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O EFEITO DA MÚSICA NA SAÚDE HUMANA: BASE E

EVIDÊNCIAS CIÊNTIFICAS

Leonardo Magela Lopes Matoso *


Agostina Mafalda Barra de Oliveira **

RESUMO
A música na saúde tem sido recentemente discutida na
literatura médica e está sendo utilizada como instrumento
terapêutico para promoção, prevenção e tratamento de
doenças somáticas e mentais. O objetivo desse artigo é
sintetizar quais as evidências científicas acerca da utilização
da música no processo de saúde-doença. Foi realizado uma
revisão integrativa nos periódicos da Biblioteca Virtual em
Saúde, onde obteve-se 40 artigos. Os resultados apontaram
que 60% das intervenções musicais foram realizadas em
adultos, 95% dos estudos foram desenvolvidos no continente
americano, 30% publicado em periódicos B1 e 60% dos artigos Mestrando do Programa de
PósGraduação Interdisciplinar em
foram experimentais. Foi evidenciado que a música reduziu Cognição, Tecnologia e Instituição
significativamente os índices de ansiedade, estresse, dor, da Universidade Federal Rural do
Semiárido (Ufersa). Especialista em
melhorou o condicionamento físico e os padrões Saúde e Segurança do Trabalho.
Graduado em Enfermeiro e
cardiorrespiratórios, bem como minimizou a depressão e Radiologia.
potencializou o desenvolvimento humano. Desse modo, a * Doutora em Psicologia Social e
Antropologia das Organizações pela
música se mostra um importante instrumento para saúde Universidade de Salamanca. Mestre
em Administração pela Universidade
coletiva por ser capaz de auxiliar no processo de saúde- Federal de Santa Catarina.
Psicóloga pela Universidade de
doença. Fortaleza.

Palavras-chaves: Musicoterapia, Música, Saúde.

considerado o senhor da música ao


tocar sua lira para cuidar dos enfermos.
1. INTRODUÇÃO
A importância da música era explicada
através da sua estrutura musical que
A música é um fato cultural integrado
possuía ordem, harmonia e equilíbrio.
em todas as atividades humanas. É
Para os Gregos, essas três
utilizada como recurso no cuidado em
características estabeleciam a
saúde desde a antiguidade. Na Grécia
homeostasia do ser humano sua
antiga (século III a.C), Apolo, um dos
utilização sistemática tinha o poder de
deuses da mitologia grega, era

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O efeito da música na saúde humana: base de evidências cientificas

prevenir e curar doenças (BARANOW, tratamento das desordens mentais


1999). (BARANOW, 1999).
De acordo com Benenzon (1988),
Nessa época, a música era
foi durante a Primeira Guerra Mundial
utilizada também como instrumento de
(1914-1918) que a música passou ser
cura relacionada à magia, ao
vista como instrumento de
sobrenatural. Posteriormente, passou a
entretenimento para auxiliar na
ser relacionada com os dogmas
recuperação dos feridos da guerra.
religiosos da época por filósofos como
Assim, os gestores dos hospitais
Platão, Aristóteles e Esculápio. Platão
passaram a contratar músicos
utilizava a música em suas abordagens
profissionais para tocar e cantar.
terapêuticas para cuidar da saúde
Observando os resultados positivos que
mental, em especial vencer as
a música exercia sobre os pacientes e
angústias fóbicas vivenciadas naquela
funcionários, médicos começaram a
época. Já Aristóteles apontava os
estudar a influência da música na saúde
benefícios da música no cuidado da
e a propor o treinamento de profissionais
tristeza, melancolia e emoções
específicos para trabalhar música e
incontroláveis. Descrevia também que a
saúde.
música auxiliava na provocação da
No entanto, foi apenas na Segunda
catarse dos indivíduos mais deprimidos.
Guerra Mundial (1939-1945) que os
Na mesma linha, Esculápio prescrevia a
benefícios da música sobre a saúde
música para os indivíduos em
física, mental e espiritual do homem
depressão (COSTA, 1989).
foram reconhecidos como ciência e
No entanto, foi durante a
incorporada nas práticas de atuação em
Renascença, por volta de 1450, que o
saúde (BENENZON, 1988).
pensamento médico relacionado a
utilização da música na saúde passou a
No âmbito da saúde, o valor
seguir um caminho próprio. O uso da
terapêutico da música está na
música nessa época foi separado do
capacidade de produzir efeitos no ser
pensamento sobrenatural e passou a
humano nos níveis somáticos,
ser utilizado como ciência no
psicológicos, sociais, cognitivos e

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espirituais (BLASCO, 1996). Esse valor interpessoal, sistemático e dinâmico que


é o que dá margem para as ações da pode ser compreendido como uma
musicoterapia, que de acordo com a sequência de intervenções que envolve
Associação Nacional de Musicoterapia terapeuta e paciente. Esse processo de
(Anmt) é a utilização da música para intervenção se dá por intermédio da
atingir metas terapêuticas, profiláticas, música e todas as suas facetas – física,
reabilitacionais e sociais. emocional, mental, social, estética e
De acordo com Redfield (1961), a espiritual – para prevenção,
música é um fenômeno acústico e de recuperação ou manutenção da saúde.
movimento que utiliza oito fatores, a Na ótica científica, a musicoterapia
saber: harmonia, melodia, ritmo, tempo, é um ramo da ciência que estuda o
forma, dinâmica, cor e timbre. Esses complexo som-homem, e seus
fatores podem ser utilizados de forma elementos terapêuticos e diagnósticos
isolada ou em conjunto, contanto que que lhe são inerentes (BENENZON,
seu produto final seja uma combinação 1988). É pertinente dizer que existem
harmoniosa e expressiva de sons. quatro tipos de métodos musicais no
Já para Benenzon (1988), a qual a musicoterapia pode ser aplicada,
música é capaz de exercer ações são elas: a improvisação, re-criação,
psicofisiológicas, favorecendo o composição e a auditiva (BRUSCIA,
indivíduo através de seus elementos 2016).
constitutivos (ritmo), elementos ativos O método de improvisação engaja
(melodia), elementos afetivos o paciente no fazer música, que pode
(harmonia) e elementos intelectuais. ser tocando algum instrumento,
Tais ações fazem com que o indivíduo cantando, criando alguma melodia,
alcance o bem-estar e solucione seus ritmo, ou até mesmo uma peça musical
problemas por meio dos métodos de improviso. No método re-criativo, o
musicoterápicos provenientes da paciente apresenta uma música
musicoterapia. instrumental ou vocal, de qualquer
Para Bruscia (2016), a gênero musical, com base em uma
musicoterapia é um processo música já existente. Já no método de

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composição, o musicoterapeuta auxilia o É preciso acentuar que alguns


paciente a escrever canções, letras ou estudiosos como Benenzon (1988) e
peças instrumentais. Por sua vez, o Baranow (1999), defendem que os
método auditivo, também conhecido métodos musicoterápicos são apenas
como experiências receptivas, é de dois tipos, o receptivo e o ativo. No
utilizado quando o indivíduo apreende o método da musicoterapia ativa, a
som através do aparelho auditivo. O improvisação, a re-criação e a
paciente ouve e responde as composição são modalidades que
experiências músicas de modo constituem essa categoria. No entanto,
silencioso, verbalmente ou através de nesse artigo de revisão integrativa, é
outro modelo terapêutico adotado utilizado como referencial para
(BRUSCIA, 2016). embasamento teórico a classificação
Ainda de acordo com Bruscia dos métodos musicoterápicos de
(2016), as experiências receptivas Bruscia (2016), no qual faz uma
podem ser utilizadas com os seguintes distinção desses métodos, sendo estes,
objetivos, a saber: promover a improviso, re-criar (ou executar), compor
receptividade, promover estímulos e e escutar.
relaxamentos, desenvolver atividades Face ao exposto, nota-se que a
áudio-motoras, explorar ideias e música vem sendo discutida há muito
pensamentos, facilitar a memória e tempo e que em termos teóricos pode
regressões, estabelecer conexões propiciar benefícios na saúde do ser
entre o ouvinte e o grupo comunitário ou humano. Porém, em termos empíricos,
sociocultural, entre outros. existe uma lacuna no que concerne as
Cabe destacar que as músicas evidencias cientificas da música. Sendo
utilizadas nas experiências receptivas assim, esse artigo ousa-se materializar
podem ser ao vivo, gravações de a importância científica da música na
improvisações, execuções ou prática em saúde. No sentido de que a
composições do cliente ou do terapeuta, assistência em saúde cada vez mais
ou ainda músicas comerciais de deve pautar-se na prática baseada em
diversos estilos (BRUSCIA, 2016). evidências, tanto para respaldar suas

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condutas terapêuticas, quanto para fenômeno que se deseja estudar, uma


minimizar casos iatrogênicos. vez que permite unir uma gama de
Diante do exposto, apreender estudos teóricos e empíricos
acerca das funções da música no (WHITTEMORE; KNALF, 2005).
cuidado em saúde, torna-se Assim, para a realização desse
fundamental para que os profissionais artigo foram seguidas as etapas
possam reconhecer a qualidade dos preconizadas por Whittemore e Knalf
resultados produzidos pela ciência para (2005), iniciadas pela formulação da
que sejam incorporados no ambiente de questão norteadora da pesquisa: “Quais
trabalho. as evidências científicas da utilização da
Destaca-se que não há um sica para saúde do ser humano?”.
conhecimento de estudos no Brasil que As etapas seguintes constituíram-se na
compilem e detalhem os construtos que definição do local de pesquisa, critérios
evidenciam cientificamente a utilização de busca; coleta de dados utilizando
da música na saúde do ser humano. Os formulário específico; análise;
poucos trabalhos que abordam esses apresentação e discussão dos
construtos os fazem de forma resultados encontrados.
individualizada. Assim, o objetivo geral O local de pesquisa foi a Biblioteca
deste artigo é sintetizar quais as Virtual em Saúde (BVS), que é um
evidências científicas acerca da banco de dados descentralizado que
utilização da música no processo de agrega inúmeras produções científicas
saúde-doença do ser humano. nacionais e internacionais. A BVS está
associada a Organização Pan-
2. MATERIAL E MÉTODOS Americana da Saúde (OPAS),
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Para alcançar o objetivo proposto e Centro Latino-Americano e do Caribe
foi realizado uma revisão bibliográfica, de Informação em Ciências da Saúde
proveniente de documentos (Lilacs).
secundários na modalidade revisão Com relação aos critérios de
integrativa. A revisão integrativa permite inclusão desse estudo, para dá maior
uma compreensão ampliada do

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grau de confiabilidade científica, foram Destarte, o tratamento dos dados


utilizados artigos empíricos foi desenvolvido adotando-se a
(experimentais e não experimentais), estatística descritiva e os resultados
uma vez que os estudos empíricos foram distribuídos em forma de
possibilitam comprovar evidências frequência absoluta e relativa. A
científicas através de alguns métodos já autenticidade de todas as referências e
consagrados dando maior autores citados foi mantida de forma
fidedignidade ao estudo. Foi utilizado rigorosa, de acordo com a Associação
como critério também artigos em texto Brasileira de Normas Técnica (ABNT).
completo, sem limite de tempo, no
idioma português, inglês, espanhol e 3. RESULTADOS
italiano, apresentando evidências
científicas da utilização da música nos A busca eletrônica dos descritores
cuidados em saúde com seres (música OR musicoterapia) deu-se de
humanos. Foram excluídos resumos, forma associada, no qual foram
cartas ao editor, livros, estudos que identificados 553 artigos. Foram
associavam música a outros recursos analisados os títulos e excluídas as
terapêuticos (termalismo, acupuntura, repetições e adotados todos os critérios
massagem, entre outros), bem como, de inclusão. Feito isso, apenas 255
artigos de revisão e estudos que não artigos surgiram como disponíveis em
abordassem a temática proposta. texto completo, sendo 171 em
Diante do exposto, foram utilizados português, 53 em espanhol, 27 em
para subsidiar na busca dos artigos os inglês e 4 em italiano. Assim, procedeu-
Descritores em Ciências da Saúde se à leitura exploratória dos títulos
(DeCS) em conjunto com o operador identificando inicialmente 73 trabalhos
boleano “OR”, aplicando a estratégia de para leitura flutuante, destes foram
busca “música” OR “musicoterapia” no excluídos 33 artigos por não se
título. Assim, os artigos incorporados no adequarem a temática proposta, sendo
estudo foram analisados assim, o corpus desse estudo foi
criteriosamente após aplicação dos constituído por 40 artigos.
critérios de inclusão.

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Com relação as localizações relação aos periódicos internacionais, o


geográficas dos estudos o maior Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
quantitativo analisado foi no continente teve 5,0% e a Salud Mental com 5,0%
americano (92,5%), principalmente no de artigos publicados.
Brasil (72,5%). No Brasil, os estudos Vale ressaltar que 17,5% dos
aconteceram nos Estados de: São estudos foram publicados em
Paulo (22,5%), Paraná (7,5%) Rio periódicos avaliados pelo Qualis Capes
Grande do Sul (7,5%), Alagoas (5,0%), na área da saúde (enfermagem e
Pernambuco (5,0%), Rio de Janeiro medicina) com grau A2. O maior
(5,0%), Minas Gerais (5,0%), Rio quantitativo de artigos publicados foi em
Grande do Norte (5,0%), Ceará (5,0%), periódicos avaliados em B1, com 30%,
Bahia (5,0%), Santa Catarina (5,0%), seguido de B3 com 17,5%, B2 com
Goiás (5,0%) e Sergipe (5%). Os 15,0%, A1 com 10,0% e B4 com 10,0%.
demais estudos realizados no Ressalta-se também que 62,5% dos
continente americano foram artigos foram publicados em periódicos
desenvolvidos no México (7,5%), Chile nacionais e 37,5% em periódicos
(5,0%), Colômbia (5,0%) e Bolívia internacionais.
(2,5%). No que concerne ao tipo de
No que tange os periódicos nos quais os desenho de estudo identificado nos 40
artigos foram publicados, o quantitativo artigos que compuseram essa revisão
de artigos internacionais e nacionais, integrativa, 24 possuem desenhos
classificados segundo o Qualis Capes, experimentais (60,0%) e 16 não
demonstra que os trabalhos foram experimentais (40,0%). Ressalta-se
submetidos a critérios rígidos de que com relação aos métodos de
avaliação. O periódico com maior intervenções musicoterápicas que
número de publicações foi a Revista foram utilizadas nos artigos, a
Brasileira de Enfermagem com 7,5%, musicoterapia receptiva se mostrou
seguido da Revista Latino-Americana de preponderante em 75,0% dos estudos.
Enfermagem com 5,0% e da Revista
Paulista de Pediatria com 5,0%. Com

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Quanto à análise das evidências No tocante a localização


científicas, os estudos revelaram que a geográfica dos artigos incluídos na
utilização da música nas intervenções revisão integrativa, salienta-se que o
reduziu os níveis de ansiedade (15,0%), quantitativo de estudos encontrados
melhora significativamente as funções no Brasil podese justificar pela
cognitivas relacionadas ao aprendizado, implementação da Política Nacional
compreensão e memória de Práticas Integrativas e
(15,0%), reduz os níveis de estresse Complementares (PNPIC) na Atenção
(12,5%), melhora no desenvolvimento Básica em Saúde (ABS). Assim como,
neuropsicomotor (10,0%), melhora as pela construção das políticas
funções cardiorrespiratórias (7,5%), a governamentais que acabam por
dor (7,5%), o condicionamento físico auxiliar na promoção da saúde com
(7,5%), reduz os níveis de depressão práticas de cuidados que fogem do
(5,0%), auxilia no aleitamento materno modelo hospitalocentrico e alopático,
(2,5%) e melhora as relações pessoais valorizando assim, a subjetividade do
(2,5%). ser humano (BRASIL, 2006).
É pertinente dizer que a PNPIC
4. DISCUSSÃO surgiu da necessidade de responder
as reivindicações dos brasileiros que
A análise dos 40 artigos elencados pediam por mudanças nas práticas
para essa revisão integrativa aponta que assistenciais a saúde. Reforça-se que
24 (60,0%) estudos foram direcionadas muitos já utilizavam experiências no
para os adultos na faixa etária de 18 a âmbito da Medicina Tradicional
59 anos. Com relação a faixa etária dos Chinesa, Acupuntura, Música,
outros estudos, 9 (22,5%) trabalharam Homeopatia, Fitoterapia, Medicina
com crianças de 0 a 10 ano; 4 (10,0%) Antroposófica e Reike na rede pública
tiveram como público-alvo idosos com de muitos Municípios e Estados como
idade de 60 a 72 anos; e 3 (7,5%) Pratica Integrativa e Complementar
trabalharam com adolescentes de 10 a (PIC) (BRASIL, 2006).
17 anos de idade. Partindo dessa premissa, percebe-
se que a utilização da música na saúde

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dos brasileiros se soma com os compuseram essa revisão se mostram


princípios da Política Nacional de com qualidade e rigor científico, uma vez
Humanização (PNH) do Sistema Único que foram publicados em revistas de
de Saúde (SUS). Dentre a gama de alto impacto.
objetivos da PNH, uma delas é a Quanto aos métodos de
ampliação das opções terapêuticas que intervenções musicoterápicas que
são estabelecidas na ABS. Nessa ótica, foram utilizadas, a musicoterapia
quando a mesma propõe a inserção das receptiva se mostrou preponderante em
PIC’s, acaba valorizando as relações de 75% dos estudos. Na musicoterapia
afeto, vínculo e escuta dos usuários com receptiva, o indivíduo recepciona os
o serviço, o que proporciona uma sons por meio da audição de músicas
atenção mais humanizada, acolhedora e previamente selecionadas e gravadas
resoluta. utilizando recursos de áudio como CD
Em relação a classificação dos Player e MP3. Salienta-se que as
artigos segundo o Qualis Capes, os experiências receptivas têm sido mais
estudos com maior grau de impacto fáceis atualmente devido as tecnologias
científico correspondem a 72,5% e e os diversos estilos musicais que
estavam no qualis A1, A2, B1 e B2, nas favorecem uma experiência mais
áreas de enfermagem, medicina e significativa (VIANNA et al., 2013;
saúde coletiva. Desse modo, a maior BIGLIASSI et al., 2012).
parte dos artigos elencados para revisão Ortí, Espinós e Iranzo (2014),
possuem uma estratificação de salientam que o método da
qualidade, com alto fator de impacto de musicoterapia receptiva é
acordo com o Qualis-Capes e o Institute provavelmente a mais conhecida e
for Scientific Information (ISI). Essa utilizada nas pesquisas clínicas. A
classificação serve para analisar a escuta de músicas visando
qualidade dos estudos desenvolvidos procedimentos de relaxamento ou
nos programas de pós-graduação stricto ativação psicomotora é um método
sensu (mestrado e doutorado). Desse muito utilizado por terapeutas.
modo, há-de convir que os estudos que

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No que tange à escolha das religiosa, nacional e internacional).


músicas, 75% dos estudos valorizaram Cabe inferir também, que em todas as
as preferências dos participantes quanto terapias musicais identificadas nos 40
ao gênero musical, sendo um fator estudos, o tempo de atuação em cada
relevante já demonstrado na literatura encontro variou de 30 a 60 minutos,
(CAITANO et al., 2014; VIANNA et al., com sons suaves e prolongados e de
2013; BIGLIASSI et al., 2012). No baixa frequência, com 60 a 80 batidas
entanto, não há indícios dos estudos por minuto, aproximando-se da
terem realizado o teste de Identidade frequência cardíaca em condição de
Sonora (ISO), que segundo Benenzon relaxamento.
(1988) é crucial na terapia musical. Cabe frisar que alguns estudos
Benenzon (1998) defende que é por realizaram o método musicoterápico de
meio da identidade sonora do ser improvisação, por meio de instrumentos
humano que o musicoterapeuta utilizados nas intervenções como flauta,
consegue identificar as afinidades piano, cavaquinho, violão, entre outros
musicais, latentes e desenvolvidas no (OIKKONEN et al., 2016; MENDES et
inconsciente, é o que o autor chama de al., 2015). Outros estudos realizaram o
ISO Gestáltico. método de re-criação, onde fizeram a
confecção dos instrumentos e cantaram
Já nos 25% dos estudos restantes a música por meio das letras (BENETTI;
(NOGUEIRA et al., 2015; BUITRAGO, GISARD; SILVA, 2014; MARIANO;
2014; GRAIFF, 2014; CAITANO et al.,
FIAMENGHI, 2011) e composição
2014; SILVA et al., 2013) os
musical (CÔRTE; LODOVICI NETO,
participantes realizaram suas escolhas
2010; LEÃO, FLUSSER, 2008).
musicais a partir de um repertório
A utilização da música como
previamente selecionadas pelo
prática integrativa e complementar no
pesquisador. Em geral, essa escolha
tratamento, promoção e manutenção da
seguiu parâmetros identificados em
saúde tem sido recentemente discutido
outros estudos, que defendem a
na literatura médica. O emprego da
utilização de diferentes gêneros
música enquanto modalidade
musicais (clássica, folclórica, popular,
terapêutica vem emergindo nos últimos

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anos e tem acumulado evidências relaxando-os e reduzindo assim os


científicas que embasam sua efetividade níveis de ansiedade.
no manejo da ansiedade, estresse, dor, O levantamento das evidências
entre outras condições somáticas e científicas apontou também que a
psíquicas (VIANNA et al., 2013). musicoterapia melhorou de forma
Quanto às principais evidências significativa (15,0%) as funções
científicas identificadas nos artigos, a cognitivas relacionadas ao
redução da ansiedade teve uma aprendizado, compreensão e
relevância de 15%. No estudo de Pinto memória. Essa evidência é discutida
Junior et al. (2012), a utilização da por Carvalho e Térzis (2009) e
música promoveu um efeito positivo na Albuquerque et al. (2012) que
redução da ansiedade. Durante a realizaram um estudo com doze
intervenção realizada por esses autores idosos com doença de Alzheimer.
o tempo estabelecido de música foi de Compreende-se que um dos principais
30 minutos. problemas no Al zheimer é a
Outros estudos (SERNA-OVIEDO; dificuldade de armazenamento da
RIVERA, 2013; SCARPETTA et al., memória recente e consequentemente
2012; a preservação da memória remota,
PIMENTEL; BARBOSA; CHAGAS, uma vez que essa é uma doença
2011; MARCONATO, 2001) progressiva, que se caracteriza pela
evidenciaram que a musicoterapia foi degradação das células nervosas.
eficaz para o tratamento da ansiedade Desta forma, a terapia musical
tanto em indivíduos com transtornos utilizada como atividade
psiquiátricos, como em crianças com neuropsicológica permitiu que os
síndrome de Down e profissionais da idosos acessassem algumas funções
saúde. A prática musicoterápica cerebrais tornando a música um
potencializou a expressão, instrumento capaz de tecer
fomentando o protagonismo e a novamente a conexão com a memória,
autonomia dos participantes, evocando lembranças e resgatando o
significado da vida.

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Constatou-se também que a Fragata e Correia (2010) realizaram 24


musicoterapia reduziu os níveis de sessões de musicoterapia receptiva em
estresse, uma vez que 12,5% dos pacientes com demência vascular e
estudos (CAITANO et al., 2014; VIANNA notaram uma melhora na linguagem
et al., 2013; BANCARALI; OLIVA, 2012) expressiva e comportamental.
apontaram esse achado. Na pesquisa Corroborando com os estudos acerca
feita por Caitano et al. (2014) em um do desenvolvimento neuropsicomotor,
centro cirúrgico, foi observado que os Puggina e Silva (2015) também trazem
pacientes ao tentarem se adaptar à contribuições interessantes. Os autores
dinâmica hospitalar gerava situações de ao trabalharem com participantes com
sofrimento psíquico, estresse, medo e desor dem de consciência observaram
angústia. Ao aplicarem a musicoterapia, o aumento da temperatura corporal,
obtiveram como resultados a melhoria ruborizações faciais e melhora nas
do estresse tanto nos pacientes quanto funções cardiorrespiratórias depois das
nos profissionais. Os pacientes técnicas musicoterapicas.
mostraram-se mais tranquilos e menos A redução das funções
ansiosos e a equipe de profissionais, no cardiorrespiratórias foi apontada
decorrer do ato cirúrgico, mostrou-se também em alguns estudos (7,5%). Na
mais harmônica e tranquila. obstetrícia, por exemplo, Vianna et al.
Outros estudos concluíram (2013), ao realizarem um ensaio clinico
também que sessões de musicoterapia controlado com 94 mães de recém-
receptiva influem favoravelmente na nascidos prematuros, demonstraram
sensação de conforto, e também que a musicoterapia de improvisação
reduzem os níveis de estresse e diminuiu significativamente o ritmo
ansiedade durante o trabalho de parto e cardíaco das mães e bebês. Além disso,
nascimento (CARDOSO; FARIAS; a terapia musical melhorou a frequência
MELHO, 2014; respiratória e a saturação de oxigênio,
VIANNA et al., 2013). bem como, deixou os bebês mais
Destaca-se que, a melhoria no calmos, levando-os ao sono profundo
desenvolvimento neuropsicomotor foi após 30 minutos do termino da sessão.
constatada em 10,0% dos artigos.

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Vianna et al. (2013), realizaram A redução da dor foi evidenciada


também a musicoterapia receptiva, com em 7,5% dos estudos, tanto em
sessões de 30 minutos e comparou com participantes adultos quando em
a terapia de improvisação no qual crianças.
notaram que não houve diferença sobre Tabarro et al. (2010) e Cruz, Pirovich e
os parâmetros testados. Silva et al. Peña (2003) relataram em seus estudos
(2013), demonstraram também que o que a música aliviou a dor durante as
feto responde as experiências musicais contrações uterinas, auxilio também na
tanto vocal, pelo método de diminuição da tensão e do medo. No
improvisação, quanto pelo método estudo desenvolvido por Franco e
receptivo. Em ambos os métodos, houve Rodrigues (2009) com pacientes
uma melhora na frequência cardíaca e oncológicos, os resultados apontaram a
diminuição dos movimentos fetais. redução nos sinais vitais e na
No estudo desenvolvido por intensidade da dor nos dez pacientes
Zanini et al. (2009), em pacientes com da amostra.
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), A otimização do condicionamento
os métodos musicoterápicos físico foi discutida também como
reduziram satisfatoriamente os níveis principal achado em 7,5% dos estudos.
de pressão arterial. Os autores Os resultados obtidos sugerem que a
defendem que a inserção da musicoterapia receptiva, é eficaz para
musicoterapia como possibilidade aumentar o ganho de peso corporal de
terapêutica no tratamento da HAS é prematuros hospitalizados (Auto;
uma medida holística, uma vez que o Amancio; Lanza, 2013). Já nos estudos
ser humano se constituiu em uma de Souza e Silva (2012) os resultados
gama de sistemas interdependentes e mostram que a música melhora o
integrados, onde o especialista desempenho nos exercícios físicos,
musical se familiariza com as afecções fazendo com que atletas consigam um
que podem estar acometendo o bom desempenho em exercícios
indivíduo. submáximos.

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Por sua vez, Mozer, Oliveira e como giro temporal medial


Portella (2011), ao realizaram estudos superior, tálamo, giro fusiforme e
com idosos, defendem que a parahipocampal. Os autores
musicoterapia potencializa a atividade pontificam que a música atinge o
física dos idosos e que a mesma busca giro temporal medial superior,
desenvolver potenciais e restaurar devido o mesmo ser responsável
funções para que os idosos alcancem pela audição sensorial. Já o
uma melhor qualidade de vida através tálamo, giro fusiforme e a região
da prevenção ou reabilitação. parahipocampal são
O uso da música foi indicado responsáveis pelas emoções,
também como redutor nos níveis pela construção facial dos
de depressão (5%). Troice e Sosa indivíduos e pelo processamento
(2003) ao trabalharem com 15 da memória. A música ao adentrar
pacientes, com diagnósticos de nessas regiões consegue ativa-
esquizofrenia e/ou depressão, las, causando uma redução
obtiveram como resultado que os significativa nos níveis de
pacientes após as sessões depressão.
musicais se encontravam mais Evidenciou-se também que, o
animados, otimistas e aleitamento materno (2,5%) e as
participativos durante a terapia relações interpessoais (2,5%) são
em grupo. Os autores concluíram potencializadas de forma significativa
que a música pode facilitar a quando aplicados aos métodos
retenção e participação ativa no musicoterápicos (TABARRO et al.,
tratamento tanto da esquizofrenia 2010; GUAZINA; TITTONI, 2009).
como da depressão. Tabarro et al. (2010), identificaram que
De modo similar, em um a musicoterapia teve efeito significativo
estudo realizado por Gutiérrez et no aumento do índice de aleitamento
al. (2013), em participantes com materno entre mães de recém-nascidos
depressão, mostrou que a prematuros na primeira consulta e uma
musicoterapia consegue ativar influência positiva (embora não
determinadas regiões cerebrais significativa) que se estendeu até 60

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dias depois da alta. Assim, concluíram humano. Diante dos resultados


que a musicoterapia pode ser útil para encontrados, pode-se concluir que a
elevar os índices de aleitamento música se mostrou um bom
materno entre mães de prematuros. instrumento, sem efeitos adversos, na
redução da ansiedade, estresse, dor,
melhorando o condicionamento físico e
Com base nessas evidências, os padrões cardiorrespiratórios, bem
pode-se inferir que o uso da música é como minimizando a depressão e
uma terapêutica complementar valiosa, potencializando o desenvolvimento e
que exerce influência sobre os aspectos manutenção da saúde do ser humano.
neurocognitivos, emocionais, psíquicos Os resultados sugerem também
e sociais. Portanto, desempenha que os pesquisadores brasileiros estão
importante papel na manutenção e desenvolvendo estudos de qualidade.
melhora da qualidade de vida, além de Espera-se que tais práticas se tornem
propiciar maior interação do indivíduo uma rotina na busca de uma medicina
com o meio social e familiar. Tudo isso mais humanizada e acolhedora, que
porque a música possibilita que a protagonize o paciente na escolha da
pessoa orquestre a tríade mente, corpo terapia, tornando-o ativo no seu
e coração, resgatando sua identidade processo saúde-doença.
sonoromusical (TAETS et al., 2013). Por fim, ressalta-se que este trabalho
Em suma, a musicoterapia faz o propiciou uma reflexão interessante,
indivíduo colocarse na posição de ampliando o conhecimento sobre as
maestro de sua própria vida e da vida evidências científicas que permeiam o
de muitas outras pessoas. uso da música na saúde do ser humano.
Reconhece-se as limitações deste
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS estudo, uma vez que foi trabalhado
como fonte de coleta de dados apenas a
Essa revisão integrativa cumpre base da Biblioteca Virtual em
sua função na medida em que revela as Saúde (BVS), e compreende-se que
evidências científicas acerca da mais investigações relacionadas a essa
utilização da música na saúde do ser

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O efeito da música na saúde humana: base de evidências cientificas

temática devam ser realizadas, uma


vez que provoca discussões e
necessita de aprofundamento teórico-
empírico.

THE EFFECT OF MUSIC IN HUMAN HEALTH: BASE AND SCIENTIFIC


EVIDENCES

ABSTRACT
Music in health has recently been discussed in the medical literature and is being used as a therapeutic
tool for the promotion, prevention and treatment of somatic and mental illnesses. The purpose of this
article is to synthesize the scientific evidence about the use of music in the health-disease process. An
integrative review was carried out in the periodicals of the Virtual Health Library, where 40 articles were
obtained. The results indicated that 60% of the musical interventions were performed in adults, 95% of
the studies were developed in the American continent, 30% were published in B1 journals and 60% of
the articles were experimental. It was evidenced that a song significantly reduced the indices of anxiety,
stress, pain, better physical conditioning and cardiorespiratory patterns, as well as minimizing
depression and potentiating human development. Thus, music proves to be an important instrument
for collective health because it is able to assist in the non-health-disease process.
Keywords: Music therapy, Music, Health.

Artigo recebido em 12/05/2017 e aceito para publicação em 07/06/2017.

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