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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Salazar Banol, Fernando


Biomúsica/ Fernando Salazar Banol; tradução
Ali Mohamad Onissi. — São Paulo: ícone, 1993.

Bibliografia.
ISBN 825-274-245-9

1. Bioenergética 2. Musicoterapia I. Título.

93-0645 CDD-615.85154

índices para catálogo sistemático:

1. Biomúsica: Musicoterapia 615.85154


FERNANDO SALAZAR BANOL

BIOMÚSICA

Tradução:
Ali Mohamad Onissi

cone
L editora
© Copyright 1993, ícone Editora Ltda

Produção

Anízio dc Oliveira

Capa

Rodolfo Garofalo

Composição

Rosiclcr Freitas Teodoro

Revisão

Adalberto Oliveira Couto

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer


forma ou meio eletrônico, inclusive através dc processos
xerográficos, sem permissão expressa do editor
(Lei n° 5.988, de 14/12/1973)

Todos os direitos reservados pela,


ÍCONE EDITORA LTDA
Rua Anhanguera, 56/66 — Barra Funda
CEP 01135 —São Paulo —SP
Tels. (011) 826-7974/826-9510
DEDICATÓRIA

Dedico esta obra ao Dr. Samael Aun Weor, pioneiro


da Antropologia Gnóstica, a quem devo tudo que aprendi.
Temos indubitavelmente um corpo de carne e
osso. Tal corpo possui uma euritmia maravilhosa
e no cérebro se encontram muitos poderes latentes
que devem ser despertados. E indispensável
aprender a controlar nosso próprio corpo, saber
tirar dele suas mais doces melodias. E
impostergável fazê-lo vibrar como uma sinfonia
de harpa milagrosa, dentro do Universo infinito.

Samael Aun Weor


INTRODUÇÃO

A Biomúsica, também chamada Musicoterapia da


Nova Era, aplicável a pessoas normais, acha-se profun­
damente relacionada com as ciências do comportamento,
posto que freqüentemente se ocupa em ajudar a melhorar
o comportamento provocado pelos meios social e interno
que pressionam o ser humano.
Queremos expressar a Biomúsica, matéria de nossa
investigação e estudo, sem as terminologias de uma escola
psicoterapêutica em especial, mas livres de tais vínculos.
Os seminários e cursos de Biomúsica não pretendem criar
uma nova escola de pensamento nem reclamar para esta
um status especial, mas oferecer meios práticos para que
o ser humano se encaminhe no conhecimento de si mesmo
e para a verdade, com o auxílio dos sons da saúde.
Os três princípios que fundamentam os
conhecimentos e técnicas da Biomúsica são:
1.0 estabelecí mento ou restabelecimento das relações
interpessoais — para tal efeito temos como mostra de
trabalho a música ambiental ou motivacional, aplicada em
ambientes de escritório e na indústria;
2. A obtenção da auto-estima, por meio da auto-
realização — neste princípio se trabalha com aAxiologia,
que é o estudo dos valores e desvalores do ser humano, e
para tal efeito temos como mostra de trabalho as com­
posições do Dr. Steven Halpern, com músicas anties-
tressantes e antifrenéticas, ou seja, que influem sobre a
parte psicológica do homem;
3.0 empregodopodersingulardo ritmo, da harmonia
e da melodia, para dotar ou restabelecer a energia do
indivíduo—para tal efeito temos como mostra de trabalho

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os Largos da música barroca, que têm sido experimentados
com grande efetividade nos sistemas de superaprendizagem
do Dr. Lozanov.
Também a finalidade desses cursos e seminários de
Biomúsica é a de chegar a conhecer os di ferentes programas
de orientação para as pessoas que buscam um equilíbrio
holístico, ou seja, do corpo e da psique.
É oportuno destacar o papel que a música
desempenhou ao longo da História na vida do homem.
Antigamente, o equil íbrio psicológico da sociedade estava
em concordância com a harmonia que a música oferecia.
Temos um claro exemplo disso na música clássica.
Atualmente não há equil íbrio psicológico, a sociedade está
em crise, e a música moderna está levando a coletividade
mundial a um estado de degeneração física e psicológica.
Nesse caso, os exemplos mais expl ícitos estão nos “estilos”
heavy e punk.
A resposta à presente situação é dada pela Biomúsica,
ou sons da saúde, dado que esta surge como resultado das
investigações no campo da Bioenergética, que busca
orientar a música a determinados centros magnéticos do
organismo humano para que, dessa maneira, se ponham
em atividade determinados vórtices de energiada anatomia
oculta do homem, restabelecendo assim suas energias
físicas e psíquicas.
Finalmente, diremos que para compreender a
aplicação da Biomúsica é fundamental contar com os
conheci mentos de outras discipli nas cient íficas e esotéricas.

O Autor

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CAPÍTULO I

NOSSO SOM É IMAGEM

Nosso Som é Imagem não é uma simples frase... Aqui


se trata de uma questão estritamente científica, ou seja, que
se tem em conta que as ondas sonoras são energia e, por­
tanto, podem ser captadas, canalizadas e reconstruídas,
como se pôde demonstrar com o rádio e a televisão.
A onda visual, como a onda sonora, é energia e,
como todo elemento material, está formada de luz e se
dissolve na luz. Podemos deduzir disso, do ponto de vista
científico, que a energia é uma forma de luz e que esta,
quando sujeita a diferentes vibrações, forma todos os
diversos eleir entos a que chamamos Matéria. Se a luz é o
elemento primordial que forma todas as outras energias
integradas à matéria e sendo essas outras energias eternas
e reconstruíveis, assim também é muito mais reconstruível
a onda visual, que é a mãe de todas as outras energias.
Por isso, quando se diz na Bíblia que no primeiro dia
Deus criou a Luz, isso significa que ele criou o elemento
com o qual deu origem depois a todos os outros.
Cientificamente se aceita, na atualidade, que o som
gera Luz e vice-versa. Deduz-se então que a onda sonora
viaja junto com a onda luminosa e que ambas contribuem
na formação dos agregados energéticos que resultam nas
diferentes formas de matéria. Em outras palavras, as ondas
sonorae luminosa, ao viajarem juntas, podem ser captadas,
concentradas e posteriormente retransmitidas e recons­
truídas, resultando em sons e imagens.

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MÚSICA DE TODA COR

Corroborando o já mencionado, é sabido que algumas


pessoas vêem cores ao escutar música. Essas visões
provocadas pela música foram catalogadas como
sinestesias, ou seja, sensações percebidas por um sentido
devido ao estímulo de outro. Bruno Deschenes, composi­
tor canadense, realizou durante vários meses exercícios de
imagens induzidas para averiguar a causa desse fenômeno.
Suas conclusões sobre essas experiências são muito
concretas: esse tipo de sinestesia ocorre com maior
freqüência quando o ouvinte suspende as funções cerebrais
enquanto escuta música. Traduzindo em termos
neurofisiológicos,vêem-se cores ao escutar música porque
é suspensa a atividade do neocórtex e a informação é
analisada pelas zonas mais antigas do cérebro.
“A música cria um estado emocional específico no
ouvinte”, afirma Deschenes, e aquelas pessoas que
suspendem seu juízo intelectual (hemisfério esquerdo) e
submergem na experiência têm muitas possibilidades de
experimentar essas sinestesias.
Pode-se conseguir registrar o som e acorem diferentes
áreas do cérebro. Nas sinestesias, o sistema límbico cere­
bral possibilita que os centros visuais respondam à música.
Essa ressonância não ocorre quando se escuta música de
uma forma exclusivamente intelectual.

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CAPÍTULO II

O RELAXAMENTO E SEUS BENEFÍCIOS

O estudo e a aplicação de métodos de musical ização


orientados para o relaxamento nos permitem fazer uma re­
sumida síntese do muito que se poderia falar sobre o tema.

O RELAXAMENTO

Os cientistas descobriram já há vários anos que, se o


indivíduo relaxasse a tensão muscular, podia recordar
melhor o que havia aprendido.
Se pudéssemos adestrar o coração de modo a que
batesse mais lentamente enquanto pensamos, o trabalho
mental seria mais fácil. A Dra. Barbara Brown diz: “Com
o ritmo cardíaco mais lento, aumenta a capacidade mental
de forma notável”. Por outro lado, o Dr. Jacobson, pioneiro
do relaxamento físico, estudou os problemas da emoção e
do nervosismo. Ele se deu conta de que um homem se
sobressalta ao encontrar-se tenso; pelo contrário, se estiver
completamente relaxado, não manifesta sobressalto nem
perturbação nervosa de nenhum tipo. Constatou igual mente
que as fibras musculares em estado de relaxamento careciam
de todo impulso nervoso. No entanto, no momento em que
ocorriaumamanifestaçãoouperturbaçãonervosaqualquer,
os impulsos nervosos surgiam em processos localizados,
episódicos e variáveis por diversas partes do sistema mus­
cular.
Por outro lado, observa-se que na vida prática a
aplicação do efeito relaxante da música tem servido para

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a criação de ambientações musicais que são utilizadas no
comércioenaindústria. Ademais, ultimamente os fisiólogos
descobriram que os ritmos do corpo, como o batimento
cardíaco, as ondas cerebrais, a respiração etc., tendem a
sincronizar-se ao compasso da música.

BENEFÍCIOS DO RELAXAMENTO
COM A MÚSICA

Os principais benefícios da aplicação da Biomúsica


no relaxamento físico e psíquico são:
* Torna mais lenta e profunda a respiração.
* Previne enfermidades cardíacas.
* Combate o nervosismo. '
* Combate a insônia, ao relaxar os músculos do tó­
rax e dos ombros.
* Combate as cefaléias ao relaxar os músculos do
pescoço.
* Aumenta a resistência às excitações sensoriais.
* Previne a neurose.
* Previne enfermidades psicossomáticas.
* Combate o stress.
* Permite o domínio das forças afetivas.
* Auxilia no bom funcionamento da fisiologia.

BENEFÍCIOS DA RESPIRAÇÃO
SINCRONIZADA COM A MÚSICA

O ser humano é vibração, cada um de seus órgãos


vibra com diferentes notas. Sincronizando-se as vibrações
internas do corpo humano com a orientação que a música
nos dá, será produzida a harmonia em seu funcionamento,

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que depende em grande parte do oxigênio que se leva
através da respiração a todo o organismo. Isso obviamente
trará benefícios a diversas partes do corpo, detalhados a
seguir:
* Cérebro
* Tálamo e hipotálamo (fenômenos vinculados ao
subconsciente)
* Hipófise (fenômenos vinculados ao dom da con­
centração)
* Cerebelo e centros piramidais
* Plexo solar
* Pulmões
* Pele e membranas mucosas
* Músculos
* Vasos sanguíneos
* pH do sangue
* Normalização do tônus vital
* Mudança positiva no estado de ânimo.

15
I

CAPÍTULO III

O CONTROLE DA IMAGINAÇÃO

“A Imaginação cria.
Imaginar é ver.”
SamaelAun Weor

A Imaginação desempenha em nossas vidas um


papel muito mais importante do que poderiamos pensar. A
imaginação criadora — heurística — não é algo que se
acha reservado somente aos poetas, filósofos e inventores:
tem a ver com cad a u m de nossos atos. A i magi nação forma
o “quadro meta” sobre o qual funciona nosso mecanismo
automático.
Triunfamos ou fracassamos, não por causa da
“vontade”, mas devidoà imaginação bem ou mal utilizada.
O ser humano atua, sente e se desenvolve sempre de acordo
com o que imagina ser a verdade, acerca de si mesmo e do
meio ambiente que o rodeia.
O sistema nervoso não assinala jamais a diferença
existente entre uma “experiência real” ou uma “experiência
imaginada”. Em um e outro casos, o sistema nervoso reage
automaticamente à informação que 1 he é conduzida a partir
do prosencéfalo e, também, de acordo com o que você
“pensa” ou “imagina” ser verdade. Segue-se, pois, que se
nossas imagens mentais e idéi as concernentes a nós mesmos
se acham deformadas ou se mostram irreais, então nossas
ações com respeito ao ambiente serão igualmente inade­
quadas.
Se vemos a nós mesmos atuando de maneira deter­
minada, isso equivalerá a agirmos assim na realidade au­

17
têntica. A prática da imaginação auxilia a fazer tudo mais
facilmente e com maior perfeição.
A Cibernética considera o cérebro, osistema nervoso
e o sistema muscular como um servomecanismo
extremamente complicado, como uma máquina que
persegue fins determinados e dirige seu rumo a um espaço
ou uma meta em resposta (feed-back) às informações
armazenadas. Com a ajuda de tais dados, e quando se faz
necessário, corrige seu curso automaticamente. Como
previamente deixamos estabelecido, este novo conceito
não quer significar que o ser humano seja uma máquina:
são o cérebro e o corpo físico da pessoa que funcionam
como uma máquina com a qual o indivíduo opera.
A imaginação vem sendo, em comparação com a
cibernética, o elemento corretivo das ações da pessoa, com
a diferença de que esta é uma faculdade que pode ser
desenvolvida para conseguiradiantar-se aos acontecimentos
e fazer tudo mais facilmente e com maior perfeição. No
caso da cibernética, a correção das ações se produz logo
que se dão certos fatos, aproximados ou não da realidade.
Do anteriormente dito, deduz-se que a imaginação é
uma faculdade que pode ser desenvolvida pelo homem e
é mais poderosa que qualquer máquina, já que esta é o
resultado da criação do ser humano—que teve de imaginá-
la primeiro. Por último, baseando-se em todo o já exposto,
podemos dizer que a imaginação é mais poderosa que a
vontade e que, por isso, o desenvolvimento da imaginação
leva necessariamente ao desenvolvimento da vontade.

O CÉREBRO DIREITO

Duas décadas de investigações revelaram profundas


diferenças entre os dois hemisférios cerebrais. Trabalhos
do psicobiologista Roger Sperry e de outros investigadores

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chegaram à conclusão de que o hemisfério esquerdo é o
melhor para o pensamento verbal, lógico, quantitativo e
analítico, enquanto o hemisfério direito é o mais hábil
visual mente e na percepção do espaço, sendo mais artístico,
musical, emocional e criativo.
O co-autor de Left Brain, Right Brain, George
Deutsch, da Universidade do Texas, em Galveston, diz que
a idéia do domínio cerebral foi praticamente abandonada...
“O que se aceita agora não é tanto que um ou outro
hemisfério seja dominante, e sim que algumas pessoas
usam mais um do que o outro.”
No terreno da Biomúsica, dá-se muita importância à
utilização positiva e equilibrada do hemisfério direito, já
que é o mais musicale criativo, elementos tão importantes
na cura com a música. Para a realização de um relaxamento
psicoacústico, solicita-se que as pessoas não analisem a
música, mas que se entreguem a ela, que utilizem a
imaginação criadora — hemisfério direito — inspirada
pelo tema especializado que se está escutando.
Aprofundando mais esse tema, vemos que, ao
contrário do afirmado por teorias científicas anteriores, a
musicalidade não é algo próprio de um só hemisfério
cerebral. E este o resultado de uma série de testes realizados
pelo dr. Godehart Oepen, da Clínica Neurológica da
Universidade de Freiburg, na Alemanha. Os testes, que
abrangeram pessoas mais ou menos musicais portadoras
de lesões cerebrais, revelaram a Oepen que, pelo menos
como tendência, as lesões do hemisfério direito acarretam
transtornos à musicalidade melódica, afetando, no
hemisfério esquerdo, a musicalidade rítmica. Na zona
esquerda está situado o sentido do tempo, que é
imprescindível para a percepção do ritmo—tão necessário
na linha da “Biodança”, uma das novas alternativas da
música.

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HEMISFÉRIO DIREITO
Córtex cerebral
CORPO CALOSO (zona externa - matéria cinza
(faixa medular branca que de 3 a 4 mm de espessura)
une os dois hemisférios cerebrais
esquerdo e direito) CORTEX VISUAL
TÁ1AM0 (visão)
HIPÓFISE FORMAÇÁO RETICULAR
(equilíbrio hormonal) (sonho, vigília,
atenção, vigilância)
HIPOCAMPO (memória)
CEREBELO (equilíbrio)
AMÍGDALAS
(regularizador dos comportamentos instintivos) ÁREA SENSORIAL
ZONA MOTORA (sensação corporais)
(movimentos do corpo) LÓBULO PARIETAL
LÓBULO FRONTAL (zona de associação dc
(tomada de decisões) / mensagens sensoriais)
ÁREA DE BROCA \ LÓBULO OCIPITAL
(área motora da linguagem) . (visão)
ÁREA AUDITIVA (ouvido) ÁRIA DE WERNICKE
IXJBULO TEMPORAL (memória da lingúagem) (área receptiva da linguagem)
BULBO OLFATÓRIO (olfato e paladar) CEREBELO (equilíbrio)
MEDULA ESPINHAL
HEMISFÉRIO ESQUERDO
(transmissão de mensagens)

Os dois hemisférios do cérebro humano

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CAPÍTULO IV

ESTUDO DO SOM

“A música expressa o que há de


metafísico no mundo, a coisa
cm si de cada fenômeno.”
Schopenhauer

Paralelamente ao avanço da Ciência, que está


chegando ao campo do ultra da natureza, o som tem sido
também matéria de profundas investigações, tanto no
aspecto de sua produção quanto de sua propagação e
utilização, não somente no físico como também no
ultrafísico. Esperamos que os delineamentos que deixamos
expressos neste capítulo sirvam para gerar inquietude
entre os músicos, no sentido de, como especialistas, criarem
e combinarem os sons adequados às crescentes necessidades
de uma humanidade em crise.

261 294 326 357 391 435 489 522


CpS

do ré mi fa sol Ia si do
C D E F G A B C
As notas musicais

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O SOM

A sensação de som que o ouvido humano percebe é


o resultado de um fenômeno físico que produz o estado de
vibração de certos corpos sólidos. Esse estado de vibração
executa oscilações rápidas que se propagam no ar em
ondas comparáveis às que produz uma pedra ao cair na
água.
A mecânica do som nos diz que, quando as vibrações
acústicas alcançam certa intensidade, as ondas originam
movimentos de atração e repulsão, sendo estes dois os
movimentos-chave na elaboração de uma composição de
Biomúsica, já que são iguais aos de um som tão fisiológico
como o do coração.
É precisamente esse efeito mecânico do som que nos
permite vislumbrar os grandes alcances de sua utilização
como um agente terapêutico. Completam esse dei i neamento
as investigações realizadas pelo Dr. Steven Halpern, que,
com a ajuda de uma filmadora Kirlian, pôde comprovar os
efeitos dos diferentes sons sobre a aura (campo
bioenergético do homem), descobrindo que certos sons
ampliavam o campo bioenergético e outros o faziam
diminuir. Dessa maneira, comprova-se o efeito mecânico
do som em seus aspectos de atração e repulsão, não só no
campo físico, mas também no ultrafísico. É justamente
esta a base sobre a qual deve se aprofundar o investigador
mais inquieto da Biomúsica.

CARACTERÍSTICAS DO SOM

O interesse pelas aplicações que podem ser obtidas


com os sons nos leva ao estudo de suas características. As
fundamentais são as seguintes:

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a) Intensidade
Deriva da amplitude das vibrações.

Intensidade Forte; Débil Intensidade

b) O Tom
Vem indicado pelo número de vibrações por se­
gundo. Quanto mais agudo é um som, maior é o seu
número de vibrações. Por outro lado, observou-se que os
sons agudos equivalem à alta freqüência, utilizada na
“audioanalgesia” por ajudar a bloquear a sensação de dor.

Tom. O Tom Grave Agudo

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c) O Timbre
Esta característica nos permite diferenciar os
sons entre si. Se quiséssemos representar o movimento
vibratório dos sons, encontraríamos que os componentes
de cada som tem diferentes amplitudes, ainda que possa
acontecer que tenham a mesma freqüência e a mesma fase
ou intensidade. Exemplo: os sons produzidos por um piano
são diferentes dos de um cornetim, ainda que tenham a
mesma intensidade e o mesmo tom.
Aprofundando um pouco mais sobre o timbre, vemos
que no terrenodas investigações da Biomúsica se descobriu
que os bebês preferem o timbre das flautas e violinos, e isso
porque influenciam poderosamente sobre o coração,
diminuindo suas pulsações por minuto.

O Timbre

d) A Duração
Como característica, é uma relação que parece
arbitrária, abandonada ao capricho do compositor ou
executante e que, não obstante, encontra-se sujeita a certas

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leis, tais como as do ritmo. A característica chamada
“duração” é igualmente importante no campo fisiológico,
e para compreender isso basta que imaginemos por um
momento o coração, os pulmões e o cérebro tendo uma
duração fora de ordem: isto seria catastrófico para o
organismo.

CLASSES DE SONS

Nas investigações em Biomúsica, as classes de som


vêm cumprir um papel muito importante, pois cada um
deles pode influir sobre um órgão específico do corpo ou
sobre um estado emocional em especial. Julgamos
conveniente, portanto, citar os mais importantes.

Sons Abertos.
São os que produz a voz humana no registro do peito
e os que se obtêm no trombone sem necessidade de
introduzir neste instrumento a sua vara. Também são
chamados assim os de acorde perfeito Dó, Mi, Sol. Podemos
citar como exemplo interessante as experiências de Walter
H. Welche, que por meio de estímulos fisiológicos da voz
humana — neste caso o canto — pôde curar problemas de
anemia, fígado e indigestão.

Sons Agudos.
São os que em igual tempo produzem mais vibrações
que outros — estes, em comparação, serão graves — e os
que estão no registro superior da voz ou de um instrumento.

Sons Antifônicos.
São os consoantes entre si, à distância de uma ou
mais oitavas.

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Sons Artificiais.
Na música antiga, aqueles produzidos por um
instrumento, em contraposição ao som natural, que era o
da voz humana.

Sons Compostos.
São os resultantes de dois ou mais sons.

Sons Enarmônicos.
São os que soam igual e, não obstante, têm distintos
nomes. Por exemplo: Dó sustenido e Ré bemol. A enarmonia
é um dos mais ricos recursos para a modulação a serem
melhor aproveitados, num futuro próximo, pelos
compositores de Biomúsica.

Sons Flautados.
São os que se originam pelo choque da coluna de ar
contra uma chanfradura ou abertura de bordas recortadas
num tubo ou outra cavidade análoga, como a flauta, a

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ocarina etc. São também os que o violino faz ouvir nas
harmônicas. Temos um bom exemplo da utilização desses
sons no terreno da Biomúsica com o tema “Sweet Baby
Dream”, de Bergman, que utiliza muito a flauta e o violino
para criar música especializada para bebês.

Sons Harmônicos.
Denominam-se deste modo os que são obtidos, nos
instrumentos de arco e nos de dedilhar, roçando-se
suavemente uma de suas cordas em determinados pontos
de sua extensão, em vez de pressioná-la — como se faz
para obter sons normais no violino, na viola, no violoncelo
etc.—ou dedilhá-la, como na harpa, na guitarra, no alaúde
etc. Nos instrumentos de arco e de dedilhar, os harmônicos
são naturais ou apoiados, conforme sejam obtidos apenas
roçando-se a corda com o dedo ou roçando-a e apertando-
a também no lugar conveniente.

Sons Imperfeitos.
Os que não são uníssonos, tendo sinais audíveis
distorcidos. Deveríam ser considerados como ruído, em
oposição ao verdadeiro som musical. Os sons imperfeitos
são considerados maléficos para a saúde.

Finalizando este bloco, passaremos a mencionar


algumas classes de sons de nossa “sinfonia fisiológica”:
a) Som Claro
Produzido pela percussão do pulmão saudável.
b) Som Gástrico ou Intestinal
Chamado também de timpânico, porque é um
som análogo ao que seria produzido pela percussão de um
tambor; é observável na dil atação do estômago ou intestino
pelos gases.

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c) Som Femural
Chamado também de som mate, é o produzido
pela percussão de uma parte maciça, cheia de líquido ou
consolidada, neste caso o coração.

LIMITES DA AUDIÇÃO

O ouvido humano tem um limite para apreciar os


sons de caráter musical. Segundo os indivíduos, a média de
apreciação dos sons não se estende além de um mínimo de
32 vibrações por segundo para o som mais grave, como o
órgão, e um máximo de 8.276 vibrações por segundo, que
é a da nota mais aguda do flautim. E esse o domínio dos
sons puramente musicais.
Os fenômenos sonoros que interessam à Biomúsica
vão mais além dos que interessariam à música, já que a esta
somente interessa:
* A produção do som.
* Sua transmissão pelo ar.
* Sua percepção pelo ouvido.
* Suas combinações sucessivas e simultâneas.
* Escalas, intervalos e acordes.
* Consonâncias e dissonâncias.
* Condições acústicas dos locais destinados à audi­
ção musical.
* Relações entre a acústica e o ritmo musical.
Para o Biomúsico, os interesses do músico são o
ponto de partida, já que ele trabalha na investigação dos
efeitos físicos e ultrafísicos que os fenômenos sonoros
produzem e sua incidência curativa. Nisso, há que se tomar
muito em conta a relação com os limites da audição do ser
humano.
Parece que o menor númerode vibrações porsegundo
que o ouvido humano pode captar é de 16, e o maior é de

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38.000 ou 50.000, ainda que esses limites não sejam muito
precisos.
Para o piano de 7 oitavas, o limite inferior é a nota
Lá de 27,5 vibrações por segundo, e o superior é a Lá de
3.480. Há pianos que chegam ao Dó de 42.000, e a flauta
até 4.700. Nos órgãos, a nota mais baixa dá 16 vibrações.
Dos tons da voz humana, dá idéia o seguinte quadro:

TONS DA VOZ HUMANA


(em vibrações por segundo)

CANTANTE VOZ NORMAL VOZ EXCEPCIONAL


Baixo MI (82) - RÉ (293) SI (61) - LÁ (348)
Barítono FÁ (87) - FÁ (370) RÉ (73) - SOL (392)
Tenor LÁ (109) - LÁ (435) SOL (98) - DÓ # (544)
Contralto MI (164) - LÁ (698) DÓ (110)-LÁ (870)
Mezzo Soprano FÁ (174) - LÁ (870) MI (164) - SÍ (977)
Soprano LÁ (218) - DÓ (1.044) SOL(196)-MI (1.305)

O DÓ # de 544 vibrações por segundo é muito


conhecido como o DÓ de Tamberlick. Alguns artistas
maravilhosamente dotados têm vozes com limites ainda
maisextensos. AvozqueMozartouviuem 1770em Parma
parece ter sido a de Bastardella, e abarcava 3 oitavas e
meia, chegando a 2.000 vibrações por segundo. A voz de
alguns caslratli, (castrados), em especial a do célebre
Farinelli, chegaram a limites ainda mais extensos.
A parte esses casos extremamente excepcionais,
pode-se estabelecer que a voz humana compreende uma ou
duas oitavas e algo mais na mulher que no homem. Os
limites extremos da voz humana, homem e mulher, podem
ser fixados em quatro oitavas, desde o DÓ de 65 vibrações
até o DÓ de 1.044 vibrações por segundo.

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ESCALA DE ALGUNS INSTRUMENTOS
(cm vibrações por segundo)

INSTRUMENTO NOTA SUPERIOR FREQÜÊNCIA


MAIS ALTA

ÓRGÃO DÓ 4.138
FLAUTIM DÓ 4.138
PIANO LÁ 3.480
HARPA FÁ 2.762
VIOLA LÁ 1.740
SAXOFONE SOL 1.550
CLARINETE SOL 1.550
BANDOLIM MI 1.303

A importância que tem para nós o reconhecer os


limites da audição se deve ao fato de que qualquer som que
escape a essas categorias de freqüências seria suficiente
para afetar sensivelmente o órgão de audição do ser
humano e criar estados de desequilíbrio psicológico, tais
como depressão, stress etc., que comentamos naseqüência.

O OUVIDO EM PERIGO

O ouvido humano não está realmente preparado para


resistir ao ruído de alta intensidade durante muito tempo.
Seriam necessárias 36 horas para recuperar a audição
normal depois de cem minutos de exposição ininterrupta
a 100 dB (decibéis).
Durante o período de recuperação todos os sons
devem ser mais intensos, para que possam ser detectados.
Este é o fenômeno mais comum que se apresenta entre os
fanáticos do rock.

30
INTENSIDADE E QUALIDADE DOS SONS

A quantidade, força, articulação e qualidade dos


sons são outros elementos indispensáveis ao estudo da
Biomúsica. Ordinariamente, conseguem-se ordenar entre
si e com o movimento, para atingir os efeitos musicais e
terapêuticos.
O estudo desses elementos nos leva a uma breve
classificação dos sons. Assim, temos:
Por sua intensidade, os sons se podem classificarem:
a. Fortes,
b. Meio fortes e
c. Suaves.
Por sua quantidade, os sons são classificáveis em:
a. Grandes,
b. Cheios e
c. Pequenos.
Por sua articulação, os sons se classificam em:
a. Ligados,
b. Picados,
c. Staccatos,
d. Martelados e
e. Pesados.
Por sua qualidade, os sons podem ser classificados
em:
a. Claros e escuros,
b. Doces e ásperos, e
c. Estridentes ou redondos.
Estas várias formas de soar, nas quais intervém
elementos tanto dinâmicos como acústicos, dão origem ao
matiz e timbre ou cor, coisas que são designadas com o
nome ou impressão psíquica que produzem.

31
RESSONÂNCIA

Deixamos intencionalmente esta última parte do


capítulo destinado ao estudo do som para a análise da
ressonância, posto que com o conhecimento profundo dela
se chegará aos desfrutes mais assombrosos da Biomúsica.
Ressonância é o fenômeno de se estabelecer uma
vibração de igual período que uma outra, exterior. Um cor­
po suscetível de vibrar (corda, ar, vareta, sino, corpo hu­
mano etc.), se recebe a ação periódica de outro, consegue
adotar o período deste, se bem que com amplitude tanto
menor quanto mais diferir, sua vibração própria, da causa
exterior que mantém seu movimento. Porém, se esta causa
varia o período, e este se acerca do corpo vibrátil, a ampli­
tude da oscilação vai aumentando sucessivamente e alcança
proporções muito grandes, absorvendo grande parte da
energia que a causa. Diz-se então que ressoa o que está
afetado pela ressonância.
A ressonância é de efeito recíproco. Enquanto um
corpo atua sobre outro, este reage sobre o pri mei ro. Ambos
os corpos, excitante e excitado, não são a rigor corpos ativo
e passivo, mas partes do conjunto.
Ressonância musical é a superposição de um som
refletido ao som direto produzido por um corpo sonoro,
voz ou instrumento, com o que ambos se reforçam ou
prolongam, e também a vibração sincrônica de uma massa
de ar ou outro corpo com o elemento produtor de som,
aumentando a intensidade deste.
Os efeitos do som refletido são um aspecto de grande
relevânciaentreos compositores de Biomúsica. Nãocuidar
da perfeição deste detalhe biomusical acarretaria o grave
risco de se criarem perturbadoras e incômodas audições,
que prejudicariam a saúde física e psicológica.

32
CAPÍTULO V

EFEITOS DO RUÍDO SOBRE A PSIQUE

“Som é o que eu faço e ruído é o


que faz meu vizinho.”
Raes

O progresso humano, tão notável no campo técnico,


não deixa de aportar elementos negativos, “subprodutos”
que afetam a vida diária. Um deles é o ruído.
Os motores, as máquinas, os automóveis, os barcos
e, fundamentalmente', os aviões, têm multiplicado suas
potências, mas, por outro lado, sua potência sonora anda
também “in crescendo”. O ruído já invadiu o campo,
clássico lugar de silêncio e repouso, devido à mecanização
da agricultura e ao uso de caminhões que enchem de ruído
os caminhos e povoados.
O ruído pode ser aceito como o preço que pagamos
pelos avanços da técnica, que cresceram e se multipl icaram
ao longo do tempo. Mas sobre o controle dos ruídos não se
pode falar de um avanço paralelo, ainda que se disponha
de instrumental preciso e variado. O interesse crescente da
população com os índices de ruído faz com que se discutam
suas conseqüências e sejam legisladas medidas para seu
controle.
Os ruídos que suportamos nas ruas das grandes
cidades é muito maior do que nossos sacrificados ouvidos
podem agüentar. Instalou-se em várias cidades francesas,
em caráter experimental, um aparelho que mede o ruído
urbano para comprovar com exatidão e precisão os ruídos
das ruas. O decibelímetro, como é conhecido, registra
todos os ruídos que se produzem ao seu redor, e por menor

33
que seja, desde um grito humano até o som de uma moto,
passando pela sineta manual de uma bicicleta.
Dezenas de equipes de cientistas e técnicos dis­
seminados ao redor do mundo trabalham em temas
relacionados com o estudo e o controle do ruído. São
equipes multidisciplinares, já que integradas por especia­
listas em disciplinas aparentemente dessemelhantes. Da
medição e avaliação dos ruídos se ocupam geralmente os
engenheiros, que desenham e — na maioria dos casos —

Em alguns países se utilizam aparelhos, como este decibelímetro (dB),


para investigar o nível dos ruídos que nossos ouvidos suportam e
estabelecer regras de controle.

34
manejam o instrumental; quando se trata de ruídos em
níveis elevados, os médicos estudam seus efeitos, especi­
almente os danos sobre as pessoas a eles expostas; sociólogos
e psicólogos preparam os testes e estudam os resultados
dos mesmos sobre a população.
Se bem que o ruído afete a totalidade das pessoas,
seus efeitos devem ser selecionados de forma muito
cuidadosa. Na avaliação serão levados em conta resultados
obtidos com pessoas normais, hiper e hipossensíveis, para
chegar assim a resultados reais.
O estudo do ruído e seu controle não está englobado
em algum ramo particular da ciência, ainda que os trabalhos
de investigação se localizem no campo da acústica.
Embora exista na atualidade uma série de conhe­
cimentos que permitem solucionar uma grande quantidade
de ruídos, no campo da música moderna pouco ou nada se
tem feito. Ao contrário, vemos que continuam a ser pro­
movidos concertos de música rock e os tão graves danos
que estes estão causando à população mundial.
Neste estudo que estamos realizando sobre o ruído,
deixaremos de lado muitos de seus aspectos que, embora
não sejam essenciais, não deixam de ser apaixonantes. Nos
referiremos ao ruído, exploraremos suas características,
explicaremos algo sobre sua audição, para, a seguir,
enfocarmos os efeitos que o ruído ocasiona, tanto ao órgão
auditivo quanto ao resto da unidade psicossomática que é,
definitivamente, o ser humano.

SOM E RUÍDO

Definições
Ru ído é um conjunto confuso de sons que não produz
sensação contínua de valor harmônico apreciável, em
contraposição ao que ocorre com os sons musicais. A causa
do ruído é que grande número de sons secundários

35
acompanham o som fundamental, com tal intensidade que
obscurecem quase quepor completo o principal. Geralmente
associamos o ruído a uma sensação desagradável mais ou
menos intensa, dependendo de suas características. E
assim que classificamos o ruído das britadeiras na rua
como “atrozes”, as buzinas e os escapamentos abertos “nos
enlouquecem” etc. Trata-se sempre de apreciações pessoais
de um fenômeno objetivo que pode ser medido e, portanto,
quantificado.
A esse respeito, é interessante obter das definições
seguintes um conhecimento mais profundo do que seja o
ruído. Diz o acústico belga Raes: “Som é o que eu faço e
ruído é o que faz meu vizinho”. Esta definição aparente­
mente jocosa sublinha o caráter psíquico da reação frente
a uma grande gama de ruídos com que nos defrontamos
diariamente. Em troca, outra definição que pertence à
teoria da informação define o ruído como um sinal ou som
indesejável. Neste sentido, pode-se contar o exemplo do
mecânico atento ao ruído do motor, que considera o
mesmo como sinal desejado e percebe como “ruído” as
conversas ao seu redor.
De qualquer forma o ru ído é uma forma particular de
som e, por isso, ainda que no capítulo anterior tenhamos
tratado amplamente sobre ele, vamos nos aprofundar um
pouco mais sobre suas características.

CARACTERÍSTICAS DO SOM

Falamos subjetivamente de sons graves e agudos,


fortes e débeis. Ou seja, referimo-nos a características
pertencentes à sensação auditiva, que é o som. Tais sensa­
ções são produzidas por ondas de pressão sonoras de
diferentes características físicas.
Estas são fundamentalmente:

36
a) A amplitude da pressão e
b) A freqüência da onda.
Assim, uma onda de pressão maior se ouve mais
forte, contrariamente à outra que se ouve como débil,
devido à sua amplitude ser menor. A freqüência, por seu
turno, está relacionada com a sensação de altura de um
som. Essa característica nos permite dividir os sons em
graves e agudos, quando suas freqüências são, respectiva­
mente, menores e maiores. Um som é ouvido tanto mais
agudo quanto mais elevada seja a sua freqüência. Os sons
são denominados de puros ou tons. As fontes sonoras ou
ruidosas produzem sons compostos por uma grande
quantidade de tons.
A pergunta que surge imediatamente é qual seria o
objetivo de um estudo tão prolixo das diversas caracterís­
ticas dos ruídos. Não seria suficiente medir o nível? De
fato, para um grande número de aplicações em Biomúsica,
conhecer o nível é suficiente. Em troca, outros ruídos, em
especial os do meio ambiente, exigem o conhecimento dos
elementos restantes, com o fim, de um lado, de avaliar seu
efeito sobre a saúde das pessoas, e de outro, projetar medi­
das necessárias para sua solução.
Os efeitos dos ruídos sobre o homem são bem com­
preendidos quando se examina o funcionamento do ouvido
humano.

COMO OUVIMOS

O ouvido trabalha como um tradutor, transformando


a energia mecânica das ondas sonoras em potenciais
nervosos. A porta de entrada dessas ondas é o pavilhão
auricular, que atua como funil acústico, amplificando a
pressão das ondas sonoras que atuam sobre o tímpano.

37
OUVIDO OUVIDO MÉDIO OUVIDO INTERNO OU LABIRINTO

As cifras anotadas no canal coclear indicam as freqüências


de onda que estimulam os diversos níveis.

ESQUEMA DO TRAJETO DAS ONDAS ACÚSTICAS NO OUVIDO

Gráfico do ouvido

O ouvido médio (separado do ouvido externo pelo


tímpano) consta de uma pequena cavidade na têmpora, de
uns 2 cm de volume. Apesar de ser tão reduzido, contém
a cadeia de ossículos e os ligamentos e músculos que atuam
sobre eles. Também no ouvido médio desemboca a trompa
de Eustáquio, em cuja outra extremidade se encontra a
cavidade bucal. Seu papel é o de equilibrar as pressões
estáticas sobre o tímpano. E por isso que, quando está
inflamada ou obstruída, o paciente em questão sente que
está com os “ouvidos tapados”.
Os três ossículos da cadeia amplificam ainda mais a
pressão sonora e a amplificam na endolinfa contida no
ouvido interno através da janela oval. E este o último
receptor das pressões e o encarregado de transformá-las
em sinais nervosos. Aponta-se o órgão de Corti como o res­
ponsável por essa transformação, se bem que o mecanismo
exato ainda apresente várias incógnitas relacionadas com
a percepção da altura do som.
Tampouco se sabe com exatidão qual seja o meca­
nismo que nos permite individualizar um determinado
som dentro de um ruído complexo, ou seja, que mecanismo
nos permite, dentro de um ambiente ruidoso, discriminar

38
claramente a campainha do telefone, e como um diretor de
orquestra pode não só diferenciar os violinos dentro do
“tutti” de uma orquestra, como também individualizar o
violino que está desafinado.
Outra das características sobressalentes do ouvido é
sua capacidade para perceber ruído de níveis variados. Um
ouvido normal permite captar sem esforço sons tão débeis
como o murmúrio do vento e ruídos tão potentes como os
produzidos pelos modernos jatos. Estima-se que a relação
extrema que podemos perceber ultrapassa a 1:1.000.000.
A esta característica se denomina classe dinâmica do
ouvido.
O umbral da sensibilidade auditiva, ou seja, o som
mais débil que pode, ser ouvido por um sujeito otologi-
camente saudável, é de 2 x 10'4 dinas/cm, valor que se toma
como referência no computo dos decibéis — uma pressão
tão pequena que provoca um deslocamento do tímpano
equivalente à décima parte do diâmetro de uma molécula
de hidrogênio.
Como se disse mais acima, as excitações sonoras
transmitidas pela cadeia de ossículos aparecem sobre a
janela oval, barreira que separa o ouvido médio do interno.
Contrariamente ao observado nos compartimentos anterio­
res, o ouvido i nterno está cheio de um 1 íquido que transmite
as ondas sonoras e põe em movimento a membrana basilar
(verdadeira sustentação do órgão de Corti). O deslocamento
da membrana depende da freqüência da excitação. Para
cada freqüência, aparece um máximo, que é particular
dela. Para as frequências agudas, o ponto de máxima
excitação se encontra mais próximo da janela oval do que
ocorre com as freqüências graves.
Vale dizer que as células na entrada do labirinto es­
tão sempre excitadas, tanto pelas freqüências graves quanto
pelas agudas. Isso determina sua deterioração posterior,
conhecida como hipacusia senil e/ou presbiacusia, que

39
ocasiona uma perda progressiva da sensibilidade aüditiva
com a idade. Como se pode apreciar na figura a seguir, a
audição sofre uma diminuição que é mais elevada para as
freqüências agudas e mais pronunciada nos homens que
nas mulheres.

Hipacusia Senil

40
CARACTERÍSTICAS DA AUDIÇÃO

A medição do estado do órgão auditivo se realiza


mediante a chamada audiometria do umbral. Esta consiste
na determinação do nível mínimo de que o ouvido necessita
para perceber o som, em distintas freqüências prefixadas.
Realiza-se a audiometria para cada ouvido em separado.
Por outro lado, a audiometria está sendo profundamente
estudada pelos experls em Biomúsica, a fim de que as
terapias musicais tenham uma perfeita aplicação para
aqueles que delas necessitem.
Os valores obtidos se comparam aos valores adotados
internacionalmente, denominados “zero audiométrico”,
correspondente ao umbral da sensação auditiva para cada
freqüência. A obtenção desse “zero”, como para qualquer
outro estudo de caráter psicoacústico, realiza-se sobre
amostras muito extensas e apresenta, portanto, variações
bastante amplas: cada vezque nos referimos, por exemplo,
à perda da sensibilidade auditiva por causa da idade, isso
não significa absolutamente que todas as pessoas estejam
afetadas.
A sensibilidade auditiva não é constante em todas as
freqüências. Sempre se menciona o espectro audível como
sendo limitado entre 18 e 18.000 Hz. Não é muito correto,
a rigor, se referir exclusivamente a esta característica sem
vinculá-la ao nível sonoro — vale dizer, sem especificar
quantos dB são necessários a cada freqüência para se poder
ouvi-la. Realizaram-se estudos sobre avariaçãodasensação
de força de um som em função da freqüência. Para isso,
faz-se alguém escutar um som de 1.000 Hz e de um nível
determinado. Logo, emite-se um som de outra freqüência
e se lhe pede que o ajuste ao mesmo nível anterior.

41
Este interessantíssimo estudo foi realizado primeiro
por Fletcher e Munson nos Estados Unidos, e vários anos
depois por Robi nson e Dadson na I ngl aterra. Em ambos os
casos se submeteram aos testes cerca de 30.000 pessoas. A
figura anterior representa parte das conclusões obtidas.
Evidentemente, o homem ouve pouco os sons graves e
muito bem os sons compreendidos entre os 500 e os 5.000
Hz. Também sua audição diminui para os sons de freqüên-
cias superiores, se bem que ainda melhor que os graves.
E de se notar que a máxima sensibilidade auditiva
coincide com o espectro da voz humana, como é indicado
no diagrama seguinte. Esta coincidência não é, evi­
dentemente, fortuita. E que o ouvido se desenvolveu de
modo a captar a palavra com a máxima facilidade. O estu­
do da interação da palavra com a audição e os atributos
necessários para a compreensão constituem um capítulo
apaixonante que não podemos i ncluir por razões de espaço,
porém cuja importância não podemos deixar de assinalar.

42
Frequência em Hz
Espectro da voz humana

Até aqui nos referimos à audição, após termos


estudado o ruído, um dos principais agentes causadores do
stress. E o momento de vincular ambos os fenômenos. Para
isso, realizaremos uma divisão entre os ruídos, com relação
a seus efeitos sobre o ouvido, o corpo e a mente humana.

TIPOS DE RUÍDOS

Tradicionalmente se divide os ruídos em perigosos


e incômodos. Essa divisão não é muito estrita, já que certos
ruídos não são perigosos para a maioria das pessoas mas
podem sê-lo para ouvidos hipersensíveis. Apesar disso, há
critérios que definem os perigosos e servem para diferenciá-
los dos incômodos.

RUÍDOS INCÔMODOS

Consideram-se como tais aqueles que impedem ou


dificultam o repouso e a realização de outras tarefas. Seu
estudo é bastante complexo e se desenvolve mediante
testes sobre a população afetada.
Existem conclusões muito definidas sobre a
comunicação oral em presença de ruídos. O caso típico é
o de um escritório, sobretudo se está equipado com máqui nas

43
de escrever, telex e telefones. Também foram estudadas as
conseqüências do ruído do trânsito, que constitui um dos
ruídos mais incômodos e cujo controle é motivo de
preocupação internacional.
Nas considerações que têm em conta os estudos da
Biomúsica sobre o ruído, é avaliado se o ruído é diurno ou
noturno, se contém tons puros, se é do tipo impulsivo, e
onde está situado o foco de contaminação sonora. Este
último fator, que está relacionado com o zoneamento, é um
dos que mais causam controvérsias. Com efeito, as
exigências variam se o local afetado pelo ruído é uma zona
industrial ou residencial. O problema que aparece com
maior freqüência é o de uma fábrica ou de um aeroporto
que se instalou numa zona não-urbanizada.
RUÍDOS PERIGOSOS V
Embora os ruídos que venham do edifício fabril não
cheguem a níveis tão elevados a ponto de serem
considerados perigosos, ocorre todo o contrário em seu
interior. E ali onde com mais freqüênciase apresenta o tipo
de ruído denominado perigoso, por sua capacidade de
danificar o órgão auditivo em curto ou longo prazo.
Distinguimos substancialmente entre dois tipos de
ruídos perigosos, segundo seu nível e duração:
1. Os que provocam danos imediatos e
2. Os que os ocasionam após longos anos de expo­
sição.
Os primeiros são os que o público mais conhece e aos
quais dá importância. Em troca, para os segundos existe a
crença geral de que com o tempo se vai acostumando.
Diminui-se-lhes a importância e a razão é que suas conse­
qüências não são imediatas nem totais. E um processo que
dura anos e permite que o afetado se acostume a essa perda
paulatina.

44
Os ruídos que produzem traumas acústicos imediatos
são geralmente do tipo de impacto, como os produzidos
por disparos de armas de fogo, escape repentino de gases
ou vapor em alta pressão, toque de sirene etc. Os traumas
acústicos produzidos por essas causas podem ocasionar
surdez mais ou menos profunda, ou deixar o ouvido muito
sensibilizado: um ruído de impacto, posterior, pode acabar
de danificá-lo, ainda que não tenha o nível traumático para
um ouvido sem problemas.
Para quantificar, digamos que um ruído da ordem de
120 dB pode provocar traumas imediatos. Por outro lado,
níveis superiores a 90 dB provocam a perda da sensibil idade
auditiva se persistirem poroito horas diárias ao longo de
vários anos. O mecanismo é bastante si mples de se entender.
O ouvido humano, como qualquer órgão, é sensível ao
cansaço ou à fadiga. Se foi exigido por uma excitação
excessiva, necessita de certo tempo de repouso para se
recompor. Se a pessoa está trabalhando em um ambiente
ruidoso, ao final da jornada de trabalho terá seus ouvidos
fatigados. Se ao princípio da jornada seguinte o órgão au­
ditivo não tiver repousado suficientemente, receberá uma
nova dose de sobrecarga. Esse processo, repetido durante
muito tempo, fará diminuir sua sensibilidade auditiva. De
certo modo se trata de um mecanismo de defesa do
organismo. O homem se “acostuma” ao ruído, perdendo
sua audição e minando sua saúde.
Ao chegar a este ponto, fazemos um pequeno
parêntese, para ressaltar a importância de que diariamente
seja praticada uma sessão de Biomúsica, com uma duração
de 21 minutos, especialmente para aquelas pessoas que
estejam expostas aos ruídos perigosos, já que esta dose
musical os levaria a prevenir muitas enfermidades futuras.

45
A perda da audição não é imediata, nem tem idêntica
magnitude para todas as freqüências. O primeiro indício da
mesma é o assim chamado “poço dos 4.000 Hz”. Trata-se
de uma pequena marca que aparece na audiometria, radicada
nessa frequência. A periculosidade dos ruídos pode ser
avaliada mediante a medição de seu nível, duração e es­
pectro. As normas nacionais e internacionais consideram
que se os níveis superam os 90 dB e persistem durante 8
horas, são perigosos. Além dos efeitos diretos sobre o
ouvido da pessoa, aparecem conseqüências nada despre­
zíveis, derivadas do fato de este constituir uma unidade
psicossomática localizada dentro da sociedade humana.
O surdo genial que foi Beethoven descreveu
admiravelmente, nos últimos anos de sua vida, o drama
que sofria. Em uma de suas cartas explica como afastava
as pessoas, apesar do muito que as amava, devido à
impossibilidade de se comunicar com elas. Este fenômeno
é bem conhecido: aquele que sofre desse impedimento
trata de evitar, antes de tudo, que as pessoas se inteirem de
sua afecção. Ademais, custa-lhe se comunicar. Isso produz
mudanças em seu caráter e, uma vez que é parte de um
núcleo social e familiar, todas as pessoas que o rodeiam se
encontram afetadas em maior ou menor grau.

O ouvido humano não está real mente preparado para resistira ruídos de alta
intensidade durante muito tempo. São necessárias 36 horas para recuperar
a audição normal depois de 100 minutos de exposição ininterrupta a lOOdB.

46
CONCLUSÕES

Temos considerado alguns dos aspectos relacionados


com o ruído em geral e sublinhado seu caráter perigoso,
algo geralmente passado por cima ou simplesmente
ignorado. Nosso contato diário, com tanta gente, nos
Cursos e Seminários que temos realizado em distintas
partes do mundo, nos revelou tanto essa ignorância quanto
uma espécie de resignação por parte dos habitantes das
grandes metrópoles, que estão diariamente expostos aos
ruídos. Expressões como “todo tecelão acaba surdo” ou “O
que quer, uma indústria silenciosa?” são mais comuns do
que se possa pensar.
Não obstante, acreditamos que a luta contra o ruído,
travada paralelamente em suas fontes e contra a ignorância
sobre seus efeitos, não deixará de oferecer seus frutos em
breve prazo, se encarada com a seriedade e a constância
que oproblema exige. Final mente, apresentamos ao público
uma ótima alternativa para bloquear os problemas de
ruído, e esta é a Biomúsica: com ela temos um poderoso
auxiliar, que ultimamente, nos ambientes da Medicina
Holística, se conhece como os sons da saúde. No capítulo
seguinte veremos claramente como esta alternativa médica
obtém muito boa aceitação nos meios que buscam remediar
os males do homem.
A vantagem da Biomúsica, acima de outras técnicas,
é que permite ao homem curar tanto seus males físicos
quanto os de sua alma. Platão dizia: “Se o homem necessita
de ginástica para manter o corpo em bom estado, a alma
também dela necessita, e essa ginástica é a música”.

47
CAPÍTULO VI

A MÚSICA CURA

“Chegou o momento de nos conscientizarmos


também dos efeitos dos sons saudáveis e dos
prejudiciais e assumirmos a responsabilidade
pelos sons que deixamos entrar em
nosso corpo.”
Steven Halpern

Desde tempos remotos é sabido que a música produz


efeitos nos estados de ânimo das pessoas. Por isso, tanto faz
que se utilize a música de Bach ou a música moderna, por
exemplo a de um Boy George: as melodias e tempos que
elas abarcam produzem em nós reações em nível físico e
mental. Neste capítulo comentaremos como destacados
investigadores estão tratando seus pacientes com o uso da
Biomúsica, na expectativa de conseguir o justo remédio a
seus males.
Que a música cura, temos o exemplodas experiências
realizadas com os pacientes do Kaiser Permanent Medicai
Center, em Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos.
Alguns de seus enfermos podem selecionar o tema musical
adequado para acalmar suas dores; escutam a música
durante 21 minutos, nos quais se realiza um relaxamento
psicoacústico devidamente orientado. Alguns dos médicos
do Center prescrevem música em vez de analgésicos, e a
música está sendo usada antes da cirurgia cardíaca, durante
a quimioterapia e por pacientes com dores crônicas nas
costas e feridas na espinha dorsal.
No Centro de Controle do Stress do mesmo hospital
se utiliza música e técnicas de relaxamento para tratar o
stress relacionado com as enfermidades, incluindo a pressão

49
alta, dores de cabeça e, entre outros males, as úlceras.
A dificuldade em relaxar é um problema comum,
inerente a muitas enfermidades, diz David Walker, um dos
psiquiatras do Kaiser Permanent. A utilização da rrfúsica
não é de todo desconhecida para todas as pessoas submetidas
a várias classes de cirurgia, ou a quem foi dito sofrer de
câncer e que, durante sua enfermidade, permanece desperto
até altas horas da noite, obcecado com o que lhe está
acontecendo.
O relaxamento é uma terapia universal, e as pessoas
que podem aprender a relaxar profundamente conseguem
criar um melhor estado mental. Os médicos aconselham
aos pacientes que usem a música adequada a qualquer
momento em que dela necessitem, como por exemplo
antes de serem levados ao quirófano
.
* Podem repqtir a
música com a imaginação, sem escutá-la, e obter os
mesmos resultados. Recordemos nestas linhas o capítulo
sobre a Imaginação, quando comentamos que o sistema
nervoso não sabe diferenciar o que é um evento real do que
seja imaginado.
O Kaiser Permanent, um dos hospitais que oferecem
várias facilidades biomusicais nos Estados Unidos, está
utilizando a música para reduzir o stress, dores extremas,
e a personalizada e freqüente ansiedade.
Entre as instituições onde a música se converteu
numa ferramenta médica, estão:
—A Universidade de Massachusetts,
— O Medicai Center, em Worcester,
—o Beth Israel Hospital, em Boston,
—o Hahnemann University Hospital, na Filadélfia.
Esses hospitais estão usando a música para tudo,
desde ajudar os casais no nascimento de um bebê até ajudar
* Sala de operações cirúrgicas a que se pode assistir através de uma divisória de vidro.
(N.E.)

50
uma criança a se preparar para uma cauterização do
coração; de possibilitar que uma vítima de acidente fale de
novo, evocando as memórias de um tempo de sua vida, até
preparar alguém para a morte.
“A música é uma maravilhosa ferramenta”, diz
Nancy Hunt, musicoterapeuta, que trabalha num centro de
maternidade e em um hospício. A música tem um efeito
fisiológico direto nas pessoas, já que incrementa o volume
de sangue, diminui e ajuda a estabilizar o ritmo do coração
e baixa a pressão sanguínea. Psicologicamente, realiza
muito: pode nos relaxar, fazer recordar ou ter toda classe
de sentimentos, dependendo do que projetemos sobre a
música.
Talvez seja esta a parte mais importante da magia da
música, já que pode transformar qualquer meio ambiente
apenas com a mudança de nosso próprio estado psicológico.
“Conseguimos que muitos pacientes acalmassem
suadorfísicaeemocional”,dizStephen Kibrick, psicólogo
clínico que dirige o programa do Conselho do Stress do
Kaiser Permanente que elaborou gravações de Biomúsica.
Stephen Kibrick dá a seus pacientes uma gravação e fones
de ouvido, com os quais consegue que eles não somente
diminuam a intensidade da dor, como também acalmem
seus pensamentos e relaxem seus corpos. No caso de
pacientes de queimaduras, que geral mente tardam semanas
ou meses para curar-se e que não podem ser mantidos
continuamente com drogas, Kibrick diz: “A música e as
instruções para o relaxamento têm dado uma ajuda muito
efetiva na obtenção de uma relativa calma, em estado
relaxado, enquanto dura o tratamento”.
Outro meio utilizado na Biomúsica é a televisão.
Cinqüenta e sete minutos é a duração do programa de
televisão do Centro Médico da Universidade de Massa-
chusetts, denominado “Meditação da Mente Profunda”

51
(Mindfulness Meditation). Jon Kabat-Zinn, diretor do
Departamento de Redução do Stress e Relaxamento, diz:
“A fita de vídeo ensina as pessoas a fixar a atenção no
corpo, nas sensações, na música e em seus pensamentos,
observando como se movem através de sua mente”. O
resultado final da fita, diz Kabat-Zinn, é um estado desta­
cado de observação relaxada do corpo, um estado expe­
rimentado útil, no qual o paciente esquece a dor.
Kabat-Zinn escolhe para seus pacientes a música de
harpa, porque, segundo ele diz, a harpa tem sido tradicio­
nalmente um instrumento para a cura e o relaxamento da
mente. O intento de Kabat-Zinn é viabilizar para todos os
pacientes e médicos do hospital um programa de rela­
xamento, baseado em seu treinamento com pacientes
externos do Centro de Redução do Stress do mesmo
hospital. Dos 20% dos pacientes do hospital que já usaram
a gravação, 80% consideraram-na benéfica.
Kabat-Zinn planeja iniciar estudos formais contro­
lados em pacientes submetidos a diálises dos rins e nos que
apresentam problemas cardíacos, para determinar a exata
resposta física e psicológica à utilização dessa gravação.
Justamente pelo que há de estranho, desconhecido
ou pouco conhecido na forma como a música atua, alguns
de seus recursos apenas recentemente começam a ser
entendidos. Nossas respostas físicase psicológicas à música
incluem alterações químicas inteligentesecomplexas, não
somente na parte pensante de nosso cérebro, mas também
em nosso centro emocional (o sistema límbico), o qual
controla os batimentos do coração, a respiração e a tensão
muscular.
A terapeuta Janales Hoffman, de Kansas City, Mis­
souri, diz: “Você necessita combinar a música com o esta­
do de vigília mental no qual seu corpo está continuamente”.
A maioria das pessoas deve ser treinada para fazê-lo. Em
seu estudo de graduação, na Universidade de Kansas,

52
Hoffman usou a imaginação visual e a música para ensinar
60 pessoas a baixar sua pressão sanguínea a um grau de 10
a 20 pontos. Com essas mesmas técnicas, ela ajudou paci­
entes com arritmias cardíacas eenxaquecas, usando música
com 60 ciclos por minuto, tempo que é o ideal para o ritmo
cardíaco.
Como a música faz para reduzir a percepção da dor
e criar um estado mental positivo? Uma teoria diz que
algumas classes de música podem produzir no cérebro o
mesmosentimentodebem-estarqueosfãrmacos,talcomo
acontece na prática de meditação. A endorfína é um
narcótico secretado pelo hipotálamo que pode reduzir a
intensidade da dor que sentimos.
Por outro lado, a música de harpa de Geórgia Kelly
tem sido usada em vários centros médicos, incluindo a
Universidade de Massachusetts e o Kaiser Permanent.
Kelly diz que nunca se havia dado conta do potencial mé­
dico de sua música, até que as pessoas começaram a lhe es­
crever comentando que a escutaram durante um parto ou
na sala de operações, o que as ajudou a relaxar e dormir,
esquecendo assim do sofrimento.

Geórgia Kelly.

53
Kelly comenta: “Senti que minha música leva a
mente a outro lugar, leva você a se mover fora da identi­
ficação de seu corpo, fazendo com que este fique calmo,
reduzindo a sensação da dor. Minha música põe sua mente
por um momento em algum lugar onde não há incômodos
físicos e psíquicos...”
No Hospital da Universidade Hahnemann, na
Filadélfia, Cynthia Briggs, diretora de Musicoterapia, aju­
da os jovens pacientes a escolherem que música poderá ser
tocada para eles, quando forem submetidos a cauterização
do coração.
No Hospital Charing Cross.em Londres, os pacientes
que escolhem a anestesia raquidiana em lugar da geral
,
*
para certas classes de cirurgia, tais como a da bacia, rece­
bem fones e música para impedir os ruídos da broca e da
serra.
Talvez uma das mais deliciosas formas de música é
a usada na medicina nos casos de gravidez e trabalhos de
parto. A musicoterapeuta Nancy Hunt usa “sugestões
musicais” como parte de seu programa para ensinar aos
casais métodos de relaxamento durante a gravidez. Para o
nascimento de uma criança, Hunt prepara uma fita de 8 a
12 horas, que inclui alguns dos sons que o casal aprendeu
para relaxar, junto com outros sons de sua escolha. Ela diz
que o tema “Chariots of Fire” (Carruagens de Fogo) é
particularmente popular durante o estado do “empurrar”
nos partos e, para o momento do nascimento, lhe foi
solicitada a inclusão de “Isn’t She Lovely”, de Stevie
Wonder, e “For unto us a ChiId is Born”, do Messias de
Handel. Hunt também trabalha em um hospício, onde
utiliza a música para enfermos agonizantes, auxiliando-os
a resolver seus problemas sentimentais em face da morte.
No que ela chama “Retrospecto da Vida”, Hunt tocaria
• Permanecendo, portanto, despertos durante a operação (N.E.)

54
canções que foram populares no tempo em que o paciente
esteve mais ativo, ou durante o namoro e princípios do
casamento, e também du rante uma guerra. “Eu uso canções
que são como etapas em suas vidas. Tal música evoca
continuamente fortes recordações e facilita a comunicação
de coração a coração entre o paciente e o encarregado da
terapia.” Muitas vezes, Hunt faz também o papel afetivo,
como sentar-se ao lado da cama de alguém e cantar com ele
os hinos favoritos da Igreja, posto que as canções dão ao
enfermo um conforto real.
Por outro lado, no Missouri, Hoffman usa música
para ajudar as pessoas a expressarem sua dor, seu pesar
diante da morte. A música descobre a imaginação no
indivíduo, eé a melhormaneirade ajudar alguém a sonhar
que está são. Certa música parece que induz as mesmas
classes de imagens em muita gente. Por exemplo, Hoffman
usa “Morte e Transfiguração” de Richard Strauss, com
seus lastimosos oboés, fagotes, flautas e harpas, para
ajudar as pessoas a compreenderem sua dor.

Steven Halpern.

55
O Dr. Steven Halpem sugere àquelas pessoas que
buscam métodos de relaxamento que observem os efeitos
que a música produz sobre a respiração: se se nota que o
paciente começa a respirar lentamente, é que a música está
ajudando no relaxamento. Se se nota que há uma dor,
particularmente nas áreas do peito, pescoço ou ombros,
isso pode ser devido à música. Halpern aconselha a que as
pessoas tenham cuidado com a música rock, assim como
também algumas clássicas, tais como a “Patética” de
Tchaikovsky.
“Observe seu corpo e veja como se sente”, diz
Halpern. “Permita que a música seja o centro da atenção.
Trate de sentar-se ou se deitar. Consiga música que possa
escutar de acordo com seu gosto, com seu gênio, e dessa
maneira, quando você quiser alguma música excitante,
para dançar ou emocionalmente dignificante, você a tem
ali à mão, e assim não terá de esperar que o rádio toque
aquela música que queira escutar.”
Geórgia Kelly sugere que usualmente escutemos o
segundo movimento lento de algumas peças clássicas.
Muitas peças barrocas, de compositores como Bach, Handel,
Telemann, têm partes de 60 unidades por minuto de tempo.
Kelly sugere evitar música onde o fraseio musical esteja
forçado à produção mecânica do som, como se dá em mu i ta
música popular feita para dançar.
Finalmente, diremos que por estas e por muitas
outras razões mais, a música cura! E você, o que acha?

56
CAPÍTULO VII

APLICAÇÕES DA BIOMÚSICA

“Os ritmos biológicos são múltiplos e


tendem a favorecer, a cada instante, o
funcionamento orgânico.”
R. fíatlestini Pons

Independentemente das múltiplas aplicações da


Biomúsica que temos explicado em capítulos anteriores,
encontramos outras que por suas características estão
destinadas a se destacar e inclusive se converter em
técnicas musicais de aplicação direta e objetiva. De modo
introdutório, mencionamos em seguida algumas destas
técnicas, pela importância de sua aplicação e a destacada
contribuição que esta pode oferecer no campo da saúde do
ser humano.

CRONOTERAPIA

Segundo afirma o Dr. Vicky Goldberg, ninguém


pode escapar da influência do “tempo”. Diz também que
a Cronoterapia (novo ramo da medicina baseado nos
ritmos naturais do organismo) talvez possa chegar a
modificar o tratamento do câncer, já que a chave está em
descobrir os ritmos adequados de certos tumores cancerosos,
diferentes do resto do organismo porque perderam o
compasso. Acrescenta que nosso coração e cada uma de
nossas células têm seu ritmo próprio.
Os ritmos biológicos são múltiplos e tendem a
favorecer, a cada instante, nosso organismo. Não é de se
estranhar, pois, que em sua maioria tendam a sincronizar-

57
se com os ritmos cosmoclimáticos e, por que não, com os
da música. Em 1951, Aschoff introduziu definitivamente
o conceito dos ritmos biológicos, ou seja, o conjunto de
variações rítmicas que têm lugar no interior de qualquer ser
vivente.
A biologia, por longo tempo dominada pela obsessão
da constância do “milieu interieur” de Claude Bernard e a
“homeostase” de Walter Canon, era muito reticente quanto
a qualquer idéia de variação cíclica no fisiologismo de um
ente biológico. Foi necessário primeiro o trabalho de Nor-
bert Wienerparaque tais variações, regidas por mecanismos
de “feed-back”, ou retroalimentação, de tipo cibernético,
fossem aceitas. Em realidade, cibernética e homeostase
não se contradizem. Pelo contrário, os mecanismos de
retroalimentação dão um reforço às “constantes fisiológi­
cas”, já que representam elementos dinâmicos encarregados
de manter dentro de seus limites uma série de valores.
Atualmente fala-se de ritmos biológicos, segundo o
conceito de Aschoff; ritmos circadianos, segundo o conceito
de Halberg; periodicidade biológica, segundo o conceito
de Sales Vásquez, e de cronobiologia, segundo o conceito
de Larry Dossey, sem que ninguém creia que tais conceitos
possam atentar contra os pilares da biologia... mas foi
preciso lutar para demonstrá-lo.
São muitos os ritmos de nossa “Sinfonia Psicológica”
que se encontram profundamente investigados, pelo que
citaremos em continuação alguns dos mais importantes:
* Ritmos solares.
* Ritmos lunares.
* Ritmos terrestres.
* Ritmos nictemerais.
* Ritmos hormonais.
* Ritmos hemáticos.
* Ritmos celulares.

58
* Ritmos digestivos.
* Ritmos metabólicos.
* Ritmos cardíacos.
Ao longo dos capítulos anteriores, ressaltamos o
papel curativo da música e, ademais, que os ritmos cardíaco,
pulmonar, respiratório etc. tendem a sincronizar-se
automaticamente ao ritmo da música.

Curvas bifásicas de gliccmia (-) c glucógcno hcpático (—)


Nos vertebrados (exceto os peixes) existem, além do sistema visual (....) e
das vias que intermediam os reflexos oculares (---------- ), vias
fotoncurocndócrinas(...) que participam no controle autônomo da hipófise.
(Extraído de Scharrcr, A.N.Y. Acad. Sei., 117, 19, 1964.)

59
A Biomúsica tem muitas aplicações no campo da
Cronoterapia, pois ela ajuda a recuperar muitos ritmos e
compassos perdidos de nossos relógios biológicos; por
isso, atualmente médicos e especialistas buscam a maneira
de combinar seus tratamentos com esse ingrediente tão
especial que é a música, encontrando nela um magnífico
auxiliar, comose pôde constatar em importantes instituições
médicas especializadas no tratamento do câncer, tais como
o Simonton Câncer Research Center, doTexas, e o Câncer
Couseling and Research Center, de Nova York.
Concluiremos dizendo que com músicas adequadas,
como as de Steven Halpern, Geórgia Kelly e outros
compositores da música “New Age”, estaremos chegando
ao ponto em que a Cronoterapia possa aplicar uma música
específica para ajudar a recuperar os ritmos e compassos
perdidos nas células enfermas. Como recomendação prática,
citaremos o tema “Ecos Antigos”, de Geórgia Kelly e
Steven Halpern.

CRONOBIOLOGIA

O conceito que uma pessoa tenha do tempo pode


matá-la, opina o Dr. Larry Dossey, cientista e pioneiro da
nova ciência chamada Cronobiologia, que é o estudo de
comoo tempo se inter-relaciona com a vida. Um dos males
mais comuns de nossa sociedade, afirma, é a “enfermidade
do tempo”, um sentido da pressão do tempo e a pressa, o
que causa angústia e tensão. Esses sintomas predispõem
suas vítimas a arteriosclerose coronária e apoplexia cere­
bral, duas freqüentes causas de morte.
Dossey descobri u que esses e outros males induzidos
pelo stress, tais como as úlceras pépticas e as enxaquecas
freqüentes, muitas vezes podem ser tratados com êxito
mediante técnicas simples para fazer com que as pessoas
mudem sua maneira de pensar acerca do tempo.

60
Cronomania

O Dr. Dossey se interessou pela relação lempo-


saúde quando notou quantos pacientes insistiam em
conservar os relógios de pulso em seus quartos de hospital,
ainda que não tivessem horários a respeitar. Todos eles
eram “cronomaníacos”, ensinados desde a infância a
programar suas vidas segundo o relógio imposto pela
sociedade, e se sentiam inseguros sem a muleta psíquica de
um medidor de tempo.
Porém, o tempo de nossa Mãe Natureza difere em
muito, e quase sempre, das divisões de nossos relógios. A
“hora”biológica natural para a maioria dos adultos,segundo
descobriram os cientistas, é de uns 63 minutos. Isso
significa que se a maioria das pessoas fosse colocada numa
cova, sem indicações exteriores de tempo, funcionariam
em ciclos de 24,5 a 25,5 horas por dia, com o que perderíam
um dia a cada mês. Quase todos os seres viventes de nosso
mundo levam seus próprios relógios biológicos,
sincronizados com os ritmos da natureza. Esses relógios
não são exatos no sentido mecânico, automático. Ajustam-
se a mudanças do meio. Os mais conhecidos desses
relógiossãoosritmoscircadianos(dolatim circa, ao redor,

61
e dies, dia), que foram detectados nas cambiantes marés de
reações químicas, oscilações térmicas e outras mudanças
do organismo, que ocorrem aproximadamente a cada 24
horas.
O que acerta a hora e corrige esses relógios viventes?
Nossos corpos, como os de quase todos os seres viventes
(orgânicos), podem reconhecer as mudanças da luz. Na
base de nosso cérebro, um diminuto conglomerado de
células nervosas — os núcleos supraquiásmicos(NSQ) —
seleciona a luz que chega a nossos olhos e não somente
distingueodiada noite como também respondea minúsculas
alterações na duração do dia, na luminosidadee nosom. Os
NSQ, funcionando como uma espécie de marcapasso
biológico, enviam mensagens que marcam o tempo nos
centros que, entre outros processos, controlam o sono e a
vigília, o crescimento e a sexualidade.
A mente pode alterar de outras maneiras os ritmos
cronológicos. As pessoas que estiveram a ponto de morrer
descrevem amiúde uma recordação de toda sua existência,
que passou diante delas como um relâmpago. Os que
sofreram acidentes graves informam que nesse momento
tudo pareceu ocorrer em “câmera lenta”. Aparentemente
isso é um mecanismo de sobrevivência que levamos no
cérebro: a capacidade de incrementar várias vezes a
velocidade normal de percepção, que faz “mais lento” o
mundo, dando à vítima “tempo” para pensar em algum
recurso para evitar o desastre.
Os cientistas descobriram que quando os relógios
corporaissedessincronizamentresi,escasseia o rendimento
físico e mental. Quando o tempo do relógio está
dessincronizado com nossos ritmos naturais internos, o
resultado é o stress.
Sujeita à tirania do tempo do relógio, a sociedade
industrializada tem observado que agora as enfermidades

62
cardíacas e os padeci inentos derivados delas são as principais
causas de mortalidade. No entanto, essas “enfermidades
do tempo”podem ser tratadas e prevenidas mudando nossa
forma de pensar acerca do tempo. A mente, com uma
estimulação adequada, pode alterar de outras formas os
ritmos cronobiológicos, quer dizer, ativar mecanismos
que levamos no cérebro e com os quais podemos aumentar
ou diminuir em várias vezes a velocidade de percepção,
como já mencionamos ao citar as experiências do Programa
da Direção do Stress, do Kaiser Permanent, sob a direção
do psicólogo clínico Stephen Kibrick.

AUDIOANALGESIA

Outra das aplicações da Biomúsica que se destaca,


por sua importância no campo da terapia médica, é a
audioanalgesia. Definiu-se a Audioanalgesia como um
meio de reduzir e/ou anular a dor por ação do som.
Gardner, a quem se atribui a origem desse método, diz que
é uma nova técnica, onde se emprega um estímulo acústico
intenso por meio da música e de um som niascarador,
capaz de reduzir ou eliminar a dor durante as cirurgias
dentárias.
Atterburry e Brown afirmam que eles preferem
defini-lacomoum“procedimentodeanalgesiapor distração
auditiva”.
Esta nova técnica emprega fatores físicos para
conseguir resultados fisiológicos, dentro dos quais, contudo,
têm um papel predominante os fatores psicológicos, aos
quaisé importante dar consideração. Os fatores distrativos,
nesse caso o som, exercem um papel importante enquanto
possibilidade de reduzir e/ou anular a dor. Este é um fato
comprovado e as experiências realizadas a respeito são
amplamente convincentes.

63
Convém recordar que o tálamo é uma estação de
muda, em particular para os trajetos sensitivos, através do
qual transcorre toda a informação do mundo exterior. Esta
ação que se efetua no Tálamo, antes de chegar ao córtex
cerebral, é a mais importante para explicar o processo da
Audioanalgesia, já que nela também fazem parada os im­
pulsos auditivos, o que ocorre no tálamo, fator comum às
duas vias.

O Cérebro

64
A Audioanalgesia poderia ser explicada, ainda que
apenas de forma sucinta, tomando os conceitos vertidos
durante o Simpósio sobre Audioanalgesia, realizado na
Cátedra de Clínica Cirúrgica Dentária, na Faculdade de
Odontologia, em Córdoba, Argentina, admitindo que ao
atuar o impulso algésico, segundo sua intensidade, um
número variável de neurônios são estimulados, levando
esse estímulo aos centros superiores. Assim mesmo, ao
atuar o estímulo acústico, são estimuladas as vias corres­
pondentes; porém, como já se viu, ambas fazem parada no
tálamo, pelo que se supõe serem recrutadas em favor da via
auditiva, possíveis caminhos de acesso dos impulsos
dolorosos.
Aumentando a estimulação coclear (auditiva), aumen­
ta o número de neurônios que é subtraído da via sensitiva,
podendo chegar a dor a ser anulada, por não haver vias de
passagem dos impulsos algésicos ao córtex. A dor diminui
quando o som (música) é aumentado consideravelmente.
Esse fenômeno seria um verdadeiro processo de inibição,
tambémconsideradoum fenômeno deoclusão. O fenômeno
da inibição é produzido porquanto se facilita a propagação
dos estímulos que são mais interessantes e vitais para o
indivíduo.
Do exposto, deduz-se que a inibição é mais efetiva
se se der caminho ao impulso auditivo, antes que se instale
o fenômeno doloroso. Num diálogo amistoso, o Dr. Anto-
nio Giordani, um dos pioneiros da audioanalgesia no
Brasil, comunicava-me que havia obtido experiências
exitosas de Audioanalgesia, em seu Centro de Estudos
Avançados em Odontologia, e que o som mais usado para
atingir o efeito analgésico é o conhecido som branco ou de
cascata, combinando-o com o tema “Golden Voyage”, de
Ron Dexter.
Sabemos, pois, que a Audioanalgesiapode reduzir e/
ou anular o estímulo doloroso, e ainda quando seus

65
resultados são evidentes encontramo-nos no processo de
investigação que nos permita delinear uma teoria formal
que indique de que modo ela se produz.

66
CAPÍTULO VIII

SINFONIA FISIOLÓGICA

“Combinando a música de Mozart com a


hipnose durante o parto, conseguimos
diminuir consideravelmente a mortali­
dade dos recém-nascidos”.
Dr. Erick Block

Tanto nos seres humanos quanto em todas as formas


de vida, incluindos organismos compostos por uma só
célula, existem centenas de biorritmos únicos e de caráter
funcional. Sua duração pode oscilar entre uns poucos
segundos e toda uma vida. A base comum de todos os
biorritmos parece estar radicada na momentaneidade dos
equilíbrios mantidos diariamente pelo organismo entre as
dilatações (aberturas) e as contrações (fechamentos) dos
distintos órgãos e sistemas de que se compõe.

CICLO FÍSICO
E o biorritmo físico de 23 dias, cuja existência foi
inicialmente delineada pelo Dr. William Fliess. Implica
energia, agressividade, confiança em si mesmo, capacidade
de resistência às enfermidades e de paciência.
A principal proteína estrutural do organismo é chama­
da colágeno. É o principal componente do tecido conector
que influi diretamente sobre o tônus muscular e o bem-
estar físico. Quando baixa sua influência, esta pode ser
estimulada mediante um tipo concreto de música, como
por exemplo a “Marcha Triunfal” da Aída de Verdi. A
curva do gráfico que apresentamos a seguir indica as
variações no ciclo físico.

67
Na fase positiva do ciclo físico, as
atividades deste tipo se veem
favorecidas, já que o indivíduo
tem mais ânimo para desenvolvê-
las. Todo o contrário ocorre com
a fase negativa.

68
CICLO EMOCIONAL

O ciclo emocional de 28 dias foi observado desde o


início dos tempos. A menstruação, as fases da Lua e muitos
outros fenômenos parecem ocorrer em ciclos de 28 dias.
Os sentimentos, o mau humor, o otimismo, a alegria, a
melancolia, as sensibilidades sociais, o temperamento
artístico, a intuição, a criatividade e a expressividade são,
todos, efeitos observados durante o período do ciclo
emocional. O ciclo parece estar regulado por processos
glandulares relacionados com a hipófise e externamente
pelas mudanças de temperatura. Os efeitos deste ciclo
podem ser modificados com música específica como, por
exemplo, o “Sonho de Amor”, de Liszt.

A música clássica auxilia no equilíbrio emocional durante este ciclo.

69
Na curva do gráfico abaixo, com linha descontínua,
estão assinaladas as fases do ciclo emocional.

DIAGRAMAÇÂO DOS BIORRITMOS

Fases do ciclo emocional

CICLO INTELECTUAL

O ciclo intelectual de 33 dias se fundamenta nos


trabalhos dos doutores M. J. Bennet e Rexford B. Hersy,
baseados nos dados sobre as fu nções glandulares. As ondas
cerebrais são os biorritmos do córtex cerebral, essa parte
do cérebro humano que contém todas as informações
aprendidas de caráter consciente e controlável. A música,
com todo seu oculto poder, trabalha no estímulo dos
biorritmos do córtex. O córtex cerebral constitui o armazém
das quantidades infinitas de informação aleatória ou ao
acaso, às quais se pode ter acesso quase imediatamente
durante a vigília ou o sono.
As características deste ciclo são: concentração,
lógica, memória, compreensão, capacidade de resposta,
rapidez, agilidade, vontade e objetividade, todas elas
influenciáveis pela ação de músicas especializadas. Por

70
exemplo, o Largo do “Concerto nQ 1 em Si Bemol Maior,
Opus 33”, de Handel.

O ciclo intelectual pode ser favorável para o estudo, segundo a fase em


que se encontre o indivíduo.

DIAGRAMAÇÂO DOS BIORRITMOS

Curvas calculadas com os seguintes dados:


Data de Nascimento: 10 dc abril de 1924. Realizado em 6 de julho de 1979.
Fase do Ciclo Intelectual

Aproximadamente a metade dos dias de duração dos


ciclos mencionados são “positivos”(+) e esses dias resultam
em máxima vitalidade e eficiência. Na outra metade,
quando o biorritmo se encontra em “negativo” (-), os dias
são de eficiência reduzida, e é quando nosso sistema está
se recuperando. E nesses períodos que recomendamos a
intensi fícação das sessões de Biomúsica, com uma duração
mínima de 21 minutos.

71
CAPÍTULO IX

PRÁTICAS CURATIVAS

“Devemos substituir nossa aproximação


mccanicista à saúde c à enfermidade por
uma visão humanista.”
Palric C. Pietroni

No presente capítulo trataremos das práticas eurativas


experimentadas ao longo de quase dez anos em diferentes
países e que, de acordo com os resultados estatísticos,
foram as mais benéficas, podendo levar ao controle da
insônia, da dor de cabeça e do stress.
Neste primeiro livro de Biomúsica somente damos
a conhecer as práticas mais importantes. Em publicações
posteriores apresentaremos ao leitor os métodos e exercícios
mais avançados, sempre com a idéia de beneficiar o ser
humano. É indubitável que o apaixonante estudo da música
e suas aplicações passa primeiramente por um período de
introdução e aprendizagem, antes de prosseguirem e serem
aprofundados.
Na seq üência, oferecemos as indicações básicas para
uma correta sessão de Biomúsica.

73
Coloque-se em uma posição confortável. Tcnsione e distenda todos os
músculos do corpo sobre os quais tenha controle. Distenda ao máximo os
músculos das pálpebras, maxilares, pescoço, ombros, mãos c pés.

Realize um total de 5 respirações profundas — inalando, retendo,exalando


e retendo—sem tensão e sempre pelas fossas nasais. Recomendamos que,
ao inalar, imagine uma cor azul-celcste e, ao exalar, que saem todas as
tensões.

74
Deixe a fita correr com a música já selecionada, segundo seu estado físico
e emocional. Recorde-se de que o volume alto é prejudicial e que o tempo
mínimo para o relaxamento psicoacústico deve ser de 21 minutos.

Não intelectualize a música. Entrcgue-sc a ela. Permita que todos os seus


movimentos se afastem na medi da em que as ondas sonoras se perdem. Trate
de não pensar.

75
Conccntrc-sc em seu coração. Imagine como os sons da saúde banham,
penetram e transpassam este importante órgão. Imagine como seu coração
recebe uma saudável “massagem sônica”.

Imagine comoos sons da saúdcsincronizamscuritmorcspiratório. Concentre-


se em seu ritmo respiratório, tomando consciência da harmonia que se
estabelece entre o som dos pulmões com a Biomúsica.

76
Concentre-se em seu cérebro. Tome
consciência da corrente do som, a
qual levará seu cérebro a um ritmo
Alfa que lhe será altamente benéfico
para controlar o stress cotidiano.

Em todas as práticas curativas de Biomúsica,rccordc-se de que a imaginação


e a música deverão estar sabiamente unidas c cm concentração, dirigidas à
parte do corpo para a qual forem indicadas.

77
Ao finalizar a prática curativa, realize 5 respirações profundas e mova
lentamente as articulações dos pés, mãos e pescoço. Recorde-se de que
nunca deverá sair bruscamente de seu estado de relaxamento, o que seria
prejudicial.

EXERCÍCIO PARA A CURA DE MAL-ESTARES


MENORES (ECMM)

1. Tensione e distenda todos os músculos do corpo


sobre os quais tenha controle. Efetuada a última distensão,
permaneça relaxado.
2. Inspire...!, 2, 3, 4
Retenha...!, 2, 3, 4
Expire....!, 2, 3, 4
Retenha........ 1, 2, 3, 4
Repita essa operação rítmica por cinco vezes.
3. Deixe correr a fita com o tema de Biomúsica.
4. Permita que todos os seus pensamentos se afastem
em projeção infinita para o mais além, à medida que se
desvanece o som.
5. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cardíaco. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do coração.
6. Imagine como a música sincroniza seu ritmo

78
respiratório. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentaniente dentro dos pulmões.
7. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cerebral. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente através do sistema nervoso.
8. Imaginação e música, unidas em vibrante
harmonia, estarão dirigidas, em concentração, à região do
corpo que se encontre afetada. Visualize as ondas sonoras
estimulando um equilíbrio biológico nas células e tecidos
que se encontrem enfermos. Conserve este estado de
relaxamento por um tempo mínimo de 21 minutos.
9. Finalmente, efetue uma breve retrospecção, para
tomar consciência de todo o experimentado, e realize cinco
inalações e exalações profundas.
10. Mova pouco a pouco as articulações dos pés,
mãos e cabeça. Abra as pálpebras.

EXERCÍCIO PARA O CONTROLE DE DORES


DE CABEÇA (ECDC)

1. Tensione e distenda todos os músculos do corpo


sobre os quais tenha controle. Após a última distensão,
permaneça relaxado.
2. Inspire......... 1, 2, 3, 4
Retenha...... 1, 2, 3, 4
Expire.......... 1, 2, 3, 4
Retenha........1, 2, 3, 4
Repita esta respiração rítmica por cinco vezes.
3. Deixe correr a fita com o tema de Biomúsica.
4. Permita que todos os seus pensamentos se afastem
em projeção infinita para o mais além, à medida que se
desvanece o som.
5. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cardíaco. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do coração.

79
6. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
respiratório. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro dos pulmões.
7. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cerebral. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do sistema nervoso.
8. Imaginação e música, unidas em vibrante
harmonia, estarão dirigidas, em concentração, à região da
cabeça. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente de forma centralizada para têmporas, nuca e
olhos para aliviar a dor. Conserve esse estadode relaxamento
por um tempo mínimo de 21 minutos.
9. Finalmente, efetue uma breve retrospecção, para
tomar consciência de todo o experimentado, e realize cinco
inspirações e expirações profundas. .
10. Mova pouco a pouco as articulações dos pés,
mãos e cabeça. Abra as pálpebras.

EXERCÍCIO PARA UM SONO REPARADOR (ESR)

1. Tensione e distenda todos os músculos do corpo


sobre os quais tenha controle. Efetuada a última distensão,
permaneça relaxado.
2. Inspire......... 1, 2, 3, 4
Retenha....... 1, 2, 3, 4
Expire........... 1, 2, 3, 4
Retenha........ 1, 2, 3, 4
Repitaessa forma de respiração rítmica por cinco
vezes.
3. Deixe correr a fita com o tema de Biomúsica.
4. Permita que todos os seus pensamentos se afastem
em projeção infinita para o mais além, à medida que se
desvanece o som.
5. Imagine como a música sincroniza seu ritmo

80
cardíaco. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do coração.
6. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
respiratório. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro dos pulmões.
7. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cerebral. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente através do sistema nervoso.
8. Imaginação e música, unidas em vibrante
harmonia, estarão dirigidas, em concentração, à glândula
pineal. Visualize as ondas sonoras estimulando os meca­
nismos da serotonina, o neurotransmissor do sono. Con­
serve este estado de relaxamento por tempo indefinido.
9. Finalmente, efetue uma breve retrospecção, para
tomar consciência de todo o experimentado, e realize ci nco
inalações e expirações profundas.
10. Mova pouco a pouco as articulações dos pés,
mãos e cabeça. Abra as pálpebras.

EXERCÍCIO PARA O CONTROLE DO STRESS (ECS)

1. Tensione e distenda todos os músculos do corpo


sobre os quais tenha controle. Efetuada a última distensão,
permaneça relaxado.
2. Inspire.......... 1, 2, 3, 4
Retenha........ 1, 2, 3, 4
Expire........... 1, 2, 3, 4
Retenha........ 1, 2, 3, 4
Repita essa respiração rítmica por cinco vezes.
3. Deixe correr a fita com o tema de Biomúsica.
4. Permita que todos os seus pensamentos se afastem
em projeção infinita para o mais além, à medida que se
desvanece o som.
5. Imagine como a música sincroniza seu ritmo

81
cardíaco. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do coração.
6. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
respiratório. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro dos pulmões.
7. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cerebral. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente através do sistema nervoso.
8. Imagine uma tela de computador e anote nela
todos os agentes causadores de seu atual stress. Em
continuação, apague da tela os agentes causadores do seu
stress. Seguidamente, imagine na tela cenas onde você se
vê com pleno controle do stress. Agora, concentre-se
unicamente na música, para poder entrar no terreno da
serenidade.
9. Finalmente, efetue uma breve retrospecção para
tomar consciência de todo o experimentado, e realize cinco
inspirações e expirações profundas.
10. Mova pouco a pouco as articulações dos pés,
mãos e cabeça. Abra as pálpebras.

EXERCÍCIO PARA UMA EXPERIÊNCIA


EXTRA-SENSORIAL (EEE)

1. Tensione e distenda todos os músculos sobre os


quais tenha controle. Efetuada a última distensão,
permaneça relaxado.
2. Inspire.......... 1, 2, 3, 4
Retenha.......... 1, 2, 3, 4
Expire .......... 1, 2,3,4
Retenha...........1, 2, 3, 4
Repita essa respiração rítmica por cinco vezes.
3. Deixe correr a fita com o tema de Biomúsica.
4. Permita que todos os seus pensamentos se afastem

82
em projeção infinita para o mais além, à medida que se
desvanece o som.
5. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cardíaco. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro do coração.
6. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
respiratório. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente dentro dos pulmões.
7. Imagine como a música sincroniza seu ritmo
cerebral. Visualize as ondas sonoras deslocando-se
lentamente através do sistema nervoso.
8. Imagine como a música estimula o hemisfério
direito do cérebro. Visualize as ondas sonoras trabalhando
intensamente para estimular na psique uma experiência
extra-sensorial. Conserve esse estado de concentração por
um tempo mínimo de 21 minutos.
9. Finalmente, efetue uma breve retrospecção para
tomar consciência de todo o experimentado; realize cinco
inspirações e expirações profundas.
10. Mova pouco a pouco as articulações dos pés,
mãos e cabeça. Abra as pálpebras.

83
CAPÍTULO X

RECOMENDAÇÕES MUSICAIS

“Consiga música que você possa escutar


de acordo com você, seu próprio modo,
seu gênio.”
Steven Halpern

A forma de analisar a efetividade de um tema


musical se apóia em meios tais como o eletroencefalograma,
o eletrocardiograma, opneumógrafo, os testes psicológicos
etc. Com a ajuda desses elementos de comprovação é que
surgem as recomendações musicais que entregamos em
princípio, e o fato de serem poucas não significa que não
existam outras mais.
As obras musicais que vamos mencionar foram
verdadeiramente experimentadas e estão indicadas, em
termos gerais, para o tratamento das enfermidades e
estados mentais negativos.

MÚSICA DE CARÁTER RÍTMICO

Esse tipo de música é recomendável para crianças ou


adultos apáticos ou com debilidade motora, impulsivos,
instáveis, com deficiência glandular. Os temas
recomendados neste bloco cumprem a função de estimular
positivamente a atividade elétrica nos músculos e ativar
equilibradamente a produção hormonal nas glândulas
supra-renais.

85
Beethoven.......... Minueto (Sonata Op. 40, nQ 2)
Dvorak.............. Danças Eslavas
Debussy............. Pavana
Brahms.............. Dança Húngara
Tchaikovsky...... Valsa (Opera Eugene Oneguine)
Verdi.................. Marcha (deAída)

MÚSICA DE CARÁTER MELÓDICO

Este tipo de música é recomendável a pessoas


nervosas, depressivas, hiperemotivas e em estados ansiosos.
Os temas recomendados têm o poder de si ncronizar o ri tmo
respiratório e fazer diminuir a alta pressão arterial.
Bach................... Melodia para a Quarta Corda
Frank — Voltus Bararos ,
J. Rosas.............. Sobre as Ondas
M. M. Ponce..... Estrellita
Paderewsky....... Melodia
Tchaikovsky..... Canção sem Palavras

MÚSICA DE CARÁTER HARMÔNICO

Recomendamos este tipo de música para os estados


de incompreensão, falta de raciocínio, falta de sensibilidade.
Os temas recomendados fazem surgir desde o fundo do
subconsciente os valores psicológicos positivos e, através
do tálamo, estimulam a parte emotiva que controla o
cérebro.
Beethoven...... Clair de Lune
Liszt.................Consolação n03
R.-Korsakoff ...Noturno
Schumann...... Canção Noturna

86
MÚSICA DE CARÁTER IMPRESSIONISTA
Recomendamos esse tipo de música para os estados
de pessimismo, melancolia e tristeza. Os temas
recomendados trabalham desbloqueando todas as
resistênci as psicológicas que mantêm as pessoas em estados
equivocados.
Mendelssohn ...Sonho de uma Noite de Verão
Herbert........... Fantasia Americana
Rossini............ Abertura de Guilherme Tell

MÚSICA DE CARÁTER EMOTIVO

Fazemos uma recomendação especial deste tipo de


música para combater os estados de preocupação, tensão,
apatia, esgotamento e stress. Os temas recomendados
cumprem a missão de sincronizar os ritmos cardíaco,
respiratório e cerebral para levar o musicopraticante a um
estado de equilíbrio dos ritmos corpo-mente.
Schubert.........Serenata
Rubinstein...... Serenata
Liszt............... Sonho de Amor
Bellini............. Abertura de Norma
Bach............. ..Chacona
Chopin............ Noturno, Op. 48 ns 1
Debussy.......... Clair de Lune
Auber............ Abertura de Fra Diavolo

MÚSICA PARA ANALGESIA

Sara Klachky de Mekler assinala ter observado que


as obras musicais a seguir respondem satisfatoriamente no
controle da dor. Esses temas recomendados e tecnicamente
dirigidos estimulam ou ativam positivamente o hormônio
beta-endorfina, que combate a sensação de dor.

87
Debussy...........Cia ir de Lune
Beethoven....... 1Q Tempo: Clair de Lune
Fivich.............. Poema
Wagner............ Estrela Noturna
Wagner............ Murmúrio do Bosque

MÚSICA PAR/\. SUPERAPRENDIZACEM

Segundo o Dr.Lozanov, fisiólogo búlgaro, a escolha


da música não tem a ver com gostos pessoais. Não é
simples música de fundo. Os temas recomendados a segui r
são comomantras e são utilizados para provocar um estado
psicofísico de concentração relaxada. É bom esclarecer
que só estão sendo recomendados os Largos de alguns
temas de música barroca.
BACTT, J. S.
—Largo do Concerto em Sol Menor para flauta e
corda, BWV 1056.
—Ária ou Sarabandapara as Variações Goldberg,
BWV 988.
—Largo do Concerto em Fá menor, BWV 1056.
—Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Sol
menor, BWV 975.
—Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Dó
maior, BWV 976.
—Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Fá
maior, BWV 978.

VIVALDI, A.
—Largo de “Inverno” de As Quatro Estações.
—Largo do Concerto em Ré maior para guitarra e
cordas dos “Concertos barrocos para guitarra”.
—Largo do Concerto em Dó maior para bandolim,
corda e clavicórdio, P. 134.

88
—Largo: Três Concertos para viola d’amore, Dois
Concertos para bandolim.
—Largo do Concerto de flauta n° 4 em Sol maior.

MÚSICA DA NOVA ERA

Na últimaviagem que realizamos aos Estados Unidos,


surpreendeu-nos profundamente o fato de encontrar em
livrarias, entrepostos naturalistas e lojas de discos um
gigantesco mercado de temas apresentados como “Música
para Relaxamento”.
Tivemos oportunidade de analisar vários desses
temas e observamos, que havia muita especulação e
comercial ização, explorando um dos mais subli mes di reitos
do ser humano: o do relaxamento.
Lamentavelmentemuitas pessoas bem-intencionadas
poderão cair como um patinho em face da presença de
títulos sugestivos, que prometem a paz e a serenidade, mas
que ao final só trazem mais tensão. E por isso que a seguir
fazemos menção a alguns compositores e temas altamente
apreciados e recomendados nos meios da Biomúsica.

GEÓRGIA KELLY
Uma excelente harpista muito conhecida nos Estados
Unidos. Segundo muitos enfermos, sua música os ajudou
a se curarem. Atualmente, suas composições são utilizadas
no Kaiser Permanent. Os temasque a seguir recomendamos
servem para criar uma perfeita “sensação atemporal”, tão
importante para reduzir esse agressor psicológico que
conhecemos como ansiedade.
— Tarashanti
— The Sound ofSpirit
— Seapeace

89
STEVEN HALPERN
Médico e músico a quem reconhecemos como um
dos pioneiros da Biomúsica. Suas composições são
qualificadas como “os sons da saúde”. Os temas recomen­
dados servem especialmente para as seguintes aplicações:
controlar o stress, superaprendizagem e relaxamento
holístico.
— Spectrum Suite
— Starborn Suite
— Zodiac Suite
— Eastern Peace
— Comfort Zone
—Ancient Echoes
— Sweet Dreams

PAUL HORN
Grande flautista que se especializou em realizar
gravações nos principais recintos sagrados do mundo,
onde soube combinar os belos sons de sua flauta com a
incrível acústica desses lugares. Os temas recomendados
servirão para todas aquelas pessoas que desejem dominar
a ciência da meditação.
— Inside The Taj Mahal
— Inside lhe Great Pyramid

STEVE BERGMAN
Os temas’ deste compositor que recomendamos
cumprem um grande trabalho tanto para mulheres grávidas
quanto para bebês, por empregarem instrumentos como
flauta, violino e harpa — que, segundo a dra. Michele
Clemes, do Hospital de Maternidade de Londres, são os
mais aceitos pelos bebês, inclusive desde o período fetal.
— Lullabies
— Sweet Baby Dreams

90
BERNS E DEXTER
Compositores que criaram um total de cinco vo­
lumes intitulados “Golden Voyage”. Os temas reco­
mendados cumprem com os delineamentos do acadêmico
Bekhterieb, que postula a necessidade de combinar música
com poucos instrumentos e grande quantidade de sons da
natureza. Os benefícios que se obtêm ao escutar qualquer
dos volumes mencionados são: cura de mal-estares
menores, relaxamento e concentração.

O TÁLAMO

Consideramos, no final deste livro, muito importante


que nossos leitores tomem plena consciência do poder
implícito que a música exerce sobre nossos mecanismos
psicossomáticos, pelo que nos aprofundaremos um pouco
nessa maravilhosa “estação de muda” que é o tálamo.
O tálamo é o centro cerebral subcortical onde chegam
as sensações e as emoções. Envia estímulos ao córtex
cerebral e por sua vez também os recebe deste. Nesse nível
o homem pode apreciar ritmos e melodias, mas quando
intervém a harmonia, como elemento elaborado
intelectualmente, a música é então apreciada em nível
cortical, ou seja, conscientemente.
Sara Klachky de Mekler, tomando como base os
estudos do Dr. Ira M. Altahuler, diz-nos que o fenômeno
reflexo talâmico é importante no aspecto afetivo-musical,
ao ser utilizado para conhecer o benefício da música.

91
BIBLIOGRAFIA

— Andrews, Donald Hatch. The Symphony of Life.


Lee’s Summit, Missouri: Unity Books, 1966.
— Barr, Frank, M.D. “Melanin”, em MedicaiHy-
potheses. Vol. 11:1-140, 1983.
— Berland,Theodore. TheFightforQuiet. Englwod
Cliffs, Nova Jersey: Prentice-Ilall, 1970.
— Blair, Lawrence. Rhyíins of Vision. Nova York:
Schoken Books, Inc., 1976.
— Benny, Helen e Louis Savary. Music and Your
Mind: Listening witli-a New Consciousness. Nova York:
Harper & Row, 1973.
— Campbell, Donald. Introduction to lhe Musical
Brain. St. Louis, Missouri: Magnamusic-Baton, 1984.
— Clynes, Manfred, ed. Music, Mind and Brain:
The Neuropsychology of Music. Nova York: Plenum
Press, 1982.
— Diamond, John, M.D. The Life Energy in Music,
vols. I e II. Nova York: Archaeus Press, 1981, 1982.
— Gulheil, Emil, ed. Music and Your Emolions.
Nova York: Liveright, 1952.
— Halpern, Steven. Music Making for Non-Musi-
cians. Belmont, Califórnia: Halpern Sounds, 1984(inclui
fita).
— Hill, Stephen e Anna Turner. Music from the
Hearts ofSpace. São Francisco.
— Key, Wilson Bryan. Sublirninal Seduction.
Englewood Cliffs. Nova Jersey: Prentice-Hall, 1973.
— Lingerman, Hal A. The Healing Energies of
Music. Wheaton, Illinois: Theosophical PublishingHouse,
1983.

93
— Olishefski, Julian e Earl Harford, eds. Industrial
Hearing Conservation i/i Noise Control. Chicago: Na­
tional Safety Council, 1975.
— Ostrander, Sheila e Lynn e Nancy Schroeder.
Super-Learing. Nova York: Delacorte, 1979.
—Seashore, Cüú.PsycliologyofMusic. Nova York:
McGraw-Hill, 1938.

94
ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................ 9

CAPÍTULO I
NOSSO SOM É IMAGEM.............................. 11

CAPÍTULO II
O RELAXAMENTO E SEUS BENEFÍCIOS............ 13

CAPÍTULO III
O CONTROLE DA IMAGINAÇÃO........................ 17

CAPÍTULO IV
ESTUDO DO SOM...................................................... 21
CAPÍTULO V
EFEITOS DO RUÍDO SOBRE A PSIQUE............. 33

CAPÍTULO VI
A MÚSICA CURA....................................................... 49

CAPÍTULO VII
APLICAÇÕES DA BIOMÚSICA............................. 57

CAPÍTULO VIII
A SINFONIA FISIOLÓGICA.................................... 67

CAPÍTULO IX
PRÁTICAS CURATIVAS............................................ 73

CAPÍTULO X
RECOMENDAÇÕES MUSICAIS............................... 85

BIBLIOGRAFIA........................................................... 93

95
í
O equilíbrio psicológico das comunidades humanas
sempre esteve em concordância com a harmonia ofere­
cida pela música.
A sociedade moderna encontra-se num processo contí­
nuo de degeneração física e psicológica, e a música,
como demonstra o autor, não só faz parte deste quadro
como tem um papel fundamental a desempenhar na
solução deste desequilíbrio!
“O ser humano é vibração, cada um de seus órgãos
vibra com diferentes notas”, explica Banol.
Este livro apresenta exercícios práticos de como utili­
zar com sabedoria a Musicoterapia da Nova Era,
explica o que são os sons da saúde que previnem enfer­
midades e permitem o domínio das forças afetivas — e
mostra a importância de saber controlar uma energia
pura, elemento material, que viaja com a onda lumino­
sa e gera todas as formas de matéria, podendo interagir
com o ser humano na solução da crise em que se
encontra às vésperas de um novo milênio na história da
sociedade moderna.

ISBN —85-274-245-9

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