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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

POLICIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL


POLICLINICA

I- Nome do Projeto

POLIROCK – A TERAPIA PELA MUSICA

II- Apresentação
A principal proposta desse projeto é utilizar a música no contexto
organizacional para promoção da Qualidade de vida e bem-estar voltado
para todos os servidores da PCDF.
A música no contexto laboral proporciona um momento de descontração,
tem o poder de minimizar os efeitos do estresse, a capacidade de
desenvolver potenciais e restabelecer funções do indivíduo para que ele
possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal. E
consequentemente, uma melhor qualidade de vida pela prevenção,
reabilitação ou tratamento.
A terapia pela música que consiste na utilização da música e dos
elementos (ritmo, melodia, harmonia e som), é uma ferramenta que
estimula a comunicação, melhora os relacionamentos e leva o indivíduo a
manter uma posição resiliente diante da vida, transformar-se a si mesmo
dando um novo sentido a sua vida. Tem o papel essencial de vivificar as
funções ditas mnêmicas (da memória) e as funções cognitivas, a partir da
produção sonoro-musical. E consequentemente aumento do foco com
repercussões positivas na produtividade no contexto Organizacional.
Esse projeto visa ensinar noções básicas de música aos servidores, por
meio de atividades práticas, ouvindo, tocando, cantando ou expressando-se
corporalmente variadas músicas.
Serão utilizadas técnicas de improvisação instrumental (melódica e/ou
percussiva), utilização da voz falada e cantada, recriação de letras e
maneiras de tocar a musica, desenvolvimento da criatividade, audição
passiva e interativa (expressão corporal), dentre outras técnicas.
O servidor terá a capacidade de se expressar em público, como saber tocar
e cantar músicas que não exijam muito conhecimento de teoria musical, e
como formar principais acordes e notas de um campo harmônico e suas
progressões musicais.
O fazer musical traz alegria no contato com amigos, familiares e
entusiasmo pela vida. Refaz os laços do indivíduo consigo mesmo e com
as pessoas, aumenta o engajamento da equipe e melhora o clima
Organizacional.
A ideia desse projeto, também, é incluir servidores que já tem algum talento
musical ou que já são profissionais da musica para serem como voluntários
em ajudar a ensinar música em horários combinados com o próprio
servidor. Esse “voluntariado” também proporciona aos servidores a
qualidade de vida, a oportunidade de servir, e de ter um espaço em sua
própria Instituição para ensinar. Já que há muitos servidores na PCDF que
são profissionais da musica e que, às vezes, poderão gostar de terem uma
oportunidade de passar seus conhecimentos musicais e terem a
oportunidade de estar praticando e tocando em grupo, podendo ajudar e/ou
integrar a formação de uma Banda “PoliRock” na Instituição.

III- Fundamentação Teórica

O conceito de uma força terapêutica vinculada à musica como sendo


utilizada para cura, alivio de crises existenciais e ansiedade é tão antigo
como nossa civilização. Estudos comprovam que há 2 milhões de anos
a.c, no período paleolítico, os primeiros shamans realizavam rituais de cura
com a musica ao redor de fogueiras. Há 3.000 anos a.c, os livros sagrados
indianos, escritos em sânscrito, continham diversos mantras. Há 1800
anos a.c, os Papiros de Lahun foram os primeiros documentos escritos
sobre a influência da musica sobre o corpo humano. Há 340 nos a.c,
podemos reconhecer em Platão e Aristóteles os precursores da
Musicoterapia. Platão recomendava a música para a saúde da mente e do
corpo, para vencer as angustias fóbicas e reconheceu a musica como
elevação de todas as almas para o que é bom, justo e belo. Para ele, a
música é para a alma assim como a ginastica é para o corpo. Aristóteles
descrevia seus benéficos efeitos nas emoções incontroláveis e para
provocar a catarse das emoções. Pitágoras desenvolveu a noção de cura
através dos intervalos rítmicos da melodia musical, considerando que a
musica continha efetivos poderes curativos quando bem empregue,
intitulando esta terapêutica como purificação.

Pode-se considerar, também, os relatos presentes na Bíblia, onde consta a


terapêutica musical a que foi submetido o rei Saul por David com sua
harpa para se libertar da depressão e dos ataques de raiva. A partir do
século I, os cantos gregorianos eram cantos litúrgicos muito usados
durante a Idade Média como canto oficial, de caráter introspectivo e
meditativo para as igrejas católicas. Em 1783 a Sonata para Dois Pianos
em Ré Maior foi composta por Wolfgang Amadeus Mozart e é usada até
hoje em sessões de musicoterapia. Em 1804, foi composta a Sinfonia n°5
em Dó Menor, dita como Sinfonia do Destino, de Ludwig Van Beethoven,
hoje é usada para cura de câncer de mama.

A ideia de musicoterapia propriamente dita afirmou-se nos anos 40,


sobretudo em resposta ao grande numero de soldados que regressavam
dos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial com ferimentos na
cabeça e lesões cerebrais traumáticas, uma condição que agora
designamos por “perturbação de estresse pós-traumático”. Em 1944, o
primeiro curso universitário de musicoterapia foi criado na Universidade
Estadual de Michigan, nos Estados Unidos. Em 1961, a música
Atmosphéres foi composta por Gyorgy Ligeti e também apresenta
resultados positivos contra células tumorais do câncer de mama. Em 1981,
A World Federation of Music Therapy foi formalmente estabelecida em
Genova, Itália. Em 2017, a musicoterapia foi incluída no Programa de
Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde do Brasil.
Com efeito, ao longo da historia da humanidade as praticas de cura e a
musica surgem intercruzadas, dado ser a musica considerada uma de
varias praticas curativas, ou pelo menos cuidadoras.

Entende-se a música como facilitadora de relacionamentos e promotora


destes mesmos relacionamentos, quer no que se refere aquilo que é
transmitido aos outros, que com aquilo que é percepcionado por cada um,
que pela sua capacidade comunicacional e desinibidora de expressividade.
A música, portanto, é um meio de comunicação poderoso capaz de
conectar as pessoas nos níveis físico, fisiológico e mental.

A música enquanto instrumento da musicoterapia é muitas vezes


considerada como um meio potencializador de cura, pois provoca
alterações substanciais no organismo humano e potencializa o
desenvolvimento das faculdades intelectuais, bem como emocionais.
Através do ritmo e do som, a musica age sobre o motor e sensorial
enquanto a melodia atinge a afetividade.

A pratica da terapia pela musica não trata de formar artistas, e sim de


utilizar a musica com uma finalidade salutogenica. Visto que ela não
apenas desperta a vida da alma dentro de nós como, literalmente, constitui
a essência vibratória da alma e da totalidade da vida. Assim, quando
estamos intensamente concentrados na execução ou na audição da
música, naturalmente nos desligamos das limitações da mente racional e
linguística para mergulhar num estado de consciência mais criativo,
simbólico, expandido, onde nos tornamos um com a vibração da alma – o
cerne ilimitado, onisciente e infinito de nosso ser.

De acordo com recentes descobertas no campo da psiconeurimunologia, a


mente não está localizada apenas no cérebro: a consciência permeia o
corpo inteiro. Este reflete a soma total de nossos pensamentos atitudes
crenças e sentimentos. Se há constrição na mente haverá tensão no
corpo. Quando reprimimos ou dissociamos sentimentos, a energia deles
exprime-se em algum lugar do corpo, usualmente sob a forma de dor ou
doença. Pois a mente não distingue o real do imaginário. Assim reforça-se
a ideia de que o corpo reflete aquilo que pensamos e sentimos. Se nos
imaginamos doentes, debilitados ou descoordenados, nosso corpo aceita a
ideia.

Devido à natureza vibratória do corpo, a música tem sido utilizada desde


tempos imemoriais como instrumento terapêutico para regular as funções
internas do organismo. A pesquisa contemporânea sobre terapia musical
indica que a música pode harmonizar e equilibrar todos os ritmos do corpo,
inclusive os batimentos cardíacos, a respiração, a pressão sanguínea, a
frequência das ondas cerebrais e a taxa respiratória básica. Graças à sua
influência sobre o sistema nervoso autônomo, que está diretamente ligado
aos centros emocionais do cérebro, a música produz efeito salutar nos
sistemas hormonal e imunológico.

A música age diretamente na região do cérebro que é responsável pelas


emoções, gerando motivação e afetividade, além de aumentar a produção
de endorfina, que uma é substância naturalmente produzida pelo corpo,
que gera sensação de prazer. Isso acontece porque o cérebro responde de
forma natural quando ouve uma canção, e mais do que lembranças, a
música quando usada como forma de tratamento pode garantir uma vida
mais saudável.

A influência positiva da musica foi constatada em várias publicações e


trabalhos na área da saúde e estudos em Neurociência. Observou-se que
pacientes que se submeteram à musica tiveram recuperação mais célere,
altas precoces e diminuição da dor. No que concerne a doenças
associadas ao ritmo cardíaco, pode-se dizer que os seus portadores
necessitam de um ritmo de vida calmo e relaxante. Para tal, a música pode
ser um auxiliar no relaxamento e mesmo no extravasamento de emoções.
Neste sentido, um estudo empírico com doentes cardíacos constatou que
se a musica transmitisse prazer existia um retardamento na pulsação e se
fosse estressante e incomodativa dava-se um acelerar do batimento
cardíaco.
Estudos científicos também revelam que a intervenção musical mostrou-se
um bom instrumento, sem efeitos adversos, na redução da ansiedade pré-
operatória, e que tal prática deveria tornar-se uma rotina na busca de uma
medicina mais humanizada, afinal, não se cura um corpo sem tocar na
alma de alguém. Em outro estudo cientifico, concluiu-se que o programa
de terapia pela musica foi efetivo para diminuir o nível de estresse, da
ansiedade e dor crônica, melhorando o condicionamento físico, padrões
cardiorrespiratórios, bem como minimizando significativamente a
depressão e potencializando o desenvolvimento e manutenção da saúde
do ser humano. Constatou-se em pesquisas, também, que a influência da
musica melhora no desenvolvimento neuropsicomotor, pacientes com
demência vascular notaram uma melhora na linguagem expressiva e
comportamental. Em outros estudos, a música também foi útil para elevar
os índices de aleitamento materno entre mães e prematuros.
Com base nessas evidências, pode-se inferir que o uso da musica é uma
terapêutica complementar valiosa que exerce influencia sobre aspectos
neurocognitivos, emocionais, psíquicos e sociais. Portanto, desempenha
importante papel na manutenção e melhora na qualidade de vida, além de
propiciar maior interação do individuo com o meio social e familiar.

IV- Histórico
No mês de Outubro de 2018, visando a divulgação desse projeto, os
servidores da Policlínica, liderados pela Agente de Polícia e Psicóloga,
Emmanuelle Currlin, formaram, em uma semana, a Banda “PoliRock” que
se apresentou na abertura do “Projeto Sorriso Feliz” que ocorreu no dia 19
de Outubro de 2018.
A banda teve a finalidade de atrair e motivar os servidores da PCDF a
participarem da formação de novos grupos musicais.

V- Justificativa
A Policlínica tem, entre suas atribuições regimentais, promover e
acompanhar a Saúde Ocupacional do servidor, a assistência à saúde, com
foco na prevenção. Além disso, tem desenvolvido vários programas e
projetos em saúde.
Esse Projeto contribui para a promoção da saúde e qualidade de vida dos
servidores.

VI- Objetivo Geral


Potencializar as funções físicas e mentais, melhorando a auto-estima,
ampliando as relações sociais e cultivando as habilidades sonoro-musicais.
Além de combater o estresse ocupacional e melhorar os sentimentos.

VII- Objetivos Específicos

Aumentar o conhecimento cultural e melhorar a qualidade de vida;


Possibilitar que o indivíduo orquestre mente, corpo e coração resgatando
sua identidade sonoro-musical; Desenvolver aspectos psicomotores - o
esquema corporal (organização das sensações relativas ao corpo em
relação aos dados do mundo exterior); Possibilitar uma ampliação da
relação sonora musical; Atingir as faculdades cognitivas, pensamentos e
memórias.

VIII- Benefícios
São vários os benefícios da Terapia pela Música como, atuar no tratamento
da depressão; criar e aperfeiçoar de canais de comunicação; proporcionar
qualidade de vida, alegrias e bem-estar; melhorar a memória; possibilitar a
integração social; estimular a coordenação motora; melhorar a expressão
corporal; aumentar a capacidade respiratória; controlar a pressão arterial;
aliviar dores de cabeça; melhorar distúrbios de comportamento; auxiliar
doenças mentais; ajudar a suportar dores crônicas; dentre outros.

IX- Público Alvo


Servidores da Polícia Civil do DF, de qualquer faixa etária, com nenhum
conhecimento, algum conhecimento ou com muito conhecimento musical.
Todos serão bem distribuídos nos grupos musicais de acordo com seus
níveis. E também os servidores que queiram ser voluntários na arte de
ensinar.

Lembrando que os “grandes grupos”, isto é, os que possuem mais conhecimento


musical, reunidos, poderão ir além desse projeto, ou seja, fazer
apresentações que a PCDF proporcione.

No espectro de trabalho com a música de forma terapêutica, cabem todos os tipos


de manifestações musicais. Ou seja, os desafinados nos interessam, os
tímidos, os que se auto intitulam “sem ritmo”, os silenciosos, assim como os
virtuosos, os extrovertidos, enfim, a música é um universo que vale a pena
conhecer e usufruir de seus benefícios.

Haverá, também, uma turma “piloto” infantil com os filhos de servidores e policiais
civis interessados.

X- Material

Inicialmente os grupos contarão com equipamentos particulares que serão


disponibilizados na Policlínica. Porém haverá a necessidade de aquisição
de equipamentos pela própria PCDF para que o projeto seja executado
com maior excelência.

Será preciso adquirir equipamentos dentro de um custo aproximado de R$


150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). Dentre esses equipamentos
estão: Violão, Guitarra, Contrabaixo, Bateria, Microfones, Amplificadores,
Cabos, Pedestais, pedaleira, dentre outros. (Termo de Referência e
especificação em anexo).

XI- Horários e Inscrições


A princípio haverá horários pela manhã, no período do almoço, e a tarde.
As Práticas serão uma vez na semana com duração de 1h45min.
Os interessados poderão inscrever-se por meio do e-mail da Policlínica
(policlínica-gaa@pcdf.df.gov.br) e pelos telefones: 32075855 e 32075852.
Ou entrar em contato diretamente com a Emmanuelle através do telefone:
61-981098199.

XII- Avaliação
Será aplicado um questionário de pesquisa de clima organizacional.
XIII- Referências Bibliográficas (Acessadas em 22/10/2018)
http://www.inca.gov.br/rbc/n_58/v02/pdf/03_artigo_influencia_musica_
dor_ansiedade_decorrentes_cirurgia_pacientes_cancer)_mama.pdf/
https://www.tuasaude.com/beneficios-da-musicoterapia/
http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/39982 - Atas do XII
Congresso da SPCe, 2014
http://www.scielo.br/pdf/reben/v66n3/a13v66n3.pdf - Revista Brasileira
de Enfermagem- REBEn
http://srv02.fainor.com.br/revista/index.php/memorias/article/view/651
- Artigo de Revisão – C7D – Revista Eletyronica da FAINOR, 2017

XIV- Idealização, Coordenação e Execução

Emmanuelle Currlin – Agente de Polícia e Psicóloga Clínica Cognitiva-


Comportamental e Especialista em Gestão de Pessoas e Organizações.

ZILDINAI FRANÇA DE OLIVEIRA


DIRETORA DA POLICLÍNICA
PCDF

EMMANUELLE GURGEL CURRLIN PERPETUO


AGENTE DE POLICIA
PCDF

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