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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE BRASÍLIA

EM CONSTRUÇÃO

Iris Colonna Santos Silva

A UTILIZAÇÃO DO CANTO E DA VOZ NOS ATENDIMENTOS


MUSICOTERAPÊUTICOS NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-


Graduação em Musicoterapia da Faculdade Teológica Batista de
Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de espe-
cialista em Musicoterapia.
LINHA DE PESQUISA: XXXXXXXXX

BRASÍLIA - DF
2024
1. INTRODUÇÃO
Falar sobre canto e voz em musicoterapia é um desafio instigador para uma
futura musicoterapeuta que tem no cantar sua principal atuação na área musical.
Dentre os diversos caminhos para a conceituação de musicoterapia, tem-se como
peculiar o fato deste saber existir sob a tríade terapeuta-musica-paciente. Existem
várias definições para musicoterapia que variam conforme a orientação e perspectiva
de um grupo particular de praticantes, ou diferentes culturas. Segundo a União
Brasileira de Musicoterapia (UBAM) a “musicoterapia é um campo de conhecimento
que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes
do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas” (WIGRAM, 2002
APUD SANTIAGO, 2028; UBAM, 2018).
Quanto a música, conceitua-se como a arte de combinar os sons de forma
harmoniosa, o produto desta combinação, ou ainda a notação escrita de uma
composição musical (HOUAISS, 2011). Culturalmente importante, a música permeia
momentos marcantes da sociedade e se configura como uma forma de arte e um meio
de comunicação expresso pela linguagem. É capaz de expressar sensações em
indivíduos a partir do seu nascimento e em todas as etapas do desenvolvimento
humano, unindo sons e ritmos. Por sua vez o som depende do movimento e não existe
na ausência dele, sendo, em termos físicos, uma vibração que chega a nossos
ouvidos na forma de ondas que percorrem o ar que nos rodeia (CARNEIRO ET AL,
2022 e JEANOT, 2008).
[...] Num texto falado [...] ouvimos sons e ritmos articulados, mas cada
palavra representa uma ideia definida, concreta. A música, ao contrário, nunca
expressa uma ideia intelectual definida, nenhum sentimento determinado, mas
somente aspectos psicológicos absolutamente gerais, abstratos. [...] essa
generalidade não é, no entanto, uma abstração vazia, mas uma espécie de
expressão e de determinação diferentes das que correspondem ao
pensamento conceitual. Essa é a razão pela qual a música pode ser
compreendida, interpretada e até executada de maneiras diferentes (Jeandot,
2008 – pp 12-13)

Quando o ser humano toca um instrumento, é o gesto que cria e controla o som.
A emissão vocal completa e reforça o gesto. A palavra cantada amplia o vigor da
linguagem falada (JEANOT, 2008).
[... ] A música é determinada pelos músculos: os da laringe para o canto, os
dos dedos para os instrumentos de cordas, usa a respiração para os
instrumentos de sopro, tudo é determinado pelo corpo do homem e é por isso
que nunca se tocou segundo ritmos mais rápidos ou mais lentos que os
naturais do corpo" (Stockhausen Apud Jeanot, 2008, pag. 15).

Em termos neurológicos, sabe-se que muitas partes do cérebro estão


envolvidas na apreciação da música e na prática musical, estimulando e até
emparelhando muitas funções na experiência com a música. Quanto as áreas
ativadas em atividades musicais, destaca-se que composição, performance e audição
requerem os sentidos da visão e audição, funções intelectuais e emocionais, e
atividades sensório-motoras. Isto quer dizer que essas atividades envolvem o córtex
cerebral, o núcleo motor e sensorial subcortical e o sistema límbico. (WIGRAN, 2002,
Apud Santiago, 2018). Tais características são fundamentais no contexto da
musicoterapia que, segundo o conceito da Word Federation of Music Therapy
apresenta a seguinte definição:
Musicoterapia é o uso da música e/ou elementos musicais (som, ritmo, melodia e
harmonia) por um musicoterapeuta qualificado com um cliente ou grupo, em um
processo designado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado,
mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no
sentido de atender necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A
Musicoterapia almeja desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para
que ele ou ela possa obter melhor integração intra e interpessoal, consequentemente
uma melhor qualidade de vida através da prevenção, reabilitação ou tratamento.
(WFNT, 1996 Apud Santiago, 2018).

Referências:
1. CARNEIRO , F. P. .; MEDEIROS , I. V. .; FIGUEIREDO, C. F. V. de .; SOUSA, G. de M. .; OLIVEIRA , M. da

C. .; OLIVEIRA , F. F. D. de .; BEZERRA JUNIOR , E. .; MONTEIRO , A. O. . A importância da música no

desenvolvimento infantil . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 14, p.

e353111435464, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i14.35464. Disponível em:

https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35464. Acesso em: 26 fev. 2024.

2. Houaiss, 2011

3. Jeandot, Nicole , Explorando o universo da música, São Paulo, Ed. Scipione, 3ª Ed. 2008.

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