico são importantes para a produção de
DNA, e uma deficiência dessas vitaminas pode levar a uma alteração no
processo de divisão celular, resultando em hemácias maiores e imaturas
(megaloblásticas). Essa forma de anemia pode ocorrer devido a uma ingestão
insuficiente dessas vitaminas, má absorção intestinal ou outras causas menos
comuns.
 Ferro: é essencial para a produção de hemoglobina e, portanto, para a
produção de hemácias. Ele é necessário para a síntese da hemoglobina e
outras proteínas que compõem as hemácias. A deficiência de ferro pode levar
à redução da produção de hemácias e, consequentemente, à anemia.
 Vitamina B12: é importante para a produção de DNA e para o correto
funcionamento das células do sangue. A deficiência de vitamina B12 pode
levar a uma anemia megaloblástica e outras complicações neurológicas.

Observação: O tratamento inclui uso de Medicamentos (suplementação), Transfusão


sanguínea ou Transplante da medula, a variar conforme a gravidade da doença.

5. Sabe-se que algumas anemias podem ser determinadas como


hemoglobinopatias.
a) Defina e classifique as hemoglobinopatias.
As hemoglobinopatias são doenças genéticas que afetam a hemoglobina, a proteína
responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Existem dois tipos principais de
hemoglobinopatias: as talassemias e as variantes anormais da hemoglobina.
Talassemias: são um grupo de doenças genéticas que afetam a produção das
cadeias de globina (redução), as subunidades que compõem a hemoglobina.
Existem dois tipos principais de talassemia a alfa-talassemia e a beta-talassemia.
 Alfa-talassemia: há uma redução na produção das cadeias alfa da
hemoglobina. 4 genes  Cromossomo 16
 Beta-talassemia: há uma redução na produção das cadeias beta. Dependendo
da gravidade da deficiência, a talassemia pode levar a uma anemia hemolítica
grave. 2 genes  Cromossomo 11

As variantes anormais da hemoglobina: são mutações que afetam a estrutura ou a


produção da hemoglobina. A forma mais comum de variante anormal da hemoglobina
é a anemia falciforme, que é causada por uma mutação na cadeia beta da
hemoglobina.
 Na anemia falciforme, as hemácias assumem uma forma anormal em
condições de baixa oxigenação, o que leva a sintomas como anemia
hemolítica, dores ósseas e crises vaso-oclusivas.

HbAS – traço falciforme


 Outras variantes anormais da hemoglobina incluem a hemoglobina C
(Presença de HBC em homozigose), a presença dessas variantes pode levar
a anemia leve ou moderada e não é tão grave quanto a anemia falciforme.
Observação: As hemoglobinopatias são mais comuns em áreas com alta prevalência
de malária, pois a presença dessas mutações pode conferir alguma proteção contra a
doença. O diagnóstico das é feito através de testes genéticos e exames de sangue, e
o tratamento depende do tipo e da gravidade da doença.
HBSS: Anemia Falciforme; HBS-Btal: interação; HBS-HBC: interação; HBAS: Traço
falciforme (portador); HBC (Homozigoto)  Hemoglobinopatia C ...

b) Qual a diferença entre anemia falciforme, hemoglobinopatia C e as


talassemias? Por qual motivo são causadas? Quais os principais genótipos?
A anemia falciforme, a hemoglobinopatia C e as talassemias são diferentes tipos de
hemoglobinopatias, causadas por mutações nos genes responsáveis pela produção
da hemoglobina.
A anemia falciforme: é causada por uma mutação no gene da cadeia beta (Ac.
glutâmico  Valina = Hemoglobina S) da hemoglobina, resultando na produção da
hemoglobina S. A hemoglobina S tende a se agrupar e formar estruturas rígidas
quando o nível de oxigênio no sangue é baixo, o que leva as hemácias a assumirem
uma forma de foice (falciforme) e a se romperem facilmente, causando anemia
hemolítica. Os principais genótipos foram citados na questão anterior da anemia
falciforme são HbSS, HbSβtal, HBSC e HBAS.
A hemoglobinopatia C: é causada por uma mutação no gene da cadeia beta (Ac.
glutâmico  Lisina = Hemoglobina C) da hemoglobina, resultando na produção da
hemoglobina C. A hemoglobina C não é tão instável quanto a hemoglobina S, mas
ainda assim pode formar cristais em condições de baixa oxigenação, levando a uma
anemia leve a moderada. O principal genótipo da hemoglobinopatia C é HbAC
(heterozigoto para a hemoglobina A e C) HBCC (apresenta a doença) e a HBSC (tem
interação menos amena que a HBSS).
As talassemias: são causadas por mutações nos genes das cadeias alfa e beta da
hemoglobina, resultando na produção de quantidades reduzidas ou ausentes de uma
ou mais cadeias. Na talassemia alfa, há uma redução ou ausência na produção das
cadeias alfa, enquanto na talassemia beta, há uma redução ou ausência na produção
das cadeias beta. A talassemia pode levar a uma anemia hemolítica grave,
dependendo da gravidade da deficiência. Os principais genótipos da talassemia
incluem HbAA (homozigoto normal), HbAS (heterozigoto para a hemoglobina S),
HbAC (heterozigoto para a hemoglobina A e C), HbSS (homozigoto para a
hemoglobina S), HbSC (heterozigoto composto para a hemoglobina S e C) e vários
outros genótipos associados à talassemia.

CITOPATOLOGIA

1. Quais as funções do sistema urinário?

R. Eliminação de resíduos do corpo, regulação do equilíbrio hídrico, regulação do


equilíbrio eletrolítico, regulação do ph sanguíneo, excreção de resíduos metabólicos,
regulação da pressão sanguínea e produção de hormônios (Ex. Eritropoetina – produção
das células sanguíneas).

2. Quais as estruturas que compõem o sistema urinário?

R. É composto pelos rins (responsáveis por filtrar o sangue, remover resíduos e excesso
de líquido do corpo e produzir urina), Ureteres (transporta urina dos rins pra bexiga),
Bexiga (armazena a urina), e Uretra (transporta a urina da bexiga para fora do corpo).

3. Por que as mulheres são mais acometidas por infecções do trato urinário?

R. Anatomicamente, a uretra feminina é mais curta do que a masculina, permitindo que as


bactérias que causam as ITUs entrem mais facilmente no trato urinário. Além disso, a
uretra feminina está localizada mais próxima do ânus, onde as bactérias normalmente
habitam, aumentando ainda mais o risco de infecção.

4. Quais são as vantagens da urina como amostra biológica?

R. A Urina é uma amostra biológica facilmente acessível e não invasiva, o que significa
que pode ser coletada sem a necessidade de procedimentos dolorosos ou invasivos.
Algumas das vantagens da urina como amostra biológica incluem: Facilidade na coleta,
Baixo risco de contaminação, Informações valiosas, Acesso a informação sobre o sistema
renal, não invasiva e com bom Custo benefício.

5. Quais são os tipos de exame de urina?

a-) EAS (Elementos Anormais e Sedimentos): avalia a cor, odor, densidade, pH, presença
de proteínas, glicose, células sanguíneas, células epiteliais, bactérias e cristais na urina.

b-) Urocultura: identificar a presença de bactérias na urina, indicando uma possível


infecção do trato urinário.

d-) Urina 24 HRS: avaliar a função renal, já que permite avaliar a taxa de filtração
glomerular (TFG), que é a taxa na qual os rins estão filtrando o sangue e eliminando os
resíduos metabólicos do corpo. Além disso, o exame de urina de 24 horas também pode
ser usado para detectar a presença de proteínas, açúcares ou outros compostos na urina
que possam indicar uma disfunção renal ou outros problemas de saúde.

6. Explique as características do frasco de coleta de urina.

R. As principais características deste frasco são:

1. Capacidade: 50 a 100 ml de urina, dependendo do tipo de exame a ser realizado.

2. Material: O frasco pode ser feito de plástico ou vidro, sendo o plástico o mais
comum.

3. Tampas: geralmente são rosqueáveis e possuem uma vedação hermética.

4. Identificação: identificado com o nome, data e hora da coleta.

5. Instruções de uso: deve vir acompanhado de instruções claras sobre como coletar
e armazenar a amostra, além de recomendações sobre higiene e cuidados para
evitar contaminações.

6. Esterilidade: O frasco deve ser estéril, ou seja, livre de microrganismos.

7. Explique os tipos de amostra de urina.

a-) Aleatória: é aquela obtida em qualquer momento do dia, sem seguir nenhum protocolo
específico de preparação ou coleta. Essa amostra pode variar muito em sua composição,
dependendo do que foi consumido e excretado recentemente. Geralmente é solicitada em
casos de emergência.

b-) Primeira do dia: antes de ingerir qualquer líquido. Esta amostra é considerada a mais
concentrada e é adequada para testes que requerem alta sensibilidade, como testes de
gravidez ou testes de drogas. A urina coletada pela manhã é mais concentrada devido ao
período prolongado de sono e abstinência de líquidos, o que resulta em maior
concentração de substâncias, como hormônios e metabólitos.

c-) Segunda do dia: geralmente, após uma ingestão normal de líquidos e alimentos. Essa
amostra pode fornecer uma medida mais precisa da função renal e pode ser útil para
monitorar condições médicas crônicas, como diabetes e doença renal crônica.
8. Explique cada tipo de coleta do exame de urina.

a-) Jato médio com assepsia: realizada em um ambiente limpo e estéril, onde o paciente
é orientado a urinar em um recipiente coletor após a limpeza cuidadosa da área genital. É
utilizada para diagnóstico de infecções do trato urinário, pois a urina coletada é menos
provável de estar contaminada por bactérias que não são da região urinária.

b-) Com saco coletor: técnica menos invasiva, na qual o saco é fixado na área genital do
paciente. Essa técnica é frequentemente utilizada em pacientes com incontinência
urinária ou em crianças pequenas, pois é menos desconfortável e invasiva que outros
métodos de coleta. No entanto, a coleta com saco pode apresentar maior chance de
contaminação por bactérias que não são da região urinária, o que pode afetar a
interpretação dos resultados.

c-) Punção supra púbica: método mais invasivo de coleta de urina, onde uma agulha é
inserida através da pele do abdômen e da bexiga, para coletar uma amostra diretamente
da bexiga. Essa técnica é frequentemente utilizada quando a coleta por outros métodos
não é possível ou não produz resultados confiáveis. No entanto, a punção suprapúbica é
mais invasiva e pode apresentar maior risco de complicações, como infecções ou
sangramento.

9. Descreva as orientações para coleta de urina de jato médio para pacientes


mulheres e homens.

Homens: Identificar o fraco com nome data e horário; Lavar as mãos com água e sabão;
Retrair o prepúcio para expor o meato uretral; Lavar a glande com água e sabão
começando pelo meato uretral; Enxaguar com uso de gaze ou toalha a partir do meato;
Com uma das mão manter o prepúcio retraído; Com a outra mão segurar o frasco
destampado; Iniciar a micção desprezando o primeiro jato no vaso; Coletar a urina jato
médio 1-3 ou 1-2 do frasco; Despreza o restante no vaso; Fecha o frasco e encaminha o
material em até 2 horas para o laboratório (local fresco e ao abrigo da luz)

Mulheres: Identificar o frasco; Lavar as mãos; Fazer a higiene da região genital com água
e sabão sempre no sentido da frente para trás (é importante que todo resíduo de pomada,
pós e cremes seja retirado); Enxugar com gaze ou toalha sempre no sentido de frente para
trás; Separar os grandes lábios e limpar os meatos urinário e a região ao redor da uretra;
Com uma mão manter os grandes lábios separados; Com a outra segurar o frasco
separado; Inicia a micção desprezando o primeiro jato; Coleta a urina; despreza o restante;
Fecha o frasco e encaminha a amostra. É importante evitar coleta no período
menstrual.

10. Qual é o método de conservação da amostra de urina?

R. O método de conservação é a refrigeração. Porém, a amostra nunca deve ser


congelada. O transporte deve ser feito com cuidado e a amostra deve ser analisada em
até 2 horas.

11. Explique quais alterações aparecem na urina não conservada.


R. A Alterações no Ph (eleva), glicose, bilirrubina, eritrócitos e leucócitos. Isso tudo porque
há alterações de metabolismo, oxidação e lise celular. Além disso, a urina geralmente
sofre por decomposição química, sedimentação e é propensa a crescimento de bactérias.

12. Explique cada parâmetro do exame físico da urina, enfatizando as possíveis


alterações (volume, aspecto, cor, odor e densidade).

a-) Volume (Normal: 700 a 2000ml); (Anúria é supressão: <100ml em 24 hrs); (Oligúria é
diminuição: 100 a 500ml); (Poliúria: >2500ml).

b-) Aspecto (Normal- límpido); (Turvação não patológica: desidratação, excesso de


proteína, medicação e estresse); (Turvação patológica: infecção, sangue, inflamação e
cálculos renais)

c-) Cor (Normal: amarelo citrino); (Laranja- medicamentos); Rosa e Avermelhada (células
sanguíneas); Vermelha (Sangue); Verde (Bilirrubina ou azul de metileno); Azul (azul de
metileno); Marrom (Bilirrubina ou células sanguíneas).

d-) Odor (Normal: Sui generis); (Amoniacal: bactérias uréase positivas); (Adocicado ou
frutado: corpos cetônicos); (Fétido ou Pútrido: ITU)

e-) Densidade (Normal: 1015 a 1030); (Valores diminuídos: hidratação excessiva);


(Valores aumentados: desidratação)

EXAME QUÍMICO E SEDIMENTOSCOPIA DA URINA

1. Quais são os critérios de aceitabilidade da amostra de urina para análise.

R. Identificação da amostra (nome, data e hora coletada corretas), integridade da amostra


(ausência de contaminação), volume adequado, coleta em frasco adequado, tempo de
entrega, informação clínica, conservada e abstinência de medicamento (a depender dos
exames).

2. Descreva o procedimento (técnica) do exame químico com tiras reagentes.

R. O exame químico com tiras reagentes, também conhecido como urinálise é um teste
simples e rápido que é amplamente utilizado na prática clínica para avaliar a presença de
substâncias químicas na urina. O procedimento é realizado através: Coleta da amostra de
urina; Preparação das tiras reagentes; Imersão da tira reagente na amostra de urina;
Retirada do excesso de urina; aguarda 1 a 2 min e realiza a Observação das mudanças de
cor na tira e Interpretação dos resultados.

3. Quais as vantagens e desvantagens do uso das tiras reagentes no exame químico


da urina?

Vantagens: Rapidez, simplicidade, baixo custo e detecção de múltiplos parâmetros (como


glicose, proteínas, hemoglobina, densidade, pH, etc).
Desvantagens: Limitações na sensibilidade e especificidade, interferências externas,
limitação na detecção de algumas substâncias e dificuldade na interpretação.

4. Qual o significado clínico do pH urinário?

R. O pH urinário está relacionado à sua capacidade de refletir o estado metabólico do


paciente e de auxiliar no diagnóstico de: Cálculos renais, ITU, Acidose metabólica,
Alcalose metabólica e Distúrbios renais.

5. As causas de proteinúria podem ser variadas e por isso são agrupadas em três
categorias: pré-renal, renal e pós renal. Explique detalhadamente cada tipo.

Proteinúria pré-renal: ocorre quando há um aumento da quantidade de proteínas na urina


devido a uma causa externa ao rim. Geralmente em infecção e inflamação.

Proteinúria renal: ocorre quando há um problema no rim (lesões) que impede que as
proteínas sejam adequadamente filtradas e retidas no organismo. Algumas das causas
mais comuns incluem: nefropatia, glomerulopatias, lesão renal aguda ou doença renal
crônica.

Proteinúria pós-renal: ocorre quando a causa da proteinúria está localizada após o rim,
em algum lugar do trato urinário inferior. Algumas das causas mais comuns incluem:
infecção do trato urinário ou cálculos renais.

6. Explique as situações em que é comum aparecer glicose na urina.

R. Diabetes mellitus descompensada, Gestação (diabetes gestacional), Uso de certos


medicamentos, Síndrome de Fanconi, Hipertireoidismo e pós prandial.

7. Qual o significado clínico de cetonuria?

R. Pode indicar que o corpo está metabolizando gorduras em vez de glicose para produzir
energia. Isso pode ocorrer em várias condições, incluindo: Diabetes mellitus, jejum
prolongado, dieta com restrição severa de carboidratos e Alcoolismo.

8. Explique a diferença a olha nu entre hematúria e hemoglobinúria.

Hematúria: é caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos na urina e pode indicar a


presença de uma lesão no trato urinário, causa TURVAÇÃO DA AMOSTRA.

Hemoglobinúria: é caracterizada pela presença de hemoglobina livre na urina, o que


pode indicar a destruição de glóbulos vermelhos no sangue, como ocorre em algumas
doenças hemolíticas, a urina fica LÍMPIDA.

Observação: Confirmação necessária em Sedimentoscopia: Microscópio (Padrão ouro)

9. Descreva o processo de produção de bilirrubina pelo organismo.


R. A Bilirrubina é um pigmento amarelado produzido pelo organismo a partir da quebra dos
glóbulos vermelhos envelhecidos ou danificados. O processo de produção de bilirrubina
ocorre principalmente no fígado e envolve várias etapas:

1. Quebra dos glóbulos vermelhos: os glóbulos vermelhos envelhecidos ou


danificados são destruídos pelos macrófagos presentes no baço, fígado e medula
óssea.

2. Formação da biliverdina: a hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos é


quebrada em heme e globina. A heme é convertida em biliverdina pela ação da
enzima heme oxigenase.

3. Formação da bilirrubina: a biliverdina é então convertida em bilirrubina pela ação


da enzima biliverdina redutase.

4. Ligação à albumina: a bilirrubina não é solúvel em água e precisa ser transportada


no sangue ligada à proteína albumina.

5. Processo de conjugação: no fígado, a bilirrubina é processada por enzimas e se


liga a outras substâncias (como ácido glicurônico), tornando-se solúvel em água e
podendo ser eliminada pela bile.

6. Eliminação: a bilirrubina conjugada é eliminada na bile, que é armazenada na


vesícula biliar e liberada no intestino delgado para ajudar na digestão de
gorduras. Parte da bilirrubina é excretada nas fezes, enquanto outra parte é
absorvida novamente no intestino e eliminada na urina.

O processo de produção de bilirrubina é essencial para a eliminação de células


sanguíneas danificadas e a manutenção do equilíbrio do organismo. Alterações neste
processo podem levar a acúmulo de bilirrubina no sangue, causando icterícia e outros
problemas de saúde.

10. Qual a importância clínica da bilirrubinúria?

R. Ela pode ser um sinal de alerta para condições médicas graves, como doenças
hepáticas (hepatite, cirrose, doença hepática alcoólica) e obstrução do trato biliar
(cálculos biliares, tumores ou inflamação da vesícula biliar).

11. Descreva uma razão para o aumento de urobilinogênio urinário e uma razão para
sua diminuição.

R. O aumento de urobilinogênio (pigmento da urina): indica um aumento na produção de


bilirrubina, o que pode estar relacionado a doenças hepáticas ou hemolíticas. Por
outro lado, a diminuição de urobilinogênio urinário pode ser um sinal de obstrução biliar,
que impede que a bilirrubina seja eliminada na bile e posteriormente convertida em
urobilinogênio.

12. Qual a importância do teste de nitrito para bacteriúria?

R. É usado para detectar a presença de bactérias (Enterobactérias) na urina,


especificamente as que são capazes de converter nitrato em nitrito. Isso é importante na
detecção de infecções do trato urinário (ITU), sendo a Escherichia coli a mais comum. É
importante destacar que a ausência de nitrito na urina não exclui completamente a
possibilidade de uma infecção do trato urinário, pois nem todas as bactérias que causam
ITU são capazes de converter nitratos em nitritos.

13. Descreva o princípio do teste da tira reagente para leucócitos.

R. É baseado na detecção da enzima esterase leucocitária, que é liberada por leucócitos


ou glóbulos brancos durante a inflamação ou infecção. As tiras reagentes utilizadas no
teste contêm um substrato que reage com a esterase leucocitário presente na urina.

14. Explique o procedimento de preparo da amostra de urina para análise


microscópica (sedimentoscopia).

R. Coleta de urina; Homogeneização da amostra; Separação de uma pequena quantidade


em tubo cônico (10ml); Centrifugação (10 min 2500 rpm); Descarte do sobrenadante; Re-
suspensão do sedimento; Preparo do esfregaço; Coloração e Análise microscópica
(contagem dos campos).

15. Qual o significado de presença de eritrócitos no sedimento urinário?

R. Também conhecida como hematúria, pode indicar: ITU, Nefropatias, Pedras nos rins;
Inflamação na bexiga; Lesões no trato urinário; Doenças renais ou Tumores no trato
urinário.

16. Como se diferencia a presença de leveduras da de eritrócitos em análise


microscópica da urina?

R. As leveduras são células arredondadas ou ovais que podem formar brotos, enquanto os
eritrócitos são células lisas e menores. Para confirmar a presença de leveduras, é
necessário realizar uma cultura de urina.

17. Quais os tipos de células epiteliais podemos encontrar na urina. Explique suas
características e significado clínico.

1. Células epiteliais escamosas: são células planas e achatadas que revestem a


uretra e a vulva. Indica contaminação da amostra com células da pele ou da
genitália externa (comum de encontrar na urina).

2. Células epiteliais transicionais: são células que revestem a bexiga e a uretra


proximal. Pode indicar inflamação ou infecção do trato urinário inferior (porém é
bem normal de encontrar na urina também).

3. Células epiteliais renais: são células que revestem os túbulos renais e podem
indicar lesão renal (se forem encontradas em grandes quantidades na urina).

18. Qual o significado de presença de leucócitos no sedimento urinário?

R. A presença de leucócitos (células brancas do sangue) no sedimento urinário pode


indicar inflamação ou infecção do trato urinário. A inflamação pode ser causada por
condições como cistite, pielonefrite ou glomerulonefrite. Já a infecção do trato urinário
pode ser confirmada pela presença de bactérias na urina ou pelo teste positivo de nitrito na
tira reagente.

19. Descreva o processo de formação de um cilindro. Dê exemplos de tipos de


cilindros associados a processos patológicos.

R. Os cilindros urinários (representa estase urinária) são formados quando proteínas,


células e outros materiais se acumulam em uma massa gelatinosa no interior dos túbulos
renais. Esse material é então moldado em forma de cilindro pelo lúmen tubular e é
transportado junto com a urina até a bexiga, onde pode ser detectado no sedimento
urinário. Existem vários tipos de cilindros urinários que podem estar associados a
diferentes processos patológicos. Alguns exemplos incluem: Cilindros hialinos, granulares,
celulares, cera, hemoglobina, mioglobina, etc.

20. Defina o conceito de cristais na urina.

R. Cristais na urina são estruturas sólidas que se formam a partir de componentes


químicos presentes na urina. Eles podem variar em tamanho, forma e composição
química, e sua presença pode ser indicativa de desequilíbrios metabólicos ou patologias
no trato urinário. Fatores de determinação: Temperatura, Ph e Quantidade de Solutos

21. Liste os cristais normais encontrados em urina ácida.

URATO e ÚRICO

22. Liste os cristais normais encontrados em urina básica.

FOSFATO e CARBONATO

23. Explique o que são cristais anormais e exemplifique.

R. Cristais anormais são aqueles que não são normalmente encontrados na urina ou que
aparecem em quantidades maiores do que o normal. Eles podem ser indicativos de uma
variedade de condições patológicas e podem ser usados como um sinal de alerta para um
problema subjacente. A exemplo dos: oxalato de cálcio, cistina, ac. úrico e colesterol.

24. Quais são os principais artefatos que encontrados no exame microscópicos da


urina?

R. Os principais artefatos encontrados no exame microscópico da urina incluem células


epiteliais descamativas, células brancas do sangue degeneradas, células vermelhas do
sangue crenadas, fibras musculares, gorduras, espermatozoides, ar, algodão, fio de
cabelo, poeira, células de leveduras, além de possíveis contaminações com outros
materiais que possam estar presentes na amostra, como pomadas, cremes, entre outros.

25. Maria de Lourdes, 80 anos, diabética, deu entrada na emergência do hospital


com fratura de cabeça de fêmur após queda de própria altura em casa. Foi
encaminhada ao centro cirúrgico para realização de cirurgia ortopédica. Porém
antes, alguns exames foram solicitados pelo emergencista de plantão, onde seu
teste de glicemia em jejum apresentou o valor de 270 mg/dl. O médico solicitou
exames adicionais de bioquímica e exame de urina. O resultado do exame de urina
está descrito abaixo:

EXAME DE URINA

Nome do paciente: Maria de Lourdes da Silva

Exame físico

Volume 40 ml VR: NA

Cor Amarelo pálido VR: Amarelo citrino

Aspecto Muito turvo VR: Límpido

Depósito Presente VR: Ausente

Densidade 1,020 VR: 1,015 – 1,025

Exame químico

Urobilinogênio Normal VR: Normal

Glicose Positivo VR: Negativo

Bilirrubina Negativo VR: Negativo

Corpos cetônicos Negativo VR: Negativo

Sangue Positivo (+++) VR: Negativo

pH 5,5 VR: 5,0 – 6,0

Proteína Positivo VR: Negativo

Nitrito Negativo VR: Negativo

Leucócitos Positivo (++) VR: Negativo

Sedimentoscopia

Células epiteliais Muitas VR: Poucas

Cilindros Ausentes VR: Ausentes

Muco Ausente VR:Poucos filamentos

Leucócitos 20 – 25 por campo VR: 0 – 5 por campo


Eritrócitos 30 - 32 por campo VR: 0 – 2 por campo

Bactérias Ausentes VR: Ausentes

Leveduras Muitas VR: Ausentes

Cristais Ausentes VR: NA

Parasitas Ausentes VR: Ausentes

Responda:

a) Por que a presença de leveduras na urina é um achado comum em


pacientes diabéticos?

Devido ao aumento dos níveis de glicose na urina, que pode servir como
fonte de alimento para as leveduras. Além disso, a diabetes pode
comprometer o sistema imunológico, tornando os pacientes mais
suscetíveis a infecções fúngicas.

b) 270 mg/dL, a glicose deve estra presente na urina? Explique.

R. É esperado que a glicose esteja presente na urina. A glicose normalmente é


filtrada pelos glomérulos renais e reabsorvida pelo túbulo renal, mas quando os
níveis de glicemia no sangue estão muito altos, como no caso de uma
hiperglicemia, a capacidade dos túbulos renais de reabsorver a glicose é
excedida e a glicose começa a aparecer na urina. Esse processo é conhecido
como glicosúria e é um sinal comum de diabetes descompensada ou mal
controlada. Portanto, em um paciente com uma glicemia de jejum de 270
mg/dL, é esperado que haja presença de glicose na urina.

c) Qual a possível explicação para os dados de eritrócitos e leucócitos


na urina de Maria?

R. Eritrócitos: Lesão Renal (Nefropatia diabética - proteinúria) e Leucócitos:


resposta imunológica a infecção fúngica no trato urinário.

Você também pode gostar